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Apresentação
Seção 1 de 4
As edificações e demais obras de engenharia não deixam de ser produtos por suas
especificidades. Nesse sentido, faz-se necessário expandir a compreensão de
conceitos como durabilidade, manutenção e vida útil para essas estruturas. Essas
definições se relacionam intimamente com o assunto aqui tratado, já que a
ocorrência de patologias é capaz de afetar a durabilidade das edificações, de forma
a reduzir sua vida útil.
EXPLICANDO
No contexto das edificações habitacionais, foi editada a chamada Norma de
Desempenho (Norma ABNT 15575:2013 – Edificações habitacionais —
Desempenho) que trata de uma série de requisitos destinados ao atendimento das
expectativas dos usuários das edificações, quanto ao seu comportamento em uso.
Os aspectos ali tratados estão relacionados às patologias que podem ocorrer em
edifícios e seus sistemas. O conhecimento dessa norma é de grande importância
para os profissionais da engenharia, sendo sua leitura fortemente recomendada.
Pode-se lançar mão de algumas definições, termos e conceitos da ABNT NBR
15575:2013 para enriquecer a discussão em torno das patologias, mesmo
considerando-se que seu âmbito de aplicação está restrito a edificações
habitacionais, já que os termos e definições contribuem para a contextualização da
questão como um todo e para melhor compreensão dos assuntos aqui abordados.
Dessa forma, são trazidos conceitos interessantes que contribuirão para a
abordagem das patologias das edificações.
AS PATOLOGIAS DAS ESTRUTURAS
EXEMPLIFICANDO
Além disso, muitas vezes são exploradas deficiências relacionadas aos fatores com
elevada variabilidade quanto ao local de projeto e/ou execução das obras.
Pensando, por exemplo, nos materiais utilizados na construção, sabe-se que há
grande influência do local no qual o canteiro é instalado. A ocorrência de reações
álcali-agregados, por exemplo, é fortemente determinada pela reatividade do
agregado, o que pode variar de acordo com local de extração.
Em alguns casos, elencam-se as deficiências técnicas de projeto ou de execução
como causas e avalia-se o percentual com que ocorrem. Ora, esse também é um
fator subjetivo, já que os aparatos normativos, meios de controle, disponibilidade de
pessoal técnico, entre outros aspectos, podem variar de um país para outro.
FISSURAÇÃO
CITANDO
FISSURA PASSIVA
Não apresenta variação dimensional, provavelmente seus fatores causadores já não
atuam ou já se estabilizaram.
Além das fissuras ilustradas no Quadro 4, o autor elenca ainda as fissuras causadas
por variações do teor de umidade, variações de temperatura e corrosões da
armadura. Essa última será mais detalhada.
As fissuras provenientes de corrosão da armadura são potencialmente
preocupantes por denunciarem um processo de corrosão já em execução, e por se
apresentarem como um fator que pode contribuir para que esse processo se
intensifique.
Ainda que o processo de corrosão inicial não tenha sido causado por essa
fissuração, a criação de aberturas faz com que agentes deletérios agravantes do
processo de corrosão tenham acesso à armadura e, dessa forma, a corrosão se
acentue, assim havendo uma espécie de efeito cascata, já que a ocorrência da
corrosão é expansiva e aumenta a fissuração que, por sua vez, permite o ingresso
de agentes agressivos na corrosão. O Diagrama 3 ilustra o processo mencionado.
Nesse caso, Marcelli (2007) apresenta o aspecto das fissuras que podem ser
encontradas em elementos estruturais cuja armadura se encontra em processo de
corrosão. A Figura 2 apresenta o esboço em questão.
Figura 2. Fissuração de viga em processo de corrosão. Fonte: MARCELLI, 2007.
(Adaptado).
CITANDO
O fato é que o concreto armado é projetado de forma que proteja a armadura contra
a presença de agentes que possam criar condições propícias à corrosão. A
proteção oferecida pelo concreto é física (cobrimento e baixa porosidade), mas
também conta com estratégias químicas no combate ao desencadeamento da
corrosão – é o que se chama de camada passivadora, já que o concreto tem pH
elevado, o que dificulta a chegada dos agentes que promovem a corrosão da
armadura.
