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MATERIAIS E PROCESSOS
Professora:
Mônica Ferreira de Brito Rocha
INTRODUÇÃO
O que quer que se projete, tem que ser feito de algum material e deve
ser possível fabricá-lo. Uma sólida compreensão das propriedades, dos
tratamentos e dos processos de fabricação dos materiais é essencial para se
realizar bons projetos de máquinas.
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OS MATERIAIS DE ENGENHARIA SÃO DIVIDIDOS
EM QUATRO CATEGORIAS PRINCIPAIS
• METAIS
- Alta densidade, alta plasticidade, baixo calor específico, alta condutividade elétrica,
brilho metálico.
• CERÂMICOS
- Média densidade, baixa plasticidade, médio calor específico, média condutividade
elétrica, cores e brilhos variados.
• POLÍMEROS
- Baixa densidade, alta elasticidade, baixo ponto de fusão, baixa condutividade elétrica,
cores e brilhos variados.
• CONJUGADOS
- Combinam propriedades e seus componentes- madeira, concreto, fibra de vidro, etc.
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PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DE
ENGENHARIA
• MECÂNICAS
- Densidade = peso específico, em relação á água.
- Resistência mecânica = deformação e ruptura sob tensão.
- Elasticidade e Plasticidade = extensão de deformação suportada.
- Dureza = resistência à penetração ou ao risco.
• TÉRMICAS
- Ponto de fusão = temperatura de mudança de estado.
- Dilatação térmica = alteração de volume conforme a temperatura.
- Calor específico = energia necessária para mudar a temperatura.
- Condutividade térmica = Capacidade de transmitir calor.
• ELÉTRICAS
- Condutividade elétrica = Capacidade de transmitir corrente elétrica.
- Magnetismo = resposta a um campo magnético.
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DIFERENTES MATERIAIS APRESENTAM DIFERENTES RESPOSTAS
AOS ESFORÇOS MECÂNICOS A QUE SÃO SUBMETIDOS
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A NATUREZA ESTATÍSTICA DAS PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
HOMOGENEIDADE E ISOTROPIA
Toda a discussão sobre propriedades dos materiais até agora pressupôs que o material fosse homogêneo e
isotrópico. Homogêneo significa que as propriedades do material são uniformes nele todo, por exemplo,
não dependendo de sua posição. Esse estado ideal raramente é conseguido nos materiais reais, muitos dos
quais estão sujeitos à inclusão de descontinuidades, precipitados, lacunas ou pequenos pedaços de
material estranho oriundos do processos de fabricação.
DUREZA
A dureza de um material pode ser um indicador de sua resistência ao desgaste (mas não é uma
garantia dessa resistência). As resistências de alguns materiais, como o aço, também estão
estreitamente relacionadas com sua dureza. Vários tratamentos térmicos são aplicados aos aços e a
outros metais para aumentar sua dureza e resistência.
Os ensaios de microdureza utilizam uma pequena carga sobre um diamante marcador e conseguem
fornecer um perfil de microdureza como uma função da profundidade ao longo da seção de uma
amostra. A dureza é computada em escala absoluta pela divisão da força aplicada pela área da
impressão.
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TRATAMENTOS TÉRMICOS
Os tratamentos térmicos podem ser descritos por são ciclos de aquecimento e resfriamento controlados
no material puro ou liga, que causam modificações na microestrutura dos mesmos. São um conjunto de
operações de aquecimento e resfriamento a que são submetidos determinados materiais, em especial
aços, sob condições controladas de tempo, temperatura, atmosfera e velocidade de resfriamento, com os
objetivos de alterar as suas propriedades ou conferir-lhes características determinadas propriedades.
Principais objetivos
• Remoção de tensões internas: ( que vem de
deformação plástica, soldagem, usinagem, etc);
• Aumento e diminuição da dureza;
• Aumento ou redução da resistência mecânica;
• Melhora da ductilidade;
• Melhora da usinabilidade;
• Melhora da resistência ao desgaste;
• Melhora da resistência a corrosão. 8
TRATAMENTOS TÉRMICOS
FATORES DE INFLUÊNCIA
Composição química:
• Temperatura final de aquecimento
• Tempo de permanência na temperatura final de aquecimento. Deve ser o
suficiente para encharcar a peça.
• Forma e dimensões da peça (quanto mais intrincado o formato da peça maior
possibilidade de empenamentos ou fissuras)
• Meio de resfriamento: (de uma maneira geral quanto mais rápido o resfriamento
maior a resistência e dureza e menor a deformabilidade e usinabilidade.
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TRATAMENTOS TÉRMICOS
➢ Recozimento;
➢ Têmpera;
➢ Revenimento;
➢ Normalização.
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TIPOS DE TRATAMENTOS TÉRMICOS
➢ Recozimento
O recozimento é um tratamento térmico no qual um material é aquecido até uma
temperatura elevada por um período prolongado e em seguida resfriado
lentamente.
Objetivos:
1- Aliviar tensões;
2- Tornar o material mais mole, dúctil e tenaz;
3- Produzir uma microestrutura específica.
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TIPOS DE TRATAMENTOS TÉRMICOS
➢ Recozimento
Etapas:
• Aquecimento até a temperatura desejada;
• Manutenção por tempo preestabelecido nesta temperatura;
• Resfriamento controlado até a temperatura ambiente.
Generalidades:
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TIPOS DE TRATAMENTOS TÉRMICOS
➢ Têmpera
Objetivo: Obtenção da estrutura chamada martensita que possui alta
dureza e resistência, mas alta fragilidade. A tempera é aplicável apenas
para aços com mais de 0,3% de carbono.
