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Estrutura de tesoura em aço para galpão industrial: comparação

entre soluções de elementos treliçados e de alma cheia

ALMEIDA, Eduardo Henrique Gomes de


Graduando em Engenharia Civil; Faculdade UNA Pouso Alegre
eduardoh33.almeida@gmail.com

MACHADO, Ykaro Soares


Graduando em Engenharia Civil; Faculdade UNA Pouso Alegre
ykaro_sm@hotmail.com

MACHADO, Yuri Soares


Graduando em Engenharia Civil; Faculdade UNA Pouso Alegre
yurism97@hotmail.com

GARRONI, Elker Lucas a– Orientador


Professor Mestre, Faculdade UNA Pouso Alegre
elker.garroni@prof.una.br

Resumo – O trabalho a ser apresentado tem o intuito de fazer a avaliação de um projeto de


galpão metálico e analisar as diferenças, vantagens e desvantagens entre uma estrutura com
peças treliçadas ou de alma cheia. Para isso foi utilizado o software STRAP, versão 2021, que
faz a análise da incidência de ventos no local onde será construído e das cargas que irão
incidir sobre a construção, sendo elas permanentes, variáveis ou excepcionais e com isso
iremos analisar a viabilidade de cada tipo de estrutura e avaliar, de acordo com as
circustâncias e necessidades qual terá maior viabilidade.

Palavras-chaves: Galpão metálico, estrutura, viabilidade.

1. Introdução

O sistema construtivo em estruturas metálicas tem se mostrado um dos


métodos mais abrangentes dentro da construção civil, ganhando espaço no mercado
devido às mais variadas características do aço, sua flexibilidade, por exemplo. Em
comparação a outros métodos construtivos, este material se mostra vantajoso,
dando ao engenheiro ou arquiteto um leque de soluções, que em outros sistemas se
mostram inexequíveis, como por exemplo a possibilidade de se projetar e executar
estruturas maiores e mais leves, ainda sendo compatível com qualquer tipo de
vedação (CORTEZ et al,2018).
Com o crescimento urbano e industrial no Brasil, nos últimos tempos, novas
necessidades foram surgindo. Com isso, a busca por novas alternativas, sendo elas
mais econômicas, inteligentes, inovadores e sustentáveis se tornou parte do dia a
dia do construtor e investidor moderno, a necessidade de sempre se atualizar e
reciclar. Na questão urbana, tem-se visto edifícios cada vez mais altos, que
conseguem acomodar cada vez mais famílias. Já no segmento industrial, o que se
vê não é muito diferente: a alta demanda por espaços maiores e de construção
rápida. A exigência por espaços maiores se dá notoriamente pelas possibilidades de
se acomodar mais equipamentos e armazenagens. E a redução do tempo de
edificação está diretamente ligada à redução do custo final do empreendimento,
quanto mais rápida a obra, mais rápido também é o retorno financeiro dos
investimentos (GERDAU, 2012). Nesse sentido os galpões metálicos aparecem
como uma excelente opção de investimento e solução, devido à sua lucratividade,
facilidade de execução e utilização.
Notou-se nos últimos anos um aumento nas construções de galpões
metálicos em razão da constatação de um maior custo benefício em comparação a
outros métodos construtivos. Além de oferecer os requisitos básicos, como
economia, segurança e durabilidade da edificação, uma obra feita com perfis
metálicos proporciona maior flexibilidade em relação à arquitetura, possibilitando
vãos livres maiores, e também agilidade na execução, garantindo um retorno de
capital em menor tempo. Nesse método construtivo simples e prático destacam-se
duas tipologias de concepção estrutural: de elementos treliçados e de alma cheia.
Este trabalho buscou analisar duas alternativas estruturais para um mesmo
projeto de galpão industrial em aço, comparando o consumo de aço de cada uma e
consequentemente qual o mais viável economicamente. A primeira é composta por
pórticos formados por elementos treliçados. A segunda alternativa consiste de
pórticos formados por perfis laminados de alma cheia.

