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Fundamentos de Outras Obras

Fundamentos de Química Analítica


Química Analítica
Fundamentos
QUÍMICA GERAL E REAÇÕES
QUÍMICAS VOL. 1
Tradução da 6ª edição
norte-americana
Tradução da 9ª edição norte-americana

Química
John C. Kotz, Paul M. Treichel e
Skoog • West • Holler • Crouch

E
de
Gabriela C. Weaver
ste livro aborda aspectos tanto fundamentais quanto práticos da
análise química. Seu maior objetivo é fornecer um fundamento QUÍMICA GERAL E REAÇÕES
completo dos princípios da química particularmente importantes QUÍMICAS VOL. 2

Skoog • West • Holler • Crouch


para a química analítica, a fim de que os alunos desenvolvam Tradução da 6ª edição

Analítica
norte-americana
habilidades para a difícil tarefa de julgar a exatidão e a precisão
John C. Kotz, Paul M. Treichel e
de dados experimentais, e mostrar como esses julgamentos
Gabriela C. Weaver
podem ser aprimorados pela aplicação de métodos estatísticos.
Assim, atentos à evolução contínua da química analítica, os autores
INTRODUÇÃO À QUÍMICA GERAL,
incluíram nesta edição diversas aplicações em biologia, medicina, ciência
ORGÂNICA E BIOQUÍMICA
dos materiais, ecologia, ciência forense e outras áreas correlatas. Há, ainda,
Tradução da 9ª edição
inúmeros tópicos atuais, tais como espectrometria de absorção atômica e
norte-americana
de massas moleculares, fracionamento em fluxo tangencial e cromatografia
Frederick A. Bettelheim, William
quiral, além de uma revisão de muitos tratamentos do passado para
incorporar instrumentação e técnicas modernas.
Tradução da 9ª edição H. Brown, Mary K. Campbell e

norte-americana Shawn O. Farrell

Aplicações: Destina-se à formação profissional e aos profissionais


INTRODUÇÃO À BIOQUÍMICA
das áreas de Química, Engenharia Química, Engenharia de Alimentos,
Tradução da 9ª edição
Bioquímica, Ciência dos Materiais e demais cursos que requerem formação
norte-americana
sólida e abrangente em Química Analítica Clássica e Instrumental Básica.
Frederick A. Bettelheim, William
H. Brown, Mary K. Campbell e
Shawn O. Farrell

INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Trilha é uma solução digital, com plataforma de acesso em português, que disponibiliza ORGÂNICA
ferramentas multimídia para uma nova estratégia de ensino e aprendizagem. Tradução da 9ª edição
norte-americana
Frederick A. Bettelheim, William
ISBN-13: 978-85-221-1660-7 H. Brown, Mary K. Campbell e
ISBN-10: 85-221-1660-1
Shawn O. Farrell
Skoog • West • Holler • Crouch
Para suas soluções de curso e aprendizado,
visite www.cengage.com.br 9 788522 116607
Prefácio III

Fundamentos de
Química Analítica

Tradução da 9a edição norte-americana

Douglas A. Skoog
Stanford University

Donald M. West
San Jose State University

F. James Holler
University of Kentucky

Stanley R. Crouch
Michigan State University

Tradução técnica das atualizações da 9a edição:

Robson Mendes Matos


Professor Associado
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Campus Macaé – Professor Aloísio Teixeira

Austrália • Brasil • Japão • Coreia • México • Cingapura • Espanha • Reino Unido • Estados Unidos
Prefácio V

Sumário
Prefácio  xiii
Agradecimentos  xvii

Capítulo 1   A Natureza da Química Analítica   1


1A O Papel da Química Analítica   2
1B Métodos Analíticos Quantitativos  4
1C Uma Análise Quantitativa Típica   4
1D Um Papel Integrado da Análise Química: Sistemas Controlados por
Realimentação  9

Parte I  Ferramentas da Química Analítica  15

Capítulo 2  Produtos Químicos, Equipamentos e Operações Unitárias na


Química Analítica  16
2A Seleção e Manuseio de Reagentes e Produtos Químicos   17
2B Limpeza e Marcação de Materiais de Laboratório   18
2C Evaporação de Líquidos  19
2D Medida de Massa  19
2E Equipamentos e Manipulações Associados à Pesagem   26
2F Filtração e Ignição de Sólidos   29
2G Medida de Volume  35
2H Calibração Volumétrica de Vidraria   44
2I  O Caderno de Laboratório   46
2J Segurança no Laboratório   48

Capítulo 3   Utilização de Planilhas de Cálculo na Química Analítica   50


3A Manutenção de Registros e Realização de Cálculo   50
3B Exemplos mais Complexos  54

Capítulo 4   Cálculos Empregados na Química Analítica   64


4A Algumas Unidades Importantes  64
4B Soluções e Suas Concentrações   69
4C Estequiometria Química  77

Capítulo 5  Erros em Análises Químicas  84


5A Alguns Termos Importantes  86
5B Erros Sistemáticos  89

Capítulo 6  Erros Aleatórios nas Análises Químicas   96


6A A Natureza dos Erros Aleatórios   96
6B Tratamento Estatístico de Erros Aleatórios   100
6C Desvio Padrão de Resultados Calculados   112
6D Apresentação de Resultados Calculados   117

Capítulo 7   Tratamento e Avaliação Estatística de Dados   124


7A Intervalos de Confiança  125
7B Ferramentas Estatísticas para o Teste de Hipóteses   130
7C Análise de Variância  141
7D Detecção de Erros Grosseiros   147

Capítulo 8  Amostragem, Padronização e Calibração  154


8A Amostras e Métodos Analíticos   154
8B Amostragem  157
8C Manuseio automático de Amostras   166
VI Fundamentos de Química Analítica

8D Padronização e Calibração  170
8E  Figuras de Mérito para Métodos Analíticos   186

Parte II  Equilíbrios Químicos  197

Capítulo 9   Soluções Aquosas e Equilíbrios Químicos   198


9A A Composição Química de Soluções Aquosas   198
9B Equilíbrio Químico  203
9C Soluções Tampão  220

Capítulo 10   O Efeito de Eletrólitos nos Equilíbrios Químicos   235


10A O Efeito de Eletrólitos nos Equilíbrios Químicos   235
10B Coeficientes de Atividade  239

Capítulo 11  Resolução de Problemas de Equilíbrio de Sistemas


Complexos  249
11A Método Sistemático para Resolução de Problemas Utilizando Múltiplos
Equilíbrios   250
11B Cálculo de Solubilidade pelo Método Sistemático   257
11C Separação de Íons pelo Controle da Concentração do Agente Precipitante   267

Parte III  Métodos Clássicos de Análise  278

Capítulo 12  Métodos Gravimétricos de Análise  279


12A Gravimetria por Precipitação  280
12B Cálculo dos Resultados a partir de Dados Gravimétricos   291
12C Aplicações dos Métodos Gravimétricos   293

Capítulo 13  Titulações em Química Analítica  301


13A Alguns Termos Usados em Titulometria Volumétrica   302
13B Soluções Padrão  304
13C Cálculos Volumétricos  305
13D Titulometria Gravimétrica  313
13E Curvas de Titulação  314

Capítulo 14   Princípios das Titulações de Neutralização   320


14A Indicadores para Titulações Ácido/Base  320
14B Titulações de Ácidos e Bases  323
14C Curvas de Titulação para Ácidos Fracos  329
14D Curvas de Titulações para Bases Fracas  335
14E  A Composição das Soluções Durante as Titulações Ácido/Base  338

Capítulo 15  Sistemas Ácido/Base Complexos  346


15A Misturas de Ácidos Fortes e Fracos ou Bases Fortes e Fracas  346
15B Ácidos e Bases Polifuncionais  350
15C Soluções Tampão Envolvendo Ácidos Polipróticos  352
15D Cálculo de pH de Soluções de NaHA  354
15E  Curvas de Titulação para Ácidos Polifuncionais  357
15F Curvas de Titulação para as Bases Polifuncionais  366
15G Curvas de Titulação para Espécies Anfipróticas  367
15H A Composição de Soluções de Ácido Poliprótico em Função do pH  369

