Você está na página 1de 17

PATOLOGIAS EM CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE CASO EM

PONTES DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR-BA

Erica Moreira de Assis1


André Jordão de Lima2

RESUMO: As patologias no concreto armado em pontes podem ocorrer devido a diversos fatores, seja
através de falha humana, erros em projeto ou execução, ataques de agentes agressivos ao concreto e
às armaduras ou até mesmo má utilização por falta de manutenção, ou seja, vários fatores que podem
acarretar na causa. O artigo tem como objetivo analisar as principais patologias identificadas
visualmente em determinadas pontes. Com o propósito de identificar as manifestações patológicas,
adotou-se como metodologia a inspeção visual. A partir disso, encontrou-se diversas patologias como:
fissuras, trincas, rachaduras, deteriorização do concreto, infiltração de água, eflorescências, manchas
de ferrugem e corrosão, acrescentando com a verificação das suas intensidades e registros
fotográficos. Durante o presente estudo foi necessário embasamento teórico que permitiu a
contextualização histórica e conhecimento técnico. Através das visitas, constatou-se que durante a fase
de construção e manutenção, ocorreram algumas falhas: 1) Inseridas em ambientes agressivos para
solução da estrutura metálica; 4) Além dos sinais de mau uso, o que também contribui para a evolução
dos agentes patológicos. Posto isso, a pesquisa resultou em argumentos que é essencial para o
planejamento de recuperação e manutenção adequada e eficiente, evitando com que haja a
improdutividade em pontes ou qualquer outra estrutura de concreto armado.

PALAVRAS - CHAVES: manifestações, pontes, concreto armado, manutenção, anomalias e


estrutura.

ABSTRACT: The pathologies in reinforced concrete in bridges can occur due to several factors, either
through human error, errors in design or execution, attacks by aggressive agents on concrete and
reinforcement or even misuse due to lack of maintenance, that is, several factors that may lead to the
cause. The article aims to analyze the main pathologies visually identified in certain bridges. In order to
identify pathological manifestations, visual inspection was adopted as a methodology. From this, several
pathologies were found, such as: fissures, cracks, cracks, concrete deterioration, water infiltration,
efflorescence, rust stains and corrosion, adding with the verification of their intensities and photographic
records. During the present study a theoretical foundation was necessary that allowed historical
contextualization and technical knowledge. Through the visits, it was found that during the construction
and maintenance phase, some failures occurred: 1) Inserted in aggressive environments to solve the
metallic structure; 4) In addition to the signs of misuse, which also contributes to the evolution of
pathological agents. That said, the research resulted in arguments that it is essential for proper and
efficient recovery and maintenance planning, preventing unproductiveness in bridges or any other
reinforced concrete structure.

KEYWORDS: demonstrations, bridges, reinforced concrete, upkeep, anomalies and structure.

1
Orientanda em Engenharia Civil pela Universidade Salvador. E-mail: ericamoreira_k@hotmail.com
2
Prof. Orientador Me., Engenheiro Civil - Universidade Salvador. E-mail:
andre.jordao@animaeducacao.com.br
1. INTRODUÇÃO

A engenharia na construção civil é aplicada de modo a compreender o emprego


dos melhores materiais e recursos eficientes, visando maior durabilidade e baixo custo
de produção. Neste aspecto, a construção de uma ponte que resista aos esforços
solicitantes, intempéries e de uma vida útil prolongada, faz-se necessário um material
que atenda a essas demandas e o concreto notoriamente um produto altamente
consumido a nível mundial devido às suas características, conforme Teatini (2016)
Concreto armado é um material estrutural que contém como principais vantagens, boa
resistência à compressão do concreto e a elevada resistência à tração do aço, levando
em consideração a aderência entre aço e concreto, que colabora na sua atuação
conjunta e a proteção do aço contra a corrosão fornecida pelo concreto.
As patologias no concreto armado em pontes podem ocorrer devido a diversos
fatores, seja através de falha humana, erros em projeto ou execução, ataques de
agentes agressivos ao concreto e às armaduras ou até mesmo má utilização por falta
de manutenção, ou seja, vários fatores que podem acarretar na causa. Essas
patologias podem ser originadas por meio de agentes físicos, como esforços
mecânicos e químicos, por meio de agentes agressivos externos ou internos.

