Você está na página 1de 13

Aderência e ancoragem das armaduras passivas

Leonardo Cavalcante de Albuquerque – leoquerque@hotmail.com

Projetos de Estruturas. Fundações e Pontes

Dalmass Escola de Líderes/Cambury

Goiânia, Goiás, 25 de janeiro de 2024.

Resumo

Neste artigo, iremos abordar de maneira completa e simplificada, sobre a


relação entre o concreto e aço em uma estrutura de concreto armado, na qual,
em uma situação hipotética, o melhor resultado para uma resistência máxima da
peça, seria a perfeita fusão entre as superfícies de contato do concreto e aço,
gerando uma estrutura tendenciosamente indestrutível. Porém, como não é
possível tal situação, abordaremos os atuais parâmetros da construção civil,
para as aderências e ancoragens das armaduras existentes nos dias de hoje,
bem como as emendas da armadura entre si, onde este conjunto, afeta
diretamente na segurança de toda a edificação. Apenas uma falha nestes
processos, e a fragilidade do concreto com a ductilidade do aço, não irão impedir
o colapso. A aderência impede o deslize do aço, fortificando a transferência de
esforços entre aço e concreto. A ancoragem é a fixação do vergalhão ao
concreto, em casos onde haverá interrupção ou emenda do aço, em
comprimento suficiente para suportar as tensões na região.

Palavras-chave: Aderência; Ancoragem; Aço; Concreto; Esforços.

Abstract
In this article, we will cover in a complete and simplified way, the relationship
between concrete and steel in a reinforced concrete structure, in which, in a
hypothetical situation, the best result for maximum resistance of the piece would
be the perfect fusion between the elements. contact surfaces of concrete and
steel, generating a structure that tends to be indestructible. However, as this
situation is not possible, we will address the current parameters of civil
construction, for the adhesions and anchorages of existing reinforcement today,
as well as the reinforcement's amendments to each other, where this set directly
affects the safety of the entire structure. edification. Just a failure in these
processes, and the fragility of concrete with the ductility of steel, will not prevent
collapse. Adhesion prevents the steel from slipping, strengthening the transfer of
efforts between steel and concrete. Anchoring is the fixing of the rebar to the
concrete, in cases where there will be interruption or splicing of the steel, in a
length sufficient to withstand the tensions in the region.

Keywords: Grip; Anchoring; Steel; Concrete; Efforts.

