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Ciência e

Tecnologia dos
Materiais
Prof. Felipe B. Marques
felipebmarques2006@hotmail.com

Nova Venécia
2015
Ementa:
• Propriedades Características dos Materiais.
• Comportamento físico-químico dos materiais em
serviço.
• Conceitos fundamentais em Resistência dos
Materiais e Estruturas.
• Esforços solicitantes em elementos estruturais.
• Compressão, tração, cisalhamento simples, flexão
e torção simples.
• Materiais usuais em Engenharia.
• Aplicações dos Materiais.

Carga Horária da disciplina:


• 30h/ bimestre
Avaliação:
• Trabalhos Avaliativos – 4,0 pontos (conforme
Normas técnicas da MULTIVIX)
• Prova escrita e sem consulta – 6,0 pontos

Se:
𝑃1.0,6 + 𝑇1.0,4 ≥ 7,0 , aluno aprovado.

Do contrário o mesmo terá de fazer um exame final.


Lembrando que isso só será possível se, e somente se,
sua média parcial for maior, ou igual, a 2,0 pontos.
Avaliação:
O aluno que obtiver média de aproveitamento igual
ou superior a 5,00 (cinco) nas disciplinas será
considerado aprovado após o exame final.

O aluno reprovado por falta, não poderá realizar o


exame final. Caso por qualquer motivo, realize o
exame final, a nota obtida no referido exame não
alterará sob hipótese alguma o resultado do aluno
em termos de reprovação por falta (vide Manual do
Aluno que encontra-se na intranet – alunos online.
Bibliografia Básica:
• CALLISTER, W. D. Fundamentos da Ciência de
Engenharia de Materiais. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

• CALLISTER JR, William D.. Fundamentos da ciência e


engenharia de materiais: uma abordagem integrada. 2
ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros técnicos e científicos,
2013.

• VLACK, Lawrence H. Van. Princípios de ciência e


tecnologia dos materiais. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
Campus, 2003.
Objetivo da disciplina:
• A disciplina tem por objetivo apresentar os
princípios da ciência dos materiais, auxiliando os
alunos a entenderem a formação da matéria bem
como das propriedades dela provenientes.
OS MATERIAIS
• Presentes virtualmente
em todo nosso dia-a-dia
• O desenvolvimento das
sociedades era em parte
regido pelo seu nível
tecnológico
o Idade da Pedra, Idade do
Bronze, Idade do Ferro

• Primeiramente era
pautado a um processo
de seleção/aplicação
por tentativa e erro
PERSPECTIVA
HISTÓRICA
• Idade da Pedra
o Fazia uso dos materiais na sua
prima-forma, com pouca ou
nenhuma
preparação/alteração
o Concedeu ao homem a
capacidade de confeccionar
armas e utensílios
o Inicio do desenvolvimento
PERSPECTIVA
HISTÓRICA
• Idade do Bronze
o Liga de cobre (1084 °C) e
estanho (232 °C)
o Tornou-se necessária o uso de
processos de produção
o Transformação/fusão de minérios
(calcopirita e cassiterita)
PERSPECTIVA
HISTÓRICA
• Idade do Ferro
o Propriedades e oferta
elevadas se comparadas ao
Bronze (Minério e Resistência
Mecânica).
o Antes foi utilizado o Ferro vindo
de meteoros (Mithril)
o Melhorias nos processos de
forja e fundições.
CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
MATERIAIS
• O que tem de comum entre esses produtos?

Filme fotográfico

Madeira
Papel
CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
MATERIAIS
• O que tem de comum entre esses produtos?

Sabão em pó

Calcário (CaCO3)

Pasta de dente
CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
MATERIAIS
• Ciência: É o estudo
que envolve as
relações entre as
propriedades e
estruturas dos materiais
• Engenharia: É a
escolha de um
determinado material
a uma determinada
aplicação/processo
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
Toda matéria exposta a um estímulo externo,
responde de maneira diferente, ou seja, materiais
diferentes responderam de maneira diferente ao
mesmo estímulo

 Força Deformação

ESTÍMULO  Polimento Reflexão

 Corrente Elétrica Resistência

As propriedades, em geral, são independentes da


forma e do tamanho do material
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
Conceitos:

Abrasivo: Um material duro e resistente ao desgaste


(comumente uma cerâmica) usado para desgastar,
esmerilhar ou cortar um outro material.