2. Estruturas em aço

A utilização de estrutura com aço para a fabricação de galpões industriais no


Brasil vem se tornando muito comum nesse ramo da construção civil, tendo como
principal concorrente galpões de concreto armado (CHAVES, 2007). Dá-se a
denominação de galpões industriais leves para edifícios industriais com ou sem
ponte rolante de pequena capacidade, edificações de até 50kN (CHAVES, 2007). É
comumente utilizado em ginásios poliesportivos, indústrias de médio porte ou
qualquer tipo de área com grandes vãos que necessita de cobertura.
Dentre os principais tipos de materiais que podem ser utilizados para a
construção de galpões industriais, como alumínio, concreto armado e madeira, o aço
costuma ser mais utilizado por ser mais resistentes a esforços mecânicos, pela
agilidade de construção, leveza, e embora o gasto com a mão de obra seja maior,
pela necessidade de especialização, tem melhor custo benefício.
O aço é uma liga metálica formada principalmente de ferro e carbono, com
consideráveis concentrações de outros elementos, suas principais propriedades
mecânicas são:
• Elasticidade: que é a propriedade do material de retornar à forma original
após retirar a força externa aplicada;
• Plasticidade: propriedade do material de nao voltae a sua forma inicial
após retirar a força aplicada;
• Ductilidade: capacidade do material de se deformar sob a ação de cargas
antes de se romper;
• Resiliência: capacidade de retornar a energia mecânica absorvida;
• Dureza: resistência oferecida pelo material à penetração de uma peça mais
dura;
No Brasil, o início da início da utilização do aço deu-se de forma tardia, por
volta da década de 20 começam a aparecer as primeiras indústrias siderúrgicas. O
principal motivo desse atraso é a necessidades de altas temperaturas para fabricá-
lo, até então se demonstrava inviável economicamente (BELLEI, 2006).
Um dos pontos mais importantes que define a escolha desse sistema
construtivo é a velocidade de execução quando comparada a outros tipos de
estrutura (DIAS, 2015). Outra vantagem que se destaca é o baixo peso quando
comparado aos elementos em concreto armado, sendo assim, o peso total da
estrutura é menor, permitindo vencer grandes vão e diminuindo a necessidade de
blocos que resistam a grandes esforços na fundação (BELLEI, 2006).
Este tipo de estrutura pode ser executada diversas formas, sendo as mais
utilizadas as tesouras treliçadas e os pórticos que utilizam vigas de alma cheia, onde
se destaca o perfil “W”. A treliça um tipo de estrutura composta por cinco ou mais
unidades triangulares formadas por ângulos chamados de nós, usada para oferecer
apoio e resistência para a estrutura de uma obra. O perfil “W”, também conhecido como
perfil "I" devido ao seu formato similar à letra "I", e como "W" pela nomenclatura americana
"Wide shape flange" (forma larga da flange), que são vigas de alma cheia, vigas com
chapa laminada, fina, geralmente com enrijecedores, para evitar flambagem.
Quando comparado em questão a notoriedade no Brasil, as tesouras
treliçadas são mais populares que as de alma cheia, isso se deve na maioria das
vezes pelo fator econômico e também pelo menor consumo de aço,
consequentemente sendo mais leve que as de alma cheia. Porém, se levado em
consideração o quesito logística no transporte das peças, o tempo de execução de
serviço e a durabilidade da obra, para vãos menores, as tesouras feitas com perfil
"W" podem levar vantagem sobre às treliçadas.
Outros elementos estruturais que devem ser levados em conta são as
Tesouras, Terças, agulhas rígidas, agulhas flexíveis e contraventamentos, como
podem ser vistos na figura 1. Na imagem a seguir pode-se observar os elementos
estruturais e como ele se comporta na estrutura.

Figura 1: Galpão com os elementos estruturais (Fonte: MANFRIM, 2006)

Na figura 1 também podemos ver o sistema de contraventamento que são


executados com barras associadas geralmente em formato de “X” e compõe o
sistema de treliça que tem como função principal o fornecimento de estabilidade
espacial a todo o conjunto e distribuir a carga do vento.
As treliças, que podem ser isostáticas ou hiperestáticas, são compostas por
hastes que são ligadas por pontos, denominados nós. Uma das principais
características é trabalhar com a atuação das forças de tração e compressão.
Podemos ver na figura 2 a nomenclatura dada aos elementos que pertencem à uma
treliça plana.
Figura 2: Elementos de uma treliça (Fonte: PFEIL e PFEIL, 2009)

Normalmente as treliças têm o banzo superior inclinado, comumente visto em


galpões metálicos para aumento da resistência da tesoura, já em pontes e apoios de
pisos, os banzos são paralelos. Nas figuras 3 e 4 podem-se observar exemplos de
treliças com ambas as geometrias.

Figura 3: Treliça com banzo superior inclinado (Fonte: PFEIL e PFEIL, 2009)

Figura 4: Treliças com banzos paralelos (Fonte: PFEIL e PFEIL, 2009)

A tipologia do sistema estrutural do pórtico do galpão metálico é definida pela


disposição e forma da treliça, o tipo de arranjo a ser utilizado se define pelos seus
quesitos funcionais, de segurança e econômico, tudo depende da utilização final da
estrutura. Como se pode observar na figura 5 (bi apoiada), trata-se da treliça bi
apoiada, tipo mais simples e mais popular e para que possa ter uma maior
resistência é utilizada uma mão francesa, que nada mais é que um elemento
estrutural inclinado que se conecta a estrutura de modo com que o conjunto tenha
maior resistência.

