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1. Qual é a classificação tradicional dos materiais que são utilizados em Engenharia? Faça um
comentário sobre cada um destes grupos
Resposta: Os materiais podem ser classificados de diversas formas. Uma classificação
muito utilizada, ou seja, a classificação tradicional, é baseada na composição: metálicos,
poliméricos, compósitos e cerâmicos. Também existem classificações segundo a função do
material ou o tipo de ligação química.
Materiais metálicos
Materiais poliméricos
Materiais cerâmicos
Materiais compósitos
Materiais semicondutores
4. De que forma que os materiais são estruturados para formar os sólidos? Comente sobre cada
uma destas estruturas.
Resposta: Segundo a distribuição espacial dos átomos, moléculas ou íons, os sólidos podem
ser classificados em: sólidos cristalinos e sólidos amorfos. E são estruturados da seguinte
forma:
Cristalinos: compostos por átomos, moléculas ou íons arranjados de uma forma periódica
em três dimensões. As posições ocupadas seguem uma ordenação que se repete para grandes
distâncias atômicas (de longo alcance).
Amorfos: compostos por átomos, moléculas ou íons que não apresentam uma ordenação de
longo alcance. Podem apresentar ordenação de curto alcance.
Estrutura da sílica:
9. Quais são os principais sistemas cristalinos que compõem os materiais metálicos utilizados
em Engenharia?
Resposta: As estruturas cristalinas mais comuns em metais são: CCC (cúbica de corpo
centrado), CFC (cúbica de face centrado) e HC (hexagonal compacta).
Cúbico simples
Apenas 1/8 de cada átomo cai dentro da célula unitária, ou seja, a célula unitária contém
apenas 1 átomo. „ Essa é a razão que os metais não cristalizam na estrutura cúbica simples
(devido ao baixo empacotamento atômico)
A rede cúbica de face centrada é uma rede cúbica na qual existe um átomo em cada vértice e
um átomo no centro de cada face do cubo. Os átomos se tocam ao longo das diagonais das
faces do cubo.
10. Relacione os principais metais que são utilizados em aplicações estruturais aos seus
respectivos sistemas cristalinos
Resposta: A maioria dos materiais comumente utilizados em engenharia, particularmente os
metálicos, exibe um arranjo geométrico de seus átomos bem definido, constituindo uma
estrutura cristalina.
A tabela a seguir mostra os principais metais utilizados e seus respectivos sistemas
cristalinos:
Alumínio CFC
Berílio HC
Cromo CCC
Cobalto HC
Ouro CFC
Ferro CCC
Chumbo CFC
Magnésio HC
Níquel CFC
Prata CFC
13. Comente sobre a resistência mecânica de um metal cristalino livre de defeitos e com
defeitos.
Resposta: A resistência de um material cristalino corresponde a quantidades de defeitos
presentes na microestrutura, tais defeitos estão relacionados com a capacidade dos átomos
internos de cada material a se movimenta.
Quanto maior for o número de defeitos presentes na estrutura de um material, maior é o
indício de que este é mais propício a estímulos externos, e, por isso apresenta menor
resistência. A movimentação de discordâncias acontece por estimulo ao ambiente externo,
quanto mais os átomos se movimentarem, mais a estrutura do material irá ficar
comprometida no que diz respeito à resistência, formando regiões com mais fragilidade,
como por exemplo, nos contornos de grãos dos metais dado que quanto maior for o tamanho
deste mais fácil será romper a estrutura do material.
15. Como ocorre a deformação plástica em material metálico? O que favorece o mecanismo de
deformação plástica?
Resposta: A maioria dos materiais apresenta deformação no regime elástico até cerca de
0,5%. Quando a tensão promove deformações superiores a este valor, surge um outro modo
de deformação, chamado deformação Plástica. Neste regime, o material não retorna à
dimensão original quando cessada a tensão.
A deformação Plástica envolve a ruptura de ligações atômicas com a formação ou
estabelecimento das ligações em regiões diferentes das anteriores no material. Este processo
ocorre pela geração de movimentação de discordâncias.
O mecanismo de deformação plástica no endurecimento do material, à medida que o
material é deformado plasticamente.
