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ESTRUTURAIS III
Análises de viabilidade
para os tipos de estrutura
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Ao se desenvolver um projeto de edificação, muitos fatores devem ser
levados em consideração. Da forma arquitetônica desejada pelo cliente
a uma provável futura mudança na utilização da estrutura, devem ser
levadas em consideração possibilidades de alteração de leiautes, que
implicariam em remoções de paredes, por exemplo. Como devem ser pre-
vistos desempenhos a serem atendidos, lajes, vigas e pilares são alterados
tanto em tamanho ou espessura quanto em quantidade, dependendo
do sistema estrutural empregado. Além disso, devem ser consideradas,
no projeto, as implicações durante a fase de execução, como prazos de
execução, custos, demandas de logística de canteiro, etc.
Neste capítulo, você vai estudar os sistemas estruturais existentes em
concreto armado e em estrutura metálica, vendo quais são os detalhes
importantes a serem considerados na sua viabilidade.
Ainda sobre as estruturas metálicas, é importante que sejam feitas algumas observações,
como, por exemplo, a tendência à corrosão de acordo com a composição do metal,
dependendo da agressividade do meio, e também o seu comportamento frente a
situações de incêndio.
Possibilita Necessidade
desmontagem, de maior
Mão de obra
Durabilidade: transporte e precisão nos
variada:
boa resistência remontagem. cálculos de pré-
armadores,
ao passar do dimensionamento,
carpinteiros, Estruturas leves
tempo. visto que a
pedreiros. para vencer
rigidez das
grandes vãos.
peças é menor.
Lajes maciças
De acordo com Gonçalves (2017), a laje maciça de concreto armado é, cultural-
mente, a mais utilizada no Brasil. É o tipo de laje moldada in loco, como você
pode ver na Figura 1, em cuja execução é necessário utilizar um sistema de
escoramento e formas sobre as quais são montadas as ferragens. As ferragens
são, geralmente, constituídas de malha metálica, que é a armadura positiva
(ao fundo da forma), podendo ou não conter armadura negativa (localizada
na parte superior da laje), de acordo com as solicitações calculadas. Sobre as
ferragens é lançado o concreto, cuja resistência característica à compressão
(fck) é devidamente dimensionada para suportar as cargas atuantes.
8 Análises de viabilidade para os tipos de estrutura
Segundo Spohr (2008), os aços e o concretos estão cada vez mais resistentes,
fruto da evolução tecnológica. Isso possibilita a construção de peças estrutu-
rais menores, acarretando vãos cada vez mais espaçados. As características
do sistema estrutural convencional feito com lajes maciças são as seguintes:
Na prática
Lajes nervuradas
As lajes nervuradas podem ser divididas em dois tipos, entre as diversas
modalidades encontradas no mercado: as pré-moldadas e as moldadas in loco.
Conforme Gonçalves (2017), quando utilizamos as vigotas pré-moldadas,
essas “vigas pequenas” podem já estar preenchidas, cobrindo totalmente a
armadura de aço treliçada, ou podem ter apenas a base preenchida de concreto,
ficando à espera do preenchimento total quando for para cobrir a laje por
completo. Para montar a base são utilizados blocos de poliestireno expandido
(ESP) com aditivo autoextinguível, ou são utilizadas formas cujo objetivo é
conformar um desenho, a exemplo de peças de polipropileno (PP), que são
praticamente “bacias” resistentes o suficiente para receber a concretagem da
laje e manter seu formato, impregnando a forma de “vazios”. Essas peças são
deixadas após a cura do material e a desmoldagem (retirada da forma), dando
um aspecto de colmeia ao teto. Esse processo necessita de madeiramento
ou outras formas de escorar as formas ou o bloco de ESP, para, depois do
enchimento e a cura do concreto, serem retiradas.