Condutividade elétrica: medida da facilidade com que


um material é capaz de conduzir uma corrente
elétrica.

Condutividade térmica: um parâmetro que caracteriza


a habilidade de um material em conduzir calor.
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
Conceitos:

Ductibilidade: é a propriedade que representa o grau de


deformação que um material suporta até o momento de
sua fratura. Materiais que suportam pouca ou nenhuma
deformação no processo de ensaio de tração são
considerados materiais frágeis.

Rigidez: Um corpo quando tem uma força sendo aplicado a


ele, sofre, por menor que seja, uma deformação. e a
capacidade de resistir a essa deformação é a rigidez.

Dureza: é a propriedade característica de um material sólido,


que expressa sua resistência a deformações permanentes
e está diretamente relacionada com a força de ligação
dos átomos.
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
Conceitos:

Tenacidade: é uma medida de quantidade de energia que um


material pode absorver antes de fraturar.

Segundo a tenacidade um mineral pode ser:

• Friável (frágil, quebradiço): Que pode ser quebrado ou reduzido a pó


com facilidade. Ex: calcita, fluorita.
• Maleável: Pode ser transformado facilmente em lâminas, Ex. ouro,
prata, cobre.
• Séctil: Pode ser facilmente cortado com um canivete. Ex ouro, prata,
cobre.
• Dúctil: Pode ser transformado facilmente em fios. Ex. ouro, prata,
cobre.
• Flexível: Pode ser dobrado, mas não recupera a forma anterior. Ex:
talco, gipsita.
• Elástica: Pode ser dobrado mas recupera a forma anterior. Ex. micas.
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
Conceitos:

Isolante Térmico: um material ou estrutura que dificulta a


dissipação de calor, usado na construção e caracterizado
por sua alta resistência térmica. Estabelece uma barreira à
passagem do calor entre dois meios que naturalmente
tenderiam rapidamente a igualarem suas temperaturas.

Isolante Elétrico: também conhecidos como dielétricos, são


aqueles materiais que possuem poucos elétrons livres e que
resistem ao fluxo dos mesmos. Alguns materiais desta
categoria são: Plástico (resinas), Silicone, Borracha, Vidro
(cerâmicas), Óleo, Água pura deionizada.
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
• Mecânicas:
Estímulo Força

Resposta Deformação
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
• Térmica:
Estímulo Temperatura

Resposta Dilatação
Térmica
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
• Elétricas:
Estímulo Corrente
Elétrica

Resposta Resistência
(Joule)
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
• Ópticas:
Estímulo Luz

Resposta Refração
PROPRIEDADES DOS
MATERIAIS
• Magnéticas:
Estímulo Campo
Magnético

Resposta Campo
Elétrico
Relação entre
Propriedades x Estrutura
Relação entre
Propriedades x Estrutura
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
• Metais:
o Combinação de vários
elementos metálicos
o Estrutura Cristalina organizada
o Alta Densidade
o Apresentam rigidez,
tenacidade e ductilidade
o “Nuvem Eletrônica”
o Altos valores de condutividade
térmica e elétrica
o Brilho Metálico
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
• Cerâmicos:
o Metal+Ametal
o Freqüentemente encontrados
sob forma de Óxidos, Nitretos e
Carbetos.
o Alta rígidez e dureza, porém
baixa tenacidade
(quebradiços)
o Grandes Isolantes Termo-
Elétricos
o Alta resistência a Temperatura
e agressividade do ambiente
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
• Polímeros:
o Orgânicos: Carbono +
Hidrogênio
o Estruturas com grande peso
molecular
o Baixa densidade
o Baixa resistência e rigidez,
porém muito flexíveis e
facilmente processáveis.
o Baixa condutividade elétrica
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
• Compósitos
o Junção de duas classes de
materiais
o Possuem as propriedades dos
dois ou mais materiais
presentes
o Fibra de Carbono e Fibra de
Vidro (Cerâmico+Polímero)
o Concreto Armado, Caixa de
Leite...
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
• Semicondutores
o Características elétricas
peculiares; intermediárias entre
aquelas exibidas pelos
condutores elétricos e os
isolantes
o são em muito pontos
semelhantes aos materiais
cerâmicos, podendo ser
considerados como uma
subclasse da cerâmica.
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
• Novos materiais
o Menor uso das reservas
energéticas/minerais
o Materiais com menor impacto
ambiental
o Maiores incentivos a
reciclagem e materiais que
possam ser reciclados.
o Mimetização de Materiais
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS
• Materiais Inteligentes
Materiais novos e de última geração que estão atualmente sendo
desenvolvidos e que terão influência significativa sobre muitas das
nossas tecnologias. O adjetivo “inteligente” implica que esses materiais
são capazes de sentir mudanças nos seus ambientes e então responder a
essas mudanças de uma maneira predeterminada, como também ocorre
com os organismos vivos.