MECANISMOS DE ENDURECIMENTO
17. Indique os cinco principais mecanismos que promovem o aumento de resistência mecânica
de metais e ligas. Indique a relação que existe entre o movimento de discordâncias e o
aumento de resistência de metais e ligas.
Resposta: Os cinco principais mecanismos que promovem o aumento da resistência
mecânica de metais e ligas são: diminuição do tamanho do grão, solução sólida,
encruamento, precipitação de partículas e transformações de fases.
Solução sólida
Uma técnica utilizada para aumentar a resistência e endurecer metais baseia-se na formação
de ligas com átomos de impurezas que adentram em uma solução sólida substitucional ou
em uma solução sólida intersticial, isso é chamado de aumento de resistência por solução
sólida. Em metais que possuem um nível de pureza elevada podemos verificar que estes são
mais macios e também mais fracos do que ligas compostas pelo mesmo metal base. Com o
crescimento da concentração de impurezas temos por consequência aumento no limite de
resistência à tração e no limite de escoamento.
Encruamento
É o fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais resistente a medida que é
deformado plasticamente. Trabalho a frio.
Precipitação de partículas
A precipitação de uma nova fase no seio de uma fase “matriz”, o sistema deve apresentar
necessariamente duas características para poder ser endurecido por precipitação: Deve haver
uma solubilidade máxima apreciável de um componente no outro (da ordem de vários
pontos percentuais) e deve haver um limite de solubilidade que diminua rapidamente com a
concentração do componente principal em função da diminuição da temperatura.
O endurecimento por precipitação é obtido mediante dois tratamentos térmicos diferentes.
O primeiro é um tratamento térmico de solubilização na temperatura T0 , no qual todos os
átomos do soluto são dissolvido para formar uma solução sólida monofásica. Esse
procedimento é seguido por um resfriamento rápido (têmpera ou “quench”) até a
temperatura T1, difusão e formação de fase b é evitada. Dessa forma, na temperatura T1
existe uma situação de ausência de equilíbrio, onde somente existe uma fase a supersaturada
no componente B (em relação à composição da fase a que existiria no equilíbrio).
No segundo tratamento térmico, o tratamento térmico de precipitação, a solução sólida com
composição a supersaturada é aquecida à temperatura T2, localizada dentro da região
bifásica (a + b). Na temperatura T2 , a velocidade de difusão começa a ficar apreciável. A
fase b começa a precipitar na forma de cristais muito pequenos, de composição Cb. Com a
manutenção do tratamento térmico à temperatura T2 , esses cristais da fase b precipitada
crescem. Decorrido o tempo adequado de tratamento à temperatura T2 (também chamado de
tempo de envelhecimento), o material é resfriado à temperatura ambiente.
O endurecimento por precipitação é empregado comumente em ligas de alumínio de alta
resistência. Esse mecanismo de endurecimento foi extensivamente estudado para as ligas
alumínio-cobre. A natureza das partículas precipitadas e, subsequentemente, as propriedades
mecânicas do material (resistência, ductilidade, dureza) dependem tanto da temperatura de
precipitação T2 , quanto do tempo de envelhecimento a essa temperatura. • Com o aumento
do tempo, a resistência (ou dureza) aumenta, atinge um valor máximo e finalmente diminui.
• Essa redução na resistência e na dureza que ocorre após tempos de tratamento térmico
excessivo é chamada de superenvelhecimento.
Transformação de fases
Nos aços, este efeito está relacionado com a transformação da austenita, no resfriamento
mais estável termodinâmicamente a altas temperaturas, para outras fases, mais estáveis a
baixas temperaturas. Como regra, quanto mais baixa for a temperatura de 22 transformação,
maior será o efeito endurecedor, ou seja, quanto mais baixa for a temperatura de
transformação, mais finos serão os grãos da fase produto, maior será a densidade de
discordâncias, maior será a tendência de retenção dos solutos em solução supersaturada,
levando a um aumento da resistência mecânica por solução sólida, mais fina é a dispersão de
precipitados.
