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PATOLOGIAS DE CORROSÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO


POR ATAQUES DE CLORETOS APLICANDO A MATRIZ DE GUT: Estudo de caso
no Açougue Público de Caicó-RN.1

Aleanny Batista de Araújo2


Hédyla Clarisse Nunes da Costa Araújo3
Fernando Barcelos Marcolino de Souza4

RESUMO

A existência de patologias em estruturas de concreto armado é muito comum no


setor da construção civil. Nos dias atuais, esse método de produção se tornou o mais
utilizado em determinadas regiões, mas apesar de todo cuidado que se faz
necessário para essa produção, ainda nos deparamos com alguns problemas em
peças estruturais de concreto armado, no qual se tem origem em diferentes fontes.
Sendo assim, evidenciando o aparecimento de manifestações patológicas em
estruturas de concreto armado, o presente artigo refere-se aos ataques nessas
estruturas, produzida por cloretos, comprovando sua relação no que remete-se a
durabilidade e resistência, considerando os diversos tipos de influência no seu
aparecimento, seus sintomas e consequentemente, além da busca por identificar as
causas, analisando todo o desenvolvimento do processo corrosivo e por fim,
diagnosticando o devido tratamento para essas patologias. Todo esse levantamento
será evidenciado no estudo de caso in loco no Açougue Público de Caicó-RN,
evidenciado o contato direto do cloreto com a estrutura, sendo elaborado um
levantamento das medidas preventivas para o não aparecimento da manifestação,
aplicando a MATRIZ DE GUT com índice avaliativo de gravidade, buscando
informações precisas nas análises fundamentadas em bibliografias pertencentes
aos assuntos relacionados a patologia em questão, desde o seu estágio inicial ao
mais avançado, com isso tornando-se viável a aplicação das formas de resolução
que serão encontradas.
Palavras Chave: manifestações patológicas; processo corrosivo; estruturas.

1
Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.
2
Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – aleannyaraujo22@gmail.com 3
Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – dylaclarisse@gmail.com 4 Mestre em
Engenharia Mecânica.
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CORROSION PATHOLOGIES IN REINFORCED CONCRETE STRUCTURES


DUE TO CHLORIDE ATTACKS APPLYING THE GUT MATRIX: A case studyat
the Public Butcher Shop in Caicó-RN

ABSTRACT

The existence of pathologies in reinforced concrete structures is very common in


the civil construction sector. Nowadays, this production method has become the
most used in certain regions, but despite all the care that is necessary for this
production, we still face some problems in structural parts of reinforced concrete,
which originate in different sources. Thus, evidencing the appearance of
pathological manifestations in reinforced concrete structures, this article refers to
the attacks on these structures, produced by chlorides, proving their relationship
in terms of durability and resistance, considering the different types of influence
on the its appearance, its symptoms and consequently, in addition to the search
for identifying the causes, analyzing the entire development of the corrosive
process and finally, diagnosing the proper treatment for these pathologies. All this
survey will be evidenced in the case study in loco at the Public Açougue de
CaicóRN, showing the direct contact of the chloride with the structure, being
elaborated a survey of the preventive measures for the non-appearance of the
manifestation, applying the GUT MATRIX with index evaluation of severity,
seeking accurate information in analyzes based on bibliographies pertaining to
subjects related to the pathology in question, from its initial stage to the most
advanced, thus making it feasible to apply the forms of resolution that will be
found.
Keywords: pathological manifestations; corrosive process; structures.
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1 INTRODUÇÃO