• Nanotecnologia
Com o avanço da tecnologia ficou possível manipular e mover átomos
e moléculas e formar novas estruturas, dessa forma desenhando novos
materiais fabricados a partir de constituintes que são simples ao nível
atômico. Essa habilidade em se arranjar cuidadosamente os átomos
proporciona oportunidades para o desenvolvimento de propriedades
mecânicas, elétricas, magnéticas e de outras naturezas que não seriam
possíveis de qualquer outra maneira. Ex: Nano tubo de carbono.
CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
MATERIAIS
CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
MATERIAIS
CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
MATERIAIS
Ligação atômica
Ligação atômica
Ligação atômica
FORÇAS E ENERGIAS
DE LIGAÇÃO
• À medida que se aproximam,
um exerce forças sobre o outro.
• Essas forças são de dois tipos,
atrativa e repulsiva, e a
magnitude é função da
separação ou distância
interatômica.
• As camadas eletrônicas mais
externas dos dois átomos
começam a se superpor, e uma
intensa força repulsiva FR entra
em ação.
• A força líquida FL entre os dois
átomos é exatamente a soma
das componentes de atração a
de repulsão FL = FA + FR
FORÇAS E ENERGIAS
DE LIGAÇÃO
• Quando FA e FR se anulam, ou se
tornam iguais, não existe
qualquer força líquida ou
resultante, estado de equilíbrio.
• Os centros dos dois átomos irão
permanecer separados pela
distância de equilíbrio r;
• Para muitos átomos, r, é de
aproximadamente 0,3 ηm (3 ).
• Uma vez nesta posição, pela
ação de uma força atrativa os
dois átomos irão neutralizar
qualquer tentativa de separá-los,
e pela ação de uma força
repulsiva também neutralizarão
as tentativas de aproximar um
contra o outro.
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Há 3 tipos encontrados em
sólidos:
• iônica, covalente e metálica
• A ligação ocorre na
camada de valência
• Depende da configuração
eletronica dos elementos
constituintes
• Objetivo
• Atingir estabilidade
eletrônica
• Ligações secundárias são
encontradas em quase todos os
materiais, e exercem influencia
menor, porém consideráve.
TABELA PERIÓDICA
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Iônicas
• Ocorre entre metais e não
metais
• Nas extremidades da tabela
periódica
• Diferença de
Eletronegatividade
• Formam “Ions”
• É não-direcional
• São ligações
extremamente fortes,
resultando em PF
elevados
• Predomina nos materiais
cerâmicos
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Iônicas
• EG: Cloreto de Sódio
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Iônicas
• EG: Sulfeto Dipotássico
• EG: Fluoreto de Alumínio
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Covalentes
• É o chamado
compartilhamento de elétrons
• É direcional, ocorre na
direção entre um determinado
átomo e outro.

• Pequena diferença de
Eletronegatividade.
Quanto menor, mais
forte será a ligação
• Mais comum com
elementos do lado
direito da tabela
periódica
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Covalentes
• O número de ligações
possíveis é igual ao
número de elétrons na
sua camada de
Valencia.
• Podem formar ligações
muito fortes, resultando
em PF elevados como
o Diamante (3500°C)
ou fracas como o
Bismuto (270°C)
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Covalentes
• Maior exemplo são os
polímeros
• Carbono realiza 2
ligações entre si, e as
outras duas com
hidrogênios.
• Grande parte desses
compostos exibem
parte caráter covalente
e parte iônico.
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Metálicas
• Possuem no máximo 3 eltrons na
camada de valencia
• Nuvem de Eletrons
• Não ocorre localização dos
eletrons, eles movem-se
livremente dentro da estrutura.

