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ANÁLISE DAS PATOLOGIAS EM ESTRUTURA DE CONCRETO OFF SHORE:

ESTUDO DE CASO INFRAESTRUTURA DA PONTE GOVERNADOR NEWTON


BELLO EM SÃO LUÍS – MA.

João Henrique da Silva Gomes1


Prof. Ms. Armando Machado Castro Filho 2
Prof. Esp. Luiz Raimundo Carneiro de Azevedo 3

Resumo

Este presente trabalho refere-se a um estudo sobre a atual situação da infraestrutura da Ponte
Governador Newton Bello, também conhecida como Ponte do Caratatiua. Apresenta diversos
problemas visíveis, o que acaba por evidenciar a falta de manutenção estrutural já necessária a
muito tempo. De início, foi caracterizado as principais patologias encontradas em estruturas
de pontes, nas mesmas condições ambientais e estruturas off shore, para que pudesse ter o
melhor entendimento dos problemas encontrados tais como: as patologias de corrosão,
desagregação, problemas oriundos da presença do mar, fissuras, etc. Através do uso do
levantamento fotográfico como coleta de dados, constatou-se os problemas na infraestrutura,
pilares e vigas, e por sua vez, as denotações de propostas de métodos para correções das
patologias encontradas. Foi descrito também, um breve comentário da história da ponte e de
outros problemas encontrados além da infraestrutura, por exemplo, o atual estado da adutora
que passa junto a ponte e a estrutura em aço que a sustenta; e todo o sistema de suporte
estratificado em uma ficha de inspeção.

Palavras-chave: Ponte, Patologias, Estrutura, Ponte do Caratatiua, Off Shore.

1 INTRODUÇÃO

As pontes são estruturas de extrema importância para o homem moderno, por tornar os
caminhos mais curtos, vencendo vãos, rios, mares. Na atualidade, sua maioria é produzida em
concreto armado e metal, a escolha é feita ainda no pré-projeto, sempre com a prerrogativa da
viabilidade para cada caso. Contudo, tanto o metal quanto o concreto armado estão sujeitos a
patologias oriundas do ambiente e por perturbações, ou ataques físicos, químicos e biológicos.
O concreto armado é constituído basicamente de concreto (cimento, areia e brita) e
armadura de aço, uma combinação de materiais projetada para resistir a diferentes esforços
que a estrutura é submetida. Todavia, em meio a um ambiente agressivo, não imaginado no
projeto, ou sem manutenção preventiva recomendada, e todos estes fatores associados ao
efeito abrasivo das correntes do elemento hídrico, esse conjunto esta sujeitos a composição de
patologias.
Para que se alcance um maior tempo de vida útil de qualquer estrutura em concreto
armado, é imprensídivel a previsibilidade de patologias, para que a realizações de medidas
protetoras na fase de projeto, execução e manutenção sejam descritas e efetivadas. Ainda
1
João Henrique da Silva Gomes - joaohenri.08@gmail.com
2
Armando Machado Castro Filho – Ms. Prof.- amcf3008@gmail.com
3
Luiz Raimundo Carneiro de Azevedo – Esp. Prof. – Luizraimundoazevedo@globo.com
assim, vistorias são indispensáveis para obtenção do máximo aproveitamento da estrutura
com o transcorrer dos anos.
Este estudo consiste em realizar uma análise na infraestrutura da Ponte Governador
Newton Bello, buscando avaliar seu grau de degradação, possíveis patologias presentes na
estrutura, e a posterior, apresentar soluções de recuperação e correlacionar o que foi visto e
detalhado na ponte com algumas bibliografias existentes.
O objetivo deste trabalho compõe-se em um estudo de caso, com a visibilidade de
diagnosticar as patologias presentes na infraestrutura e propor sugestões de recuperação na
Ponte Governador Newton Bello, situada em São Luís – MA. Para alcançar o objetivo foi
necessário realizar um levantamento fotográfico da infraestrutura da ponte, bem como uma
revisão bibliográfica sobre as patologias em concreto de infraestrutura de pontes.
Em seguida, identificou-se as principais incidências patológicas na infraestrutura da
ponte, e correlacionou-se as referências encontradas no levantamento bibliográfico.
As hipóteses iniciais apontam grandes pontos de deterioração da infraestrutura, que
seguidos de uma análise e inspeção, observou-se uma necessidade de recuperação das peças
de aço e concreto armado. Ou seja, em áreas como recobrimento, aço do concreto armado,
deterioração do concreto, desagregação do concreto.
A recuperação torna-se necessária não apenas para suporte mecânico da ponte, mas
para evitar que patologias como corrosão e desagregação do concreto voltem a manifestar-se
com pouco tempo de uma correta manutenção.