Capítulo 16   Aplicações das Titulações de Neutralização   378


16A Reagentes para Titulações de Neutralização  379
16B Aplicações Típicas das Titulações de Neutralização  384
Prefácio VII
Sumário

Capítulo 17   Reações e Titulações de Complexação e Precipitação   398


17A Formação de Complexos  399
17B Titulações com Agentes Complexantes Inorgânicos  404
17C Agentes Complexantes Orgânicos  412
17D Titulações com Ácidos Aminocarboxílicos  413

Parte IV  Métodos Eletroquímicos  439

Capítulo 18  Introdução à Eletroquímica  440


18A A Caracterização de Reações de Oxidação-Redução  440
18B Células Eletroquímicas  444
18C Potenciais de Eletrodo  449

Capítulo 19   Aplicações dos Potenciais Padrão de Eletrodo   470


19A Cálculos de Potenciais de Células Eletroquímicas  470
19B Determinação Experimental de Potenciais Padrão  477
19C Cálculos de Constantes de Equilíbrio Redox  478
19D Construção de Curvas de Titulação Redox   483
19E  Indicadores para Oxidação/Redução  496
19F Pontos Finais Potenciométricos  498

Capítulo 20 Aplicações das Titulações de Oxidação-Redução   503


20A Reagentes Oxidantes e Redutores Auxiliares  503
20B Aplicações de Agentes Redutores Padrão  505
20C Aplicações de Agentes Oxidantes Padrão  508

Capítulo 21  Potenciometria  528
21A Princípios Gerais  529
21B Eletrodos de Referência  530
21C Potenciais de Junção Líquida  532
21D Eletrodos Indicadores  533
21E  Instrumentos para a Medida do Potencial de Célula  553
21F Potenciometria Direta  556
21G Titulações Potenciométricas  562
21H Determinação Potenciométrica de Constantes de Equilíbrio   565

Capítulo 22  Eletrólise Completa: Eletrogravimetria e Coulometria   571


22A O Efeito da Corrente no Potencial da Célula  572
22B A Seletividade dos Métodos Eletrolíticos  579
22C Métodos Eletrogravimétricos  581
22D Métodos Coulométricos  587

Capítulo 23  Voltametria  602
23A Sinais de Excitação na Voltametria  603
23B instrumentação voltamétrica  604
23C Voltametria Hidrodinâmica  611
23D Polarografia  626
23E  Voltametria Cíclica  628
23F Voltametria De Pulso  632
23G Aplicações de Voltametria  635
23H Métodos de Redissolução  636
23I  Voltametria com Microeletrodos  639
VIII Fundamentos de Química Analítica

Parte V  Análise Espectroquímica  643

Capítulo 24  Introdução aos Métodos Espectroquímicos  644


24A Propriedades da Radiação Eletromagnética  645
24B Interação da Radiação com a Matéria  648
24C Absorção da Radiação  652
24D Emissão de Radiação Eletromagnética  667

Capítulo 25  Instrumentos para a Espectrometria Ótica   676


25A Componentes dos Instrumentos  676
25B Fotômetros e Espectrofotômetros Ultravioleta/Visível  702
25C Espectrofotômetros Infravermelho  706

Capítulo 26  Espectrometria de Absorção Molecular  716


26A Espectroscopia de Absorção Molecular no Ultravioleta e Visível  716
26B Métodos Fotométricos e Espectrofotométricos Automatizados  737
26C Espectrofotometria de Absorção no Infravermelho  739

Capítulo 27  Espectroscopia de Fluorescência Molecular  753


27A Teoria da Fluorescência Molecular  753
27B Efeito da Concentração na Intensidade de Fluorescência  757
27C Instrumentos para Fluorescência  758
27D Aplicações dos Métodos de Fluorescência  759
27E  Espectroscopia de Fosforescência Molecular  762
27F Métodos de Quimioluminescência  763

Capítulo 28  Espectroscopia Atômica  766


28A As Origens dos Espectros Atômicos  767
28B Produção de Átomos e Íons  769
28C Espectrometria de Emissão Atômica  780
28D Espectrometria de Absorção Atômica  784
28E  Espectrometria de Fluorescência Atômica  794

Capítulo 29  Espectrometria de Massas  797


29A Princípios da Espectrometria de Massas  797
29B Espectrômetros de Massas  799
29C Espectrometria de Massas Atômicas  803
29D Espectrometria de Massas Moleculares  806

Parte VI  Cinética e Separações  814

Capítulo 30  Métodos Cinéticos de Análise  815


30A Velocidades das Reações Químicas  816
30B Determinação da Velocidade de Reação  829
30C Aplicações dos Métodos Cinéticos  835

Capítulo 31  Introdução às Separações Analíticas  841


30A Separação por Precipitação  842
31B Separações de Espécies por Destilação  846
31C Separação por Extração  846
31D Separação de Íons por Troca Iônica  851
31E  Separações Cromatográficas  854

Capítulo 32  Cromatografia de Gás  879


32A Instrumentos para a Cromatografia Gás-Líquido  880
32B Colunas de Cromatografia Gasosa e Fases Estacionárias  889
Prefácio IX
Sumário

32C Aplicações da Cromatografia Gás-Líquido  894


32D Cromatografia Gás-Sólido  901

Capítulo 33   Cromatografia de Líquidos de Alta Eficiência   905


33A Instrumentação  906
33B Cromatografia por Partição  914
33C Cromatografia por Adsorção  917
33D Cromatografia por Troca Iônica  918
33E  Cromatografia por Exclusão por Tamanho  920
33F Cromatografia por Afinidade  924
33G Cromatografia Quiral  924
33H Comparação entre a Cromatografia de Líquido de Alta Eficiência e
a Cromatografia de Gás  925

Capítulo 34  Outros Métodos de Separação  928


34A Cromatografia de Fluido Supercrítico  928
34B Cromatografia Planar  933
34C Eletroforese Capilar  935
34D Eletrocromatografia Capilar  942
34E  Fracionamento por Campo e Fluxo  945

Parte VII   Aspectos Práticos da Análise Química   969


Capítulos pertencentes à Parte VII estão disponíveis em PDF na Trilha

Capítulo 35   Análise de Amostras Reais  

Capítulo 36   Preparação de Amostras para Análise  

Capítulo 37   Decomposição e Dissolução da Amostra  

Capítulo 38   Métodos Selecionados de Análise  

Glossário  G1
Apêndice 1   A Literatura da Química Analítica   A1
Apêndice 2   Constantes dos Produtos de Solubilidade a 25°C   A6
Apêndice 3   Constantes de Dissociação de Ácidos a 25 °C   A8
Apêndice 4   Constantes de Formação a 25 °C   A10
Apêndice 5   Potenciais de Eletrodo Padrão e Formais   A12
Apêndice 6   Uso de Números Exponenciais e Logaritmos   A15
Apêndice 7  Cálculos Volumétricos Usando Normalidade e Peso
Equivalente  A19
Apêndice 8  Compostos Recomendados para a Preparação de Soluções
Padrão de Alguns Elementos Comuns   A27
Apêndice 9  Derivação das Equações de Propagação de Erros   A29

Respostas às Questões e aos Problemas Selecionados   R1

Índice Remissivo  I1
Prefácio XI

PREFÁCIO
A nona edição de Fundamentos de Química Analítica é um livro-texto intro-
dutório planejado basicamente para uma disciplina do curso de Química de um
ou dois semestres. Desde a publicação da oitava edição, o escopo de Química
Analítica continuou a evoluir e incluimos nesta edição muitas aplicações em
Biologia, Medicina, Ciência dos Materiais, Ecologia, Ciência Forense e outras
áreas correlatas. Como na edição anterior, incorporamos muitas aplicações de
planilha de cálculo, exemplos e exercícios. Revisamos alguns tratamentos antigos
para incorporar instrumentação e técnicas modernas. Em resposta aos comentá-
rios de muitos leitores e revisores, adicionamos um capítulo sobre espectrometria
de massas para fornecer instruções detalhadas neste tópico vital tão cedo quanto
possível no currículo de Química. Reconhecemos que as disciplinas de Química
Analítica variam de instituição para instituição, que dependem da infraestrutura
e instrumentação disponíveis. Portanto, planejamos esta edição de Fundamentos
de Química Analítica de maneira que os professores possam aprender os conceitos
de Química Analítica em diferentes níveis, em descrições, ilustrações, em desta-
ques interessantes e relevantes.
Desde a produção da oitava edição deste livro, os deveres e responsabilidades
no planejamento e escrita de uma nova edição decairam sobre nós dois (FJH e
SRC). Ao fazermos as muitas alterações e melhoramentos citados anteriormente
e no restante do prefácio, mantivemos a filosofia básica e a organização das oito
edições anteriores e nos empenhamos para manter os mesmos altos padrões que
caracterizaram estes textos.

