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Ricardo Feltre

Setsuo Yoshinaga

Volume 4
Teoria e
Exercícios
Ricardo Feltre - Setsuo Yoshinaga

Química Orgânica
VOLUME 4

Teoria,
373 exercícios e testes,
600 testes de
exames vestibulares

1
1,

EDITORA MODERNA LTDA.


SÃO PAULO - SP - BRASIL
Dos a11tores:
Livro 1 - Química Geral
Prefácio
Livro 2 Atomística
Livro 3 Físico - Química a qwm1ca não se resume em só decorar fórmulas e
manipular reagé11tes em laboratório." - Q1tímica Geral,
Ricardo Feltre e Setsuo Yoshinaga - Prefácio.

Neste nosso livro, o de número 4 da Coleção de Química, entramos na

FICHA CATALOGRÁFICA
r parte cuja teoria é muito extensa, e por isso mesmo a mais "pesada" da Química:
a QUÍMICA ORGÂNICA. Estamos nos propondo a eliminar essa interpretação
errõnea: a QUfMICA ORGÂNICA não mais se resume a decorar páginas e páginas
de fórmulas e reações. Hoje não decoramos, hoje estudamos o mecanismo das
[Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte,
Câmara Brasileira do Livro, SP] t
1
reações, aprendemos a "e11xergar" a estrutura molecular dos compostos, e vamos
desenvolvendo a Química desde os fundamentos teóricos até as aplicações nas
indústrias (petroquímica, tcxtil, plásticos etc) e também na bioquímica (DNA,
RNA, estrutura das proteínas etc).
Feltre, Ricardo, 1928-
F374q Química orgânica: teoria, 373 exerc1c10s e testes, Não deixamos totalmente de lado o esquema tradicional do ensino de Quí-
600 testes de exames vestibulares I porl Ricardo Feltre mica Orgânica: utilizamos dele tudo que se mostrou útil para a introdução do
lei Setsuo Yoshinaga. São Paulo, Ed. Moderna, 1974. aluno nos mais modernos conceitos. Recomendamos aos senhores professores que
670p. ilust.
seja feita uma recapitulação sobre Estrutura do Carbono e Conceitos Modernos
1. Química orgânica I. Yoshinaga, Setsuo, 1937- de Ácidos e Bases (Atomística - Feltre/Setsuo). Com esses conhecimentos, po-
demos nos adentrar no estudo moderno do Mecanismo das Reações, incluindo
Reações Eletrófilas, Nucleófilas, SN 1, SN2 e outras.
74-0088 CDD-547 Acompanhando o desenvolvimento da matéria, o professor notará que o
livro abrange o programa do Segundo Grau e também o dos atuais vestibulares.
Chamamos sua atenção para o grande número de desenhos que aparecem neste
fndice para o catálogo sistemático: livro. Todos eles foram executados por uma equipe de desenhistas a partir de
L Química orgânica 547 montagens feitas com Modelos de Stuart e "pau e bola", as quais poderão ser
facilmente reproduzidas em aula.
Para facilitar o bom entendimento da matéria, mantivemos como norma a
colocação de exercícios resolvidos nos capítulos e, ao final de cada um deles,
propuzemos uma série de novos exercícios e testes para que o aluno resolva.
No final do livro, sempre obedecendo à ordem cronológica dos capítulos, colo-
camos mais 600 testes propostos em Vestibulares de São Paulo, Guanabara, Minas
7i,doi m direitos reservados. Gerais, Rio de Janeiro etc, desde 1965 até 1973 inclusive. Todos os exercícios
EDITORA MODERNA LTDA. e testes têm suas respostas no fim do livro.
Traw111 Tumoyo. 1O
As críticas e colaborações cabíveis ao presente trabalho serão aceitas com
Tolof<lm·K: 70-5663 71-4161
('EP 04009 São Paulo -· SP - Brasil sinceros agradecimentos por parte dos autores.
1973
hnJlr<'Nlo nu Bra~il. Ricardo Feltre
Setsuo Yoshinaga
~

Índice FUNÇÕES SULFURADAS


COMPOSTOS ORGANO-METÁLICOS
73
74
Compostos de Grignard .. 74
Compostos de Frankland . 75
CAPITULO 1 - ÁTOMO DE CARBONO. CADEIAS CARBÔNICAS. 75
Compostos P!úmbicos .. .
RADICAIS ORGÂNICOS. FUNÇÕES MISTAS . . . . . . 75
76
INTRODUÇÃO. 18 NITRO-DERIVADOS