2 PONTE

De acordo com Pfeil (1983), ponte pode ser definida como uma obra destinada a
carregar tráfego sobre obstáculos a continuidade de uma via. Estes obstáculos podem ser rios,
braços de mar, outras vias, córregos, ou outros.
A infraestrutura são os elementos de fundação que recebem as cargas da mesoestrutura
que é composta pelos pilares, aparelhos de apoio e cintas de travamento, enquanto a
superestrutura é formada por tudo aquilo que está acima do aparelho de apoio, como
tabuleiro, pavimento, guarda corpo.
A figura 1 apresenta as três partes na qual uma ponte é dividida, em superestrutura;
mesoestrutura; e, infraestrutura.
Figura 1- Elementos de uma Ponte
Fonte: AMORIM (2012)

Todo material está sujeito a deterioração proveniente do transcorrer do tempo, essa


regra não seria diferente para os materiais da construção civil. O estudo de patologias no
concreto armado está crescendo de forma significativa nos últimos anos, devido ao aumento
de solicitações com o intuito de evitar problemas e gastos futuros.
De acordo com Long (2001), estima-se que os gastos com recuperação de estruturas
corresponde à até 50% dos gastos totais da obra, dependendo da natureza da patologia. Além
dos fatores ambientais que contribuem para o surgimento de patologias nas pontes, o excesso
de cargas provenientes de veículos de grande porte também contribuem significativamente
para esse fator.
Após uma estrutura apresentar tais “doenças”, é necessária realizar um estudo
criterioso para verificação das causas que originaram o problema, para que, no processo de
recuperação, esteja presente uma solução para evitar o ressurgimento da patologia. Estas
análises podem ser realizadas in loco ou coletadas amostradas e encaminhadas para
laboratórios que realizem estudos desta natureza.
Imagem 1 - Ponte com Patologia de Corrosão
Fonte: SITE TECKNICAS (2016)

A Imagem 1 mostra a infraestrutura e mesoestrutura de uma ponte na qual há patologia


de corrosão e desagregação presente. Notável desgaste, possivelmente decorrente da
movimentação das ondas que estão em constante impacto com a estrutura corroída.
Com os resultados em mãos, torna-se mais fácil para o projetista realizar medidas
cabíveis para recuperação total da estrutura. Mas, sempre é cabível uma manutenção
preventiva em todas as construções, proporcionando a prevenção desde de grandes gastos até
a desastres como colapso total da estrutura. Nos Estados Unidos, por exemplo, no período de
1951 a 1988, foram registradas 114 falhas em pontes que acarretaram em 89 colapsos totais
(KLEIN et al,1993).

3 PATOLOGIAS NO CONCRETO ARMADO

Segundo Souza e Ripper (2009), pode-se designar por patologia de estrutura o novo
campo da Engenharia que ocupa-se do estudo das origens e formas de manifestações, assim
como as consequências das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas.
Logo, entende-se como patologia, a área que estuda as doenças que levam a
deterioração do concreto, causando em perda de função estrutural ou apenas em deformação
estética e arquitetônica. Procura entender as causas que levaram a presença patológica na
estrutura, mas também busca meios de evitar, na fase construtiva, com métodos preventivos
que combatam tais problemas.
Este tema torna-se cada vez mais indispensável na formação de profissionais da área,
tanto que, ainda na academia, constitui-se corpus de conteúdo de aulas e disciplina obrigatória
para conclusão do curso, justamente com o intuito de preparar para eventuais contratempos
desta natureza que podem surgir no decorrer de sua carreira.
As causas de formações patológicas de deterioração do concreto podem ser divididas
em dois grupos: físicas e químicas. Mas, além destas duas ainda existe a biológica,
proveniente de vegetação e/ou animais, mas, quando comparada com as demais, percebe-se a
baixa incidência deste fator. Na realidade, as manifestações patológicas geralmente dar-se por
uma combinação de agentes, externos e internos, culminando na deterioração.
A deterioração física (Figura 3) ocorre por meio de vibrações, deformações excessivas
decorrente do alto carregamento da estrutura, consumando no aparecimento de fissuras,
trincas, esmagamento e outras.
A deterioração química é mais observada na corrosão dos materiais do concreto, bem
como no aço aplicável na estrutura. E por sua vez, tornou-se um desafio para todas as obras,
haja vista que, quando mal planejada sobre os agentes agressivos locais, após entrega da obra,
a brevialidade de possíveis reparos são inerentes.

Figura 2 - Causas Físicas de Deterioração do Concreto


Fonte: MEHTA (2008)

A Figura 2 destaca os principais agentes que causam o desgaste superficial e a


fissuração que são classificados como causas físicas.
Os processos de degradação do concreto modificam a capacidade do material de
resistir aos carregamentos a ele atrelados, findam por deformações estruturais ou, em casos
mais graves, a colapsos totais da estrutura. Por isso, os três sintomas de extrema atenção em
uma estrutura são: fissuração, destacamento e desagregação do recobrimento de proteção.
Dentre as causas físicas (mecânicas) pode-se citar: deformação por retração, tensões
térmicas e desgaste por abrasão, erosão e cavitação.
A deformação por retração é caracterizada pela perda de água absorvida pelo concreto,
proveniente de umidade ambiental, por conta de aumento do carregamento sofrido pela
estrutura. Geralmente, acontece quando a umidade ambiental é menor que a de saturação, e
consequentemente esse carregamento é mantido por um maior período de tempo, construindo
assim, o fenômeno de fluência.
Quando este concreto ainda não alcançou a cura final, a retração torna-se plástica, e
impossibilitada a retornar ao estado original. Por isso, cuidados especiais com essas peças
devem ser tomados, principalmente, quando uma concretagem na parte superior de uma peça
ainda não está com o concreto 100% curado. A ocorrência deste estado será
proporcionalmente mais notável referente ao consumo de cimento e a correlação do fator
água/cimento e os agregados do concreto. Se a evaporação da água da superfície for mais
rápida que a exsudação, podem ocorrer fissuras por retração plástica (HASPARYK et al,
2005).