1 Introdução
2

Na construção civil, ou até mesmo em qualquer área técnica profissional, de


forma abrangente, os processos que envolvem ideias, estudos, pesquisa,
ensaios, extração, confecção, projetos, execução, dentre outras etapas, devem
ser feitos com extremo detalhe, rigor e segurança, cujo objetivo final sempre
será a qualidade e confiabilidade do sistema envolvido. Na arquitetura e na
engenharia civil, devemos abordar da mesma maneira, aplicando desde a
extração dos minérios e minerais para a fabricação do cimento, ou aço, dentre
outras matérias primas, por exemplo, até a retirada das formas das estruturas de
concreto armado, independente do porte da edificação. Estes estudos, cálculos,
análises até a etapa da execução, bem como todos os profissionais envolvidos,
visam evitar colapsos e patologias na construção civil, e garantir uma
homogeneidade da estrutura, com o pensamento sempre na responsabilidade
social em primeiro lugar, preservando vidas e a integridade física e emocional
das pessoas envolvidas.
Tal segurança das estruturas de concreto armado na construção civil, é obtida
com o perfeito dimensionamento entre o concreto (inicialmente composto
basicamente por cimento, areia e brita) e o aço, nas suas dimensões, seções,
suas especificações (inclusive dos materiais básicos do concreto) e também
uma análise de todos os esforços envolvidos em uma peça, desde a fundação,
pilares, lajes, vigas, até a laje de cobertura, bem como ações externas naturais,
como vento, intempéries, clima, ou até regiões geográficas, de quaisquer lugares
do planeta.
Dentre os esforços envolvidos, em análises separadas, o concreto é apropriado
para esforços de compressão (sendo o principal ponto de análise para cálculos
estruturais) e o aço para esforços avançados de tração, e nesta análise inicial,
para suprir a resistência que o outro elemento não oferece, dois tipos de sistema
construtivo serão detalhados neste artigo, sendo eles a aderência e o outro a
ancoragem de armaduras, onde iremos apresentar seus tipos visando garantir a
melhor transferência possível de esforços entre os materiais envolvidos em uma
estrutura de concreto armado, que são o próprio concreto e o aço, designado
principalmente na sua forma em vergalhão. Importante ressaltar que mesmo as
propriedades de resistência serem diferentes, onde um suporta tração, e outro a
compressão, ambos os materiais suportam a propriedade de resistência do
outro, porém em escalas diferentes (o concreto limita-se somente ao esforço de
compressão), e também por isso a necessidade da solidária comunicação entre
concreto e aço.
Este assunto terá extrema relevância enquanto as estruturas de concreto forem
utilizadas, independente das tecnologias aplicadas para melhorias dos
processos construtivos e das resistências dos materiais, com o avanço
populacional e a necessidade constante principalmente das manutenções em
pontes, viadutos e outras estruturas de grande porte, públicas ou privadas,
submersas ou aéreas, vias, portos, aeroportos, residências, comerciais, etc.
Espera-se, com este artigo, a possibilidade da ampliação da visão e análise
técnica e o rigor em cada etapa construtiva, bem como a análise e solução de
patologias decorrentes do uso da estrutura, patologias estas decorrentes de
vibração estrutural, movimentação natural, vandalismo ou outros fatores
externos, haja vista que a popularidade comporta implicitamente o descaso da
mão de obra, onde a confiabilidade dos executores das estruturas de concreto
armado torna-se questionável.
3

2 Técnica de Armar as Estruturas de Concreto

Conforme dados de historiadores, os primeiros registros de moradias utilizando


tijolos de barro foram datados em 8000 a.C. Em 2000 a.C., já possuíam mais de
1 pavimento. Os primeiros registros de utilização de metais em construções
datam-se no Império Romano, que se data entre 27 a.C. a 476 d.C. O metal
mais utilizado no princípio, era o bronze. A associação do ferro com a pedra
natural modernamente aparece pela primeira vez na estrutura da Igreja de Santa
Genoveva, hoje Pantheon, em Paris, 1770). Segundo seu arquiteto, Jacques
Germain Soufflot, a intenção era de reunir nesta obra a leveza do gótico com a
pureza da arquitetura grega. Existindo poucas colunas na fachada, era
necessário executar grandes vigas capazes de efetuar a transferência das
elevadas cargas da superestrutura para as fundações. Com o senso admirável
de Rondelet foram executadas em pedra lavrada, verdadeiras vigas modernas
de concreto armado, com barras longitudinais retas na zona de tração e barras
transversais de cisalhamento. As barras longitudinais eram enfiadas em furos
executados artesanalmente nas pedras e os espaços vazios eram preenchidos
com uma argamassa de cal. Em um grande salto temporal, em meados de 1900
d.C. surgiram os primeiros edifícios com 10 ou mais pavimentos utilizando aço, e
a partir daí estudos e pesquisas foram cada vez mais aprofundados sobre a
relação concreto/aço.

Na visão de Péricles Brasiliense Fusco, de Ancoragens e Emendas das


Armaduras Passivas, (1995; p.137), “A existência do concreto armado
decorre essencialmente da solidariedade existente entre os seus
materiais componentes, o concreto e o aço. Essa solidariedade impede
que haja escorregamento relativo entre a armadura e o concreto que a
envolve, daí decorrendo peculiaridades de comportamento, próprias do
concreto armado. A solidariedade da armadura ao concreto e garantida
pela existência de uma certa aderência entre os dois materiais. Na
realidade, essa aderência é composta de diversas parcelas, que
decorrem de diferentes fenômenos que intervém na ligação dos dois
materiais. Esses fenômenos podem ser explicitados por meio de
diferentes ensaios.” (FUSCO, 1995,p.137).