OBJETIVOS
O objetivo principal deste livro é fornecer um fundamento completo nos prin-
cípios da química que são particularmente importantes para a química analítica.
Em segundo lugar, queremos que os estudantes desenvolvam um apreço pela di-
fícil tarefa de julgar a exatidão e a precisão de dados experimentais e de mostrar
como esses julgamentos podem ser aprimorados pela aplicação de métodos esta-
tísticos aos dados analíticos. Em terceiro lugar, objetivamos introduzir uma am-
pla gama de técnicas modernas e clássicas que sejam úteis na Química Analítica.
Em quarto lugar, esperamos que, com o auxílio deste livro, os estudantes possam
desenvolver as habilidades necessárias para resolver problemas analíticos quantita-
tivos e, onde apropriado, usar as poderosas planilhas eletrônicas para resolver pro-
blemas, realizar cálculos e criar simulações de fenômenos químicos. Finalmente,
pretendemos transmitir alguns conhecimentos laboratoriais que darão aos estu-
dantes confiança em sua habilidade de obter dados analíticos de alta qualidade e
que destacarão a importância de atenção aos detalhes na obtenção destes dados.

Abrangência e Organização
O material deste livro abrange tanto os aspectos fundamentais quanto os práticos
da análise química. Organizamos os capítulos em Partes que agrupam tópicos cor-
relatos. Há sete partes principais que sucedem a breve introdução do Capítulo 1.
•  Parte I abrange as ferramentas da Química Analítica e engloba sete capítu-
A
los. O Capítulo 2 discute os produtos químicos e os equipamentos utilizados
no laboratório de analítica, incluindo muitas fotografias de operações analí-
ticas. O Capítulo 3 é uma introdução tutorial ao uso de planilhas eletrônicas
em química analítica. O Capítulo 4 revisa os cálculos básicos da Química
Analítica, incluindo expressões de concentração e relações estequiométricas.
Os Capítulos 5, 6 e 7 apresentam os tópicos em estatística e a análise de
XII Fundamentos de Química Analítica

dados, que são importantes na Química Analítica e incorporam o uso exten-


sivo de cálculos com planilhas eletrônicas. A Análise de variância, ANOVA,
está incluída no Capítulo 7 e o Capítulo 8 fornece detalhes sobre a obtenção
de amostras, padronização e calibração.
• A Parte II cobre os princípios e aplicações de sistemas em equilíbrio químico
na análise quantitativa. O Capítulo 9 abrange os fundamentos dos equilí-
brios químicos. O Capítulo 10 discute os efeitos de eletrólitos em sistemas
em equilíbrio. A abordagem sistemática para resolver problemas de equilíbrio
em sistemas complexos é o assunto do Capítulo 11.
• A Parte III agrupa vários capítulos que tratam da Química Analítica gravi-
métrica e volumétrica clássica. A análise gravimétrica é descrita no Capítulo
12. Nos Capítulos 13 a 17, consideramos a teoria e a prática dos métodos
titulométricos de análise, incluindo as titulações ácido-base, as titulações de
precipitação e as titulações complexométricas. Tirarmos vantagem da aborda-
gem sistemática no estudo do equilíbrio e do uso de planilhas eletrônicas nos
cálculos é muito útil.
• A Parte IV é dedicada aos métodos eletroquímicos. Após uma introdução à
eletroquímica, no Capítulo 18, o Capítulo 19 descreve os inúmeros empre-
gos dos potenciais de eletrodo. As titulações de oxidação/redução são o tema
do Capítulo 20, enquanto o Capítulo 21 apresenta o uso de métodos poten-
ciométricos para medir as concentrações de espécies moleculares e iônicas. O
Capítulo 22 considera os métodos eletrolíticos quantitativos, como eletrogra-
vimetria e coulometria, e o Capítulo 23 discute os métodos voltamétricos,
incluindo voltametria de varredura linear e voltametria cíclica, voltametria de
redissolução anódica e polarografia.
• A Parte V apresenta os métodos espectroscópicos de análise. A natureza da luz
e sua interação com a matéria são exploradas no Capítulo 24. Instrumentos
espectroscópicos e seus componentes são descritos no Capítulo 25. As várias
aplicações dos métodos espectrométricos de absorção molecular são mostradas
com algum detalhe no Capítulo 26, enquanto o Capítulo 27 é dedicado à es-
pectroscopia de fluorescência molecular. O Capítulo 28 cobre os vários mé-
todos espectrométricos atômicos, incluindo métodos de plasma e emissão de
chama e espectroscopia de absorção atômica eletrotérmica e de chama. O Ca-
pítulo 29, sobre espectrometria de massas, é novo nesta edição e fornece uma
introdução às fontes de ionização, analisadores de massas e detectores de íons.
A espectrometria de massas tanto atômicas quanto moleculares estão incluídas.
• A Parte VI inclui cinco capítulos que tratam de separações cinéticas e analí-
ticas. Investigamos os métodos cinéticos de análises no Capítulo 30. O Capí-
tulo 31 introduz as separações analíticas, incluindo a troca iônica e os vários
métodos cromatográficos. O Capítulo 32 discute a cromatografia de gás, en-
quanto a cromatografia de líquido de alta eficiência é apresentada no Capí-
tulo 33. O capítulo final dessa parte, o 34, introduz alguns métodos variados
de separação, incluindo a cromatografia em fluido supercrítico, eletroforese
capilar e fracionamento por campo e fluxo.
• A Parte VII final consiste de quatro capítulos que tratam dos aspectos prá-
ticos da Química Analítica. Estes capítulos são publicados no site na Trilha.
Acesse http://cursosonline.cengage.com.br. Consideramos amostras reais e as
comparamos com amostras ideais no Capítulo 35. Os métodos de preparo
de amostras são discutidos no Capítulo 36, enquanto as técnicas de decom-
posição e dissolução de amostras são abordadas no 37. O livro termina com
o Capítulo 38, que fornece procedimentos detalhados para experimentos de
laboratório que abrangem muitos dos princípios e aplicações discutidos nos
capítulos anteriores.
Prefácio XIII

FLEXIBILIDADE
Como o livro é dividido em Partes, há uma flexibilidade substancial na utilização
do material. Muitas dessas partes podem ser consideradas de forma independente
ou ainda abordadas em uma ordem diferente. Por exemplo, alguns professores
podem querer trabalhar com os métodos espectroscópicos antes dos métodos ele-
troquímicos ou com os métodos de separação antes dos espectroscópicos.