! DERIVADOS SULFÔN!COS. 76
ÁTOMO DE CARBONO 19 77
Carbono com apenas simples lígaç·õés 20 SERIE HOMÓLOGA ..
77
Carbono com uma dupla ligação .. . 22 SÉRIE ISÓLOGA . . . .
SÉRIE HETERóLOGA. 78
Carbono com uma tripla ligação .. . 24 78
Carbono com duas duplas ligaçõ~s .. 25 QUADRO GERAL DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS
EXERCÍCIOS E TESTES .. , . 80
Número de Oxidação do carbono nos seus compostos .. . 26
Dcsl'nvolvimento da teoria estrutural ..... _. 27
Exercícios e Testes . 31 CAPi'TULO 3 - ISOMERIA
CADEIAS CARBÓNICAS . . . . . . 33 83
DEFINIÇÃO . . .
Cadeias acíclicas ou abertas . 33 89
ISOMERlA PLANA . . . . .
()uanto à saturação . . . . . 36 1) lsomeria de cadeia .
89
Comprimento cté uma cadeia saturada . 37 2) lsomeria de posição . 92
Cadeias fechadas ou cíclicas .. 38 3) Isomcria de Compensação ou Metameria 95
Quanto à natureza dos átomos 38 4) Isomeria Funcional .. 97
()uantu à saluração . . . . . . . . ..... . 39 5) Tau tome ria . . . . . . . . 100
Cadeias aromáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ 40 Resumo <le Isomeria Plana . 106
Rcgrn de Hückel para determinação da aromaticidade ... _ 44 ISOMERIA ESPACIAL . . . . . . 108
Quadro geral de cadeias carbónicas. . ... _ . __ . 45 l) lsomeria Geométrica ou Cis-Trans 108
Exercícios e Testes . . . . . . . 46 2) Isomeria Cis-Trans com cadeia cíclica .. 115
RADICAIS ORGÂNICOS . . . . . . . . . . 47 ISOMER!A ÓPTICA . . . . . . . . . - . 117
Radicais monovalentes . 47 1) Luz Natural e Luz Polarizada . 118
Radicais bivalentes . . . . . 51 2) Polarização da Luz . . . . 120
Radicais trivalentes 52 3 J Substâncias opticarnente ativas 124
Exercícios e Testes . . . . . . . . . . . . 53 4) Isomeria óptica com 1 átomo de carbono assimétrico 129
5) Isomeria óptica com 2 átomos de C* diferentes 134
CAPl'rULO 2 - FUNÇÕES ORGÂNICAS 6) Isomeria óptica com N C* diferentes • 135
IIIDROCARBONETOS . . . . . . . . . . . . . . . . 55 7 J Isomeria óptica com C* equivalcn tes 136
Alcuno .. 56 8) Isomeria óptica sem C* assimétrico 138
Alceno .. 9) Separação de Misturas Racêmicas .. 141
56
Alcino .. 57 10) Poder Rotatório específico 144
Alcadicno 57 11) Raccmização ..
145
C'iclano . . . . . . . . . 58 12) Inversão de Wa.Iden
147
Aromático .. . EXERCfCIOS E TESTES . . . . . . . 148
58
DERIVADOS HALOGENADOS . . . . 59
1-'lJNÇÕES OXIGENADAS .. 60 CAP(TULO 4 - MECANISMOS DAS REAÇÕES ORGÂNICAS
Álcoois . 60 154
Fenóis .. 62 EFEITOS INDUTIVOS . . . . . . . . . .
EFEITO MESÕMERO . . . . . . . . . 158
Enóis ... 63 160
Aldddos. 63 TIPOS GERAIS DE REAÇÕES ORGÂNICAS
CISÃO OU RUPTURA DAS LIGAÇÕES . . . • ••••••• , 162
~clonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 163
cidos Carboxílicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 CLASSIFICAÇÃO DOS REAGENTES . . . . . . . . . • . . . . • • • • .••••••••
CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ORGÂNICAS . . . . . . . • • • • . . • • • • • • - • 164
RAI>IC'AIS DERIVADOS DOS ÁCIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 165
I - Adição Eletrófila . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . • • • • • • • - •
~~~~;~s :: : ;:: : : :: :: ::: :: : :: :: : : ::: ::: :: : : : : : : :: :: ::
67 167
68
II - Adição Nuclcófila . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • • • • • •
III - Substituição Eletrófila . . . . . . . . . . . . . . . . . . • • . • • • • • • • • • 167
Anidridos de ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 168
Cloretos de ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 IV - Substituição Nucleófila . . . . . . .•...••••••••
V - Substituição por radical livre . . •.••••••••••• 173
A.MINAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... _ .. _ . ______ . _ .. 70 174
A.MIDAS . . . . . . . . . . . . . .............................. . VI Reações de Eliminação . . . • • • • • • • • • • • ..
71 177
NITRILAS E ISONITRILAS . . . . . . . . . . . . . . . . : . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 EXERClCIOS E TES:."ES . . . . . . . . . . . ••-•••-•••••••
CAPl'rULO 5 - ALCANOS b) Reação com HCN . . . 232
Dl-i'lNl~'ÃO 179 e) Reações com HX .. 233
NOMENCLATURA . . . . . . . . 180 d) Hidratação dos Alcinos . . . 234
ISOMERIA ...... . 184 e) Polimerização . 234
l'IU.l'ARAÇÃO DOS ALCANOS . . . . ......... . 186 f) Reações Particulares do, Alcinos Verdadeiros 236
l) M~tm!o de Sabatier-Scndcrens . . . . . . . . 186 ESTUDO DO ACETILENO 237
2) R,•duç.To de Ãlcoois .. 187 a) Obtenção Industrial . 237
3) A partir dos compostos de Grignard .. 187 b) Propriedades F Ísicas . 238
4) Síntesé de Wurtz ...... . 188 e) Aplicações . . . . . . . 239
5) Síntese de Kolbe . . ...... . 189 i=XFRCÍCIOS E TESTES . 241
h) Método de Dumas . . . . 190
l'ROPRU-:DAOES QUfMICAS 190 CAPITULO 8 - ALCADIENOS
l) lblogenação 190
~:~ 1
2) Cracking . . .
DFFINIÇÃO . . . . . . . .
192 NOMENCLATURA . . . . .
3) ,ombustão ..
193 CLASSIFICAÇÃO 243
4 J Nitração . . . ........ . 193
5) Sulfonação . . . . .... . REAÇÕES DE ADlÇÃO .. 246
194 REAÇÃO DE DIELS-ALDER . 247
FSTFRFOQUfMICA DOS ALC ANOS 194
PROl'IHEDADES FÍSICAS
BORRACHA . . . . . . . . . . . 248
1% BORRACHAS SINTÉTICAS . . . , 249
I·:Ml'REC:üS 197
Ml·TANü .. EXERCIC:IOS E TESTES . 250
197
PFTRÓLJ:o. 197
RL"finação do Petróleo CAPITULO 9 - CICLANOS
199
Petroquímica . . . . . . . 200 DEFINIÇÃO . 252
frntamentos especiais .. . 201 NOMENCLATllRA 252
EXERCÍCIOS E TESTES . . . . . 202 PREPARAÇÃO .. 253
a) Hidrogrnação catalítica de hidrocarbonetos cíclicos insaHnados 253
CAPITULO 6 - ALCENOS b) A partir de derivados halogenados 253
l>EFINIÇÃO ........ .
PROPRIEDADES . . . . . 253
204 TEORIA DAS TENSÕES DE BAEYER . 255
NOMFNCLATURA . . . . . . . . 204 TEORIA DE SACHSE E MOHR . . . . . 257
ISOMI RIA . . . . . . . .
PRl•:PARAÇÃO DOS ALCENOS . . . . . . . . . . . . . . .
205 !, EXERCÍCIOS E TESTES . . . . 261
207
1) Desidratação de Ãlcoois . . . . . . . . . . . . . 208 CAPITULO 10 - HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS
2) Eliminação de HX de derivados halogenados . 210
3) Síntese de Grignard . . . . . . . . . , . . . . . . 212 DEFINIÇÃO .. 263
PROPRIEDADES QUfMICAS . . . . . , .. . 214 CLASSIFICAÇÃO . 263
1J Rea~âo com os halogênios . 214 NOMENCLATURA .. 265
2) Re.lção com HX . . 215 ISOMERIA .. 266
3) Reações com HCIO, H 2 S0 4 e HOH 219 a) Com apenas 1 radical .. 266
4) Polarização . . . .... 219 b) Com 2 radicais . 267
5) Combustão dos Akcnos .. 220 e) Com 3 radicais iguais . 267
6) Oxidaçào dos Akenos . . . . . 221 d) Com 4 radicais iguais . . . . . 268
7) Estudo do Etileno .. 223 e} Com 5 e 6 rndicaís iguais .. 268
I· XUH'fi.'JUS E TESTES . . . . 225 MECANISMO GERAL DAS REAÇÕES AROMÃTICAS 268
a) Halogenação. 270
CAPl'rULO 7 - ALCINOS b) Nitração . . . . 271
e) Sulfonação . . . . ...... . 272
DEl'INIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ .. 227 PREPARAÇÕES...... . ...... . 273
NOMl-:NC'LA'l'URA . . . . . . . . . . . . . . .................... . 227 a) Polimerirnção dos Alcinos . . . . . . 273
ISO ME RIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . 227 b) Síntese de Fittig-Wurtz . . . . . . . . 273
1-:STRUl'lJRA F CLASSIFICAÇÃO ., . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . 228 e) Síntese de Grignard . . . . . . . . . . 274
PRl-:PAIUÇÜl•:s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230 d) Síntese de Friedel-Crnfts . . . . . . . 275
li A partir de derivados halogenados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230 PROPRIEDADES . . . . . . . . . . . . . . . . 276
2) A partir de dcriv:1dos halogenados com acetileto de sódio . . . . . . 230 a} Hidrogenação . . ., . . . . . . .. . 276
PROl1Rll-:l>ADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . __ 231 b) Halogenação. . . .......... . 277
11) Cloração 231 e) Nitração . . . . . .......... . 280
Difenóis . . . . . . . . . 325
d) Sulfonação .. . 281 325
d Oxida,;õcs ... . 281 Trifenóis . . . , . . . . .
EXERCÍCIOS E TESTES .. . 326
f l Reaç,,cs do Naftaleno . 282
( 'Al'AC'IDADF DIRFTORA DOS RADICAIS. 282
CAPITULO 13 - ÉTERES
a) Radicais Orto-Pw-a dirigentes.
b) Radiêab !;fota dirigenks
MH'ANISMO DA ORIENTAÇÃO
llllLJJA . . . . . . . . . . . . . . .
I· Xl>RC(CIOS E TESTES.
283
283
284
290
292.
' DEFINIÇÃO . . . . .
CLASSIFICAÇÕES .
NOMENCLATURAS
PREPARAÇÃO . . .
1) Desidrataçiío de ákoois .
328
328
328
329
329
CAPITULO 11 - ÁLCOOIS 2) Síntese de Williamson .. 330
3) Reação de haletos com óxido de prata 330
Ili FINl~'ÀO . . . . 294 330
( 'I.ASSJI ICAÇÕES 294 4) Reação de. fenóis com diazo-mctano
NOMl·NCLATURAS. 295 PROPRIEDADES FISICAS ... 330"
PROPRIEDADES QUÚv!ICAS
331 ,
l'Rl·l'ARAÇÃO . . . 296 331
1J llidrófüc de Éstcr,·, . 296 1) Caráter básico . . . .
2) Cisão por ácidos . 332
2) Hidrólise de haletos . 296
3) Reação com halogênios 332
3) Jlidrataçâo de alcenos. 296 332
4) Reduç,10 de aldeídos ou cetonas 297 4) Oxida,·ão . . . . . .
ÉTER ETIUCO . 333
5) Reação de a.ldeídos ot1 cetonas com compostos de Grignard 297 333
l'IU>l'lt!FDADES r-fSICAS . . . . . . . . . 297 EXERCICIOS E TESTES . . . . .
l'IWl'RIEDADES QUÍMICAS . . . . . . . . 299
1) Reações de substituição do H do grupo OH 299 CAP(TULO 14 - ALDEfDOS E CETONAS
2) Rcaçõ,,s de substituição do próprio OH , 300 DEFINIÇÕES . . . . . . 335
3) Reações de eliminação ... . 300 NOMENCLATURAS . . . . . . . . .... - . 335
4) Reações de oxidação . . . . . . . . . . . . 301 PREPARAÇÃO - MÉTODOS GERAIS PARA ALDEÍDOS E CETONAS 336
5J Reações de redução .. , . . , . . . . , , 302 1) Oxid,ição (ou dehidrogcnação) de álcoois . . . . . . . . . . .• : . .• • 336
l·Xl'LICA~'Ãü DAS PROPRIEDADES QUÍMICAS 302 2) Aquecimento de sais de cálcio (ou de bário) de ácidos carbox1hcos. 337
LISOS. 304 3) Hidratação de alcinos 338
METANOL 304 41 Hidrólise de haktos geminados 338
l·TANOL . 306 PREPARAÇAO DE ALDEÍDOS. 338
lllÁLCOOJS 309 PREPARAÇÃO DE CETONAS . . . . . . . . . . . . . . . . 339
<iLICFRINA . 311 1) Rc'ação de nitrilas com compostos d<.' Grignard 339
1 XI· RciC'lüS E TESTES .. 313 21 Reacão dé cloretos de ácidos com compostos orgánicos de cádmio 339
3) Rea~ão de Friedel-Crafts . . . . , .. 339
CAPITULO 12 - FENÓIS 339
PROPRIEDADES FÍSICAS ... .
lll·J INIÇÁO . . . . 316 PROPRIEDADES QUÍMICAS .. . 340
NOMINCLATURA 316 1) Rca,ôes de oxidação .. 341
l'IHl'ARAÇÃO . . . 317. 2) Reaéõcs de redução ... 342
1) Fusão alcalina do benzcno-sulfonato de sódio . 317 3) Rw~ões de adição à carbonila 342
2) Hidrólise alcalina do cloro-benzeno (processo Dow}. 317 4) Reações de e liminação do oxigénio da carbonila. _ 344
3) llidrólisc do cloro-benzeno (processo Raschig) . 318 5) Reações de substituição dos hidrogénios cm posição O'. com rclaçao
4) (hidação do cumeno foopropil-benzeno) 318 à carbonila . . . 345
5) llidróli,c de sais de diazânio 318 CASOS PARTICULARES 347
l'IWl'RIJ-:DADJ:S FÍSICAS . 318 Aldeído fórmico .. 34 7
l'ROl'Rll·.DADES QUÍMICAS . . . . . . 319 Aldeído acético .. . 348
l ! Substituição do H do grupo OH 320 Acetona . . . . . . . 349
2) Substituição do OH . . . . . . . 321 EXERCÍCIOS E TESTES . 350
3) Substituição no anel aromático 321
4) Reações de oxidação . . . . . . 322 CAPITULO 15 - ÁCIDOS CARBOXfLICOS
.~) RL•a~,õcs de redução . . . . . . . 323 353
6) RL•açõcs com o cloreto-férrico . 323 DEFINIÇÃO . .: . . . •.. , • • •
CLASSIPICAÇOES . . . . . . . . . . . . . . • • 353
CASOS PARTICULARES 323 354
NOMENCLATURA . . . . . . . . . . . . . . .
Ft·nol comum 323 357
( 'n·súis .. 324
PREPARAÇÃO ................. .
1) Por meio de reações de oxidação . 357
Nul'lbis . . . . 324
2) A partir de compostos de Grignard , . . . . . . . . . . . 357 CLASSIFICAÇÃO . 384
3) Por aquecimento do ácido malónico (ou seu derivado) 358 NOMENCLATURA 384
4) Por hidróli_se de derivados ácidos . . . . . . . . . . . . . . 358 PREPARAÇÃO . . . . . 384
PROPRIEDADES FfSICAS 385
~:g~~:~g1gii~ ~i7~tJAS :::::::::::::: ::::::::
Caráter ácido . . . . . . , , . . . . . . . . . . . . .
1)
359
359
{ PROPRIEDADES QlJfMICAS
EXERCfCIOS E TESTES ...
385
386
359
2)Reação de esterificação . . . . . . . . . . . . . . . . . , .. 362
3)Reações com haletos de fósforo , .......... . 363 CAPITULO 17 - COMPOSTOS HALOGENADOS
4)Halogenação em a . . . . . . . . . . . , . . . . . 364 DEFINIÇÃO . . . . . . 388
5)Reações de dcscarboxilação .. 364 CLASSIFICAÇÕES . . . . . . 388
6) Reações de oxi-rcdução . 364 NOMENCLATURA . . . . . . 389
C'ASOS PARTICULARES. , ... . 365 PREPARAÇÃO . . . . . . . 390
Ácido fórmico . . . . . . . . 365 1) A partir de álcoois. 390
Ácido acético . . . . . 366 2) A partir de hidrocarbonetos . 39(\
Diácidos . . . . . . . . . . . . . 367 3) A partir de haletos, trocando-se um halogénio por outro 39f
FXFRCÍCIOS E TESTES . . , . , 369 PROPRIEDADES FiSICAS . . . . 392
PROPRIEDADES QlJÚv1ICAS .. . 392
CAPITULO 16 1) Reações de substituição 394
DERIVADOS DOS ÁCIDOS 2) Reações de eliminação . 394
llSTl-:RES 3) Adição de metais . . . . 395
DEFINIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4) Formação de hidrocarbonetos . . . . 396
371 usos ............. . 396
CLASSIFICAÇÃO . . . . . . . . . . .................... . 371
NOMENCLATURAS . . . . . . . . , , . . . . . . . CASOS PARTICULARES . . . . . . . . . . . . .......... . 397
371 Cloreto de etila . . . . . . . . . . . . . 397
PRFPARAÇÃO . . . . . . , , . , . . . . . . . . . . . 373
Esterificação direta . . . . . . . . . .
1) Compostos polihalogenados . . . . . . 397
374 Compostos aromáticos halogenados .. 398
Reação de derivados dos ácidos .. .
2) 374
fstcres metílicos . . . . . . . . . . . .
3) Compostos fluorados . . . . . . . . . . 399
374 EXERCÍCIOS E TESTES . . . . . . . . 400
PROPRIEDADES FiSICAS 375
PIWl'RIFDADES QUfMICÚ : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : •••••• , 375
1) Reação de hidrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : '. : : : : : 375 CAPITULO 18 - COMPOSTOS ORGÂNICOS NITROGENADOS
2) Reação de alcoólise . . . . . . . . . . . . 376 AMINAS
3) Reação de amonólise . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . 376
4} Redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376 DEFINIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 406
5) Reação com compostos de Grignard . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . 376
CLASSIFICAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . ...... . 406
tJSOS . . . . . . . . . . . __ ... _ . . . . ___ .. _. _ . _ . . . . . __ .. . 377
NOMENCLATURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 406
CASOS PARTICULARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PREPARAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 408
377 1) Por alquilação do amoníaco . . . . , . . . . . . . . . 408
ANJORIDOS 2) Por aminação redutiva de aldeídos e cetonas ... . 408
DEFINIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 379
3) Por redução de vários compostos nitrogcnados . 408
CLASSIFICAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . __ 379 4) Síntese de Gabriel . . . . . . . . . . ..... . 409
NOMENCLATURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . 5) Rearranjo de Hoffmann . . . ..... . 409
379 PROPRIEDADES FfSICAS ... 410
PREPARAÇÃO .. , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 380
1) Por aquecimento dos ácidos com agentes fortemente desidratantes . . . . . .
PROPRIEDADES QUfMICAS .. 41-0
380
2) Reação de sais e cloretos de ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 381 1) Caráter básico . . . . . 410
PROPRIEDADES FÍSICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 381 2) Reações de alquilação . 413
PROPRIEDADES QUÍMICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 381 3) Reações de acilação . . . . . . ........ . 414
l) Reações de; hidrólise ácida, hidrólise básica, alcoólise e. ~~~n61is~: : : : : : 381 4) Reações de identificação das aminas . . . . . . . . . . . 414
2) Reação. de a:-halogen·ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 381 usos .................... . 416
3) Redução de álcoois . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 381 CASOS PARTICULARES . . . ·. . . . . 417
l(SOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; . . . . . . . 382 Anilina . . . . . . . . . . . . . . . . . 417
( ASOS PARTICULARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 382 AMIDAS
Anidrido acético . . . . . . . . . . . . . . . . . . 382
Anidrido ftálico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 382 DEFINIÇÃO . . . . . . . . . . 419
C'LORHOS DE ÁCIDOS
CLASSIFICAÇÕES . . . . . . 419
NOMENCLATURA . . . . . . .419
Dfü'INIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 383 PREPARAÇÃO ........ . 421
l) Por aquecimento de sais de amônio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 421 TIOÊTERES OU SULFETOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443
2) Por hidratação de nitrilas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 421 ÃCIDOS SULFÔNICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445
3) Por reação. do amoníaco com clotetos de ácidos, anidridos e éstercs ... . 421 EXERCÍCIOS E TESTES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 448
PROPRIEDADES FISICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 421
PROPRIEDADES QUIMICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 422
1) Caráter ácido ou básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 422 I CAPITULO 20 - COMPOSTOS HETEROCICLICOS.
2) Reação de hldtólise ._ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 423 COMPOSTOS HETEROCICLICOS COM ANÉIS PENTAGONAIS. . . . . . . . . . . . . 452
3) Reação de desidratação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 423 HETEROCÍCLICOS DE ANEL PENTAGONAL FUNDIDO COM ANEL BENZÊNICO 454
4} Reação com hipohalogcnitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 423 COMPOSTOS HETEROCfCLICOS COM ANÉIS HEXAGONAIS . . . . . . . . . . . . . 455
t 456
S) Redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 423 HETEROCÍCLICOS DE ANEL HEXAGONAL FUNDIDO COM ANEL BENZÊNICO
6) Reação com ácido nitroso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; . . 424 EXERCÍCIOS E TESTES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457
usos ...................................... ' ......... . 424
CASOS P~RTICULARES . . . . . . . , ..., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424 CAPITULO 21 - Lll>IDOS
Urcta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424 DEFINIÇÃO . ..: . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 459
NITRILAS OU CIANETOS DE ALQUILA CLASSIFICAÇAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 459
GLICÉRIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 460
PREPARAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 428 a) Ácidos graxos superiores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 460
1) Por reação de haletos com cianeto de sódio . . . . . , , . . . . . . . . . , . , 428 b) Silponificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .' . . . . . . . . . . . 462
2} Por desidratação de sais de amônio . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . 428 e) Índice de saponificação (J.S.) . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 463
l'ROJ>RIEDADES QUÍMICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 d) Índice de iôdo (I.I.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 464
1) Reação de hidrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 e) Rancificação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 465
2) Reação de alcoólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . , 429 f) Sabões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 465
3) Reação com compostos de. Grignard . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 CtRIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
4) Redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 a) ~cido graxo _superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
ACRILONITRILA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429 b) Alcool superior. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467
ISONITRILAS OU CARBILAMINAS OU ISOCIANETOS DE ALQUILA FOSF ÂTIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 8
PREPARAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 430 CEREBRÔSIDOS . . . . . . . .'. ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 469
l) Por reação de haletos com cianeto de prata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 430 EXERCICIOS E TESTES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 470
2) Por reação de antinas primárias com clorofórmio em meio básico forte .. . 431
PROPRIEDADES QUÍMICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 431 CAPITULO 22 - AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS
1) Reação de hidrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 431 AMINOÁCIDOS
2) Reação com compostos de Grignard . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 431 DEFINIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 472
3) Redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 432 CLASSIFICAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 472
4) Reações de adição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . 432 IONIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 474
NITROCOMPOSTOS
DEFINIÇÃO . ..: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 432 • PROTEINAS
CLASSIFICAÇOES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 432 DEFINIÇÃO ·..: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 476
NOMENCLATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 433 CLASSIFICAÇAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 76
PREPARAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 433 LIGAÇ,_ÃO PEPTIDICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 478
1) Nitmção direta pelo HN03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 433 REAÇOES CARACTERÍSTICAS DAS PROTEÍNAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 79
2) Reação de haletos com nitrito de prata . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . 434 ESTRUTURAS DAS PROTEINAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479
3) Preparação de nitrometano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . 434 DNA E RNA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481
PROPRIEDADES FÍSICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 434 EXERCÍCIOS E TESTES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 484
PROPRIEDADES QUíMICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 435
1) Caráter ácido dos nitroalcanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 435 CAPITULO 23 - GLÚCIDES
2) Substituições no carbono vizinho ao grupo nitro . . . . . . . . . . . . . . . . 43!! DEFINIÇÃO . _. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 487
3) Hidrólise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436 CLASSIFICAÇAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . , . . . . 487
4) Redução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436 ESTRUTURA E NOMENCLATURA DAS OSES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 489
lJSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437 EPÍMEROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 492
EXERCÍCIOS E TESTES . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438 TAUTOMERIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493
REAÇÕES COM FENIL-HIDRAZINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 494
CAPITULO 19 - COMPOSTOS SULFURADOS CICLIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , , . . . , , , , 496
MlITA-ROTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 497
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 441 PRINCIPAIS GLÚCIDES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . 498
TIOÁLCOOIS, TIÔIS OU MERCAPTANAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . 442 a) Glucose, glicose e dextrose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 498
b) Fructosc ou Levulosc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 499
e) Sacarose ou Sucrose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 499
d) Lactose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . •. . . . 501
e) Celulose . . . . . , . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . 501
f) Amido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . 502
g) Glicogênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502
EXERCÍCIOS E TESTES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502

CAPITULO 24 - POLIÍVIEROS
<l.ASSIFICAÇÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 506
COPOLIMEROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 514
l'OLÍMEROS DE CONDENSAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 515 /

EXERCÍCIOS E T E S T E S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

CAPITULO 25 - ANÁLISE ORGÂNICA


518
Capítulo 1
ANÁLISE IMEDIATA . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 521
ANÁLISE ELEMJ;:NTAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 524
Análise Elementar qualitativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 525
Análise Elementar quantitativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
<'OMPOSIÇÃO CENTESIMAL E FÓRMULA MfNIMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
DETERMINAÇÃO DA MASSA OU PESO MOLECULAR . . . . . . . . . . . . . . . . .
526
529
530
ÁTOMO DE CARBONO
ANÁLISE ESTRUTURAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . 533
Processos Químicos de Análise Estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . 534 CARBONO COM APENAS SIMPLES LIGAÇÕES
Processos Físico-Químicos de Análise Estrutural . . . . . . . . , . . . . . . . . . . 535 CARBONO COM UMA DUPLA LIGAÇÃO
Cromatografia . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . : .. 535 CARBONO COM UMA TRIPLA LIGAÇÃO
Espectroscopia Infravermelha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 536
EXJ-:RCICIJOS E TESTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 538 CARBONO COM DUAS DUPLAS LIGAÇÕES
NÚMERO DE OXIDAÇÃO DO CARBONO NOS SEUS COMPOSTOS
TESTES DF EXAMES VESTIBULARES , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 540
DESENVOLVIMENTO DA TEORIA ESTRUTURAL
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS E TESTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 637 EXERCl'cros

CADEIAS CARBÓNICAS
CADEIAS ACICLICAS OU ABERTAS
CADEIAS C(CLICAS OU FECHADAS
CADEIA AROMÁTICA
EXERC(CIOS

RADICAIS ORGÂNICOS
RADICAIS MONOVALENTES
RADICAIS BIVALENTES
RADICAIS TRIVALENTES
EXERCICIOS
1

18 FEL TRE - SETSUO ,


INTRODUÇÃO
ATOMO DE CARBONO
Atualmente a quumca orgânica é definida como sendo a química que es-
tuda os compostos de carbono. O carbono é o elemento químico
presente em qualquer composto orgânico.
Os outros compostos, aqueles que não possuem carbono, são chamados de
compostos inorgânicos e apresentam propriedades muito diferentes dos compos- O átomo de carbono mais abundan-
tos org~nicos. te na natureza é o isótopo C-12 que é
hoje o átomo utilizado para definição da
Existe um pequeno grupo de compostos que possuem carbono mas suas unidade de massa atômica (u.m.a). Os
propriedades mais se assemelham aos dos compostos inorgânicos - eles são cha- detalhes da sua importância já·foram des-
mados compostos de transição. São eles: CO, C0 H C0 HCN, HCNO, etc.
2
,
2 3
,

critas no livro 1 - Química Geral.


O conhecimento dos compostos orgânicos - assim chamados atualmente - O isótopo C-12 possui 6 prótons,
data de há muito tempo em virtude do seu emprego na vida prática. 6 nêutrons e 6 elétrons, cuja representa•
os- povos da antíguidade já sabiam fermentar o suco da uva e produzir o ção esquemática está ao lado.
vinho; produziam o vinagre pela fermentação do vinho, extraíam a gordura e o
azeite dos animais e vegetais, utilizavam corantes, etc.
Em 1777 Bergman classificou os compostos em orgânicos e inorgânicos. Reparem que .existem 4 elétrons pe-
riféricos. Esses elétrons efetuam ligações
Os compostos orgânicos eram aqueles obtidos direta ou indiretamente dos
covalentes. Cada ligação covalente é for-
seres vivos.
mada por 1 par de elétrons, um do átomo
Logo depois, o grande químico Berzelius formulou a teoria da força vital - de carbono e outro do elemento a serH-
segundo esse cientista os seres vivos possuíam uma desconhecida força que era gados. Examinando apenas os elétrons pe-
lndi.tpensável na síntese de compostos orgânicos. Isto justificava, na época, a in- riféricos, também chamados elétrons de
capacidade de produzir compostos orgânicos a partir de compostos inorgânicos. ligação teremos:
Em 1828 veio uma verdadeira "bomba" que destruiu a teoria da força vital.
W<ihlcr que era discípulo de Berzelius conseguiu, em laboratório, sintetizar um
composto orgânico a partir de um composto inorgânico. Foi a famosa síntese
da uréia (substância encontrada na urina), obtida pelo aquecimento do cianato
de amôneo: É assim que o átomo de carbono completará o octeto.
Cada par de elétron formará um orbital molecular que poderá ser a (sigma)
ou n (pi). Os orbitais n (pi) aparecerão quando existirem duplas ou triplas liga-
ções no átomo.
Vamos estudar o átomo de carbono de acordo com os tipos de ligações
cianato de que nele aparecem:
amôneo
1) somente com simples ligações (somente a).

A partir dessa reação histórica iniciou-se uma verdadeira corrida às sínteses 2) com uma dupla ligação (três a e uma 7r),

orgânicas. Berthelot sintetizou o metanol, metano, acetileno, etc - e daí para 3) com uma tripla ligação (duas a e duas 1i).
diante não pararam de surgir novas sínteses. Hoje, cada dia que passa, novas sín- 4) com duas duplas ligações ( duas a e duas n).
teaes e novos compostos orgânicos são descobertos.
Os detalhes sobre essas ligações do carbono encontram-se no capítulo 4 do
Atualmente, o número de compostos orgânicos supera em 12 vezes o nú- livro 2 - Atomística.
mero de compostos inorgânicos.
--,,-···--" -· ------· ·----

20 FELTRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 21

CARBONO COM APENAS SIMPLES LIGAÇÕES d) H f) H

Vimos no capítulo 3 do livro 2, H 1 1


de Atomística, que o átomo de carbono
C-H H-C-H
sofre uma híbridação do tipo sp 3 quan- 1 H---- \
H-C-H 1
do ele se liga somente por ligações a. O H H
exemplo típico é o metano.
Neste caso o átomo de carbono so- 1 Modelo esquemático. Modelo de l.e Bel Modelo de projeção.
freu hibridação sp 3 cuja estrutura é esta: H e Van't Hoff.

O modelo de Stuart é o que mais se aproxima da realidade. Os tamanhos


dos átomos guardam entre si uma escala real.
O modelo "pau e bola" é bastante didático. Existe à venda um "kit" desse
. modelo cujo trabalho é do nosso colega prof. Dr. Luciano do Amaral. Trata-se
. de um conjunto bastante interessante para aqueles que iniciam o. estudo da quí-
'
mica orgânica.
"' ......
(. >:~l No modelo bow-tie, as linhas grossas representam as valências que vem para
frente; as linhas pontilhadas são as valências que vão para trás.
O modelo de l.e Bel e Van't Hoff foi o primeiro modelo espacial para o
carbono. Segundo eles, o carbono ocupa o centro de um tetraedro regular e suas
valências dirigem-se para os vértices.
O modelo de projeção é a mais usual para representar reações orgânicas.
Uma propriedade bastante interessante do carbono é a de encadeiamento.
carbono sp 3 molécula de metano
O átomo de carbono é capaz de ligar-se a outros átomos de carbono, e assim
sucessivamente. Se aparecem apenas simples ligações teremos o seguinte aspecto
Temos 4 ligações a que são as 4 "valências" do átomo. O ângulo entre
duas valências quaisquer é de 109°28', pois a estrutura é tetraédrica.
'---e/ '-e/ '---e/

,
Existem diversos modelos para representar as moléculas. As principais são:
/ '-...e/ ' e / ' e /
a) c) / ........._ / '-.. / '-..
H
cuja representação simplificada, 1 1 1 1 l l
H-- C em projeção é: e e e C-C C-
1 1 1 1 1 1
' ----H

H O modelo de Stuart apre-


senta uma idéia melhor mostran-
do que realmente a cadeia é em
Modelo de Stuart. Modelo pau e bola. Modelo bow-tie. zig-zag.
22 FEL TRE - SETSUÔ QUÍMICA ORGÂNICA 23

Vamos definir agora, carbono primário, secundário, terciário e quaternário. No composto H2 CO 3 temos:
Se o átomo de carbono está apenas
ligado a um átomo de carbono (e os de- H H orbital 1T

mais não são C), então teremos um car- __,/


hono primário. No exemplo ao lado te- 1 1
mos 2 átomos de carbono primário. H-C-C-H
Desta forma, se o carbono estiver
preso a 2 átomos de carbono teremos um
1 1
C'arhono secundário;e assim sucessivamen-
te. Exemplo: H H

São primários: 1, 6, 7, 8 e 9
são secundários: 2 e 4 O orbital n não determina a direção de ligação. As direções das ligações
são determinadas pelos orbitais a. Neste caso, as três valências estão no mesmo
é terciário: 3 plano formando entre si um ângulo próximo a 120º.
é quaternário: 5
Dizemos que a estrutura é trigonal.
Seja o composto chamado etileno:
CARBONO COM UMA DUPLA LIGAÇÃO
Neste caso o carbono sofre uma hibridação sp 2 ou seja; teremos três liga-
ções o (sigma) e uma n (pi).
Segundo o modelo de Stuart temos:
Seja o composto: Vamos recordar o carbono com
hibridação sp 2 . No modelo "pau e bola" temos:

H
a

A representação eletrónica é:

O ângulo entre 2 orbitais "sp 2 "


Resumindo: Quando o átomo
é de 120º.
de carbono possui apenas uma du-
O orbital "p" é perpendicular pla ligação, as três valências direcio-
aos orbitais "sp 2 ". É o orbital "p" que nais (a) são coplanares e o ângulo
fará a ligação 1T. entre elas é de 120°.
14 FEL TRE - SETSUO aul"MICA ORGÂNICA 25

CARBONO COM UMA TRIPLA LIGAÇÃO CARBONO COM DUAS DUPLAS LIGAÇÕES

Neste caso existem duas ligações 1T e o átomo de carbono sofre uma luõri- Vejamos o composto mais simples da química orgânica que possui duas du-
dução do tipo "sp". plas ligações. ~ o propadieno ou também denomiando aleno
Seja o etino, também chamado acetileno.

180" 180° O carbono central possui duas ligações 1T (pi) razão pela qual ele se encon-
tra com hibridação "sp".

Segundo o modelo de Stuart é:


"sp2" "sp" "sp2"

Os átomos de carbono das extremidades estão com hibridação "sp2".

No modelo "pau e bola" temos:

Conclusão: o carbono com duas duplas ligações tem estrutura linear (180º
é o ângulo entre as valências).
Eis abaixo, um quadro indicando diversas· características do átomo de car-
A estrutura é linear, o ângulo entre as ligações é de 180". bono, de acordo éom os tioos de liiracões.
19 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 27

Exemplos:
ângulo entre
carbono hibridação F H
as valências CI CI
0 1 J_., J__,

A
H(--;. C -)H H 3 C-C(-CI H(-,C(- CI
F-r\F ,/.._J_.
só com simples ligação sp3 109°28' 1\, //1
/ H
e e CI ,_

@
i {
@)
CI
perde 3

µ:
e
ganha 1

com 1 dupla ligação sp2 ~.20º


Os detalhes sobre número de oxidação estão no capítulo 6 do livro 2 -
Atornística,

~
com 1 tripla ligação sp 180° DESENVOLVIMENTO DA TEORIA ESTRUTURAL

Muito antes de se descobrir que o átomo tinha núcleo e elétrons, já em


1859 o químico alemão August Kekulé propôs, que o átomo de carbono tem
4 ligações e que deveria ser representado por 4 traços. Outros elementos como
com 2 duplas ligações sp
~ 180° oxigênio, nitrogênio, etc, teriam valências diferentes.
Para cada ligação teríamos um traço que é a valência do elemento. Assim
temos os principais elementos:

1 1 1 1 l
e H- o N s p
NÚMERO DE OXIDAÇÃO DO CARBONO 1

NOS SEUS COMPOSTOS


Nada se sabia a respeito dessas ligações. Somente em 1916 Lewis esclareceu
O carbono tem 4 elétrons periféricos. Ele é capaz de, no máximo, empa-
que essas ligações correspondiam a pares de elétrons.
relhar os 4 elétrons.
Porém, já em 1874 dois jovens cientistas, Jacobus H. Van 't Hoff (holandês)
Os casos extremos que podem acontecer são:
e Joseph A. Le Bel (francês), independentemente, propuseram uma teoria para
a) perder o "controle" e portanto, ter os 4 elétrons deslocados para o lado compatibilizar a represt,ntação com fatos reais.
dos átomos ligantes - neste caso o número de oxidação será +4.
Segundo Kekulé as 4 valências do carbono eram simplesmente 4 traços si-
b) Atrair mais que os átomos ligantes, todos os 8 elétrons emparelhados. tuados num plano.
Então terá número de oxidação ~ 4.
O número de oxidação do carbono terá o máximo valor +4 e o mínimo
valor 4.
O máximo valor será quando todos os ligantes ao átomo for mais eletro-
negativo que o carbono. O mínimo valor será quando o carbono for mais ele-
tronegativo que qualquer dos ligantes.
28 FELTRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 29

Imaginemos o dicloro-metano CH 2 Cl2 . Então foi abandonada a representação de Kekulé? Não. Vamos continuar
usando, porém vamos interpretar como uma fórmula de projeção.
De acordo com a representação de Kekulé, deveria existír dois compostos
dift•renles com essa fórmula molecular. Imaginem a molécula de diclorometano. Façamos suas projeções tomando
diferentes planos. O modelo "pau e bola" é muito útil para ilustrar este exemplo:
H H
/\,
1 1
CI - C - CI CI - C H / \\ / ~

H
1 1
CI /.. /. •'
/ .. J "
·\ ~ [o/;}1~~
'f)
\..;...1 CI · .·a l
' 1 .'\ •. ,.. •
são diferentes
: ! . · > l ·a~C-Ci
Mas na realidade só existe um composto com o nome dicloro-metano. : i ..:- --i· : f / lt 1
Le Bel e Van't Hoff propuseram que as 4 valências do carbono possuíam -:-:-:~ ~ - -~
uma disposição espacial.
/ i :f / . @ . 11:
/ . K-1-C-#
:/
t'/
carbono Q~'' p celitto ,~ '~ fytraedti>'. têgiilár e suas ,,~êfus Agora sim! Aceitando-se que as fórmulas de Kekulé são fórmulas de pro-
.. ·. .pa,.., ,;.. .., . . . . .
jeção podemos interpretar que as representações

CI CI
Temos então: 1 1

H-C-H e H-C CI
1 1
CI H

são da mesma molécula cuja estrutura real é tetraédrica.


Desta forma, nas representações planas, temos a liberdade de permutar
as posições dos radicais ligados ao carbono em torno das suas valências.
Encarando o carbono deste modo, só existe um dicloro-metano.
Exemplos:
CI CI
H H
,J, ,,t,
--: C )- CH 2 - CH 3 e H3C """',,__e,
(,~ CH 3
'-r'

CH3 CH2
1
\~_c_1__~s_ão_igu_a1_·s_ _ _~ / CH 3
Estas estruturas são iguais. Basta você construir 2 tetraedros de arame e
marcar 2 vértices quaisquer em cada um dos tetraedros. Sempre haverá coinci- São representações do mesmo composto. Apenas houve uma permutação
dência. entre os radicais da direita e da parte inferior do carbono assinalado.
OUl'MICA ORGÂNICA 31
30 FEL TRE - SETSUO

c) Tripla ligação: tetraedros ligados pela aresta


Foi do modelo de Le Bel e Van't Hoff que nasceram outros modelos mais
didáticos como o "pau e bola" e o de Stuart. Vê-se que são todos, modelos
equivalentes.
Segundo o modelo de Le Bel e van't Hoff temos
a) Simples ligação: tetraedros ligados pelo vértice.

---C=====C---

Cumpre lembrar que o modelo de Le Bel e van't Hoff foi puramente


emplrico e que posteriormente veríficou-se que muitos de seus aspectos·estavam
realmente corretos, através do emprego de duração de raios-X, espectroscopia do
infra-vermelho, ressonância magnética nuclear, etc.

b) Dupla ligação: tetraedros ligados pela aresta. EXERCfCIOS E TESTES

1) Na molécula abaixo representada, são 3) Os átomos abaixo estão representados


carbonos secundários: no modelo de Stuart. Todos os áto-
mos aqui desenhados são de carbono.

a) 1, 2, 3 e 4
b) 3, 6 e 7
e) 5, 6 e 7
ângulo .. d) 1, 2 e 4 Neste molécula onde todos os átomos
e) apenas 5 são visíveis (pelo menos parcialmen-
real ~ 120°
te), não existe átomo de carbono
2) No excrcício anterior o número total a) primário
de carbonos terciários é: ~ b) secundário
a) um d) quatro e) terciário
, b) dois e) seis d) quaternário
Obaenração: neste caso, pela representação,o ãngulo entre as valências é de.109°28' c) três e) existem todos esses tipos.
o que foge um pouco da realidade cujo ãngulo é de 120º.
32 FEL TRE - SETSUO

4) A molécula anterior tem a seguinte 7) A melhor fórmula para o etano CADEIAS CARBÔNICAS
representação e~quemática: (C2H6) entre as representações
abaixo é:

a) H3C - CH3
Vimos no capítulo anterior que o átomo de carbono é capaz de efetuar
ligações com outros átomos de carbono. Daí resulta uma diversidade de molécu-
H H
1 1
las onde podemos observar seqüências de átomos de carbono denominadas cadeias
b)H-C-C-H carbônicas.
1 1
Indique os números dos átomos de H H
carbono que, sejam primários. H H

5)
·-· ;.

Indique os ângulos reais o:, (j e 'Y res-


pectivamente, indicado~ na figura a-
baixo.
"
e} H-C - C---H /
"'- H
H H H molécula rêa!
H3C , e =~I~
e- e e- H d) H ----e - e ,----H 1 1 1 1 1
.."--1 1 1 ,, e e e e e - e= e
H H H H H 1 1 r 1 r
a) 90º, 180° e 180° representação da cadeia carbônica.
b) 90°, 120° e 180°
c) 109°, 120º e 218° 8) Para o butadícno 1,2. cuja fórmula As cadeias carbônicas podem ser classificadas em 2 grandes grupos:
d) 109°, 120" e 109° plana é
- cadeias abertas ou aciclicas
e) 120º, 120° e 109° H2C =C = C - CH3
1 - cadeias fechadas ou ciclicas
6) Seja a molécula do butino-2. H
H3C - C =C - CH3 os átomos de carbono possuem uma
Examinando apenas os átomos de cai-- disposição espacial cu;, representação CADEIAS ACfCLICAS OU ABERTAS
bopo, eles estão numa disposição es- é:
pacial:
Como o nome diz, trata-se de uma cadeia que seguindo os átomos de car-
a) linear
b) em zig-zag
a) • • " - b) ~ bono, em qualquer direção, sempre encontraremos um carbono de extremidad~.
As cadeias carbônicas podem ainda ser subclassificadas segundo diferentes
c) três lineares e um formando ân-
gulo e) A-- d)• • •

critérios:
d) formando uma poligonal aberta
homogênea
com ângulo inferior a 180º
e) nenhuma das anteriores.
e) /y 1) Quanto ã natureza {
dos elementos heterogênea
CADEIAS
CARBÓNICAS
AC(CLICAS
2) Quanto à disposição
dos átomos de C
{=~ saturada
3) Quanto à saturação {
insaturada
QUIMICA ORGÂNICA 35
34 FEL TRE - SETSUO

QUANTO À NATUREZA DOS ELEMENTOS QUANTO A DISPOSIÇÃO DOS ÃTOMOS DE CARBONO

Examinando a seqüência dos átomos de carbono podemos encontrar: Nas cadeias adclicas e homogêneas, se observamos apenas carbonos primá-
rio e secunddrio, dizemos que a cadeia é normal.
a) somente átomos de carbono entre dois átomos quaisquer de carbono - diz-se
neste caso que a cadeia é homogênea. Isto quer dizer que na representação da cadeia em fórmula plana:
a) se os átomos de C puderem ser dispostos segundo uma linha - teremos uma
b) se existir átomo diferente de carbono entre dois átomos quaisquer de carbono
cadeia normal.
teremos uma cadeia heterogénea.
b) se aparecerem C terciários e quaternários, haverá mesmo ramificações - tere-
Exemplos: mos uma cadeia ramificada.

H H H H H H H H
l 1 1 1 1 1 1 1
H H H
H H
H-C e e e H H-C e O-C-C H
1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1
e C - CH 3 H3 C - e e e CH3
H H H H H H H H 1 1 1
1 1

cadeia homogênea
cadeia heterogênea H H H CH2 CH3
1
CH 3
Vejamos outros exemplos, empregando diversas formas de representação:
cadeia normal cadeia ramificada
homogéneas heterogêneas

1 ! 1 1 1
e C-C-C- e e N e Vejamos outros exemplos:
1 1 1

H
H2 H2
e e H
H3 C/ '----e/ ~O/
H2
cadeia ramificada
cadeia normal

cadeia normal cadeia ramificada


auiMICA \lRGÂNICA 37
38 FEL TRE - SETSUO

QUANTO À SATURAÇÃO COMPRIMENTO DE UMA

Se numa cadeia orgânica, qualquer carbono tiver hibridação sp 3 , dizemos


CADEIA SATURADA
que a cadeia é saturada.
As cadeias abertas saturadas desen-
Isto significa que todos os átomos de carbono presentes possuem apenas
simples ligações. volvem-se no espaço em zig-zag.

Se aparecer carbono com dupla ou tripla ligação, dizemos que a cadeia é O comprimento da cadeia acima é X
insaturada, pois esta cadeia é capaz de aceitar mais átomos. l2. Por sua vez l2 é igual a 2x. A distân-
cia x é maior que d.
E:ic.emplos: 1
Diremos então,
-·C
1 1 1 1 1 1 1 d ➔ distância internuclear entre 2 átomos de carbono consecutivos.
-C-C e c C=C-C-C=C x ➔ distância entre os núcleos das extremidades de 3 átomos de carbono
1 1 1 1 1 consecutivos.
-C -c- l2 ➔ tamanho da cadeia.
1 1
cadeia saturada cadeia insaturada O valor de x é relativamente fácil de calcular uma vez conhecido d e o
ângulo das valências do C (~ 109").
Atuahnente as insaturações são detenninadas por processos espectrográficos.
Em linhas gerais, quando existem duplas ou triplas ligações existem elétrons em Pela trigonometria:
orbitais diferentes (orbitais 11) resultando distâncias internucleares diferentes.
Os valores aproximados dessas distâncias são: x = Já2 + d 2 - 2 • d • d • cos (109°) 1
e
' / '\, / sendo d ~ l ,54 Â. ~c~c/
-C-C- C=C C=C
/
l,54Â
" /
1,33 Â
" 1,20Â
Teremos o valor de x ~ 2,51 Â. I• X • I

A disposição espacial dos átomos de carbono também é um aspecto de di-


ferenciação entre cadeias saturadas e insatutadas. Então, o comprimento da cadeia
é: l2 = 2d = 2 X 2,51 A = 5,02 Â
l2

Exemplo: Calcular o comprimento da cadeia abaixo

1 1 1 1 1 1 1 1
molécula angular molécula linear
(saturada) (insaturada) c C-C c e e-e c
1 1 1 1
Sempre que existem 4 átomos de carbono e a tripla está no meio, esses ~ 1
4 átomos constituem uma estrutura linear. 2,51 Â
38 FEL TRE - SETSUO 39
QUÍMICA ORGÂNICA

Para resolver o problema vamos colocar os átomos de carbono numa dis- Exemplo:
posição real.
1 1
-c-c-
1 1
-c~c-
1 1
Temos Q= 3.Sx = 3,5 X 2,51 = 8,785 Â.

cadeias homocíclicas
CADEIAS FECHADAS OU CfCLICAS
Os átomos de carbono são capazes de constituir uma cadeia onde não se
distingue átomo terminal; trata-se de uma cadeia cíclica também denominado anel
carbônico.
Exemplo: Seja a molécula abaixo Cuja representação estrutural plana é:

cadeias heterocíclicas

QUANTO À SATURAÇÃO
Se a cadeia cíclica tiver todos os átomos de carbono com hibridação "sp 3 "

(apenas simples ligações), dizemos que a cadeia é saturada.


Repare que não existe átomo inicial ou final na cadeia. São todos átomos
de carbono secundário equivalentes. Se ocorrer duplas ou triplas ligações na cadeia cíclica, ela é uma cadeia
insaturada.
As cadeias cíclicas podem ser classificadas conforme determinados critérios:
Exemplos:

QUANTO A NATUREZA DOS ATOMOS \ I 1

e C--C
Num critério análogo ao das cadeias abertas temos as homocíclicas e as he-
tcrodclicas.
As homocíc!icas são as cadeias fechadas contendo apenas átomos de car- -c--c-
/\ 1
C--C
li

1 \ 1
bono. Se aparecer outro elemento na cadeia cíclica teremos uma cadeia hetero-
cíclica. cadeia insa turada
cadeia saturada
40 FEL TRE - SETSUO 41
aufMICA ORGÂNICA

Urna cadeia cíclica pode associar-se a uma cadeia aberta; teremos urna ca- Existem duas estruturas possíveis teoricamente_ Segundo Linus Pauling a
deia mista. estrutura real é o híbrido das duas cujas representações estão abaixo:
Vejamos alguns exemplos:
H H
1 1
1 1 1 1 1
-C-C e e C- ~e~ /e~
1
1 1 H-C C-H
H-C:::,1/ C-H
-e-
-e-e-
1 1
1 1 li li l
1 1 H-C C-H H-C C-H
~
e/ ~e~
1 1
cadeia mista, homocíclica-homogênea cadeia mista, heterocíclíca
e saturada e saturada H H

1
H
1
~e"--. /e"--.
- e c-
H2 C - - C

1
H

1
1
-e~ /e
li
H-

H-
IQtH
e e- H
Representação
da
estrutura híbrida

H2C - - CH 2 e ~e/
1 1 1
1
e e e H
1 1 1

cadeia mista, heterogênea


e saturada cadeia mista, homogênea,
Foi O quim1co Kekulé quem propôs a estrutura cíclica para o benzeno,
homocíclica e insaturada.
com duplas e simples ligações alternando.
Atualmente, as principais formas de representar o benzeno é:

CADEIA AROMÁTICA
Um caso bastante importante e particular das cadeias cíclicas, é a cadeia
aromática ou anel aromático.
Em primeiro lugar vamos examinar o composto chamado BENZENO. Tra-
ta-se de líquido incolor. de fórmula C6 H6 cuja estrutura foi estudada no capí-
tulo 4 do livro 2 (Atomística)_
Os átomos de carbono tem hibridação "sp2 ", mas ocorre ressonância das No benzeno, a característica fundamental é a deslocalização do orbital n,
duplas ligações. ou seja, os orbitais 1r não são fixos entre 2 âtomos de carbono-
42
FEL TRE - SETSUO auiMICA ORGÂNICA 43

A distância interatômica entre 2 carbonos consecutivos é intermediária en-


Evidentemente nestes compostos as duplas ligações são também deslocali-
tre aquelas de uma simples ligação e de uma dupla ligação fixa.
zadas.
A ressonância das ligações rr traz uma grande estabilidade ao composto, o
distância que dá até a impressão da cadeia estar saturada.
e e (simples ligação) 1,54A
No caso do benzeno, o anel benzênico é mantido na grande maioria das
e (no benzeno) 1,40A reações. As duplas permanecem estáveis diferenciando-se dos compostos de duplas
fixas.
e e (na dupla fixa) 1,33 A
Dizemos que o benzeno é um composto insaturado porém de caráter sa-
turado.
Vimos então que uma cadeia é aromática quando ela é cíclica com resso-
Resumindo: nância das ligações 1r. Quando a cadeia é cíclica e não tem anel aromático, ela
é denominada cadeia alicíclica. O caso mais importante de anel aromático é o
O benzeno possui 6 átomos de
do anel benzênico.
carbono constituindo uma cadeia cícli-
ca com os núcleos coplanares. A dis- Uma cadeia carbónica pode ter mais de um núcleo benzênico; então ela
lância entre 2 carbonos consecutivos é é chamada dinuclear, trinuclear, etc.
sempre a mesma (1,40 A) sendo que
as ligações rr estão deslocalizadas. Exemplo:

O conjunto apenas dos átomos de carbono é chamado anel benzênico. @-f-@ H


Uma cadeia é aromátíca, quando ela é cíclica e ocorre o fenômeno dares-
sonância das ligações rr. cadeia aromática dinuclear
~ verdade que o benzeno é o patriarca dos compostos aromáticos. Existem,
porém outros compostos aromáticos sem a presença do anel benzênico. Neles Como os núcleos benzênicos estão nitidamente separados, dizemos que a
ocorre também o fenômeno da ressonância.
cadeia apresenta dois núcleos benzênicos isolados.
Exemplos:
Algumas vezes os átomos de carbono do anel benzênico são comuns aos
H 2 núcleos; teremos uma cadeia aromática de núcleos condensados.
1
Exemplos: 1
~c"---
H- c/ e H H-C--C-H -e:::, e '--..e/e~ c-
H-C
1
C-H
li li li 1 li 1
H-C C H
~N/ '-. /
o
compostos aromáticos
2 anéis aromáticos
44 FEL TRE - SETSUO QU(MICA ORGÃN1CA 45

QUADRO GERAL DAS CADEIAS CARBÔNICAS

l) Quanto à {homogêneas
natureza heterogéneas

o ABERTAS ou
ACÍCLICAS
2) Quanto à { normais
disposição ramificadas

3) Quanto a, { saturadas
saturação insaturadas

3 anéis arnmáticos l) Quanto à { homocíclicas


CADEIAS
natureza l heterocíclicas
CARBÓNICAS {
Alicíclicas saluradas
2) Quanto_ à {
REGRA DE HÜCKEL PARA DETERMINAÇÃO DA AROMATICIDADE saturaçao insaturadas
Para dizer se uma cadeia homocíclica (só com átomos de C) contendo du- FECHADAS ou
CÍCLICAS mononucleares
plas ligações é ou não aromática existe a regra de Hückel que é:
núcleos
{ isolados
"Terão caráter aromático todos os compostos homocíclicos Aromáticas
polinucleares { ,
com (4n + 2) elétrons n, sendo II um número inteiro." nuc1eos
condensados
Exemplos:

a) Benzeno

o 6 elétrons n { 4n + 1 ::= 6 n = l

b) NMtalcao O) 10 clétrnns • { 4n, 2 • lO n =2

r) Âninn 01
L'iclopent:1dienil
6 elétrons 71' { 4n + 2 = 6 n = l

Hconta" coino i,;e fossem 1T

d) fon tropílio
o0
6 elétrons 71' { 411 + 2 = 6
T

46 FEL TRE - SETSUO

RADICAIS ORGÂNICOS
EXERCfCIOS E T.ESTES

Chama-se radical o agrupamento de


Dizer se a cadeia é homogênea ou átomos que mantém-se inalterável numa
heterogenea. reação química.
Normalmente o tempo que um ra-
e"- e H
dical fica livre é muito pequeno; isto ocor-
9) e/ e / "-o/
re enquanto ele está passando de um com-
H H H posto para o outro.
H2C =C - C - C - NH2 Dizer se a cadeia é saturada ou
H H No entanto, existem radicais orgâ-
in saturada.
nicos muito estáveis corno o trifenil metil. trifenil meti]
11) H3C - C - N - CH3
H2 1 Vejamos os principais radicais monovalentes, bivalentes e trivalentes.
19) 1 1 1
CH3
C-C=C-
1 f).
o
12) H3C - cf'O - CH3 20)
1 1
-C-C-C-N=O
1
RADICAIS MONOVALENTES
1 1 1
o Todos os radicais monovalcntes têm nomenclatura com terminação em IL.
1J) Os radicais derivados dos alcanos são denominados radicais alcooil ou alquil e
indica-se por R-.
21) Do metano só podemos obter uma espécie de radical.

CH 3 H
1

14) H3C - CH2 - C - NH2 Dizer se a cadeia é homocíclica ou


1 heterocíclica. 1
CH2
w--C- (meti!)

j
1
CH 3 22)

Dizer s,· a cadeia é normal ou


ramificada.
H
1 1 23)
1 e e-
1 1
15 l -C-C-C/i
i 'c-
1 Os 4 átomos de H são equivalen-
tes; então temos apenas um tipo dera-
16)
24) dical com a retirada de qualquer áto-
mo de H.
17) 11,iC - C - C - N - H Vejamos agora o radical mono-
H2 H2 1 valente derivado do etano:
H
-· -·---·· -----------------,-,...

48 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 49

No etano, os 6 átomos de H são Daqui surgem 4 radicais:


equivalentes_: a retirada de um H qualquer
sempre produz o rnesmo'radical. Temos H
H2 H2 H2
então apenas um radical.
H3c - e - e - e -
. No propano já encontramos duas
\ !.-,H
H---C--C
espécies de radicais: conforme se retira H
do carbono primário ou secundário.
Na molécula vocé só distingue duas
espécies de hidrogênios: aquêles das extre-
midades e os do carbono secundário.
I \H
n-butil isobutil

sec-butil

Com 5 átomos de carbono temos diversos radicais e os mais importantes


são:
H2 H2 H2 H2
H3C - e- e - e -· e -
Temos então duas espécies de radicais:

n-pcntil isoamil
e
CH 3
n•propil isopropil 1 H2
H3c - e e
A partir do butano o número de radicais aumenta bastante. O butano tem 1
fórmula C4 H10 e temos duas estruturas: CH 3
neopentil
H
Os radicais aromáticos possuem o anel benzênico. Se a valência livre está
no anel benzênico temos um radical ARIL indicado por Ar-.
H
Do benzeno temos apenas um radi-
H cal chamado feniL
H H
H
Isto porque o benzeno é também
chamado feno (alemão).
Os 6 carbonos são iguais. Retiran-
do-se qualquer átomo de H o radical será
@-
fenil
o mesmo.
50

A partir do tolueno C6 H 5
sição do H retirado.
-
FEL TRE - SETSUO

CH 3 temos diferentes radicais conforme a po• I au(MICA ORGÂNICA

A partir do naftaleno temos 2 radicais: o a-naftil e o f3•naftil.


51

[--~------------~-_] o:
,--
,,~\ c/c~c/c~c ' '
-'- H

. 1- 1

\~/ c"-c/ "-e/


ÜlÜJ \
,
H
{3 Te mos 2 tipos
de H (o a e o {3)

r --1-- -- -- - -- --1- - ,
:1 H H :1 a
L--- ~~ - - -~~- _____ J

O naftaleno tem fórmula CwH 8 . O radical naftil tem fórmula Ct0H7 sendo
Estão ligados por pontilhados os H equivalentes. Ternos então 4 radicais um radical do tipo Ar-.
diferentes:
Assim sendo ternos:

O: - naftil {3 - naftil

A partir dos alifáticos insaturados, os principais radicais monovalentes são:

HC = C -

vinil ali! etinil


orlo (o) meta (m) (etcnil) (propenil)
toluil toluil para (p)
li li toluil

RADICAIS BIVALENTES
Temos duas espécies de radicais:
a) VALÊNCIAS LIVRES NO MESMO ÁTOMO DE e.
Neste caso a desinência será JLIDENO. A única exceção é para aquele de-
rivado do metano cujo radical bivalente é chamado metileno.
• ----- ------~-------------------,-.-

52 · FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 53

Exemplos:
EXERCfCIOS E TESTES
H
1
H-C

metileno ctilid~no propilideno


25) Quais os radicais monovalentes que
podemos obter do propano cuja fór-
mula é:
31)
H,C =C - :;
H Htôl
TsJ
26) No seguinte composto: alil+ . . . . . . . . . . . . . . . . . .
isopropilideno benzilideno
CH 3
1 H 32)
b) VALÊNCIAS LIVRES EM ÁTOMOS DE C DIFERENTES H3C - C - C - CH3
1 1
Agora précisamos numerar as valências livres. A desinência será ILENO. cH C2Hs

H H3C / "CH3
. . . . . toluil + . . . . . . . . . . . .
H 2 C - CH 2 H 2 C - C - CH 3 Dizer os nomes dos 4 radicais ligados
1 1 1 1 ao carbono quaternário. 33) Com a mesma fórmula do ciclopro-
etileno propileno 1. 2 bu tileno 1.4 pil temos o radical alifático monova-
Nas questões 27 a 32 coloque o no- lente que é:
me do radical ligado ao radical men- a) isopropil d) terc-propil
No caso dos aromáticos ternos que indicar as posições relativas o_rto, meta cionado. b) vinil e) alil
ou para. c) n-propil
27)
@-
o - fonileno m -fenileno
@ p - fenileno
28)
CH2 -CH3

me til+ . . . . . . . . . . . . . . . . .
34) O radical metileno ligado ao propile-
no 1.2 produz um composto cuja fór-
mula é:
H
a) H;C - C - CH3
\ I
e
H2

vinil+ . . . . . . , . . . . . . . . . . H
b) H3C - C - CH3
1
H H
RADICAIS TRIVALENTES 29) H3C - C - C - CH3 CH3
1 1 e) H2C - - CH2
Somente há interesse em falar de alguns principais.
CH3 C2Hs
Com as 3 valências livres no mesmo átomo de C temos a desinência ILI- isopropil + . . . . . . . . . . . . . . . ! 1
mNO ou EN/LO. H2C--CH2

@-i-
30) H H2'
d) H2C =C - C - CH3
,,..CH3
e) H2C = C....._
ctilidino ou etenilo benzilidíno ou benzenilo metil + . . . . . . . . . . . . . . . . . CH3
FUNÇOES ORGÂNICAS
Vimos no livro 1 de Química Geral o estudo das 4 príncípais funções inor-
gânicas: ÂCIDOS, BASES, SAIS e ÓXIDOS.
Os compostos de cada função têm propriedades químicas comuns.
Na química orgânica temos também diversos grupos de compostos que apr.e-
sentam propriedades químicas comuns; esses grupos constituem as funções or-
gânicas.
Neste capítulo estudaremos muitas dessas funções; aqui apenas vamos fazer
o reconhecimento e talvez citar detenninadas particularidades marcantes em cada
Capítulo 2 função; o estudo mais detalhado seguirá nos capítulos adiante.

A
HIDROCARBONETOS

FUNCOES ORGANICAS São compostos constituídos apenas de carbono e hidmgênio.


Sua fórmula geral é Ie.,, Hy j
Os principais subgrupos dos hidrocarbonetos são classificados de acordo
HIDROCARBONETOS com o tipo das cadeias carbônicas.
DERIVADOS HALOGENADOS Para os hidrocarbonetos alifáticos (de cadeia aberta) temos:
FUI\JÇÕES OXIGENADAS
Álcoois a) com cadeia saturada ➔ ALCANOS ➔ CnH2n+2
Fenóis
Enóis b) com 1 dupla ligação ➔ ALCENOS _,. CnH2n
Aldeídos
Cetonas e) com 1 tripla ligação ➔ ALCINOS ➔ CnH2n-2
Ácidos carboxílicos
Ésteres d) com 2 duplas ligações ➔ ALCADIENOS ➔ CnH2n-2
Éteres
Anidridos de ácidos
Cloretos de ácidos Para os hidrocarbonetos de cadeia cíclica (fechada) temos:
Aminas
Amidas
Nitrilas e lsonitrilas a) com cadeia saturada _,. {CICLANOS ➔
!minas e lmidas
b) com uma dupla na cadeia cíclica ➔ CICLENOS ➔
FUNÇÕES SULFURADAS
COMPOSTOS ORGANO-METÁLICOS c) com núcleo benzênico ➔ AROMÂTICOS ➔
FUNÇÕES MISTAS
NITRO-DERIVADOS
Quando um hidrocarboneto aromático tiver apenas 1 núcleo benzênico e
DERIVADOS SULFÕNICOS
SÉRIE HOMÓLOGA, ISÓLOGA E HETERÓLOGA
todos os radicais forem saturados temos um hidrowrboneto benzênico - sua
EXERCICIOS
fórmula geral é CnH2n-6•
FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÃNICA 57
56

A seguir temos alguns exemplos utilizando fórmulas ou desenhando mo- ALCINO


delos:

ALCANO
H
H

(n-butano)

H 180° H
1~, 1
H-C-C=C-C-H
1 ....__,. 1
ou
H_ .,H /H H H H H
1 1 1 1 H 180° H
H ·e e ...... H (butino-2)
"' ~ /
H ......
e 100º2s'.c,
......... H ou H-C-C-C-C-H
1
H
1
H
1
H
1
H
H ;' H'. H

ou ALCADIENO

ALCENO H

- CH3 H
(buteno - 2)

- H

H
1
H - C 120º H H H
1 )
~~c:H ou H-C-C=C-C-H
/ ~ J 1 1 1 1 ou H 3 C - CH =C = CH - CH3
H 120° C - H H H H H (pentadieno • 2, 3)
1

H
ou
58 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 59

CICLANO DERIVADOS HALOGENADOS

São compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de um ou


mais hidrogênios por halogênios X (X = F, Cl, Br ou 1).
A fónnula geral dos monohalogenados é:

R-X ou Ar - X

Vejamos alguns compostos importantes.

nome aplicação
CI
1
didoro - difluor - metano gás de refrigeração em
CI-C-F
(freon 1, 2) geladeiras
1

CI
(ciclohexano) 1
triclorometano solvente e
H-C-Cl
(clorofórmio) anestésico
1
AROMÁTICO
CI
,--- ----
H H
H H
CI

/.
1 1
1

//
e120°
~\ CI-C-Cl tetraclaro metano solvente
\
H 1 H-C C-H 1

CI
\\ \ C==C /
l 1 anestésico e
H H cloreto de: etila líquido de "lança perfume"
H do antigo carnaval
1

ou H-rõr"
H-C
~ e ,,,...----
C-H
ou

ª1$t}J8Jª
OH OH

hcxadorofeno - germicida

1
H Cl CI
60 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÂNICA 61

nome aplicação nome emprego

H - bebidas alcoólicas

Cl -@- ~ -@- Cl dicloro - difenil -


tricloroetano inseticida
H3 C - C - OH
H
etanol ou
álcool etílico
{ - combustível
- solvente, etc.
Cl-C-CI D.D.T.
1
CI H propanotriol ou -_ cosméticos
{
H2C - C - CH 2 glicerina dinamite
1 1 1
CI H OH OH OH
..... /

H, /C, .,,.-CI 1,2,3,4,5,6hexadoro-


Cl - C C ....._ ciclohexano
H I J ~l ou - inseticida
....._ C
Cl,.,- '----..
/
C _,,,
'H
Benzeno - Hexa - Clorado
@-~-OH @ou
C, 1 (B.H.C.)
H CI
álcool aromático não é álcool não é álcool
(álcool benzílico)

Os álcoois podem ser classificados em:

FUNÇÕES OXIGENADAS. a) Quanto ao número de -OH: monoálcool, diálcool; triálcool e poliálcool.

ALCOOIS H H H H
H2 C - CH, H,c - e - e - e - e - CH2
1 1 1 1 1 1 1 1
São compostos derivados de hidro- OH OH OH OH OH OH
OH OH
carbonetos pela substituiçãq de um ou
mais -H de carbono saturado por '-OH. (glicol) hexanohexol (sorbitol)
diálcool ou diol é um hexol
A fórmula geral dos monoálcoois é
1R -OH 1
Dois -OH não podem ficar no mesmo átomo de carbono: o composto irá
1 perder uma molécula de água.
C-0-H
1
O(H
nome emprego 1 '--~,
H R - C _( OH + H2 0
1 metanol - preparação do formo! 1 \_
H - C - OH ou { - resfriamento de cabeçotes H
1 álcool metílico de motores de avião
H Então, cada átomo de carbono só admite no máximo um -OH.
62 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 83

b) Quanto Zl posição do -OH: ENÔIS


Conforme o -OH esteja em carbono primário, -.secundário ou terciário, te-
remos álcoois primário, secundário e terciário respectivamente. São compostos derivados de hidrocarbonetos insaturados substituindo o
Exemplos: -H de um carbono de dupla ligação (não pertencente a anel benzênico) por -OH.
CH3
1 H2 C = CH
f
H3 C - C - OH
OH
1
CH3 etcnol propcnol- 2
(álcool vini1ico)
(etanol) (isopropanol) (terc-butanol)
álcool primário álcool secundário álcool terciário
As moléculas de enol transformam-se facilmente em aldeídos ou cetonas
como veremos no estudo da tautomeria.
FENÕIS Os enóis também possuem ligeíro caráter ácido.

São compostos derivados de hidrocarbonetos aromáticos pela substituição


do -H ligado ao anel benzênico por -OH.
- é um H ácido
A fó~ula geral é I Ar· - OH 1

Exemplos: ALDEIDOS

São compostos resultantes da oxi-


dação parci,al ou desidrogenação de ál-

fenol ou
ácido fênico
o-cresol
oooIB :::::~, ge,al é B
Os fenóis possuem caráter ácido muito fraco. Os fenóis são capazes de dis-
sociar muito fracamente na água.

H H..............
1 1 --.
H- e- e- OH + [O]
1 1
H H
Observação: Se o -OH não estiver ligado díretamente ao anel benzênico não
rmí fenol.
H r------~
1 i /40 l
@-[- OH é áloool , mio um fonol
Repare que 2 hidroxilas no mes-
.mo C torna o composto instável
e perde-se HzO.
+ H-
1 /
i1/
e Te, .
H
1
1
1
U L _____ _,

QUIMICA ORGÂNICA 65
64 FELTRE - SETSUO

Pode-se realizar uma desidrogenação utilizando-se cobre como catalisador. ÃCIDOS CARBOXfLICOS
H ·:,H São compostos orgânicos que apre-
1 T-----,\
sentam o radical carboxila
H - e - e - o:,H ....\...__
Cu
1 1
H H
(aldeído acético)
Geralmente esses compostos resul-
O radical característico dos aldeídos é a aldoxila ou formila tam da oxidação enérgica de hidrocarbo-
netos, álcoois, aldeídos, cetonas, etc.
A fórmula geral dos carboxilácidos
é:
CETONAS

São compostos resultantes da oxi-


dação parcial ou desidrogenação de ál-
coois secundários.
Vejamos alguns ácidos carboxfücos importantes - eles têm nollJeS particu-
A .fórmula geral das cetonas é
lares.

1 R-tR'I

ác. fórmico ác. acético ác. oxálico


Podem-se utilizar os mesmos oxidantes empregados na obtenção dos aldeídos.

H-C-C ;:::::º
....._OH
[O] li /OH
H - C - C:::--...
--.;::o

ác. benzóico ác. orto-ftálíco ác. malcico

+
Retirando-se o -OH do ácido carboxílico temos o radical ACILA

acetona
lR-c::ºI
O radical característico é a carbonila

rn .

.
Os ácidos orgânicos são muito fracos. Isto quer dizer que o grau de disso-
ciação iônica a é muito baixo. Em geral é menor que 1%.
66 FEL TRE - SETSUO 67
QUÍMICA ORGÂNICA

No entanto podem existir ácidos fortes. Desde que haja muitos radicais
OH
eletronegativos induzindo efeitos na carboxila, o ácido torna-se forte. p / OH
Exemplo: "on
ac. fo~fórico fo,forila

CI
1 H
o ou
e, - e -
1 facilmente ioni7.ávd
ac. fórmico formila oú aldoxila
CI
ácido triclaro acético (a = 90'h)
ESTERES
Os ácidos orgânicos reagem com as bases inorgânicas e formam os sais or-
gânicos.

-t NaOH ~

sal orgánico e
1

Os sais orgânicos são iónicos. No entanto reparem que a ligação iónica é


entre o oxigénio e o sáJio no exemplo acima.

RADICAIS DERIVADOS DOS ÁCIDOS


São compostos resultantes da r"aç-ao
v
de um álcool com um ácido orgânico
Quando os ácidos perdem todos -·{1H, o radical passa a receber a desinên- ou inorgânico.
cia /LA. Muitos ésteres possuem odor agradável. Muitos perfumes são ésteres.
Vejamos abaixo a reação de esterificação:
OH
ac. acético acl'!ila

/
OH
O=C
'" Esta reação tem dua~
, características: é lenta e rcversivel.
OH
ac. carbânico cirbonila Eis alguns exemplos de ésteres.

o~ -
" s/
o ✓ ,,

ac. sulfúrico sulfurila bcnzoato de metila


formiato de ctila
68 69
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA

H A fórmula geral dos


ANIDRIDOS DE ÁCIDOS
H2C C - CH 2 trinitrato de glicerila
ésteres orgânicos é:
1 1 1 São compostos resultantes da desidratação de ácidos carboxílicos.
(nitroglicerina)
o o o é um éster inorgânico
1 •1 1
N02 N0 2 N0 2

+
ETERES

anidrido acético
ac. acético

Às vezes as carboxilas são da mesma molécula e aí produz-se um anidrido


1 1 cíclico.
C 0-C
1 1

São compostos resultantes da desidrataçao


moléculas. - de álcoms
, • com condensação das

anidrido maleico
ac. maleíco

140ºC
A fó:cmula geral dos . anidridos de ácido é:

éter comum ou éter sulfúrico

Vejamos alguns éteres: CLORETOS DE ACIDO


CH 3
São compostos derivados de ácidos carboxílicos, pela substituição do -OH
1
H3C - O - CH da carboxila por -Cl.
1 Exemplos:
CH 3
(mctoxi-benzeno)
éter aromático (2 metoxi - propano) (óxido de butileno 1, 2)
éter alífático éter cíclico

A fórmula geral dos éteres é [ R'- o e- R'J cloreto de acetíla cloreto de benzoila
70 71
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA

A fórmula geral dos cloretos de ácidos é;

trífrnilamína
(monoamina terci{uia)

As aminas apresentam caráter básico, O itomo de nitrogênio pode receber


AMINAS
um próton:

São compostos derivados do Nih peta substituição de um ou mais H por -------~--- -


radical alcoíla ou arila, H ••
HC-C-N-H -t
3 1
As aminas de baixo peso m0lecc1lar são compostos de odor desagradável; H H
por exemplo, libertam-se na putrefação de peixes.
cition etil - amônco
Exemplos: Base de Bronsted

H3 C - N - H A fórmula geral das aminas prúuárias é:


H2C - CH2
H
1
1 1
NH2 NH2
\ R NHi j
metilainina uimctilamina

As aminas podem ser classificadas em: AMIDAS

a) Quando ao número Je lI substitu(dos no N/1 3 Chamam-se amidas, os compostos derivados do N!h pel.a substituição de
um ou mais H por radical AC!L1.
primárias R - NH2 Exemplos:

secundárias R-N R'


H

terciárias R-N- R'


dbcctamida
R" acdamida

h) Quanto ao número de gmpos amino: monoamina, diamina, triamina ou poli- As amidas classificam•se como as aminas:
amina.

H1 H2 H2 H2 a) Quanto ao número
@NH, H2C - e-e-e-e- CH2 de J--1 substituídos
1
AM!DAS
NH2 monoamida
anilina b) Quanto ao número { diamida
1, 6 - cliamino - hexano (hexamctiknodiamina)
( mnnnamina primária) de N polianlida
(diamina primária)
72 73
FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA

Exemplos:
!MINAS E IMIDAS

São compostos derivados do NH 3 pela substituição de 2 átomos de H por


um radical bivalente.
oxalodiamida benzamída Se o radical for alcooileno derivado de hidrocarboneto pela retirada de
(diamída primária) (monoamida primária) dois H de C diferentes - teremos uma imina. Exemplo:

H2 C - CH 2 H2 C CH 2 H2 C - - CH2
triacctamída
H
(monoamida terciáxfa)

H2C
1 H
CH 2 H2C
/"
CH2
1

H2 C --CH2
"--N-H
/

butano buti!eno 1, 4 imina


A fórmula geral das amidas primárias é:

Se o radical for derivado de ácido carboxfüco - diacila -- então teremos


uma imida.

NITRILAS E ISONITRILAS

. _ São composto.s derivados dos ácidos cianídrico e isocianídrico pela substí-


tu1çao do H por radical alcoil ou aril. imida
ácido dicarboxi1ico radical
(o-ftálico) diacila
H(--C=N
ácido cianídrico nitrila
FUNÇÕES SULFURADAS
H(- N =.= C
Nos compostos orgânicos o átomo de ox1genw pode ser substituído por
ac. isocianídrico isonitrila enxôj}·e -- surgem os tio-compostos ou funções sulfuradas.
Basta colocar o prefixo TIO e teremos o nome da função correspondente.

@e N nitrila
H
H3 C - C -- O - H
H
H3 C - C - S - H
H H
As fórmulas gerais são:
álcool tio-álcool

nitrila isonitrila éter tio-éter


74 QUIMICA ORGÂNICA 75
FEL TRE - SETSUO

b) COMPOSTOS DE FRANKLAND
@o-H @s-H Estes compostos possuem o metal zinco na molécula.
A fórmula geral é
feno! tio-fenol

Exemplos:

cetona tio-cetona __- C2 H,


Zn~

COMPOSTOS ORGANO-MET ÁLICOS dímetil zinco ctíl - feníl - zinco

São compostos que apresentam metal diretamente ligado ao carbono nos c) COMPOSTOS PLÚMBICOS
compostos orgânicos_
Dos compostos plúmbicos, aqueles que possuem chumho na molécula, o
Vejamos alguns dos mais importantes.
mais importante é o tetraetil-chumbo.

a) COMPOSTOS DE GRIGNARD ktraetil - chumbo


ou
São compostos que possuem magnes10, um átomo de halogênio (X = Cl, chumbo - tetraetila
Br ou 1) e um radical alcoil ou aril.
Fórmula geral O chumbo tetraetila é empregado como aditivo à gasolina. Pequeníssimas
quantidades deste composto catalisam de modo negativo a detonação da mistura
ar + gasolina por simples compressão. Trata-se de um anti-detonante e conseqüen-
temente aumenta a octanagem da gasolina_

Os compostos de Grignard são obtidos facilmente pela reação de um de- FUNÇÕES MISTAS
ri1,ado halogenado com magnésio em pó, utilizando éter como sofrente. Não se
deve utilizar água, pois o composto de Grignar<l hidrolisa-se facilmente. As funções estudadas podem aparecer conjuntamente constituindo uma fim-
ção mista.
I-12 _ Br Vejamos alguns exemplos:
I-l3C - C - Br + Mg (pó) éter Mg /
'---- CH2 - CH3 H
brometo de ctil magnésio

Cl
éter M /
@c1 + Mg (pó)
g',@
ác. lático alanina
(álcool + ác:. carboxílico) (amino • ácido)
cloreto de fenil magnésio
76 FEL TRE ·- SETSUO OUfMICA ORGÂNICA 77

H H H H ,O A substituição do H ácido por Na produz o sulfonato de sódio que é uti-


;/
e) H2C - e - e - e - e - c"-- glicose lizado como detergente sintético.
1 1 1 1 1 H (aldeído + poHol)
OH OH OH OH OH
SÉRIE HOMOLOGA
CI
H H H /4 O
1 Dá-se o nome de série homóloga ao conjunto de compostos, ordenados,
d)H,C - C - C - C - C - CH2 e) ct - e - e 7'-. pertencentes à mesma função, de modo que a diferença entre 2 compostos con-
1 1 1 1 11 1 1 H secutivos é CH2 .
OH OH OH OH O OH CI
Exemplos de séries homólogas:
fructosc cloral
(cetona poliol) (aldeído + derivado halu:;rnado)
CH4 C2H4 C6 H6 HCOOH

NITRO-DERIVADOS C2H6 CaH6 C1Hs H3 C - COOH

C3Hs C4Hs CsH10 H5 C2 - COOH


Os nitro-derivados são compostos obtidos dos hidrocarbonetos substituin-
do-se H por radical -N0 2 .
Na prática efetua-se a reação do hidrocarboneto com HN0 3 .
Os mais importantes são os nitroderívados aromáticos. (alcanos) alcenos (benzênicos) (ácidos carboxtlicos)
ou ciclanos

@No, As propriedades químicas dos compostos de uma série homóloga são seme-
lhantes. As propriedades físicas vão variando de modo uníforme.

nitro - benzeno trinitro tolueno nitro - metano


(T.N.T) SERIE ISÔLOGA

É o nome que se dá ao conjunto de compostos, ordenados, com o mesmo


DERIVADOS SULFÕNICOS número de átomos de C e pertencentes à mesma função, e cuja diferença entre
2 compostos consecutivos é H2.
Esses compostos são obtidos pela reação dos alcanos ou aromáticos com
Exemplos de séries isólogas:
11 2 S0 4 cone. Haverá a substituição do H por radical sulfônico -S0 3 H, que man-
têm o caráter ácido. São também chamados de ácidos sulfônicos.
C4 H9 Cl

C2 H4 C4 H7 Cl

C2 H2 C4 H5 Cl
ácido meti!• sulfônico ác. benzeno - sulfônico (hidrocarbonetos) (derivados halogenados)
78 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 79

SÉRIE HETERôLOGA
Ãlcoois ---. R - OH
É um conjunto de compostos com o mesmo número de átomos de carbo-
no, porém pertencem a funções diferentes.
Exemplos:
Fenóis - Ar -- OH

e H- C::,:::
o
---.OH
(hidrocarboneto) (álcool) (aldeído)
Enóis -+ R - C = C - R'
(ácido carboxílico) 1

H OH
,O
Aldeídos -+ R - C :?
'"'
QUADRO GERAL DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS H
Compostos
oxigenados Cetonas - R - C R'
saturada - Alcanos C0 H2n+2 • li
--+ (só C. H e O, o
Cadeia [ 1 dupla - Alcenos _,. CnH2n ,..O
aberta 2 duplas - Alcadienos _,. C0 H2n-2 Ácidos carboxi1icos - R - C (:
OH
l tripla - Alcinos -- C0 H2n-2
HIDROCARBONETOS :1/
o
Ésteres - R - C
saturada - Ciclanos -+ C0 H2n '-...O-· R'
Cadeia
fechada { 1 dupla - Ciclenos .... C0 H2n-2
(com anel
.o 00-s
com anel A , . caso Anidridos de ácido - R - C (' -.. .: : C - R'
carbónico) , . - romaticos -
benzemco .
parhcu 1ar
'-,o.,/

l
Benzênicos Êteres - R - O - R'

Aminas - R - NH 2
Derivados Halogenados - R - X ou Ar X
,,,,::0
Amidas _. R - C ;
COMPOSTOS ,,,,::o
COMPOSTOS NH2
Jminas - R = NH COM Haletos de ácido - R - C 1/
NITROGENADOS HALOGÊNIO (X) X
Jrnidas - (diacila) = NH /
.X
Compostos de Grignard - Mg,
Nitroderivados - R - N0 2
"R
80 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 81

As questões 5 a 17 são de reconheci- 14) H2C - CH2 - C


1 1
=O
Derivados sulfônicos - R - SO 3 H mento das funções: NH2 OH
tio-álcool - R - SH 5)
COMPOSTOS
SULFURADOS tio-éter - R - S - R'
tio-fenol - Ar - SH
etc.

_..,..x H H
Grignard _,.. Mg 6) .H2C =e - e - OH
'R H

COMPOSTOS ,.,.-R
ORGANO- Frankland - Zn
METÂLICOS 'R'
18) Substituindo-se o hidrogênio ácido de
R....__,_ _......,R um fenol por um radical adia temos um
Plúmbicos - Pb composto cuja função é:
R/ '---R a) aldeído - fenol
b) ácido - fenol
e) éster
d) álcool - fenol
H e) anidrido de fenol
Amino - ácidos - R - e1
NH2 9) 19) Substituindq-se um H do naftaleno por
-OH e substituindo-se um H do ciclo-
FUNÇÕES H butano por -OH temos dois compostos
Amino - álcool - R - C - que pertencem rcspectivamente às fun-
MISTAS /
OH ções:
10) H3C - C - O - CH2 - Ol3
li a) álcool e álcool
o b} álcool e fenol
álcool-ácido, aldeído - poliol, etc. e) fenol e álcool
d) fenol e fenol
e) fenol e enol

EXERCfCIOS E TESTES 20) A preparação de um composto de Grig-


nard deve ser feita utilizando éter como
solvente, e não a água, porque:

12) H3C - C - O - C - CH3 a) o magnésío é insolúvel na água


1) Escrever a fórmula geral dos alcanos, al- aspecto estrutural, entre um álcool e um li li b) a reação é explosiva na água
cenos, alcinos e dos bcnzênicos. fenol? E sob o aspecto químico diante o o c) o derivado halogenado reage com a
das reações?
água
2) Qual é a fórmula geral dos hidrocarbo- d) o composto de Grignard reage com
netos alifáticos com 3 duplas na cadeia? 4) Escrever as fórmulas estruturais: a água
a) do aldeído mais simples, e) pode ser feita tanto na água como
3) Qual é a diferença fundamental, sob o b) da cetona mais simples. no éter.
-----------------~----·······. - ••••••

ISOMERIA
DEFINIÇÃO

Sejam os seguintes compostos:


H H H H
1 1 1 1
n - Butano H-C-C-C-C-H
1 1 1 1
H H H H
e ) - c,Hrn
H H H
1 1 1
mctil - propano H--C-C·---C-H
Capítulo 3 1
H
H-C-H
1 1
II

Ambos possuem a mesma fórmula molecular C4 H 10 .


As moléculas reais teriam as seguintes estruturas segundo os modelos de
Stuart:

DEFINIÇÃO n - butano metil - propano


CLASSIFICAÇÃO
ISOMERIA PLANA
lsomeria de cadeia
lsomeria de posição
lsomeria de compensação ou metameria
lsomeria funcional
Tautomeria
ISOMERIA ESPACIAL
lsomeria geométrica ou cis-trans
lsomeria ôptica H H
EXERCICIOS '-- /
H C-H
H "- /
'-.... C H
H-C/"" /
/ C-H
H '--...
H
P .E. = -0,SºC P.E. = -12ºC
84 FEL TRE - SETSUO 85
auiMICA ORGÂNICA

Reparem que embora a fórmula molecular seja a mesma (C 4 H10 ) as molé- Eles são isõmeros, pois possuem a mesma fórmula molecuJar C:iH6O. Re-
culas possuem estmturas diferentes e conseqüentemente muitas propriedades fí- parem no quadro abaixo, que eles apresentam muitas propriedades diferentes:
sicas e químícas diferentes.
Dizemos então que esses compostos são ISÕMEROS.
etanol éter dimetílico
Ponto de ebulição 78,SºC -24,8°C
i
fsomeria e o fénõnie~~ 4a; exis~nclà de_ spbstância$ (!~e
, apresentam mesmo tiwnttQ r,i_e·átomós. de cadâ elemêdk/ na - Densidade 0,789 0,661
_ _ ~~écul~ {mesma tómnda nw1~ul_ar) ê no . ~mit~ô ~~ ·- Reação com sódio (Na) sim não
· _ prppried,rides diferentês. em :vj~upe -das difef<:!ntes -di~~· :
-:r~ ·_esp~e~is:· ,'.ilesses átomb$: na· formação, da 1t1Ôlé!~à., _. Reação com oxigênio (Oi) não sim

Suas moléculas reais apresentam-se assim:


Na Química orgânica é muito freqüente o fenômeno da isomeria, princi-
11a/111c11f<' fl(lrl/111! o rnrhono é tetra1•alente e tem capacidade de formar diversos
liflos de cadeias carhrinicas com mesmo número de átomos de carbono.

CLASSIFICAÇÃO

Podemos distinguir duas espécies de isomeria: a isomeria plana e a isome- etanol éter dimetílico
ria c.~pacial.
Vimos no r;apítulo I que as moléculas constituídas de cadeias carbônicas Vê-se nitidamente que as moléculas apresentam os átomos em diferentes
podem ser "projetadas" e são t:hamadas de Nrmulas estruturais planas. disposições. Mas esse fato já era notório na fórmula estrutural plana. ,
Srjam os seguintes compostos:

etanol éter dimetílico


H H H H
1 1 1 1 Então dizemos que eles constituem um caso de isomeria plana.
H-C-C-OH H-C-0-C-H
1 1 1 1
H H H H
etanol éter dirnet11ico
Reparem que as fórmulas estruturais espaciais deverão ser sempre diferen-
tes para que ocorra isomeria.
Observem que cJda um deles possui 2 átomos de C, 6 átomos de H e um Quando essa diferença já é notada nas fórmulas planas teremos a isomeria
átomo de O. Nessas fónnulas planas (de projeção das moléculas reais) já se plana.
notam diferenças na estrutura. No etanol o átomo de O está ligado aos átomos Agora estudemos duas moléculas diferentes A e B de fórmulas moleculares
de C e H; já no éter o O está ligado somente a átomos de C. C4 H6 Ch com o nome 1, 2 - dicloro - ciclobutano.
B8 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÃNICA 87

Para que você visualize melhor, utilizemos o modelo "pau e bola".


Na forma eis os átomos de cloro situam-se no mesmo semi-espaço.
Já na forma trans us átomos de cloro ficam em semi-espaços opostos.
Os semi-espaços considerados são cm relação ao quadrilátero constituído
pelos átomos de carbono.
Embora as estruturas espaciais não sejam iguais,as suas fórmulas planas são
idênticas.

Diremos então que se trata de um caso de isomeria espacial.

Jsomeria espacial é o caso de isomeria onde os tsome-


ros possuem a mesma fórmula plana (e portanto a mes-
ma fórmula molecular) e estruturas espaciais diferentes.
Estrutura de A Estrutura de B

Vejamos alguns exemplos de isomeria.


Primeiro, repare que os quadriláteros dos átomos de carbono são quadri-
/â/C'ms reversos. a) Propeno e ciclopropano
Vejamos agora as fórmulas planas dos compostos A e B.

H H H"-.. H
'c--c,,.... c--c,,,-
c1,,,,I j"c1 c1,...... I I "CI

H2C--CH2 H2C--CH 2

composto A composto B
fórmulas plana.~ iguais
isômeros planos

Observe que suas fórmulas planas são iguais, pois no mesmo carbono per-
b) Sejam os compostos dicloropropano (A, B e C). (C3H4Ch)
mite-se aos radicais a livre permutação, nas fórmulas planas. (Veja o capítulo
l'Slrnturas do carbono.) diclorociclopropano

No entanto, se as moléculas possuem disposições de seus átomos diferen- H


tes no espaço, como se observa nos modelos de "pau e bola", então, elas são
diferentes e serão duas substâncias distintas. De fato estas substâncias apresentam
muit.ls propriedades diferentes.
H H
Elas São assim denominadas:
estrutura A ➔ CIS - 1, 2 - dicloro - ciclobutano
H H H
estrutura B ➔ TRANS - 1, 2 - dicloro - ciclobutano composto A composto B composto C
88 , FEL TRE - SETSUO

As fórmulas planas são:


ISOMERIA PLANA
Vimos atrás que, trata-se do caso de isômeros que apesar de possuírem
estruturas espaciais diferentes, as fórmulas planas são iguais.
A isomeria plana pode ser classificada nos seguintes casos:
1) isomeria de cadeia
composto A composto B ou 2) isomeria de posição
composto C
3) isomeria de compensação ou metameria
Então temos: 4) isomeria funcional
a) entre A e B ou entre A e C ➔ isomeria plana 5) tau tomeria
b) entre B e C ➔ isomeria espacial, pois possuem a mesma fórmula plana
e estruturas espaciais diferentes. 1) ISOMERIA DE CADEIA

É o caso de isomeria onde os isômeros pertencem à mesma função orlffe-


nica e possuem cadeias principais com diferentes números de átomos de carbono.
Exempio:
Sejam os compostos:

composto A composto B composto e

HC = CH H2 C = CH:i CI - C = CH 2
1 1 1 1 1
CI CI CI CI CI

Temos então: H3 C - CH 2 ,;_ CH ;:__CH,


Entre A e B ➔ isomeria espacial. 1
CH3•· .••••
Entre A e C ➔ ísomeria plana.
Entre B e C ➔ isomería plana. n - pentano meti[ - butano
90 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 91

Os compostos n - pentano e metil - butano pertencem à função hidrocar- Exemplo:


h,meto e possuem respectivamente 5C e 4C na cadeia principal. São portanto,
i~ámeros de cadeia, Sejam os compostos ciclobutano e buteno - 1.
Quando os compostos isômeros possuem cadeias cíclicas diferentes, a iso- Utilizando o modelo "pau e bola" temos:
meria de cadeia recebe o nome de isomeria de núcleo. No entanto, não é errado
chamá-los de isômeros de cadeia.
Exemplo:
Sejam o meti! -- ciclopropano e o ciclobutano de fórmulas moleculares
C4 11 8 . Ambos pertencem à função hidrocarboneto.
Para melhor visualização usemos o modelo "pau e bola":

H
H

(ciclobutano) buteno - 1

H H

meti! cictopropano cidobutano


isômcros de cadeia e núdeo
Reparem que nas cadeias cíclicas temos respectivamente 3C e 4C. Suas
fórmulas planas são: Vejamos alguns exemplos:
H2

/e~
H2 C CH 2 núcleo
e
\ /
H2C- CH2

Como existem diferentes números de átu1110, Lle carbono na cadeia cíclica,


cii,Jcia

n(1clco
e
l
(ciclo pentano) (meti! - ciclobutano)

·l :adeia
nÚcl..!O
este caso de isomería pode ser também denominada isomeria de núcleo. H H
cadeia
H2 C = C - CH2 - CH2 - CH3 H2 C = CH - C - CH3
As vezes a isomeria pode ocorrer entre dois compostos sendo um de ca- (pc ntcno - 1) 1
cll'ia cíclica e outro de cadeia aberta. Neste caso pode-se dizer, simplesmente, CH 3
i.1·, mwria de cadeia ou ainda isomeria de cadeia e núcleo.
(3 - me til - hntPnn. 1 \
82 FELTRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 93

Seja os dicloro-benzeno (C 6 H4 Cl 2 ). Existem três isômeros e são denomi-


2) ISOMERIA DE POSIÇÃO
nados orto, meta e para respectivamente para os casos abaixo esquematizados,
Trata-se de um caso de isomeria onde os compostos isômeros pertencem à
mesma função orgânica, possuem a mesma cadeia principal (mesmo número de
átomos de C) e apenas mudará a posição dos radicais ligados à cadeia principal.
Sejam os compostos propano! - 1 e propanol - 2.

!
CI
'
CI
!
CI

H C/
H
' / "--.
H---C
H

C
/
O
'H
H

H
o CI

H
H

H CI
H H

H
o H

H
I / '
H H H H H CI
propano! - 1 propano! - 2 1, 2 - diclorobenzeno 1, 3 - dicloro benzeno 1, 4 - diclobenzeno
(orto) (meta) (para)

Estes compostos: Esses compostos são isômeros de posição, pois:


a) pertencem à mesma função orgânica (álcool) a) pertencem à função derivado halogenado
b) possuem a mesma cadeia principal (3 átomos de C) b) possuem a mesma cadeía cíclica (anel benzênico)
c) e o radical - OH estão em C não equivalentes na cadeia. c) e apenas mudam as posições dos radicais - Cl.

Observação: Nas fórmulas planas, os carbonos das extremidades podem ter "apa-
e H 3 C-CH-CH 3
rência de radical". Quando isso ocorrer você deve escrever a fórmula plana numa
1
representação mais lógica, isto é, colocando o máximo de C na posição horizontal.
OH
Exemplo: Seja o n - hexano.
'--------'----
são isômeros de posição j
H2 H2 H2 H2
Repare que no caso da isomeria de posição, já na própria nomenclatura H3C - e- e- e- e- CH3
observa-se apenas a mudança da posição de determinados radícais. Mudam-se ape-
nas os números dos carbonos onde se encontram os radicais.
A isomeria de posição é muito freqüente nos compostos aromáticos. (não é 1 - meti! - n - pentano) (esta é a representação mais lógica)
i
l
94 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 95

À primeira vista as duas estruturas aparentam ser isômeros de cadeia, porém


elas representam o mesmo composto n - hexano.
buteno • l butcno - 2
No caso dos 3 compostos abaixo temos os seguintes casos de isomeria:
isômeros de po~ição

H.1 C - CH - CH 2 ·- CH 2 - CH3 H3 C - CH 2 - CH - CH 2 - CH 3 Segundo os modelos de "pau e bola":


1 1
H H
CH3 CH 3
H . ,-,
H· ... ,
2 . metll _ p~ntano .....i_so_m_c_ri_a_d_c"""p_o_si_,_çã_o__ H
3 • mctíl - pentano ....-
H .

,_ ..,? ·, .. _ .
,,_.
H2C - CH2 - CH2 - CH 2 - CH 3 H H
1 H
CH3 H
n --· hexano H H
buteno - 1 buteno - 2

Através dos modelos de Stuart pode-se visualizar melhor:


Repetimos mais uma vez; isômeros de posição:

a) pertencem à mesma função orgânica


isomeria
de posição b) possuem mesma cadeia principal
e) muda a posição dos radicais (o que é
nitidamente observada na nomenclatura).
2 • metil - pentano 3 • meti! - pentano

3) ISOMERIA DE COMPENSAÇÃO OU METAMERIA

t um caso da isomeria plana onde os isômeros pertencem à mesma Junção


orgânica, e apr!Jsentam um hétero-átomo (átomo de O, N, S, etc entre átomos de
C) que ocupa posições diferentes na cadeia carbônica.
n-hexano
Exemplo:
Sejam os compostos:
Um outro caso de isomeria de posição é a mudança da posição de duplas
ou triplas ligações. ~ preciso observar sempre que a cadeia principal deve ser a
mesma nos isômeros de posição.
éter meti! -- n • propílico éter dietílico
Exemplo:
Sejam o buteno • 1 e o buteno • 2 de fórmula C4 H8 .
t (metameria)
t
FEL TRE - SETSUO auiMICA ORGÂNICA 97
96

A princípío parece tratar-se de um caso de isomeria de posição; ao obser- H3 C - N - CH 2 - CH 2 - CH 3 H3 C - CH 2 - N - CH 2 - CH 3


var a nomenclatura você percebe que a mudança não é na numeração de radicais. 1 1
H H
Segundo o modelo de Stuart temos:
meti! n - propil ·-- amina die til - am ina

Repetindo; na metameria
a) Pertencem à mesma função orgânica
os compostos isômeros:
b) Há um deslocamento do hétero-átomo
na cadeia carbônica.
éter meti! - n - propílico éter dietílico

A metameria é também observada entre ésteres, aminas, tío-éteres, etc.


4) ISOMERIA FUNCIONAL
Exemplos:
É o caso da isomcria no qual os isômcros pertencem a funções orgânicas
distintas.
H- e Exemplo:

formiato de etila acetato de metila e


metameria éter dimctt1ico álcool ctílko

Segundo os modelos de Stuart temos: isomeria fundonal

Enquanto o álcool etílico é um dos constituintes de quaisquer bebidas al-


coólicas, o éter dimetílico é uma substância muito tóxica.
Eis aqui uma tabela onde podemos observar muitas díferenças de proprie-
darles entre esses compostos.

álcool etílico éter dimetílico


Ponto de ebulição 78,5°C -24,8ºC
formiato de etila acetato de metila
Ponto de fusão -114,SºC -141,SºC
Vê-se claramente que um átomo de oxigênio é o hétero-átomo. Também Densidade 0,789 0,661
está evidente que as moléculas são diferentes: no formiato de etila o carbono da
c'xtremídade é que possui ligações com 2 átomos de oxigênio enquanto que no Reação com sódio sim não
outro composto é o carbono central que se liga a 2 átomos de oxigênio.
Nas aminas também temos a metameria. j Reação com 0 2 não . sim
l
1

98 FEL TRE - SETSUO


QUÍMICA ORGÂNICA 99

Segundo os modelos de Stuart pode-se observar a presença de hétero-átomo Uma das diferenças fundamentais entre o álcool e o fenol é que somente
no éter enquanto o mesmo elemento encontra-se na extremidade da cadeia no o fenol é capaz de sofrer uma dissociação iônica em solução aquosa exibindo
álcool. o seu caráter ácido.

@- C11, ~ OH + H,O
><
@-ou+ u,o ~ @-or + u,o'
álcooT etílico éter dírnetílico

Os álcoois aromáticos são também isômeros dos fenóis. Vejamos ainda alguns outros casos de isomeria funcional.

Exemplo: ALDEÍDOS E CETONAS

propanal propanona ou acetona


álcool benzílico orto-cresol (fenol) (aldeído) (cetona)

isorneria funcional isornería funcional

ÁCIDOS CARBOXâtICOS E ÉSTERES


Cujas fórmulas planas são:

e ácido
carboxi1ico éster
l
100 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA
101

Imaginemos um recipiente contendo apenas moléculas de etanal.

ácido propanóico
(ácido)

isomeria funcional
acetato de inetila
(éster)
l
De repente o átomo de oxigênio dessa molécula começa a atrair o H do
seu carbono vizinho.
Reafirmamos que:
O carbono vizinho acaba perdendo o hidrogênio, rompe-se a dupla ligação
do oxigênio e este átomo recebe o hidrogênio do carbono vizinho.
lsomeria funcional é o caso da isomeria plana onde
os compostos isômeros pertencem a diferentes funções.
,,QJ- ,
I /
/
I 1
Os principais casos áléool éter J
:
de isomeria funcional são: \
álcool aromático fenol
aldeído cetona
ácido carboxfüco éster
r------.--7 OH
1
/2
o 1
1
!
J.c7
1
1 .

"""'-.
,1 CH
: _. . H -!J
5) TAUTOMERIA L.,.. _ _ _ _ _ _ _

aldoxila etenol
Trata-se de um caso particular de isorneria funcional.
Sejam as moléculas de:

O carbono ligado à aldoxila perde um átomo de


.hidrogênio, transforma-se de sp 3 para sp 2 man-
tendo a •dupla ligação entre •os átomos de C.
e

Na realidade o H só poderá migrar quando é ativado, por exemplo, por


etanal ctenol uma colisão entre as próprias moléculas do etanal. Isto exige que as moléculas
(aldeído) (enol) estejam no estado hquido, pois só assim teremos a ativação do H por meio de
colisão.
o OH
H3 C - e::::::: 1 Como existem muitas e muitas moléculas, pouco a pouco o etanal vai-se
...._____H
H2C CH transformando em etenol.
103
QUÍMICA ORGÂNICA
102 FEL TRE - SETSUO

No entanto, o processo é reversivel; novas colisões da molécula já transfor-


mada faz com que o H migrado retorne ao- carbono inicial regenerando-se a forma
aldei'do.
Para cada temperatura estabelece-se um equilibrio dinâmico entre essas for-
mas ou seja:
uma forma transforma-se na outra e vice-versa.
---
(aldeído) (enol)
-c- =C-
11 1
Chegamos à conclusão que no estado Uquido jamais teremos só a forma o OH
aldci'do ou só a forma enol; ambas coexistem em equihôrio em determinadas %
11ara cada temperatura.
Na prática, a % da forma aldeído é maior que da forma enol.
No caso da acetona temos:
Dizemos então, que esses compostos são TAUTÔMEROS.

Tautomeria é um caso particular de isomeria funcional onde


uma forma pode transformar-se na outra e vice-versa, manten-
do-se um equilíbrio dinâmico entre essas estruturas diferentes. acetona
"':HJ"'
propenol

Os principais casos de tautorneria ocorrem entre: Se o H não pode ser ativado, então não ocorrerá transpos1çao.
Isto quer dizer que as formas tautômeras só existem em eq\lilíbrio estando
os tautômeros no estado Uquido.
ALDEÍDOS ENOL Se conseguim1os solidificar os tautômeros teremos possibilidade de isolar
as formas cetônica e enólica no exemplo anterior.
e
Vamos supor então que conseguimos separar as formas cetônica e enólica.
CETONA ENOL

"""º ea,bo";J, 1- e11 I' cetona


Num exame mais geral podemos dizer qu, o

o l cetona --= en~l j (solidificação)

enol

o responsável pela existência da tautomeria. É que o oxigénio desse radical é


capaz de aceitar H ativado de carbono vizinho.
104
FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 105
Agora voltemos à temperatura ambiente e teremos cetona e enol líquidos.
É verdade que o Na só vai reagindo com a forma enólica; e portanto vai
se observando desprendimento de H2 em ambos os recípientes, mas à medida

t_---...,IJ
que vai desaparecendo a forma enólica, a forma cetônica vai se transformando
e em enol
No final, toda forma cetônica se transforma em enol se adicionarmos su-
cetona enol ficiente Na e obteremos em ambos os recipientes, apenas enolato de sódio.
Na prática esta experiência que simulamos não se realiza porque não se
Vamos colocar suficiente sódio metálico (Na) em cada recipiente. consegue isolar cetona e enol no estado sólido.
Segundo as propriedades, somente a forma enólica reagirá com N Mas existe uma experiência real com o composto:
esta forma tem caráter ácido. a porque

aceto-acetato de etila
+

(eno!ato de sódio)
{aceto) (acetato) (etila)
+ Na
><
Engraçado!
. . Se c?nscguíssemos fazer estas experiências verificaremos que em ambos re-
formarão enolato de sódio.
1·I111<•ntes •
'
Neste composto temos a migração do H para o grupo carbonila.

. Expl~ca~ão: É que, _na hora que as formas cetônica e enólica passaram para
0 cst.,do hqui_do, as moleculas adquiriram energia resultando colisões e reestabe- C - CH
.leceram
. .o, equilíbrio taut omenco.
' • Entao,
- os recipientes que aparentemente tinham li 1
,1pc11as cuona e enol separadas, na realidade, no estado líquido ·á ossui'ra O~H
duas formas. J P m as

No estado líquido, em temperatura ambiente temos 93% de forma cetônica


e 7% de forma enólica.
cetona --= enol
H3 C - C - CH - COOC2H 5 H3 C - C = CH - COOC2 H5
i 11 1 1
aqui foi colocado apenas j
aqui foi colocado O H OH
cetona sólida
apenas enol
forma cetônica (93%) forma enólica (7%)

Então, antes de colocar Na, os recipientes já possuiam misturas idêntz·cas.


l tautomeria
107
QUÍMICA ORGÂNICA
106 FEL TRE - SETSUO
Tendo em vista O resumo da pagma anterior podemos utilizar o seguinte
Resfriando-se a mistura, a -39ºC somente a forma cetônica é solidificada questionárionário para se descobrir o caso de isomeria plana.
~cndo que nesta temperatura o H não possui ativação e o líquido residual que
é cnólico já não se transforma em forma cetônica. SIM ➔ METAMERIA

Temos então as formas cc"tônica e enólica separadas.


Possuem
Nem todas as misturas tautoméricas são susceptíveis à separação dos com- hétero-
ponentes. Quando isto é possível, como no exemplo do aceto-acetato de etila, átoJno'?
dizemos que a forma em equihbrio constitui uma mistura ALELÓTROPA.
Possuem
Na experiência anterior: SIM ➔ POSIÇÃO
mesmo n9
Uma vez separados os componentes da mistura alelótropa e depois coloca- Pertencem NÃO Lle e na
NÃO ➔ CADEIA
à caLlcía
dos em recipientes diferentes; se retornarmos à temperatura ambiente, em cada mesma principal?
recipiente teremos novamente as duas formas (cetônica e enólica) constituindo função?
místuras.

__
t·-
:.imlw.mtc
N
__
AO G estão os
hômeros
. , ·
1. c~u1_l1bno
dmam1co?
j
NÃO
SIM
➔ FUNCIONAL
➔ TAUTOMERlA

mi1.U1ríi
1
.imh·1entc
Tente aplicar O questionário para os seguintes casos:
alt•Jótropa

e CH. 2 -- C - Clh
C - CH2 - CH3 li
li o
o

Resumo da lsomeria Plana C -- CH CH3 e H 3 C - C - CH2 - CH.2 - Clh


li 1 li
TCm m1:;sr110 n .o <le O CH3 o
átomos de C na
,..,)\0\''~1 --c_ad_e__c[n--'p:...ri_m:...2·fpc:J.:_l'/~
\'\c.\l:;;-.. b-(\-..c.'3-· isômeros
:,,.\e''' c~1'o ~ de cadeia
Pc1 tencl lll ;i "?º~ ei.e~a. e) ItC - O
mesrn,1 fun ·ãn? '\'do cJ. .,o isômeros
------------"---< ,,~ sim de posição
cadeia sim
met.ameria
posição sim
e

metameria

a) de posição
funcional

tautometia Respostas
{ b) =
de cadeia
e) - funcional
- isômeros fundona•s
d) - metameria
----- tautômetos
QUfMICA ORGÂNICA 109

rSOME RIA ESPACfAL Esquematicamente: cada átomo de carbono ficará com duas valências livres
fonnando um ângulo de 120°. Observe que as 4 valências situam-se no mesmo
plano.
. . Já di~semos que a isomeria espada! aparece quando as diferenras entrP os No modelo "pau e bola" temos:
,.~omeros
. . so pode ser ob servada atraves
• de modelos esnnciais Os 1·so·me
Y' "
•·1·1 1s se ,-- • ros espa-
~ , mpre possuem a mesma fórmula plana.
Na isomeria espacial temos os seguintes casos:

a) Isomería Ge_ ométrica ou CIS _ TRANS


lsomeria espacial {
b) Isomeria Optica -- y

ISOMERIA GEOMêTRICA OU CIS - TRANS

Este caso de isomeria ocorre entre os isômeros que apresentam:

l) uma dupla ligação A ligação 11 (responsável pela dupla) impede a rotação dos átomos de C
em torno do eixo xy.
2) cadeia cíclica
Na fórmula plana não podemos distinguir os radicais do mesmo átomo de
J) PRESENÇA DE UMA DUPLA LIGAÇÃO
carbono.

Permutando-se R 1 e R2 a fórmula plana


. b Vimts no capítulo 1 ~ue a presença de uma dupla ligação num átomo de continua sendo a mesma.
cur onu, az com que esse atomo de carbono sofra uma híbr'd. - •
;,:ira~
2
2
Kl'ndo que uma das ligações da dupla é realizada através do ~:1::~;a:p11.

Mas, no espaço poderemos observar que uma permutação dessa, faz apare-

,
ligação 11 cer uma estrutura diferente.
1
Seja o 1, 2 - dicloro - eteno.
-~._ ...~.?1

··:.jj};j
H-C=C-H
1 1
120º
, 120º CI CI

Imaginemos um plano que passe pelos carbonos que possuem a dupla li-
gação, como estã desenhado no modelo "pau e bola';_ Esse plano contém os 2
arcos da dupla ligação. O carbono da dupla tem duas valências; o plano passa
pela bissetriz dessas valências.
110
FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÃNICA 111

Se os átomos de cloro estão no mesmo semi-espaço• (mesmo lado do plano'),


então teremos a forma que é chamada C/S (por definição).
Caso os átomos de cloro estejam em semi-espaços opostos teremos a forma
TRANS (dá a idéia de transversal).
Com o intuito de simplificar, evitando desenhar planos em perspectiva, uti-
lizaremos o seguinte esquema:

plano plano
H i/ CI CI 1
7 H
'---...1/ '---...'/
e e
li li
e e
H/ i '----c1
1
H/ l '----c1
forma CIS H-C=C-H forma TRANS trans - 1, 2 - dicloro - eteno
eis - 1, 2 - dicloro - eteno
J 1
Cl CI
Os compostos acima representados constituem um caso de isomeria geomé-
fórmula plana
trica ou cis-trans.
Segundo as representações de Le Bel e Van't Hoff temos: Examinemos agora o composto 1, 1, 2 - tricloro - eteno.

'
H CI CI - e= e - H
1 1

r CI CI

Este composto não apresenta isomeria cis-trans, pois só existe uma úniéa
estrutura espacial que tem a fórmula plana acima indicada.

\
\
H ··------"c1
H
(CIS) Você é capaz de observar que a
{TRANS)
permutação dos átomos de H e
Você é capaz de reparar que as duas estruturas são diferentes embora pos- Cl (inferiores) não produz uma
11uam a mesma fónnula plana. nova estrutura.
Como iremos diferenciá-los?
Vamos admitir que o plano indicado na figura do modelo pau e bola esteja
s.cparando dois semi-espaços.
112 FEL TRE - SETSUO OUfMICA ORGÂNICA 113

Conclusão Exemplos:
J\ isomeria CIS-TRANS ocorre nas cadeias que possuem uma dupla Ligação,
de estrutura:

de modo que: R 1 i= R2 e R3 i= R4. CIS - pcntcno - 2 CIS - 3 - cloro -·· pcnteno - 2 TRANS - 1 - bromo -
propcno

Determinação das formas CIS e TRANS (segundo Fieser Fieser)


Um caso importante de isomeria geométrica é verificado entre o ácido ma-
leico e o ácido fumárico.
1) Verifique em cada átomo de carbono (que possui a dupla) qual dos radicais
é o mais complexo, ou seja, que tem maior número de átomos.
H 1 ,,,,.COOH H ! COOH
Exemplos: "'- 1 / "'- 1 /
e e
li li
e e
H/ i~cooH HOOC/: "-...,H
ácido malcico ácido fumárico
Nos casos acima os radicais mais complexos estão assinalados pelos círculos.

V
(CIS) (TRANS)
No caso do Br, este foi assinalado porque tem maior massa atómica já que f
mlo se podia aplícar o critério do número de átomos.

2) Localize o plano· como se vê na figura, que passa pelos carbonos da dupla e


divide o espaço em dois semi-espaços.
º~ e -CH 1
H
e
1 ~º
cr (fórmula plana)
HO/ --.....,_OH
1 áddo bu tcno - dióico
Ri'--.._: /R2
e Foi o primeiro caso de isomcria geométríca observado experimentalmente
li e feita por Wislicenus em 1887.
e Abaixo temos algumas propriedades que distinguem os dois ácidos:
R3/ i
j
~ R4
esquematicamente calor de
semi-cspaços opostos P.F. densidade
combustão Kcal/mol

3) Assinale os radicais mais complexos. Se eles estiverem no mesmo semi-espaço ÁCIDO MALEICO 130ºC 1,590 327
teremos a forma CIS; caso contrário teremos a forma TRANS, ou seja, radi-
ÁCIDO FUMÁRICO 287ºC 1,635 320
t•ai.~ mais complexos em semi-espaços opo~tos.
114 FEL TRE - SETSUO

No estudo da isomeria geométrica podemos utilizar a representação de Le


Bcl e Van't Hoff.
l QUÍMICA ORGÂNICA

Tanto o ácido male-ic'? como o ácido fumárico, por hidrogenação produz


o ácido butanodióico (ácido succínico).
115

A dupla ligação entre os átomos de carbono é representada pela ligação


das arestas dos tetraedros regulares.
ácido maleico
º~'e - eH - eH - e·;:-º
~
1 1

icido fumádco HO/


H
1
H
1 "'oH
ácido StH:cínico

2) ISOMERIA CIS-TRANS COM CADEIA CÍCLICA

Este caso de isomeria é também conhecido como isomeria baeyeriana.


Examinemos um átomo de carbono da cadeia cíclica:
Para as representações dos ácidos maleico e fumárico temos então:

H .----------,, COOH

ácido malcico ácido furnárico


(eis) (trans) O átomo assinalado possui os radicais R1 e R2 . Reparem que R1 *
R2 .
Esses radicais situam-se em semi-espaços opostos em relação ao plano determina-
O ácido maleico desidrata-se facilmente. Já o ácido fumárico exige condi- do pelas 2 outras valências do átomo de carbono.
ções mais enérgicas, ele não se desidrata diretamente por causa da posição oposta
das carboxilas; primeiro ocorrerá uma transposição para depois sofrer desidrata-
ção. As desidratações dos ácidos maleico e fumárico sempre produz o mesmo
('(m1postv, ou seja, o anidrido maleico.

H COOH
"e- /
11 transposição
e
HOOC/ "-u
ácido fumárico ácido maleico anidrido malcico
118 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 117

Se na cadeia cíclica existirem dois átomos de carbono que possuem radicais


U 1 / Ri, teremos a ísomeria cis-trans. C--C H
Exemplos:
e
/ CH3
\e/
'---- / _/" ',
'----e,,,...,.- 'c1
'\
H

trans - 1 - cloro - 2 - rnetil - cíclopentano eis - 1 - meti! - 2 • etil - cic!obutano

Observação: As estruturas eis ou trans, dependendo da sua estrutura molecular


H poderá apresentar isômeros ópticos, assunto este que será abordado adiante.
o- representações o- Resumindo:

I CI
esquemáticas
\ CI
A isomeriá geométrica ou cis-trans ocorre nas moléculas que possuem as
seguintes estruturas:
CI H ''
'
H H a) presença de uma dupla ligação ou
b) presença de uma cadeia cíclica
\
CI
eis - 1, 2 - dicloro - ciclobutano trans - 1, 2 - dicloro - ciclobutano
ou

Os critérios para a determinação das formas CIS e TRANS são os mesmos


aplicados para o caso em que ocorre uma dupla ligação,já descritos anteriormente.
A isomeria cis-trans poderá ocorrer também quando a cadeia cíclica tiver sendo ainda necessário que R1 *R 2 e
mais que 2 carbonos com R 1 *
Ri, porém deixaremos de lado esses casos.
Exemplos:

ISOMERIA ôPTICA

Definição: Trata-se de um caso de isomeria espacial (os isômeros possuem a


mesma fórmula plana) onde os isômeros apresentam diferentes capacidades para
desviar o plano da luz polarizada quando esta atravessa as moléculas da subs-
d.s -- 1, 2 - dimctil - ciclopropano trans - 1, 2 - dirnetíl - ciclopropano tância isômera.
118 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 119

1) LUZ NATURAL E LUZ POLARIZADA


Agora vamos "filtrar" apenas as vibrações de um plano de propagação. Pa-
ra isso vamos utilizar um pedaço de tábua onde existe uma fresta na posição
Uma lâmpada incandescente emite uma luz que é constituída de ondas ele-
do plano que se deseja filtrar.
1ro111a1{11éticas (isto é explicado no livro 2 - Atomística).
Essas ondas eletromagnéticas se propagam com vibrações em diversos pla-
nos <lc propagação.
liaçamos uma analogia com vibrações numa corda:
r,
1 ""
Primeiro, observe as vibrações em planos bem determinados:
uoooooµJ
- -"~---.
-
corda esticada movimento •. único plano
espiralado de propagação
---- -----------7

vibração num plano vertical


i~
~~~~9 C)
muitos planos único plano
teóricos de vibração de vibração
,------------
. .
---·------- - -·----,
vibração num plano horizontal
Como dissemos, a luz de uma lâmpada incandescente corresponde ao movi-
mento espiralado, isto é, tem muitos planos de propagação. Podemos "filtrar"
apenas 1 plano de vibração; a luz que se propaga num único plano de vibração
Se, na mesma corda, imprimimos as vibrações vertical e horizontal, simul- é denominada luz polarizada.
taneamente, teremos um movimento bem diferente propagando-se na corda. Va- Existem dispositivos especiais que são capazes de "filtrar" planos de propa-
mos dizer que o movimento seja espiralado. gação (corresponde à tábua com a fresta); estes dispositivos são denominados
Este movimento espiralado foi resultante da composição das vibrações ver- polarizadores.
tical e horizontal, mas, pode ser teoricamente suposto como composição de mui- O esquema de polarização da luz seria o seguinte:
ta.~ 11ibrações em diversos pi.anos passando pelo eixo da corda.