As patologias no concreto armado podem acarretar com que as estruturas


evoluam para situações de desempenho insatisfatório em ambientes insalubres, de
deficiente aspecto estético, de possível insegurança estrutural e de alto custo de
recuperação. Identificar as principais patologias que podem apresentar nas
construções em concreto armado é essencial, possibilitando assim que os projetos
sejam executados com maior eficiência ou prover uma manutenção consciente tanto
preventiva quanto corretiva.

O artigo tem como objetivo identificar as principais patologias observadas


visualmente In Loco em determinadas pontes. Foram realizadas pesquisas
acadêmicas através de livros e artigos relacionados ao tema e assim foi possível fazer
o levantamento das patologias encontradas em estruturas de concreto armado e
correlacionar com as situações evidenciadas no estudo das pontes.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Pontes

Ponte é um elemento estrutural que pode ser modal rodoviário ou ferroviário


utilizado para o transporte de pedestres e veículos. As pontes na engenharia
representam o que há de mais significativo para expor a capacidade do ser humano
desde os tempos mais antigos.
No Brasil, as pontes constituem um patrimônio construído de valor inestimável
para o desenvolvimento socioeconômico do país. As pontes podem ser compostas
por vários materiais entre eles concreto, aço, madeira, pedra e materiais compósitos,
e quanto aos sistemas estruturais das pontes podem variar de acordo com
necessidade e ambiente empregado.

2.2 Patologias em estruturas de concreto armado

As patologias no concreto armado podem ter diversas formas, seja através de


falha humana, erros em projeto ou execução, ataques de agentes agressivos ao
concreto e às armaduras ou até mesmo má utilização por falta de manutenção, ou
seja, vários fatores que podem acarretar na causa. O surgimento das patologias
ocorre por meio de agentes físicos, mecânicos, químicos e biológicos, agentes esses
que tem por características agressivas para o meio interno e externo da estrutura.

A seguir, são apresentados os principais agentes causadores das patologias


observadas em estruturas de concreto armado.

2.3 Agentes patológicos de origem mecânica

Patologias causadas por agentes mecânicos são caracterizadas por esforço de


flexão, tração, esmagamento, torção, cisalhamento, e as fissuras são os primeiros
resultantes dos desgastes por esses esforços, ou por acidentes causados por
choques de veículos e incêndios. Essas anomalias apresentam dimensões e
denominações diferentes para cada caso, mesmo tendo causas e mecanismos
formadores idênticos uns aos outros, esta classificação é importante quanto à
necessidade de se quantificar o tamanho da abertura (Thomaz 1998), conforme
apresentado na Tabela 1 de tipos de aberturas.

Tabela 1: Tamanho dos tipos de aberturas causadas por agentes mecânicos.


Tipos de Aberturas Tamanho
Fissura capilar menos de 0,2 mm
Fissura de 0,2 mm a 0,5 mm
Trinca de 0,5 mm a 1,5 mm
Rachadura de 1,5 mm a 5 mm
Fenda de 5 mm a 10 mm
Brecha mais de 10 mm
Fonte: Thomaz (1998).

As fissuras causadas por flexão vão existir quando o carregamento for


demasiadamente elevado ou quando a rigidez da peça ou a área de aço forem
insuficientes. A peça sofrerá uma deformação excessiva, gerando fissuras que, de
acordo com Thomaz (1989) e Souza e Ripper (1998), estendem-se da borda mais
tracionada, elevando-se e ramificando-se até a altura da linha neutra para as vigas, e
a Fissuração em elementos de concreto submetidos à compressão geralmente ocorre
pela resistência inadequada do concreto ou por sobrecargas não previstas, onde fica
comprovado que o elemento fletido ultrapassa o limite de resistência da compressão
do concreto.