O concreto quando comparado a outros materiais estruturais se


caracteriza por ser o mais utilizado em diversas situações por sua versatilidade
e propriedades apresentadas, seguido pela resistência dos mesmos a diferentes
ambientes e temperaturas. Por ser um material altamente difundido, o concreto
armado tem sido utilizado nos mais variados tipos de meio ambiente.
Com isso, faz-se necessário a execução de obras duráveis de acordo com
a agressividade a qual elas estão expostas, além de resistir adequadamente às
solicitações mecânicas, ou seja, esforços de tração e compressão. Entretanto,
apesar das grandes vantagens que possui, alguns problemas têm sido
detectados com relação à sua durabilidade.
O concreto chegou a ser considerado durante muito tempo como um
material com vida útil quase que infinita, com tudo, no último século vem
apresentando-se com uma deterioração cada vez mais precoce, sempre
acompanhada de altos custos de recuperação.
Dentre as patologias que mais provocam danos ao concreto estar à
corrosão das armaduras, que implica em um processo de deterioração da fase
metálica existente, gerando uma crescente perda de seção de barras e a
formação de produtos expansivos que invariavelmente fissuram o concreto,
sendo um processo evolutivo, ou seja, que tende a ser agravar com o passar do
tempo. (BASTOS, 2019).
Trataremos o cloreto como principal agressor do ambiente no qual será
explanado, tendo em vista que o local se trata do açougue público de Caicó-Rn
onde buscaremos identificar, tratar e buscar maneiras prevenção a essa
agressividade.
A importância desse artigo é baseada no fato de haver uma necessidade
de maior entendimento e esclarecimento dos efeitos da corrosão de armaduras
do concreto armado, pela ação dos cloretos.
Objetiva-se analisar a influência de fatores naturais no processo corrosivo
das armaduras no concreto armado por meio de cloretos, assim como aborda os
seus sintomas, a forma de diagnosticá-los, tratamentos e a profilaxia adotada
para preveni-las.
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Utilizou-se uma metodologia qualitativa que estrutura embasamento


teórico ao tema abordado, observando uma revisão bibliográfica que se expande
por artigos, livros e normas que objetivam um aprofundamento aos critérios
citados do presente relatório. Sendo assim, buscou-se artigos que se
aprofundem a temas como: corrosão de armaduras, durabilidade do concreto,
tratamento e prevenção de corrosão de amaduras em concreto armado pela
ação de cloretos.
Além dos métodos de pesquisa utilizados, buscou-se aprofundar-se ao
estudo de caso onde apresenta-se no ambiente do Açougue público de CaicóRN,
aplicando o teor de gravidade de sua degradação pela MATRIZ DE GUT.
Portanto, numa linguagem bem facilitadora, busca-se explanar o processo
de corrosão em estruturas de concreto armado de forma básica e simples,
apresentando as suas causas, resoluções e prevenções, buscando formas de
resolução para os problemas de forma coesa e eficaz para as demandas dos
processos no setor da construção civil.

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

O concreto armado é caracterizado por uma estrutura que utiliza


armações feitas de barras de aço em conjunto com a ação do concreto. A
aplicação do aço em conjunto com o concreto busca uma resistência mais eficaz
aos esforços de tração e compressão, tornando assim a edificação mais
resistente.
Segundo a NBR (6118:2014), os elementos de concreto armado são
aqueles que se comportam estruturalmente e dependem diretamente da
aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos
iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência.
Devido a essa junção do concreto com as armaduras, chega-se ao
concreto armado, esse conseguindo obter maior resistência aos esforços de
tração e compressão, além de maior eficiência as ações que os agentes
corrosivos que promovem na estrutura ao longo do tempo.
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O concreto armado alia as qualidades do concreto (baixo custo,


durabilidade, boa resistência à compressão, ao fogo e à água) com as
do aço (ductilidade e excelente resistência à tração e à compressão),
o que permite construir elementos com as mais variadas formas e
volumes, com relativa rapidez e facilidade, para os mais variados tipos
de obra. (Bastos, 2019, pág.1)

As estruturas de concreto armado se tornaram imprescindíveis no


processo de produção no setor da construção civil, trazendo um teor maior de
resistência, eficiência e durabilidade as etapas e finalizações de uma obra.

Devido às suas interações com o ambiente no qual estão expostas, as


estruturas de concreto sofrem alterações que podem, com o passar do
tempo, comprometer a sua estabilidade e a sua funcionalidade. O
concreto armado tem sido utilizado como principal material de
construção, superando o aço e, principalmente, o bloco cerâmico (ou
tijolo) e a madeira. Um dos fatores que levaram a essa preferência do
setor construtivo foi a maior durabilidade dos componentes, uma vez
que o aço estaria protegido do ambiente externo e, consequentemente,
de uma agressividade mais intensa. (Ribeiro, 2018, pág. 32).