---;
1 ' -:f luz natural luz polarizada
•0. 1------7.:'.S7 •

~~ polarizador

lente ~ cartão para obter


apenas um pincel luminoso

movimento cspiralado
(real)
muitos planos de vibração
(teórico) luz luz
natural polarizada
QUÍMICA ORGÂNICA 121
120 FEL TRE - SETSUO

Faça uma comparação entre os desenhos da página anterior: o da corda pas-


s11ndo pela fresta na tábua e o da polarízação real.
Se o observador está apenas "olhando" para a luz natural e luz polarízada luz natural
. .· ·. CD
raio extraordinário - - - - - -
jamais ele poderá distingui-los, pois ele não pode "enxergar" planos de vibração.
raio ordinário
. Existem, no entanto, dispositivos que asseguram se a luz está ou não po-
larizada. As representações esquemáticas de luz natural e luz polarízada estão in-
dicadas no último desenho.
l'onclusão:

/,11z natural: é aquela cujas ondas eletromagnéticas se propagam em infinitos Os raios refratados são chamados raios extraordinário e raio ordinário. Pa-
planos de vibração. ra se obter luz apenas num único plano de vibração é preciso eliminar um dos
raios. O processo utilizado por Nicol foi o de eliminação do raio ordinário do
Exemplo: lâmpada incandescente, luz solar, etc, (de qualquer seguinte modo:
fonte luminosa).
Vamos cortar o prisma segundo um plano diagonal. As partes cortadas são
/,uz f'Olarizada: é a luz que emerge pela passagem da luz natural através de um em seguida "coladas" com uma resina também transparente denominada Bálsa-
polarizador. A luz polarizada só possui um único plano de vi- mo de Canadá. Este conjunto é denominado prisma de Nico/.

_
bração.

2) POLARIZAÇÃO DA LUZ

Existem diversos modos de polarizar a luz. Os detalhes da polarização da


luz natural . ~·~- ,.
lu1. são estudados na óptica física. Aqui citaremos apenas as principais caracte-
espato da •
rísticas da polarização da luz.
Islândia

u) POLARIZAÇÃO COM O PRISMA DE NICOL


O bálsamo de Canadá é mais refringente que o espato da Islândia; o raio
O prisma de Nicol utiliza um cristal transparente de CaCO 3 denominado ordinário atinge o bálsamo num ângulo de incidência maior que o "ângulo limi-
1•v1ato da Islândia. Este cristal tem a propriedade de produzir a dupla refração. te" e conseqüentemente é refletido. Somente o raio extraordinário é capaz de
atravessar o prisma de Nicol; temos en-
tão uma luz polarizada.
polarizado
(incidente) (refletido)
dupla refração b) POLARIZAÇÃO POR REFLEXÃO

espato da Existem certos materiais que refra-


Islândia tam parte da luz enquanto que a outra
parte é refletida.
Para um raio incidente saem 2 raios refratados. Verifica-se que a luz refletida é po-
larizada quando o ângulo entre os raios
Esses raios refratados são ambos polarizados, porém, essas polarizações são
em planos diferentes. refratado e refletido for de 90°.
122 FEL TRE - SETSUO 123
OUIMlCA ORGÂNICA

e) POLARIZAÇÃO COM POLARÔIDES Um polaróide "filtra" a luz. Assim os polaróides são utilizados como "que-
bra-sol" diante dos pára-brisa de automóveis, pois elimina praticamente o fenô-
Existem materiais que contêm determinadas moléculas orientadas numa úni-
c11 direção. Quando se incide luz natural e se a luz conseguir atravessar esse ma- meno da ofuscação.
terial teremos uma luz polarizada. Esses materiais são chamados de polaróides. Outra aplicação dos polaróides é na confecção de óculos para fi'lmes de
3.ª dimensão (3D). Os polaróides nestes óculos são colocados em posições or-
Pode-se obter uma placa de polaróide utilizando celulóide contendo molé-
culas orientadas de iodo-quinona. Essa orientação pode ser feita colocando as togonais.
placas (ainda no estado pastoso) contendo o soluto num campo magnético intenso_
As placas de polaróide "parecem" placas de celulóide ligeiramente escura.

luz luz
luz natural polarizada polarizad
X A luz que penetra num olho tem plano diferente daquele que incide no
outro olho.
Existem 2 projetores que incidem na tela luz polarizada em posições orto-
gonais_ O espectador sem os óculos vê a imagem toda "borrada" na tela, pois
polaróide polaróide polaróide
para cada linha projetam-se duas linhas com luz polarizada em posições ortogonais.
em posição
(paralelos) horizontal

Quando a luz natural atravessa um polaróide, já emerge luz polarizada. Co-


locando-se outro polaróide logo adiante, com moléculas orientadas na mesma di- { projetores
reção, a luz polarizada atravessa a segunda placa, pois as vibrações não são retidas.
Mt1s, se a placa tiver moléculas em direção ortogonal nenhuma propagação será
observada através do polaróide (no desenho é o 3 _o polaróide ).
Pode-se fazer uma analogia com o sistema de cordas e tábuas com frestas.

1500 extinção
do movimento
(corda parada) Em virtude dos óculos o espectador "enxerga" num olho a luz A e no ou-
tro olho a luz B. Tem-se a formação da imagem J1irtual no cruzamento da luz
vibrações
num Único plano A com B, ou seja, fora da tela. Este é o princípio dos filmes em 3D.
Logo, caolho não assiste filme em 3D.
124 FEL TRE - SETSUO au1"MICA ORGÂNICA 125

.\) SUBSTÂNCIAS OPTICAMENTE ATIVAS


Prism .. de Nicol Prisma de Nico)
polarizador (fixo) Tubo L'onh'ndo
Já vimos o que é luz polarizada e também alguns métodos para polarizar
11 luz. Luz de ____
sóiJio
Vamos fazer com que a luz polarizada atravesse cristais transparentes ou
sol11c,k.1· contendo substâncias orgânicas.

Verifica-se que alguns desses materiais podem produzir um desvio no plano


<l11 luz polarizada (chamaremos de p.1.p.). (microscópio
,k Vcrnicr)
F~cal~ graduada

~ luz polarizada
__ {'y
1u_z_n-1~..,t-ur,..a_1_ _ _
1
to, :'t' L_J--c_o_m_de..s-vi_o_
Polarímetro
1 polarizador )
substância •

®
O polarímetro possui dois prismas de Nico!. O primeiro é chamado Nico!

CD opticamente
•. ativa polarizador sendo fixo, e sua finalidade é de apenas polarizar a luz.
O segundo prisma é móvel sendo chamado Nico! analisador. Quando o po-
larírnetro está vazio, a luz atravessa integralmente o prisma analisador, se este
estiver em posição paralela com o prisma polarizador. Se os prismas estiverem
em posições ortogonais, a luz será totalmente interrompida no prisma analisador.
As substâncias capazes de produzir desvios no p.1.p. são denominadas subs- Comparemos novamente com o sistema ' de cordas e frestas:
tdncias opticamente ativas.
Quando o desvio é para a direita (no sentido horário) dizemos que a subs-
hincia é dextrógera e convencionamos por d ou ( +). Se o desvio é para a esquerda
(110 sentido anti-horário) dizemos que a substância é levógera: 1 ou (-).

paralelos

- ortogonais
substância substância
dextrógira levógira
d ou (+} (1) ou (-)

O aparelho utilizado para medir os desvios do p.l.p. é chamado polarz'metro.