Esforços cortante ou cisalhamento tendem a apresentar fissuras diagonais, de


acordo com Sartorti (2008), as tensões de compressão nas bielas geram tensões de
tração perpendicularmente a elas, quando a armadura não é o suficiente ocorrem
fissuras que formam ângulos de 35° à 45° com a horizontal, próximo aos apoios, já as
fissuras por torção ocorrem quando uma peça de concreto está submetida a um
esforço de rotação em relação a sua seção transversal, ela abrange todas as faces
do elemento estrutural. As figuras 1 e 2 são exemplos de fissuras por cisalhamento e
torção respectivamente.

Figura 1: Fissuração por cisalhamento.


Fonte: ENGEVISTA (2015).

Figura 2: Fissuração por torção

Fonte: ENGEVISTA (2015).

2.4 Agentes patológicos de origem biológico

Os agentes biológicos provocam a biodeterioração na estrutura de concreto


armado. De acordo com Queruz (2007), os agentes biológicos englobam desde as
ações de organismos unicelulares até animais, incluindo a ação do homem, essas
anomalias utilizam a estrutura ou como fonte de nutrientes ou como habitat para seu
desenvolvimento. Este fenômeno acontece devido a necessidade da presença de
água que é indispensável para a sobrevivência dos fungos, auxiliando no seu
crescimento, à temperatura o oxigênio e a água são fatores determinantes (SANTOS,
et al 1998). A figura 3 é exemplo de agente biológico em concreto armado.

Figura 3: Fungos na ponte sobre linha Férrea EXT. 10m - Dias D’Ávila-BA.

Fonte: Figura da Autora, 2022.


De acordo com Aguiar (2006), a biodeterioração é a comutação nas
propriedades do material, devido à ação de microorganismos. Por sua vez, o concreto
sendo um material bioreceptivo, devido às condições de porosidade, umidade e
composição química, e quando combinadas as condições ambientais, como
temperatura, umidade e luminosidade, agentes provedores da biodeterioração do
concreto. Segundo Mendes et al. (2010), um dos organismos envolvidos no processo
de deterioração do concreto são as briófitas.

A exposição da estrutura em áreas marítimas tende a sofrer um desgaste


elevado, devido a alto nível de agressividade do ambiente de acordo com a Tabela 2,
onde categoriza-se como classe de agressividade ambiental IV (muito forte), por ser
um local sujeito a respingos ou variações de maré. Na prática as ações do meio
ambiente em relação às estruturas de concreto armado contribuem na deterioração
dos elementos estruturais causando efeitos sobre o concreto e as armaduras. Daniel
Ribeiro (2018).

Tabela 2: Classes de agressividade ambiental (CAA).

Classe de
Classificação geral do tipo de Risco de deterioração da
agressividade Agressividade
ambiente para efeito de projeto estrutura
ambiental
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana Pequeno
Marinha
III Forte Grande
Industrial
Industrial
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré
Fonte: Adaptação da tabela 6.1 da NBR 6118:2014.

As patologias observadas em pontes e viadutos têm natureza diversificada e,


quando não tratadas adequadamente, comprometem a funcionalidade da estrutura.
(LOURENÇO, 2007). O estudo destas patologias é fundamental para determinar os
procedimentos necessários para garantir a qualidade e expandir a vida útil da
estrutura.

3. METODOLOGIA

O estudo de caso é utilizado de maneira estratégica são caracterizados


enquanto estudos sistemáticos e intensivos de um determinado elemento. E, para
desenvolver este estudo de caso foram considerados alguns problemas patológicos
detectados em pontes situadas na região metropolitana de Salvador-BA.