Figura 5: Tesoura bi apoiada assistida por mão francesa (Fonte: BELLEI, 2006)

Pra realizar o dimensionamento de um galpão metálico existe a necessidade


de se definir um sistema estrutural, avaliando as ações que nele serão exercido para
poder definir e dimensionar a estrutura metálica e assim executar de forma mais
viável possível.
Fator muito importante são os tipos de ligações que são feitas para unir os
elementos estruturais, existem dois tipos de ligações para conectar, conexão por
conectores e por solda. A conexão por conectores é através de parafusos comuns,
parafusos de alta resistência e com rebites, que por sua vez a partir de 1950 foram
substituídas por ligações parafusadas ou soldadas (PFEIL e PFEIL, 2009).
O parafuso comum tem em uma extremidade uma cabeça quadrada ou
sextavada e na outra extremidade uma rosca com porca, segundo a especificação
ASTM A307 (PFEIL e PFEIL, 2009). A figura 6 a seguir mostra detalhado como é o
modelo do parafuso.

Figura 6: Parafuso com arruela e porca sextavada (Fonte: PFEIL e PFEIL, 2009)
O parafuso de alta resistência são feitos com aços ASTM A325, um aço
tratado termicamente. Neste tipo de ligação, há dois casos que podem acontecer e
maneiras diferentes de resolver, caso deseja inibir qualquer movimento entre as
chapas de conexão, deve dimensionar os parafusos com um coeficiente de
segurança contra deslizamento, obtendo uma ligação de atrito, como ilustrado na
figura 7, quando o deslizamento é permitido, o parafuso pode ser usado em uma
ligação tipo apoio, como ilustrado na figura 8, assim instalado com aperto normal
(PFEIL e PFEIL, 2009).

Figura 7: Ligação por atrito (Fonte: PFEIL e PFEIL, 2009)

Figura 8: Ligação por apoio (Fonte: PFEIL e PFEIL, 2009)

O rebite é um conector introduzido a quente, portanto após o resfriamento o


rebite aperta as chapas entre si. Por ser um aperto variável, os rebites eram
calculados pelos esforços transmitidos por apoio do fuste nas chapas e por corte na
seção transversal. A figura 9 a seguir ilustra como acontece a colocação do rebite
até o momento de resfriamento e trabalhando a corte (PFEIL e PFEIL, 2009).

Figura 9: Ligação por rebite desde a coloção até o resfriamento (Fonte: PFEIL e PFEIL, 2009)
As ações que irão ser exercidas sobre a estrutura são divididas de três tipos
diferentes, as ações permanentes, variáveis e excepcionais, que em seu cálculo se
deve considerar todas as variações possíveis levando em conta um tempo de 50
anos, vida útil de uma obra de construção civil. As ações permanentes são aquelas
que irão sofrer poucas variações na estrutura durante sua vida útil, de forma direta
ou indireta. Como exemplo de ação direta têm o peso próprio da estrutura (telhas,
alvenaria, revestimentos, etc.), e de forma indireta temos a dilatação dos elementos
da estrutura, protensão, recalque e retração segundo (QUEIROZ, 1986). Já as ações
variáveis, como seu nome já diz, ao longo do tempo sofrerá maior variação que é
gerada por equipamentos móveis, variação de temperatura, ventos, sobrecarga da
estrutura e etc. Outro tipo de ação que existe é a excepcional, que são ações que
ocorrem em curtos espaços de tempo, mas com valores significativos sobre a
estrutura com baixa probabilidade de acontecer, como por exemplo, explosões,
incêndios, choques de veículos, furacões, terremotos e etc.
Quando se trata de construções metálicas a primeira observação feita por
quem irá fazer é de ter seu valor mais alto em relação a outros tipos de métodos de
construção, porém o valor final não deve ser o fator determinante na hora da escolha
para se construir, existem outros fatores importantes para determinar o tipo ideal de
construção e as estruturas de aço têm muitas vantagens para levar em
consideração. Algumas das principais vantagens é sua elevada resistência, um dos
materiais com o maior índice de resistência (razão entre resistência e peso
específico.), muito confiável e com características mecânicas bem definidas, seu
coeficiente de ponderação da resistência é bem menor que a encontrada no
concreto, canteiro de obra mais limpo, organizado e menor, pois as peças chegam
prontas sem a necessidade de escoramento, e por serem peças pré-fabricadas a
execução deste tipo de obra é muito rápida e precisa uma de suas maiores
vantagens, sendo assim, diminuindo o tempo de obra e consequentemente tempo de
retorno financeiro menor. É um tipo de obra fácil de ampliar e também de se
reaproveitar, o que em outros métodos de construção não existe. Porém este tipo de
construção tem algumas desvantagens como a logística, por se tratar de um material
pré-fabricado e de grande volume, há a necessidade de mão de obra qualificada,
necessidade também de equipamentos especializados e alto custo, mas destes
fatores o que mais se destaca é a necessidade de tratamento adequado para a
superfície das peças pois o aço é um material que se oxida em contato com o ar e
delicado quando submetido a altas temperaturas.