QUIMICA ORGÂNICA 127
129 FEL TRE - SETSUO
Quando um cristal assimétrico corresponde à imagem especular do outro
Quando se coloca uma substância opticamente ativa havera uma rotação i i
(como se estivesse em frente ao espelho), dizemos que o par de cristais são he-
no plano de vibração; se o analisador for girado de certo ângulo 0 podemos "ver" miédricos. Os cristais assimétricos possuem a capacidade de desviar o p.l.p. em
novamente a luz com a máxima intensidade. Teremos então a leitura do ângulo sentidos opostos. Se um deles é dextrógiro o outro é lovógiro.
(J que é o desvio do p.l.p.
b) Em 1815 o físico francês Biot verificou que existem determinados com-
Esquematicamente temos: postos orgânicos naturais que em ·solução aquosa eram capazes de produzir
desvios no p.1.p.
1 1 0
pola;izador Em 1848, Louis Pasteur conseguiu comprovar que determinados produtos
1"'>/
. o '

1
1
"1---=4r

• { ·J~~substância
opticamente ativa ~
h
,,.. ,, 1 analisador
naturais opticamente inativos podiam ser separados e seus componentes apresen-
tarem atividades ópticas.
Na época conheciam-se dois ácidos tartáricos (obtidos da indústria do vi-•
nho): ácido d-tartárico (dextrógiro) e o ácido tartárico racêrnico (inativo).

CD 0 Cristalizando o ácido tartárico racêmico, Pasteur conseguiu dele, separar o


ácido d-tartárico e o ácido 1-tartárico (até então desconhecido).
Verificou ainda que misturando-se os ácidos d e l em proporções iguais
obtinha-se uma solução opticamente inativa.
Fazendo uma analogia com o sistema de corda:
Por causa di~o, todas as misturas análogas são hoje denominadas misturas
1
racêmicas.
Em 1874 os cientistas Le Bel (França) e Van't Hoff (Holanda), indepen-
'11 : \0' / /

- 1
I
dentemente, sugeriram que: "O átomo de carbono ocupa o centro de um tetrae-
dro regular e suas valências dirigem-se para os vértices". (Veremos adiante que
desta forma as previsões dos isômeros são coerentes.)
Esta teoria, desenvolvida para ir ;,.o encontro aos trabalhos já desenvolvidos
no campo da isomeria óptíca, veio assegurar e confirmar que:

A atividade óptica de uma substância está diretamente


relacionada com a presença de moléculas assimétricas.

Quais são as substâncias opticamente ativas?


A atividade óptica se manifesta nos seguintes casos: Resumindo: As substâncias são opticamente ativas quando:
a) Quando nos cristais, este deve ser assimétrico, ou seja, não ter nenhum a) possuem assimetria crist.ilina (quando se trata de cristais) ou
plano de simetria. b) possuem assimetria molecular (quando se trata de soluções).
Como exemplo temos
O que é, afinal de contas, uma molécula assimétrica?
os cristaís de quartzo.
Bem, em primeiro lugar vamos falar de "objews assimétricos".
São objetos que não possuem nenhum plano de simetria.
Objetos deste tipo sempre existem aos, pares.
128 HLTRE - SETSUO auiMICA ORGÂNICA 129

Exemplo: o sapato. É coerente afirmar (comparando com objetos) que toda molécula assimé-
O sapato do pé direito não serve no esquerdo e vice-versa. Logo o par de trica tem a imagem especular não coincidente. O par destas estruturas é denomi-
sapatos são formas diferentes, ou sejam, não coincidentes. Observe ainda que o nado par de enantiomorfos ou Entípr;das ôpticas.
sap:110 do pé direito diante de um espelho, a imagem é um sapato do pé esquerdo. 11 Verificou-se também que, se um é levôgiro a estrutura enantimorfa é dex-
Dizemos que o par de sapatos constitui um par de enatiomorfos. ,_ .~J.\,'T,·.-, • - .. ,_., trógira e vice-versa.
Todos os objetos que não têm nenhum plano de simetria sempre existe Após detalhadas adaptações da teoria de Le Bel e Van't Hoff ve~ificou-se
aos pares, uma imagem especular do outro. que a molécula é assimétrica quando:
Se o objeto tiver 1 plano de simetria, então a imagem especular será coin-
cidente com a estrutura do objeto.
a) possui carbono !ISSimétrico C* (indica-se com asterisco).
b) Em certos casos de cadeia cíclica.
c) Em certos compostos de estrutura
' C=C=C /
denominados alênicos. / '

orelha
snputo
mão cadeira escolar À medida que vamos apresentando os casos de isomeria iremos explicando
,,
, , 1 porque essas estruturas conduzem a uma assimetria molecular.
. ~-f :_ -_J_ ==+
, -,,----~-I
) '
'i=--_ ~·- . -~ •..
'
1
:~=~~·:___2~--.:J :
L _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ , _____ I
'
'
1 • ' 4) ISOMERJA ÔPTICA COM 1 ÁTOMO DE CARBONO ASSIMÉTRICO (1 C*)
!,"
apagador xícara faca _-, ,, ._i?,'(' t..''11[;~;_ (Ciilill,,> ;..1V/}i"1 .;.---)(é.:.,., -r~)
Vamos definir carbono assimétrico. É o átomo de carbono saturado (hibri-
dação sp3) pertencente à cadeia aberta, e com os quatro radicais diferentes entre si.
O sapato, a mão, a carteira escolar, a orelha, etc, saõ objetos que não pos-
suem nenhum plano de simetria. Então eles ·sempre existirão aos pares: uma dex-
lro e outra /el'(J.

Por exemplo: um canhoto gostaria de ter uma carteira escolar que fosse a
imagem especular daquela do desenho.
Uma orelha do lado esquerdo (que é do desenho) não serve para ser trans-
plantada no lado direito!
Já, o apagador, xícara, faca, etc possuem pelo menos 1 plano ele simetria.
Então não existe xícara para canhoto, apagador para mão esquerda, etc. A ima-
gem especular seria idêntica ao objeto.
Com esta estrutura a molécula não possui nenhum plano de simetria e sua
Agora podemos definir o que é uma molécula assimétrica. imagem especular terá estrutura não coincidente.
Para que você possa visualizar melhor construa um tetraedro de arame com
4 pontas como indica a figura seguinte. Coloque em cada ponta esferas de cores
Molécula assimétrica é aquela que não
diferentes.
possui nenhum plano de simetria.
As esferas estão representando radicais diferentes.
130 FEL TRE - SETSUO
auiMICA ORGÂNICA 131

(A)

''
' ' ', 1
1
plano de simetria ___,, i
'~
Você já percebeu que se as esferas são diferentes, não existe nenhum plano
de simetria.
Então, a estrutura correspondente à imagem especular será não coincidente. Vê-se nitidamente que se 2
radicais forem iguais as estruturas
também são iguais. Por outro lado,
a existência de um plano de sime-
tria já assegura que o composto é
opticamente inativo.

Seja o ácido· lático que é o


ácido a - hidroxi - propanóico.
.•
.,,. ......
_.... ·-
' .

.,,.---- ~H:;.'.

(A) . ·..
• .. ..:'

superponíveis
par de enantiomorfos não superponíveis
ou antípodas ópticas
Observe que esta molécula possui um átomo de carbono assimétrico. Os
radicais ligados ao carbono assimétrico são diferentes, H3 C-, H-, HO- e
Veja que tentando uma superposição somente ,2 radicais podem se justapor, HOOC-. Realmente não se repete nenhum radical. Isto assegura que a molécula
os outros 2 radicais ficarão em posições opostas. é assimétrica e existe na realidade um par de moléculas, uma imagem especular
da outra, denominadas par de enantiomorfos ou antípodas ópticas.
No entanto, se existirem 2 radicais iguais, cada estrutura terá um plano de
simetria e as duas estruturas serão coincidentes, concluindo-se que no espaço só Uma das estruturas é capaz de desviar o p.l.p. no sentido horário (+) e
existe uma única estrutura. será denominada ácido d-lático ou ácido (+) lático; a outra estrutura que corres-
ponde à sua imagem especular será o ácido 1-lático ou ácido (-) lático.
13:Z
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 133

Vejamos as estruturas destes ácidos.


Pode-se misturar os ácidos d-lático e 1-látíco em proporções iguais numa
a) Segundo a representação de Le Bel e Van't Hoff. solução. Em seguida podemos cristalizá-los e obteremos cristais de propriedades
diferentes dos ácidos d ou l. A fl}_~tiJra d~l é opticamente jnativa e "improp_r!a~
!llente" c_:on,si'1~~ad_o _outro isômer~ óptico, tendo em vista as dif~rentes proprie-
COOH dades. Ela é chamada ácído d-1-lático ou ácido lático racêmico.
COOH
Repare nas propriedades dos ácidos láticos:

HO 1 H H OH
1 rotação
1 Ácidos P.F. ºC específica lo:]
"V/ d-lático 52,8 +2,6
"" !
CH3 1-lático 52,8 -2,6

dl-lático 16,8 zero


:ícido d-lático ácido 1-lático

Veja que entre os ácidos d-lático e 1-lático a única diferença está no poder
b) Segundo o modelo pau e bola.
rotatório do plano da luz polarizada. Aliás, todas outras propriedades físicas e

COOH COOH
1 químicas são idênticas. Já o racêmico (d-1) apresenta muitas propriedades dife-
rentes dos isômeros ativos.
Foi constatado experimentalmente que se os isômeros são antípodas ópti-
HO H cas, então, a única diferença entre eles está no desvio do p.l.p. Ainda, esses des-
H
vios são simétricos para o par de enatiomorfos.

Resumindo: No caso de existir apenas l C* teremos 3 is_Ô!Iler1:1s: o d, o l e o


d-l.
CH 3
ácido d-lático
CH3
ácido Hático
1 O C* terá a capacidade de desviar o p.l.p. no sentido horário (+a) ou no
sentido anti-horário (-a).
e) Segundo o modelo de Stuart.

+a-
r.. ou
.
1
1

1
-a

ácido d-lático Toda vez que existe um par de enantiomorfos está claro que deles resul-
1
ácido !-lático
tará o racêmico.
QUÍMICA ORGÂNICA
135
134 FEL TRE - SETSUO

Os isômeros X e Y possuem desvios simétricos +(a + b) e -(a + b) e por-


5) ISOMERIA ÓPTICA COM 2 ÂTOMOS DE C* DIFERENTES tanto são enantiomorfos.
Os isômeros X e X' possuem desvios +(a + b) e +( a - b ), eles são dias-
Seja o ácido 2 - cloro - 3 - hidroxi - succínico. tereoisômeros.
H
1
f Resumindo: Com 2 C* diferentes temos ao todo:
C* a) 4 isômeros opticamente ativos }
1 Total de 6 isômeros.
CI f b) 2 !"_a,c~rnicos

'
Estamos diante de 2 C* diferentes. Cada átomo de C* é o centro de assi-
metria e tem a capacidade de produzir um desvio no p.l.p. Vamos admitir que
6) ISOMERIA ÔPTICA COM N C* DIFERENTES
o primeiro C* tenha a capacidade ±a e o segundo C* tenha a capacidade ±b.

Temos as seguintes combinações: Seja a cadeia de 3 C* diferentes.

+a +b isômero X +(a + b) • e*
2 e~
forma
±b ±c } contribuições de cada e,:,
-a '."b i$ômero Y: . • -{a+ b) dl
...• .. • ...
. Os possíveis desvios produzidos pelas moléculas são as possíveis combina-
+à -b . isôme!o: jc ;: , , .: ~(a "."' :b) • ·· · ·•. forma
ções desses desvjos parciais.
-a +b isônt.ero y• -{à :.. b) d'I'

-e -- +b
+e + (a + b + e) ----- -,1
1

-{ -e -
1
Ao todo são 4 isômeros opticamente ativos: X, Y, X' e Y'. -----, 1
-C + (a + b - e) 1
1
Repare também que são 2 pares de enantiomorfos; de cada par resulta um +a
rucêmico (dl e d'l') que são obtidos misturando-se os antípodas em proporções +e + (a - b + c) ---7
,
iguais.
Define-se diastereoisômeros os isômeros ópticos com 2 ou mais C* e que
nllo sejam enantioniorfos. -- -b
-e + {a - b - e) -7
1
1
1
1
1
r
1

--e
1
_ _J 1
+e - (a - b - c) 1
Entre os isômeros citados temos:

-
1
+b 1
____ ...,r

-a
-{ -e - -c

+c
- (a - b + e)

- (a+ b - e)
_____ J
t
l
1

-
1
l
-b ______ .J1
-e - (a + b + e)
· : · · . : : · . · .. v i · · ..
E ➔ enantiomorfos
··• ··.o .· • ' ❖ •• . ~ •• , ,• •••
São ao todo 8 isômeros opticamente ativos; se aumentarmos mais 1 C*,
'.··· . p ~. d,m,stereQÍsfimeros cada isômero irá combinar com o desvio parcial do novo C* que poderá ser +d
.........-...,_;....--=--....;;..,,.-· ~~ ·v•·. . ou -d; então vai duplicar o número de isômeros ativos.
Aumentando mais 1 C*, pelo mesmo raciocínio, irá duplicar o número de
isômeros ativos, e assim sucessivamente.
138 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 137

O número de isômeros opticamente ativos é dada pela fórmula de Van't Hoff: H H


[·~~ , sendo n o número de C* diferentes. 1 1 ,.-:::0
C* C* C 1/
1 C* 2 2 1 1 'oH
OH OH
±a
H
2 C* .___,,_,
2 X 2 22 1
2 Cada C* possui os radicais: H-, HO-, HOOC- e - 1- COOH.
OH
3 C* 2 X2 X2 ,_--,3
~ Também cada e,:, contribui com o desvio parcial ±a.
3
Segundo as fórmulas de projeção temos:
n C* 2 X 2 X 2 X ••• X 2 211
Q
n
no -ic-----::11!=--,,co<m
Cada isômero ativo tem o seu par enantiomorfo; então o número de racê-
l
mirns será 2" -ê- 2 ou seja, ~ . •
r-
Somando os ativos e os racêmicos temos: plano i
I
de I
simetria ,' ,
= 211 • 1 (2 1.
Total de isômeros: 211 + 211 -l

Exemplo:
+ I) = 13 2n-l

HO
[
COOU I HOOC
1
-~~--\~
110 ~ C O O I J
1
Quantos isômeros opticamente ativos e racêmicos tem o composto de fór-
H '. : / H
mula
cnantiomorfos d
H H H H d
1 1 f 1 ácido
ácido ácido
H2 e- e- e- e- e- d - tartárico Q - tartáric;,
mcso - tartárico
1 1 1 1 ! zero
+2a
OH OH OH OH OH Vê-se que esta moléc11la
tem plano de simetria
Veja que apenas os 4 C centrais são assimétricos. Então n =4. Em cada tetraedro examine a face que possui os radicais -COOH, -OH e
isômeros ativos ➔ -H. Vamos seguir os radicais nessa ordem: carboxila, hidroxíla e hidrogênio. Se
24
= 16 } Total de 24 isômeros a seqüência for no sentido horário, convencionemos que o carbono é dextrógiro
racêmicos ➔ 23 = 8 (+o:); se for a11:ti-horário será lcvógiro (-a). Fique em pé nas faces como indicam
as figuras.
No ácido d-tartárico ambos os C* são dextrógiros; no ácido 1-tartárico am-
7) ISOMERIA ÔPTICA COM C* EQUIVALENTES bos os C* são levógiros. Já no ácido meso-tartárico um C* é dextrógiro (infe-
rior) enquanto o outro é levógiro (superior).
Os carbonos assimétrícos equivalentes possuem os 4 radicais 2 a 2 iguais.
Vê-se também que os ácidos d e l são enantiomorfos, donde concluímos
Exemplo: ácido tartárico (di- hidroxi - succínico) a existência do racêmico dl.
OUiMICA ORGÂNICA 139
138 FEL TRE - SETSUO

a) NOS ALÊNICOS
O ácido meso-tartárico tem desvio total zero, pois é a soma de +o: e -o:.
s,~ você se esforçar um pouco concluirá também que a imagem especular do O aleno é o mais simples dos alcadienos:
mcso é outra molécula idêntica, de cabeça para baixo. Então só existe uma for-
nm 111eso.
De fato, a estrutura meso tem plano de simetria e por isso é opticamente e
inaliva.
('onclusão:
Substituindo-se os H por radicais temos os compostos chamados alênicos.
Existem 4 isômeros ópticos para o ácido tartárico e assim o será para to-
É necessário que nos alênicos opticamente ativos tenhamos ainda
dos os compostos com 2 C* equivalentes.

ácido d-tartárico
,ícido 1-tartárico
-- +o: +o:
-- :~: }-----! Ri.____
e "" e e
/R3 R1 *e R2

-
-o: - o: R2/ 'R4 R3
* R4
ácido dl-tartárico
ácido meso tartárico
mistura de +2o: e -2o:
- +o: -a -
-zero
+
zero
Seja o 1, 3 • dicloro - aleno.
1
Eis algumas propriedades desses ácidos: 1
H.......__ 1
e e=
1
CI / 1
solubilidade poder rotatório 1
Ácidos P.F. densidade : , este não é plano de simetria
em 100g de H2 O específico [o:)° 0
20 e
d 170ºC 1,76 139 g +12° A primeira vista tem-se a impressão de que o plano indicado na fórmula
é de simetria.
l 170ºC 1,76 139 g -12º Utilizando as estruturas de Le Bel e Van't Hoff.
dl 206ºC 1,69 21 g o
meso 140"C 1,67 125 g o
H
Mais uma vez, reparem que no par de enantiomorfos as propriedades físi-
cas e químicas são iguais exceto para os desvios do p.1.p.

8) ISOMERIA ÓPTICA SEM C* ASSIMÉTRICO

Vimos que a atividade óptica é decorrente da assimetria molecular. Tsto


quer dizer que se a molécula não tem nenhum plano de simetria ela é capaz de
tlrsviar o p. l.p.
plano ___
.....__________,
É óbvio, e isto foi provado, que se a molécula tem C*, pode-se assegurar
CI plano
do papel hori7,011tal -
que esta molécula é assiinétríca. Mas existem moléculas sem C* e que não pos-
.~,u•m plano de simetria.
140 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 141

ou os modelos "pau e bola" II) eis - 1, 2 - dicloro - propano

,
1

ela não

}
esta molécula
tem
tem plano de
isômeros
simetria
ópticos

Às vezes a forma trans pode ter plano de simetria.


Você já se convenceu de que esta molécula não tem nenhum plano de si-
III) trans - 1, 3 - dicloro - ciclobutano.
nwlria; então ela é opticamente ativa.
A esta altura dos acontecimentos você aceita que deve existir o seu enan-
tiomorfo e conseqüentemente o racêmico que é a mistura de d e l em propor-
\'1)rs iguais.

Logo, existem 3 isômeros ópticos para o 1, 3 - dicloro - aleno:


1) d
li) /
III) dl

h) NOS COMPOSTOS DE CADEIA CÍCLICA

Os compostos de cadeia aberta contendo carbonos saturados e não assimé- Esta molécula tem plano de simetria - logo não possui isômeros óptícos.
t1·il'o.~ não possuem isômeros ôpticos em virtude da livre rotação dos átomos
qmmdo só possuem simples ligações.
Mas a cadeia cíclica ímpede a livre rotação e poderemos ter muitas vezes 9) SEPARAÇÃO DE MISTURAS RACÊMICAS
m11lfr11las assimétricas.
Existem 3 métodos fundamentais para separação das misturas racêmicas:
Exemplos:
mecânico, biológico e o químico.
1) trans - 1, 2 - dicloro - propano

1 -E
a) PROCESSO MECÂNICO
Este foi o primeiro método que se aplicou para separar os componentes
esta molécula
não tem temos d d e / do ácido tartárico racêmico.
plano de então 1 Aliás foi assim que Pasteur descobriu o ácido 1-lático.
simetria dl
Consiste numa cristalização cuidadosa ( em condições especiais) da mistura
racêmica. Os cristais assim obtidos devem ser diferentes e de tamanho apreciável
para que se possa separá-los por catação.
142 FEL TRE - SETSUO

O processo é muito restrito a apenas algumas misturas dl porque nem sem-


pre os cristais d são diferentes dos cristais l.
l QUÍMICA ORGÂNICA

c) M:ÉTODO QUIMICO
143

Vamos fazer a reação de uma mistura dl com um reagente d 1 (poderia ser l 1 ).


h) PROCESSO BIOLÓGICO Teremos 2 produtos:
Se numa mistura racêmica colocarmos determinadas bactérias, elas poderão
111a,·ar uma das formas preferencialmente.
Pasteur verificou que num frasco vellio de ácido tartárico racêmico que
continha um bolor verde (bactérias), o ácido apresentava-se levógiro. É que as
bactérias haviam atacado o ácido d-tartárico preferencialmente. Os produtos dd 1 e ld 1 não são enantiomorfos, ambos são opticamente ati-
vos. Eles são diastereoisômeros.
As proteínas produzem por hidrólise os compostos denominados de a-amino
Tratando-se de diastereoisômeros possuem pelo menos 2 C* assimétrícos
ácidos que são, geralmente, opticamente ativos. As proteínas são produtos natu-
com rotações diferentes. Por assim serem, as formas dd 1 e ld 1 cristalizam-se de
ruis e geralmente são racêmicas (dl). As bactérias alimentam-se de proteínas e
modos diferentes. Possuem ainda solubilidade e ponto de fusão diferentes. Is-
normalmente têm preferência por uma das formas. Este método foi usado por
to se traduz numa fácil separação. Uma vez separados dd 1 e ld 1 podemos recu-
muíto tempo para verificar se uma proteína era realmente inatíva ou se era uma
perar as fonnas d e l.
forma d-1.
Exemplo:
Pode-se acompanhar o ataque das bactérias examinando a solução num po-
larímctro. A solução que inicialmente é inativa torna-se dextrógira ou levógira Seja o ácido dl-tartárico (racêmicu ).
conforme o ataque das fonnas l ou d, respectivamente. Vamos atacá-lo com a d-estriquinina.
A estriquinina é uma base orgânica.

ácido dl-tartárico + d-estriquinina d-tartarato de d-estriquinina +


.. ts:7--;·~1__~j .. dd1

polarizador + 1-tartarato de d-estriquinina


ld 1

As formas dd1 e ld1 são separáveis por cristalização fracionada.


Muitas vezes, as bactérias, após atacarem uma das formas começa a atacar
o seu antípoda. Se estivermos acompanhando o ataque pelo polarímetro, desco- A seguir, tratando-os com ácido clorídrico, regeneram-se os ácidos d-tar-
briremos quando um dos antípodas já foi totalmente atacado: é quando o a for tárico e 1-tartárico, isoladamente.
máximo.
d-tartarato de d-estriquinina + HCI
Então, nesse momento jogamos um "veneno" na solução para aniquilar
as bactérias. Teremos então um dos isômeros isolado. cloreto de d-estriquinina + ácido d-tartárico
Porém, eis os inconvenientes desse método:
1-tartarato de d-estriquinina + HCl
l) Nem todas as misturas dl têm um dos isômeros preferencial ao ataque
das bactérias. cloreto de d-estriquinina + ácido 1-tartárico
11) Sempre uma das formas (d ou [) é sacrificada.
Esse método é aplicável a quaisquer misturas dl.
l
\

144 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 146

Quando se lê numa tabela que a glicose tem poder rotatório específico


10) PODER ROTATÓRIO ESPECÍFICO ➔ [a]
[a li)OºC = +52º, isto quer dizer que utilizando-se no polarímetro, uma solução
Verificou-se experimentalmente que o ângulo O, de desvio do plano da luz de glicose de:
polarizada (p.l.p.) depende de 5 fatores para determinada substância: a) concentração 1 g/rnl
a) da concentração da substância ➔ c b) espessura 1 dm
b) da espessura da solução ➔ 1 c) luz de sódio raia D
c) da natureza da luz d) solvente água
d) da natureza do solvente e) a 20ºC
e) da temperatura
teremos uma leitura com um desvio horário de 52º.
Normalmente, fixam-se as três últimas variáveis.
Exercício:
luz ➔ utiliza-se a luz de sódio de radiação correspondente à raia D. Qual é o ângulo 0 lido no polarímetro quando se utiliza uma solução de
.w/1.•ente ➔ de preferência utiliza-se água. Caso o composto seja insolúvel glicose de concentração 0,8 g/rnl, com uma espessura de 15 cm e outras variá•
na água pode-se empregar outro solvente (álcool, éter, benzeno, veis na condição padrão?
etc), mas, é preciso indicá-lo.
IC'lllperatura ➔ usualmente é de 20ºC O = [a] • c • /
0 = +52 X 0,8 X L5
Fixadas as três variáveis o ângulo O obedece à fórmula: 0 = +62,4º

O = [od • e • / 11) RACEMIZAÇÃO

Seja o ácido d-lático. Se conseguirmos transformar metade do ãcido d-lâtico


onde e ➔ concentração expressa em g/rnl em ácido 1-lático, teremos uma mistura racêmica opticamente inativa. O processo
➔ espessura da solução expressa em decímetros é chamado racemízaçào,
1a ]➔ poder rotatório específico Quando se aquece o ácido d-tartárico a 165ºC, uma parte de suas moléculas
transforma-se em ácido 1-tartárico, não exatamente 50%. Dizemos que ocorreu
uma racemizaçào parcial.
O [a] é uma constante, característica da substância. :É o ângulo de desvio
do p.1.p. para uma solução padrão. Qual é o mecanismo da racemização?
A solução padrão é: Os ãcidos lático e tartãrico podem sofrer racemizações:

e= 1 g/ml H H H
l =1 dm
H3C - C*
1
...-::::º
e:::::--- e º~ e C*
1 1
e ·,·.,. ~º
e::;;--
luz de sódio raia D 1 'OH HO./ 1 1 'oH
solvente água (ou outro orgânico) OH OH OH
a 20ºC (ácido lático) (ácido tardrirn)
auiMICA ORGÂNICA 147
148 FEL TRE - SETSUO

Já, o ácido atrolático OH 12) INVERSÃO DE WALDEN


nilo é capaz de racemizar-se.
1
- C* - CV
~º Veja um ânion OH- atacando um derivado halogenado.
1 'oH Examinemos as seqüências das reações:
CH 3

/\ explicação é esta: os ácidos lático e tartárico possuem radical -H no


mrhmm assimétrico, enquanto o ácido atrolático não possui.
E, qual é a função desse hldrogênio?
-
Vejamos nos modelos:
(I) antes (II) transição (III) depois

O que estamos presenciando é como abrir um guarda-chuva no meio de


Seja um radical um venta muito forte que, de repente, ela até vira.

(forma d) (cnodiol) '


(forma 1)
Pois bem, o conjunto dos radicais a, b e c na molécula. desenhada sofre
O -H ligado ao C* pode saltar ao oxigénio da carboxila, isto é, uma eno- uma mudança total de posição em relação ao outro radical. Diz-se que o produ-
llza,·ão. Pode ser que o outro hidrogénio (inferior) possa voltar e teremos a for- to possui os radicais a, b, c numa configuração estereoquímica oposta.
ma antípoda. • O fenômeno descrito é chamado inversão de Walden.
Esqur:mar,· .~.,ncnte seria: Exemplo:

H-------..
Quando o ácido clorossuccínico é atacado por rnr do KOH ocorre a in-
versão de Walden.

,,,
, 1
'e* - e:;,-
/20

"oH - '-

/
C* - C/
1 ~o
OH

Resumindo:
(d) (enodiol)
H
(1)

Racemização é a transformação de 50% de um composto


-KOH
+ KCl

no seu antípoda óptico resultando a mistura dl (racêmica).


Somente as moléculas com H no C* podem racemizar-se.
ácido 1-clorossuccínico ácido d-málico
148 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÂNICA 149

Geralmente um composto dextrógiro transforma-se em composto levógiro H H2 H2 Os compostos X e Y são:


e 1•ii',•-vcrsa. No entanto, para ocorrer a inversão de Walden não é necessária a H3C - C - C - C - CH3 a) isômcws planos
11111du11ç11 no .~cntido de rotação, isto é, pode acontecer de um composto d con- 1 b) isômcros espaciais
tinuar ainda d'. CH3 e) não são isô meros
d) nada se pode afirmar
O fenômeno da inversão de Walden será melhor esclarecido no assunto me-
l':111is1110 das reações. Trata-se de uma reação SN2 (bimolecular). 16) Repare os compostos X e Y do teste an-
13)@-cn, • trrior. Agora veja a molécula Z.

EXERCfCIOS E TESTES
OH OH

14) Sejam os compostos A e B representa-


dos pelos modelos de Stuart;
11 l)ual <' a dislinção cntri: a homcria pla- composto Z

~
na l' a isomcrb espacial?
Indique a afirmação falsa:
2 l l)1mis os principais casos de isomcria
a) Y e Z são isômcros planos
plana'! e composto A b) X e Z são isômeros espaciais
.li l)m· se cntcnd~ por mistura alelótropa? e) X, Y e Z possuem a mesma fórmula
molecular e portanto são isômeros
41 l)uantos isônwros planos existem com a entre si.
f',',nnula C6 I! 14 '! d) Y e Z são isôrneros espaciais.
H2
H3C - C - 0 - C - CH3 composto B
!1) ()uantos compostos cídicos com 4 car- li Questões 17 a 20,
Os compostos A e B são
honos na ca,kia cíclica e que seíam isô- o Sejam os seguintes compostos X, Y, Z,
111,•rns planos, existem com a fónnula a) isômeros planos
W e T.
('~ll6C'l2? H2 H b) isômcros espaciais
10) H3C - C - C - OH e e) não são isômeros
I,) l's,Teva as fórmulas planas dos isómeros 1 d) nada se pode afirmar
.fi111<'io11ais do t'fcr de fórmula CH3
15) Sejam os compostos X e Y representa- (X)
H2 dos pelos modelos "pau e bola".
112
C - OH
H3C - O - C - CH3
(éter meti! - ctllico)

@
11) H

71 as fórmulas planas do isômcro


i':st'TL'VLl C2Hs e H
d,• compensação do composto: (Y)

lh H,: OH
ll3C - ( - 0 - C - CH3 composto X

(l'kr dietílico)

<)uc lipo d~ isollwria ocorre entre os se-


@- CH2 - CH2
1
OH
iuintcs t·omp,,sto.~'/
H H2 (Z)
R) 112(' a:, C' - C'll:1 e 12} H3C - C - C - CH3 e
1 1
011 C2H5 composto Y
1110 FEL TRE - SETSUO
OU(MICA ORGÂNICA 151

21) Entre os compostos:


28) 38) HiC =C - CH3
H2 H2 1
H2C - C - C - CH3 e CI
(W} 1 1
C2Hs CH3
H H
H H2 H2 H2 29) 39) H2C - e =e - CH2
H u3c - e - e - e - e - CH3 1 1
1 CI O
CH3
H
Ocorre isomeria de: 40) 11,c - - e - a
30) H Cl
(T) a) cadeia
b) posição_ \~/ 1 1
e) núcleo e/' ···u a - c--012
d) funcional H
e) são iguais

171 Slio isômcros de cadeia:


22) O número total de isômcros planos com
a) Xe Y a fórmula C3HsO é:
h) X e Z
a) 3 d) 6
l')X e T H
b) 4 e) 2
dl Z e T
c) 5
l') toda~ as alternativas anteriores 32) CL

1H) Silo isômcros de núcleo:


11)Xe Y
23) Quais os principais casos de isomeria es-
pacial? ,yO'a 42) pcntcno - 1

43) pcntcno - 2
bl Z e W 24) Que é ioomcria geométrica? a
l') w l' T
,\) X e T Indique os compostos que possuem isô- 44) 2 • meti! - pentcno - 2
d Ye W 25) Que é isomeria B acyeriana? mcros cis-trans.
45) Qual é o nome do composto de fórmula
Nos compostos abaixo, responda se a es- H C4H 8 que possui isômeros cis•trans?

1•11 São isômcros de cadeia e núcleo: trutura é eis ou trans.


33) H2C = C - CH3
46) Qual é a diferença cmrc refração e desvio
11) Ye Z 34) H3C - C =C - CH3 do plano da luz polarizada?
:' _,... O
hl W e Z
26) H,
l') X e Y
'e· H 4 7) Quais os principais métodos (citar apenas)
,1) as alternativas a, b e e e- a de polarização da luz.
l') ap,.-nas as alternativas a e b
li
e 1
H,....-: -,llr 48) Quais são os materiais utilizados para cons-
t•.... ' t~uir o prisma de Nico!?
211) N;io são iSÔllll'ros: 1

27) 11 ;\ ('. : CI H H
ai X,. Z -,,e,, 36) H3C - C = C - CH3 49) Que é substância opticamcnte ativa?
hl X e Y
l') T l' y
li H H 50) Que é carbono assimétrico?
,1) w l' T
e 37) H3C - C - C - CH3
11 / : "Br 1 1 51) Que é substância dextrógera, levógcra e mis-
l') hnlus as alternativas anteriores
1
CH3 CH3- tura racêmica?
112 FEL TRE - SETSUO

~ 2) ()11:111tos isômcros opticamentc ativos e ra- 59) Com a fórmula abaixo:


n•mkos existem com a fórmula H 1-1
H2C - C - C - CH2
H H ,-,;O 1 1 1 1
11,c -· e - e - e::::: OH OH OH OH
1 1 1 H
OH OH OH O número de ísômeros opticarm·ntc ativos
a) 2 d) 16
.UI C'ill• um caso de isomcria Óptica sem car-
b) 4 e) 32
hono assimétrico.
e) 8

~41 !'itar u, 3 principai~ métodos de separação


,k misturas racêmicas. 60) Com as fórmulas abaixo, qual é aquela
que não possui isômcros úpticos?
~~ 1 Vu<' é inversão de Waldcn? a) H c=c=C-H
1 1
~I,) l)uaudo ocorre isomcria cis-trans?
óll {)u.Ln,lo ocorrer uma dupla ligação.
C1 Br Capítulo 4
h) <)uando ocorrer uma cadcía cíclica. H
b) H 2 C - - C - CI
<') ()uando houver radicais difrrcntcs no
ml•smo carbono.

1
1 1
d) (Jm111do ocorrer tripla ligação.
H 2 C - - C - CI
,•) í)uando ocorrer 1 dupla ou cadeia cí- H
dka, ambos com certas restrições quan-

~ 71
tos :rns radicais.

O phino da luz polarizada pode ser desviado


a
1
E
e) ll3C - C - CII3
por: 1
o) uma substância com C* assimétrico OH
h) uma molécula cíclica sem plano de si-
EFEITOS INDUTIVOS (EFEITOS + 1 e -1 )
metria H " s s
,·) uma molécula com duas duplas acumu- d) H 3 C - C - COOH EFEITO MESOMERO (EFEITO M)
ladas e diferentes radicais nos carbonos 1 TIPOS GERAIS DAS REAÇÕES ORGÂNICAS
,la Jupla ligação NH 2 CISÃO OU RUPTURA DAS LIGAÇÕES
d l por um cristal sem plano de simetria CLASSIFICAÇAO DOS REAGENTES
,•) todos o., casos das alkrnativas anteriores
CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ORGÂNICAS /
,H1 ( ·0111 a fórmula abaixo:
EXERCICIOS •

H II ~O
-7- ~ - e "ott 61) A fructosc apresenta poder rotatório es-
pecifico -92°. Uma :mlu(:iio ,!e fructosc
OH NH2 d,· conccntra~ão 0.5 g/cm 3 '-' espessura
de 20 cm produzir:í um desvio, na, con-
O ní1m,·ro de búmc:rns opticamcnk ativos é: dições padrão, de::
al 2 Ú) 6 a) -92° d) -184°
b) 4 e) 12 h) -46° e) + 92°
l"} 8 e) -920°
QUÍMICA ORGÃNICA 155

MECANISMOS DAS Vejamos agora o comportamento do cloro em relação ao carbono:


REACÕES ORGÂNICAS 1
C - CI
1
EFEITOS INDUTIVOS (efeitos +1 5 e -1 5 )
Verifica-se que em relação ao carbono o cloro é ainda elétron-atraente.
Examinemos a molécula de Cl2.

Se o carbono do C - Cl estiver ligado a outros átomos de carbono, a atra-


ção de elétrons provocada pelo cloro irá transmitir-se para o carbono vizinho.

''
~ C _ { na ligação entre átomos de C numa sucessão só de car-
-C 1 e bonos os elétrons são equidistantes de cada carbono.
'
''
Os átomos da ligação são iguais. O par de elétrons da ligação não se des- -C '
::e { Houve um deslocamento do par de elétron da ligação
loca para nenhum dos átomos - temos uma molécula apoiar. C - C por causa do efeito da ligação C - Cl.
''
Examinemos agora a molécula de HCL O doro é mais eletronegativo que
o hidrogênio. Então o par de elétrons da ligação irá deslocar-se para o lado do e -- e ----- c1
doro.
O efeito que a ligação C - Cl produziu na ligação C - C é chamado efeito
indutivo. Segundo a notação de Ingold devemos escrever efeito -Is,
(Is ➔ Porque em inglês quer dizer induction static)
(o sinal - é porque o cloro é um radical eletronegat(vo - atrái elétrons.)
A presença do radical -Cl é que provocou o efeito -t.
Existem duas espécies de radicais em relação ao átomo de carbono.
Em conseqüência disso, a molécula de HCI será polarizada e indicaremos
do seguinte modo: a) Radicais eléfron-atraentes - são aqueles que "atraem" elétrons para si; os elé-
trons da ligação são afastados do átomo de carbono.
ó+ ó-
~ ou H - CI ou H -- CI
e :' e1
{ligação neutra)
Cuidado com a última representação H ---+-- CI. Trata-se de uma lígaçiio co-
valente polarizada com o deslocamento de elétrons para o lado do cloro. Não C : F (F é elétron atraente)
é ligação dativa. ó+ Ó-

Em relação ao átomo de H o cloro é um radical elétron-atraente, pois "pu-


xa" o elétron do hidrogênio.
A ligação C - F está polarizada - a intensidade de polarização depende do
radical elétron-atraente.
FEL TRE ·- SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 157
1111

A seguir apresentamos alguns radicais que produzem efeitos indutivos -Is Quanto maior for o efeito indutivo negativo (-1 5), o ácido soltará o lf mais
facilmente e teremos um ácido mais forte.
nas cadeias carbônicas.
Exemplos:

-F , -CI , -Br , -1
São radicais constituídos de elemen- t;t H
1
H - C - COOH H - C - COOH
-C = CH2 tos eletronegativos ou de cadeias car-
-OH, -C 6 H 5 ,
H bônicas com duplas ligações.
H CI
(A) (B)

t;t CI
CI - C - COOH CI - C - COOH
ci CI
h) Radicais elétron-repelentes - esses radicais "empurram" os elétrons deixando-os (C) (D)
mais próximos do carbono. Eles produzem uma polarização de modo que o
radical fique ligeiramente positivo. O efeito é exatamente contrário daquele do A é o ácido mais fraco.
radical elétron-atraente. D é o ácido mais forte.

e .• e
1
A força o: do ácido ;,.umenta de A para D. a,A < o:8 < ªe < o: 0
:
e: CH3
1
O o: é o grau de dissociação iônica.
b- b+ Por outro lado, quanto maior for o efeito induth,o positivo (+1 5), mais fra-
co será o ácido.

O fenômeno é chamado efeito indutivo positivo ou efeito +fs. Exemplos:


Vejamos alguns radicais que produzem efeito +Is.
H
ÇH3 ~ ~ ~
e COOH H - COOH
H
O > -COO'> H 3 C -Ç- > H 3 C- Ç- > H3C - Ç >H - C - > H-
CH 3 CH 3 H H' (A) (B) (C)

A força do ácido aumenta de A para C , pois o efeito +Is vai diminuindo.


Quanto mais átomos de C e H (em simples ligações) tiver o radical, este
será mais elétron repelente.
Uma conseqüência muito interessante nota-se na carboxila de um ácido or- Resumindo:
gânico:
a) Quanto mais elementos eletronegativos tiver o radical, mais forte será o

e ,.-:: o
efeito -1 8 .
R 1/ - COOH b) Quanto mais C e H (em simples ligação) tiver um radical, mais forte
'OH será o seu efeito +l 5 •
ácido carboxílico carboxila
c) Nos ácidos carboxilicos, quanto maior for o efeito -Is produzido pelo
O H da carboxila é mais facilmente ou dificilmente ionizável conforme os radical ligado à carboxila, mais forte será o ácido; quanto maior o efeito
efeitos -ls ou +l 5 produzidos pelos radicais ligados à carboxila. +15 , mais fraco será o ácido.
QUÍMICA ORGÂNICA 159
111 FEL TRE - SETSUO

A estrutura híbrida é representada assinalando as cargas parciais em cada


EFEITO MESÔMERO (efeito M) átomo:

Em primeiro lugar vamos recordar o que é ressonância.


Vamos examinar o radical carbonila:

Façamos a seguinte analogia para se entender o que é um híbrido:


e ;;; o ou
1 •• •• Examine um painel colorido que é uma grande ampliação de uma fotogrnfia, usado
em anúncios de propaganda. Nesse painel examine a cor verde. Você verá que a cor verde
é constituída de diversos pontinhm de cores azul e amarelo, um perto do outro. Dizemos
O átomo de oxjgênio é mais eletronegativo que o carbono. O oxigénio po- então, que o verde é o híbrido do amarelo e azul. Aquela região que você examinou no
dm\ atrair a par de elétrons da ligação 1T e teremos: painel não é nem amarelo nem azul, mas é verde.

,,-
-
A polarização da carbonilâ foi provocada pelo fenômeno da ressonância.
>(X
© 0
•• e no •• •• e XX o •• - e-o Quando a carboni/a está ligada a outros átomos, ela poderá transmitir essa pola-
•• •• •• •• 1 rização. Este fenômeno é chamado efeito mesômero.
Um caso muito interessante é quando a carbonila está ligado a um radical
etilênico de forma que as duplas fiquem conjugadas.
Com o deslocamento do par de elétrons aparece uma carga positiva no car-
ho110 e uma carga negativa no oxigênio. Exemplo:

Para o radical carbonila existem duas estruturas. Qual _delas é a. que real- e e C=O
mente deve ser aceita? 1 1 1
A resposta é a seguinte: Não podemos aceitar nenhuma delas isoladamente 8+ ó-
a estrutura real é intermediária - ou. seja, um híbrido das duas estruturas Lembremos que a carbonila é polarizada - C = O.
d~ri~~ ' 1
l Indicando em forma eletrônica temos:
As estruturas são denominadas formas canônicas da carbonila e mais pre-
cisamente, devemos indicar a carbonila assim:

•• ••
® G
C=O C-0 •• ••
l l
Por causa da ressonância entre € e O, o € fica positivamente polarizado.
Cuidado! a dupla seta +-+ não está dizendo que uma forma transforma-se
noutra e vice-versa. A ressonância é muito diferente da tautomeria onde uma O € atrái elétrons do € para formar a liação ir € = €; por sua vez € repõe os
estrutura transforma-se noutra e více-versa. elétrons tirando-os da ligação 'Ir que está entre€ e€. No final o€ é quem fica.
positivamente carregado.
A dupla seta indica que a estrutura real é uma só, é que não foi poss(vel
representá-la, mas que é intermediária das duas estruturas teoricamente repre- e
sentadas. • )(X :ltX
© l 0
O comportamento real da carbonila corresponde a um estado intermediário : e .. e ~: e •· o: ou e e C-0
entre as duas estruturas; a carbonita é um radical parcialmente ionizado. •• •• •• 1 1
160 FEL TRE - SHSUO QUÍMICA ORGÂNICA 161

Resumindo: As formas canônicas são: Exemplos de reação de adição:


© 0
e e e O· e e C-0
1 1 1 1 1 1

A estrutura compatível com a prática é aquela intermediária, ou seja, a


hlbrida dessas estruturas. Podemos indicar assim
. . ÇN
__,......,....._ H 3 C -Ç -OH
H

Pois aí estamos vendo nitidamente o efeito mesômero. Por causa da resso- As reações de substituição são aquelas onde determinado radical da molé-
nância na carbonila, esta conseguiu polarizar fortemente o carbono 3. cula é substituído por outro radical do reagente.
Enquanto a simples ligação polar é capaz de produzir o efeito indutivo; a
ressonância produz o efeito mesômero que acentuadamente é notado nos siste- Exemplos de reação de substituição:
mas de duplas conjugadas.
Outros radicais que apresentam ressonância e é capaz de produzir efeítos
mcsômeros são:
------ H-Cl
ó+ ó- ,5+ ~ó-
e ccfN - R - N = 0
1

Na química orgânica os casos mais importantes de efeito M são estudados


quando esses radicais ressonantes estão ligados ao núcleo benzênico. Isto será
visto no capítulo dos compostos aromáticos.
As reações de eliminação são aquelas onde a molécula apenas perde alguns
átomos.