As pontes estão localizadas: Sobre Linha Férrea na rodovia BA-093/BA


sentindo Dias D`Ávila-BA; Sobre o Rio Joanes na rodovia BA-093/BA sentido Dias
D`Ávila-BA e Sobre o Rio Pitanga II na rodovia BA-093/BA sentido Simões Filho-BA.
No primeiro momento, realizou-se visitas “in loco” através da inserção no
estágio extracurricular foi possibilitado acesso à os locais utilizados para esse estudo,
onde realizou-se o levantamento das patologias encontradas em estruturas de
concreto armado e correlacionar com as situações evidenciadas no estudo das
pontes, demonstrando assim sua importância. Buscou-se através de livros e artigos
relacionados ao tema, e embasamento para o desenvolvimento do assunto.
Com o propósito de identificar as manifestações patológicas, adotou-se como
metodologia a inspeção visual. A partir disso, encontrou-se diversas patologias como:
fissuras, trincas, rachaduras, deteriorização do concreto, infiltração de água,
eflorescências, manchas de ferrugem e corrosão, acrescentando com a verificação
das suas intensidades e registros fotográficos.
Após identificar as possíveis causas para a ocorrência das patologias, foram
elaboradas propostas para a solução, medidas preventivas e procedimentos que
poderão ser seguidos evitando assim a manifestação dos agentes patológicos
encontrados.

4. ESTUDO DE CASO

4.1 Identificação de patologias em pontes de concreto armado

É crucial uma manutenção eficiente que abranja todos os procedimentos


necessários ao bom estado, ou seja, preservação da funcionalidade da estrutura e o
aumento da vida útil. No entanto, na maioria dos casos, o processo de manutenção é
improprio ou insuficiente, não sendo eficaz para evitar as patologias em pontes, sendo
necessária uma recuperação emergencial, a fim de evitar a inutilização da estrutura.
Logo, o procedimento de inspeção é essencial para a detecção precisa e o controle
das patologias que afetam as estruturas das obras-de-arte especiais. (LOURENÇO et
al., 2009).

A inspeção visual, segundo Mendes et al. (2010), é um método de análise


comum e importante, visto que permite a observação da sintomatologia apresentada
pela construção, orientando a realização de testes, ensaios e verificações específicas
em partes da estrutura. Para realizar a inspeção visual, deve-se dispor de pequenos
equipamentos imprescindíveis para a precisão do resultado final, como câmeras
fotográficas, lupas e binóculos.

No sistema tradicional de laje sobre vigas, possivelmente pré-fabricadas,


apoiadas em pilar circulares, engastados nas fundações há diversas manifestações
patológicas nas estruturas como:

a) Corrosão das armaduras;


b) Carbonatação do Concreto;
c) Lixiviação do concreto;
d) Deterioração das juntas de movimentação;
e) Ruptura do concreto.

A seguir apresentam-se a descrição das manifestações patológicas


encontradas nas estruturas.

a) Corrosão de armaduras

A principal manifestação patológica existente nas estruturas de uma ponte é a


corrosão generalizada das armaduras de vigas, lajes e pilares, com pontos de
carbonatação do concreto. Na maior parte das vezes a armadura encontra-se com
sua seção reduzida pela ação da corrosão, podendo, no futuro, comprometer a
segurança da estrutura, caso as medidas necessárias à sua reabilitação não sejam
realizadas nos próximos meses, conforme figura 4.

Figura 4: Guarda corpo com desplacamento do concreto e corrosão das armaduras


na ponte sobre linha Férrea EXT. 10m - Dias D’Ávila-BA.

Fonte: Figura da Autora, 2022.


Segundo Filho e Cury (2018), a TMA corresponde à taxa mínima de retorno,
conhecida como taxa de atratividade, a qual os acionistas, sendo eles individuais ou
corporativos, consideram o mínimo que o investidor se propõe a remunerar o capital
investido. Ainda de acordo com os autores, a determinação da TMA tem como base a
regra do binômio de risco versus o retorno, que deverá ser associado a um projeto de
capital. Dessa forma, a TMA está diretamente proporcional ao nível de exigência de
remuneração do capital, e inversamente proporcional a expectativa de geração de
riqueza indicada pelo VPL.

b) Carbonatação do concreto

A carbonatação do concreto ocorre com a redução da alcalinidade nas


superfícies expostas do concreto, através da ação do gás carbônico (CO2) presente
no ar e outros gases ácidos como dióxido de enxofre (SO2) e ácido sulfídrico (H2S).
Esse fator ocorre pela hidratação crescente do cimento, além do carbonato de cálcio
(CaCO3), próprio produto da reação de carbonatação que preenche os poros
superficiais dificultando o acesso do gás carbônico presente no ar, no interior do
concreto.