Imagem 2 - Fissura no Concreto


Fonte: MAGNO (2015)

A Imagem 2 detalha uma fissura característica em concreto, em qual, é necessário


buscar o motivo de seu aparecimento, para encontrar o agente patológico que a gerou. O
mesmo acontece quando encontra-se desgaste, como pode ser verificado na imagem 3,
correspondente ao concreto nas estruturas da ponte.
No cimento Portland, ocorre a retração térmica referente ao calor gerado na hidratação
do cimento. Essa variação de temperatura proporciona tensões internas, realizando forças de
tração, gerando dessa maneira, fissuras e rachaduras durante a cura do concreto. Acomete
principalmente estruturas massivas.

Imagem 3 - Desgaste em Peça de Concreto Armado


Fonte: TRIBUNA DO NORTE (2012)

Há ainda o desgaste por abrasão, erosão e cavitação. BAUER (2002) entende por
abrasão como o processo que desgasta o concreto superficialmente por conta do contato
suscitando em fricção, esfregamento. A resistência superficial, bem como a maior dureza do
concreto, são capazes de combater este desgaste. A erosão dá-se quando há o deslocamento da
água na superfície do concreto, uma movimentação abrasiva de fluídos, culminando no
desprendimento de pequenas partículas.
Similarmente, possíveis efeitos de temperaturas também prejudicam o concreto, seja
de origem interna ou externa. Externos como as condições climáticas, umidade de ar e vento,
enquanto no interno o calor gerado pela hidratação do concreto é a mais notável influência.
Os efeitos do calor no concreto despontam grandes patologias. As estruturas de
concreto armado e seus elementos podem absorver calor a tal ponto de sofrerem
transformações indesejáveis, afetando suas características mecânicas. As altas temperaturas
podem afetar a resistência da estrutura de uma maneira notável, chegando até a
transformações críticas ou seja, na estrutura.
Para dada temperatura, LAPA (2008 apud CÁNOVAS, 1988) afirma que:
[...] água livre ou capilar do concreto começa a evaporar a partir dos 100°C. Entre
200°C e 300°C, a perda de água capilar é completa, sem que se observem alterações
na estrutura do cimento hidratado e sem redução considerável na resistência. De
300°C a 400°C produz - se a perda de água de gel do cimento, ocorrendo uma
sensível diminuição das resistências e aparecendo as primeiras fissuras superficiais
no concreto. Aos 400°C, uma parte do hidróxido de cálcio procedente da hidratação
dos silicatos se transforma em cal viva. Até os 600°C, os agregados que não têm
todos os mesmos coeficientes de dilatação térmica, se expandem com diferentes
intensidades, [...].

3.1 Concreto Em Ambiente Marinho

A construção em ambiente marinho é um desafio contínuo para a engenharia civil, e


isso não posto pela fase construtiva, mas sim pela preocupação com a vida útil da obra. Esta
área é considerada altamente inóspita para os matérias da construção civil. A agressividade da
água do mar deve-se pelo fato de possuir gases dissolvidos e na superfície da água; por conter
também; íons corrosivos e por presença de vegetação marinha (agentes biológicos). Quando a
estrutura está diretamente exposta as ondas do mar também poderá sofrer com seus impactos
e está é a responsável pelos fenômenos de cavitação, erosão e abrasão.
Quando uma peça está diretamente em contato com o mar, é importante a observação
em três partes. A primeira, é a parte submersa (parte baixa) que estará sujeita a ataques de
CO2, sulfato e íon de magnésio. A segunda, é a parte correspondente a zona da maré, ou seja,
a área mais crítica dentre as três, em que terá fissuração, desagregação do recobrimento,
reação álcali-agregado e decomposição do cimento hidratado, além da abrasão das ondas que
carregam areia e cascalho.
No Quadro 1 é apresentado os íons e sua concentração presente na água do mar, sendo
eles agressivos ao concreto e mais ainda ao aço presente na estrutura de uma ponte.

Quadro 1 – Composição Habitual da Água do Mar.


Fonte: MEHTA, 1992. Modificado por SILVA (2017)
A terceira parte é a zona atmosférica. Encontra-se livre das ondas da maré, acima do
ponto aonde chega a maré alta. A fissuração nesta parte será mais evidente condigno a
penetração de íons pelos poros do concreto chegando até o aço da armadura, que finda na
corrosão, que, por sua vez, produz fissuração e desagregação.

Figura 3 – Representação de um Cilindro de Concreto Exposto à Água do Mar


Fonte: MEHTA (2008)

Na imagem Figura 3, é possível observar estas zonas e algumas das suas principais
patologias e agentes causadores.

3.2 Desagregação do Concreto

Consiste na rachadura acompanhada da soltura do concreto da estrutura. Esse


fenômeno refere-se, na maioria das vezes, pela expansão volumétrica do aço que está
sofrendo corrosão internamente. Por sua vez, o concreto começa a fissura por não resistir a
tensões de tração, e a sua desintegração e perda da função estrutural e protetora do aço são
eminentes.
Além da corrosão das armaduras, outros fatores podem causar a desagregação do
concreto, as mais comuns são: movimentação de formas, ataques biológicos, vibração de
estrutura, e exposição a altas temperaturas.
Segundo Souza e Ripper (1998), este fenômeno constitui-se como a separação física
do concreto em fatias, de modo que a estrutura perfaz por perder a capacidade resistente a
esforços na região desagregada.
Na Imagem 4 observa-se grande desgaste, além de corrosão do aço e desagregação do
concreto próximo ao aparelho de apoio.