Esta definição é tecnicamente e didaticamente comum dentre outros autores de


livros, outros artigos e estudos acadêmicos, por este motivo não há necessidade
de uma abordagem ou comparação profunda.

3 Metodologia

A metodologia do estudo do tema deste artigo baseia-se em 3 tipos de aderência


conhecidas: adesão, atrito e mecânica. Já a ancoragem, caracterizam-se como
retas, curvas. As emendas são geralmente feitas por barras retas.

3.1 – Aderência
3.1.1 – Aderência por adesão
4

Fig. 1 – Aderência por adesão

Essa parcela de aderência é constatada pela resistência a separação dos dois


tipos de materiais, quando se tenta separar um bloco concretado diretamente em
contato com uma placa de aço, Fig. (1).
Em virtude da ligação químico-física que se estabelece na interface dos dois
materiais durante as reações]es de pega do cimento, aparece uma certa
resistência de adesão, que se opõe à separação dos dois materiais.

3.1.2 – Aderência por atrito

Fig. 2 – Aderência por atrito

Realizando o ensaio de arrancamento de uma barra de aço parcialmente


mergulhada no concreto, Fig. 2, verifica-se que a força de arrancamento é
significativamente superior aos limites que podem ser previstos a partir da
resistência obtida no ensaio anterior.
Os ensaios realizados sugerem que esse acréscimo de aderência seja devido a
forças de atrito existentes entre os dois materiais. Essas forças de atrito
dependem do coeficiente de atrito entre o aço e concreto, o qual é função da
rugosidade superficial da barra, e decorrem da existência de uma pressão
transversal exercida pelo concreto sobre a barra, em virtude de sua retração. A
presença da barra inibe parcialmente as deformações de retração do concreto,
daí surgindo a pressão transversal que provoca o acréscimo de aderência.
Nas barras curvas, sob a ação de forças de tração, surgem elevadas pressões
de contato pelo que o atrito pode ser particularmente intenso, favorecendo-se
assim a solidarização dos dois materiais. Da mesma forma, uma compressão
transversal externa aumenta a capacidade de aderência por atrito. Essa situação
é usualmente encontrada nos apoios diretos das vigas.
5

3.1.3 – Aderência mecânica

Fig. 3 – Aderência mecânica

Uma terceira parcela de aderência é decorrente da presença de saliências na


superfície da barra. Essas saliências funcionam como peças de apoio,
mobilizando tensões de compressão no concreto, Fig. 3.
Nas chamadas barras de alta aderência, essas saliências são dispostas
intencionalmente ao longo da superfície da barra. A solidariedade dessas barras
ao concreto é baseada essencialmente na aderência mecânica resultante das
saliências, as quais caracterizam a conformação superficial das mesmas.
Note-se que o efeito de aderência mecânica também esta presente nas
chamadas barras lisas, em virtude das irregularidades superficiais inerentes ao
processo de laminação. Esse fato pode ser constatado por meio de ensaios
comparativos de arrancamento de barras ensaiadas no estado como laminado e
de barras torneadas e polidas. Nas barras lisas, a aderência mecânica e a
aderência por atrito praticamente se confundem.

3.2 – Ensaio de arrancamento

A determinação da resistência de aderência, tendo em vista a ancoragem das


barras de aço, é classicamente feita por meio do ensaio de arrancamento. O
comportamento teórico das tensões de aderência em um ensaio desta natureza
está mostrado na Fig. 4.