Com a atuação do concreto armado nas estruturas, os níveis de ductilidade


diminuíram consideravelmente. As deformações que anteriormente eram mais
presentes nas estruturas a tempos atrás, hoje em dia são mais facilmente
sanadas pela utilização dessa prática.
A estruturação que é utilizada para a junção do aço com o concreto, proporciona
uma segurança no resultado onde o mesmo vem trabalhando para que o
cobrimento do concreto seja adequado, ficando protegido de corrosão, bem
como quando submetido a elevadas temperaturas provocadas por incêndio.
(BASTOS 2019).
A execução em concreto armado requer um cuidado com a aderência que
será atingida pelo aço ao concreto, buscando uma maior uniformidade na
finalização do processo, fazendo com que a estrutura seja finalizada, evitando as
famosas fissuras. (BASTOS 2019).
A figura 1 traz um exemplo numa visão simplificada de como o concreto
armado proporciona maior resistência a uma determinada estrutura. É possível
identificar como funciona a aplicação das armaduras para reduzir
consideravelmente as tensões de tração e compressão.
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Figura 01: Viga de concreto: a) sem armadura; b) com armadura.

Fonte: BASTOS, 2019

Para a aplicação precisa das necessidades estruturais do projeto, o engenheiro


civil responsável pelo projeto estrutural determina como serão dimensionadas as
armações de ferro para a formação segura da estrutura através do cálculo
estrutural utilizando softwares específicos para tal função que permitem uma
maior assertividade.

2.1.1 Durabilidade das estruturas de concreto armado

De acordo com a NBR (6118:2014) - as estruturas de concreto devem ser


projetadas e construídas seguindo à risca condições ambientais previstas na
época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto
conservem sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o período
correspondente à sua vida útil.
Um dos assuntos mais preocupantes, estudado e discutido no ramo da
construção civil nas últimas décadas, é a durabilidade das estruturas em
concreto armado. No intuito de se executar uma estrutura durável atualmente,
se tem feito um aprofundamento significativo nos estudos e pesquisas.
Além de considerarmos os materiais que compõem a formação de uma
estrutura, a execução adequada é fator primordial para proteção de uma
determinada edificação, principalmente em se tratando de cobrimento de
armaduras, ou seja, uma viga ou pilar má executado, pode comprometer sua
resistência estrutural.
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O concreto atua como uma barreira física que o separa do meio


ambiente e, devido a sua elevada alcalinidade, permitindo a formação
da chamada camada de passivação. Esta camada protetora consiste
em uma película fina de óxido de ferro (𝐹𝑒2𝑂3) na superfície do aço
logo após o início da hidratação do cimento. (Brito, 2017. Pág. 28).

O meio ambiente funciona também como fator de desgaste constante, por


exemplo, nos dias atuais vivenciamos um momento de muita poluição,
principalmente nos grandes centros urbanos. Sendo assim, a camada protetora
que o concreto permite a armadura é essencial para uma vida útil de qualidade
e segurança, interferindo diretamente no que diz respeito a sua durabilidade da
mesma.
A armadura de concreto, convenientemente projetada e disposta,
minimiza problemas estruturais, atuando de forma a restringir as aberturas das
fissuras a valores aceitáveis, prescritos pelas normas de modo a não permitir a
entrada de água e de agentes agressivos, e não prejudicar a estética e a
durabilidade da estrutura. (BASTOS, 2019).
Segundo Bastos (2019), ações como carbonatação e despassivação por
ação de cloretos também são mecanismos de deterioração de armaduras, onde
a carbonatação é proveniente das reações químicas entre o gás carbônico
presente na atmosfera e a ação por cloretos consiste na ruptura local da camada
de passivação, causada por elevado teor de íon-cloro.
Seguindo os parâmetros já citados, as estruturas de concreto armado
atuais estão cada vez mais vulneráveis ao aparecimento precoce de alguma
manifestação patológica, sendo assim, é necessária uma avaliação criteriosa a
funcionalidade e utilidade da edificação ao longo prazo, o importante não é que
estrutura dure uma eternidade, e sim que conserve suas características originais
pelo tempo de sua utilização a qual foi projetada.
Com isso, a corrosão se encaixa na lista das manifestações patológicas
mais frequentes, oscilando em sua agressividade pela região onde se apresenta,
juntamente com má execução construtiva. Como causa disso, as fissuras podem
acontecer, provocando tensões internas intensificadas pela corrosão de
armaduras.
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2.2 CORROSÃO DE ARMADURAS POR ÍONS CLORETOS

A corrosão é caracterizada pela deterioração de um material geralmente


metálico, sendo por ação química ou eletroquímica, usando ou não dos esforços
mecânicos, resultando na degradação do mesmo, além de danificar sua
funcionalidade e segurança. (RIBEIRO, 2019).