Exemplos de reações de eliminação:


TIPOS GERAIS DAS REAÇÕES ORGANICAS
Hl H ~ J;I
Do ponto de vista de ganho ou perda de átomos, as reações orgânicas po- ·.1

dem ser:
H-C,...C-H + Zn(pó) --..- ZnCl 2 + H - C = C - H·
:êt1~ :ê},
"L .. ·~- ,,.'

a) Adição
b) Substituição
e) Eliminação

As reações de adição são aquelas onde ocoliem aumento do número de


átomos na molécula pela assimilação completa do reagente. j
182 FEL TRE - SETSUO OUíMICA ORGÂNICA 163

CISÃO OU RUPTURA DAS LIGAÇÕES CLASSIFICAÇÃO DOS REAGENTES

Uma ligação covalente é constituída por um par de elétrons. Esses elétrons, Os reagentes que se combinam com os compostos orgânicos podem ser clas-
durante a cisão, têm destinos diferentes conforme os elementos que se ligam e sificados em eletrófilos e nuc/eófilos conforme o radical utilize os elétrons ou
conforme a natureza de agentes como calor, luz, etc. Existem 2 tipos de ruptu- forneça elétrons para o reagente orgânico.
ras: a homolítica e a heterolítica.
a) Reagente eletrófilo (E)
a) Cisão homolítica ou homólise
Existem reagentes que apresentam um déficit de elétrons. Um reagente des-
Uma molécula pode romper-se de modo que os elétrons da ligação sejam se tipo liga-se ao átomo que é capaz de oferecer-lhe elétrons. O reagente que pro-
repartidos de modo igual para os radícais resultantes. Temos uma cisão homolítica: cura elétrons é chamado reagente eletrófi/o (amigo de elétrons).
Exemplos:
Exemplos:
--~--
- 0'/; '',,,,,

- + •H
H-C-c-H
H
1
H
substrato
1
+ ff+
'---v----1
reagente
eletrófilo íon carbónio
Os produtos das cisões homolíticas são denominados radicais livres.
Os radicais livres têm carga elétrica zero e isto resulta numa vida muito , CI
curta - são instáveis e portanto, muíto reativos.
@- êi :..---+'',~ÃÍ:
•. .. Cl - -
&._-i
b) Cisão heterolítica ou heterólise substrato reagente
eletrófilo
O p<1,r de ligação onde se efetua a ruptura pode ficar apenas para um dos
radicais - temos então uma cisão heterolítica. O composto orgânico que recebe o radical é chamado substrato e indica-
remos por S.
Exemplos: O reagente eletrófilo é representado por E, sendo ele um cátion ou uma
molécula com disponibilidade de aceitar elétrons.
'' Quando um reagente eletró[ilo combina-se com um substrato (composto
Br i: Br
orgânico), teremos a reação eletró[ila.
'
A equação geral de uma reação eletrófila é:

s: +
---
substrato
E
reagente
eletrófilo
S: E

Nas cisões heterolíticas surgem cátions e ânions.


Esses íons formados podem ser estáveis (como o Br-); por outro lado po- Segundo o conceito de Lewis, o reagente eletrófilo E é um ácido enquan•
dem ser muito instávies como o Bl e aí teremos um radical de grande reatividade. to o substrato é uma base.
---------------·----········.

184 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 165

b) Reagente nucleófilo (:Nu) 11) Adição nucleófila - quando o reagente orgânico (substrato) adiciona na
Ao contrário do reagente eletrófilo, o reagente- nucleófilo (Nu) possui um primeira etapa um reagente nucleófilo.
par de e1étrons disponível para efetuar uma ligação. Est~ reagente oferecerá o III) Adição por radical livre - quando a primeira etapa da reação do substra·
par de elétrons a um núcleo de um átomo razão pela qual ele é chamado rea- to é realizada pela ação de um radical livre
gente nucleófilo (amigo do núcleo). (elétron não emparelhado).
Exemplos:
b) Reações de substituição
H CI Utiliza-se ~ mesmo critério que vimos para as reações de adição. A classi-
1 ••
H-C-C-H ficação de uma \reação de substituição vai depender exclusivamente da prímeífa
1 1 etapa da reação.
H H
substrato reagente Teremos então: I) Substituição eletrófila
nucleófilo
II) Substituição nucleófila (SN 1 e SN 2)
III) Substituição por radical livre
Dentre os casos das substituições temos na substituição nucleófila os se-
guintes subcasos:
- Substituição nucleófila monomolecular - SN 1 - quando a velocidade da
reação de substituição só depende da concentração de um dos reagentes.
O reagente nucleófilo é uma base de Lewis enquanto que, agora, o substrato - Substituição nucleófila bimolecular - SN2 - quando a velocidade da rea-
é o ácido de Lewis. ção depende das concentrações de ambos os reagentes.
Quando um reagente nucleófilo combina-se com um substrato (composto
orgânico) temos uma reação nucleófila. Estes casos serão exemplificados adiante.
A equação geral é:
e) Reações de eliminação

se + :Nu - S: Nu Nas reações de eliminação temos dois casos:


-.,i.., -.,-,
substrato reagente
nucle6filo I) Eliminação monomolecular - E 1 - a velocidade da reação só depende da
concentração de uma substância.
II) Eliminação ,bimolecular - E2 - a velocidade da reação de eliminação de-
CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ORGÃNICAS pende das concentrações de duas substâncias.

a) Reações de adição A seguir vejamos os exemplos dos principais casos de reações orgânicas:

Quando a reação orgânica efetua-se em diversas etapas é a primeira etapa I - ADIÇÃO ELETRÕFILA ,
da reação que vai classificar essa reação. •
Vamos exemplificar a adição eletrófila com a reação de adição nos alcenos.
As reações de adição podem ser:
A reação de adição nos alcenos se dá em duas etapas:
l) Adição eletrófila - quando o composto orgânico (substrato) adiciona na a) adição eletrófila
primeira etapa um reagente eletrófilo. b) adição nucleófila
168 FEL TRE - SETSUO OUíMICA ORGÃ.NICA 167

Na primeira etapa, o reagente é eletrófilo; portanto diz-se que a reação de


adição nos a/cenas é uma reação eletrófila. II) ADIÇÃO NUCLEÓFILA

Seja a reação do etileno com Br2 . Ilustraremos a adição nucleófila p6m a reação de adição nos aldeídos ou
cetonas, também denominados compostos carbonílicos.
- o Br2 sofre uma cisão heterolítica:
A reação de adição nos compostos carbom1icos (que tem radical - C = O)
se dá em duas etapas: 1

1~ etapa: adição nucleófila


- em seguida o etileno é atacado pelo cátion Br+: 21/- etapa: adição eletrófila
H
1 •• + ~ (!) O que caracteriza uma reação, é o reagente da li/- etapa quando ataca o
H- C~~ - H + ~ Br: H-C-C-H substrato (composto orgânico).
: 1
H
L •.,•
reagente Br H Vamos exemplificar a reação da acetona com H - C = N.
eletrófilo
a) o HCN dissocia-se por heterólise:
- em seguida o íon carbônio reage com Br-:
'
... H!:C=N
1
- H+ + :e= N-
H (!) H : Br:
1 uu •• 1 ••
b) O radícal nucleófilo :cN" ataca a acetona:
H-C-C-H + : Br: H-C-C-H
1
Br H
1
~
reagente
nucleófilo
1
Br
1
H
CN
••••
[ H3C-c-o:
1 ••
0]
Estereoquimicamente, nesta reação, observa-se que o íon Br- ataca o íon CH 3
carbônio pela posição trans em relação ao outro Br, do carbono vizinho.
e) O ânion obtido adiciona o tt•

CN CN
1 ••
H3 C - C - O: H
1 ••
CH3

A reação é análoga para os aldeídos + HCN. Basta substituir um radical


-CH 3 por -H.

III) SUBSTITUIÇÃO ELETRÓFILA

O exemplo que tomaremos será a reação de substituição nos compostos


aromáticos por ataque eletrofílico e que· se realiza com as seguintes etapas:
a) adição eletrófila
(estrutura trans) b) eliminação
168 FEL TRE - SETSUO 169
QUÍMICA ORGÂNICA

Como a primeira fase da reação é eletrófila, a reação é denominada substi- O mecanismo é o seguinte:
tuição eletrófila.
a) inicialmente O OH- efetua uma adição nucleófila formando um complexo in•
Examinemos a reação do benzeno com Br 2 em presença de FeBr 3 .
termediário:
a) inicialmente o Br 2 é atacado pelo catalisador libertando cátion Br '.
+ Off
Br, + + Br•

aumentando-se a concentração de OH- ou de H3C - Br, há au~entar a velo-


cidade da reação pois, maior será a probabilidade do íon OH encontrar o
b) em seguida o Bt ataca o benzeno. derivado halogenado.
b) em seguida o complexo formado perde o íon Br-.

- +
íon carbônio [ HO \ ~ 8']. - RO - CH,

e) o íon carbônio elimina H' e regenera-se a dupla ligação.


Aspecto estereoquímico da reação SN2
~H Vejamos a estrutura do H3 C - Br: é tetraédrica.
+
~Br

Os detalhes dessa reação serão estudados no capítulo dos compostos aro-


máticos. H
\_
IV) SUBSTITUIÇÕES NUCLEÓFILAS (SNl e SN2) H---C-Br

Examinemos a seguinte reação de substituição.

derivado
halogenado base
+ cr '
H

O a taque do OH- é feito pelo lado oposto do Br - forma-se o. õcomposto


d H
intermediário e depois sai O Br- invertendo-se espacialment,..e as postç es o •

O Off é um reagente nucleófilo.


Verifica-se experimentalmente que a velocidade da reação depende das con-
centrações do derivado halogenado e dos lons O/-F. Trata-se de uma reação de
segunda ordem e a reação é denominada reação de substituição nucleófila bimo-
lecular - SN 2.
170 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 171

Quando existe urna reação lenta e outra rápida numa seqüência de reações,
é a reação lenta que comanda a velocidade do processo.
H H H
/
\
H---C~-Br

H
j
-- C -- -Br

H
./✓ \.

H
- HO~-C---H
/
"-H
A ~ B rápida., C

A transformação de A ➔ C é comandada pela reação A ➔ B. É como au-


tomóveis trafegando em dois trajetos: de A ➔ B e de B ➔ C. Se há congestio-
~~- namento de A ➔ B; o fluxo de A ➔ B é que comanda o tráfego de A ➔ C.

Portanto, a velocidade de transformação do brometo de terc-butila em Jerc•


butano! é controlada apenas pela ionização do brometo de terc-butila. Trata-se
de uma reação de primeira ordem, pois só vai depender da concentração do bro-
O deslocamento dos átomos de H se assemelha a virar um guarda-chuva
no avesso_. diante de um vento muito forte. meto de terc-butila.
Se o C fosse assimétrico teríamos a Inversão de Walden.

Reação SNI O estudo estereoquímico é o seguinte:

Examinemos agora a reação do brometo de terc-butila com Off. a) O brometo de terc-butila ioniza-se produzindo o íon carbõnio terc-butil com
as valências do carbono terciário na disposição coplanar:
ÇH3
+ Off ----- H3 C - Ç- OH +
CH 3

. A reação é do tipo nucleófilo. No entanto, agora, a velocidade da reação


so depende_ da concentração do brometo de terc-butila. A reação é de primeira
ordem e foi denominada substituição nucleófila monomolecular _ SN 1.
Pode-se variar a concentração do OH- que não irá mudar a velocidade da
reação. +
A explicação é a seguinte:
A reação é realizada em duas etapas:

a) ionização do brometo de terc-butila que é urna reação lenta;

ÇH3
H3C - Ç- Br +
CH3

b) associação do íon carbónio com Off que é uma reação rápida: CH,
\
CH __ c--sr
ÇH3 ,,
+ Olf H3C - Ç- OH
CH 3
CH 3
172
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 173

b) O íon carbônio associa-se ao íon Off, isto pode ser feito por qualquer um Diante disso a ionização do brometo de terc-butila é muito fácil enquanto
dos lados como indica a figura. Resultam duas estruturas que no caso são que será muito dificil a ionização do brometo de meti/a, já que este último ra-
iguais.
dical é muito instável.
O brometo de metila prefere formar um complexo intermediário com o
Off dando reação SN2. Além disso, para o brometo de terc-butila é quase im-
possível a formação do complexo intermediário pois o "volume" dos três CH3
impede a aproximação do Off.
Daí se pode entender que o brometo de etila dá reação SN 2 e o brometo
ou de isopropila já prefere a reação SN 1.

I;I
+ Off H3 C - ~ - OH + Br-
H

As valências do carbono terciário "esquivam-se" para o sentido oposto da


associação.
Se o carbono terciário fosse assimétrico teríamos duas estruturas diferentes:
d e Q e o produto da reação seria um racêmico.
Finalmente vem a pergunta: Por que o brometo de meti/a dá reação SN2,
V) SUBSTITUIÇÃO POR RADICAL LIVRE
enquanto o brometo de terc-buti/a produz reação SNJ?
O exemplo que podemos ilustrar é a substituição do H por um halogênio,
num alcano.
Vejamos a reação do metano com o cloro.

Jq etapa: Homólise do Cl 2 •
A explicação é esta:
luz
Cl+ CI
O radical CH 3 - tem efeito +Is mais acentuado que o radical -H. Quanto
maior o efeito + 18 no carbono central {indicado na figura), maior é a estabilidade
do íon carbônio. 2{! etapa: Reação do radical livre com o metano.
- - - - - - - - - -- -- -- --1

I;I ''
Então: + -- H-C•
tt
+ H .. c, l'

H
radical livre
t orgânico
H --+- C©
t"'-- carbono
central
Jq etapa: Reação do cloro com o radical livre orgànico.

este Íon é
H

menos está'1el
este íon é
mais estável
H - C•
11
H
1
+ Cl + Cl - H-
~
Ç.. Cl
H
+
;----, 1
i•Cl:----'
~-- __ .}
174 FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 175

Este último •Cl torna a entrar como reagente da 2~ etapa, atacando a mo- ÇH3 ÇH3
lécula de metano; por isso a reação é em cadeia. Somando as equações da 2~ H3 C - Ç - OH H20 + H2C =Ç
e 3~ etapas temos: CH3 CH 3

CH4

lj/4•
+

+
-~
Cl 2
--
---
lj{t•
H3C - Cl
+ BCI

+
As sucessivas etapas são:
Jq. etapa: ataque eletrófilo do tt• ao álcool.
-~
H H CH3 CH1
1 •••

1
1

H-C-H + Cl 2 ---1lll_ H - C· Cl + HC! H3 e


1
- e1 - ••
o: H
••
+ H0 H3C - C - o:H
H H CH3 "'·-------··
_, 1
CH3 H
••

©
Na prática, é preciso manter a luz porque também ocorre associações do íon oxônio
tipo
2(! etapa: eliminação da H 2 O e formação do íon carbônio.
+ -- Cl2
CH3
Como o primeiro ataque ao metano é feito por radical livre, temos uma 1

reação de substituição por radicais livres.


H3 C - C 0 +
1
CH 3
cá tio n terc-bu til

VI) REAÇÕES DE ELIMINAÇÃO

Uma reação de eliminação muito importante é aquela da formação de uma 3~ etapa: saída do próton e formação da dupla ligação:
dupla ligação pela retirada de radicais de éarbonos vizinhos.
H CH3 H . . . ._ __.,.CH 3
1 1
X y H - i,,.,- C - CH 3 C=C
1 1
R-C-C-R H/ -....._CH 3
1 1
+ "H'' +
R R cátion terc-butil

O mecanismo da reação de eliminação pode ser: A reação lenta é a 2<! etapa ou seja, a formação do íon carbônio. A velo-
a) mecanismo E 1 - quando a reação é monomolecular. cidade da reação vai só depender da concentração inicial do álcool - é uma rea-
ção de primeira ordem.
b) mecanismo E 2 - quando a reação é bimolecular.

b) Mecanismo E2

a) Mecanismo E1 Vejamos agora a eliminação do H e do Br no brometo de isopropila, uti-


lizando-se uma base muito forte.
O mecanismo E 1 tem certa semelhança com a reação SN 1. Forma-se um
IÍm carbônio e a réação só depende da concentração de apenas um reagente. CH3 CH3
1 ,-·. 1
Exemplifiquemos a reação de desidratação do terc-butanol catalisada por H2 C - C :'- Br + Off + H2 C = C + Br
um ácido. (l': * •.. __ H
1
178 FEL TRE - SETSUO aufMICA ORGÂNICA 177

/f! etapa: Inicialmente o Off faz um ataque nucleófz1o no H oposto ao Br.


Forma-se um composto intermediário, semelhante à reação SN2. Tan- EXERCfCIOS E TESTES
to o H atacado como o Br do composto intermediário, ficarão "mais
soltos" do carbono, porque o H empurra o elétron. Esse ''empurrão"
transmite-se de um carbono para o outro e permitirá o Br atrair mais l) Qual das ligações abaixo produzirá efeito 6) Seja o íon carbônio
os elétrons. -1 5 mais acentuado? H2C - e®
l
••)l:)C-F d) e Cl H2
I ',
0 ;• b) C - CI e) e- e atacado por CC
HO:H H
' ~I /
I e) C - Br
A reação é de _ _ _ _ _ _ _ _ e o
H<c--c,......,.H 2) Qual dos radicais abaixo produzirá efeito
íon cr ataca o íon carbônio pela posi-
ção _ _ _ _ _ _ _ _ em relação ao
j /\r1- +Is mais acentuado?
outro cloro do íon carbônio.
H elétron atraído a) - H
pelo Br a) adição elctrófila e eis
b) CH3 )l adição elctrófila e trans
l'! etapa: Com o deslocamento de elétrons aparecem cargas parciais ó+ no hi- e) - 1 e) adição nucleófila C' eis
drogênio e ó- no bromo.
d) - F d) adição nucleófila e trans
Em seguida ocorrem as eliminações: e} por radical livre e trans
)i - CH2 - CH3
7) Escrever a reação do propeno
3) tJma ligação ressonante produzirá funda-
H H mentalmcn te: H
\ / a) efeito indutivo +Is
(H2C =C - CH3)
+ e e b) efeito indutivo -1 5
com H4 •
/ \ Classifique o tipo de reação.
H H '.>;í efeito mesômero
8) Escreva a reação da acetona
d) efeito eletrômero
Vimos na reação SN2 que quando se forma um composto intermediário e) efeito iónico
a velocidade da reação depende das concentrações de ambos os reagentes.
4) Onde o efeito mesômero é mais atuante?
Nesta eliminação a velocidade da reação vai depender da concentração do com ácido cianídrico. Explique porque
a) em duplas simples essa reação é nucleófila.
Olr e do brometo de isopropila, ou seja, durante a formação do complexo. b) em duplas acumuladas
A eliminação de Br e HOH na 2ll: etapa é uma reação rápida. )1 cm duplas conjugadas 9) Que é a reação de substituição nucleó-
d) em triplas ligações fíla SNl?
O esquema geral da reação de eliminação E2 no exemplo dado é:
e) em elementos muito eletronegativos
10) Em que tipo de reação ocorre a inversão
5) A reação de Walden?
H Ni
C2H2 + H2 11} Como é iniciada a reação de eliminação
' '' lS0ºC num derivado halogenado diante de OH-
+ Br- + e é de: para produzir um alceno?

H
'
Os reagentes nucleófilos (OH-J são aqueles capazes de produzir uma elimi-
)i?_
b)
e)
d)
adição
substituição
eliminação
superposição
a)
b)
e)
d)
adição eletrófila
adição nucleófila
substituição detrófila
substituição nucleófila
nação bimolecular E2 • e) hiperconjugação e) substituição por radical livre.
..

DEFINIÇÃO
São hidrocarbonetos. alifáticos e saturados.
Exemplos:

H H H
1 1 1
H-C-C-C-H
1 1 1
H H H
Capítulo 5
São também denominados hidrocarbonetos parafínícos que significa peque-
na afinidade de reação.

ALCANOS A fórmula geral dos alcanos é CnH2n+2·


Imagine um alcano de cadeia normal. Os carbonos da extremidade são -CH 3 •
Os carbonos internos são do tipo - CH2 -.
DEFINIÇÃO
NOMENCLATURA
ISOMERIA .
PREPARAÇÃO
alcano
PROPRIEDADES OUIMICAS
ESTEREOOUIMICA DOS ALCANOS
Suponhamos a existência de n átomos de carbono.
PROPRIEDADES FISICAS
EMPREGOS Cada carbono tem 2 átomos de H. Apenas os carbonos das extremidades
Metano tem 1 átomo a mais de H.
Petróleo Com n átomos de C teremos 2n átomos de H + 2H dos carbonos da ex-
EXERCll::10S
tremidade. Então a fórmula será CnH2n+2·
Agora imaginemos uma cadeia ramificada. Esta terá diversos C do tipo CH 3 •

H
~ H3 e
H2
- e- e- e- e
H2 H2
CH3
' 1

~
CH 2
1
CH3
-. - -, /::

180
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 181

No entanto, esta cadeia pode ser suposta, derivada de uma cadeia nonnal,
C4H10 butano
pela permutação do átomo de H (da região da ramificação) pelo radical que aí
se prende. A cadeia do exemplo anterior pocle ser suposta derivada do seguinte CsH12 pentano
modo: hexano
C6H14
,,/'"(',
C1H16 heptano

CsH1s octano

C9H20 nonano

C10H2:2 decano
_____ ,.....,-

C11H24 undecano
(Este composto tem fórmula CnH2n+2)
1 '
A permutação não aumentou e nem diminuiu átomos de H. Logo, mesmo
para as cadeias r~illcadas a fórmula será CnH2n+2•
eicosano

NOMENCLATURA Para as cadeias ramificadas a nomenclatura obedece a regra instituída pela


IUPAC (lntemationa1 Union of Pure and Applied Chemistry).
Os alcanos de 1, 2, 3 e 4 carbonos têm nomes especiais.
A regra para a nomenclatura dos a1canos é:
H H H H H H I) Reconhecer a cadeia principal - é aquela mais longa.
i 1 1 1 1 j 2) A numeração da cadeia deve ser de modo a aparecer os menores núme-
H-C-H H-C-C-H H-C-C C-H ros possíveis. Geralmente inicia-se da extremidade mais próxima de um
1 1 1 1 1 r dos radicais.
H H H H H H 3) Os nomes dos radicais devem ser colocados respeitando-se a ordem de
metano etano propano complexidade ou a ordem alfabética.

H H H H 4) Cada radical terá um número que estará indicando a posição do mesmo


na cadeia principal.
1 1 r r
H-C-C-C-C-H
1) Vejamos o reconhecimento da cadeia principal.
l l I l
H H H H Exemplos:
r.---,
n-butano 1
1
e:·I
1
1 1 '1
A partir de cinco átomos teremos os prefixos gregos penta, hexa, hepta, etc. : e:
r-------------------7 : 1 ~--------,
mal.
Para os compostos de cadeia normal teremos o prefixo n que significa nor-
:e-e-e-e-e:
L----------1· _________
e
J
c--lc--c-CLC
L-----i--7 1 : l
1

metano e 1ic:1
: ,! 'i
etano
i·C l
L.2-.J
propano
A principal tem 5 átomos. A principal tem 7 átomos.
112 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 183

2) Vejamos agora a numeração da -cadeia. Teremos então:


Exemplos:
- sentido correto (menores números)

e-e-€-e-e r------ - - - - - - - - - - - - - - - - - . - .~
1 €~€-.€-"--€-e.:_e~e:
1 L --- - --·:,;:.K: ,,::.:-i-:.:: -·-- --- - _____ J
e e e
(meti]) 1
Evidentemente só iremos utilizar números dos carbonos que possui radicais. e
Da esquerda para a direita teremos na posição do radical o carbono 4; da (etil)
direita para a esquerda temos o carbono 2; então prefere-se a última numeração
3-metil - 4-etil - heptano (obedecendo a complexidade dos radicais)
e ou
1
C-C-C-C-C 4-etil - 3-metil- heptano (obedecendo a ordem alfabética)
1
e Para o nosso curso vamos colocar os nomes dos radicais obedecendo a com-
1 plexidade dos mesmos. Os radicais mais simples (com menos C) são colocados
e antes, devidamente precedidos de números que indicam sua posição na cadeia
principal.
A cadeia principal tem 6 átomos de carbono. Eis outros exemplos:
Neste caso ainda a numeração é da direita para a esquerda, obedecendo-se
a regra dos menores números. •
H H2
H3C - C - C CH3
e
--!-------,
r·. - ...--- ... - -
1
c+:s:,~·e·~·€·-. e· CH3
i : F--.:. ____:.. ___.:._J
:i-. :'.
['.:,,::J
: • .l : •l
{r teremos radicais em 2 e 4 (correto)
~ teremos radicais em 3 e 5 (errado)
2-metil - butano
ou
(
neste caso não há necessidade de numerar o radical,)
pois aquela é a única posição que ele pode ocupar.

•·E'
L..:'.:._.:.l r metil - butano

H2 H H H2
Vamos então à nomenclatura real: H3 e - e- e- e- e- CH3
1 1
H2 H H H2 CH 3 CH2
H3 e - e- e- e- e 1
1 1 CH 3
CH 3 CHi
1 3-metil - 4-etil - hexano
CH 3 (fambém poderíamos numerar da diieita para a esquerda.)
184 FEL TRE - SETSUO. QUÍMICA ORGÂNICA 185

H2 H2 H H A isomeria aparece com o butano que é isômero de metil - propano.


e - e - e - e - cH3
1 1
CH2 CH3
1

CH 3

2, 7-dimetil - 3-etil - octano sentido correto

isômeros de cadeia
O sentido correto é da direita para a esquerda, pois teremos os números
2, 3 e 7. Com o pentano temos 3 isõmeros.
Se fosse contrária, a numeração seria 2. 6 e 7 onde, a soma desses nú-
meros é maior que no primeiro caso.
H2 H2 H2
Quando aparece um radical repetidas vezes colocamos prefixos di, tri, etc. H3C - C - C - C CH3 n-pentano

CH3 H H2
1 H H2 H3C - C - C CH3 meti! - butano
H3 e - e- e- e- CH3 1
1 1 CH 3
CH 3 CH 3
isômeros
2,2,3.-trímetil - pentano CH 3
de cadeia
1
Observação: H3C - C - CH3 dimetil - propano
Uma nomenclatura não oficial, porém muito difundida é aquela que con- 1
sidera o alcano derivado do metano. CH3
No caso anterior o nome seria:
Já com o hexano aparecem isômeros de posição. Escreva as estruturas pos-
síveis e veja que temos
CH3
,-k H
n-hexano
H3c -{e)- e trimeti! - sec-butíl - metano.
'-,~- 1 2-metil - pentano
isômeros de
CH3 CH 3 3-metil - pentano cadeia e
de posição
2,2- dimetil - butano
ISOMERIA 2,3 -dimetil - butano

Dentro da isomeria plana os alcanos apresentam isomeria de posição e de


cadeia. A isomeria óptica também pode ocorrer, desde que haja carbono assimétrico.
Um alcano só pode ser isômero de outro alcano, pois com a fórmula A molécula mais simples com carbono assimétrico é aquela que tem os ra-
CnH2n+2 a cadeia deve ser sempre aberta e saturada. O fechamento da cadeia dicais:
implica na diminuição de 2 átomos de hidrogênio. H e
188 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 187

Repare que os radicais devem H Com a agitação térmica o composto desprende-se do catalisador e forma-
~cr diferentes para que o carbono Hi I H2 H2 se o alcano.
seja assimétríco. H3C - e - e*- e - e - CH3
1
CH3 2) REDUÇÃO DE ÁLCOOIS - (método de Berthelot)
3-metil - hexano
Os álcoois quando atacados por HI concentrado e quente transformam-se
em alcanos.

H H
PREPARAÇÃO DOS ALCANOS
1

- e +o - +H
1

Existem diversos métodos de preparação dos alcanos. H, e H + I H3 C - C - I + H2 0


1 ' 1
Vamos examinar 3 casos:
H H
I) mantendo o número de C na cadeia.
II) aumentando o número de C na cadeia.
H
III) diminuindo o número de C na cadeia.
+H
1

H3 C - C _l l + 1
!) São os seguintes, os principais métodos de preparação de alcanos manten- 1 '
etano
do o número de C na cadeia. H

1) MÉTODO DE SABATIER-SENDERENS 3) A PARTIR DOS COMPOSTOS DE GRIGNARD

Efetua-se a hidrogenação catalítica de hidrocarbonetos insaturados. Os compostos de Grignard tratados com um ácido (ff') ou. água produzem
alcanos, desde que o radical seja saturado e alifático.
Ni
150°C
(etano) H H
1 1 i!
O catalisador pode ser Pt ou Pd que são mais eficientes, porém mais caros. H - e -(MgBr + H+ - - - H - C - H + Mg•• + Br- 111

Tanto o hidrogénio como o alceno são adsorvidos pelo catalisador finamen- 1 1 1

te dividido (para ter maior superfície de contacto). Algumas moléculàs de H2 H H


ficam com as ligações rompidas tomando-se átomos de H. Em geral, a adsorção brometo de meti! magnésio
enfraquece a ligação H - H.
Então forma-se intermediariamente um composto que é uma associação do Trata-se de um mecanismo de substituição eletrôjtla.
etileno (com a ligação ir enfraquecida) e do H2 (com a ligação enfraquecida). Examinando a estrutura eletrônica:
: 1

H-C-C
H·---·-f

1 1
H
~-
Mr-.
CH 3

+ H+ H
H
1
C-H
1
+ Mg++ + Br-

H H li Br H
:1
188 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÂNICA 189

A síntese de Wurtz é boa para obtenção de alcanos com número par de car-
li) Vejamos agora os métodos que produzem aumento de carbonos na cadeia. bonos.
Se fizennos a reação de 2 derivados halogenados diferentes com sódio me-
4) SINTESE DE WURTZ / 1 \_ ' tálico, teremos uma mistura de 3 alcanos.
Seja a reação:
Trata-se da reação de um derivado halogenado conveniente (alifático e sa- H2
turado) com sódio metálico. H3 C -- I + H3 C - C - I + Na -

O que realmente acontece é que existem muitas e muitas moléculas de cada


composto. Então existem 3 modos diferentes de associações:
cloreto de etila

etano
A reação processa-se entre duas moléctllas do derivado halogenado com 2
átomos de sódio. ,. -~ H2 Hz
H3 C +L. I + 2 Na + I _-i-- C - CH 3
_1
- 2 Na! + H3 C - C - CH3
propano
H2 H2 H2 H2
H3 C - C l '--
l + 2Na + i"-+-
_.J
C - CH 3 2NaI + H3 C - C - C - CH3
butano
H2 butano

O processo consiste na eliminação do halogênio e em seguida, na adição 5) SINTESE DE KOLBE


dos radicais livres, quando se analisa a reação global.
Eis a equação geral da síntese de Wurtz: Trata-se da eletrólise de sais de sódio de ácidos carboxílicos alifáticos e
saturados.
R -( X + 2 Na + X)- R 2NaX + R - R Seja o acetato de sódio
Realmente a reação desenvolve-se em duas etapas. Seja o exemplo do clo-
reto de etila com sódio.
a) Reação do R - X com sódio.

H2 H2
Mantendo o sal em solução aquosa e efetuando-se a eletrólise, temos no
H3C-C•J•Cl + 2Na - H3C - CNa + NaCI ânodo a seguinte reação:
e til-sódio

b) O etil sódio reage com outra molécula de cloreto de etila

1;12 H2 • H2 H2
H3C-C+Na + Ct+C-CH3-NaCl+H 3 C-C -C--CH 3
1

butano peróxido orgânico etano


li
auiMICA ORGÂNICA 191
110 FEL TRE - SETSUO

Inicialmente foQTia-se um peróxido orgânico resultante da união dos radi- Quando se coloca metano e cloro na ausência de luz, nada ocorre.
cais que perderam suas cargas. Em seguida ocorre eliminação de duas moléculas
~
obscuridade
de gás carbônico.
No exemplo acima temos a "impressão" de que o método não aumenta
Na presença de luz teremos:
carbonos na cadeia. Mas, realmente, se utilizarmos um composto com 3 carbonos
teremos 4 carbonos no alcano. H H

eletrólise
+ H3 e
H2
- e - e-
H2

n-butano
CH3

H
1 r·
H - C +H
1 L_
+
-~
Cl +, Cl
-" - luz
H--C-Cl
1

1
H
+ HCI

Resumindo: se o sal do ácido tem n carbonos, o alcano terá sempre 2n - 2


átomos de carbono. O mecanismo da reação é:
a) Inicialmente a luz produz homólise do halogênio.
.. ..a:
Ili) Vejamos agora o método que diminui C na cadeia. : Cl .1.
• • i ••
~z ••
----- •Cl:
.. +
..
••
•Cl:

6) MÉTODO DE DUMAS b) O átomo de cloro com 7 elétrons é bastante reativo e ataca o metano for-
mando HCl e libertando um radical livre rnetil.
Quando se aquece uni. sal de_ sódio com cal-sodada (mistura de CaO e NaOH)
ocorrerá eliminação da carboxila resultando um alcano. H H
1 •• 1
H - C •l·H + • Cl : - - - HCl + H - C •
Seja o propionato de sódio. •• 1
1
H H

A função do CaO é apenas de abrandar a reatividade do NaOH a quente. c) O radical livre quer regenerar o elétron da camada de valência; então ele
é capaz de reagir com outra molécula de Ch.

H H
CaO
1 1

H - C• + CI •[• CI H-C-Cl + • Cl
1 1

PROPRIEDADES QUfMICAS H H

Os alcanos não possuem boa reatividade. Examinemos algumas reações e Urna vez iniciada a reação, teoricamente ela deveria prosseguir mesmo na
notaremos que elas precisam de condições especiais para se realizarem. ausência de luz, pois o ataque de uma molécula de CH4 liberta também um ra-
dícal • Cl que poderia atacar uma nova molécula de CH4 e assim sucessivamente.
Trata-se de uma reação em cadeia.
1) HALOGENAÇÃO Na prática é necessária a presença constante de luz porque os radicais •Cl
podem assocíar-se regenerando o C/2 •
Os alcanos podem dar reações de substituição com Clz e Br2 . No entanto
é preciso luz para que ocorra a reação. •Cl + •CI - Cl••Cl
112 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 193

Esse tipo de reação pode se dar ainda mais rápido na presença de luz ul- H H H H
travioleta (esta, sendo mais energética pode ser tão rápida que é até explosiva), 1 1 1 1
011 com peróxidos, ou ainda em elevadas temperatmas. R-C=C + H •· e- e- R'
_ Se na reação utilizarmos um alcano com diversos carbonos, haverá substi- 1 1 1
tuição de H de todos os carbonos obtendo-se uma mistura de derivados halo- H H H
genados. alceno alcano
A proporção entre esses derivados monohalogenados depende do tipo do
carbono (primário, secundário ou terciário) além das condições da reação. Lembremos que cisão homolítica é a reação desse tipo:
Efetuando-se a cloração do n-pentano a 200ºC (na ausência de luz) temos A••B A• + •B
'---.,---1
1 elétron para
H2 H2 H2 cada radical
H3C - C - C - C - CH;
1
(41%) Esta reação é muito utilizada para se obter gasolina (8C) a partir de que-
Cl
rosene e óleo diesel (mais de 16 C).
Daí nasceu a frase "Cracking do petróleo". "Cracking" em inglês quer dizer
H2 H H2
"quebra".
H2 H2 H2
200°C
H3 e - e - e --- e - CH3
C - C - C - CH3 + Cl2 HCI+ 1

Cl 3) COMBUSTÃO
(33%)
H2 H 2 H A combustão total de um alcano com suficiente 0 2 produz gás carbônico
H3 e - e - e -- e --- CH3 e água.
1
Cl
(26%)
A equação geral da combustão é:
2) CRACKING
+ 3n+l 0
-2- 2 +
Os alcanos quando convenientemente aquecidos sofrem ruptui'a da cadeia
resultando outros alcanos e alcenos de cadeias me,· •res. Trata-se de uma reação As combustões incompletas podem produzir carbono sólido finamente di-
de homôlise podendo ser simétrica ou não. vidido chamado negro fumo ou p6 de sapato que é utilizado como pigmento
Exemplo: preto para tintas.

H H H H H H H H
4) NITRAÇÃO - HN0 3 cone.
1 1 : 1 1 !:i. 1 1 1 1
R - e - e • :. e - e - R' -- R - e - e • •e - e - R'
1 1 : 1 1 ~-~--, 1 / 1 1 Os alcanos podem ser nitrados utilizando-se HN0 3 cone. em condições enér-
H H : H H 0
H' __ ,..,..,,,
H/ ff 0
H gicas ( ~ 400ºC), produzindo nitro-derivados.
.... /

(homóiisc) l:i.

(R pode ser i=- de R') nítrometano


194 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 195

5) SULFONAÇÃO - H2 SO4 cone. Teríamos a estrutura:

Os alcanos podem ser sulfonados exigindo condições de alta temperatura


diante do ácido sulfúrico concentrado. H

~
+
ácido metil-sulfüttico

H H H
ESTEREOQUIMICA DOS ALCANOS
Diz-se que é uma conformação "eclipsada".
Examinemos o etano. Os seis átomos de H repelem-se entre si e a estrutura
mais estável, isto é, com os átomos de H mais afastados possível, é: Num recípiente contendo moléculas de etano a maioria delas possui con-
formação "estrela"; algumas moléculas estão com conformações intermediárias
entre a estrela e a eclipsada, também existem algumas totalmente eclipsadas.
Você poderia imaginar que as valências fossem de molas, e essas molas esta-
riam sem nenhuma tensão na conformação estrela.

Visto de topo seria

H H

)k
Qualquer rotação exige um acúmulo de energia maior.
H•• . ' . •• H
····c··· No n-butano podemos imaginar como sendo o etano com os radícais metil
em cada carbono. Na conformação estrela dizemos que os radicais metil estão
,,/ 1 " ' na posição trans se estiverem como indica a figura. Esta é a conformação com
H1"" H H H H H o mínimo de energia.

Esta é a conformação denominada "estrela" ou "dispersa" que é a mais


estável para o etano.
É verdade que em torno da valência C - C os átomos podem "girar" li-
vremente, mas isso requer energia.
No caso do etano de conformação "estrela", efetuando-se um giro de 60º
cm torno do eixo C - C, atinge-se uma conformação onde os átomos de H exer-
ceriam a máxima repulsão, pois estariam mais próximos possível. trans-butano ➔ maís estável
UNI FEL TRE - SETSUO QUl°MICA ORGÂNICA 197

Se os carbonos centrais estivessem eclipsados teríamos a estrutura eis para EMPREGOS


u butano se os radicais metil estiverem como indica a figura.
Um dos empregos mais importantes dos alcanos é como combustível. O gás
de bujão é uma mistura de propano + butano. A gasolina é uma mistura de
alcanos com aproximadamente 8 C na cadeia. O metano é um dos componentes
do gás de rua.
Lembrando-se que o petróleo (tipo americano) é uma mistura de alcanos,
daí, pode-se imaginar a importância dos alcanos nas mais variadas indústrias sin-
téticas que utilizam os produtos da destilação e cracking do petróleo.

METANO
Nesta conformação o n-butano tem a máxima energia acumulada, sendo
-esta a conformação mais instável. .1 Ê o mais simples dos hidrocarbonetos.
Ocorre como gás de fermentação da celulose nos pântanos.
f ferm. t t
- - - - 3n CH 4 + 3n CO 2
PROPRIEDADES FfSICAS

À temperatura ambiente (25ºC), os n-alcanos de C1 a C4 são gasosos; de Nas minas de carvão também poderá desprender C~ o que poderá oferecer
C5 a C 17 são líquidos e acima de C17 são sólidos. perigo de explosão. Para evitar a explosão existe um dispositivo chamado lâm-
Os alcanos são compostos apelares e portanto, não possuem ponte de hi- 1 pada de Davy que anunciará o perigo de explosão quando o ar contiver metano.
A lâmpada tem uma pequena chama que é envolvida por uma tela; quando há
drogênio. Seu ponto de ebulição dependerá do peso molecular do composto e
perigo de explosão esta inicia-se nà chama, a detonação não se dá porque a tela
também da estereoestrutura do mesmo. •
impede a propagação das ondas de choque; a lâmpada apaga. Aí é necessário
Quanto maior o seu peso molecular, maior será o ponto de ebulição. renovar o ar do interior da mina.
Para 2 alcanos isômeros, aquele que tiver menor cadeia principal será o de O metano é obtido pela destilação seca da h.ulha (caivão de pedra); neste
menor ponto de ebulição. caso é praticamente utilizado como combustível.
Ex_emplos: Outra aplicação do metano é na fabricação do negro-fumo que é um pig-
mento para tintas.

n-butano metil - propano

P.E. =0,8°C P.E. '"'-11,7ºC

Quanto à solubilidade, os alcanos sólidos, sendo moléculas apoiares, dissol- PETRÓLEO


vem-se em solventes apoiares como benzeno e outros alcanos líquidos (benzina,
O petróleo é um líquido, em geral escuro e oleoso, encontrado no sub-solo
gasolina, querosene).
e onde estão misturadas centenas de substâncias orgânicas, principalmente hidro-
São insolúveis na água, já que este último é solvente polar. carbonetos.
198 FEL TRE - SETSUO OUl°MICA ORGÂNICA 199

O petróleo tem sua origem em pequenos seres vivos, vegetais e animais, da 2) Compostos oxigenados
orla marítima, que foram soterrados de 1O a 300 milhões de anos atrás. Pela
ação de bactérias, pressão, calor e do tempo e,sses seres foram transformados em
petróleo.
I
- ácidos naftênicos
LJ (CH2 )0 - COOH

OH
Hoje em dia, ao perfurarmos um poço de petróleo, podemos encontrar
>:ase.1· (perfuração A), petróleo (perfuração B) ou água salgada (perfuração C);
esta última hipótese é a menos provável, mas comprova a origem marinha do
petróleo.
- fenóis: fenol comum
@ o-cresol OH

3) Composto,· sulfurados

- tiofeno
o - tiofenol

(são nocivos devido ao mau cheiro e caráter corrosivo.)

4) Compostos nitrogenados

- piridina ~ - quinolina ~
~N} ~1'1:::;J
N

r REFINIÇÃO DO PETRÓLEO
J
A operação fundamental, numa refinaria de petróleo ( como as existentes
em Mataripe - Bahia, Duque de Caxias - Rio de Janeiro, Cubatão - São Paulo)
é a Jestilaçiio do petróleo cm onde temos esquematicamente:

tempc>ratura de composição

l
fração destilação (ºCJ (hidrocarbonetos)
gás de petróleo até 40ºC C1 a Cs
gasolina 40 - 180ºC c6 a Cio
Os principais compostos encontrados no petróleo são:
petróleo destí- querosene 180 230°C Cll a C12
1) 1/idrocarbonetos (constituem de 50 a 98% do petróleo)
cru lação óleo diesel 230 300ºC C13 a C17
paraji'nicos·contendo de 1 a 40 átomos de carbono e com cadeias lineares
e ramificadas. óleos combustíveis 300 - 400ºC C1s a C2s
cicloparaf(nicos • derivados quase todos do ciclopentano e ciclohexano. óleos lubrificantes 400 520ºC C26 a CJ8

aromáticos-benzeno, tolueno, xilenos, etil-benzeno, etc.