18. Explique porque metais puros normalmente não são utilizados em aplicações estruturais.
Resposta: Os metais puros geralmente não apresentam todas as características necessárias
para serem aplicados na fabricação de produtos utilizados na sociedade. Por isso, surgiram
as ligas metálicas, que são misturas de dois ou mais metais ou de um metal com outra
substância simples por meio de aquecimento.
Esses componentes se fundem em temperatura elevada e depois esfriam, solidificando-se.
21. Porque contornos de alto ângulo são mais eficientes no aumento de resistência mecânica dos
metais e ligas?
Resposta: Porque os grãos estão em orientações diferentes e isso faz com que existam
contornos de grão ajustados. Um contorno chamado de baixo-ângulo apresenta como
desorientação estipulada como pequena (até 10º) e a região que está separada o subgrão em
casos que a desorientação é superior a aproximadamente 10º considera-se contornos de grão.
Para sabermos se há a existência de uma energia interfacial ligada aos contornos de grão,
temos as seguintes observações: impurezas tendem a segregar em contornos de grão, sendo
assim, diminuindo a energia do contorno; os contornos de grão tendem a diminuir sua área
quando estão em temperaturas elevadas, assim aumentando o tamanho médio do grão;
os contornos de grão são regiões mais reativas quimicamente.
23. O que é têmpera? Em quais materiais a têmpera pode ser utilizada para promover o aumento
de resistência mecânica?
Resposta: A têmpera refere-se a um resfriamento brusco. Na química de polímeros e na
ciência dos materiais, o processo de têmpera é usado para evitar processos que se dão em
temperaturas mais baixas, tais como transformações de fase, disponibilizando apenas uma
pequena janela de tempo em que a reacção é termodinamicamente favorável e cineticamente
acessível. Por exemplo, pode reduzir a cristalinidade e por consequência aumentar a rigidez
de ligas e plásticos (produzidos através de polimerização).
Tipos de têmpera:
Extrusão
Trefilação
A trefilação é uma operação em que a matéria-prima é puxada contra uma matriz (chamada
fieira ou trefila) em forma de funil por meio de uma força de tração aplicada do lado de
saída da matriz. O escoamento plástico é produzido principalmente pelas forças
compressivas provenientes da reação da matriz sobre o material. Normalmente realiza-se a
operação a frio.
Vantagens sobre outros processos: O material pode ser estirado e reduzido em secção
transversal mais do que com qualquer outro processo; a precisão dimensional que pode ser
obtida é maior do que em qualquer outro processo exceto a laminação a frio, que não é
aplicável às bitolas comuns de arames; a superfície produzida é uniformemente limpa e
polida; o processo influi nas propriedades mecânicas do material, permitindo, em
combinação com um tratamento térmico adequado, a obtenção de uma gama variada de
propriedades com a mesma composição química.
Conformação de chapas
26. Os efeitos da deformação plástica podem ser removidos por algum processo?
Resposta: Não, pois Na deformação plástica, o corpo não retorna ao seu estado original,
permanece deformado permanentemente. Isso acontece quando o corpo é submetido à tensão
de plasticidade. Portanto, há a ocorrência ou transição da fase elástica para a fase plástica do
corpo que está submetido.
27. Quais são os estágios de transformação que ocorrem durante o aquecimento de um material
encruado? Faça uma descrição de cada um destes estágios.
Resposta: Quando um metal trabalhado a frio é aquecido, ocorrem gradualmente algumas
mudanças nas propriedades sem alterações microestruturais pronunciadas. Isso é
recuperação. Quando ocorrem mudanças em outras propriedades acompanhadas de
alterações microestruturais significativas é a recristalização.
A recuperação já ocorre a relativamente baixas temperaturas e envolve o movimento e
aniquilação de defeitos pontuais, bem como a aniquilação e rearranjo das discordâncias, o
que conduz à formação de fronteiras de subgrãos.
Deformação a frio
Vantagens:
Aumenta a dureza e a resistência dos materiais, mas a ductilidade diminui. Permite a
obtenção de dimensões dentro de tolerâncias estreitas. Produz melhor acabamento
superficial.