Quando o metal retorna ao seu estado de origem ou natural, acontece


através de um processo chamado de oxidação, o fenômeno da
corrosão, sendo esse uma reação espontânea. Ocorre uma redução da
energia, levando a uma destruição paulatina do metal. (Revista de
Engenharia e Pesquisa Aplicada, PE. 2017. Pág. 79).

Na sua generalidade, em relação à ferragem do concreto armado, pode


se definir que a corrosão acontece no mesmo como um processo eletroquímico
que tem como consequência a deterioração do aço, causando a redução de sua
resistência. (RIBEIRO, 2019).
Trazendo a característica da corrosão para a realidade da construção civil,
mais precisamente para as estruturas de concreto armado, impacta diretamente
na segurança da edificação.

O concreto que envolve a armadura de aço, quando executado sem os


devidos cuidados, pode não funcionar como uma barreira perfeita,
permitindo que os vergalhões de aço sofram ataque de íons agressivos
ou de substâncias ácidas existentes na atmosfera. Os principais
agentes responsáveis pela corrosão são: o dióxido de carbono (CO2)
e os cloretos (Cl-). (Ribeiro, 2018. Pág. 124.)

Segundo Arivabene (2015), a corrosão de armaduras pode ser influenciada por


diversos fatores, sendo eles:
• Cobrimento insuficiente da armadura;
• Concreto poroso;
• Existência de anomalias no concreto;
• Utilização de adesivos a base de cloretos e outros agentes químicos;
• Ataque externo de cloretos e outros agentes químicos;
• Outros.
De acordo com Esteves (2021) e Sousa (2021), as ações de corrosão por
cloretos têm maior incidência em estruturas localizadas em ambientes
agressivos, como estruturas próximas ao mar ou áreas industriais, ou seja,
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quando, devido à maior presença de cloreto, o concreto tende a reter mais


umidade, aumentando o risco de corrosão, diminuindo a resistividade elétrica do
mesmo.
A degradação de armaduras por ação dos cloretos é um problema tanto
econômico quanto para a segurança da construção e para que ocorra a corrosão
pela ação dos cloretos faz-se necessário:
• Existir uma diferença de potencial entre dois pontos da armadura, possibilitando o
flúor de elétrons (formação da pilha eletrolítica)
• Umidade do concreto elevada para garantir a existência de um eletrólito 
Presença de oxigênio, possibilitando a reação catódica.
• Ocorra o rompimento da camada passiva da armadura, podendo ser pela ação de
íons de cloreto ou pela carbonatação do concreto.
Algumas consequências estruturais aparentes são provocadas pela
corrosão da armadura em concreto armado em sua maioria, sendo elas: A perda
de seção transversal da armadura e diminuição da sua resistência mecânica, a
formação de óxidos e hidróxidos incorporadores de moléculas de água, o que
gera uma expansão, resultando em fissuração e desplacamentos da camada de
cobrimento.
Os dois tipos de corrosão química mais conhecida são a corrosão
eletroquímica e a oxidação direta. Na corrosão por oxidação direta apresenta-se
um tipo de corrosão química, caracterizado pelo estabelecimento de uma reação
química direta entre o metal e o agente agressivo, sem que haja deslocamento
de elétrons, ocorrendo uma reação de oxidação. (ARIVABENE, 2015).
Já a corrosão eletroquímica é resultado da formação de pilhas, devido à
presença de um eletrólito na superfície das barras ou no concreto que envolve a
estrutura. O produto formado por essa corrosão são os óxidos e hidróxidos de
ferro, de coloração avermelhada e pulverulenta. (BRITO, 2017).
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2.2.1 Ataques por cloretos em estruturas de concreto armado.

Trazendo o cloreto como principal agente corrosivo e seguindo o


raciocínio de Bandeira (2022):

Os íons cloreto, presentes numa estrutura de concreto, são uma das


principais causas de corrosão da armadura agindo tanto no início como
na continuidade do processo de corrosão da armadura, podendo
penetrar na massa concretícia a partir do ambiente externo. (Bandeira,
2022. Pág. 56).