DESTAQUES
Esta edição incorpora muitos destaques e métodos que pretendem aumentar a ex-
periência de aprendizagem do estudante e que fornecem uma ferramenta versátil
para o professor.
Equações Importantes. As equações que consideramos mais importantes foram
destacadas com cores para enfatizar e facilitar a revisão.
Nível Matemático. Geralmente, os princípios da análise química desenvolvidos
aqui são baseados em álgebra do ensino médio. Alguns dos conceitos apresenta-
dos requerem cálculo diferencial e integral básico.
Exemplos Trabalhados. Um grande número de exemplos serve de ajuda na
compreensão dos conceitos em Química Analítica. Nesta edição, intitulamos os
exemplos para uma identificação mais fácil, como na oitava edição, seguimos a
prática de incluir unidades nos cálculos e usar o método de análise dimensional
para verificar sua exatidão. Os exemplos também são modelos para a solução de
problemas encontrados no final da maioria dos capítulos. Muitos deles utilizam
cálculos com planilhas eletrônicas, como descrito a seguir. Onde apropriado, as
soluções para os exemplos resolvidos estão claramente marcadas com a palavra
Resolução para facilitar a identificação.
Cálculos com Planilhas Eletrônicas. Em todo o livro introduzimos planilhas
para a resolução de problemas, análises gráficas e inúmeras outras aplicações. O
Microsoft® Excel foi adotado como referência para esses cálculos, mas os profes-
sores podem facilmente adaptar os problemas para outros programas de planilha
de cálculos e plataformas.
Questões e Problemas. Um amplo conjunto de questões e problemas foi incluído
ao final da maioria dos capítulos. As respostas para aproximadamente metade dos
problemas são fornecidas no final do livro. Muitos dos problemas são solucionados
com a utilização de planilhas eletrônicas.
Problemas Desafiadores. A maior parte dos capítulos apresenta um problema
desafiador ao final das questões e problemas habituais. Esses problemas têm a
intenção de ser abertos, do tipo encontrado em pesquisas, sendo mais instigantes
que o normal. Podem consistir em múltiplas etapas, dependentes de outro ou po-
dem exigir pesquisa na literatura ou em sites para mais informações. Esperamos
que esses problemas desafiadores estimulem discussões, estendendo os tópicos
dos capítulos para novas áreas. Encorajamos os professores a utilizá-los de forma
inovadora, como projetos em grupo, estudos dirigidos e discussões de estudo de
casos. Uma vez que muitos problemas desafiadores são ilimitados e podem ter
soluções múltiplas, não fornecemos as respostas ou explicações para eles.
Destaques. Uma série de Destaques presentes em quadros assinalados é encon-
trada em todo o livro. Esses textos contêm aplicações interessantes da Química
Analítica no mundo moderno, deduções de equações, explicações sobre os aspec-
tos teóricos mais difíceis ou ainda notas históricas.
XIV Fundamentos de Química Analítica

Ilustrações e Fotos. Acreditamos que fotografias, desenhos, ilustrações e outros


tipos de recursos visuais auxiliem enormemente o processo de aprendizagem. As-
sim sendo, incluímos um material visual novo e atualizado para auxiliar o es-
tudante. As pranchas coloridas foram feitas exclusivamente para este livro pelo
renomado fotógrafo químico Charles Winters, com o objetivo de ilustrar con-
ceitos, equipamentos e procedimentos que são difíceis de ser representados por
desenhos.
Legendas Amplas de Figuras. Quando conveniente, tentamos fazer as legendas
das figuras bastante descritivas para que sua leitura represente um segundo nível
de explanação para muitos dos conceitos. Em alguns casos, as figuras falam por si
próprias, como aquelas publicadas na revista Scientific American.
Glossário. No final do livro, encontra-se um glossário que define os termos, as
frases, as técnicas e as operações mais importantes aqui utilizadas. O glossário
tem por objetivo dar aos estudantes um meio mais rápido de determinar um sig-
nificado sem a necessidade de pesquisa no livro.
Apêndices e Páginas Finais. Os Apêndices incluem: um guia atualizado para a
literatura em Química Analítica, tabelas de constantes químicas, potenciais de
eletrodo e compostos químicos recomendados para a preparação de materiais pa-
drão; seções sobre uso de logaritmos e notação exponencial e sobre normalidade e
equivalente (termos que não são empregados no livro); e a derivação de equações
de propagação de erros. As últimas páginas deste livro contêm um quadro colo-
rido dos indicadores químicos, uma tabela periódica, uma tabela da IUPAC de
2009 de massas atômicas e uma tabela de massas molares de compostos de espe-
cial interesse em Química baseada nas massas atômicas de 2009.

NOVIDADES
Os leitores da oitava edição encontrarão inúmeras mudanças no conteúdo, bem
como no estilo e formato da nona edição.
Conteúdo. Várias modificações no conteúdo foram feitas para fortalecer o livro.
• Muitos capítulos foram reforçados pela inclusão de exemplos com planilhas,
aplicações e problemas. O Capítulo 3 apresenta um tutorial na construção e
uso de planilhas eletrônicas.
• As definições de concentração molar foram atualizadas no Capítulo 4 para se
adequarem ao uso atual da IUPAC e a terminologia associada incluindo con-
centração molar (ou em quantidade de matéria) e concentração molar analítica
foi introduzida por todo o livro.
• Os capítulos sobre estatística (capítulos 5-7) foram atualizados e colocados
em conformidade com a terminologia da estatística moderna. A Análise de
Variância (ANOVA) foi incluída no Capítulo 7. A ANOVA é fácil de ser
executada com planilhas eletrônicas modernas, além de ser muito útil na re-
solução de problemas analíticos.
• No Capítulo 8, as explicações sobre os métodos de padrão externo, padrão
interno e adições de padrão foram elucidados, expandidos e descritos em
mais detalhes. Foi dada atenção especial para o uso dos métodos dos míni-
mos quadrados na padronização e calibração.
• Uma nova introdução e explicação do balanço de massas foi escrita para o
Capítulo 11.
• Uma explicação e uma observação à margem do texto foram adicionadas no
fator gravimétrico.
• Uma nova característica de abordagem da equação-mestre foi adicionada ao
Capítulo 14.
Prefácio XV

•  Capítulo 17 foi reescrito para incluir tanto titulações de precipitação


O
quanto de complexação.
• Os capítulos 18, 19, 20 e 21, sobre células eletroquímicas e potenciais de
célula, foram revisados para elucidar e unificar a discussão. O Capítulo 23
foi alterado para diminuir a ênfase em polarografia clássica. Agora, o capítulo
inclui uma discussão sobre a voltametria cíclica.
• No Capítulo 25, a abordagem de detectores térmicos IV dá mais ênfase no
detector piroelétrico DTGS.
• O Capítulo 29 introduz a espectrometria de massas tanto atômicas quanto
moleculares e aborda as similaridades e diferenças destes métodos. A introdu-
ção da espectrometria de massas nos permite a separação dos capítulos (31-
34) para colocar ênfase nas técnicas combinadas, como os métodos cromato-
gráficos com detecção espectrométrica de massas.
• Os problemas desafiadores foram atualizados, aumentados e recolocados
sempre que apropriado.
• As referências à literatura de Química Analítica foram atualizadas e corrigidas
quando necessário.
• Identificadores de Objeto Digital (DOI, da sigla em inglês para Digital Object
Identifiers) foram adicionados para a maioria das referências para a literatura
primária. Os identificadores universais simplificam enormemente o trabalho
de localizar artigos por um link no site www.doi.org. Um DOI pode ser di-
gitado em um formulário na página da internet e então o identificador é
submetido, o navegador transfere diretamente para o artigo na página on-line
da editora. Por exemplo, 10.1351/goldbook.C01222 pode ser digitado no
formulário e o navegador é redirigido para o artigo da IUPAC sobre con-
centração. Alternativamente, os DOI podem ser digitados diretamente no
espaço em branco reservado para o endereço URL de qualquer navegador
como http://dx.doi.org/10.1351/goldbook.C01222. Por favor, observe que
estudantes e professores devem ter autorização para acessar a publicação de
interesse.
Estilo e Formato. Continuamos fazendo mudanças no estilo e no formato para
tornar o livro mais prazeroso de ler e mais amistoso ao estudante.
•  entamos utilizar sentenças mais curtas, discurso mais direto e um estilo de
T
redação mais coloquial em cada capítulo.
• As legendas mais descritivas de figuras são empregadas, quando apropriadas,
para permitir ao estudante a compreensão da figura e de seu significado sem a
necessidade de alternância entre o texto e a legenda.
• Os modelos moleculares são abundantemente utilizados na maioria dos capí-
tulos para estimular o interesse pela beleza das estruturas moleculares e para
reforçar os conceitos estruturais e a química descritiva apresentada na quí-
mica geral e em disciplinas mais avançadas.
• Várias figuras novas substituíram figuras obsoletas de edições passadas.
• As fotografias, tiradas especificamente para este livro, são utilizadas quando
apropriadas, para ilustrar técnicas, aparelhos e operações importantes.
• As notas escritas nas margens são amplamente usadas para enfatizar os con-
ceitos discutidos recentemente ou para reforçar as informações relevantes.

AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer os comentários e sugestões de muitos colaboradores
que criticaram a oitava edição antes do nosso manuscrito ou que avaliaram esta
obra em diversos estágios.
XVI Fundamentos de Química Analítica

Lane Baker, Gary Rice,


Indiana University College of William and Mary
Heather Bullen, Kathryn Severin,
Northern Kentucky University Michigan State University
Peter de Boves Harrington, Dana Spence,
Ohio University Michigan State University
Jani Ingram, Scott Waite,
Northern Arizona University University of Nevada, Reno
R. Scott Martin,
St. Louis University

REVISORES
Em especial, agradecemos a atenção do Professor David Zellmer, da California State
University, em Fresno, que atuou como um revisor rigoroso para o livro. O pro-
fundo conhecimento do Dave em Química Analítica, seu foco firme nos detalhes e
sua coragem para resolução de problemas e planilhas de cálculos são um poderoso
espólio para nossa equipe. Estamos especialmente em dívida com o falecido Bryan
Walker, que, enquanto estudante na disciplina de Química Analítica de Dave Zell-
mer, com presteza relatou um número de erros que Dave (e nós) não havia (íamos)
detectado na oitava edição. A personalidade agradável de Bryan, talento acadêmico
e atenção aos detalhes inspiraram Dave na maneira como ele trabalhou conosco
nesta edição. Estendemos um agradecimento especial a James Edwards da St. Louis
University por conferir todas as respostas para as Questões e Problemas. Apreciamos
também as belas palavras do professor Bill Vining da State University of New York,
Oneonta, que preparou muitos tutorais on-line e Charles D. Winters, que contri-
buiu com muitas das novas fotos do livro e das pranchas coloridas.
Nossa equipe de redação contou com os serviços de uma bibliotecária efi-
ciente, Srta. Jeanette Carver da University of Kentucky Science Library. Ela nos
auxiliou de várias maneiras na produção deste livro, incluindo a verificação de
referências, realizando buscas na literatura e organizando os empréstimos entre
bibliotecas. Agradecemos sua competência, entusiasmo e bom humor.
Somos gratos a muitos membros na Cengage, que nos deram apoio sólido
durante a produção deste livro. O Editor de Aquisição Chris Simpson forneceu
excelente liderança e encorajamento durante toda a duração do projeto. Este
é quarto livro em que trabalhamos com a Editora de Desenvolvimento Sênior
Sandi Kiselica. Como sempre, ela fez um trabalho maravilhoso de supervisionar
e organizar o projeto, mantendo a continuidade e fazendo muitos comentários
e sugestões importantes. Ela é simplismente a melhor no negócio e apreciamos
sinceramente seu trabalho. Somos gratos ao nosso editor de texto, James Corrick,
por sua consistência e atenção aos detalhes. Seu olhr aguçado e suas excelentes
habilidades editoriais contribuíram significativamente para a qualidade do livro.
Alicia Landsberg fez um excelente trabalho coordenando os vários materiais au-
xiliares e Jereny Glover, nossa pesquisadora de fotos, cuidou das muitas tarefas
associadas com a obtenção de novas fotos garantindo autorizações para os gráfi-
cos. A Gerente de Projeto Erin Donahue da PreMediaGlobal manteve o projeto
em andamento com lembranças diárias e frequente atualização no cronograma
enquanto coordenava todo o processo de produção. Sua correlativa na Cengage
foi a Gerente de Projeto de Conteúdo Jennifer Risden, que coordenou o processo
editorial. Finalmente, agradecemos a Rebecca Berardy Schwartz, nossa editora de
mídia para esta edição.
Esta é a primeira edição do Fundamentos de Química Analítica escrita sem
a habilidade, a orientação e o conselho de nossos coautores seniores Douglas A.
Skoog e Donald M. West. Doug morreu em 2008 e Don em 2011. Doug foi o
Prefácio XVII

mentor de Don enquanto ele era estudante de pós-graduação na Stanford Uni-


versity e eles começaram a escrever livros de Química Analítica em 1950. Eles
produziram vinte edições de três livros best-sellers durante um período de 45 anos.
O largo conhecimento de Don sobre Química Analítica e a consumada habili-
dade de escrever casada com a perícia organizacional e a atenção para detalhes de
Don formou um incrível complemento. Ansiamos manter o alto padrão de exce-
lência de Skoog e West à medida que continuamos a construir no legado deles.
Em honra às suas contribuições manifestas para a filosofia, organização e escrita
deste livro e muitos outros, decidimos elencar os nomes deles no título. Desde
a publicação da oitava edição, a equipe perdeu outra parceira, Judith B. Skoog,
esposa de Doug que morreu em 2010. Judy era uma assistente editorial de nível
mundial que digitou e leu as provas de vinte edições de três livros (e a maioria dos
manuais do professor), somando bem mais que 100.000 páginas. Sentimos falta
de sua exatidão, velocidade, tenacidade, bom humor e amizade em produzir belos
manuscritos.
Finalmente, somos profundamente gratos às nossas esposas Vicki Holler e
Nicky Crouch pelos seus conselhos, paciência e apoio durante os vários anos es-
crevendo este livro e preparando-o para a produção.
F. James Holler
Stanley R. Crouch
A Natureza da
capítulo 1
Química Analítica

A Química Analítica é uma ciência de medição que consiste em um conjunto de ideias e


métodos poderosos que são úteis em todos os campos da ciência, engenharia e medicina.
Alguns fatos excitantes que ilustram o potencial e a relevância da Química Analítica ocorre-
ram, estão ocorrendo e vão ocorrer nas explorações espaciais da NASA no planeta Marte. Em
4 de julho de 1997, a nave espacial Pathfinder liberou o jipe-robô Sojourner para a superfí-
cie marciana. Instrumentos analíticos fornecem informações sobre a composição química de
pedras e do solo. As investigações feitas pela nave espacial e pelo jipe sugeriram que Marte
já foi aquecido e úmido com água líquida na superfície e vapor de água na atmosfera. Em
janeiro de 2004, os jipes-robôs espaciais Spirit e Oportunity chegaram a Marte para uma
missão de três meses. Um resultado importante do espectrômetro de raios-X de partícula
alfa (APXS) e do espectrômetro de Mössbauer foi encontrar depósitos concentrados de sílica
e, em um local diferente, altas concentrações de carbonato. O Spirit continuou a explorar e
transmitir dados até 2010, superando até as previsões mais otimistas. Mais impressionante
ainda, o Oportunity continua viajando pela superfície de Marte e, por volta de março de 2012,
ele tinha coberto mais de 33 km explorando e transmitindo imagens de crateras e pequenas
montanhas, entre outras.
No final de 2011, o Mars Science Laboratory foi lançado a bordo do jipe-robô Curiosity.
Ele chegou em 6 de agosto de 2012 com instrumentos analíticos a bordo. O pacote químico
e ótico inclui um espectrômetro de plasma induzido por laser (LIBS, veja o Capítulo 28) e um
microgerador de imagens. O instrumento LIBS fornecerá a determinação de muitos elementos
sem nenhuma preparação de amostra. Ele pode determinar a identificação e as quantidades
NASA/JPL-Caltech

NASA/JPL-Caltech

Mars Science Laboratory a bordo do jipe-robô Curiosity. Curiosity observando o horizonte da cratera Gale marciano em agosto
de 2012.
2 Fundamentos de Química Analítica

de elementos majoritários, minoritários e de traços e pode detectar minerais hidratados. O


pacote de análise de amostras contém um espectrômetro de massas quadrupolar (Capítulo
29), um cromatógrafo (Capítulo 32) e um espectrômetro a laser ajustável (Capítulo 25). Seus
objetivos são pesquisar fontes de compostos de carbono, procurar por compostos orgânicos
importantes para a vida, revelar como vários elementos se apresentam química e isotopi-
camente, determinar a composição da atmosfera de Marte e pesquisar por gases nobres e
isótopos de elementos leves.1
A análise qualitativa revela a identi- Estes exemplos demonstram que ambas as informações quantitativas e qualitativas são
dade dos elementos e compostos de requeridas em uma análise. A análise qualitativa estabe­lece a identidade química das espé-
uma amostra.
cies presentes em uma amostra. A análise quantitativa determina as quantidades relativas
A análise quantitativa indica a das espécies, ou analitos, em termos numéricos. Os dados dos vários espectrômetros dos
quantidade de cada substância pre- jipes-robôs contêm ambos os tipos de informação. Como é comum com vários instrumen-
sente em uma amostra. tos analíticos, a cromatografia de gás e o espectrômetro de massas incorporam uma etapa
Os analitos são os componentes de de separação como uma parte necessária do processo analítico. Com algumas ferramentas
uma amostra a ser determinados. analíticas, exemplificadas aqui pelos experimentos APXS e LIBS, a separação química dos
vários elementos contidos em rochas é desnecessária uma vez que os métodos fornecem
informações altamente seletivas. Neste livro, exploraremos métodos de análise quantitativa,
métodos de separação e os princípios por trás das operações deles. Uma análise quantita-
tiva é frequentemente uma parte integral da etapa de separação e determinar a identidade
dos analitos é um adjunto essencial para a análise quantitativa.