Fig. 4 – Ensaio de arrancamento

Sob a ação da força de tração Ft, na barra age uma tensão αs (steel), sendo
mobilizadas tensões de aderência Tb (bond). A tensão αs diminui à medida que
6

se consideram seções mais afastadas do ponto de entrada da barra de aço no


bloco de concreto.
Considerando o equilíbrio do elemento de comprimento dx, Fig. 5,sendo as a
área da seção transversal da barra de aço, Ф o seu diâmetro e u=π Ф o seu
perímetro, tem se:

Fig. 5

Quando ocorrer o arrancamento, sendo então mobilizada a máxima capacidade


de aderência entre os dois materiais.
Na realidade, quase sempre antes que ocorra o arrancamento da barra, o bloco
de concreto sofre um processo de fissuração que evidencia o caráter
progressivo do fenômeno de destruição das ligações existentes entre os dois
materiais. Por essa razão, a força não é determinada pela carga final de
arrancamento, mas sim como a força correspondente a um certo deslocamento
convencional da extremidade não carregada da barra.
A distribuição das tenções de aderência não segue as leis simples, em virtude
da complexidade dos fenômenos em questão.
Determinando-se os deslocamentos da seção inicial A da barra e da seção
terminal B, obtém-se os resultados indicados esquematicamente na Fig. 6.

Fig. 6 –Comportamento das barras lisas e das barras nervuradas


7

Estes resultados mostram que são observados deslocamentos da seção inicial


de ancoragem desde o inicio do ensaio e que o escorregamento total da barra
somente se da a partir de uma certa força Ft1. Depois de iniciado o
escorregamento de toda a barra, a força de aderência ainda pode aumentar.
Esse aumento é pequeno para as barras lisas, sendo maior para as nervuradas.
Esse fato é justificável pela maior capacidade de mobilização de aderência
mecânica que possuem as barras nervuradas. As zonas de aderência vai se
propagando à medida que cresce a solicitação externa. Nos trechos que se
chega ao escorregamento, é destruída a aderência por adesão, restando a
aderência por atrito e a aderência mecânica. A própria aderência por atrito vai se
alterando no decorrer do ensaio, como consequência da micro fissuração do
concreto que envolve a barra.

3.3 – Fissuração e aderência

Nas peças de concreto armado, a aderência existente entre a armadura e o


concreto permite que as tensões de tração possam ser absorvidas pelas
armaduras. Desse modo, é possível a realização de peças estruturais com o
emprego simultâneo de dois materiais diferentes. Quando as solicitações são
suficientemente baixas, o concreto ainda é resistente à tração. Diz-se que o
concreto está no estádio I. aumentando-se as solicitações, nas fibras mais
tracionadas é atingida a tensão αct=fet (concrete, tension) de ruptura do
concreto à tração, dando-se então a fissuração na peça, o concreto está no
estádio II.
Com a passagem do estádio I para estádio II, nas seções fissuradas a tensão de
tração no concreto se anula, αct=0, havendo um correspondente aumento da
tensão de tração na armadura αst (steel, tension), Fig. 7.
8

Fig. 7 –Fissuração por tração


Nas seções fissuradas a tensão na armadura atinge o seu valor máximo. À
medida que se consideram seções mais afastadas da fissura, essa tensão
diminui e o concreto passa novamente a ser tracionado, como consequência da
aderência existente entre os dois materiais. A transferência de tensões da
armadura para o concreto ocorre em trechos cujo comprimento é tanto menor
quanto maior for o coeficiente de aderência da barra em consideração. Esse
coeficiente de aderência mede a eficiência da ligação entre os dois materiais.
Para os problemas de ancoragem, esse coeficiente de aderência deve ser
determinado a partir de ensaios do tipo ensaio de arrancamento.
O estudo mais minucioso dos fenômenos de aderência mostra que há uma
intensa microfissuração do concreto que envolve a barra de aço, Fig. 8.

Fig. 8 –Modelo de Goto

Esses estudos mostram que, com a repetição das cargas, há uma perda de
aderência por adesão, tornando-se cada vez mais importante a aderência
mecânica.
É importante salientar que nos estudos de fissuração do concreto estrutural, o
termo microfissuração é empregado de forma analógica. Ele não se refere a
fissuras reamente microscópicas, mas sim a fissuras de dimensões máximas
comparáveis às dimensões do agregado graúdo do concreto.