O processo de corrosão por cloretos na ferragem do concreto armado


acontece com o desgaste da estrutura, abalando sua resistência. A inicialização
do processo corrosivo está ligada a qualidade do concreto de cobrimento e a
agressividade do ambiente, ou seja, se considerarmos uma bancada com
contato direto com o cloreto de sódio, por exemplo, possivelmente essa estrutura
irá sofrer um processo de corrosão mais acelerado.

O concreto armado presente nas estruturas em grande parte, tem uma


característica intrínseca que é de proteção à armadura que lhes
confere a resistência aos esforços de tração. Mas para que essa
proteção aconteça a contento, é necessário conferir ao concreto
qualidades que não permita ou pelo menos diminua as ações dos
agentes externos inseridos no meio ambiente. (Bandeira, 2022. Pág.
111).

O cloreto presente em estruturas de concreto armado com cobrimentos


pouco espessos, pode acelerar o processo de corrosão de armaduras, bem
como, sua utilização em peças estruturais próximas a correntes elétricas de alta
tensão é totalmente desaconselhada, pois isso pode resultar em uma corrosão
eletrolítica.
Sendo assim, os cloretos são vistos como um dos maiores causadores de
corrosão na área da construção civil, responsáveis por danos leves e mais
severos nas estruturas em concreto armado, é que eles são os principais
agentes despassivadores de armadura, ou seja, são os maiores responsáveis
pelo maior número de casos de corrosão de armaduras.
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2.2.2 Formas de incorporação dos cloretos no concreto

Conforme Bandeira (2022), que um fator determinante é o contato, ou


seja, como acontece a penetração ou união do cloreto ao concreto para que seja
possível analisar o grau de agressividade.
Pode-se determinar que essa introdução acontece, em sua maioria,
durante a fabricação do concreto ou utilização da estrutura em dois casos
distintos, ou seja, no momento de sua fabricação ou mistura, eles podem ser
introduzidos na utilização de aditivos aceleradores e em agregados
contaminados, além desses fatores, eles podem ser inseridos através do uso da
água do mar como água de amassamento na ausência de água potável.
(BANDEIRA, 2022).
Já na estrutura pronta eles podem ingressar principalmente em ambientes
marinhos, no uso de sais de degelo, em ambientes fabris e ou industriais, tais
como depósito de fertilizantes e fábricas de celulose, bem como na simples
limpeza, mesmo que involuntariamente no uso de ácido muriático contendo ácido
clorídrico na sua substância.

2.2.3 Reações dos cloretos no concreto

Seguindo o pensamento de Comim; Estacechen (2017):

Pode-se afirmar que na maioria dos casos, os mecanismos de


transporte, que levam ao movimento e a concentração iônica dos
cloretos no concreto, são a absorção capilar e a difusão iônica. A
absorção capilar geralmente é o primeiro passo para a penetração de
íons de cloreto na superfície do concreto, onde um exemplo seria a
névoa salina em contato com a estrutura. (Comim; Estacechen; 2017.
Pág. 40).

Se considerarmos o contato direto com a base da estrutura do concreto,


parte dos cloretos irá penetrar na edificação, culminando num efeito da ação
agressiva que permite, juntamente com o desgaste do tempo e a falta de
manutenção, a deterioração da estrutura.
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Segundo CRAUSS (2010), o processo eletroquímico caracteriza-se


devido a formação de células de concentração, ocorrendo uma despassivação
do aço, acarretando as reações anódicas e catódicas.
• A reação anódica (oxidação): ocorre na área anódica (região menos
nobre) e se caracteriza pela corrosão ou desgaste do elemento metálico.
• A reação catódica (redução): ocorre na área catódica (região mais nobre),
que recebe os elétrons gerados anodicamente, levando à redução de
espécies oxidantes presentes no meio corrosivo.
Com isso, é importante que se identifique as ações dos cloretos em uma
estrutura afetada, pois como já citado, parte dos componentes podem ficar
disponíveis para reações danificando assim a resistência da edificação. A
identificação do teor total de cloretos, também é útil em avaliações para se
estimar o grau de contaminação do concreto. (COMIM; ESTACECHEN, 2017).
Sendo assim, chega-se à visão de que os fatores que influenciam a
penetração do íon de cloreto no concreto, vão sendo desencadeados por
diversas situações, desde a sua produção, relacionando água/cimento, cura do
concreto, até o estado de carbonatação do concreto. Esses fatores são
predominantes para as precauções com as fissuras, juntamente com a
temperatura do ambiente, pois ambos também influenciam na velocidade de
penetração dos cloretos no interior do concreto.

