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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LIZ ZORAIDA ALVARENGA ANTUNEZ

PRINCIPAIS COLAPSOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS DEVIDO A AÇÃO


DO VENTO

Foz do Iguaçu, PR
2023
LIZ ZORAIDA ALVARENGA ANTUNEZ

PRINCIPAIS COLAPSOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS DEVIDO A AÇÃO


DO VENTO

Trabalho apresentado à disciplina de


Estruturas de Aço do curso de
Graduação em Engenharia Civil do
Centro Universitário Dinâmica das
Cataratas – UDC

Prof. Msc. Carlos William de A.


Rezende

Foz do Iguaçu, PR
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, as estruturas metálicas desempenham um papel crucial na
engenharia civil e estrutural. Avanços na tecnologia de materiais, métodos de
fabricação e análise estrutural permitiram o desenvolvimento de estruturas mais
eficientes, leves e sustentáveis. A utilização de aços de alta resistência, ligas
especiais e técnicas de modelagem computacional avançadas tem permitido a
concepção de estruturas mais complexas e resistentes, capazes de enfrentar
desafios ambientais, como ventos fortes, terremotos e mudanças climáticas.
O objetivo deste trabalho é abordar os principais fatores que podem
influenciar os colapsos em estruturas metálicas devido à ação dos ventos. Os dados
se obtêm a partir de livros disponíveis na plataforma virtual da faculdade (UDC), bem
como em artigos relacionados ao tema em questão.
2. OS VENTOS E SUA INFLUÊNCIA NAS ESTRUTURAS METÁLICAS
DE SUSTENTAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL.
Tal como a norma NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações,
relata que os ventos extremos no Brasil são, em geral, causados por dois tipos de
fenômenos meteorológicos que podem ocorrer de forma isolada ou em conjunto
sendo estes ciclones extratropicais e tempestades convectivas locais. Os ventos
produzidos por estes fenômenos são denominados, respectivamente, sinóticos e
não-sinóticos.
Sendo assim, o vento pode representar uma ameaça significativa para as
estruturas metálicas, causando seu colapso devido à sobrecarga aplicada. Esse
risco é observado em uma variedade de estruturas, desde pequenas como
coberturas até edifícios e pontes de grande porte. Portanto, é essencial considerar
cuidadosamente os efeitos do vento durante o projeto, garantindo-se que as
estruturas metálicas sejam dimensionadas e construídas para resistir às forças
aerodinâmicas esperadas em sua localização geográfica.
Complementando-se a informação anterior se pode dizer que a causa do
colapso das estruturas metálicas podem ser várias como falhas no projeto, processo
construtivo, má qualidade dos materiais empregados, falhas ou falta de manutenção
adequada, utilização e montagem inadequada da estrutura e acessórios de fixação
entre outros.
Quando se refere à cobertura metálica, as telhas metálicas oferecem uma
combinação de alta resistência, baixo peso e facilidade de fabricação. Porém, alguns
erros de projeto e instalação podem causar patologias na cobertura metálica. A mais
comum é a corrosão, responsável por reduzir drasticamente a vida útil desse tipo de
telhado, a seguir podem ser vistas as principais causas.
Aperto excessivo dos parafusos.
Figura x - Aplicações de parafusos em estruturas metálicas

Fonte: Hard, 2020


Apertar demais o parafuso nas telhas metálicas pode causar vários tipos de
problemas. Um deles são os danos ao revestimento e à pintura, que lascam ao redor
do parafuso e retiram a proteção dessa área. A arruela de vedação também pode
ficar comprometida, em alguns casos até quebrar. Além disso, muitas vezes as
telhas ficam enrugadas no ponto de fixação, o que resulta em afundamento da peça,
acúmulo de água e detritos e comprometimento da estética.
As chances de infiltração e aparecimento de vazamentos aumentam com a
combinação de água acumulada, vedação comprometida e oxidação da telha. Este
problema pode ser evitado com a utilização e regulagem do limitador de
profundidade no momento da aplicação do fixador.
Figura x - Excessiva fixação dos parafusos nas telhas metálicas.