3.4 – Aderência e fendilhamento

Embora a ideia intuitiva seja de que a solidarização por aderência das barras de
aço ao concreto decorra da mobilização de tensões tangenciais na interface aço-
concreto, na verdade a ligação dos dois materiais mobiliza tensões diagonais de
compressão, que são acompanhadas por tensões transversais de tração para o
estabelecimento do equilíbrio, Fig. 9. Essas tensões de tração criam no concreto
uma região microfissurada no entorno das barras de aço.
A destruição da aderência não se dá, portanto, por um simples processo de
deslizamento progressivo da barra de aço, dentro do concreto. Os esforços de
tração transversais mobilizados pelo fenômeno de aderência tendem a provocar
o fendilhamento do concreto paralelamente ao eixo da barra de aço, Fig. 10.
9

Fig. 9 –Transferência de esforços por aderência

Fig. 10 –Fendilhamento longitudinal do concreto

Para que pudesse ocorrer o arrancamento da barra de dentro do concreto por


um simples fenômeno de deslizamento, seria necessário pulverizar todo o
material existente entre as nervuras da barra de aço.
Nas chamadas barras lisas, isto é mais fácil, pois as irregularidades da
superfície do metal são muito pequenas.
10

Nas barras de alta aderência, isto é, em geral impossível, a menos que sjea
impedido o fendilhamento longitudinal do concreto por meios que permitam
resistir às tensões transversais de tração. Fig. 11

Fig. 11 –Condições para o deslizamento da barra de aço

3.5 – Ancoragens
3.5.1 – Ancoragens retas

As disposições construtivas básicas das ancoragens retas e das emendas por


traspasse das armaduras passivas estão esquematizadas na Fig. 12, tanto para
barras tracionadas quanto para barras comprimidas.

Fig. 12

De acordo com o que já foi visto, o equilíbrio dos esforços é obtido por meio de
um efeito de arqueamento das tensões. A transmissão de esforços é feita por
meio de bielas diagonais comprimidas de concreto, conforme nos exemplos da
Fig. 13.
11

Fig. 13

3.5.2 – Ancoragens curvas

A experiência mostra que por meio de ancoragens curvas pode ser obtida uma
solidarização eficiente entre as barras tracionadas e o concreto que as envolve.
Reduz-se dessa maneira o comprimento exigido para a ancoragem na direção
da própria barra, Fig. 14.

Fig. 14

Nas ancoragens retas, a transmissão de esforços é feita por meio de solicitações


tangenciais. Nas ancoragens curvas, além das solicitações tangenciais, também
são mobilizadas solicitações normais, que transmitem por compressão ao
concreto parte da força a ser ancorada. Além disso, elas também aumentam a
capacidade de ancoragem por atrito ao longo dos trechos curvos onde são
mobilizadas tensões normais.
Em qualquer caso de ancoragens curvas, os trechos retos devem respeitar os
valores mínimos de 10cm.

3.6 – Emendas por traspasse

Emendas por traspasse de barras tracionadas são feitas pela justaposição de


duas barras ao longo do comprimento de transmissão lv No caso de barras de
aderência a emenda pode ser reta, sendo facultativo o emprego de ganchos,
Fig. 15. No caso de barras lisas é obrigatório o emprego de ganchos de
extremidade.
Nas emendas por traspasse, a transmissão de esforços é feita por solicitações
tangenciais no concreto situado entre as barras, com a mobilização de bielas
comprimidas de concreto e o aparecimento de tensões transversais de tração.
Por outro lado, para que a transmissão de esforços possa ser feita
12

eficientemente, a distancia entre as barras a serem emendadas não deve


ultrapassar um valor máximo de 4Ф.