1 resíduos "' asfalto
200 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 201

Após a destilação do petróleo cru, as várias frações são repurificadas, para TRATAMENTOS ESPECIAIS
dar os produtos finaís que nós usamos, em nossas cozinhas (gás engarrafado),
automóveís (gasolina), aviões (querosene), ónibus e'caminhões (óleo diesel), etc. Na Refinaria de Petróleo e especialmente na Indústria Petroquímica, os
Além disso, essas frações obtidas podem sofrer tratamentos especiais, como .f compostos químicos são submetidos a reações especiais onde, sob a ação de calor,
iremos detalhar mais adiante.
! catalisadores, pressões (altas ou baixas) e tempos especiais de reação (às vezes
bastante curtos), conseguimos transformações como, por exemplo.
1) Cracking: é a quebra de moléculas maiores em moléculas menores.
PETROQUIMICA

Enquanto a Refinaria de Petróleo procurar fabricar combustíveis, a Indús- (alcano) (alceno)


tria Petroqu{mica procurar transformar os compostos encontrados no petróleo em
outros produtos químicos, que serão posteriormente usados por várias outras in- Interessa para aumentar a produção e a qualidade da gasolina e para obter
dústrias. Esquematicamente: as matérias primas para a indústria petroquímica.

2) Dehidrogenação: é a retirada de hidrogênio, com a conseqüente transformação


de um alcano num alceno ou alcino.
gás natural .

ou
Interessa à indústria petroquímica, pois os alcenos são matérias-primas para
vários plásticos.

/' 3) Isomerização: transforma um composto em seu isômero, em geral, maís rami-


f
I
ficado.
( *) A nafta é um líquido semelhante à gasolina.

Um exemplo típico de indústria petroquímica (e sua importância) é:

etileno (CH 2= CH2 ) - - - - - polietileno {plástico) i


Interessa na produção de gasolinas de melhor qualidade.
propileno (CH 2 = CH - CH3) - polipropileno (plástico)
4) Ciclização (e aromatização): é a obtenção de hidrocarbonetos cíclicos.
butadieno (CH 2 = CH - CH = CH 2 ) - - borracha sintética

corantes 1 +

1=l{afta 1- CHs CHs


'
@ @
explosivos
aromáticos
$ CH3
fibras texteis
etc.
Interessa na produção de derivados aromáticos.
+

Enfim, os químicos conseguem, hoje em dia, "montar" e '!desmontar" mo-


benzeno tolueno p-xileno lécuhm a "seu gosto", de modo a. fabricar um número enorme de substâncias de
etc. grande importância industrial.
202 FEL TRE - SETSUO

EXERCfCIOS E TESTES

1) l>a.r o nome oficial para o composto 8) A cloração do propano é uma rca~·ão de:
ahaixo: a) adição elctrófila
H H b) adição nucleófila
H3C - C - C - CH3 e) substituição clctrófila
1 1 d) substituição por radical livre
C2Hs CH3 e) adição por radical livre

2 J Fscrcvcr a fórmula estrutural do 9) Efetuando-se a eletrólise do composto:


2. 2 - dimctil - 3 - ctil - hexano.
H ---"º
H3C - C - C 7
J J Qual é o nome do alcano mais simples 1 'ONa
qur passui carbono terciário7
CH3
4 J l'.scrcva a fórmula estrutural e dê nome
ao alcano que possui carbono quatcmá-
rin e que seja isômero do n-hcxano.
O alcano obtido é:
a) propano
Capítulo 6
b) butano
~ J ()ual o nome do alcano que resulta pelo e) meti! - butano
aquecimento do. cloreto de isopropila d) 2, 3 - dimetil - butano

í,)
com sódio metá!ico1

Escreva a equação da combustão total


e) n-hexano

10) A halogenação de um akano deve ser


ALCENOS
do propano e ajuste seus coeficientes. feita:
a) a alta temperatura
7) llm alcano pode ser isômcro de: - b) em presença da luz
a) alccno b) ciclano e) na água DEFINIÇÃO
d alcino d) alcadicno d) a alta pressão NOMENCLATURA
l') somente de outro alcano e) em solvente orgânico. ISOMERIA
PREPARAÇÃO
PROPRIEDADES QUIÍI/IICAS
EXERCICIOS
QUÍMICA ORGÂNICA 206

ALCENOS A nomenclatura de IUPAC ordena que:


DEFINIÇÃO
l O.?-_:--._.!.·:, 1) Escolha a cadeia principal ou seja aquela mais longa que contenha a dupla
ligação.
São hidrocarbonetos alifáticos contendo uma dupla ligação. São também 2) A numeração 1mcia-se a partir da extremidade mais próxima da dupla, inde-
chamados hidrocarbonetos olefínicos. pendente dos radicais.
Exemplo: 3) Caso a dupla esteja bem no meio da cadeia, aplica-se a regra análoga à dos
H
alcanos.
Exemplos:
Sua fórmula geral é CnH2n· CH3
,-----.H ___ H_____ ~ r··-···L ---~-.
A dedução dessa fórmula é muito fácil. Imagine um alcano. Este tem fór-
mula CnH2n+2· H~ =_ C - ~ - C0H 3 HJC = C -
1., - - - - --------,
e:-
1:
CH3
...... 1 :

R
H
1
e- e-
,-t--
H
H
1

--+-,_
H
R' ' CH3

3 • meti! - buteno - 1
l~~3
:Cl-;h
1
1 1i

2, 3 - dime til - penteno - 1

Agora retire 2 átomos de H de carbonos vizinhos. Temos então um alce-


no, de fórmula CnH2n·

NOMENCLATURA
3 - meti! - 2 • etil - hexeno • 1
Os alcenos possuem nomes análogos aos dos alcanos.
Agora a desinência ano será substituída por eno.
A série homóloga dos alcenos inicia-se com o etileno ou eteno.

H......_
.,., e 2 - metil - hexeno - 3
H
eteno ou propeno ou
etileno propileno ISOMERIA
No caso do buteno é preciso numerar a posição da dupla ligação. Dentro da isomeria plana é impor- H H H H
tante reparar que os a/cenas são isôme- H C-C-C C-H
ros dos ciclanos. -+- --l-- l ,.f.
Seja um alcano H H
l...L.----1
H
-
H
alceno
buteno - l buteno- 2 1 1
ciclano
1
206 FEL TRE - SETSUO " QUÍMICA ORGÂNICA 207

Vamos retirar apenas 2 átomos de H. Se esses átomos forem de C vízinhos Basta que o alceno seja do tipo
leremos um alceno; se eles forem de C mais distantes teremos um ciclano.
Então, a/cenas e cíclanos são isômeros. E constituem isomeria de cadeia e
núcleo.
Exe_mplos:
O exemplo mais simples é o buteno - 2.

e
propeno ciclopropano
' isorneria de cadeia /
"''---------'
A molécula real não é linear. Os átomos de C da dupla têm hibridação
"sp2 "; os da extremidade são C "sp 3 ".
Existem duas estruturas espaciais com a mesma fórmula plana.
A dupla ligação pode deslocar-se na cadeia principal e teremos a isomeria
de posição.

H H
e e= e - CH3 trans - buteno - 2 eis - buteno - 2
buteno-1 buteno - 2

""~--i-so_rn_e_n_·a_d_e_p_o_s,_·ç_ão_~/ Os modelos de Stuart seriam respectivamente:

Se a cadeia principal mudar de número de átomos de C teremos a isome-


ria de cadeia.

e
tratlS - bu teno • 2 eis - buteno - 2

meti! - propeno buteno - 2


Além desse caso de isomeria, .se aparecer um átomo de C* assimétrico te-
remos isomeria óptica.
"' isorneria de cadeia
/
C4Hs
PREPARAÇÃO DOS ALCENOS

Dentro da isomeria espacial temos o importante caso da isomeria geomé- Os principais métodos de preparações de alcenos consistem na eliminação
trica (eis - trans). de radicais de carbonos vicinais presentes num composto alifãtico e saturado.
208 FEL TRE - SETSUO
\ QUÍMICA ORGÂNICA 209

H H H H Se ocorrer duas possibilidades, as duas reações ocorrerão com preferência


1 1 1 1 para uma delas.
R-C-C R' R - e= e- R' + AB
1 1 H H
A B H H H 1
1 1 1 H3 e - e=e- CH3
H3C - e - e - e - H preferencial

1) DESIDRATAÇÃO DE ÁLCOOIS ,,.L--,-L-_-J.,


:H \QHlHl
\ ... ___ - \ . : ____ ,.. -
_,,1

O aquecimento de um álcool com alumina AhO 3 produz alceno com eli-


minação de água.
No exemplo ilustrado forma-se grande quantidade de buteno - 2 e pouco
H H H H
buteno - 1.
1 1 1 1
H-C-C-H t:,. H-C=C-H Vejamos os produtos preferenciais em outros casos:
r-+----1---,
: H OH! H H H H
L---------.J
H2 1 1 1 -H 2 o H2 H H 1
H3c - e - e - e - e - H - H3C - e- e =e- e- H
Ao invés da alumina pode-se utilizar H2 S04 concentrado. 1
,,.---
LH____OH/,H)
-,
------1 ~--~1 .. 1

H
A reação então se processa em 2 etapas:
penteno • 2
H H
r----------7 1
H H
H3 C - C -:OH + HiO - SO 3 H H2O + H3 C - C - H
1 L ______ J (cone.)
1
H3 C, 1 1
H
C=C-C-H
OS03H H3 C.,,.. 1
ácido ctil sulfúrico H
rnetil - buteno • 2
Aquecendo-se o ácido etil sulfúrico a l 70ºC obtém-se o alceno com libe-
ração do H2 8O4
Observamos que sai o H do carbono menos hidrogenado.
H H H H Esta observação já havia sido notada empiricamente em 1875 e era conhe-
1 1 1 1 cida como Regra de Saytzeff
170°C
H-C-C-H H2 S04 + H - e=e- H
Na desidratação dos álcoois o -OH sai de preferência,
com o H do carbono, adjacente mais pobre em hidrogênio.

Qual dos H é eliminado? A explicação da regra de Saytzeff é baseada num fenômeno chamado hiper-
O hidrogênio a ser eliminado é do carbono vizinho do -OH. conjugação, o qual não vamos discutir aqui, pois foge do nível desse curso.
210 FEL TRE - SETSUO aufMICA ORGÂNICA 211

O mecanismo da desidratação dos álcoois diante de um ácido forte ( como Exemplos:


ll2S04) é:
H H H H
a) Ataque do H+ ➔ adição eletrófila: 1 1 1 1
ff - C - C - CH3 + KOH álcool • Kl + H2 O + H - C = C- CH 3
H H H H ,.L, ,-L,,
1 1 •• 1 1 •• H I
H - e- e- o-
1 1
H + H+
• !,_ ____ ......... "'
H-C-C-0-H
1 1 H (±)
.. A reaç[o é realizada em meio alcoólico.
H H H H
Da mesma forma que no caso da desidratação de álcoois, na formação da
íon oxônio dupla, sai preferencialmente o H do carbono adjacente (ao do halogênio) mais
pobre em H.
h) Eliminação da água e formação do íon carbônio:
Exemplo:
H H
H H H H
1 1
1 1 •• 1 1
H3C - C = C - CH3
- H - C - CC±) + HOH H H H
H-C-C~•?-H (muito)
1 1 1
1 1 HC±) 1 1 KOH
H H H H H3C - e- e- e- H
álcool H H
--~-- ,.-k , -L,
íon carbônio H iCI}
, __ _, H H3C - C - C = CH2
1

e) Eliminação do H do carbono vizinho: H


(pouco)
H H H H
1 1 1
Mecanismo da elíminação de HX.
H-C-C - H+ + H-CõõC-H Trata-se de uma eliminação bimolecular E2 .
dfCB1 Seja o brometo de etila
-ii'H
'-.. H H
'\., ,,
H ---- C C ,.:._ H
Lembremos ainda que o mecanismo dessa reação é denominada E 1 ou seja
eliminação monomolecular, visto no capítulo dos mecanismos das reações. H/ "' Br
Inicialmente ocorre um ataque nucleófilo de Off na posição oposta ao Br.
2) ELIMINAÇÃO DE HX DE DERIVADOS HALOGENADOS

A reação, em linhas fundamentais é:


H
1 1
- ( - C- + BASE - SAL + H2 0 +
~-l.-, ,-+.-,
H X
212 FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 213

Simultaneamente o par de elétrons do H atacado vai formar a ligação rr H H H


que por sua vez obriga o Br sair na forma de Br- e associar-se ao cátion da base Um composto alílico R - C = C - C - X apresenta facilidade em se ionizar,
H
(reagente). já que o íon carbônio formado tem estrutura ressonante.

.e '- e -
H ----•,,,
;-----...
./
/
H

H
X
'~1--- ©
R - C !..! C - C - H x- + R - e !...! e - e - e
H/ 1 1 1 1 1
H H H H H
Resultarão então: íon carbônio

No íon carbônio os elétrons da dupla podem pular para o carbono vizinho


+ e vice-versa.
..e:\ © ~-Õ)
©
R-C~C-C-H R-c-ci:..c-H
A equação iônica é: 1 1 1 l 1 1
H H H H H H
álcool
estruturas ressonantes

Se a estrutura é ressonante o cátion tem uma boa facilidade em se formar,


o que facilitará a sua reação com o composto de Grignard.
3) SINTESE DE GRIGNARD No caso do brometo de alila, utilizada na síntese de Grignard exemplifica-
da temos:
Os haletos do tipo alílicos são capazes de reagir com os compostos de
alquil-magnésio (Grigna~d) e produzem alcenos.

H H (éter)
Br - C - C = CH 2
H ressonância

H H2 H2
MgBr 2 + H2 C = C - C - C - CH 3
Vimos no capítulo dos alcanos que os compostos de Grignard reagem atra-
penteno - l vés de uma substituição eletrófila.
Então, o reagente que ataca o composto de Grignard deve ser um cátion
A reação não pode ser feita na água, pois hidrolisaria o composto de Grig-
(no caso o íon carbônio).
nard.
O haleto deve ser do grupo alílico, •pois assim a reação será bem mais fácil.
+ ~ H2 H
Já vimos anteriormente que quando um composto ou íon tem estrutura. + H2 C-C-CH2 - Mg++ + Br· + Hs½ -C-C=CH2
ressonante ele é mais estável.
214 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 215

H H H2 II) Em seguida o cátion cr+ (eletrófilo) irá atacar o alceno e obtém-se um


Assim, todos os derivados do tipo ah1íco ou seja R - C = C - C - X rea- carbocátion ou íon carbônio.
gem com compostos de Grignard produzindo alcenos.

......_ a
PROPRIEDADES OUfMICAS H-C'!=o)c-H + Cl+ -
1 1
Lembremos que os alcenos têm a ligação TI. Na realidade o orbital TI é H H H
wnstituído de duas regiões ou sejam, duas nuvens eletrônicas. Veja o capítulo íon carbônio
4 do livro de Atomística.
III) Finalmente o íon oarbônio reage com o âníon cr. Nesta reação o cr atua
como uma base de Lewis, enquanto que antes (na reação II) o CI' era um
ácido de Lewis.

CI H CI H
1 1 1 1
H-C-C-H + :cr - H - e- e- H
1 0 1 1
H H Cl

O ataque do cr é feito por trás em relação ao outro átomo de cloro. Os


átomos de cloro, em virtude da repulsão entre si, orientam-se espacialmen-
te na posição trans.
A última reação, estereoquimicamente seria:

A nuvem eletrônica do orbital rr sendo uma região negativada permite com H H H H


grande facilidade o ataque de um reagente eletrófilo.
c1
"-- /
---- e - e© + : cr - "' e - e -
a ----
/
ct
Os alcenos produzem reações de adição; como a reação inicia com um ata-
que eletrófilo chamaremos de adição eletrófila. H/ "' H H
/ "-- H
Vejamos alguns ca,_sos.
2) REAÇÃO COM HX
1) REAÇÃO COM OS HALOGeNIOS: C!i, Br2 e 12
Seja a seguinte reação:
H2 C = CH2 + C!i ------ H2 C - CH2 ----------------- ',
1 1
,/-- H H ', H H
\
Cl CI / 1 1 ,. )-~ ...... .,,~- ....... 1 1
O mecanismo da reação é: : H - C =C - CH 3
\..
~~ -~'
, , ....
',
+fH-fBr':
\ ✓'
'"~::.~ ...... ~_,....,, f
H - C - C - CH3
1 1
1) Primeiro, a molécula de Cb sofre uma cisão heterolítica H Br
brometo de isopropila

..~ êi:
:êi1: .. - ~ci+ + :cr
O mecanismo da reação é análogo ao caso anterior.
t
FELTRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 217
2111

1) Inicialmente o HBr sofre uma dissociação heterolítica. III) Finalmente o carbocátion reagirá com o Br .

H \: Br H H Br
1 + 1 1
li) A seguir o H+ (reagente eletrófilo) atacará o alceno. ff - C - C - CH3 ff - C - C - CH3
1 1 1 1
No entanto, em qual carbono irá o H+? A resposta é simples: basta a gente
H H H H
saber em qual C irá se deslocar o par de elétrons 1r.
Resumindo: Vejam os carbonos de um alceno.

R - e...!...!... e - R'
1 1
H H

Na reação desse alceno com HX o hidrogênio irá para um dos carbonos


O carbono 1 está ligado apenas a átomos de hidrogênio. Lembremos que da dupla ligação. Em qual?
no estudo do mecanismo das reações o efeito +1 8 do. H era muito fraco.
O H" irá para o carbono que estiver ligado ao radical (R ou R') que seja
O radical -CH3 produz efeito +Is mais forte. menos elétron-repelente.
O carbono 2 tem um radical meti[. Este radical é elétron-repelente; os elé-
trons do carbono 2 são mais repelidos. O carbono 2 ficará sujeito a um CH3
1
efeito +Is mais forte que no carbono 1.
H < -CH3 < -C 2H 5 < -C - CH 3 , etc
O par de elétrons está mais do lado do carbono 1. H
aumenta o caráter
eletron-repelente
H-e!.!.!:"€-CH
1 1 3

H H Antes de surgir as explicações vistas (mecanismos) para a adição de HX,


já em 1869 o químico russo Vladimir V. Markownikoff havia formulado urna
Conseqüência: o par de elétrons deslocará para o carbono 1 diante de ata- regra empírica.
que eletrófi/o. A regra de Markownikoff é:
O hidrogênio dirige-se para o carbono 1; o carbono 2 fica com deficit de
elétron formando um carbocátion.

H
1 +
ff - C !.! C - CH3 ff - C - C.:... CH3 Regra minemônica para guardar as regras de Markownikoff e de Saytzeff.
1 1 1 1 Ambos eram russos porém com "idéias" anti-socialistas para o hidrogênio. .
H H H H
a) saída do H ➔ tire o H daquele que for mais pobre em H (Saytzeff)
carbocátion ou
íon carbônio b) entrada de H ➔ dê o H àquele que é mais rico em H (Markownikoft)
218 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 219

2a) Reação de HX em presença de ·peróxidos 3) REAÇÕES COM HCIO, H2 S0 4 e HOH


É também conhecida como reação de Karasch. Neste caso a orientação de
adiç:io dos radícais é exatamente contrária à regra de Markownikoff. As reações de alcenos com os compostos acima são do tipo de adição
eletrófiJa. Sabendo-se como eles se ionizam, o mecanismo é análogo ao caso do
Utilizemos um peróxido orgânico R - O - O - R. HX, obedecendo a regra de Markownikoff.
H H '
1 CI :: OH e.♦ + mr
peróxido
H2C - C - CH 3 '
H /: 0S0 3 H u+ + 0S0 3 1f
1 1
H30+
Br H H i:ou H+ + Off
1
1

Pór que i,sso ocorre? Vejamos os mecanismos da reação: Vejamos alguns exemplos:
H H
1) Um peróxido sofre facihnente uma cisão homolítica, antes da cisão do HBr.
1 1

R-0••0-R 2 R - O•
H2C =e- CH3 + ci+!-ou- - H2C- C- CH 3
, ....... _ ~.... - ... _ _ ~ ~
... . . . . . . - : _ _i . . . . . . . . . . . .
1 1
CI OH
11) Em seguida o radical R - O• ataca o HBr causando também uma cisão
homolítica em HBr. cloridrina propilênica

'
I•• •• Na reação de um alceno com ácido hipocloroso o Ci+ será o agente eletró-
R - O• + H riJ Br : - - R - O • • H + [ : Br • ]
l •• filo. O produto final dessa reação é chamada c/oridrina. Observe a regra de Mar-
' kownikoff.
Ili) lJ halogênio Br (neutro) ataca o alceno produzindo um radical livre (neutro)
- H2 C-CH 2
1 1
="',,,.._
H -C!..!C-CH 3 +
••
• Br:
.• .
Br
ff - C - C - CH3
H OS0 3 H

•• ácido ctil - sulfúrico


1 1 1 1
H H H H A partir do âcido etil - sulfúrico pode-se obter o âlcool etílico.
radical livre
4) POLIMERIZAÇÃO
IV) Agora o radical livre ataca a outra molécula de HBr.

Br Br H O caso mais importante nos alcenos é a polimerização do etileno. Esta pro-


duz um plástico muito conhecido e chamado polietileno.
~ - ê.-~-~~:--/H •\• Br
1 1
H- - H - e- e- CH3 + [ • ~~:]

f~-~l
1 1 1 1 H H
H H H H 1 1
nH-C=C-H cat
!J., pressão
o • Br ataca uma nova molécula de alceno, e assim sucessivamente.
Esta reação é de adição por radical livre. H H n
220 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÃNICA 221

5) COMBUSTÃO DOS ALCENOS A reação é denominada ozonólise. Se o carbono da dupla ligação tiver um
radical, resultará urna cetona.
Utilizando-se excesso de oxigénio os alcenos queimam produzindo gás car-
hônico e água. A equação da combustão é: H
H3C - C =C - CH3
+ + 1

CH3

/ 6) OXIDAÇÃO DOS ALCENOS


l A equação geral da ozonólise é:

Existem 3 tipos principais de oxidação dos alcenos.


H H H
a) com 0 3 (ozona) 1 1 1

ozonólisc
b) com KMn0 4 em meio básico e neutro
R - e= e - R' C - R'

c) com KMnÜ4 em meio ácido


6b) Reação com KMn0 4 em meio básico ou neutro
6a) Oxidação com 0 3
O permanganato em meio básico ou neutro é um oxidante brando; não
Os alcenos sofrem oxidações diante do 03 ocorrendo uma ruptura na du- chega a romper a dupla, mas reage introduzindo radicais --OH na cadeia.
pla ligação, resultando moléculas de aldeidos ou cetonas.
A decomposição do permanganato é:

básico
+ + 3 lO]
ou neutro

Em particular os aldeídos são oxidados a ácidos pelo próprio H 2 0 2 que Diante de um alceno a atuação será do [O].
se forma na reação; por isso "destroi-se" o H2 0 2 com redutores.
A reação se dá em duas etapas: H H H H
1 1 -------- ,---- 1 1
formação do ozonídio ou ozoneto
H - c~J C.;:-_:~3 +(f~L~-~:(~~)
1) li - C - C ~ CH3
',, ----- ~~,~' 1 1
OH OH
propanodiol - 1, 2

ozonídio O produto é um diálcool de OH vizinhos, álcoois desse tipo são chamados


de cv-glicóis.
11) Em seguida o ozonídio é hidrolisado. O ozonídio é um composto altamen-
O KMn0 4 constitui uma solução violeta intensa; quando ele passa a Mn0 2
te explosivo razão pela qual a ozonização já é realizada em presença da água.
precipita esse óxido marron escuro.
Quando o KMn0 4 reage a cor violeta desaparece.
H
H2 02 + H2 e =o +o =e- CH3 Os ciclanos possuem a mesma fórmula dos alcenos (CnH2n)- No entanto,
como elas não possuem duplas, não dá reação com o oxidante brando.
222

H2C /
H2 C - CH 2
"CH2
FEL TRE - SETSUO
' QUIMICA ORGÂNICA

A reação de oxidação do ácido fórmico é:


223

~e/ não reage ,.,;: o ' ,-::O]


H - C 1/ + [O] - [ H)-o-cY
H2 'oH I •'-
' OH

H H '·
·: ( 1 ' ~ - )
1 1 7) ESTUDO DO ETILENO
R - e= e - R' + reage ( ~m!Jo 'I '
É um gás incolor de P.E. "" -130ºC solúvel em solventes orgânicos.
fonclusão: A reação do K.MnO 4 em meio básico ou neutro é importante para Sua preparação em laboratório é a partir do álcool etílico, aquecendo-o a
distinguir um alceno de um cidano. A reação é conhecida como reação de Baeyer. 300ºC aproximadamente em presença de Al2 0 3 •

6c) Reação com KMnO 4 em meio ácido


Nesta condição o oxidante é bastante enérgico e produz ruptura na posi-
~ào da dupla ligação.
álcool
H H
R - C t C - R' + 4 [O]
300°C

Os produtos da reação são ácidos carboxílicos. Se o carbono da dupla pos-


sui radicais poderá dar cetona.

H,1C - e f e - CH3 + 3 [O]


1 1
H CH 3
Industrialmente é obtido pela destilação da hulha (Alemanha), dos gases
(ácido) (cetona) naturais (França) e do cracking do petróleo (E.E.U.U.).
Meeanismo da oxidação: É um pro,duto bastante importante para as sínteses orgânicas principalmen-
Rompe-se a dupla ligação com a entrada de =0 nas posições da ruptura. te nas indústrias dos plásticos.
Produzem-se inicialmente aldeídos ou cetonas. Os aldeídos serão em segui- Os principais produtos polimerizantes são:
da, oxidados a ácido.
Quando a dupla estiver na extremidade da cadeia, deveria se produzir ácido polietileno (saquinho plástico)
fórmico. Este, no entanto é oxidado a CO2 e água.
H2 C = C - Cl P.V.C. (canos, sapatos, etc)
H2 C f C- 1
CH 3 + 5 [O]
H
1

H cloreto de vinila
QUÍMICA ORGÂNICA 226
224 FEL TRE - SETSUO

C - CI Saran (fibra sintética) EXERCÍCIOS E TESTES


1

CI
cloreto de vinilideno
1) Qual é a fórmula geral dos alcenos? Qual e) eliminação monomolecular E1
é o outro grupo de compostos que possui d) eliminação bimolecular E 1
poliestireno (plástico dos compartimentos de a mesma fórmula geral? e) substituição nuclcófila SN2.
geladeira) 2) Dê o nomt' oficial do composto abaixo: 10) Aquecendo-se com KOH (potassa) alcoó-
estireno ou lica o composto:
/
1 vinil - benzeno H2C =C - CH3
/
1
1 a
1 H
Todos os compostos acima empregam o etileno industrial como fonte de C2Hs H3C - C - C - CH3
H H
matéria prima. 3) Quais os nomes dos isômeros cíclicos do
Outra grande aplicação do etileno está na obtenção do óxido de etileno butcno-2? forma-se um alccno. Qual das afirmações
seguintes é falsa com referência a essa
pelo aquecimento com o ar. 4) Qual é o nome e a fórmula estrutural do reação')
mais simples a!cs:no que possui isomeria a) O OH- efetuará um ataque nuclcófilo.
170ºC H2C - CH2 cis-trans?
b) A reação é do tipo E2.
Ag \/ e) Não haverá formação do íon carbô-
o 5) Enuncie a regra de Saytzeff.
nio.
óxido de etileno d) Formar-se-á o butcno-1.
6) Qual é o nome do composto produzido e} Haverá formação de um complexo in-
pela desidratação do seguinte álcool~ termediário.
O óxido de etileno tem larga aplicação na indústria de explosivos, solven-
tes, plásticos acrílicos, etc. H 11) Na reação do meti! -· buteno - 2 com
H3C - CH2 - C - CH3 HS'l haverá formação de:
1
OH a) 2 - cloro -- meti! •- butcno - 2.
b) 2 - cloro - 2 - meti! - butano.
7) Enuncie a regra de Markownikoff. e) 3 - cloro - 2 • meti! - butano.
d) 1 - cloro - 2 • meti! - butano.
8) Um alceno, por oxidação enérgica, i:itm- e) 2 • cloro - 3 • mcti1 -- butano.
zando KMn0 4 cm meio ácido, produziu
ácido acético e propanona. Qual era o 12) Na ozonó!isc do metil - buteno - 2, se-
nome oficial do alceno? guida de hidrólise, formarão:
a) propanal e etanal.
9) A desidratação dos álcoois em meio áci- b) propanal e pr□ panona.
do é iniciada por: e) meti! - butanal.
a) adição eletrófila d) 2 - meti! - propanal.
b) adição nuc!eófila e) etanal e propanona.
ALCINOS,
DEFINIÇÃO

São hidrocarbonetos alifáticos que possuem uma tripla ligação. São támbém
denominados hidrocarbonetos acetilênicos.
Sua fórmula geral é CnH2 11 2 que é a mesma fórmula dos ciclenos e alca-
dienos.

NOMENCLATURA

A nomenclatura dos alcinos é análoga a dos alcenos.


Agora a desinência é /NO. A regra de nomenclatura é:
a) Descobrir a cadeia principal (a mais longa) que contenha a tripla ligação.
Capítulo 7 b) Numerar a cadeia a partír da extremidade mais próxima da tripla ligação.
c) Se a tripla estiver bem no centro da cadeia, adota-se a regra dos menores
números, para a localização dos radicais.

HC
ctino propino butino-1
(acetileno) (alileno)
DEFINIÇÃO
NOMENCLATURA
CH 3
ISOMERIA H 1

ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO C-C -C-C-CH3


1 1
PREPARAÇÃO
PROPRIEDADES CH3 CH 3
ESTUDO DO ACETILENO 4 - meti! pcntino - 2 2,2 - dirnetil -- hexino 3
EXERCfCIOS
ISOMER!A
Pela fórmula geral C11 H2n- 2 pode-se notar que os alcinos com 3 ou mais
carbonos são isõmeros dos ciclenos e alcadienos.

e, H, { HC ~e- CH,' / ~
H 2 C--CH
e

propina dclopropeno ·propadicno


(alilcno) (ale no)
228 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 229

A mudança da posição da tripla ligação produz isômeros de posição. Cada átomo de carbono sofreu hibridação "sp" e o ãngulo entre as valên-
cias "livres" é de 180º.
A representação anterior é puramente esquemática. Realmente, na tripla
e H,C - C =C - CH3 ligação, as duas ligações 1T constituem uma "nuvem" eletrôtúca quase cilíndrica:
butino - l butino - 2

Quanto à isomeria espacial, só poderá apresentar a isomeria óptica, desde


que exista um carbono assimétrico.

CH3
1

/.
H C*- e- CH
,/ 1

CH 2
Orbitais 7í
1
CH3
3 - meti! - pentino - 1 O hidrvgênio ligado ao carbono da tripla ligação fica altamente polarizado
adquirindo um caráter ácido o que veremos em diversas reações.
ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO ô- ô+
A tripla ligação estabelecida entre 2 átomos de carbono é constituída de R- e e::: e- H
uma ligação a (sigma) e duas ligações 1r (pi).
Assim, a presença ou não, do hidrogênio no carbono da tripla ligação faz
com que os alcinos tenham propriedades diferentes:

R C=C H + Na R - e=e - Na + ½ H;

R C=C R + Na não reage

Diante disso vamos classificar os alcinos em dois grupos.


a) Alcinos verdadeiros: que possuem H no carbono da tripla ligação.
b) Alcinos folsos: aqueles que não possuem H no carbono da tripla ligação.
Exemplos:

akino vcnl:ukiro akino falso


.,.,.~ ........

(H~C-C
'
...... ~"
,

O ace;.iJeno é o único alcino duplamente verdadeiro.


QUIMICA ORGÂNICA 231
230 FEL TRE - SETSUO

PROPR IEDAOES
PREPARAÇÕES
Dentre as reações, são importantes a dos alcinos verdadeiros e especialmen-
1) A PARTIR DE DERIVADOS HALOGENADOS. te do acetileno em virtude da sua importância industrial.
Derivados halogenados convenientes podem ser submetidos a reações de eli- Nos alcinos falsos, as reações são praticamente análogas às dos alcenos, cm
minação, análogas às reações de obtenção de alcenos. doses duplicadas.
Por exemplo: podemos utilizar um derivado dihalogenado com potassa al- Os alcinos dão reações de adição semelhante às dos alcenos, porém são
coólica: menos reativos que os alcenos.
Os alcinos dão reações tanto de adição eletrófila como de adição nucl~ófi,
la, dependendo da natureza dos reagentes.
álcool Desta forma pode-se dizer que com respeito à adição os alcinos possuem
comportamento intermediário entre os alcenos e os compostos carbonilados.
(alileno)
ou propina ALCENO .... só dá reação eletrófila
ALCINO ➔ dá tanto reação eletrófila como nucleófila
2) A PARTIR DE DERIVADO HALOGENADO COM ACETILETO DE SÓDIO. compostos com CARBONILA ➔ só dá reações nucleófilas.

HC =C - CH 3 + Nal
a) CWRAÇÃO (adição eletrófila)
acetileto de sódío
A reação com Cl2 é iniciada por um ataque eletrófilo.
Trata-se uma reação de síntese que aumenta o número de carbonos na cadeia.
Esta reação tem o mecanismo SN2 (substituição nucleófila bimolecular). Ch - ~cr + :cr
Então, o melhor reagente halogenado seria (metil)-X já que no radical CI 1D
•• \ÍI
metil o efeito +18 do H é pequeno (veja mecanismo de reações - pág. ). H-C=C-H + âCi+ H-C=C-H
A r_eação em questão pode ser encarada em duas etapas:
a) Reação de dissociação do acetileto: Em seguida o carbocátion (ou íon carbônio) adiciona o íon cr.
HC =C - Na - HC = e- + Na+
CI
••
H-C=C-H
1D
\ÍI
+ :cr
..
CI CI
H-C=C-H
l, 2 - dicloroeteno

O composto formado reage com mais uma molécula,de clqro em excesso,


formando o derivado tetraclorado. Esta reação é análoga à de um alceno com
o Ch - será também iniciado por um ataque eletrófilo.

CI CI Cl CI
1 1 1 1
H - e=e- H + c1· H-C-C-H
•• '+'
CI '9
232 FELTRE - SETSUO
QUfMICA ORGÂNICA 233

Cl CI CI Cl
Este composto chama-se acrilonitrila porque quando ela é hidrolizada pro-
1 1 1 1
duz o ácido acrílíco. Este ácido é um produto muito importante na fabricação
H-C-C-H + :cr H-C-C-H
•• '+" •••• de polímeros. Os importantes polímeros do ácido acrílico são Orlon e Crylon
CI w CI CI utilizado como fios sintéticos nas indústrias texteis.
s - tetracloroetano Quando saberei se a reação é eletrófila ou nucleófila?
{s) = simétrico Muito fácil.
A reação global seria: Reagentes que dão reações com os ALCENOS, e que reagem também com
/ os ALCINOS são todos reagentes ELETRÔHLOS.
/
Cl Cl
Exemplos: HX, X2 , etc.
1 1
H - e =e - H + 2 02 H-C-C-H Reagentes que dão reações com CETONAS, ALDEIÍJOS ou NITRILAS
1 1 (evidentemente não reagem com alcenos) e que reagem com ALCINOS, são rea-
CI O gentes NUCLEÓFJLOS.
,:::::O
Exemp1os: HCN, H - OH, H3 C - C--..._ , etc.
b) REAÇÃO COM HCN (adição nucleófila) OH

Neste caso a reação é do tipo nucleófilo, pois o ataque é feito inicialmen- Continuemos examinando algumas reações de importância industrial:
te a um carbono que necessita de elétrons (o carbono oferece o núcleo e por-
ta-se como um ácido de Lewis). e) REAÇÕES COM HX (eletrófila)
Inicialmente ocorre uma pequena dissociação do HCN. Os alcinos produzem reações eletrófilas com ácidos halogenídricos.
H
Exemplo: H - C = C - H + H - Br
Eis o ataque nucleófilo do CN :
Temos as seguíntes etapas:
I) Cisão heterolítíca do HBr

H : Br ----- H+ + : B{
carboânion

II) Ataque eletrófilo do H+


Em seguida o carboânion reage com H+:
H
©
0
..
H-C-C-H
1
+ H+ H-C=C-H
H 1
---H-C=C-H
íon carbônio
C=N C=N
III) Reação do íon éarbônio com Br-
O composto formado é o acrilonitrila:
H Br
1 1
H H-C=C-H
H2C = C - C = N (acrilonitrila)
brometo de vínila
QUÍMICA ORGÂNICA 235
234 FEL TRE - SETSUO

e-1) DIMERIZAÇÃO
Adicionando-se excesso de HBr teremos finalmente um derivado dihaloge-
Duas moléculas de acetileno podem associar-se dando um importante pro-
nado geminado, pois haverá obediência à regra de ~1arkownikoff.
duto industrial:
H Br Br H H
j 1 /,, . . - \. . . . . . . . . 1
/ --,... NH4Cl
H - e= e -
'....
H /t
......_ _ _ _ ,.,,, .,.
tt':-
f
Br H3 C - C - H H - e =
e
~.
- H +(H )-
'·-· ,,/
e = e - H --~ H -
Cu2Cl2
e
I
= e
I
- e = e - H
vinil - acetileno
Br
1, l - dibromo · · e !ano Este composto é o produto intermediário na fabricação da borracha sintética.
d) HIDRATAÇÃO DOS ALCINOS
e-2) TRIMERIZAÇÃO/ /
A hidratação catalítica produz c<'tonas. No caso particular do acetileno, sua Aquecendo-se o acetileno e fazendo-o passar em tubos de ferro a S00ºC
hidratação produz o acetaldeído. obtém-se o benzeno:
!
H
1 H H
H - e-;; e,~ H --;---H i-:))H H-C=C-H 1

.,
e.~ e::::::-...
OH H-C/ ~C-H
H - ~/-.____,, \._C - H Fe
S00ºC li 1
(e -
u - e) ,...,--..:7 H H-C"' _,,;:;:C-H
O enol é instável e tautomeriza-se na forma aldeídica pela transposição do e 'C/
átomo de H. 1
1

H H
H H benzeno
1 1 O processo não é industrial porque existem outras fontes de extração do
H-C=C-H H-C benzeno (do alcatrão da hulha e petróleo).
t 1

\ .... ,...._ 0(1i',


';:.--,,'
H e-3) POLIMERIZAÇÃO DOS DERIVADOS DO ACETILENO
(acctaldeído) Muitos compostos derivados do acetileno são utilizados para obter políme-
ros sintéticos.
A partir do acetaldeído pode se obter álcool etílico, ácido acético e acetona.
Citemos alguns deles:

e) POLIMERIZAÇÃO I) Cloreto de vinila


Alguns alcinos podem polimerizar-se, ou seja: O cloreto de vinila é obtido pela reação do acetileno com HCL

n moléculas 1 molécula complexa

cloreto de vinila
Em narticular_ interessa-nos a nolimerizacão do· acetileno.
236 FELTRE- SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 237

A polilJlerização do cloreto de vinila produz o P.V.C. (policloreto de vinila) Repare que o alcino falso não reage com esses reagentes.
que é um plástico importante. Poderemos aplicar esta reação para diferenciar um alcíno falso de um ver-
dadeiro.
II) Acetato de Pinila
A reação do acetileno com o ácido acético produz o acetato de vinila:
ESTUDO DO ACETILENO ,.
/(:;:,,

HgS04 a) OBTENÇÃO INDUSTRIAL


-112S04
·--
Quase que a tqtalídade do acetileno é obtido industrialmente do carbeto
ou carbureto de cálcio.
acetato de vinila
Este, por sua vez é obtido a partir do coque e cal riva (CaO) num forno
A polimerização do acetato de vinila produz o P.V.A (poliacctato de vinila) elétrico. ::rfv' r i·t e:\, . 1 ,,. .•• ._ 'C/7.. r,;~ 11 : r ,;
que é um outro plástico importante.
CALCÁREO (CaC0:1)

f) REAÇÕES PARTICULARES DOS ALCINOS VERDADEIROS *


CARVÃO
O alcino verdadeiro possui H polarizado que pode ser substituído por um j
- gá,
metal.
alcatrão

R-C

queima queima
coquc:ria

DDDD da
hulha

Quando esse II é substituído por Na, Ag, Cu, etc temos os compostos
(CaO) ç
denominados ACETILETOS. CAL VIVA COQUE

Em especial, os acetíletos de Ag e Cu são sólidos insolúveis na água e que


quando secos são altamente explosivos, sendo sueeptíve.is até a choques.
Para a obtenção de acetilctos podemos utilizar como reagente: Na (metá- /1 ,(ri11,,1,n1I:~
/( r
1

lico), AgN0 3 amoniacal, Cu 2 Ch amoniacal.


,;•. - : , .r fl 0 .r ,! .- . '.'• if 1
fõrno
Exemplos: elétrico
,· .
R -- C =C 1 H + Na R - C =,
1'
C - Na + ½ H2
r:·~{' ({ "'; i e,. }

acctildo de ~ódio (CaC,)


CARl!b'TO DE CALC!O

R - e 'Õ:'
,
e +,
Nll40ll
H + AgN03 - - - - R - e =e - Ag + HN03 ,. 1: .
á.O l-r--
l Hidrólise

a,,,tikto d,• prn ta /' ACETILENO (IIC aa C.1i)


' ,.
\./•fi . ~/·( ,l.ü l 'l

o
Nll40H
------ 2 R -- C = C -- Cu + 2 HCI
acetilcto de cobre

R - e =e - R' + AgN03 não reage


238 FEL TRE:- SETSUO
QUÍMICA ,ORGÂNICA 239
As principais reações do esquema anterior são:
É pouco solúvel na ãgua (1 litro de água dissolve litro de acetileno me-
a) Obtenção da cal viva.
dido nas CNTP). É muito solúvel na acetona: 1 litro de acetona dissolve 300
CaCO3 1:::. CaO + co; • litros de acetileno.
/ooo •,--
calcáreo • cal viva
c) APLICAÇÕES
b) Síntese do carbeto em forno elétrico Uma das principais aplicações é como gás ile maçarico oxi-acetilênico que
2200°C
produz elevadíssimas temperaturas, capaz de "cortar" chapas de aço.
CaO + 3C + co 1 O acetileno quando queima com _o 2 do ar dá uma chama luminosa e a
''carbure to" reação é incompleta produzindo muita fuligem (C em pó).
Quando se queima acetileno com 0 2 puro (insuflado) produz uma chama
c) Hidrólise do carbureto.
azulada de elevadíssima temperatura (3000°C).