Figura 5: Inicio da carbonatação no apoio da estrutura na Ponte sobre Rio Pitanga II EXT. 24m.

Fonte: Figura da Autora, 2022.

c) Lixiviação do concreto

Alguns elementos estruturais, blocos e pilares, que estão constantemente


submetido à variações e durante a hidratação do cimento forma-se um composto que
chamamos de hidróxido de cálcio, ou Ca(OH)2, onde entrar em contato com a água,
pode ser dissolvido e carregado para fora da superfície de concreto, conforme figura
6 a seguir.

Figura 6: Lixiviação na viga na Ponte sobre Rio Pitanga II EXT. 24m

Fonte: Figura da Autora, 2022.

d) Deterioração das juntas de movimentação

As juntas de movimentação da estrutura encontram-se abertas, sem material


de vedação. No caso da estrutura, essa vedação tem como objetivo evitar
deterioração da região interna da junta, como pode observar na figura 8.

Figura 8: Início da deterioração da junta na Ponte sobre Rio Pitanga II EXT. 24m

Fonte: Figura da Autora, 2022.

A partir da identificação de um problema em uma OAE, é essencial estudá-lo


corretamente, para que não haja erros nas etapas posteriores. Para isso, existem os
ensaios não destrutivos e semi-destrutivos, que possuem o objetivo de contextualizar
de forma mais precisa a situação do problema identificado anteriormente, ou seja,
possuem o objetivo de avaliar os aspectos quantitativos e qualitativos do concreto e
das armaduras. Para Oliveira (2015), os ensaios não destrutivos mais empregados no
mundo são: esclerometria, ultrassom e pacometria.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para desenvolvimento do mesmo, foi necessário embasamento teórico que
permitiu a contextualização histórico, conhecimento técnico, conceitos referentes às
manifestações foram observados considerando-se aspectos teóricos e experimentais
devido às falhas de projeto, manutenção, e desempenho das construções,
descrevendo assim as principais técnicas de reparo e os materiais empregados, com
o propósito de contribuir para o conhecimento técnico em relação às patologias nas
estruturas de concreto armado.

No trecho da ponte exibido na Figura 11 é possível verificar o surgimento da


patologia química retratada pela corrosão em boa parte da sua extensão, a coloração
esverdeada sinalizando a patologias biológicas e fissuras de diferentes aberturas
indicando a patologia mecânica.

Conforme descrito por Lourenço (2009) as pontes e viadutos são obras-de-arte


especiais que estão sujeitas à ação de diversas patologias da construção, em 11
função do seu uso contínuo e da falta de programas preventivos de manutenção em
grande parte dos casos. É indispensável conhecer as causas patológicas antes do
tratamento adequado, para que se evite a recorrência da patologia após a
recuperação.

Na visita à ponte sobre linha Férrea EXT. 10m - Dias D’Ávila-BA foi identificado
armadura exposta no guarda corpo, que consiste em um desgaste da superfície da
ponte. Também é perceptível a presença de eflorescência em toda sua extensão,
conforme figura 9.

Figura 9: Eflorescência na ponte sobre linha Férrea EXT. 10m - Dias D’Ávila-BA
Fonte: Figura da Autora, 2022.

Na visita à ponte localizada na linha Férrea EXT. 10m - Dias D’Ávila-BA foi
identificada patologia biológica, que consiste na presença de eflorescência, podendo-
se notar a presença de fungos na parte inferior da laje, conforme figura 10.

Figura 10: Eflorescência na ponte sobre linha Férrea EXT. 10m - Dias D’Ávila-BA

Fonte: Figura da Autora, 2022.

Para identificar as patologias de maiores ocorrências na ponte foi agrupado os


dados coletados e elaborado um check list, conforme a tabela 02, que mostra com
maiores detalhes as classes de agressividade ambiental.