Desvantagens:
ENSAIOS DE DUREZA
29. Faça uma breve descrição dos métodos de Dureza baseados por meio optico.
Resposta:
Método de dureza Brinell
O método de dureza Brinell consiste em comprimir uma esfera de diâmetro D por uma força
F, durante um tempo T, contra a superfície do material a ensaiar; a superfície deve ser plana
e polida ou preparada através de lixamento ou esmeril. Essa compressão produz uma mossa,
isto é, uma impressão permanente no metal, que após a remoção da força, pode ser medida
por meio de uma lupa graduada ou por um micrômetro óptico acoplado ao durômetro; a
impressão é chamada diâmetro d.
Métodos de dureza Vickers
O método Knoop é utilizado para a medição de dureza sobre áreas muito pequenas, micro-
dureza, na qual um penetrador de diamante, com formato piramidal, é pressionado contra
uma superfície devidamente polida.
30. Quais são as cargas e esferas mais utilizadas pelo Método Brinell
Resposta: Quando o ensaio é realizado nas condições consideradas como padrão, a unidade
Kgf/mm2 é omitida e o número de dureza Brinell deve ser seguido pelo símbolo HB, sem
nenhum sufixo. As condições-padrâo são: diâmetro da esfera D = 10mm; carga aplicada
3000Kgf; duração da aplicação da carga de 10 a 15 segundos. Para condições diferentes da
condição-padrão, o símbolo HB recebe um sufixo que representa as condições nas quais o
teste foi realizado. Exemplo: 85HB 10/500/30 em que o resultado do teste de dureza Brinell
é de 85HB, realizado com esfera de diâmetro de 10mm e carga de 500Kgf aplicada durante
30 segundos.
Através de estudos realizados com o método Brinell, verificou-se que os valores de dureza
com cargas diferentes variavam muito pouco se o diâmetro da impressão d ficasse no
intervalo 0,3D < d < 0,6D; por isso foi considerado que a impressão d seria ideal se
permanecesse dentro desses limites.
Para obter o mesmo resultado de dureza para um mesmo material, deve-se observar que a
relação seja constante para diversas faixas de dureza.
Na prática podem-se utilizar as condições de dureza Brinell constantes do quadro.
31. Quais são as vantagens do Ensaio Vickers quando comparado com o ensaio Brinell? Qual
destes métodos é considerado mais preciso? Justifique.
Resposta: O método Vickers pode ser utilizado em qualquer material metálico independente
das especificações de dureza, tamanho, irregularidades e dimensão, possui uma escala de
dureza continua e as impressões marcadas no material são pequenas, o que não faz com que
o material perca a utilidade. Além disso, o material não sofre interferência da carga aplicada,
mede microdurezas e a deformação feita pelo penetrador é nula, por conta de ser feita com
diamante. Já o ensaio Brinell tem como limitação o penetrador, sendo ele de aço temperado,
o que torna-se possível apenas medir durezas de até 500 HB porque caso contrário, pode
haver deformação no mesmo, e também pode haver recuperação elástica o que provoca
muitos erros já que o diâmetro da calota formada pelo penetrador diminui ao retirar a carga ,
então quanto mais duro for o material maior será esse erro. Enfim, o ensaio Vickers é o que
oferece melhor precisão de medidas.
O método é realizado em três etapas. Na primeira, o corpo de prova é submetido a uma pré-
carga, garantindo um contato firme do penetrador com a superfície a ser ensaiada. Na
segunda, aplica-se a carga maior que, somada à pré-carga, resulta a carga total ou carga
nominal do ensaio. Na terceira, retira-se a carga; neste momento, a profundidade da
impressão é dada diretamente no mostrador sob forma de um número de dureza, lido em
uma escala apropriada ao penetrador e à carga utilizada.
As escalas mais aplicadas para dureza Rockwell normal são B, C, e A. Para dureza
superficial, as mais utilizadas são N e T.
Para calcular a profundidade de impressão, que é a profundidade mínima em milímetros
atingida pelo penetrador, podem-se empregar fórmulas empíricas.
Para obter a espessura mínima, em milímetros, da peça a ser ensaiada, multiplica-se por 10 o
valor obtido pela aplicação da fórmula.