+
H +OH - Ca(OH) 2 + H-C=êC-H
H f OH
acetileno

Na prática vende-se o próprio "carbureto" e o acetileno é preparado "na


hora" em dispositivos especiais.
Às vezes o .acetileno é "engarrafado" em tubos de aço. No interior desse
tubo existe um material poroso (terras infusórias) e muita aeetona que dissolve
bastante o acetileno. O material poroso é para evitar a detonação da solução
acetona + .acetileno que é sensível choques. a
Outro processo que foi usado antigamente é o de Berthelot que utiliza
eletrodos de grafite em arco voltaico numa atmosfera de hidrogênio.
arco
2C + voltaico H-C==C-H
(eletrodos) (gás)

) (r"•'°L r·/ l (j ' ( /( f •

b) PROPRIEDADES FÍSICAS
HC = CH
O acetileno é um gás incolor e inodoro. Quando se prepara o acetileno a
O maçarico é também usado em soldas autogênicas (as peças a serem sol-
partir do carbureto nota-se no entanto um odor ruim. Isso é devido a impurezas
sulfuradas que acompanham o carbureto e se desprendem durante a hidrólise. dadas também sofrem fusão).
Atualmente o acetileno é um produto muito importante na fabricação de
Tem ponto de ebulição a -82ºC. Sua liquefação por pressurização é muito
outras "substâncias bases" para a fabricação de borracha sintética e fibras texteis
perigosa, pois o acetileno tem alto conteúdo energético. Na síntese total temos:
sintéticas de qualidade.
2C + H2
arco •
voltaico
H-·c =e - H l:::.li=+54 Kcal

Na síntese houve absorção de 54 kcal por mol de acetileno.


i
1
240 FEL TRE f_ SETSUO QUfMICA'. ORGÂNICA 241

z EXERCfCIOS E TESTES
ili
V z z
1 o-'l ..
3
:i:: u f.::·
oe,; u
1) Dar o nome oficial do composto abaixo: 8) A reação do iodeto de mctila com acc·
tileto de sódio é do tipa:
H a) adição elctrófila
H - C =C - C - CH3 b) adição nucleófila
1
e) substituição nuckófila SN 1
Czlls d} substituiçao nudcófila SN2
e) nenhuma elas ankrion~s.
2) Que são akinos falsos e alcinos verda-
deiros?
9) A reação do acctikno com HCN é de:
3) Escreva a équação da reação de l inolé- a} adi,ão ddrófila
rnla de propina com 2 moléculas de HCL b) uJiçâa nuch,ófila
Dê o nome ao composto orgânico for- e) substituição nuclcófila SN 1
u mado. b} substituiçao nuclcófila SN2
:E e) eliminação
4) Fscrcva as equações das reações que
transformam caJcárco, coque e água cm 10) A trimerização do ac'l"tikno produz o:
acetileno. a) n·hexano
b) ciclo· hexana
5) Escreva a, equações das reações seguintes·. e) triacetileno
propina + AgN03 + NH40H ~ d) trimeti! - cidoprano
e} benzeno
lmtino • 2 + AgN0 3 + NH 4 0H
11) Indique a alternativa que é uma propo·
ü 6) Os alei nos são isõmcros de:
o sição jàlsa:
ü
rE ~ a) alcanos
a) o carbureto de dtkio hidrolizado pro·
li b) akcnos
o duz acetileno.
., e) ciclanos
'E"
;r: b) o acetileno é rna kria prima na fabri·
u d) ciclanos e alcadienos
8 coação de muitos pli.Ísticos e fios sin·
Ili e) cidcnos e alcadicnos
"' u téticos para indú,Lria kxtil.
1 e) o acetileno possui grande energia ar·
7) Os alcinos produzem reações de adição:
u-:I; mazcnada rnzão pela qual é usado no
li a) só clctrófila maçarico.
u b) só nuckófila dJ o acetileno é tn111b~m obtido indus-
i:.' e) clctrófila ou nuclcófila dependendo trialmente do pctri,lw.
dos rcag1•ntcs e) utiliza-se o acctilcn,; para a fabrica·
d I não proJu,em reaçõ~s tk adição ç.'io industrial ,Li .,,dona.

'O :i::
'\ I
u
1
v
:i:
ALCADIENOS
DEFINIÇÃO

São hidrocarbonetos alifáticos com duas duplas ligações.


A fórmula geral é Cn H2 n - 2
Você pode pensar assim: a partir de um alccno (CnH2 11 ) retiram-se 2 áto-
\ mos de H.
A fórmula C11 H2n-2 é também dos alcinos e cíclenos.

NOMENCLATURA
A nomenclaturn é semelhante à dos alcenos. Dá-se a desinência DIENO de
acordo com esta regra:
a) Escolher a cadeia principal que possui as duas duplas ligações.

Cap(tulo 8 b) A numeração inicia-se da extremidade mais próxima de uma das duplas.

H H (
H2 e = e- e ~ c.H2 H2 C = e = CH2
butadíeno - 1,3 i : propaJkno
(0rítrçno). • (aleno)
,,· ' t , ' ' .

H H H H H2 H
C-C-C C - CHJ H2 C e -C C= CH 2
1
DEFINIÇÃO
NOMENCLATURA CH3
CLASSIFICAÇÃO 3 - meti! - hexadieno - !, 4 2 - mdíl - pen t~dieno - 1, 4
REAÇÕES DE ADIÇÃO
REAÇÃO DE DIELS-ALDER
BORRACHA CLASSIFICAÇÃO
EXERClélOS
Conforme a posição das duplas podemos classificar os alcaclienos em:
a) de duplas acumuladas ou alênicos
b) de duplas conjugadas ou erítrênicos
e) de duplas isoladas
Exemplos:

H H H
H2 e = e - e= e - cH3
duplas acumuladas duplas conjugadas
244 FELTRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 245

H H2 H O composto é na realidade um híbrido de ressonância das 3 estruturas


H2 e = e - e- e= CH2 (a, b e c). A estrutura reativa é aquela de cargas isoladas ou sejam (b e e).
duplas isoladas A visualização do modelo espacial é:

O grupo que nos interessa é o das duplas conjugadas por causa do fenôme-
no da ressonância. Os detalhes estão no capítulo 4 do livro de Atomística.
Nos eritrênicos alternam-se dupla - simples - dupla. Vejamos essas ligações:

H H H H
R- e=e- e=e- R'

Examinemos apenas os carbonos com as duplas ligações:

C=C e e e(~--'' e - c~c -


1 1 1 1 1 1 1 1

Os elétrons assinalados (da ligação n) podem deslocar-se nos átomos de Eis os 4 átomos de carbono com seus orbitais p.
carbono.
Existem duas hipóteses: /<'.'];,.

a) deslocam-se para a direita.


® 0••
,':;~t:::;;;;;:i:7"'1~,,,._________
e '~--{~\. e :~fc~ e C!..!C e -e/
1 1 1 1 1 1 1 l
"e-
b) deslocam-se para a esquerda:

¼ti e f~:~ e ..e


()
C!..!C
®
e
··•·,

------
1 1 1 1 1 1 1 1

Temos en1ão 3 estruturas canônícas.

H H H H Os orbitais "p" formam uma "nuvem" que são as ligações 1r ressonantes.


R - e=e- e=e- R' Por causa dessa nuvem o ataque de um reagente será do tipo eletrófilo.
(a) (fórmula fundamental) As distâncias entre os átomos de carbono será a intermediária entre dupla
~ (de um alceno) e simples de um alcano.

H H H H H H H H H H
R e- e=e- e-
®
..
0
R' - R C-C=C-C-R'
••
0 G)
R-C=C
: 1
R'
1 1
~ 1
~ '

(b) (e) 1,33 Â 1,54Â


246 FEL TRE - SETSUO
OUiMICA ORGÂNICA 247

H H H H
R-C=C C=C R' REAÇÃO DE DIELS-ALDER
: : : l
i l,4 6 : 1 46 ~ : A propriedade. de adição 1, 4 do eritreno foi utilizada para reagir com o
' Â ,..._..2.---, Â '
 anidrido ma/eico produzindo um composto cíclico.
Esta é a reação de Diels - Alder que mereceu o Prêmio Nobel de 1950.
REAÇÕES DE ADIÇÃO H~ 0
/ C ! -=- base de Lewis
Nos alcadíenos acumulados e isolados as reações são análogas às dos a/ce-
HC
nas, agora em doses duplicadas.
Nos eritrênicos temos a reação de adição toda especial chamada reação de li
adição i, 4. HC
~
Seja o butadieno - 1, 3 com HBr. C i --=- ácido de Lewis
Br butadicno - 1. 3
H,
1ª,,-H H ·--. H H H f (eritreno) C±) {[)
H2C = C - C = CH2 + ºttl Br tt 2 e - e = e - ctt 2
8- ó+, _________ _,
H ácido (j) H
A dupla passa para a região central e dá-se a adição nas posições 1, 4.
e de -:z__- ~e
li Lewis
1

MECANISMO e :e
H base - ~0 H
Das estruturas ressonantes, aquelas de cargas isoladas são as mais reativas. de
Lewis_
Então temos três etapas: anidrido maleico (li)
a) Ionização do HBr
Haverá associação das estruturas (I) e (II) onde em cada extremidade do
H : Br eritreno temos uma reação ácido - base de Lewis.

Resumindo:
b) Ataque eletrófilo do H•
H2
H o
Q H H (±) H H (j)
e '1/'
..,,;CH 2 /C~H ;,'/O
..
H2C - C = ( - ,....,,
CH2 + H+ ..
H2C - C
H
= C - CH2 HC
1
.1/
+
e
li "' o
,/
HC
li
e-
1
e
"'o
HC, /
carbocátion ou íon carbànio ~CH 2
e --- e.·~ Hc . _____
C .,.-- H
e e 0-
'--::
H o o
H2
e) Reação do carbocátion com Br·
dieno dienófilo aduto
ou fílodicno
H H G) 0 H H
H2C - C = C - CH2 + : fü H2C - C = C - CH2
Reações semelhantes são denominadas também de reações de Diels - Alder.
1 i B; Sempre teremos um eritrênico (dieno) ciclizandu-se com um outro ·composto
H H ( rliPnMilr,\
r::t·• ;,•, ::'~~-- _1)>
'l.:.f·,;
QUÍMICA ORGÂNICA 249
248 FELTRE - SETSUO

A borracha natural é extraída da seringueira que é a Hevea brasiliensis en-


contrada nas matas amazônicas. Posteriormente as sementes da seringueira foram
BORRACHA ~~tu~
ii levadas para Malaia, Indonésia e Ceilão, onde hoje é feito um cultivo racional.
A borracha natural é um polímero do isopreno (CsHs), Da seringueira extrai-se o latex que é um líquido leitoso - é uma dispersão
coloidal com 35% de borracha.
H2 C=C-C=CH.
Esse líquido é coagulado utilizando-se ácido acético.
H I
\ CH 3 O látex é colocado em recipientes apropriados onde se adiciona o ácido
acético.
meti! - butadieno - 1, 3
(isopreno) Em processos rudimentares utiliza-se o ácido aéetico contido na fumaça que
sai quando se queima madeira.
A borracha tem fórmula (CsHs)n. Ê o ácido acético do "ácido pirolenhoso" e o processo é chamado de "de-
A cadeia polímera é resultante da adição de diversas moléculas de isopreno. fumação".
Estas adições ocorrem nas posições 1, 4; saltando a dupla para a posição central. Molha-se um graveto no látex e expõe-se a fumaça; esta operação é reali-
zada repetidas vezes até formar uma bola no graveto.
A borracha assim obtida é chamado também de cauchu. Ela é pegajosa,
muito macia e não tem resistência ao desgaste.
~i~'c = e - e= cÍÍ~-+-~-~-c = e - e= é'í1~~+-;~:·c = e - e= é~2-
Com o tempo ela vai-se oxidando com 0 2 do ar e toma-se quebradiça.
H I H I H 1

Foi Charles Goodyear que introduziu um processo de aprimoramento à bor-


racha tornando-a útil em diversas aplicações industriais, principalmente na fabri-
cação de pneumáticos.
Ele aqueceu a borracha com 5 a 8% de enxôfre e obteve a borracha vul-
- e - e = e - e - e - e = e - e -- e - e = e - e - canizada que melhorou nitidamente as propriedades da borracha.
H2 H I H2 H2 H I lh H2 H I H2
Clh CH3 Clh

A ozonização da borracha é uma prova que a estrutura da borracha é essa.


BORRACHAS SINTÊTICAS
A ozona "quebra" as duplas produzindo aldeídos e cetonas.
No caso da borracha o produto de ozonólise é o aldeído levulínico cuja a) DUNA
fórmula é: ~ a borracha artificial obtida pela polimerização do eritreno (butadieno - 1, 4)
catalizada por sódio.
o H H
Na
n • H2 C = C - C = CH 2 Buna
aldeído levulínico
A palavra Buna deve-se aos reagentes cujas iniciais são:
De fato; se quebrannos a molécula da borracha nas posições da dupla e
(Butadieno - 1, 4 + Natrium = sódio)
colocarmos oxigênio. temos somente moléculas de aldeído levulínico.
250 FEL TRE - SETSUO

b) BUNA S OU GRS

Outra borracha sintética de excelentes qualidades é a Buna S obtida pela


copolirnerização do butadieno - 1, 4 + estiremo (vinil - benzeno).

H H H
@-e= CH2 e e

Styrcne Butadkno - 1, 4

GRS ➔ (Government Rubbcr Styrene)

c) PERBUNAN

:É a borracha sintética obtida pela


H
copolimerização do butadieno-1, 4 com H2C C- C- N
acronitrilo. acronitrilo Cap(tulo 9
d) NEOPRENO
H H
Ê a borracha sintética obtida pela
polimerização do cloropreno que· é o
H2 e = e - e = CH2
1
CICt.AI\IQ.S
2-cloro - butadieno-1,4. CI
cloroprcno

DEFINIÇÃO
As matérias-primas utilizadas na fabricação do cloropreno são acetileno e HCL
NOMENCLATURA
PREPARAÇÃO
EXERCfCIOS E TESTES PROPRIEDADES
TEORIA DAS TENSÕES DE BAEVER
TEORIA DE SACHSE E MOHR
EXERCICIOS
1) Quais os principais tipos de alcadicnos 5) Seja o composto com a fórmula abaixo
cm relação à posição das duplas ligações?

2) Dê o nome oficial e escreva a fórmula


do alcadicno de duplas conjugaliaS com
menor número de átomos de carbono.
x, y e z são as distâncias intcratômicas.
Temos então:
3) Equacione a reação do butadieno - 1, 3
com uma molécula de HBr. a) X = 7. >y d) X< y =z
b) X = y =z C) X = 7 <y
4) Qual é a fórmula da borracha natural? e) x > Y =,.
'
.J\ -.. -- ÜJ e.:..-, '· t~l.l.i- • O} '-·
1 r,
u QUÍMICA ' 1,,,.

ORGÂNICA 253

CICLANOS
DEFINIÇÃO
1 • metil - 3 - etil · · • ciclohcxano
São hidrocarbonetos saturados com cadeia cíclica.
(no sentido inverso teríamos
Sua fórmula geral é CnH2n com n ~ 3. l • meti! ··• 5 - ctil: errado)
Para a dedução da fórmula geral pense assim:
Comece com um alcano:

H H H H
1 1 1 1
PREPARAÇÃO
H - e - e - e - e - cH3 a) HIDROGENAÇÃO CATAL(TICA DE
1 1 1 1 1
,.-·1:r·- H H ·•H'·• HIDROCARBONETOS CICLICOS INSATURADOS

H
Retire 2 H de carbonos diferentes e não vizinhos; fecha-se a cadeia e te-
mos a fórmula geral CnH2n· ;:::::: e-....___
H-C C-H
Pt
1 li + 3 H2
t,.
H-C::::::-.._ C-H
~e,.,..
H
benzeno ciclohexano

Os ciclanos, como já dissemos, possuem a mesma fórmula geral dos alcenos.


b) A PARTIR DE DERIVADOS HALOGENADOS
NOMENCLATURA Derivados halogenados convenientes perdem os átomos de halogênio qiante
de zinco em pó, fechando a cadeia.
A seguinte regra deve ser obedecida na nomenclatura dos ciclanos:
a) Verificar o número de C na cadeia cíclica dando o prefixo CICLO. H2
C - Br
b) Iniciar a numeração do radical mais simples e no sentido dos menores H2 C / • H2 C - - CH2
números.
1 + Zn(pó) - 1 1 + ZnBr 2
H2C - C - Br
H2 C--CH 2
H2
H 2 C - - CH2 ciclobutano

1 1
H2 C CH2 PROPRIEDADES

Os ciclanos com 3 átomos de carbono na cp,deia cíclica dão reações de


ciclobutano l, 2 - dimetil - ciclopentano adição com abertura de cadeia.
QUÍMICA ORGÂNICA 255
254 FEL TRE - SETSUO

Somente com um super-aquecimento poderíamos abrir a cadeia.


H2 C - - CH2
>( Ní Na reação do ciclopentano com Br2 o ciclopentano comporta-se como um
\ + Hz
120°C
H3 C - CH2 - CH3
alcano, dando reação de substituição. /
CH 2
ciclo propano propano

H2C - - CH2 H2
+ Br2 H2 C - C - CH 2
\ >< 1 1 + Br -: Br - H - Br +
CH2 1
Br Br

H 2 C - - CH 2 H2 monobromo - ciclopentano
\ X + H - Br H 3 C - CH 2 - C - Br
Com 6 átomos de carbono na cadeia cíclica a estabilidade é máxima.
CH 2
A partir de 6 carbonos, a medida que vai aumentando o número de car-
Já com 4 átomos na cadeia cíclica a reação é mais difícil: bonos na cadeia cíclica, a estabilidade vai diminuindo.

H 2 C - - CH2
Resumindo:

1
H2C--CH2
ciclobutano
+ + H2
Ni
200ºC
Os ciclanos com 3 e 4 átomos na cadeia cíclica sofrem facilmente ruptura
da cadeia. Com S carbonos na cadeia cíclica já dâ reação de substituição e com
6 carbonos é muito difícil romper a cadeia.
Como se explica isto?
Foi em 188S que Adolf von Baeyer deu a primeira explicação a este fe-
H 2 C - - CH 2 nômeno.

+
H2 H2
+ Br1 H2 e - e- e- CH2
1
1 1 TEORIA DAS TENSÕES DE BAEYER
H 2C - - CH 2
Br
Lembremos que segundo Le Bel e Van't Hoff o carbono ocupa o centro
H 2 C--CH2 de um tetraedro regular e suas valências dirigem-se para os vértices.

1
H2C - - CH 2
+ + HBr H 3 C - CH 2 - CH2 - CH:2
1
Br
Então, o ângulo normal entre duas valências do carbono é de 109°28'.

Os ciclanos com S carbonos cíclicos já possuem uma estabilidade alta e


109°28'
comportam-se mais como os alcanos.

H2
/ e '-----
H2 C .
\
H2 C -CH 2
I
CH2 Ni
>< Segundo Baeyer, os átomos de carbono num ciclano eram coplanares e suas
valências não estavam com o ângulo normal (109°28'); as valências estariam su-
jeitas às tensões. Quanto maior fosse a tensão, maior sería a instabilidade da cadeia.
FELTRE - SETSUO ClUíMICA ORGANICA 257
256

Vejamos os ângulos segundo esta teoria. E para o ciclohexano'?

~~
e
A e
l-~90-º

c---c
e

No ciclopróprmo o ângulo é de apenas 60º, há um grande desvio da posição


e 1oa

\c--c/
e 0

O ciclohexano teria um ângulo de 120º. Isto causaria uma tensão em sen-


tido oposto em relação aos casos já estudados, ou seja de - 5º 16' que seriá uma
normal e portanto a cadeia rompe-se facilmente. tensão de distensão.
Faça uma analogia com um pegador de doce: O ciclohexano deveria ser instável. No entanto ele é mais estável que o
ciclopentano e praticamente só dá reação de substituição. A explicação desse fe.
nômeno coube aos cientistas Sachse e Mohr que foram puramente teóricos.
A confirmação experimental só veio em 1926 mostrando que a teoria for-
Quanto maior o desvio, mulada pelos referidos químicos estavam corretas.
~
maior será a tensão .
. -~
...... ~ ~-...:5-::-
TEORIA DE SACHSE E MOHR

-
A tensão pode ser calculada pela fórmula: tensao = 109°28'
2
-O'. Estes cientístas propuseram que os át1;w,.,s de carbono nas cadeias de 6 ou
mais carbonos cíclicos não são coplanares e mantém o ângulo sem tensão (109º28').
sendo O a, 0 ângulo entre as valências do carbono na cadeia cíclica suposta uma No caso do ciclohexano, os carbonos mantendo o ângulo normal de valên-
cia possuem duas estruturas espaciais.
cadeia coplanar.
Uma das estruturas possui os átomos de carbono dispostos em forma de
Teremos então: CADEIRA e a outra estrutura faz lembrar um BARCO.
a) Para o ciclopropano o: =60° Para estudar o ciclohexano temos o modelo de Barton que utiliza tetrae-
dros de metal (representando carbono) e arames de aço. Estes arames têm a
tensão = 109°28'2 - 60° = 24º44'
capacidade de lívre rotação em relação ao encaíxe.

b) Para o ciclobutano a = 90º.


tensão = 109º 2~ - 9 oº = 9°44'

c) Para o ciclopentano o: = 108°


tensão = 109º28; - 108º = 0º44' (desprezível) Cadeira Barco
' . ,·)-
_..
A forma mais estável é a conformação de cadeira razão pela qual daremos
Por isso o ciclopentano tem cadeia de grande estabilídade preferindo rea- mais ênfase. A forma barco aparece raras vezes principalmente quando existe um
ções de substituição como nos alcanos. radical ligando os átomos 1 e 4.
258 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 269

Tanto a forma barco como a cadeira limitam semi-espaços superior e in- Estudemos melhor a conformação cadeira que é a estrutura reahnente pre-
ferior em relação aos planos da cadeia. sente nos compostos que possuem a cadeia ciclohexano.
Os hidrogênios situados no semi-espaço superior são denominados H beta Examinando a cadeia (conformação cadeira) na posição já desenhada obser-
(Hp). vam-se 6 valências verticais: 3 para cima (fj) e 3 para baixo (a).
Os •hidrogênios que se situam no semi-espaço inferior são os hidrogênios Estas valências são denominadas ligações axiais.
alfa (H0}
Vejamos as representações esquemáticas.

Ligações axiais

Hidrogênio /3
• As demais ligações são denominadas equatoriais.

Ligações equatoriais

Hídrogênío /1 Vejamos agora a colocação de um radical metil (-CH 3). Este radical é re-
pelido pelos átomos de H do mesmo serni-espaço.
Todos os átomos de H visíveis estão no semi-espaço superior tanto na con- Estudemos a conformação cadeira. Vejamos em qual das posições, equa-
formação cadeira como barco. torial ou axial, o -CH3 ficará mais estável.
São todos eles hidrogênios (3.
Não é muito fácil tentar "enxergar" através dos desenhos. Se você tivesse
Os hidíogênios pontilhados, que ficam debaixo dos planos são os hidro- modelos (de Stuart ou Barton), logo iria ver que o -CH3 ficará mais distante
gênios a. de H, na posição equatorial.
260 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 261

Se você tivesse. os modelos rapidamente iria ver que:


a) Nas conformações eis (cloro no mesmo semi-espaço) a distância é ames-
ma tanto na figura I como na III.
b) Nas conformações trans (cloro em senti-espaços opostos) a distância é
sempre maior que na eis.
No entanto a conformação tendo os 2 átomos de cloro transe equatoriais
é a que dá maior distância entre esses átomos de cloro.
Então a forma mais estável e portanto a mais provável de se encontrar é o
la - 213 - dicloro - ciclohexano diequatorial ou também conhecido como trans-
dicloro-diequatorial-ciclohexano.
Agora vamos ver 2 radicais cloro (-Cl) em carbonos vizinhos. Esses 2 ra-
dicais se repelem por ser negativos e melhor será a posição de máxima distância.
EXERCfCIOS E TESTES
Examinemos na conformação cadeíra apenas as ligações dos carbonos 1 e 2.

1) Os ciclanos são hidrocarbonetos que pos· 4) Qual é a conformação mais estável para
suem a mesma fórmula !,'Cral dos: o ciclo-hexano?
a) aJcanos d) alcadienos
S) A figura abaixo está representando três
b) alcenos e) alcatricnos
e) alcinos
das diversas valências na conformação ca-
deira, do cidohcxano.
2) Dar os nomes aos seguintes compostos:

a) CH2

/\
H2C - - - C - CH3
H

Vejamos as 4 alternativas na colocação de 2 átomos de cloro nos carbonos


1 e 2. Estas valências são:
a) uma a e 2 {3 equatoriais
CJ ((j) axial CI (/3) axial
bf uma a e 2 {3 axiais
e) 3 a equatoriais
d) 3 /3 equatoriais
e) 3 /3 axiais

6) Qual das seguintes estruturas é a mais


3) A reação de um ciclano com Br2 é de
eRtávcl para o l, 2 - dibromo - ciclo•
adição e produziu o l, 3 - dibromo
equat. hexano?
butano. O ciclano era:

C 1 ( a) axial CI (a) axial a) meti! - propano a) a, í3 - barco


b) ciclobutano b) a, OI - barco
e) meti! - ciclopropano e) a, OI - cadeira
CIS TRANS CIS TRANS
d) meti! - ciclobutano d) a, /3 - cadeira
Fig. I Fig. II Fig. III Fíg. IV e) etil - ciclopropano e) /3, /3 - cadeira
HIDROCARBONETOS
,
AROMATICOS
DEFINIÇÃO e.--
'
1
'
• i .
-,.,~ 4,.tt !rtr
São hidrocarbonetos que possuem pelo menos um anel benzênico na mo-
lécula.
O anel benzênico é aquele de 6 carbonos cíclicos trocando duplas e sim-
ples alternadamente, como já vimos no capítulo das cadeias carbônicas..
Lembre-se de que as ligações 11 são ressonantes e disso resulta um par de nu-
vens eletrõnicas como indica a figura abaixo.

Capítulo 10

HIDROCARBONETOS
,
AROMATICOS ,'. r, . : .,.,..., ,

Pela estrutura já se vê que o benzeno facilitará o ataque de um radical


eletrófüo, já que existem essas "nuvens eletrônicas".
DEFINIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
NOMENCLATURA
CLASSIFICAÇÃO
ISOMERIA
MECANISMO GERAL DAS REAÇÕES AROMÁTICAS Os hidrocarbonetos aromáticos podem ser classificados quanto ao número
PREPARAÇÃO de anel benzênico na molécula, em:
PROPRIEDADES
CAPACIDADE DIRETORA DOS RADICAIS
HULHA . [ MONONUCLEARES { ;:icular { :!~:~~:!~netos
EXERCICIOS
AROMATICOS { núcleos isolados
POLINUCLEARES
núcleos condensados

Os hidrocarbonetos benzênícos são aqueles mononucleares e de radicais sem-


pre alífáticos e saturados.
/'
264 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 265

A fórmula geral desses hidrocarbonetos benzênicos é C11 H2n-6 com n;;,, 6.


'
NOMENCLATURA
Exemplos:
Gerahnente considera-se um composto benzênico como sendo o benzeno
ligado a radicais.

@ C H , -CH,

@-cH,
metil - benzeno (tolueno) vinil - benzeno (cstircno)
Vejamos alguns exemplos de hidrocarbonetos aromáticos polinucleares;
Observação: Um grande número de compostos aromáticos possuem nomes par-
H H ticulares.
1 1 1

~e~ _,...,..e~
Quando existem diversos radicais deve-se numerar os carbonos do núcleo
benzênico. A numeração inicia-se do radical mais simples e segue-se o sentido
H-C

1
C

li
C-H

1
- H
o o da regra dos menores números.

(naftaleno) 1 , dinuclear de
C10Hs r,lr, ·' ,.,,,,r,'
núcleos 6ondcnsados @-CH,

C2Hs
1, 2 - dimctil - 1, 3 - dimetil 1 - meti! - 1, 3, 5 - trimeti! -
benzeno benzeno 4 - etil - benzeno
(o-xileno) (m-xileno) benzeno (mcsitikno)
(p-metil-etil -·
(difenil metano) C 13H 12 (antraccno) C 14 H 10 benzeno)
núcleos isolados núcleos condensados

Para o naftaleno temos as posições et e /3.

Esta é a numeração
dos carbunos adota-
da para o naftaleno.
(difcniloJ C 12 H 10 (fenantrcno) C14H10
ní, ç[co, isolados núcleos condensados a: Ct 5 4
266 QUIMJCA ORGÂNICA 267
FELTRE - SETSUO

No caso de existirem muitos radicais utiliza-se a numeração acima indicada. b) COM 2 RADICAIS

Agora as posições relativas dos radicais podem ser de 3 modos:

CH3 CH3 CH3

a - me til - naftaleno 2 - meti! - 3 - ctil - naftaleno


@ @- CH3

CH3
®
Às vezes é preciso considerar o anel benzênico como parte de um radical. CH3
(orto) (meta) (para)

xilenos

Os 3 isômeros de posição são denominados orto (o), meta (m) e para (p).
1, 2 - difenil - etileno 2 - metil - 4 - fenil - pentano

e) COM 3 RADICAIS IGUAIS

Temos agora três isômeros de posição: vicinal, simétrico e assimétrico.

ISOMERIA R R R

O caso mais importante de isomeria é a isomeria de posição dos radicais


ligados ao anel benzênico.
Vejamos os casos com I radical, 2 radicais, 3 radicais, etc.
@ @ R@ R

R
R

a) COM APENAS 1 RADICAL R


vicinai assimétrico simétrico

Aparentemente nos dá a impressão que existem "outras" formas, mas numa


observação melhor veremos que é repetição de uma das estruturas já mencionadas.
(tolueno)
@-CH, Exemplo:

é o assimétrico (1, 2, 4)
Os seis átomos de carbono são equivalentes. Então não adianta mudar a
posição do -CH 3 • Temos apenas um composto.
268 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 269

d) COM 4 RADICAIS IGUAIS Este radical E irá iniciar o ataque eletrófilo formando um carbocátion ou
íon carbônio.
Existem apenas 3 isômeros de posição: vicinal, simétrico e assimétrico.
H
Você pode pensar assim: sendo 6 carbonos, ficarão 2 carbonos sem os ra-
dicais. As posições desses 2 carbonos sem radicais no núcleo benzênico só podem HC~c"c_,,..,.H
ser o, m e p. 1 10 ,"~-'~E
R R HC c: . . ---
~C / -.......H

@ R@: :@:
R
R

R
H
carbocátion ou íon carbônio

Em seguida o carbocátion ou íon carbônio perde um íon H+ do próprio


C que sofreu o ataque eletrófilo.
vicinal assimétrico simétrico
Normalmente esse li+ associa-se a um ânion que, inclusive pode ser do ca-
talisador.
e) COM 5 E 6 RADICAIS IGUAIS não possuem isômeros de posição.
Decorrente disso haverá a regeneração da dupla ligação.

MECANISMO GERAL DAS REAÇÕES AROMATICAS H H

O benzeno tem estrutura ressonante o que lhe assegura uma alta estabili- HC ~ C '--.. e .,,,- ~esapareccr) HC:?'
~e" C - H
dade. Embora seja um composto insaturado, ele tem caráter saturado e prefere
reações de substituição. As "nuvens eletrônicas" resultantes da ligação 11 estimu-
1
HC-.__ Q..° 1
,;-,
E
1
HC~ C •• E
:1
lam o ataque eletrófilo. Embora existam reações nucleófilas em alguns casos, pre- ~c '--!li! ~ e / , ____ _
ferencialmente o benzeno dá reaç{íes de substituição eletrófila. H .............. H
Como vimos no capítulo do mecanismo das reações, o reagente eletrófilo
é um ácido de Lewis. No benzeno surge um átomo de carbono com um par de Resumindo e indicando esquematicamente:
elétrons disponível, pela ruptura de uma dupla ligação quando se aproxima um
reagente eletrófilo.

aqui se
aceita o
o C-H
1
C-H
+E
e
radical
clctrófilo.

Seja o reagente Nu ill O C-H

1
C-E
+ H+
Ele deve libertar o radical eletrófilo IT] que geralmente é conseguido pe-
la ajuda de um catalisador.
270 FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 271

As reações de substituição nos aromáticos é geralmente catalisada. Então


b) NITRAÇÃO
temos as seguintes etapas na reação:
A nitração é a reação com HN0 3 e deve ser realizada na presença de Hi S04
I) Reação do catalisador + reagente liberta o reagente eletrófilo E. concentrado. Na realidade o reagente eletrõfilo é o íon nitrónio (NO;) cuja for-
II) Associação de E ao anel benzênico. mação é:
III) Restituição da dupla com a saída de H+. I) Formação do íon nitrônio.
Vejamos a seguir, algumas reações.

a) HALOGENAÇÃO (Ch ou Br 2)
(base} (ácido)
Emprega-se como catalisador o Fe, FeX 3 ou AIX 3 .
Seja a reação do C)z utilizando FeCh como catalisador.
+
I) O Ch reage com FeCb
(íon nitrônio)
~ J - - - . . - - - .... ~ :

FeCh + CI :: Cl - Ci ♦ + [FeCl4 f
1 O HN0 3 funciona como uma base de Lewis aceitando o próton do ácido
II) Ataque do Ct ao núcleo benzênico sulfúrico - forma-se um cátion instável que perde uma molécula de H2 O e liber-
ta-se o ânion nitrônio No;.
Resumindo:

II) Reação do benzeno com o No;.

III) Regeneração da dupla pela saída de H+. O H+ é atraído pelo ânion cata-
lisador.

© e
1:
_......H

e...__
H
+ N02
©

III) Recuperação da dupla ligação.


A reação global seria

· •· . , mo,rióclorolienzerib .••
272
FEL TRE - SETSUO allfMICA ORGANICA 273

A equação global é:
A reação global é:

u,o+ @-No, :·@a + so, cone. @-so.u


,.
mononitrobenzcno ácido benz,:no sulfônico

c) SULFONAÇÃO
PREPARAÇÕES
A sulfonação é realizada com H2 S0 4 fumegante. Trata-se de uma solução Os compostos aromáticos são obtidos industrialmente a partir do alcatr:1°
de S0 3 em H2 S04.
da hulha ou do petróleo. Descreveremos abaixo alguns processos de laboratóno.
O próprio S0 3 será o reagente.
o a) POLIMERIZAÇÃO DOS ALCINOS
ao reagir 0. • f (f) aceita-se
: o - S~-=- elétrons Vimos que os alcinos são capazes de polimerizar-se diante de catalisadores.
•• !
ó CH3
1

/e~
Já que o S03 é o reagente eletrófilo, temos só duas etapas de reação, pois H-C C-H
não existe catalisador. cat
li 1
I) Ataque do reagente eletróftlo: H3C - e'---- ;;:'/e - CH3
C'
1
H

3 moléculas de (mesitilcno)
propino trimetil benze no simétrico

II) Regeneração da dupla:


b) SINTESE DE FITTIG-WURTZ
Neste caso apenas ocorrerá transposição do íon H+ para um dos oxigênios
do -S0 3 . É semelhante à obtenção de alcanos pelo método de Wurtz. Utiliza-se dois

©
derivados halogenados: um do tipo Ar - X e outro do tipo R • X aquecendo-os
com sódio metálico.
C-H
]:
C-
o ..
S.1-
"o ••
O : H @ - 1 + 2 Na + I - CH, 2Nal + @-cu,
f
, ~1n.a_,1..,hwJ:! ,.0.1 f;l.u.Q•·,t.t"Liv.í ctf' ~J (t
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1 s}) o(t;-·+--~ \p 1-1
ü,.i o~,- ( (
FEL TRE - SETSUp OUiMICA ORGÂNICA / 4' • -. . 275
./ t ...... /,
Como produtos secundários formam-se pequenas quantidades de difenilo:1~ d) SINTESE DE FRIEDEL-CRAFTS 9") \\~ ., Cf' ....., "U
etano que são facilmente separáveis.
É o processo mais importante das sínteses aromáticas.
c) SINTESE DE GRIGNARD O processo é utilizado para se obter os homólogos e derivados do benzeno.
Portanto, a reação será sempre de:
Seja um derivado halogenado aromático:

o - cloro - tolueno

Para se obter o hidrocarboneto correspondente façamos as seguintes reações: O catalisador utilizado é o AIX 3 . Este catalisador atua como um ácido de
Lewis produzindo um carbocátion que irá realizar o ataque eletrófilo ao benzeno.
a) Transformação do Ar-X em composto de Grignard
Seja a reação:

©-ª CH 3
+ Mg (pó) éter ✓ª
Mg'{g)

CHa
cloreto de
o-tohúl
magnésio

O mecanismo já foi descrito de modo geral no item anterior:


b) Em seguida, efetua-se a hidrólise do composto de Grignard.
1) Reação do catalisador com o R - X.

+
+ HO ., H
H
CI
••
~AI: CI
H •• CI
c{.. ct : AI
••
: Cl ]
[ H3C -
H •• ••
Cl CI
tolueno H
Observação: (Base} (ácido)
l
Para se aumentar átomos de C no composto aromático podemos reagir um
(carbocátion)
composto de Grignard com um derivado halogenado de preferência que seja alí-
/ico, pois a reação será mais fácil.

II) O carbocátion ataca o benzeno.

brometo de alila alil - benzeno


276 i
FEL TRE - SETSUP QUfMICA ORGÂNICA 277

111) O novo carbocátion perde H+ para o complexo contendo catalísador. b) HALOGENAÇÃO


Estudaremos as reações com Cl 2 e Br 2 que são análogas.
Vamos utilizar um aromático com um radical. Seja o tolueno:

......... _

A reação global será:

A reação de substituição do -H por -Cl poderá ocorrer no núcleo benzê-


nico (nas posições o ou p) ou na cadeia latem! conforme as condições de reação.

1) Substituição no anel benzênico


Esta substituição é realizada com uma reação na ausência de luz, a frio e
com catalisador de FeX 3 . Trata-se da reação de ataque eletrófilo, como já visto
PROPRIEDADES
para o benzeno.
O benzeno possui alta estabilidade e exige condições bastante enérgicas para
sofrer r_uptura no anel benzênico. Geralmente ocorrem reações de substituição
dos H ligados ao anel benzênico.
H :H
\ + Cl/- Cl HCl +
a) HIDROGENAÇÃO frio, obsc.
H H
A hidrogenação enérgica ao benzeno produz o ciclohexano.
~ necessário condições bem mais enérgicas que na hidrogenação de alcenos ou
ou alemos.

H O mecanismo dessa reação é análogo ao da reação

H-C.,..
1
1

~e
"--c-H
li + Ni
200ºC
do benzeno com Cl 2 , descrito na página

o
H-C,.. C-H
~-..:::e/ Cl

H
ciclohexano Na prática, a reação dá uma mistura de derivados orto e para clorados.
278
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 279
li) Substituição no radical
A reação global será:
Agora a reação deve ser efetuada diante da luz ou ultra-violeta.
A reação é análoga àquela de substituição nos alcanos.
Sejam os mesmos reagentes da reação anterior:

Resumindo:
obsc.
substituição no núcleo

cS
Inicialmente o Cl 2 sofre uma homólise pela ação da luz.
hV + a,--C
ct+ct substituição na cadeia lateral
calor

A seguir o •Cl ataca o aromático:


Lembre disso:
H O benzeno sofre ataque eletrófilo nas substituições no núcleo e aí precisa-
mos de um catalisador para formar o íon Cl~\eletrófilo) que ataca o núcleo.
+ •Cl H .. Cl +
@- C•
1
Para radical lateral, este comporta-se como um alcano e exige no ataque
H um halogênio no estado atôrnico • CI : o que se consegue com a luz ou ultra-
radical orgânico (benzi!) violeta ou até mesmo peróxido.

Agora o radical orgânico ataca outra molécula de cloro: Ou use esta regra minemônica:
H H

@- ~• + ct •l•Cl -@- 1
C •• Cl + •Cl
1
H H

E assim sucessivamente o • Cl ataca o tolueno, etc.


Uma vez iniciada a reação haverá continuidade. Na prática é preciso man-
ter a luz (ou calor) porque ocorrem .associações do tipo: •
Com calor e claridade haverá substituição na cadeia lateral.
•Cl + • Cl - - - - Cl 2 Na obscuridade e a frio a substituição será no núcleo.
280
FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 281

Um caso especial é a cloração do benzeno diante da luz ultra-violeta. Rom- d) SULFONAÇÃO


pem-se as ligações 1T resultando o benzeno - hexa - clorado conhecido como
BJ-1.C. Esta reação também já foi vista. Basta fazer reagir o composto aromático
com a mistura H2 S0 4 /S0 3 . Quem reage é o S03.
H
1 CH3 CH 3

H-C/C~C-H H3C - i--@-H + S0 3 H3C - {--@-so3H


luz
~I 1 + 3 Cl2 CH3 CH3
H-C, .,..c::;C-H
"e?( derivado sulfônico

1
H Na reação com o composto acima, a posição orto está totalmente impedida
em virtude da falta de espaço para caber o radical -S03 H.
Diremos que houve um impedimento esférico na posição orto.
O B.H.C. é utilizado como inseticida.

c) NITRAÇÃO e) OXIDAÇÕES
Já vimos o mecanismo da nitração na págína 271. Lembremos que se usa Ê muito difícil oxidar os ca+bonos do anel benzênico. Isto só ocorre em
a mistura sulfo-nítrica para haver libertação do íon nitrônio Nollque é muito condições muito enérgicas, produz ruptura e conseqüentemente o desaparecimen-
eletrófilo. to desse anel benzênico.
A oxidação menos difícil é a do radical lateral e dá-se com a ruptura da
~ CH, + IIO ~) NO, cadeia, se este radical tiver mais de um átomo de carbono. Sempre resulta ácido
benzóico para os aromáticos com apenas 1 radical lateral.
,..- .......
H

Logo adiante veremos que a nitração do tolueno produz na primeira etapa @c~~H + [ H - c::~H]
o orto ou para nitro-tolueno.
ácido benzóico '
Uma nitração excessiva produz o tri-nitrotolueno (T.N.T.) que é um explo-
sivo de poder comparativo com a dinamite.

Os átomos de H em excesso são eliminados na forma de H2 O.


A combustão dos aromáticos produz gás carbônico e água, como todos os
+ 3HO ,+ N02 compostos orgânicos.
,'

No caso dos hidrocarbonetos benzênicos temos:

T.N.T.
282 FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 283
f) REAÇÕES DO NAFTALENO
Existem 2 grupos:
As reações para o benzeno são também possíveis para o naftaleno (hidro-
genação, halogenação, nitração, etc).
a) RADICAIS ORTO -PARA DIRIGENTES

-OH, -CI,
muito poderosos

Reparem que esses radicais só possuem simples ligações entre os átomos:

H H
1 1
No naftaleno temos dois tipos de H: o a e o (3. N - H' - O - H, - o ~

e - H, etc.
O hidrogénio a é mais fácil de ser substituído. A posição [3 exige na subs- 1 1
tituição, condições mais enérgicas. H H

60ºC b) RADICAIS META - DIRIGENTES


,.hy~•.çrl.€1 ..tl>..Lliú 1 l~_.J..tt.. f,"-' •dv.tt/1.,0., ·
-N0 2 , -S0 3 H, -COOH, -COH, -CN

Reparem que esses radicais possuem duplas, triplas ou ligações dativas.


160°C ~ S 03H
~ ácido /3- naftil :::::::0 / o :::;:::O :;::::O
sulfônico - N----.,_ ,
o
-S-0-H -e, , e, ,
·---..o 0-H H
(m) (o)
H H Os radicais orto-para dirigentes são também chamados radicais ATIVANTES
CAPACIDADE DIRETORA DOS RADICAIS ou de 1~ classe porque a entrada de um desses radicais facilitará a entrada do
2- 0 radical.
Seja o benzeno ligado ao radical R.
WJH@R Exemplo: Na cloração do benzeno, o 2. 0 cloro entrará mais facilmente que
o primeiro cloro, pois este estará ativando a entrada do novo radical.
Os radicais meta-dirigentes são também denominados radícais DESATIVAN-
H H TES ou de 2~ classe, pois após a entrada de um desses radicais no benzeno, irá
(m) (o)
dificultar a entrada do novo radical.
Exemplo: Na reação do benzeno com HN0 3 /H 2 S0 4 a entrada do primeiro
Se esse composto sofrer uma substituição teremos 3 posições a serem subs-
tituídos: orto, meta e para. grupo -N0 2 é mais fácil que a entrada do 2. o grupo N0 2 •

Tudo dependerá da natureza do radical R-. A explicação, porque os radicais são ativantes ou desativantes será vista
logo adiante.
284 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 285

Exemplos de reações com radical o-p dirigente Vejamos alguns exemplos:


Cl
Seja o mononitrobenzeno.
@-No,
(3~:,/0 + HCI
No grupo ~N0 2 existe uma ligação dativa e o N cede um par de elétrons

o, p dirigente
CI
(71Yl~
0 CI para o oxigênio, Daí o grupo N0 2 ser escrito:

ligação dativa

A cloração do rnonoclorobcnzeno produz a mistura de 30 i de ol"to diclo-


© f.o~
• l::J
1
N~ ou
robenzeno e 701/r- de para diclorobenzeno. o
H Um par de elétrons da dupla ligação poderá alojar-se apenas no oxigénio
e apareceria mais uma carga positiva no nitrogénio.
:ó)-@u +

!
o. p dirigente

Eis agora um exemplo de um meta-dirigente: Aí o nitrogênio começa a atrair mais os elétrons do carbono podendo for -
mar uma dupla ligação entre C e N.