Já na visita à ponte localizada na BR-324 Camaçari-BA foram identificadas


patologias químicas, mecânicas, que em decorrência de esforços flexão sobre a laje,
resultando em fissuras e consequentemente a corrosão da armadura, conforme figura
11.

Figura 11: Deficiência de cobrimento na junta de ligação - BR-324 Camaçari-BA


Fonte: Figura da Autora, 2022.

Através das visitas, constatou-se algumas falhas durante a fase de construção


e manutenção:

1) Inseridas em ambientes agressivos para solução da estrutura metálica;


2) Próximos aos limites da construção, taludes muito íngremes, o que aumenta a
presença de água e umidade;
3) Alguns pontos de infiltração devido à má disposição de instalações de
tubulações pluviais;
4) Além dos sinais de mau uso, o que também contribui para a evolução dos
agentes patológicos.

Medidas preventivas para melhoria como manutenção periódica, reforço


estrutural, proteção anti-corrosão, selagem entre outros podem ser possíveis soluções
para o surgimento de agentes patológicos em estruturas de concreto armado.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pontes inspecionadas como estudo de caso possuem características
expressivas de manifestações patológicas, sendo em maior destaque eflorescência,
corrosão de armadura e deficiência de cobrimento na junta de ligação por conta do
enfraquecimento do concreto, umidade e falta de cobrimento. No entanto, não
aparentam sinas de colapso após inspecionadas visualmente, tendo em vista a
necessidade de manutenção e recuperação em parte das estruturas, especialmente
no guarda corpo, laje e juntas de movimentação.

Ao analisar as questões apresentadas nesta pesquisa, fica explícita a


degradação nas estruturas das pontes analisadas, fazendo com que diminuísse o
tempo de vida útil, a segurança e a funcionalidade da ponte.
No que tange as limitações do estudo é possível descrever que as inspeções
foram realizadas em circunstâncias restritas devido à falta de equipamentos
apropriados por se tratar de altura, acesso limitado em alguns trechos das pontes por
conta da água, trafego continuo de veículos, localização de risco e diversos tipos de
trena para confirmar suas dimensões. Posto isso, através deste estudo foi possível
elucidar que para o planejamento de recuperação e manutenção adequada, evitando
com que haja a improdutividade em pontes com estrutura de concreto armado.

Em estudos futuros, pode-se aprofundar na conservação e restauração das


estruturas em concreto armado, visto que, foi apresentado neste artigo as patologias
encontradas nessas estruturas em ambientes com elevado risco de degradação.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 6023. Informação e


Documentação - Referências - Elaboração, 2020.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 6118. Projeto de estruturas


de concreto - Procedimento, 2014.

ANDRADE, Bruna Dias, CORTEZÃO, Alexandre Wilson Soares, JÚNIOR, Antônio


Pires Azevedo, MASCARENHAS, Fernando Júnior Resende, OLIVEIRA, Laire
Fonseca, VIANA, Paola Santos. In: Patologias e inspeção de pontes em concreto
armado: Estudo de caso da ponte Governador Magalhães Pinto. ENGEVISTA, V. 21,
n.2, p.288-302, Maio 2019.

CÁNOVAS, M. F. Patologia e Terapia do Concreto Armado. 1 Ed. Tradução de M. C.


Marcondes; C. W. F. dos Santos; B. Cannabrava. São Paulo: Ed. Pini, 1988. 522 p.

CASCUDO, O. Inspeção e Diagnóstico de Estruturas de Concreto com Problemas


de Corrosão da Armadura. In.: Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. Editor:
Geraldo Cechella Isaia. São Paulo: IBRACON, 2005.

CASCUDO, Oswaldo. O controle da corrosão de armaduras em concreto: inspeção e


técnicas eletroquímicas. Goiânia. UFG. São Paulo: Pini, 1997.

LOURENÇO, Líbia C. et al. Análise da corrosão em estruturas de pontes metálicas e


em concreto armado. (Dissertação de Mestrado). UFF., 2007.