3. Metodologia

Para realização deste trabalho efetuou-se primeiramente pesquisas


bibliográficas acerca do assunto abordado e consultou-se diversos artigos, teses,
monografias e livros online, para encontrar informações, dados e conhecimentos de
autores que tratam com propriedade sobre o tema. Posteriormente realizou-se uma
seleção dos conteúdos mais relevantes e fez-se um estudo a respeito dos mesmos.
Em seguida, elaborou-se uma concepção estrutural de um galpão industrial
com duas possíveis soluções, a primeira com sistema de tesouras treliçadas e a
segunda com tesouras em almas cheias.
O galpão hipotético possui 15 metros de largura, 40 metros de comprimento e
6 metros de altura. Foi considerado como carga permanente o peso próprio da
estrutura e o peso do telhado; como cargas acidentais foram estimadas o peso de
possíveis forros e carga de utilização, todas estipuladas pela NBR 6120 (2019). Foi
ponderado também a carga de vento, calculada pela NBR 6123 (1988). A estrutura
foi calculada pelo software STRAP, versão 2021.
Após o término dos cálculos, analisou-se as edificações, verificou-se os
deslocamentos e realizou-se a comparação do peso final das construções, propondo
assim, uma possível escolha do que fica mais viável economicamente.

4. Resultados e Discussão

A seguir será apresentado a concepção e as considerações feitas para os


galpões idealizados.
A princípio foram consideradas as seguintes propriedades para cada
elemento estrutural, conforme figuras 10 e 11, as propriedades do galpão com
tesoura treliçada podem ser observadas na figura 12, já do galpão que utiliza
elemento de alma cheia, na figura 13:
Figura 10: Propriedades utilizadas em ambos os galpões (Fonte: Autor, 2021)

Figura 11: Propriedades utilizadas em ambos os galpões (Continuação) (Fonte: Autor, 2021)
Figura 12: Propriedades utilizadas no galpão de tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)

Figura 13: Propriedades utilizadas no galpão de tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)

Em seguida foram consideradas as seguintes cargas, de acordo com figura


14, seguindo as orientações na NBR 6120 (2019), sendo que CP são as cargas
permanentes, CA as cargas acidentais, e CV as cargas de vento:
Figura 14: Cargas utilizadas para ambos os galpões (Fonte: Autor, 2021)

Observa-se nas figuras 15 e 16 o lançamento da carga permanente referente


ao peso próprio da estrutura.

Figura 15: CP Estrutura - Galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
Figura 16: CP Estrutura - Galpão com tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)

Pode-se observar nas figuras 17 e 18 o lançamento da carga permanente


referente ao peso das telhas metálicas, utilizada para fechamento da cobertura da
estrutura.

Figura 17: CP Telhas metálicas (0,010 tf/m²) - Galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor 2021)
Figura 18: CP Telhas metálicas (0,010 tf/m²) - Galpão com tesouras de alma cheia (Fonte: Autor,

2021)

Verifica-se nas figuras 19 e 20 o lançamento da carga acidental relativo a


utilização de cobertura da edificação.

Figura 19: CA Utilização (Cobertura) (0,025 tf/m²) - Galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor,
2021)
Figura 20: CA Utilização (Cobertura) (0,025 tf/m²) - Galpão com tesouras de alma cheia (Fonte:
Autor, 2021)

Constata-se nas figuras 21 e 22 o lançamento das cargas acidentais relativas


ao possível uso de forro e outras utilidades.