// Mecanismos preponderantes de deterioração das estruturas relativos à
armadura
AGRESSIVIDADE AMBIENTAL
// Lixiviação
// Reação álcali-agregado
LIXIVIAÇÃO
Provocada quando águas puras com poucos ou nenhum íon de cálcio entram em
contacto (sic) com a pasta de cimento Portland; elas podem hidrolisar ou dissolver
os produtos contendo cálcio.
A lixiviação do hidróxido de cálcio do concreto, além da perda de resistência,
provoca agressões estéticas, já que o produto lixiviado interage com o CO2
presente no ar, daí resultando a precipitação de crostas brancas de carbonato de
cálcio na superfície (DNIT, 2006, p. 5).
A Figura 5 apresenta uma imagem típica da manifestação da lixiviação, na qual
pode ser observada uma mancha esbranquiçada que é resultado do processo
(eflorescência). O que ocorre é que a água transporta compostos como o hidróxido
de cálcio que, ao entrar em contato com a atmosfera, reage com o dióxido de
carbono, formando carbonato de cálcio. Percebe-se que a mancha retratada na
Figura 5 é comumente observada em diversas estruturas.
A prevenção dessa patologias, que gera grande incomodidade estética, impede a
ação da água de carrear compostos do concreto, ou seja, basicamente, impede que
o agente possa penetrar a estrutura, com o uso de controle da fissuração,
impermeabilizações, aplicação de tintas, vernizes ou outros materiais. Atente-se ao
fato de que a lixiviação é um processo que carreia compostos, ou seja, há retirada
de “material” da massa de concreto, o que pode acarretar consequências graves à
estrutura em casos mais severos, inclusive no sentido do surgimento de outras
patologias pelo ingresso de agentes agressivos.
A maioria das eflorescências pode ser removida por processos simples, tais como:
escovação com escova dura e seca, escovação com escova e água, leve
jateamento d’água e leve jateamento de areia.
Entretanto, alguns sais tornam-se insolúveis na água logo após entrarem em
contacto (sic) com a atmosfera; eflorescências com estes sais podem ser removidas
com soluções diluídas de ácido, desde que adotados os cuidados e procedimentos
indicados a seguir.
As soluções sugeridas, que devem ser testadas em pequenas áreas não
contaminadas, são:
Sobre os ataques por sulfatos, de maneira mais detalhada, ocorre que o cimento
tem compostos que reagem com os sulfatos, formando compostos químicos como a
etringita.
É bem verdade que a etringita é tipicamente formada em pastas de cimento, mas
não quando o concreto já se encontra endurecido. Por ser sua formação expansiva,
a formação de etringita pela reação dos sulfatos com compostos presentes no
elemento estrutural causa fissuração do elemento, podendo ocorrer destacamentos
ou descamações, dentre outras manifestações, de forma a permitir a entrada de
outros agentes deletérios e agravar a patologia.
Adicionalmente ao que fora mencionado, é importe perceber que o ataque por
sulfatos, por promover fissuração e eventuais destacamentos, pode ocasionar
reduções de seção de elementos de concreto, o que já constitui um fator de
preocupação, dada a perda de resistência. Considerando que a presença de água
propicia o ataque em razão de ser necessária para que as reações ocorram, é
importante perceber que a diminuição da porosidade dos concretos costuma ter um
efeito preventivo importante na preservação das estruturas de concreto armado.
Como mencionado, a profilaxia desse ataque pode ser feita pelo uso de cimentos
resistentes ao ataque por sulfatos, mas também pode-se pensar em redução da
porosidade e em estratégias de isolamento em reação à água e umidade. No que
diz respeito aos cimentos resistentes a sulfatos, a ABNT NBR 16697:2018
estabelece requisitos de resistência a sulfatos. Observe:
// Resistência a sulfatos
REAÇÕES ÁLCALI-AGREGADOS
SINTETIZANDO