3 METODOLOGIA

Para a elaboração do projeto científico em questão, utilizou-se pesquisas


bibliográficas para obtenção de dados onde busca-se explanar como acontece
as ações de corrosão em armaduras nas estruturas de concreto armado por
ataques de cloretos, identificando os sintomas causados por essas ações,
diagnosticando as principais patologias e suas causas, como devem ser
realizados os tratamentos para resolução dos problemas de agressão as
armaduras, além de determinar ações preventivas.
Além do processo de pesquisa com embasamento teórico dos temas
citados, fez-se um estudo de caso no Açougue Público de Caicó-RN, onde
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aplicou-se os índices de análise da MATRIZ DE GUT, que é uma ferramenta que


agiliza o processo de priorização de problemas, buscando identificar a gravidade
existente no local devido ao uso do cloreto em contato direto com a estrutura de
concreto armado, primordialmente, nas bancadas onde acontece o manuseio
das atividades desenvolvidas rotineiramente.
O estudo evidencia as patologias nas estruturas de concreto armado do
açougue público, observa-se a degradação da mesma pelo possível ataque dos
íons cloretos de NaCl (cloreto de sódio) presentes no ambiente e pela falta de
manutenção periódica; visto que, esse elemento é utilizado para o preparo das
carnes que ali estão para à venda.
O propósito é de identificar e analisar como acontece o processo de
corrosão nas armações das estruturas de concreto armado, buscando também
a viabilização das ações preventivas que são possíveis para minimizar danos e
chegar à resolução dos problemas de corrosão criadas por cloretos, trazendo
embasamento teórico para tratar dos assuntos citados no presente artigo.

4 RESULTADOS

4.1 ESTUDO DE CASO NO AÇOUGUE PÚBLICO DE CAICÓ-RN APLICANDO


A MATRIZ DE GUT

Os pilares e bancadas examinados apresentavam uma porosidade


evidente no concreto, como aparecerá nas figuras publicadas neste artigo, 1, 2,
3, 4, 5 e 6 , podendo ter sido falha na execução, o que facilitou a penetração dos
agentes agressores causadores de dano a estrutura, tanto ao concreto como ao
aço, dessa forma, é notório observar a despassivação do aço e o desplacamento
do concreto nessas estruturas, causados por fortes agentes oxidantes, a
salinidade em conjunto com a água, que são utilizados pelos açougueiros no
exercício do trabalho, e sendo esses, responsáveis pela corrosão das
armaduras, ocasionando uma redução da vida útil e da beleza dessas
estruturas.
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Figura 1: Parte inferior das bancadas com despassivação do aço e


desplacamento do concreto aparente.

Fonte: (Feita in loco no açougue público de Caicó)

Figura 2: Parte superior da bancada onde acontece o preparo das carnes com
a utilização do NaCl.

Fonte: (Feita in loco no açougue público de Caicó).


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Figura 3: Estrutura de concreto em oxidação provocando o desplacamento do


concreto.

Fonte: (Feita in loco no açougue público de Caicó).

Figura 4: Visão aproximada da figura 3.

Fonte: (Feita in loco no açougue público de Caicó)


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Figura 5: Desplacamento do concreto em pilar.

Fonte: (Feita in loco)

4.2 MATRIZ DE GUT

Nesta análise, será utilizado a MATRIZ DE GUT para classificar o grau de


gravidade e urgência de reparação nas peças estruturais deste ambiente com
finalidade de solucionar toda a problemática e propor melhorias para o local.
MATRIZ DE GUT, popularmente conhecida como matriz de prioridade é
uma ferramenta do setor de qualidade que objetiva estabelecer uma priorização
de gravidade e execução considerando a importância de resolução, baseando-
se em categorias ou critérios predefinidos. (ISHIDA; OLIVEIRA, 2019)

A Matriz Prioridade, também conhecida como Matriz GUT, é uma matriz


de priorização de ações, essa ferramenta consiste em analisar a
gravidade, a urgência e a tendência dos problemas enfrentados, utiliza
esses parâmetros para orientar em toda a tomada de decisão e com
isso definir suas prioridades. (ISHIDA; OLIVEIRA, 2019. Pág, 10).
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Na tabela abaixo evidencia-se como dar-se a Matriz de Priorização com os


indicativos de gravidade.
GUT- Gravidade, Urgência e Tendência

Fonte: ISHIDA; OLIVEIRA, 2019. Pág. 10.