Imagem 4 - Desagregação do Concreto em Estruturas


Fonte: MEDEIROS (2010)

Essa patologia pertina-se pela espessura utilizada para o recobrimento da armadura,


que, variante ao local da obra, haverá um aumento da agressividade ao concreto. De acordo
com a ABNT NBR 6118/2003, o risco de deterioração da estrutura varia de insignificante a
elevado, e a espessura do recobrimento de 25 mm a 50 mm, para viga e pilar, como descrito
na norma.

3.3 Corrosão em Estrutura de Concreto Armado

Um dos maiores vilões a respeito da durabilidade e vida útil das grandes construções
hoje em dia é a corrosão nas estruturas de concreto armado.
De acordo com Cascudo (1997), pode-se definir corrosão sendo a interação que
implica na inutilização de um material com o meio ambiente. A corrosão nada mais é que a
deterioração do aço, onde o metal é convertido em não-metal, ou seja, perde suas
características como ductilidade, resistência mecânica e elasticidade.
A Imagem 5 exemplifica uma estrutura de ponte (mesoestrutura) que apresenta a
patologia de corrosão.
Imagem 5 - Corrosão Em Pilar de Ponte
Fonte: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA (2014)

Dentre os tipos de corrosão, a eletroquímica é a que mais provoca problemas para a


área de construção civil. Em meio aquoso, o ferro impuro forma um pilha, justo por suas
diferenças de metal, onde forma uma diferença de potencial entre suas superfícies.

Para evitar essa patologia o recobrimento é fundamental, pois evita o contato direto
entre água e o aço. Mas nem sempre é possível desviar esse contato, justo a porosidade do
concreto, que é um conjunto de vazios ou poros que forma no interior do concreto, e finda por
permitir a penetração da água e outros resíduos.
Para uma boa durabilidade, toda construção em concreto armado deve levar em
consideração o ambiente que a obra está sendo executada. Cada ambiente possui um agente
agressivo para os materiais utilizados na construção, por exemplo: o gás carbônico; distância
da construção em relação ao mar; umidade relativa do ambiente; entre outros. Uma solução
criada para impedir a fomentação patológica é o correto emprego da espessura recomendada
para a obra. A Associação Brasileira de Normas Técnicas criou a NBR 6118 responsável por
Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento, em que tabela as espessuras indicadas para
cada meio agressivo presente nas obras.
Para isso, é necessário primeiro identificar o nível de agressividade presente naquele
ambiente, como descrito no Quadro 2 – Classes de agressividade ambiental, retirado da
ABNT NBR 6118/2014.
Quadro 2 - Classes de Agressividade Ambiental
Fonte: ABNT NBR 6118/2014 (2014)

Após identificar qual a classe adequada para a obra, é necessário determinar qual será
o recobrimento, a espessura de concreto que protege o aço da armadura de patologias. O
recobrimento pode variar entre 20 mm e 55 mm, como o Quadro 3 apresenta. Esta tabela
também é encontrada na NBR 6118.

Quadro 3 - Recobrimento nominal para cada agressividade ambiental


Fonte: ABNT NBR 6118/2014 (2014)

Além destas duas tabelas apresentadas, a NBR 6118/2014 detalha ainda uma terceira,
apontada no Quadro 4, e esta apresenta a qualidade do concreto que deve ser utilizado em
combinação com o recobrimento adequado. Vale ressaltar que, é o valor mínimo, se a
estrutura regozijar de uma maior resistência necessária para o recobrimento, estará de acordo
com a norma.

Quadro 4 - Qualidade do concreto de acordo com agressividade ambiental


Fonte: ABNT NBR 6118/2014 (2014)

Posto aqui a combinação de meios para evitar as patologias de corrosão, logo também
a de desagregação que comumente é de decorrência da corrosão.
Quando a estrutura está exposta a água do mar, Lima e Morelli (2004), afirmam que a
corrosão das armaduras denota, na maioria dos casos, devido a ação do cloreto. O sulfato
dispõe de uma menor preocupação, pois para chegar a atacar a armadura ele precisa vencer
toda a matriz do concreto até conseguir chegar ao aço.
A zona da estrutura que encontra-se saturada com a água do mar usualmente sofre
menor corrosão, pois os íons de cloreto também necessitam de oxigênio para a reação de
corrosão. O cloreto se torna ainda mais agressivo porque em sua reação com os íons de ferro,
o íon de cloreto não é consumido, tornando-se capaz de reagir com vários outros íons de ferro.
A corrosão pelo íon cloreto dá-se pela for de pite, que produz pontos de corrosão ao longo da
peça de aço. A corrosão diminui a seção do aço, criando placas que desprende-se da barra
original. Essas placas, possuem maior volume que sua forma inicial, e dessa forma, é o
responsável por criar fissuras no concreto, que costuma estar com a cor alaranjada, decorrente
da ferrugem formada internamente.

4 RECUPERAÇÃO E REPARO

A corrosão costuma ser a principal patologia em estruturas, não só em pontes, mas em