Aquecimento: Região da austenita entre 800°C e 950 °C.
Resfriamento: Em aços comuns ao carbono sem elementos de liga, o resfriamento é
feito em água ou em óleo, em aços contendo elementos de liga é feito em banho de
sais polímeros ou mesmo ao ar.
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TIPOS DE TRATAMENTOS TÉRMICOS
➢ Normalização:
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Tipos de tratamentos termoquímicos:
Endurecimento superficial
• Cementação (C)
• Nitretação (N)
• Cianetação (CN) (CNX)
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Cementação
Nitretação
Tratamento térmico caracterizado pela introdução de Nitrogênio na
superfície do aço.
• Temperatura do tratamento: 500°C a 570°C
Tipos de nitretação:
• Gasosa
• Líquida
• Iônica ou a plasma
Nitretação
Aços nitretáveis:
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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS
Cianetação
A cianetação consiste em aquecer o aço em temperatura acima da
linha de austenitização, em sal fundido, de modos que a superfície do
aço absorva carbono e nitrogênio.
Banhos de sal:
• 30% a 97% de cianeto de sódio;
• 2% a 40% carbonato de sódio;
• 0 a 30% de cloreto de sódio;
TRABALHO A QUENTE: Todos os metais têm uma temperatura de recristalização abaixo da qual os efeitos do
trabalho mecânico serão como os descritos acima, ou seja, do trabalho a frio. Caso o material seja trabalhado acima
de sua temperaturad e recristalização (trabalho a quente), ele tenderá, pelo menos em parte, a sofrer recozimento
enquanto se resfria. Assim, o trabalho a quente reduz o problema do encruamento, mas introduz seus próprios
problemas de rápida oxidação da superfície devido às altas temperaturas. Metais laminados a quente tendem a
apresentar maior ductilidade, menor resistência e acabamento superficial de pior qualidade
do que metais da mesma liga trabalhados a frio.
FORJAMENTO: É uma automatização da antiga arte do ferreiro. O ferreiro aquece a peça em uma fornalha até que
ela fique vermelha, depois dá pancadas de martelo para dar-lhe forma.
EXTRUSÃO: É usada principalmente para metais não ferrosos (especialmente o alumínio), já que ela utiliza
tipicamente matrizes de aço. A matriz típica é um disco espesso feito de aço-ferramenta endurecido, com um furo
ou orifício cônico que termina com a seção transversal da peça acabada. 23
REVESTIMENTOS E TRATAMENTOS SUPERFICIAIS
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ENSAIOS
A Sociedade Americana de Testes e Materiais (ASTM) define normas para
testar amostras e procedimentos de testes para uma variedade de medidas
de propriedades dos materiais.* O teste mais comumente utilizado é o
ensaio de tração.
TENSÃO E DEFORMAÇÃO
Os parâmetros medidos são força e deslocamento, representados no
diagrama de tensão e deformação específica. A tensão (σ) é definida
como força por unidade de área, e para o corpo de prova sob tração é
calculada por:
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MÓDULO DE ELASTICIDADE
Esse diagrama tensão-deformação de tração nos fornece vários parâmetros úteis do
material. O ponto pl na Figura abaixo é o limite de proporcionalidade abaixo do qual
a tensão é proporcional à deformação, conforme expressa a lei de Hooke:
A Figura mostra um corpo de prova de aço dúctil após a ruptura. A deformação denominada
estricção (necking) pode claramente ser observada na ruptura. A superfície de ruptura aparece
rasgada e está formada de elevações e depressões, também indicando uma ruptura dúctil. A
ductilidade de um material é medida pela porcentagem de seu alongamento até a ruptura,
ou pela porcentagem de redução da área na ruptura. Materiais com mais de 5% de
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alongamento na ruptura são considerados dúcteis.
FRAGILIDADE
A Figura mostra um diagrama tensão-deformação de um material frágil.
Observe a falta de um ponto bem definido de escoamento e a ausência de
uma região plástica significativa antes da ruptura. Repita sua experiência do
clipe de papéis, desta vez utilizando um palito de dente de madeira ou um
palito de fósforos. Qualquer tentativa de entortá-lo resulta em quebra. A
madeira é um material frágil.
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Ensaio de flexão
Uma barra fina, é simplesmente apoiada em cada extremidade como uma viga e carregada
transversalmente no centro de seu comprimento até a falha ocorrer. Se o material for dúctil, a falha
será por escoamento, segundo mostra a Figura a. Se o material for frágil, a viga se romperá, como
mostra a Figura b. Os diagramas de tensão-deformação não são gerados a partir deste ensaio porque
a distribuição de tensões na seção transversal não é uniforme. A curva σ–ε do ensaio de tração é
usada para prever a falha na flexão, pois as tensões de flexão são de tração no lado convexo e de
compressão no lado côncavo da viga.
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Ensaio de flexão
MÓDULO DE RIGIDEZ
A relação tensão-deformação na torção pura é definida por:
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Ensaio de torção
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
A resistência à quebra na torção é chamada de resistência ao cisalhamento ou tensão limite de
ruptura no cisalhamento puro Sus e é calculada por:
Onde T é o torque aplicado necessário para romper o corpo de prova, r é o raio do corpo de prova e J
é momento polar de inércia da seção transversal. A distribuição da tensão na seção transversal
solicitada na torção não é uniforme. Ela é zero no centro e máxima no raio externo. Assim, a região
externa já escoou plasticamente enquanto a região interna ainda está abaixo do ponto de
escoamento.
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