• Se comportam como
“caroços” iônicos,
sendo protegidos pelo
mar de elétrons, contra
forças de
atração/repulsão
• Não é direcional
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
PRIMÁRIAS
• Metálicas
• Encontrada nos elementos da
família IA e IIA e de fato a todos
os metais elementares
• São bons condutores de calor e
eletricidade, devido aos elétrons
livres

• Podem exibir pontos de


fusão baixos ou elevados,
variando com sua
configuração eletrônica
• Apresentam falha dúctil
sob níveis elevados de
tensão.
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
SECUNDÁRIAS
• Secundárias ou de Van-
der-Waals
• Ligações FÍSICAS
• Ocorrem em todos os
compostos, em menor ou maior
escala
• São mais fracas que as ligações
primarias (0,1 eV)

• Ocorre sempre entre


dipolos são gerados
pela assimetria de
cargas
• Podem ser
“mascarados” pelas
ligações primárias
LIGAÇÕES
INTERATÔMICAS
Estruturas Cristalinas
• Conceitos Fundamentais

o Em engenharia vários materiais se cristalizam após a solidificação (metais,


cerâmicos e alguns polímeros).

o Materiais que não se cristalizam carecem de um arranjo atômico regular


e sistemático ao longo de distâncias atômicas relativamente grandes.
Estruturas Cristalinas
• Células Unitárias:

Ordenamento atômico em sólidos cristalinos.

Padrão repetitivo.

Pequenas unidades repetitivas chamadas


células unitárias.

A célula unitária é a unidade estrutural básica


da estrutura cristalina.
Estruturas Cristalinas
• Sistemas cristalinos

o Como há diferentes possibilidades de estruturas cristalinas, às vezes, é


conveniente dividir em grupos segundo as configurações das células
unitárias e/ou arranjos atômicos.

o Um destes esquemas é baseado na geometria da célula unitária, que é a


forma apropriada de um paralelepípedo.
Estruturas Cristalinas
• Sistemas cristalinos

z
• Esses parâmetros são
conhecidos como
parâmetros de rede (o
reticulado). A 
combinação desses c
 y

parâmetros produz a
sete diferentes
b
possibilidades de
x
sistemas cristalinos.
Sistemas cristalinos
Geometrias das células
unitárias para sete sistemas
cristalinos.
Sistema Relações Axiais Ângulos
Cristalino Interaxiais
Cúbico A=b=c  =  =  = 90°

Hexagonal a=b≠c  =  = 90°,


 = 120°
Tetragonal a=b≠c  =  =  = 90°

Romboédrico a=b=c  =  =  ≠ 90°

Ortorrômbico a≠b≠c  =  =  = 90°

Monoclínico a≠b≠c  =  = 90° ≠ 

Triclínico a≠b≠c  ≠  ≠  ≠ 90°


Estruturas Cristalinas
• Sistemas cristalinos

• Estruturas encontradas para a maioria dos metais


mais comuns
o Cúbica de faces centradas

o Cúbica de corpo centrado

o Hexagonal Compacta
Estruturas Cristalinas
• Estrutura cristalina CFC: (Pb, Au, Al, Cu, Fe-, etc.)
Estruturas Cristalinas
• Estrutura cristalina CFC

O nº de átomos por célula unitária é (8/8) + (6/2) = 4 átomos por célula.


O número de coordenação é 12.
O fator de empacotamento é 0,74.
Estruturas Cristalinas
• CFC – Determinação do Fator de Empacotamento
Atômico:

Volume total de esferas VE VE  2  (volume _ esferas )


FEA  
volume total da ce´lula unita´ria VC

4 16
VE  (4)  R3   R3 VC  a3  (2R 2)3  16R3 2
3 3
4R

 16  3
R
VE  3 
Portanto: FEA    0, 74 a
VC 16 R3 2
Estruturas Cristalinas
• Estrutura cristalina CCC: (Cr, Mo, W, Fe-α, etc.)
Estruturas Cristalinas
• Estrutura cristalina CCC

4R
a
3

O nº de átomos por célula unitária é: (8/8) + 1 = 2 átomos.