Figura 21: CA Forro e Utilidades (0,025 tf/m²) - Galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
Figura 22: CA Forro e Utilidades (0,025 tf/m²) - Galpão com tesouras de alma cheia (Fonte: Autor,
2021)

Nas figuras 23 e 24, observa-se o lançamento das cargas acidentais


referentes às forças do vento.
Figura 23: CV Vento (0,070 tf/m²) - Galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)

Figura 24: CV Vento (0,070 tf/m²) - Galpão com tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)

Para a determinação da carga de vento foi consultada a NBR 6123 (1988),


em que no item 5 é especificado o cálculo da velocidade básica do vento. De acordo
com a isopleta fornecida pela própria norma, para a região de Pouso Alegre, que é o
local considerado para dimensionamento e análises, a velocidade básica do vento é
de 35 m/s, conforme figura 25, que é a máxima velocidade média, medida sobre 3
segundos, que pode ser excedida em média uma vez em 50 anos.
Figura 25: Isopleta – velocidade básica do vento (Fonte: NBR 6123, 1988)

Para a análise de deslocamentos, foi consultada a NBR 8800 (2008), que no


anexo C, tabela C.1, demonstra os valores máximos cada elemento pode sofrer, vide
tabela figura 26.
Figura 26: Tabela C.1 da NBR 8800 (Fonte: ABNT 2008)

Tendo em vista que o deslocamento máximo que uma viga de cobertura pode
ter é de L/250, analisou-se os pórticos e percebeu-se que o deslocamento máximo
que estes poderiam sofrer era de 6 cm, uma vez que o comprimento L é de 15
metros.
4.1 Tesouras treliçadas

A seguir serão mostradas imagens que demonstram a concepção do galpão


de tesouras treliçadas, em diferentes vistas, conforme figuras 27, 28 e 29:

Figura 27: Vista 3D do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)

Figura 28: Vista 3D do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
Figura 29: Vista 3D do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)

A vista frontal do galpão pode ser observada na figura 30:

Figura 30: Vista frontal do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
A figura 31 representa um corte esquemático de um pórtico do galpão:

Figura 31: Corte transversal do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)

A vista superior pode visualizada na figura 32, e a vista dos


contraventamentos inferiores, na 33:

Figura 32: Vista superior do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
Figura 33: Vista dos contraventamentos inferiores do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor,
2021)

Analisando os resultados fornecidos pelo software, como contemplado na


figura 34, foi obtido um deslocamento máximo de 1,96 cm, portanto, está de acordo
com as normas.

Figura 34: Deslocamentos obtidos na direção vertical (valores multiplicados por 10²) (Fonte: Autor,
2021)
Feitas as análises, concluiu-se que o peso total da edificação é de 15,194
toneladas, de acordo com a figura 35:

Figura 35: Resumo de Aço para o galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
4.2 Tesouras de alma cheia

A seguir serão mostradas imagens que demonstram a concepção do galpão


de tesouras treliçadas, em diferentes vistas, conforme figuras 36, 37 e 38:

Figura 36: Vista 3D do galpão de tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)

Figura 37: Vista 3D do galpão de tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)
Figura 38: Vista 3D do galpão de tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)

A vista frontal do galpão pode ser observada na figura 39:

Figura 39: Vista frontal do galpão de tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)
A figura 40 representa um corte esquemático de um pórtico do galpão:

Figura 40: Corte na seção transversal do galpão de tesouras de alma cheia (Fonte: Autor, 2021)

A vista superior pode visualizada na figura 41:

Figura 41: Vista superior do galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
Averiguando os resultados fornecidos pelo software, vide figura 42, obteve-se
um deslocamento máximo de 3,26 cm, portanto, está de acordo com as normas.

Figura 42: Deslocamentos obtidos na direção vertical (valores multiplicados por 10²) (Fonte: Autor,
2021)

Feitas as análises, concluiu-se que o peso total do galpão é de 15,484


toneladas, consoante com figura 43.

Figura 43: Resumo de Aço para o galpão com tesouras treliçadas (Fonte: Autor, 2021)
5. Conclusão

Após as análises dos dimensionamentos de ambas tipologias de concepção


estrutural metálica e das pesquisas teóricas realizadas durante o desenvolvimento
do trabalho, concluiu-se que, apesar do galpão com solução em tesoura metálica
(15,194 toneladas) ter apresentado um consumo de aço 1,87% menor que o galpão
utilizando sistema de alma cheia (15,484 toneladas ), ao se levar em conta aspectos
depreciação, custos de manutenção, longevidade da obra e principalmente o custo
da mão de obra, por ser um tipo de sistema relativamente mais simples de ser
montado in loco, uma estrutura em perfil “W”, alma cheia, quando bem executada,
pode-se mostrar mais vantajosa em relação a treliçada, mesmo custando mais à
princípio.
6. Referências Bibliográficas

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