qualquer emprego do concreto armado. Ela deteriora e reduz a resistência do aço nas
armaduras do concreto, além de causar fissuras, trincas e desagregação devido sua expansão
(aumento de volume).
Basicamente, o tratamento da corrosão em uma peça resume-se em remover o concreto
do local e em torno do ponto da corrosão, ou seja, uma limpeza. Após, é necessário verificar
se a armadura perdeu mais de 10% do seu volume inicial, caso tenha perdido, é preciso fazer a
substituição do aço corroído. Em seguida, aplicar o recobrimento necessário, aliado do
concreto, contribui com resistência e características especificas para combater o
ressurgimento da patologia.
É importante atentar que, como se trata de trabalhar em uma peça não necessariamente
o mesmo não irá ser feito na estrutura toda, dessa forma, é viável que haja um estudo seguido
de um plano ideal para realizar o serviço, evitando novas patologias e até acidentes maiores.
A preparação da superfície do concreto que será tratado deve ser adequado a cada
situação. Segunda LAPA (2008), há vários métodos de limpeza, mas para a escolha ideal é
levado em consideração alguns pontos importantes como: estado do elemento; limitações
especificadas pelo proprietário da obra; contenções de materiais; e restrições impostas pelos
métodos de preparação.
Os mais aplicados são os métodos abrasivos pois dispõem de discos de polímeros e
são capazes de tirar a argamassa superficial e agregados finos; assim como também os
apicoamentos, que usurpam de equipamentos capazes de realizar pequenas fraturas no
concreto e deixam as superfícies mais ásperas, e, finalmente, o principal, os métodos de
jateamento que limpam e retiram materiais de forte aderência, como pinturas.
Na Imagem 6, é realizado limpeza da superfície do concreto com jateamento de água a
alta pressão, chamado de hidro jateamento.

Imagem 6 - Limpeza do Concreto com Hidrojateamento


Fonte: ENCONTRAASSIS (2018)
5 CRESCIMENTO URBANÍSTICO DE SÃO LUÍS

São Luís, a capital do Maranhão, patrimônio da humanidade, foi fundada por franceses
no dia 8 de Setembro de 1612, logo invadida por holandeses e sucessivamente portugueses.
Sua colonização foi portuguesa, e foi nesse ponto que começou de fato, a deter de um sistema
mais sólido de economia, política e comercial (O Imparcial, 2015).
O aumento significativo da densidade demográfica deu-se a partir do século XVIII,
principalmente por conta da agronomia, o que apontou na preocupação inicial referente
urbanização da cidade, tanto no planejamento de ruas e vias urbanas, como na limpeza das
existentes (MORAIS, 2006. apud MOTA, 1997). A seguir deste século e nos posteriores, São
Luís já era conhecida por suas belas e grande casas que eram construídas em seu centro.
Alguns dos seus principais bairros foram criados principalmente pela influência de
fábricas que estavam localizadas em pontos mais próximos, criando assim a periferia da
cidade.

No início do século XX, a cidade de São Luís crescia apesar da difícil situação
econômica que passava o Estado, resultante da crise final do modelo
agroexportador. Muitos casarões que outrora representaram a opulência da capital,
no início deste século transformavam-se em cortiços, moradia das camadas
populares e meio de sobrevivência de seus proprietários. O parque fabril, uma
alternativa de investimento diante da crise da agroexportação no final do XIX,
contribuía para o crescimento populacional da cidade uma vez que representava uma
das poucas possibilidades de emprego para os pobres urbanos e do campo, vítimas
do êxodo rural. Essa situação de crescimento desordenado gerava uma periferização,
com a suburbanização nos limites da cidade, surgindo bairros ligados ao entorno das
fábricas, como Fabril, Cambôa e Anil. (MORAIS, 2006. p. 29)

Muito se mudou do século XX até os dias atuais. Alguns casarões foram demolidos
entre os anos de 1940 e 1950, abrindo espaço para grandes vias centrais, e alargando algumas
já existentes. Essas obras foram realizadas pelo Interventor Federal Paulo Ramos, este detinha
de uma visão futurística para a cidade em seu tempo de comando. Por alguns anos seguintes, a
principal preocupação dos governos como Paulo Ramos, Matos Carvalho e Newton Bello,
foram a preparação e modernização da cidade para o desenvolvimento da capital (BARBOSA,
2005).
Atualmente, com sua localização privilegiada entre as regiões Norte e Nordeste do
Brasil, e banhada por um litoral que fica estrategicamente bem localizado para grandes
exportações a capital beneficia-se do Porto do Itaqui (sediado na própria ilha), e segue
crescendo majoritariamente do setor industrial, exportando produtos tanto provenientes do
próprio estado quanto de todo o país.
6 PONTE GOVERNADOR NEWTON BELLO

A Ponte Governador Newton Bello, também conhecida como Ponte do Caratatiua fica
localizada no Bairro da Alemanha e corta o Rio Anil. É uma ponte de mão única e tem sentido
Avenida dos Franceses (Ivar Saldanha) para Avenida Daniel de La Touche (IPASE).
Por se tratar de ponte de mão única, a Ponte do Ipase é responsável pelo tráfego de
sentido contrário. São pontes antigas e estão representadas na Imagem 7.

Imagem 7 - Pontes de ligação Alemanha e Ipase


Fonte: KAMALEÃO (2017)

É possível observar através da imagem 7 os sentidos, localização e correlações entre


elas, e que está apresentado respectivamente a seguir, na Imagem 8 e Imagem 9.
Em entrevista com o Professor Luiz Raimundo, Professor da Universidade CEUMA,
no dia 21 de agosto de 2018, foi afirmado que desde a sua construção até o atual dia, nenhuma
reforma e manutenção foi realizada na Ponte Governador Newton Bello, estando assim, em
completo abandono. É nítido a qualquer pessoa que passe por ela, observando guarda corpo
em péssimo estado, e com trechos de total inexistência.
O professor também afirmou que foi pelo governo de Newton Bello, governador do
estado que sucedeu a construção da ponte. Mas o projeto já estava pronto desde a década de
50. Sua execução deu-se entre 1960 a 1964, utilizando concreto simples.
Imagem 8 - Imagem de Mapa
Fonte: Google Maps (2018)

Imagem 9 - Imagem de Satélite


Fonte: GOOGLE MAPS (2018)

7 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso deste trabalho dá-se na Ponte Governador Newton Bello, localizada
em São Luís – MA, mais precisamente no bairro Alemanha e tem por finalidade o cruzamento
do Rio Anil, assim como a ponte vizinha, Ponte do Ipase.
Consiste no levantamento em campo e a análise sobre as patologias encontradas na
infraestrutura da ponte.