1A O PAPEL DA QUÍMICA ANALÍTICA


A Química Analítica é empregada na indústria, na medicina e em todas as outras
ciências. Para ilustrar, por exemplo, as concentrações de oxigênio e de dióxido
de carbono são determinadas em milhões de amostras de sangue diariamente e
usadas para diagnosticar e tratar doenças. As quantidades de hidrocarbonetos,
óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono presentes nos gases de descargas
veiculares são determinadas para se avaliar a eficiência dos dispositivos de con-
trole de emissão de poluentes. As medidas quantitativas de cálcio iônico no soro
sanguíneo ajudam no diag­nóstico de doenças da paratireoide em seres humanos.
A determinação quantitativa de nitrogênio em alimentos indica o seu valor pro-
teico e, desta forma, o seu valor nutricional. A análise do aço durante sua pro-
dução permite o ajuste nas concentrações de elementos, como o carbono, níquel
e cromo, para que se possa atingir a resistência física, a dureza, a resistência à
corrosão e a flexibilidade desejadas. O teor de mercaptanas no gás de cozinha
deve ser monitorado com frequência, para garantir que este tenha um odor de-
testável a fim de alertar a ocorrência de vazamentos. Os fazendeiros planejam
a programação da fertilização e a irrigação para satisfazer as necessidades das
plantas durante a estação de crescimento, que são avaliadas a partir de análises
quantitativas nas plantas e nos solos nos quais elas crescem.
As medidas analíticas quantitativas também desempenham um papel fun-
damental em muitas áreas de pesquisa na Química, Bioquímica, Biologia,
Geologia, Física e outras áreas da ciência. Por exemplo, determinações quan-
titativas dos íons potássio, cálcio e sódio em fluidos biológicos de animais
permitem aos fisiologistas estudar o papel desses íons na condução de sinais
nervosos, assim como na contração e no rela­x amento muscular. Os químicos

1
Para detalhes sobre a missão do Mars Science Laboratory e o jipe-robô Curiosity, veja http://www.nasa.gov.
A Natureza da Química Analítica 3

solucionam os mecanismos de reações químicas por meio de estudos da ve-


locidade de reação. A velocidade de consumo de reagentes ou de formação
de produtos, em uma reação química, pode ser calculada a partir de medidas
quantitativas feitas em intervalos de tempo iguais. Os cientistas de materiais
confiam muito nas análises quantitativas de germânio e silício cristalinos em
seus estudos sobre dispositivos semicondutores cujas impurezas localizam-se
na faixa de concentração de 1 3 10 26 a 1 3 10 29%. Os arqueólogos identi-
ficam a fonte de vidros vulcânicos (obsi­d iana) pelas medidas de concentração
de elementos minoritários em amostras de vários locais. Esse co­n hecimento
torna possível rastrear as rotas de comércio pré-históricas de ferramentas e
armas confeccionadas a partir da obsidiana.
Muitos químicos, bioquímicos e químicos medicinais despendem bastante tempo
no laboratório reunindo informações quantitativas sobre sistemas que são impor-
tantes e interessantes para eles. O papel central da Química Analítica nessa área do
conhecimento, assim como em outras, está ilustrado na Figura 1-1. Todos os ramos
da Química baseiam-se nas ideias e nas técnicas da Química Analítica. A Química
Analítica tem uma função similar em relação a muitas outras áreas do conhecimento

Química
Bioquímica
Química Inorgânica
Biologia Química Orgânica
Botânica Físico-Química Física
Genética Astrofísica
Microbiologia Astronomia
Biologia Molecular Biofísica
Zoologia

Geologia Engenharia
Geofísica Civil
Geoquímica Química
Paleontologia Elétrica
Paleobiologia Mecânica

Química
Analítica

Ciências Medicina
Ambientais Química Clínica
Ecologia Química Medicinal
Meteorologia Farmácia
Oceanografia Toxicologia

Agricultura
Agronomia
Ciência dos Animais Ciência dos Materiais
Ciência da Produção Estudo de Metalurgia
Ciência dos Alimentos Estudo de Polímeros
Horticultura Ciências Sociais Estudo de Estado
Ciência dos Solos Arqueologia Sólido
Antropologia
Estudos Forenses

Figura 1-1 – Relações entre a Química Analítica, outras áreas da Química e outras ciên-
cias. A localização central da Química Analítica no diagrama representa sua importância e a
abrangência de sua interação com muitas outras disciplinas.
4 Fundamentos de Química Analítica

listadas no diagrama. A Química é frequentemente denominada a ciência central; sua


posição superior central e a posição central da Química Analítica na figura enfatizam
essa importância. A natureza interdisciplinar da análise química a torna uma ferra-
menta vital em laboratórios médicos, industriais, go­vernamentais e acadêmicos em
todo o mundo.

1B MÉTODOS ANALÍTICOS QUANTITATIVOS


Calculamos os resultados de uma análise quantitativa típica a partir de duas me-
didas. Uma delas é a massa ou o vo­lume de uma amostra que está sendo anali-
sada. A outra é a medida de alguma grandeza que é proporcional à quantidade
do analito presente na amostra, como massa, volume, intensidade de luz ou carga
elétrica. Geralmente essa segunda medida completa a análise e classificamos os
métodos analíticos de acordo com a natureza dessa medida final. Nos métodos
gravimétricos determinamos a massa do analito ou de algum composto quimi-
camente a ele relacionado. Em um método volumétrico, mede-se o volume da
solução contendo reagente em quantidade suficiente para reagir com todo o ana-
lito presente. Nos métodos eletroanalíticos, medimos as propriedades elétricas,
como o potencial, a corrente, resistência e quantidade de carga elétrica. Nos mé-
todos espectroscópicos, exploramos a interação entre a radia­ção eletromagnética
e os átomos ou as moléculas ou ainda a emissão de radiação pelos analitos. Final-
mente, em um grupo de métodos variados nós medimos as grandezas, como ra-
zão massa-carga de íons por espectrometria de massas, velocidade de decaimento
radioativo, calor de reação, condutividade térmica de amostras, atividade ótica e
índice de refração.

1C UMA ANÁLISE QUANTITATIVA TÍPICA


Uma análise quantitativa típica envolve uma sequência de etapas, mostrada no
fluxograma da Figura 1-2. Em alguns casos, uma ou mais dessas etapas podem
ser omitidas. Por exemplo, se a amostra for líquida, podemos evitar a etapa de
dissolução. Os Capítulos 1 a 34 deste livro focalizam as três últimas etapas des-
critas na Figura 1-2.
Na etapa de determinação, medimos uma das propriedades mencionadas na Se-
ção 1B. Na etapa de cálculo, encontramos a quantidade relativa do analito presente
nas amostras. Na etapa final, avaliamos a qua­lidade dos resultados e estimamos sua
confiabilidade.
Nos parágrafos que seguem, você vai encontrar um panorama sobre cada uma
das nove etapas mostradas na Figura 1-2. Então, apresentaremos um estudo de caso
para ilustrar o uso dessas etapas na reso­lução de um importante pro­blema analítico
prático. Os detalhes do estudo de caso prenunciam muitos dos métodos e ideias que
você vai explorar em seus estudos envolvendo a Química Analítica.