Fonte: Hard, 2020


Também é importante evitar o uso de fixadores com baixa resistência à
corrosão, pois podem transferir esta patologia para as telhas. Também sendo boa
opção dar preferência às arruelas vulcanizadas, que não se movimentam em relação
ao parafuso.
Aplicação do parafuso em local errado.
A fixação da telha simples com o parafuso na onda inferior no caso das
telhas trapezoidais pode causar enrugamento e consequentemente acúmulo de
água e sujeira que também provocam corrosão.
Tipo inadequado de telha
O desempenho e a durabilidade das coberturas metálicas estão diretamente
ligados ao tipo de telha e ao seu revestimento. Na especificação do sistema de
cobertura deve ser avaliado o ambiente, o que será produzido/beneficiado sob esta
cobertura e se existem agentes que possam ser geradores de gases responsáveis
​pela aceleração da oxidação.
Montaje de la teja de forma errada
Figura x - Exemplo de montagem errada de telhas metálicas.

Fonte: Hard, 2020


Algumas coberturas em arco são feitas com as telhas incorretas para esta
aplicação, o que resulta em espaçamentos entre as ligações. Também podem
acontecer vincos nas chapas ao forçá-las a se adequar à inclinação desejada. Em
ambos os exemplos de montagem errada, há o comprometimento da vedação e
consequentemente infiltrações na estrutura.
Para evitar estas patologias, existem algumas boas práticas a adotar como
por exemplo a escolha de bons materiais e fornecedores é fundamental para garantir
a durabilidade e o bom funcionamento de todos os produtos envolvidos na
cobertura.
Sendo assim, colapsos também podem acontecer em estruturas maiores
que uma cobertura como por exemplo em pontes. A ponte Morandi vem sendo um
exemplo popular quando se trata em colapsos de pontes em estrutura metálica, a
queda da ponte em Génova, Itália, ocorrida em agosto de 2018.
Figura x - Ponte Morandi (Gênova) antes do acidente

Fonte: Principales Ingenieros, 2019

“Os fatores gravitacionais têm sido a corrosão salina com formação de


células de concentração tanto na superfície do concreto quanto no interior das
fissuras do concreto, apresentando uma concentração diferencial de oxigênio O2
entre a parte do ferro estrutural com névoa salina condensada (com alta
concentração de O2) e a parte do ferro estrutural sem condensação de névoa salina
(com menor concentração de O2), configurando assim uma célula de oxigênio,
produzindo um efeito de pilha galvânica, com migração de elétrons causando a
corrosão, que ocorreu na área de menor concentração de oxigênio (anódica).”
HIPÓTESE SOBRE AS CAUSAS SIMULTÂNEAS QUE CAUSARAM A QUEDA DA
PONTE MORANDI NA ITÁLIA. Principais engenheiros, 2019. Disponível em:
<https://ingenierostop.com/>. Acesso em: 23 de fev. de 2024.
“Fissuras no concreto surgiram na estrutura da ponte devido a fissuras com
ruptura do concreto por corrosão e ataque químico, além das tensões de tração
maiores que as contempladas no projeto (o tráfego de veículos quadruplicou em
relação ao estimado no original design), que enfraqueceu a ponte com fadiga
estrutural devido à corrosão e sobrecarga. A título de comentário, sabe-se que o
concreto trabalha em compressão e o ferro em tração, por isso a maioria das pontes
suspensas operam com tirantes de aço, como a Ponte do Brooklyn nos EUA, que
tem mais de 100 anos de antiguidade.” HIPÓTESE SOBRE AS CAUSAS
SIMULTÂNEAS QUE CAUSARAM A QUEDA DA PONTE MORANDI NA ITÁLIA.
Principais engenheiros, 2019. Disponível em: <https://ingenierostop.com/>. Acesso
em: 23 de fev. de 2024.
Figura x - Ponte Morandi (Gênova) depois do acidente

Fonte: Principales Ingenieros, 2019


Figura x - Estrutura da Ponte Morandi apresenta corrosão agressiva devido à névoa
salina e ataque químico.

Fonte: Principales Ingenieros, 2019


Em resumo, o colapso da ponte Morandi se tratou por diversos fatores,
porém, a ação do vento e o fator do clima também influenciaram.
3. RESUMO
Para evitar colapsos devido à ação do vento, é essencial realizar um projeto
estrutural detalhado que leve em consideração as condições climáticas locais, além
de garantir uma construção de alta qualidade e uma manutenção adequada ao
longo da vida útil da estrutura. Além disso, a monitorização contínua das condições
climáticas e da integridade estrutural pode ajudar a prevenir falhas catastróficas.
Algo notório que se ressalta no resumo dos principais colapsos é que às
vezes, a falta de tratamento de uma patologia em uma estrutura metálica ou a
inexistente falta de manutenção, combinada com uma temporada de chuvas e
ventos intensos, pode acelerar o processo rumo ao colapso.

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