7.1 Levantamento de campo


O levantamento de dados foi realizado na ponte em estudo, com auxilio de amigos e
um morador local que chama-se Fábio, sendo este de grande importância para termos acesso a
parte inferior da estrutura da ponte e assim conseguir fotografar o que foi encontrado lá.

Imagem 10 – Equipe ADICIONAR


Fonte: O Autor

Para as fotografias, utilizou-se aparelhos celulares - smarthphones, sempre na busca de


locais que seriam aplicáveis a este trabalho. Também utilizou-se peças de madeira para não
afundar na lama, pois a ponte encontra-se na região de mangue, dificultando o acesso.
Recursos digitais como o Google Earth também foram utilizados para imagens mais amplas e
completas da ponte, assim como sua localização e para observar por todo o seu perímetro.

É necessário lembrar que nem todos os pilares e vigas da ponte foram analisados, haja
vista que, os mais próximos da passagem do Rio Anil estavam soterrados ou não foi possível
ter contato com a peça devido a vegetal do mangue ali presente.
Ao realizar o levantamento de campo observou-se a presença de uma adutora
amarrada na ponte e, aproveitou-se para avaliar seu estado e fazer uma análise do percurso da
mesma que transpassa o rio juntamente com a ponte, utilizando-se de uma estrutura metálica
vinculada a ponte para sua sustentação. Conforme apresentado na Imagem 12, o estado desta
estrutura em metal está totalmente precária, todas as peças apresentam corrosão, e outras que
desprenderam-se por completo em decorrência dessa patologia, como é o caso de algumas
cintas que prende a adutora a estrutura.

Imagem 12 – Adutora e Estrutura Metálica


Fonte: O autor

Utilizaremos o método do Diagrama de Pareto para realizar uma análise estatística das
incidências patológicas. Consiste em utilizar um recurso para estabelecer uma ordenação nas
causas de perdas que devem ser sanadas. Foi criado por um economista e sociólogo italiano,
Vilfredo Pareto, que nasceu em 1848 na cidade de Paris, e morreu em 1923, em Genebra.
O diagrama é composto por um gráfico de barras que ordena as frequências das
ocorrências dos casos de patologias, em ordem decrescente, permitindo a análise dos
problemas vitais e a eliminação de problemas menores, evitando perda de tempo e material.
Está ferramenta também permite a identificação de pequenos problemas que são críticos e
causam grandes perdas.
No Diagrama de Pareto são apresentados os valores em porcentagem e o valor
acumulado das ocorrências. Com base nessas informações, é possível avaliar o efeito
acumulado dos itens pesquisados.
Gráfico 1 - Análise das patologias pelo Diagrama de Pareto
Fonte: O autor

Observa-se que metade dos problemas encontrados na infraestrutura da ponte é a


desagregação; 35% dos problemas é apenas da corrosão; e os 15% restantes está para a
fissura. Estes dados revelam que as patologias de desagregação e corrosão estão
correspondendo a quase todos os problemas encontrados, e reafirma que onde existe corrosão,
o concreto do recobrimento desagregará da estrutura devido à expansão do aço no processo de
corrosão.
Analisando a estrutura como total, o Quadro 6 mostra a estatística das peças em estudo
que apresentaram patologias ou não. Também mostra a porcentagem de cada patologia
analisada individualmente, sendo que algumas das peças também apresentam mais de uma
patologia.
Dentre as 16 peças estruturais, duas não apresentam patologias, sendo elas o Pilar 5 e
o Pilar 11. A Viga 2 é a única a apresentar as três patologias em estudo. O pilar 3, o Pilar 9, o
Pilar 12 e a Viga 7 apresentam duas patologias, e as demais peças estão com uma patologia,
sendo elas: Pilar 4, Viga 3, Pilar 6, Viga 4, Pilar 7, Pilar 8, Viga 5, Pilar 10 e Pilar 6.
Quadro 5 – Patologias nas peças analisadas
Fonte: O Autor

Para melhor análise e compreensão do estado atual da Ponte Governador Newton


Bello, separou-se os 3 piores casos encontrados nas imagens, e que cada uma representará
uma patologia das estudadas neste trabalho.

7.2 Desagregação: análise de caso

A peça tomada como referência para análise de desagregação da estrutura da ponte é a


Viga 2, apresentada na Imagem 13. Esta encontra-se com alto nível de desagregação, na qual
há partes que estão com a armadura exposta por conta da inexistência do recobrimento de
proteção do aço.
Com a desagregação do concreto de recobrimento, e este possui a função proteger o
aço, somado ao alto teor de salinidade presente no ambiente, o mesmo logo perderá seu
diâmetro original, fazendo com que perca sua função estrutural e não trabalhe com os esforços
de tração em que foi calculado. Isso favorece o colapso de estruturas, principalmente as
grandes variações de carregamentos e vibrações como é o caso das pontes.
Imagem 13 - Viga 2
Fonte: O Autor