Na Figura 2, você pode ver outra forma de se trabalhar: no lugar de blocos
inteiros de ESP, são aplicados blocos vazados de cerâmica, concreto ou mesmo
concreto com esferas de ESP (para ficar mais leve), concebidos com o desenho
de modo a permitir apoio nas vigotas, sem pretensões de ser elemento estrutural,
mas apenas de conferir os vazios a laje. Na Figura 2a, a vigota deixa à mostra
a armadura de aço, permitindo o preenchimento junto da concretagem da laje
como um todo. Também é colocada mais uma malha metálica. Nessa técnica,
utiliza-se menos madeiramento e o processo é otimizado. É esse vazio dos
blocos que torna a laje mais leve.
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura 11
Figura 2. (a) Bloco de concreto vazado, não estrutural. (b) Laje nervurada com vigotas
pré-moldadas.
Fonte: Adaptada de photoshooter2015/Shutterstock.com.
Figura 3. Vista inferior de laje nervurada com blocos de concreto e vigotas pré-moldadas.
(a) Blocos vazados vistos do piso inferior. (b) Vista de uma das vigotas. (c) Preenchimento
da laje com concreto.
Fonte: Adaptada de Radovan1/Shutterstock.com.
Os tipos de lajes nervuradas que podem ser moldadas no local ou que podem ser
executadas com nervuras pré-moldadas, conforme apresentado por Spohr (2008),
são os seguintes.
Laje nervurada moldada no local: pelo emprego de formas côncavas, vulgar-
mente chamadas de cubetas, feitas em PP e com dimensões moduladas, efetua-se
a inserção da armação e do concreto com aplicação prévia de desmoldante, para
reaproveitamento das formas. Como nas lajes maciças moldadas in loco, as nervu-
radas moldadas in loco também requerem o uso de escoramento.
Laje nervurada parcialmente pré-moldada: nessa alternativa, as nervuras são
compostas de vigotas pré-moldadas e material de enchimento, que é encaixado
entre as vigotas, dispensando o uso da forma tradicional. A quantidade de esco-
ramento é reduzida, mas o escoramento ainda é necessário, porque a capa de
concreto é moldada in loco.
De acordo com Souza e Melo (2017), as vantagens das lajes steel deck,
quando comparadas aos sistemas de lajes metálicas convencionais, são:
leveza estrutural;
menor prazo de entrega;
fidelidade projeto–obra;
redução de desperdícios;
redução de mão de obra;
melhor organização do canteiro de obra;
menor propensão de acidentes de trabalho;
não há restrições de acabamento;
excelente desempenho acústico e térmico;
não é necessário quebrar a parede para manutenções;
menor impacto ambiental;
melhor controle de qualidade.
Se quiser aprofundar seus estudos sobre o sistema light steel framing, há um artigo
bastante interessante sobre o tema, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/X5mup
Análises de viabilidade para os tipos de estrutura 18
Leituras recomendadas
DALLA VECHIA, G. Análise comparativa de custos entre lajes maciças de concreto armado
e lajes de vigotas pré-fabricadas treliçadas em edifícios de até oito pavimentos. 2017. 69 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) — Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, Pato Branco, 2017. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/
handle/1/10278. Acesso em: 27 dez. 2019.
HELENE, P. A nova ABNT NBR 6118 e a vida útil das estruturas de concreto. In: SEMINÁ-
RIO DE PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES, 2., 2004, Porto Alegre. Anais [...]. Porto Alegre:
UFRGS, 2004.
LEONHARDT, F. Construções de concreto: princípios básicos da construção de pontes
de concreto. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 1979. v. 6.
NARDIN, S. et al. Análise comparativa de soluções de pilares para galpões: pilares de
aço, pré-moldados e mistos de aço e concreto. In: CONGRESSO ALTINOAMERICANO
DE CONSTRUÇÃO METÁLICA, 2012, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: ABCEM, 2012. Dis-
ponível em: https://www.abcem.org.br/construmetal/2012/arquivos/Cont-tecnicas/18-
-Construmetal2012-analise-comparativa-de-solucoes-de-pilares-para-galpoes.pdf.
Acesso em: 27 dez. 2019.
SALGADO, J. C. P. Estruturas na construção civil. 1. ed. São Paulo -SP: Érica, 2014.
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