1C-1 Escolha do Método


A primeira etapa essencial de uma análise quantitativa é a seleção do método, como
mostrado na Figura 1-2. Algumas vezes a escolha é difícil e requer experiência, assim
como intuição. Uma das primeiras questões que deve ser considerada no processo
de seleção é o nível de exatidão requerido. Infelizmente, a alta confiabilidade quase
A Natureza da Química Analítica 5

Seleção
do método

Obtenção
da amostra

Processamento
da amostra

A
amostra é Não Realização da
solúvel? dissolução química

Sim

Mudança da forma Não Propriedade


química mensurável?

Sim

Eliminação
das interferências
Figura 1-2 – Fluxograma mostrando
as etapas envolvidas em uma análise
quantitativa. Existe grande número
Medida da
de caminhos possíveis para percorrer
propriedade X
as etapas. No exemplo mais simples,
representado pela sequência vertical
central, selecionamos um método,
Cálculo dos adquirimos e processamos a amostra,
resultados dissolvemos a amostra em um solvente
apropriado, medimos uma propriedade
do analito e estimamos a confiabilidade
Estimativa da
dos resultados. Dependendo da
confiabilidade dos complexidade da amostra e do método
resultados escolhido, várias outras etapas podem
ser necessárias.

sempre requer grande investimento de tempo. Geralmente, o método selecionado


representa um compromisso entre a exatidão requerida e o tempo e recursos disponí-
veis para a análise.
Uma segunda consideração relacionada com o fator econômico é o número de
amostras que serão analisadas. Se existem muitas amostras, podemos nos dar o direito
de gastar um tempo considerável em operações preliminares, como montando e cali-
brando instrumentos e equipamentos e preparando soluções padrão. Se temos apenas
uma única amostra, ou algumas poucas amostras, pode ser mais apropriado selecio-
nar um procedimento que dispense ou minimize as etapas preliminares.
Finalmente, a complexidade e o número de componentes presentes na amostra
sempre influenciam, de certa forma, a escolha do método.
6 Fundamentos de Química Analítica

ScienceCartoonsPlus.com
“Hoje qualquer um precisa saber ‘o que está no alimento?’ ‘o que está
na água?’ ‘O que está no ar?’ Esta é a verdadeiramente a idade de ‘ouro’
da química analítica.”

1C-2 Obtenção da Amostra


Como ilustrado na Figura 1-2, a segunda etapa em uma análise quantitativa é a
obtenção da amostra. Para gerar informações representativas, uma análise precisa
ser realizada com uma amostra que tenha a mesma composição do material do
qual ela foi tomada. Quando o material é amplo e heterogêneo, grande esforço é
Um material é heterogêneo se
requerido para se obter uma amostra representativa. Considere, por exemplo, um
suas partes constituintes podem ser vagão contendo 25 toneladas de minério de prata. O comprador e o vendedor do
distinguidas visualmente ou com minério precisam concordar com o preço, que deverá ser baseado no teor de prata
o auxílio de um microscópio. O do carregamento. O minério propriamente dito é inerentemente heterogêneo,
carvão, os tecidos animais e o solo consistindo em muitos pedaços que variam em tamanho e igualmente no teor de
são materiais heterogêneos.
prata. A dosagem desse carregamento será realizada em uma amostra que pesa cerca
de um grama. Para que a análise seja significativa, a composição desta pequena amos-
Uma dosagem é o processo de tra deve ser representativa das 25 toneladas (ou 22.700.000 g) do minério contido
determinar quanto de uma dada
amostra é o material indicado pela
no carregamento. O isolamento de um grama do material que represente de forma
sua descrição. Por exemplo, uma liga exata a composição mé­­dia de 23.000.000 g de toda a amostra é uma tarefa difícil,
de zinco é dosada para se determinar que exige manipulação cuidadosa e sistemática de todo o material do carregamento.
seu teor de zinco e sua dosagem A amostragem é o processo de coletar uma pequena massa de um material cuja
representa um valor numérico composição represente exatamente o todo do material que está sendo amos­trado. A
específico.
amostragem é abordada em mais detalhes no Capítulo 8.
A coleta de espécimes de fontes biológicas representa um segundo tipo de pro-
Analisam-se amostras e
determinam-se substâncias. ❯ blema de amostragem. A amostragem de sangue humano para a determinação de
gases sanguíneos ilustra a dificuldade de obtenção de uma amostra representativa
Por exemplo, uma amostra
de sangue é analisada para de um sistema biológico complexo. A concentração de oxigênio e dióxido de car-
se determinar a concentração bono no sangue depende de uma variedade de fatores fisiológicos e ambientais. Por
de várias substâncias tais exemplo, a aplicação de um torniquete de maneira incorreta ou movimento da mão
como gases sanguíneos e pode causar flutuação na concentração de oxigênio no sangue. Uma vez que os mé-
glicose. Portanto, falamos
em determinação de gases
dicos tomam suas decisões de vida ou morte baseados em resultados de determina-
sanguíneos ou glicose e não em ções de análise de gases sanguíneos, procedimentos rigorosos têm sido desenvolvidos
análise de gases sanguíneos ou para a amostragem e o transporte de espé­cimes para os laboratórios clínicos. Esses
glicose.
A Natureza da Química Analítica 7

procedimentos garantem que a amostra seja representativa do paciente no momento


em que é coletada e que sua integridade seja preservada até que a amostra possa ser
analisada.
Muitos problemas envolvendo amostragem são mais fáceis de ser resolvidos que
os dois descritos neste momento. Não importando que a amostragem seja simples
ou complexa, todavia, o analista deve ter a certeza de que a amostra de laboratório é
representativa do todo antes de realizar a análise. Frequentemente, a amostragem é a
etapa mais difícil em uma análise e a fonte dos maiores erros. O resultado analítico
final nunca será de alguma forma mais confiável do que a confiabilidade da etapa de
amostragem.

1C-3 O Processamento da Amostra


Como mostrado na Figura 1-2, a terceira etapa em uma análise é o processamento
da amostra. Sob certas circunstâncias, nenhum processamento é necessário antes
da etapa de medida. Por exemplo, uma vez que uma amostra de água é retirada de
um córrego, um lago ou de um oceano, o pH da amostra pode ser medido direta-
mente. Na maior parte das vezes, porém, devemos processar a amostra em uma de
várias formas. A primeira etapa no processamento da amostra é, frequentemente,
a preparação da amostra de laboratório.

Preparação da Amostra de Laboratório


Uma amostra de laboratório sólida é triturada para diminuir o tamanho das par-
tículas, misturada para garantir homogeneidade e armazenada por vários períodos
antes do início da análise. A absorção ou libe­ração de água pode ocorrer durante
cada uma das etapas, dependendo da umidade do ambiente. Como qualquer
perda ou ganho de água altera a composição química de sólidos, é uma boa ideia
secar as amostras logo antes do início da análise. Alterna­tivamente, a umidade
de uma amostra pode ser determinada no momento da análise, em um procedi-
mento analítico à parte.
As amostras líquidas apresentam um conjunto de problemas ligeiramente diferen-
tes, mas ainda assim relacionados, durante a etapa de preparação. Se essas amostras
forem deixadas em frascos abertos, os solventes podem evaporar e alterar a concen-
tração do analito. Se o analito for um gás dissolvido em um líquido, como em nosso
exemplo sobre gases sanguíneos, o frasco da amostra deve ser mantido dentro de um
segundo recipiente selado, talvez durante todo o procedimento analítico, para preve-
nir a contaminação por gases atmosféricos. Medidas especiais, incluindo a manipula-
ção da amostra e a medida em atmosfera inerte, podem ser exigidas para preservar a
integridade da amostra.

Definição das Réplicas de Amostras


A maioria das análises químicas é realizada em réplicas de amostras cujas massas Réplicas de amostras são as porções
ou volumes tenham sido determinados cuidadosamente por medições feitas com de um material que possuem o
uma balança analítica ou com um dispositivo volumétrico preciso. As réplicas mesmo tamanho e que são tratadas
por um procedimento analítico ao
me­lhoram a qualidade dos resultados e fornecem uma medida da confia­bi­lidade.
mesmo tempo e da mesma forma.
As medidas quantitativas em réplicas são geralmente expressas em termos da mé-
dia e vários testes estatísticos são executados para estabelecer a confiabi­lidade.