Fig. 15

4 – Considerações Finais

Este estudo concentra-se na análise detalhada da aderência e ancoragem de


armaduras no contexto do concreto armado, priorizando uma abordagem
técnica. Destacamos a relevância histórica desses elementos para a estabilidade
e segurança estrutural, buscando uma compreensão mais aprofundada.
Durante a revisão bibliográfica, observamos padrões iguais nas definições
encontradas em diferentes fontes, optando por uma seleção criteriosa que
prioriza contribuições específicas e reconhecidas na engenharia estrutural.
Ao examinar mais detalhadamente, evidenciamos a evolução nas técnicas de
aderência e ancoragem, influenciada pelo avanço das construções em concreto
armado. Identificamos semelhanças e diferenças em relação às estruturas
predominantemente metálicas, percebendo nuances nas exigências de
aderência e ancoragem.
Um aspecto relevante é o constante desenvolvimento de processos e materiais,
como a incorporação de fibras de aço no concreto, visando otimizar a aderência
e reforçar a ancoragem das armaduras. Essa evolução tem impacto direto no
desempenho e resistência estrutural das construções.
Ao projetarmos o futuro, antecipamos um cenário no qual a pesquisa em
aderência e ancoragem desempenhará papel crucial no avanço de estruturas de
concreto armado. A expectativa é que, por meio da inovação contínua, novas
técnicas e materiais surgirão, elevando os padrões de excelência na engenharia
civil. Este estudo visa contribuir para uma compreensão mais aprofundada
desses elementos, promovendo avanços significativos na aderência e
ancoragem em estruturas de concreto armado.
O aprimoramento constante dessas práticas é vital para enfrentar os desafios
emergentes na engenharia estrutural. As demandas crescentes por edificações
mais eficientes, sustentáveis e seguras impulsionam a necessidade de
aprofundar os conhecimentos relativos à aderência e ancoragem em estruturas
de concreto armado. É imperativo considerar não apenas as propriedades
13

mecânicas dos materiais, mas também fatores ambientais, econômicos e sociais


que influenciam diretamente na eficácia dessas técnicas.

No contexto específico da aderência, que se refere à capacidade de


transferência de tensões entre o concreto e as armaduras, é crucial explorar
métodos avançados de ensaio e monitoramento. Tecnologias inovadoras, como
sensores embutidos nas estruturas, permitem uma análise mais precisa do
comportamento em serviço, possibilitando ajustes nas práticas de aderência
para otimizar o desempenho estrutural ao longo do tempo.
Quanto à ancoragem, que envolve a fixação das armaduras nas extremidades
das peças estruturais, torna-se essencial a consideração de técnicas de
modelagem avançadas. A utilização de softwares de simulação estrutural, aliada
a dados experimentais, permite um refinamento nas estratégias de ancoragem,
garantindo a segurança e durabilidade das estruturas em diferentes condições
de carga.
Além disso, a sustentabilidade emerge como um aspecto central nesse contexto.
O desenvolvimento de concretos de baixo impacto ambiental e a busca por
materiais alternativos para armaduras impulsionam novas abordagens no âmbito
da aderência e ancoragem. A integração de práticas ecoeficientes contribui não
apenas para a redução do impacto ambiental, mas também para a promoção de
soluções economicamente viáveis e socialmente responsáveis.
Em síntese, a pesquisa contínua e a aplicação prática de conhecimentos
relacionados à aderência e ancoragem de armaduras de concreto armado são
cruciais para o progresso da engenharia estrutural. A convergência de inovações
tecnológicas, práticas sustentáveis e aprofundamento teórico sustentam uma
abordagem abrangente e eficaz no desenvolvimento de estruturas mais seguras,
eficientes e adaptáveis às demandas da sociedade contemporânea.

BOTELHO, Manoel Henrique Campos. Concreto Armado eu te Amo. São


Paulo: Blucher, 2013.
CARVALHO, Roberto Chust. Concreto armado segundo a NBR 6118. São
Carlos: Edufscar, 2014.
FUSCO, Péricles Brasiliense. Introdução à Engenharia de estruturas de
Concreto. São Paulo: CENGAGE, 2018.
FUSCO, Péricles Brasiliense. Técnica de armar as estruturas de concreto.
São Paulo: PINI, 1994.
MARCHETTI, Osvaldemar. Pontes de Concreto Armado. São Paulo: Blucher,
2018.

Você também pode gostar