Assim, com o objetivo de fornecer algumas das ferramentas e técnicas


que são úteis para a gestão da qualidade de bens e serviços, o conhecimento
desses métodos tem se tornado cada vez mais importante para as organizações,
engenheiros e demais profissões engajadas no setor de qualidade e
produtividade.
Aplicando-a no estudo citado, com base na tabela de priorização de GUT,
a gravidade da problemática de 1 a 5 e com nível máximo de 5x5x5= 125 (grau
de gravidade), tem-se o grau 3, sendo ela grave, urgente e vai piorar em médio
prazo; pois as peças estruturais estudadas, na sua maioria, apresentam o
desplacamento do concreto devido à forte corrosão das armaduras. Portanto
como foi atribuído, o resultado 3 para cada um desses aspectos, tem se a
multiplicação das notas de cada classificação (G x U x T) e na sequência terá
grau da patologia classificada, 3x3x3= 27 (nível de gravidade), ou seja, uma
disfunção que precisa ser reparada, porém, não traz riscos aos seus usuários a
curto prazo.
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4.3 TRATAMENTO

O tratamento de corrosão de armaduras é delicado e necessita de mão de


obra especializada, consistindo-se basicamente de três etapas o qual será
explicado nos próximos parágrafos.
Segundo Miotto (2010), é importante à realização de estudos que buscam
avaliar, caracterizar e diagnosticar a ocorrência de danos em edificações, pois
são fundamentais para o processo de produção e uso das edificações; permitem
conhecer ações eficientes para atenuar a ocorrência de falhas e problemas, o
que tende a melhorar a qualidade geral das edificações e otimizar a aplicação
dos recursos.
No primeiro passo é efetuada a limpeza rigorosa e o apicoamento de todo
o concreto solto e ou fissurado, inclusive das camadas óxidos/hidróxidos das
superfícies das barras. Prosseguindo com o processo, é feita uma análise
criteriosa de uma possível redução na seção transversal das armaduras
atacadas. Essa análise é feita através de ensaios comparativos de resistência
entre as peças sadias e as mais atingidas, vale salientar que é preciso verificar
a viabilidade de todo esse processo. Se preciso substituir por novas armaduras
longitudinais e novos estribos. Se verificado a necessidade de solda, esta deve
ser feita a base eletrodos, controlando-se o tempo e a temperatura, no intuito de
não efetuar mudança na estrutura original da armadura (HELENE, 1997).
Depois das armaduras tratadas, é feita a reconstrução do cobrimento das
mesmas, esse procedimento deve ser feito de preferência com concreto bem
adensado. Esse novo cobrimento tem várias finalidades: impedir que novos
agentes agressivos penetrem na armadura, como também a umidade, recompor
a área da seção original do concreto, como também, facilitar um meio que se
possa garantir a manutenção da capa passivadora no aço (HELENE,1997).
São vários os métodos e materiais utilizados na execução desse novo
cobrimento, dentre eles podemos citar: concreto projetado com espessura
mínima de 50mm, adesivos a base de epóxi para união do concreto velho com o
novo, concretos e argamassas poliméricas obtidas através de resina epóxi ou
metil metacrilato, concretos e argamassas especiais para grauteamento como
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também concretos e argamassas comuns, bem proporcionais com baixa relação


água/cimento (HELENE, 1997).
É importante destacar que o método mais comum é o recobrimento das
armaduras com uma fina camada de resina epóxi, pois devido a sua
impermeabilidade aos cloretos, este método apresenta ser uma ótima opção e
uma solução bastante durável. As desvantagens são o seu elevado custo e
existência de dúvidas sobre o seu comportamento em relação ao seu contato
com o fogo (ANDRADE, 1992).
Por fim, cabe salientar que mesmo ocorrendo melhorias significativas das
técnicas construtivas, emprego da compatibilidade dos projetos e capacitação
da mão de obra, pode continuar aparecendo manifestações patológicas nas
edificações por outros motivos, por isso, deve ser implementado um programa
eficiente de inspeção/manutenção constante para assegurar a durabilidade das
construções (MIOTTO,2010).