Como dito no tópico 3.2 deste trabalho, a desagregação consiste na rachadura


acompanhada da soltura do concreto da estrutura, e, na maioria das vezes, pela expansão
volumétrica do aço da armadura que está sofrendo processo de corrosão. Logo, o concreto
fissura e desagrega por não resistir a esforços de tração.
Outra causa comum para esta patologia refere-se pela espessura utilizada para o
recobrimento, necessariamente deve atender as classes de agressividades apresentada no
Quadro 3 deste trabalho.
Como correção, pode-se realizar como exposto no tópico 4. Realiza-se a limpeza no
local onde será realizado o tratamento por jateamento de água ou ar, retirando todas as
partículas que não estão efetivamente presas na estrutura. Em seguida, faz-se o esquema de
formas necessários para receber o novo concreto empregado.
É importante lembrar que, caso seja constatado que o recobrimento utilizado não é o
adequado para o ambiente exposto, conforme prescrito na ABNT NBR 6118/2014, é
necessário realizar uma correção desde recobrimento e com material adequado, para atender
as especificações da norma.

7.3 Corrosão: análise de caso

Para a patologia de corrosão, usaremos a peça Pilar 3 por apresentar maiores manchas
avermelhadas que configura como corrosão interna do aço da armadura. Neste caso, são
notáveis manchas acentuadas na parte superior do pilar, próximo ao ponto de encontro com a
viga. Percebe-se deformidades na superfície do concreto de recobrimento do pilar, o que pode
facilitar a penetração de gases e água que são necessários para que ocorra o processo de
corrosão.
A corrosão é a deterioração química mais comum em materiais da construção, e um
desafio a ser contido quando se trata de estruturas off shore, pois, como visto no Quadro 1
desse artigo, a composição química da água do mar é bem agressiva aos materiais do concreto
armado.
O Pilar 3, apresentado na Imagem 14, assim como a maioria dos outros pilares, estão
sujeitos a maré do mar, que, no processo de cheia e baixa da maré, desponta a possibilidade
da penetração de sais pelos poros do concreto que ao baixar a maré, perdem a umidade,
expandindo e fissurando a estrutura. Desse modo, a armadura fica mais exposta intempéries
do mar.

Imagem 14 - Pilar 3
Fonte: O Autor

Para contingência, é fundamental um recobrimento adequado para a agressividade


ambiental em que a estrutura está exposta, como detalhado no quadro 3, substanciado pela
ABNT NBR 6118/2014.
Como visto no tópico 4, para recuperar e tratar a corrosão em uma estrutura, é
necessário remover o concreto do local e em torno da área afetada, promovendo limpeza
adequada. Com um paquímetro, analisa-se a condição do aço e se houve perca maior de 10%
da espessura original. Caso tenha perdido, é necessário realizar a substituição do aço corroído.
Em seguida, aplica-se o concreto para recobrimento com o intuito de combater e coibir o
ressurgimento da corrosão.

7.4 Fissuração: análise de caso

A patologia de fissuração será analisada com base na Viga 2, em que o caso estava
mais evidente. Depara-se com fissuras localizadas na parte inferior, e seguida também de
desagregação em consequência do seu alto nível de fissuração. Esta patologia costuma vir
acompanhada de outra, como, neste caso, da desagregação.
É caracterizada como causa física de deterioração do concreto, e, como visto na Figura
2, existem uma série de fatores que podem originá-la. Neste caso, é mais provável que tenha
ocorrido expansão volumétrica no aço do interior da peça, fazendo com que fissurasse em
decorrência dos esforços de tração resultantes dessa expansão.

Imagem 15 – Viga 2
Fonte: O Autor

Como é possível observar na Imagem 15, a peça encontra-se com fissuras percebíveis
em sua extensão.
As trincas e fissuras são fenômenos próprios e inevitáveis do concreto armado (Norma
DNIT 083/2006), e, de acordo com a Norma DNIT 083/2006 – ES, para corrigir fissuras do
tipo especiais (de origem da corrosão do aço), é necessário que haja uma remoção total do
concreto afetado e proceder todo o tratamento cabível ao aço corroído. Logo, realizar o reparo
com concreto adequado ao projeto inicial.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De todas as 16 peças analisadas, apenas duas não apresentaram nenhum tipo de


patologia, nas demais foram encontradas pelo menos algum problema.
A maior incidência foi de desagregação 62,5% das peças, seguida de corrosão com
43,75% e fissuras com 18,75%.
Nem todas as peças da infraestrutura da ponte foram analisadas, e as que não estão na
área de contato com as cheias das marés estão abaixo do solo. Notou-se que peças que entram
em contato direto com a água do mar apresentam maiores problemas de patologias em
comparação as que não estão em contato, e portanto, leva-se em consideração que as peças
analisadas estejam em maior desgaste físico que as demais.
Ressalva-se que este estudo fez uma análise visual da estrutura e sugere para que em
futuro próximo:
a) Seja realizado um trabalho com instrumentação mais adequada o que não foi
possível para a realização deste trabalho;
b) Venha a ser feito um estudo para levantar a situação da superestrutura, como o
guarda corpo, que está em fase avançada de degradação, uma vez o objetivo deste
foi a infraestrutura.
Mesmo não sendo possível obter resultados mais técnicos e precisos da atual situação
da Ponte do Caratatiua, com este estudo pode-se concluir:
a) A Ponte Governador Newton Bello encontra-se em avançado estado de
degradação;
b) Existe uma completa falta de manutenção voltada para a área estrutural e isso
agrava e possibilita o surgimento de novas patologias e crescimento das existentes;
c) É necessário a realização de uma intervenção na ponte para corrigir os pontos
indicados, antes que sua funcionalidade seja comprometida.
ANALYSIS OF PATHOLOGIES IN CONCRETE STRUCTURE OFF SHORE: CASE
STUDY INFRASTRUCTURE OF NEWTON BELLO GOVERNOR IN SÃO LUÍS -
MA.