O número de coordenação é 8.
O fator de empacotamento é 0,68.
Estruturas Cristalinas
• Estrutura cristalina CCC

Volume total de esferas VE


FEA   4R
volume total da ce´lula unita´ria VC
a
3
VE  2  (volume _ esferas _)

4R 3 8R 3  8R 3 


VE  2  ( )  
3 3 VE  3 
3   0,68
 4R  64R 3
VC  64 R 3
VC  a    
3
 
 3 3 3 3 3
Estruturas Cristalinas
• Estrutura cristalina HC: (Mg, Cd, Zn, etc.)

O nº de átomos por célula unitária é:


(6/6)+(1/2)+(6/6)+(1/2)+3=6 átomos.
Estruturas Cristalinas
• Estrutura cristalina HC

O nº de coordenação e fator de empacotamento para o HC são os


mesmos que para o CFC: 12 e 0,74 respectivamente.
Estruturas Cristalinas
• Cálculos da densidade (ρ)

o O conhecimento da estrutura cristalina de um sólido metálico permite o


cálculo de sua densidade teórica ρ através da relação:
nA
o Onde: 
Vc N A
o n = número de átomos associados com cada célula unitária;
o A= peso atômico (g/mol);
o Vc= volume da célula unitária;
o NA= nº de Avogadro (6,023x1023 átomos, íons ou moléculas / mol).

Exercício: Calcular a densidade do Al


Estruturas Cristalinas
• Polimorfismo e Alotropia

o Alguns metais, assim como não-metais, podem ter mais de uma estrutura
cristalina.

o Um exemplo familiar é o carbono: a grafita é um polimorfo estável nas


condições ambientais, entretanto o diamante é formado em condições
de altas temperaturas e pressões.

o O Ferro puro possui uma estrutura cristalina CCC à temperatura


ambiente (Fe-), que se altera para uma estrutura CFC à temperatura de
912°C.
Estruturas Cristalinas
• Planos e direções cristalográficas

• Por que estudá-los?

• Existem planos e direções características para cada


estrutura. Estes influem no comportamento do material
(deformação).

• Deformação - ocorre segundo determinadas direções e


planos particulares para cada estrutura. Existe uma
maior densidade de átomos em determinadas direções,
gerando planos de escorregamento capazes de serem
acionados durante o processo de deformação plástica.
Estruturas Cristalinas
• Por que são importantes?
• Para a determinação da estrutura cristalina
o Os métodos de difração medem diretamente a distância entre planos
paralelos de pontos da rede cristalina. Esta informação é usada para
determinar os parâmetros de rede de um cristal.
oOs métodos de difração também
medem os ângulos entre os planos da
rede. Estes são usados para determinar
os ângulos interaxiais de um cristal.
Estruturas Cristalinas
• Para a deformação plástica
o A deformação plástica (permanente) dos metais
ocorre pelo deslizamento dos átomos,
escorregando uns sobre os outros no cristal. Este
deslizamento tende a acontecer
preferencialmente ao longo de planos direções
específicos do cristal.
Estruturas Cristalinas
• Para as propriedades de transporte
o Em certos materiais, a estrutura atômica em
determinados planos causa o transporte de
elétrons e/ou acelera a condução nestes
planos, e, relativamente, reduz a velocidade em
planos distantes destes.
Estruturas Cristalinas
• Exemplos:
• Exemplo 1: Grafite
• A condução de calor é mais rápida nos planos
unidos covalentemente sp2 do que nas direções
perpendiculares a esses planos.
Estruturas Cristalinas
• Exemplo 2:
supercondutores a base
de YBa2Cu3O7
• Alguns planos contêm
somente Cu e O. Estes
planos conduzem pares
de elétrons que são os
responsáveis pela
supercondutividade.
Estes supercondutores
são eletricamente
isolantes em direções
perpendiculares as dos
planos Cu-O.
• Monocristais: Para um
sólido cristalino, quando um
arranjo periódico e
repetido de átomos se
estende, perfeitamente,
por toda a amostra sem
interrupção, o resultado é
um monocristal.
• Materiais policristalinos
• A maioria dos sólidos
cristalinos é composta de
uma coleção de vários
pequenos cristais ou grãos;
tais materiais são
denominados de
policristalinos.
• Anisotropia
o Algumas propriedades físicas dos monocristais de várias substâncias
dependem da direção cristalográfica na qual as medições são tomadas.
Por exemplo, o módulo de elasticidade, a condutividade elétrica e o
índice de refração podem ter diferentes valores nas direções [100] e
[111]. Essa direcionalidade das propriedades é denominada anisotropia.

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