4.4 PROFILAXIA

Segundo (SOUZA & RIPPER, 1998), para que não haja a corrosão de
armaduras em concreto armado é necessário e suficiente que: os agentes
agressivos e principalmente os cloretos não atinjam a armadura, e o pH do
concreto seja claramente indicador de solução básica (carbonatação
controlada).
Os mesmos autores ainda afirmam que, para que esses parâmetros sejam
seguidos, é necessário que se execute um concreto compacto, com fissuração
controlada, e que sua espessura física e camada de cobrimento das armaduras
sejam dimensionadas de acordo com a agressividade do meio ambiente e o
estado de tensão da peça.
Alguns aspectos podem contribuir para a redução da possibilidade da
ocorrência de corrosão nas barras da armadura, como o controle da porosidade
e da permeabilidade do concreto, a escolha correta das bitolas das barras da
armadura principal, o detalhamento correto, a criteriosa execução das peças, a
manutenção da peça sob estado de tensões de serviço dentro dos limites
estabelecidos regularmente e a proteção adicional das superfícies do concreto
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por pintura. É bom que fique claro que o processo de corrosão não acontecerá
em concretos secos e nem saturados, no primeiro caso em virtude da falta de
um eletrólito e no segundo por falta de oxigênio (SOUZA & RIPPER, 1998).

4.5 ADITIVOS INIBIDORES DE CORROSÃO

Com a finalidade de bloquear a atividade da reação anódica ou catódica,


ou ambas juntas, tem-se inibidores que irão intervir nessas reações de forma que
serão inseridos no concreto na água de amassamento, devendo ser ativas em
meio alcalino como o concreto, não alterando suas propriedades físicomecânicas
(ANDRADE, 1992)
De acordo com (ANDRADE, 1992) várias substâncias orgânicas vêm
sendo ensaiadas como inibidoras no concreto, são elas: dicromato potássico,
cloreto estanhoso, cromato de zinco ou chumbo, hiposfofito cálcitico, benzonato
sódico, estilanilina e nitrito sódico e cálcico. Em virtude da sua compatibilidade
com o concreto e eficácia, o nitrito de cálcico é o mais aceito.
As vantagens desses aditivos é de serem utilizados como qualquer outro
aditivo e não necessitando de manutenção, por outro lado dependendo da
incidência de cloretos vindos do exterior, a quantidade de inibidor não será
suficiente para conter sua ação, o que pode ocasionar em uma corrosão
(ANDRADE, 1992).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A correta utilização dos materiais, juntamente com a adequada execução


dos serviços na confecção de estruturas em concreto armado, pode evitar o
surgimento prematuro de sintomas patológicos. Se tratando de corrosão a
mesma só acontece quando sua principal proteção, o cobrimento, é executado
de maneira errada se tornando insuficiente na inibição de agentes agressivos.
Com isso cabe aos envolvidos no processo a fiel observância da correta
execução do serviço, evitando assim possíveis problemas futuros.
Principalmente em obras que recebem bastante salinidade a corrosão do
aço é o principal fenômeno de manifestações patológicas, sendo bastante visível
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no seu surgimento por ser um fenômeno expansivo, tornando-se desagradável


para a aparência estética da peça estrutural. Essa facilidade de observância, é
importante para tomada mais rápida de recuperação e proteção.
De uma maneira geral, é importante que se faça uma recuperação na
estrutura adequada e com uma mão de obra especializada, evitando assim um
novo surgimento da patologia. O perfeito processo se dá com a identificação das
causas, para que elas sejam resolvidas antes de qualquer procedimento de
recuperação.
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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Carmen. Manual para diagnóstico de obras deterioradas por


corrosão de armadura. 1.ed, São Paulo: Pini, 1992.

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2014.

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da influência do revestimento argamassado no ataque de cloretos às estruturas
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e Engenharia de Materiais) - Programa de PósGraduação em Ciência e
Engenharia de Materiais, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Universidade
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Paulista UNESP - Campus de Bauru/SP - Departamento de Engenharia Civil e
Ambiental. Bauru-SP, 2019.

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superior. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa – PB. 2017.

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INICIAÇÃO CIENTÍFICA - ISSN 21-76-8498 (toledoprudente.edu.br).
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