LOURENÇO, Líbia C. et al. Parâmetros de avaliação de patologias em obras-de-arte


especiais. Revista Engenharia Civil, Braga, n. 34, p. 5-14, 2009. Disponível em:
<http://www.civil.uminho.pt/revista/n34/Pag_5-14.pdf>. Acesso em: 06 set. 2015.

MENDES, Luiz Carlos; et al. Pontes em concreto armado em meios de elevada


agressividade ambiental. In: CONGRESO INTERNACIONAL SOBRE PATOLOGÍA Y
RECUPERACIÓN DE ESTRUCTURAS, 6., 2010, Córdoba. Disponível em:
ENGEVISTA, V. 21, n.2, p.288-302, Maio 2019.

QUERUZ, Francisco. Contribuição Para Identificação dos Principais Agentes e


Mecanismos de Degradação em Edificações da Vila Belga. 2007. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) - Curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil- Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande
do Sul, 2007.

RIBEIRO, Daniel. Corrosão e Degradação em Estruturas de Concreto. Grupo GEN,


2018. 9788595152359. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595152359/. Acesso em: 09
set. 2022.

SARTORTI, ARTUR LENZ. Identificação de patologias em pontes de vias urbanas e


rurais no município de Campinas-SP, 2008. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de
Engenharia Civil, UNICAMP, 2008.
SOUZA, Vicente Custódio Moreira de; RIPPER, Thomaz. Patologia,recuperação e
reforço de estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 1998. 257 p.

TEATINI, João C. Estruturas de Concreto Armado. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155213/. Acesso em: 09
set. 2022.
AGRADECIMENTOS

À Deus, sempre em primeiro lugar, sem sombras dúvidas, o responsável por tudo e
todas as coisas. “O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o
mundo: a nossa fé. ” (1 João 5:4) é um versículo da bíblia que carrego comigo todos os dias.

Agradeço a minha família que tanto me apoiou e apoia até hoje. A minha mãe Carla
Moreira dos Santos “Mainha” por noites perdidas, por me acordar nas madrugas em cima de
livros, por sempre preparar meus lanches. Ao meu pai Adilson dos Anjos de Assis “Painho”
que apenas com poucas palavras e muitos olhares me ensinou tudo que sou. E ao meu
esposo Fabricio Freire de Carvalho “Mô” por ter paciência e compreender por não está com
ele nos momentos mais simples de confraternização, mas sempre me apoiando e torcendo
por mim em todo trajeto.

Agradeço as minhas avós Marcia Carmelita Moreira (vó materna) e Maria dos Anjos
Assis (vó paterna) que já não estão entre nós, mas, estariam muito felizes e orgulhosas em
ver uma neta formada. Por me ensinarem sobre as coisas mais simples da vida.

Agradeço as minhas amigas por tornarem o processo mais significante, pelas palavras
de incentivo e conforto nos momentos mais difíceis e pelos aplausos no momento de sucesso.
Gleiciane de Santana Nascimento dos Santos “Bb” (graduada em Engenharia Civil pela UJ)
por não me fazer desistir, por estar junta até quando nos separamos, Edsângela Thalita
Passos Barreto “Ed” (graduada em Enfermagem pela UFBA) por estar comigo em todos os
momentos e Ivana Correira de Carvalho “Srta. ” (gerente de Spa em um Ecoresort), por me
apoiar sempre e me ensinar a sonhar alto. Meus sinceros agradecimentos por estarem juntas
comigo desde do início.

Agradeço em especial ao meu querido professor André Jordão de Lima “Prof.” (Me.,
Engenheiro Civil) por todos conhecimentos compartilhados, mensagens de texto nas
madrugadas, vídeos chamadas constantes e “puxões de orelha”, não somente como
orientador, mas como professor e amigo.

Por fim, a todos que estiveram presente nesses últimos 5 anos e me ajudaram a
alcançar esse objetivo tão almejado. Hoje, sinto-me mais leve por ter realizado mais um
sonho. Serei grata por toda eternidade. Amo todos vocês!
ERICA MOREIRA DE ASSIS

Você também pode gostar