Abstract

Study on the current situation of the infrastructure of the Governador Newton Bello Bridge,
also known as the Caratatiua Bridge, which has been without structural maintenance for
several years, already presenting several problems visible to those who use it. Initially, the
main pathologies found in bridge structures, in the same environmental conditions and off-
shore structures, were characterized in order to better understand the problems encountered,
such as corrosion pathologies, disintegration, problems arising from the presence of the sea,
cracks . Using the photographic survey as data collection, we presented the problems
observed in the infrastructure, pillars and beams, as well as proposed methods for correcting
the pathologies found. A brief comment was also made on the history of the bridge and other
problems found in addition to the infrastructure, such as the current state of the bridge passing
through the bridge, the steel structure that supports it and the entire support system, more
detailed in a inspection form.

Key Words: Bridge, Pathologies, Structure, Ponte do Caratatiua, Off Shore.

REFERÊNCIAS

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SOUZA, V. C. M.; RIPPER, T. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de


Concreto. ed. PINI, São Paulo, 2009.
ANEXO A – Ficha de Inspeção

PONTE GOVERNADOR NEWTON BELLO (SÃO LUÍS – MA)


Autor: João Henrique da Silva Gomes 22/08/2018
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Viga 2

A Viga 2 encontra-se com pontos


de desagregação do recobrimento
do concreto, que facilita o
processo de corrosão da armadura
da peça. Possível origem: existe
um gotejamento visível pelas
manchas na peça, que desgasta o
concreto pela absorção em seus
poros. Imagem próximo ao Pilar
4.

Continuação da Viga 2, agora


próximo ao Pilar 3. Apresentando
as mesmas patologias, que podem
também estar associado a falta de
manutenção e excesso de carga
que gera grandes vibrações na
estrutura.

Pilar 4

O Pilar 4 apresenta desgaste em


toda sua área visível, observa-se
que partículas pequenas se
desprendem, grãos, diminuindo o
recobrimento de projeto.
Além disso, apresenta patologia
por agentes biológicos,
provenientes do mar quando a
maré sobe.
Pilar 3

O Pilar 3 apresenta manchas em


tons avermelhados, o que
caracteriza a corrosão interna da
armadura, provavelmente causada
por o recobrimento apresentar
fissuras e ser poroso, o que
possibilita a entrada de água que
inicia a corrosão. Este Pilar
também está envolvido por
materiais biológicos, que pode
gerar patologias de origem
biológica.

Viga 3

Na viga 3 observa-se menos desagregação, apenas próximo aos pilares que existem
pequenas áreas desgastadas. Comparando com a Viga 2, está menos atingida pelas
patologias químicas e físicas.
Pilar 5

O Pilar 5 está quase


inteiramente coberto por um
organismo biológico.
Apresenta nenhum sinal de
corrosão. Apenas na área
descoberta pelo organismo
biológico, é possível observar
diferenças de “relevo” no
recobrimento em torno do
pilar, um desgaste natural do
concreto, que pode-se dar
início a desagregação.
Pilar 6

O Pilar 6 apresenta desgastes


no ponto de encontro com a
viga. Manchas em tons
avermelhados dão
entendimento de corrosão
interna da armadura.
Possui também o organismo
biológico encrostado em toda
sua volta.

Viga 4

A viga 4 possui pontos com desagregação do concreto, que podem ter origem de uma
possível corrosão interna do aço da armadura, causando expansão que faz com que o
concreto do recobrimento se solte.
Pilar 7
O Pilar 7 apresenta
pontos com coloração
avermelhada, que são
caracterizadas como
corrosão interna do
concreto. Possui também
o organismo biológico
encrostado em toda a sua
volta.
Pilar 8
Apresenta-se com
desgaste acentuado no
topo de encontro com a
viga, denota lascas de
concreto já desagregado.
Aponta também o
organismo biológico
encrostado em toda a sua
superfície.

Viga 5

A viga 4 está com poucos pontos de início de desagregação.


Pilar 9
O Pilar 9 apresenta
desagregação acentuada
em pontos espalhados por
todo o seu comprimento.
O organismo biológico
está em seu entorno.
Também existe um ponto
avermelhado que provém
da corrosão interna do aço
da armadura.
Pilar 10
Este detém de desgaste,
desagregação pequena, na
área do topo, em que há a
transferência de carga da
viga para o pilar. Também
está envolvido pelo
organismo biológico.

Viga 6

A Viga 5 está com poucos casos de desagregação, apresentando apenas pequenas áreas
em que dispõe desta patologia. Não há sinal de corrosão nesta peça.
Pilar 11
O Pilar 11 está
envolvido pelo
organismo biológico,
e não apresenta
maiores patologias.
Pilar 12
O Pilar 12 apresenta
desgaste na
extremidade superior,
no ponto de encontro
com a viga. Está
envolvido pelo
organismo biológico,
e possui uma área com
coloração
avermelhada que é
sinal de corrosão
interna do aço da
armadura.

Viga 7
A Viga 6 apresenta
fissuras em suas
bordas inferiores,
assim como coloração
avermelhada seguidas
de fissuras que
aparentam
desprendimento do
concreto na região da
corrosão.

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