Preparo de Soluções: Alterações Físicas e Químicas


A maioria das análises é realizada com soluções da amostra preparadas em um sol-
vente adequado. Idealmente, o solvente deve dissolver toda a amostra, incluindo
8 Fundamentos de Química Analítica

o analito, de forma rápida e completa. As condições da dissolução devem ser su-


ficientemente brandas de forma que perdas do analito não venham a ocorrer. Em
nosso fluxograma da Figura 1-2, perguntamos se a amostra é solúvel no solvente
escolhido. Infelizmente, vários materiais que precisam ser analisados são insolú-
veis em solventes comuns. Os exemplos incluem os minerais à base de silício,
os polímeros de alta massa molecular e as amostras de tecido animal. Com tais
substâncias devemos seguir o fluxograma para a etapa à direita e realizar alguns
tratamentos químicos drásticos. Converter analito em materiais dessa natureza
em uma forma solú­vel é, frequentemente, a tarefa mais difícil e demorada no
processo analítico. A amostra pode necessitar de aquecimento em soluções aquo-
sas de ácidos fortes, bases fortes, agentes oxidantes, agentes redutores ou al­guma
combinação desses reagentes. Pode ser necessária a ignição da amostra ao ar ou ao
oxigênio para realizar sua fusão, sob elevadas temperaturas, na presença de vários
fundentes. Uma vez que o analito esteja solubilizado, perguntamos se a amostra
apresenta uma propriedade que seja proporcional à sua concentração e se pode-
mos medi-la. Caso contrário, outras etapas químicas podem ser necessárias, como
podemos observar na Figura 1-2, para converter o analito para uma forma que
seja adequada para a etapa de medida. Por exemplo, na determinação de man-
ganês em aço, o elemento deve ser oxidado para MnO 4– antes da medida da ab-
sorbância da solução colorida (veja o Capítulo 26). Nesse momento da análise,
pode-se prosseguir diretamente para a etapa de medida, porém, na maioria dos
casos, devemos eliminar as interferências na amostra antes de realizar as medidas,
como ilustrado no fluxograma.

1C-4 Eliminação de Interferências


Uma vez que temos a amostra em solução e convertemos o analito a uma forma
apropriada para a medida, a próxima etapa será eliminar subs­tâncias presentes na
amostra que possam interferir na medida (veja a Figura 1-2). Poucas propriedades
químicas e físicas de importância na química analítica são exclusivas de uma única
substância química. Ao contrário, as reações usadas e as propriedades me­didas são
caracte­rís­ticas de um grupo de elementos ou compostos. As espécies além do ana­
Interferência ou interferente é lito, que afetam a medida final, são chamadas interferências ou interferentes.
uma espécie que causa um erro na
análise pelo aumento ou atenuação Um plano deve ser traçado para se isolar os analitos das in­terferências antes que a
(diminuição) da quantidade que está medida final seja feita. Não há regras claras e rápidas para a eliminação de inter-
sendo medida. ferências; de fato, a resolução desse problema certamente pode ser o aspecto mais
crítico de uma análise. Os capítulos 31 a 34 descrevem os métodos de separação.

1C-5 Calibração e Medida da Concentração


Todos os resultados analíticos dependem de uma medida final X de uma propriedade
física ou química do analito, como mostrado na Figura 1-2. Essa propriedade deve
variar de uma forma conhecida e reprodutível com a concentração cA do analito. Ide-
A matriz, ou matriz da amostra, é almente, a medida da propriedade é diretamente proporcional à concentração. Isto é,
o conjunto de todos os componentes
da amostra na qual o analito está cA 5 kX
contido.
onde k é uma constante de proporcionalidade. Com poucas exceções, os métodos
Técnicas ou reações que funcio- analíticos requerem a determinação empírica de k com padrões químicos para
nam para um único analito são os quais c A é conhecido. 2 O processo de determinação de k é então uma etapa
denominadas específicas. Técnicas
ou reações que se aplicam a poucos 2
Duas exceções são os métodos gravimétricos, discutidos no Capítulo 12, e os métodos coulométricos, consi-
analitos são chamadas seletivas. derados no Capítulo 22. Em ambos os métodos, k pode ser calculada a partir de constantes físicas conhecidas.
A Natureza da Química Analítica 9

importante na maioria das análi­ses; essa etapa é chamada calibração. Os métodos Calibração é o processo de deter-
de calibração são abordados com algum detalhamento no Capítulo 8. minar a proporcionalidade entre
a concentração do analito e uma
quantidade medida.
1C-6 Cálculo dos Resultados
O cálculo das concentrações dos analitos a partir de dados experimentais é, em
geral, relativamente fácil, particularmente com computadores. Essa etapa é apre-
sentada na penúltima etapa do fluxograma da Figura 1-2. Esses cálculos são basea-
dos nos dados experimentais crus (na forma em que foram originalmente obtidos)
coletados na etapa de medida, nas características dos instrumentos de medida e
na estequiometria das reações químicas. Muitos exemplos desses cálculos apare-
cem ao longo deste livro.

1C-7 Avaliação dos Resultados pela Estimativa da


Confiabilidade
Como a etapa final na Figura 1-2 mostra, os resultados analíticos somente estão
completos quando a confiabilidade deles for estimada. O analista deve prover
alguma medida das incertezas associadas aos resultados quando se espera que os ❮ Um resultado analítico sem uma
estimativa da confiabilidade não
dados tenham algum significado. Os Capítulos 5, 6 e 7 apresentam métodos deta- vale nada.­
lhados para a realização dessa importante etapa final do processo analítico.

UM PAPEL INTEGRADO DA ANÁLISE QUÍMICA:


1D SISTEMAS CONTROLADOS POR REALIMENTAÇÃO
Geralmente, a Química Analítica não é um fim em si mesma, mas sim parte de
um cenário maior, no qual podemos usar os resultados analíticos para ajudar na
manutenção ou na melhora da saúde de um paciente, para controlar a quantidade
de mercúrio em peixes, para regular a qualidade de um produto, para determinar
a situação de uma síntese ou para saber se existe vida em Marte. A análise química
é o elemento de medida em todos esses exemplos e em muitos outros casos. Con-
sidere o papel da análise quantitativa na determinação e controle da concentração
de glicose no sangue. O fluxograma da Figura 1-3 ilustra o processo. Os pacientes
que sofrem de diabetes insulino-dependentes desenvolvem hiperglicemia, que se
manifesta quando a concentração de glicose no sangue fica acima da faixa normal
de concentação entre 65 e 100 mg dL21. Iniciamos nosso exemplo estabelecendo
que o estado desejado é aquele no qual o nível sanguíneo de glicose seja menor
que 100 mg dL21. Muitos pacientes precisam monitorar seu nível de glicose no
sangue submetendo periodicamente amostras a um laboratório de análises clínicas
ou por medidas feitas por eles mesmos, usando um medidor eletrônico portátil de
glicose.
A primeira etapa no processo de monitoração consiste em se determinar o estado
real por meio da coleta de uma amostra de sangue do paciente e da medida do nível
de glicose no sangue. Os resultados são mostrados e então o estado real é comparado
com o desejado (veja a Figura 1-3). Se o nível medido de glicose no sangue esti-
ver acima de 100 mg dL21, o nível de insulina no paciente, que é a quantidade de
capa.quimica2.final6.pdf 1 14/08/14 15:37

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ste livro aborda aspectos tanto fundamentais quanto práticos da
análise química. Seu maior objetivo é fornecer um fundamento QUÍMICA GERAL E REAÇÕES
completo dos princípios da química particularmente importantes QUÍMICAS VOL. 2

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para a química analítica, a fim de que os alunos desenvolvam Tradução da 6ª edição

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habilidades para a difícil tarefa de julgar a exatidão e a precisão
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de dados experimentais, e mostrar como esses julgamentos
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podem ser aprimorados pela aplicação de métodos estatísticos.
Assim, atentos à evolução contínua da química analítica, os autores
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incluíram nesta edição diversas aplicações em biologia, medicina, ciência
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dos materiais, ecologia, ciência forense e outras áreas correlatas. Há, ainda,
Tradução da 9ª edição
inúmeros tópicos atuais, tais como espectrometria de absorção atômica e
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de massas moleculares, fracionamento em fluxo tangencial e cromatografia
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quiral, além de uma revisão de muitos tratamentos do passado para
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