H H
e -..-e 0
N0 2
I \ ©CB o
HC C ~ N./
m dinitrobenzeno '• //:_/ "'----o
\-
e-e ,!/ 0~
MECANISMO DA ORIENTAÇÃO H H (não desenhamos os l {)
Tudo dependerá do átomo X constituinte do radical R, que está ligado ao
anel benzênico. O par de. elétrons diminuí a carga ® do nitrogênio mas faz aparecer uma
carga CB na posição orto do anel.
Este carbono (±) pode atrair o par de elétrons rr do carbono vizinho como
indica a figura abaixo:

Se o átomo X atrai e/étrons teremos um radical meta dirigente.


Se o átomo X solta elétrons, então teremos um radical o, p dirige/1:te.
286
FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 287

Com o salto do par de elétrons, o carbono para fica com deficiência de Analogamente um radical orto-para dirigente faz aparecer cargas negativas
clétrons e com carga (±).
nos carbonos orto e para.
Por sua vez este carbono (±) (para) poderá atrair o par de elétrons do car- Seja o fenol:
bono vizinho. E então:

veja os {
..o:H
@:_•)e @-ou elétrons do -OH ..
CB/ \ ®~
e C=NOz -
\ / Um par de elétrons do oxigênio do -OH, salta para formar a dupla ligação
C=C entre O O e o C do núcleo benzênico. Simultaneamente o par de elétrons 11
desloca-se para o carbono orto.
Resumindo:
No mononitrobenzeno temos as seguintes estruturas possíveis:

e .. e
- c .. c
(sem os H)

O carbono orto está com carga negativa. Aí ele força para que o par de
elétrons volte a formar a dupla, porém com outro carbono (meta). Simultanea-
mente a outra dupla já existente desfaz-se e o par de elétrons aloja-se no carbo-
no para.

C..!.!...C
0 / \ G)
O núcleo benzênico é susceptível a ataques eletrófüos. Então, quanto maior :e c~oH
for a densidade eletrônica no átomo, este será mais facilmente atacado pelo rea- \ /
gente. e .--.e e .-.e
Ora, as posições arta e meta possuem baixas densidades eletrônicas porque
os átomos de C ficam constantemente destituídos de elétrons. Mais uma vez o par de elétrons do C (para) ( caminhando no sentido anti-
horário no desenho) vai estabelecer uma ligação 11 obrigando a desfazer a outra
Logo o composto só pode sofrer ataques eletrófilos nas posições meta.
dupla e alojando os elétrons no carbono orto.
Repare que um par de elétrons subiu para o lado do nitrogénio. Isto vem
diminuir a densidade eletrônica no anel aromático. C..!...!. C C..!...!.C
As reaçêíes de entrada desses radicais são do tipo eletrófílo. / \ ® / \ ®
0: e e= OH e e= OH
Ora, a entrada do 1.0 radical, diminui a densidade eletrônica; então a en-
trada do 2. 0 radical será mais difícil. '--~\
e -.:;. e
/ -~e-e/
'--~.,,
Isto vem justificar o efeito desativante dos radicais meta-dirigentes. 0
288 FELTRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 289

O deslocamento de elétrons é um processo dinâmico e contínuo. Então


lemos as 4 estruturas para o fenol. Nos grupos ahaixo o efeito mesômero (ressonância de elétrons) é quem vai
determinar se o radical é meta ou orto-para.
meta
..
(±) OH
li
CB OH
li
/

\ A;··---~ e 1(:
,...

e"----.,.--,,_ / e
e
0
No caso da ressonância de elétrons, a determinação se é o, p ou meta vai
Veja quv as pos1çoes de elevada densidade eletrônica são as orto e para. depender de como formará a ligação 1T entre o anel benzênico e o radical.
Enhio o -OH é um orto-para-dirigente.
Se o radical soltar o par de elétrons para a ligação 11 teremos um caso o, p
Seja o benzeno. Quando ele tem radical R- que é orto-para dirigentes, te- dirigente.
mos Ar - R muito mais reativo que o próprio benzeno.
• • li~:~. ••
É que no composto Ar - R existem estruturas com maior densidade ele- Ar - R Ar.!....!.R
trcinica que no próprio benzeno. ~ ó- ,5+
o, p dirigente
Isto vem justificar o efeito ativante dos radicais o-p.
Vamos ao desfecho final, temos duas espécies de radicais: Exemplos:

a) Sejam os radicais com efeitos indutivos +Is e - Is: .S+ ô+ ó+


Ar _(N - H Ar _(êj - CH 3
CH 3 ó- ô- ••
Cl 1

solta elitrom --- /


- C--CH 3
t
e
atrai /t
'
- c--c1
H

(o. p) CH 3 clétrons Cl @-o-CH3 @-Br


(m)

O grupo -- CH 3 produz efeito +Is e o C (central) solta elétrons ➔ então Se o radical não soltar o elétron e pelo contrário, exigir um par de elétron
o radical terc-bu til será o, p dirigente. do anel benzênico, teremos um radical meta dirigente.

Os grupos -Cl produzem efeitos -Is e o C (central) atrai elétrons do anel :•·•: é um par de elétron 11 do anel benzênico
aromático. Em~o o triclorometil será um radical meta dirigente. Ãr '\_ R ------ Ar.!.!. R
ó+ .S-
b) Sejam ,is radicais com efeitos mesômeros:

.. .o
Exemplos:
ó-
.S-
ºl1:/
..
- Cl: e - eº/
"'H
·-~
f••J,
Ar - e·
ro
1/
,\; - e •• " ,5.:
Ar-C~N
o, p 111 ó+ "- OH ó+ 1 ó+
CH1
290 FEI.TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 291

@ -C-ÇH3
li
O gás d'água é um combustível. É também matéria prima em muitas sín-
teses orgânicas.

HULHA
' -
A hulha é uma variedade de carvão mineral. Ela contém aproximadamente
80% de C, 5% de H, 4% de O, 2% de N, 2% d~ S e 6% de cinzas.
O soterramento de madeiras de grande porte na era do carbonífero, após
diversas transformações gradativas sem o contacto com o ar, originou a hulha.
A destilação da hulha é feita em retortas especiais e produz três frações:
a) Gás de iluminação que é a fração gasosa.
b) Fração líquida: águas amoniacais e alcatrão da hulha.
c) Resíduo: coque.

O gás de iluminação era outrora utilizado na iluminação de vias públicas. ar


Hoje é utilizado para fins domésticos com o nome de gás de rua.
retorta
O gás de iluminação contém aproximadamente: águas
amoniacais
50% de H2 gás
30% de CH 4 de rua

8% de CO Destilação da hulha
12% de outros gases.
Esse gás é também utilizado como fonte de H2 na síntese industrial do NH 3 •
As águas amoniacais contêm substâncias que são transformadas em sais de O alcatrão da hulha é submetido a uma destilação fracionada e produz as
amôneo que são fertilizantes. seguintes frações:

O alcatrão da hulha é a parte densa e contém numerosas espécies de a) óleos leves ➔ até 160°C ➔ Benzeno, tolueno, xileno, etc.
compostos aromáticos. b) óleos médios ➔ 160º- 230ºC ➔ Fenol, piridina, naftaleno, etc.
O coque é o resíduo da destilação, sendo praticamente carbono puro. Tem c) óleos pesados ➔ 230° - 270°C ➔ Cresóis, naftóis, anilina, etc.
emprego como redutor em indústrias metalúrgicas, principalmente no alto forno,
d) óleos de antraceno ➔ 270° - 360ºC ➔ Antraceno, fenantreno, etc.
que fabrica o ferro gusa - este produz o aço.
e) Resíduos ➔ piche.
O coque é ainda utilizado como matéria prima para obtenção do gás d'água.
lOOOºC Na destilação do óleo de antraceno fica um resíduo de 60% de píche.
e + co +
O alcatrão da hulha era a única fonte industrial de compostos aromáticos.
coque vapor Hoje, muitos compostos aromáticos podem ser industrialmente obtidos do
d'água gás d'água
petróleo.
'1

292 FEL TRE - SETSUO

EXERCfCIOS E TESTES

1) Dar o nome oficial ao composto de fór- 9) Qua11do o benzeno reage com o Br2 cm
mula presença de FeBr3 temos uma reação de:
a) adição dctrófila
b) adição nuclcófila
e) substituição clctrófilâ
d) substituição nuclcófila
e) eliminação

2) 1-:screvcr as fórmulas e os rcspectivos no· 10) Efetuando-se a reação do Cl 2 com o to·


mcs dos isômeros aromáticos do etil - lueno, em presença de luz e aquccimen·
benzeno. to, obtém-se:
a) cloreto de benzila
3) Escreva as equações da reação do benze-
1.cno com o cátion nitrônio No;.
b) cloreto de fenila
e) cloreto de o-toluila Capítulo 11
4) Exemplifique a reação de Friedel-Crafts d) cloreto de o-toluila + cloreto de
p-toluila
utílizando cloreto de mctila.
e) cloreto de m-toluila. ,
S) Dê 2 exemplos de radicais o-p dirigentes
e 2 exemplos de radicais meta dirigentcs.
11) Dos radicais abaixo, qual deles não é me-
ta dirigente?
ALCOOIS
6) Que é um radical desativante? a) -N02 ...-: O d) -C =N
e) -C::
b) -S03H H e) -•NH2
7) Que tipos de compostos podem ser ex-
traídos do alcatrão da hulha? DEFINIÇÃO
12) Na combustão completa do tolueno, a CLASSIFICAÇÕES
Hl O número total de isôrneros com o no- relação entre o número de moles de C02 NOMENCLATURA
me trimeti! - benzeno é: formado e do 02 ga.,to é:
PREPARAÇÃO
a) 2 d) 5 a) 3/4 d) 7/9 PROPRIEDADES Fi'SICAS
b) 3 e) 6 b) S/7 e) 1/2
PROPRIEDADES QUÍMICAS
e) 4 e) 7/10
usos
Metanol
Etanol

1 Díálcooís
Glicerina
EXERCICIOS

l
, QUÍMICA ORGÃNICA 295
ALCOOIS
2) Oassificação quanto à posição da bidroxila
DEFINIÇÃO
CH 2 - CH 2 - CH3 álcool primário (OH está em C primário)
Álcoois são compostos orgânicos que possuem uma ou mais hidroxilas (OH), 1
OH
ligadas diretamente a átomos de carbono, que não pertençam a um anel aromá-
tico. CH 3 - CH - CH3 álcool secundário (OH está em C secundário)
1

Exemplos: OH
CH3 - CH2 - CH 2 OH álcool acíclico saturado CH3
1
CH2 = CH - CH2 0H álcool acíclico insaturado CH 3 - C - CH3 álcool terciário (OH está em C terciário)
1
CH2 - CH 2 diálcool OH
1 1
OH OH
NOMENCLATURAS
t) A nomenclatura oficial (IUPAC) é feita com a terminação OL (em casos es-
álcool cíclico saturado
peciais pode-se designar o OH por HIDROXI, numerando-se normalmente sua
posição).
álcool aromático
Mas atençtl.o: 2) A nomenclatura comum é: , álcoo).,<\)~\io~~:~~;P \~~?::;
naõ é álcool,· é um fenol, pois a hidro.xila está ligada di-
retamente ao anel aromático. 3) Há também uma nomenclatura antiga, mas ainda usada em certos casos es~e-
ciais, que considera todos os álcoois derivados do metanol, chamando-o entao
Os álcoois costumam ser representados, abreviadamente, por R - OH.

CLASSIFICAÇÕES
de ca,biMl IH•Siiítj
Além de obedecer às classificações normais das cadeias orgânicas (álcoois Nomenclatura Nomenclatura
Composto Nomenclatura oficial
alifáticos, alicíclicos e aromáticos; áJcoois saturados e insaturados, etc), devemos çamum do Carbinol
mencionar: CH30H metanol álcool metilico carbinol

1) Classificação quanto ao número de hidroxilas CH3 -· CHzOH etanol ákool etílico metil - ca.rbinol

CH2 - CH2 - CH3 CH3 - CH - CHa propanol -2 -'IL-ool isopropíttco dimelil - carbinol
1 monoálcool ou mono) 1
OH
OH
CHa - CH - CHz - CH3 butano! - 2 .:i!L"OOI .~.t.•c·butíJko metil-etil -
CH2 - CH - CH 3 diálcool ou diol ou glicol 1 carbinol
1 1 OH
OH OH CH 3
1
CH2 - CH - CH2 triálcool ou trioJ CH3 " e- CtiJ 2. mctil •• propano!· 2
.ih.'Ool ti:rdo
trirnctil - carbinol
1 1 1 1 buti'fo.-o
OH OH OH .................... OH
!' CH 3 '-ÇH-CH2 -CH10H
áko<;I i,opentílioo
poliálcoois ou polióis
i CH,~
3 • metil - butanol • l
ou isoamlfko
;,obutil - carbinol
296 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 297

PREPARAÇÃO 4) Redução de aldeídos ou cetonas


H
Normalmente, os álcoois não aparecem livres na natureza. Entretanto, eles
""'º
1

R - C + 2 [H] R ~ C -· OH
são muito abundantes, na forma de ésteres, tanto no reino vegetal como animal. --. H (R') 1
Além disso, o álcool etfüco, que é sem dúvida o mais importante, é obtido em H (R')
de Zn + HCI
larga escala por processos de fermentação de açúcares. aldeído ou H2 + cat. (Pt, Ni, ...) álcool primário
(ou cetona) ou LiAlH 4 (ou secundário)

1) Hidrólise de ésteres:
5) Reação de aldeídos ou cetonas com compostos de Grignard
r.e e·, (±) OMgX OH
R · e""'º
'OR'
+ R e-:::-º
'oH
+ [R' -· OH/ (R') H
ffiJO
e 1/
\
+ R:: MgX -
1 H O 1
(R') H - e R ......2..._ (R') H - e - R + Mg(OH)X
'H(R") ! 1 1
/ H~, H~~
A reação deve ser catalisada por ácidos ou bases; neste último caso, obtém- 'i I(Í i

se o sal elo acido que constitui um sabão ( daí o nome de reação ele aldeído fórmico -•~---·----------► álcool primário
saponificação ). ou aldeído qualquer álcool secundário
1/ i ou cetona álcool terciário
,' \. ', i :' ; . ". ( " ' li ,e, . cnr,
,_,·•,. '

2) Hidrólise de haletos (em meio básico): Uma reação semelhante é a do óxido de etileno com compostos de Grignard:
H20
CH2 - CH2 + RMgX - R - CH2 - CH2 OMgX - - R - CH2 - CH20H + Mg(OH)X
R -- X + NaOH (aq) --- IR - OHI + NaX \ /
o
óxido de etileno - - - - - - - - ~ - - - - álcool primário
Nesta reação há uma substituição nucleó/ila do x· por um Off, a qual
pode seguir um mecanismo SN 1 ou SN~, como já foi explicado no capítulo Nesta reação obtemos um álcool primário com dois átomos de carbono a
de mecanismos das reações orgânicas.
mais que o radical (R) primitivo. Outros álcoois mais complicados poderão ser
Como produto secundário, esta reação produz a/cenas, cuja quantidade vai obtidos a partir de "óxidos de etileno" substituídos R 2 C - CR2 .
aumentando ao se passar de haletos primários ➔ secundários ➔ terciários - \ I
- o
(aqui o produto principal é realmente o alceno).
-
. , ·,'d!{,
PROPRIEDADES Fl'SICAS
3) Hidratação de alcenos;
Os álcoois mais simples (metanol, etanol e propano!) são líquidos móveis,
R,C = CR2 + H2 0 incolores, voláteis, de cheiro característico e totalmente solúveis na água. Com o
( do petróleo) aumento da cadeia carbônica, os álcoois tornam-se mais viscosos, menos voláteis
e menos solúveis em água, até chegarmos a álcoois de massa molecular elevada
Esta reação obedece a regra de Markownikoff, de tal modo _que o H da que são sólidos e insolúveis em água.
água vai se ligar ao carbono que já está mais hidrogenado. O mecanismo Este comportamento pode ser explicado da seguinte forma. A molécula de
é normal, iniciando-se com o ataque eletrófilo à dupla ligação: um álcool R - O H é semelhante à molécula da água H - O - H; portanto
um álcool é uma substância polar, embora muito menos que a água. Essa pola-
ridade permite que uma molécula de álcool forme pontes de hidrogênio seja com
outra molécula de álcool seja com a molécula da água (ou outro solvente polar);
isto ex plica:
7

298 FEL TRE - SETSUO aui'MICA ORGÂNICA 299

a solubilidade dos álcoois em água PROPRIEDADES QUIMICAS

C2 Hs - O • • • • • H - O • • • • • H - O • • • • • H - O • • • • • O grupo OH é a parte mais reativa da molécula de um álcool devido à


'H 'ff 'H 'H
polarização causada pelo caráter extremamente eletronegativo do oxigênio. Deste
modo, podemos mencionar os seguintes tipos de reações:
o ponto de ebulição elevado dos álcoois em relação a
outras substâncias de massa molecular equivalente
1) Reações de substituição do H do grupo OH
C2H 5 0H (M = 46) }
etanol (pe = 78,3ºC
(associação molecular)
t
R-0 Na - R - O - Na + ¼ H2
Clh - O - CH 3 (M = 46) } . ;;:;;;ais alcal., alcóxido (ex.: C2HsONa

0
aqui não há • ~ de hidrogênio" ale. ter., terrosos etóxido de sódio)
éter dímetfüco (pe = - 24,2 C) • • . .• .~
:· ', I,= I .•
(amalgamados)

- a formação de ''alcoolatos", semelhantes aos "hidratos" formados pela R-0 C _ R'-R-O-C-R'+H O(reaç~ode_es-)
li II 2 tenficaçao
água: o o
ácido éster
CaCh • 6 H2 O - aqui temos "água de cristalízação"
CaCh • 3 C2 Hs OH - aqui temos "etanol de cristalízação" R-0

Entretanto, é bom notar que, num álcool R - O - H, a polaridade diminui cloreto de ácido éster
à medida que aumenta o radical orgânico R e aumenta à medida que aumenta o
11úmero de oxidrilas OH: R-0 e- R'- R - o- e- R' + R' - COOH
11 li
o o
C.h - OH é polar e totalmente solúvel na água
CH3 - CH2 - CH2 - CH 2
CH 2
1
OH
-
1
OH
1
OH
1
OH
1
-

CH - CH - CH - CH - CH 2
OH
CH 2

1
OH
- CH 2 - OH é pouco polar e insolúvel na água
é novamente polar e solúvel na água
(
,.
R-0
anidrido

'--.......;..--'-'--'---......... composto de
Grignard
éster ácido

halcto de alcoxi - magnésio


(ex.: CH 3 - O - MgBr: brometo de
metoxi-magnésio)

Enfim, nós sempre devemos raciocinar com um álcool, ·pensando em suas (reação de Zerewitinoff - usada para "dosar" H
"duas partes": "ativos", como é o caso do ROH; mede-se, então
o volume do R' - H gasoso que é produzido.

1
301
300 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA

2) Reações de substituição do próprio grupo OH Eliminação intermolecular;

R3C f O - H + H +O - CR3 R 3 C - O - CR3 + H2 O


R 0-H t H X - - - - - - - - R - X + H2 O éter
ácído haleto (ex.: CH 3 -Br brometo de
halogenídrico metila) Estas reações exigem aquecimento (temperaturas mais altas favorecem a pri-
meira reação) e catalisadores; quando a reação é feita em fase Uquida usamos
A velocidade dessa reação diminui na ordem: catalisadores ácidos, como por exemplo, H2 S0 4 ou H3PÜ4 concentrados; quan-
{ álcool terciário > secundário
> primário do a reação é feita em fase vapor usamos catalisadores sólidos, como Al2 Ü3,
HI > HBr > HC! Si0 2 , etc.
Aplicação: Teste de Lucas A velocidade dessas reações diminuem ao passarmos de álcoois terciários,
. ale. terciário ➔ reaçao imediata para secundários e para primários.
ZnC]i
ROH + HCI - ~ ale. secundário ➔ reação lenta Um exemplo importante é:
ale. primário ➔ não reage
,---H-=-2S_0_4-'---c~on_c_•• - - CH2 = CH2 + H2 O
3R +.. p 3 R X + P(OHh
t ?OºC etileno
X3
haleto de fósforo III haleto ácido fosforoso
(H3P03) '--H-=2'-S_0..:.4_c_·o_n_c._ _ C2Hs - O - C2Hs + H20
140°C
éter dietílico
R ·Ü+H+ CI R - CI + POCl 3 + HCI (ou éter comum ou éter sulfúrico)
cloreto de fósforo V cloreto oxHriclorcto de
fósforo
OBSERVAÇÃO:
R 0-H ·H O - N02 R-O-NO 2 + H20 A eliminação intramolecular de água, em álcooís mais complicados, obede-
ácido nítrico nitrato orgânico ce a regra de Saytzeff: "com a hidroxila, sairá mais facilmente o H situado em
(ex.: C2HsN03: nitrato de etila)
carbono terciário, depois o H secundário e mais dificilmente o H primário".
R 0-H + H O -- S02 - OH - - - R - O - SO 2 - OH + H2 0 Portanto:
sulfato ácido orgânico
ácido sulfúrico
(ex.: CH3O SO3H: sulfato
CH 3 -- CH = CH - CH3
ácido de metila) forma-se em maior quantidade

Esta reação prossegue, em condições mais drásticas, chegan- CH 3 CH 2 - CH = CH2


do-se ao sulfato neutro.
praticamente, não se forma
R 0-H H O - S02 - OR - R - O - S0 2 - O - R + H2 O
.___ _ _ _ _ _ _ ____, sulfato ácido sulfato orgânico neutro 4) Reações de oxidação
(ex.: (CH3)iS04: sulfato de
metila) 02 ou [o] R -- COOH
3) Reações de eliminação R - CH 2 0H

É possível eliminar o grupo OH de um álcool, juntamente com um H, da 1 álcool primário 1 l- aldeído 1.


'I mais lenta mais rápida
mesma molécula ou de uma molécula J1izinha. Temos então:
'---------~/
conseqüentemente é difícil "parar" no aldeído e normal-
Eliminação intramolecular:
mente acaba-se obtendo o ácido (um •·truque" para se ob-
~C-C~ ---- ~C=C~ + ~O ter o aldeído é eliminá-lo do meio de reação, por desti-
1 1
1OH H alceno
lação).
302 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 303

nada ou "quebra" Notem que o ~cido acético já é um ácido fraco e o álcool etílico é mais
da molécula fraco que a própria água. Por isso, o etanol não reage nem mesmo com as bases
mais fortes que são as alcalinas; no entanto, ele reage com os metais mais ele-
l •ílrnol secundário 1 tropositivos, que são os alcalinos e alcalino-terrosos (e com alumínio amalgamado):

CH 3 CH 2 0H + Na - - - CH3CH20Na + ¼ H;
etóxido de sódiO
COH nada ou "quebra" da molécula
Além disso, esse débil caráter ácido diminui ainda mais, à medida que au-
J ,íkool terciário 1 menta a cadeia carbônica, devido ao efeito indutivo positivo (+IJ do radical or-
gânico.
Estas oxidações, são feitas a quente, e podem ser provocadas ou pelo oxi-
génio do ar na presença de um catalisador (ex.: cobre) ou pelos agentes oxidan-
tes comuns (KMn0 4 , K2 Cr2Ü1, etc).
Como todas as substâncias orgânicas, os álcoois também sofrem oxidação O efeito +1 8 aumenta a densidade eletrônica do oxigênio, que passa a "atrair"
total ou queima dando C02 e H2 O. o hidrogênio, com mais intensidade.

S) Reações de redução Como "bases" os álcoois são também bases fraquíssimas, do tipo de "base
de Bronsted - Lowry". Conseqüentemente esse caráter básico só é revelado frente
Obtidas somente com redutores enérgicos.
a ácidos fortes:
ROH + 2 HI (reação de Berthelot)
+ HCl [C2Hs~Hr
+ cr
íon de etoxônio
EXPLICAÇÃO DAS PROPRIEDADES QUl'MICAS (nome genérico: íon de oxônio ou alcoxônio)

Corno já dissemos, a grande reatividade dos álcoois é devida ao forte ca- Notem a semelhança com:
ráter eletronegativo do oxigênio em relação ao carbono, o que provoca uma forte (H30r + cr
polaridade na molécula do álcool..
íon de hidroxônio
De certa forma podemos dizer que os álcoois funcionam como substâncias
1111J<íteras, comportando-se às vezes como "ácido" muito fraco, outras vezes como Esses íons de oxônio são decompostos por aquecimento:
"base" muito fraca. Isto vai depender principalmente do outro reagente que o © ©
álcool irá "enfrentar"; um álcool irá se comportar como "ácido" se o outro rea- CH 3 - CH2 - O - H b,, CH3 -- CH2 + H20
gente for fortemente básico e, vice-versa, irá se comportar como "base" se o 1
H íon de carbônio
segundo reagente for fortemente ácido.
Os íons de carbônio são também instáveis ~ portanto muito reativos, sendo
responsáveis por inúmeras reações dos álcoois em meio ácido, como por exemplo:
Como "ácidos" os álcoois são ácidos fraquíssimos:
ácido acético { CH 3 COOH ~ tt• + CH3COO" Ka == 1,8 X 10·5 V ©
água { H2 O :::;:::=:=:=~ tt• + OH Ka == 2 X 10"16 H--~~-H
.,·tt··-, H
álcool etílico { CH 3 CH 2 OH ~ tt• + CH 3 CH 2 o- Ka == 10·1s
304 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 306

ou então: 1) gases = mistura de H2 , CO, CO2, N2, CH4, C2H6, etc

® ---- 6.
- água (85 a 90%)
CH2 + :o -
le)<
Cll.i CH2 - CH3 -
1 - ácido acético (6 a 10%)
H daí o caráter ácido da solu-
2) ácido pirolenhoso =
ção
__/à__ CH3 - CH2 - O - CH2 - CH 3 250°C = mistura liquida
!éter 1 Madeira - metanol (1 a 3%)
retortas
(ausência de ar) - acetona (0,5 a 1%)
Em particular, os ions de carbônio terciários são mais estáveis e portanto - etc
mais fáceis de serem formados que os secundários, e estes mais fáceis que os 3) alcatrão de madeira = mistura líquida contendo gran-
primários. Isto se deve à "assistência" das cadeias carbônicas vizinhas, que, com de número de compostos orgânicos, especialmente
seu efeito +1 5 , "aliviam" a carga positiva localizada no átomo em questão: alicíclicos de moléculas complicadas.
4) resíduo sólido = carvão de madeira

três efeitos +Is dois efeitos +I5 apenas um efeito +Is

Isto explica a maior reatividade dos álcoois terciários em inúmeras reações.


• 2) Por redução do monóxido de carbono

CO + 2 H2
400ºC/200 atm

Este é o processo mais usado atualmente e é um processo carboquimico,


usos uma vez que a mistura CO + H2 chamada "gás d'água", é obtida a partir do car-
vão coque:
Os álcoois mais simples são usados como: J lOOOºC co +
- solventes (na indústria e no laboratório)
3) Por oxidação controlada do metano
- em misturas de baixo ponto de solidificação (anti-freeze)
como matéria prima no preparo de inúmeras outras substâncias orgâni-
cas; aqui os ãlcoois apresentam a vantagem de serem reativos e baratos. Este processo está se tornando cada vez mais importante e é um processo
Um exemplo é a preparação de ésteres muito usados como solventes petroquímico, pois o metano provém do "gás natural" ou é sub-produto das re-
(ex.: acetato de etila) e como essências artificiais (ex.: acetato de iso- finarias de petróleo.
amila - essência de banana).
Entre os álcoois mais importantes estão o metanol, etanol e a glicerina. Propriedades do metanol: é um líquido (d = 0,79 g/ml; pe =64,5ºC), inco-
lor, totalmente miscível com água e muito mais tóxico que o álcool comum
(ingerido, mesmo em pequenas doses, causa cegueira e até morte).
METANOL
J
Usos do metanol: é usado como solvente, em misturas de baixo ponto de
O metanol, também chamado álcool metílico, carbinol ou álcool de madei-
ra é preparado: congelação (anti-freeze), como desnaturante do etanol e na produção de formal-
deído:
1) Por destilação seca da madeira 1:::,
(processo antigo e hoje praticamente em desuso) li cat: Cu
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 307

invertase
ETANOL +
glicose frutose
O etanol, também chamado álcool etfüco, álcool comum ou espírito de
vinho, é preparado: 1 C6Hll06 zimase. 2 C2HsOH + 2 co;
glicose ou frutose etanol gás carbônico
1) A partir do acetileno:
Estas reações prosseguem até a solução conter cerca de 12% de etanol,
CH = CH quando os enzimas perdem sua ação catalítíca - temos então o chamado mosto
fermentado. Notem também que, na segunda reação, há despr~ndimento de gás
carbônico; ao sair, esse gás nos dá a impressão de que a solução está fervendo,
Ê o processo carboqu{mico, já que o acetileno é obtido do carbureto (CaC 2)
daí o termo "fermentar" que vem do latim e significa ferver. Nas grandes usinâs
e este do carvão coque e óxido de cálcío.
de álcool e nas grandes fábricas de bebidas fermentadas, o gás carbônico é reco-
lhido e vendido ou aproveitado na fabricação de bebidas artificiais (refrigerantes).
2) Por hidratação do etileno
O mosto fermentado é a seguir destilado em colunas de fracionamento re-
sultando:
~ o processo petroqu{mico, uma vez que o etileno é produzido nas refina- - álcool comum - solução contendo cerca de 96% de etanol e 4% de água,
rias de petróleo e indústrias petroquímicas. Este processo está sendo cada vez em volume, e por isso chamado de álcool a 96 "graus Gay-Lussac" (96° G.L.).
mais empregado em países com petroquímica adiantada como é o caso dos Esta- Esta mistura álcool-água, não pode ser separada por destilação, pois é uma "mis-
dos Unidos e Japão. tura azeotrópica" de ponto de ebulição constante (78,15ºC) e inferíor ao álcool
puro (78,3°C).
3) Por fermentação de hidratos de carbono - óleo fusel (em quantidade muito menor que o álcool) - mistura com-
1 plicada de ésteres, aldeídos, cetonas e álcoois de pesos moleculares mais elevados
E o processo mais usado no Brasil, seguindo-se o esquema:

'
que o etanol e que destilam em temperatura mais elevada. Por redestilação do
óleo fusel são aproveitados, por exemplo, os álcoois propílicos, buti1icos e amí-
licos usados como plastificantes e como matéria primária para obtenção de outros
compostos orgânicos.
cana de trltura,i,;rKl
Esquematicamente temos então:
açúcar t!m nmcnd.i:i.

condensador

lftrl1"'""'·ã"
~
mosto dl'"~tila,·ão ~
fermentado - - · - 1óleo fuscl
condensador
rcsíduu

A "etapa química" do processo é a fermentação do melaço, que é a solu-


ção aquosa residual da cristalização do açúcar, mas que ainda contém cerca de
4CY,/1, de sacarose. A fermentação é provocada por dois enzimas (catalisadores bio-
lógicos) - a invertase e a zimase - produzidos pelo microorganismo saccharomy-
c't.'.f cerevisae, que é encontrado na "levedura de cerveja" (como, por exemplo,
domas de fermentação
(28 a 34°C) resíduo
no Fermento Fleischmann ou Fermento ltaiquara, o que nos possibilita executar
essas reações no laboratório, .ou mesmo em casa com facilidade): coluna de retificação
IOI FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 309

OBSERVAÇÕES: Propriedades do etanol: é um líquido (d =0,79 g/ml; pe = 78,3ºC), inco-


l<J) Em outros países (Europa, Ásia, Estados Unidos, etc) usa-se como lor, tóxico, totalmente miscível com água.
mat6ria prima, não a cana de açúcar, mas sim a beterraba ou vários cereais como
milho, arroz, etc, obtendo-se então o "álcool de cereais". Neste caso, a fermenta-
ção é iniciada pela ação do malte (cevada germinada), que produz os enzimas Usos do etanol
1/iastase (ou amilase) e maltase: - na fabricação de bebidas
2 (C6H10Üs) 0 + diastase - como .solvente industrial e de laboratório
amido - como combustível
C12H22011 + H20 maltase na fabricação de outros compostos orgânicos importantes: etileno, éter
maltose comum, acetato de etila, etc

Daí por diante a glicose é fermentada como no caso anterior. Em particular, lembramos que as bebidas classificam-se em:
A glicose pode também ser obtida por hidrólise da celulose existente na não-alcoólicas = refrigerantes =soluções aquosas contendo açúcar, corantes e
madeira: essências
(C6H10Üs)n + n H2O
HCl
n C6H12O6 não-fermentadas =licôres =misturas de água e álcool, contendo
celulose glicose açúcar, corantes e essências
2.J) Álcool absoluto: é o etanol anidro, isto é, isento de água (etanol 100%). vinho = da fermentação
do suco de uva
Como já dissemos ele não pode ser obtido diretamente pela destilação da mistura em tonéis
álcool-água, pois ela forma um azeotrópico com 96% de álcool e 4% de água - d t'I d { champanha =da fermentação do suco de
nao- es 1 ª as uva na própria garrafa
Para eliminarmos esses 4% restantes de água temos dois processos: - alcoólicas
cerveja = da fermentação do malte, lú-
a) processo químico: junta-se cal viva ao álcool 96%; a cal reage com a água: fermentadas pulo, etc

Ca(OHh aguardente (cachaça) = da


fermentação do
caldo de cana
e por destilação chegamos ao álcool I 00%. {
destiladas uísque = da fermentação de cereais
conhaque = da fermentação do vinho
b) processo fi"sico (é o mais moderno): junta-se benzeno ao álcool 96% e
destila-se a mistura saindo então três frações:

li) FRAÇÃO (pe = 64,8ºC): azeotrópico ternário de benzeno (74,I %), etanol
(18,5%) e água (7,4%) - que elimina toda a água DIÃLCOOIS
2-.t FRAÇÃO (pe = 68,2ºC): azeotrópico binário de benzeno (80,2%) e etanol
(19,8%) - quando sai o benzeno restante Diálcoois, dióis ou glicóis são compostos que possuem duas hidroxilas na
molécula .
.H FRAÇÃO (pe = 78,3°C): álcool absoluto
Os glicóis, que apresentam as duas hidroxilas num mesmo carbono (glicóis
3~) Álcool desnaturado: é o álcool comum (96%) ao qual se adicionam I, 1), são instáveis e se decompõem espontaneamente, dando aldeídos ou ceto11as:
substâncias tóxicas ou substâncias de cheiro e sabor desagradável. Este álcool está OH
Íujcito a impostos mais baixos e é vendido para fins industriais. Este "truque" 1

ó usado para impedir que pessoas inescrupulosas usem esse álcool em lugar do R - C - H(R') R - C - H (R') + H2 O
1 li
lllcool especial para fabricação de bebidas, o qual sofre impostos mais elevados. OH o
110 FEL TRE - SETSUO , ,QUÍMICA ORSÃNICA 311

Os demais são estáveis: O glicol comum é usado:


1 1 1 1 1 1 1 1 1 - como solvente industrial
C-C- -C-C-C- -C-C-C-C-
1 1 1 1 1 1 1 1 1 - para baixar o ponto de congelação da água
OH OH OH OH OH OH ("anti-freeze" para radiadores em países frios)
i:I icóis - 1, 2 ou glicóis - 1, 3 ou glicóis - 1, 4 ou -
Cl-glicóis {3- glicóis 'Y • glicóis - como fluido em breques hidráulicos

A nomenclatura é, por exemplo: - como umectante


- na fabricação de plásticos e fibras ( tipo "poliéster")
C'H 2 - CH 2 - CH - CH 3 butanodiol • 1, 3 ou
1 1
OH OH 1, 3 - dihidroxi - butano
GLICERINA
Os glicóis são preparados pelas reações gerais de preparação dos monoálcoois
t• têm propriedades químicas também idênticas, podendo reagir uma ou as duas :É também chamado glicerol e oficialmente de propano-trio!. É o mais im-
hidroxilas. Assim, por exemplo, no tocante à oxidação temos: portante dos triálcoois e é preparada:
CH 2 0H CHO COOH
[o) 1 [o] 1) Por hidrólise de óleos e gorduras (vegetais e animais):
1 1
CH 2 0H CH 20H CH 2 0H É o processo mais antigo, mas ainda muit9 usado.
glicol 1,-omum aldeído glicólico ácido glicólico

CHO COOH COOH


CH 2 -0-C-R
li
C'H 2 OH R-C ~º
'OH
[o] [o] 1. o
011
1 ....,o
1 1 1
CH -0-C-R' + 3 H20 b. CH-OH + R' - C _...
CHO CHO COOH li catai. .._ OH
glioxal ácido glioXI1ico ácido oxálico ) o 1 ~o
CH 2 - O - C - R" CH2 -ÓH R" - C,,...
li 'OH
Um caso particular, importante, de oxidação é a "quebra" da molécula de o mistura de
a -xlicóis por ácido periódico ou tetraacetato de chumbo: óleo ou gordura (éster) glicerina "áçidos graxos ''

R' ['O] ,.,;O R'


R - CH - C _,,,. R - e 'H
,.. + o = e -:~R" + H2 o Os "ácidos graxos" são ácidos carboxílicos de cadeia (R) bastante longa.
1 l 'R" Os mais comuns são:
OH OH
aldeídos e/ou cetonas ácido esteárico: C1,H 35 - COOH (de cadeia saturada)
A reação com HI04 é chamada reação de Malaprade e é muito importante ácido palmítico: C1sH31 - COOH ( de cadeia saturada)
nu estudo dos açúcares. - ácido oleico: C1,H33 - COOH (com uma dupla ligação exa-
tamente no meio da cadeia

O glicol mais importante é o etanodiol, etileno-glicol ou glicol comum: A reação acima pode ser efetuada usando-se como catalisadores ácidos ou
110 CH 2 - CH 2 - OH. Ele é preparado a partí:c do etileno: bases fortes. Com catálise ácida obtemos realmente a mistura de ácidos graxos,
que é vendida com os nomes comerciais de estearina (usada na fabricação de
+02 (ar) CH 2 -CH2 velas), olef11t1, etc, confonne predomine um ou outro ácido graxo. Com catálise
Ag/250°C "o/ básica (NaOH por exemplo) não obtemos os ácidos graxos mas sim os seus sais
etileno óxido de etileno glicol comum (no caso: R - COONa), que constituem os sabões comuns.
112 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 313

2) A partir do propileno - na produção da trinítroglicerina (ou mais corretamente trinitrato de gli-


cerila, pois o produto é um éster do ácido nítrico e não ~l!'___ ni!!()-composto.)
Este é um processo moderno baseado na indústria petroquímica:
CH 2 0H
<1'11 .1 CH 2 CI CH 2OH 1
Cl2 1 H20 1 HOCI CHOH
('li CH CH 1
li 400°C li meio básico li CH20H
<'ll2 CH2 CH2
propilcno dweto de alila álcool alílico A trinitroglicerina é um explosivo muito forte e muito perigoso, pois ex-
plode facilmente com choques ou pancadas. O cientista Alfred Nobel descobriu
CH 2OH CH 2 OH ClhOH que a trinitroglicerina torna-se menos perigosa quando absorvida em materiais po-
1
NaOH/CaO 1 1
...IIOCI
_____.. CHOH H20 rosos, como por exemplo, serragem de madeira ou terra diatomácea (material se-
CH...__ CHOH
1 1 _....o meio ácido 1 melhante a uma areia porosa e formado pela carapaça de pequenos animais ma-
CH2CI CH CH2OH
rinhos - é também chamada terra de infusórios ou Kieselguhr); à trinitroglice-
rina assim absorvida deu-se o nome de dinamite.

Propriedades da glicerina: é um líquido (d = 1,26 g/ml; pe = 290ºC}, in-


color, viscoso, solúvel em água e de sabor adocicado. EXERCÍCIOS E TESTES
Por aquecimento a glicerina sofre desidratação:

H2S04 + K2S04 1) Escreva as fórmulas estruturai.~. dê os no- 4) Escreva a reação de hidratação do pro-
CH 2 -- CH -- CH 2
1 1 1 230°C mes oficiais e •em função do carbinol e pileno.
OH OH OH classifique cm primário, secundário e ter-
glicerina pro penal ou acrole ína ciário os oito álcoois am11icos. 5) A partir do álcool et11ico indique como
se pode obter:
A acroleína é um líquido volátil, de cheiro irritante que se polimeriza fa- 2) Dê os nomes oficiai.~ e em função do car- a) propano!- 2; b) propano! - 1
cilmente. É a acroleína que nos da o "cheiro forte" e a "irritação nos olhos" bino! e classifique cm primário, secundá-
rio e terciário os seguintes á!coois: 6) Por que é possível preparar mais facil-
causada pela "gordura queimada".
mente o propano! - 2 do que o propano! -
CH3.__ __.CH3 1, por via petroquímica?
a) CH __. Ç - CH .._ CH
3 OH 3
Usos da glicerina: é usada como solvente, plastificante, lubrificante, agente 7) Ordene os seguintes compostos, do mais
adoçante, no preparo de cosméticos, de tintas, etc. CH3--. ~H solúvel ao menos solúvel em água: buta-
b) CH .-- CH -CH2 -Ç ~ CH3 no, butano! - 1, metanol, butanodiol -
na produção do gliptal (resina do tipo poliéster ou alquídica) 3 CH3 - CH - CH3 1,4.
c) CH2 = CH - CH20H 8) Escreva a reação do metanol com sódio.
CH3 Como se dissocia o composto formado?

o o
d) CH =e - ç - e =
OH
CH Como é chamado? O que acontecerá com
o composto formado em solução aquosa?
-HiO 11 li . Por que?
+ HO - CH 2 • CII •· Cl!2 ·· OH
1 ~ · · · 0@-<H,-i~,-CH,·, 3) Quais os principais produtos formados na
OH reação de uma solução aquosa diluída de 9) Como reage o isopropanol com:
NaOH com: a) ácido acético;
1111ldrido ftálico glicerina
a) brometo de n-butíla; b) anidrido acético;
b) brometo de terc-butila e) cloreto de acetila
114 FEL TRE - SETSUO

10) \lm monoálcool alifático saturado pro• 15) O que explica a maior reatividade dos
<l u1. imec.liatamente o teste de Lucas. álcoois terciários em muitas ocasiões?
()uundo 0,88 g deste álcool reage com
hroml"to de metilmagnésio, em excesso, 16) Complete as seguintes reações, dando os
silo libertados 224 mi de metano, nas nomes dos compostos orgânicos forma-
<'omlições normais de pressão e tcmpera- dos:
1urn. (.)ual o álcool considerado? a) metanol + cálcio -
(li = l; C ~ 12: O~ 16) b) etanol + cloreto de ,ulfurila
(SO2CI2)
1l ) hcrcva as reações de 1 mo! de ácido sul- e) etóxido de sódio + água -
fúrico concentrado com l e 2 moles de d) cíclopcntanol + KlvlnO4 + H2SO4-
,·1anol rcspcctivamente. Quais os nomes
dos compostos formados? l 7) Por que a síntese do metanol, por via
carboquímica, exige pressões elevadas?
12) 1-:scn.,va as possíveisreaçõesde desidrata-
,·aio do bu tanol - 2, dando os nomes dos 18) Dê o esquema e as principais reaçõt:s de
compostos formados. fabricação do álcool etílico no Brasil. Por
que essas reações são de grande interesse
1J) Como reagem os (a) álcool n-bu tílico, para os bioquímicos industriais?
(b) álcool sec-butílico, {e) álcool tcrc-bu-
tílico com o KMn0 4 em meio ácido? 19) Que são (a) álcool absoluto e (b) álcool
Capítulo 12
ll<' os nomes dos produtos formados. desnaturado?

14 l \lm álcool tem caráter ácido ou básico? 20) Corno se fabrica a glicerina, no Brasil?
,
Por que? Mencione três aplicações desse álcool.
FENOIS

DEFINIÇÃO
NOMENCLATURA
PREPARAÇÃO
PROPRIEDADES FISICAS
PROPRIEDADES OUIMICAS
CASOS PARTICULARES
Fenol comum
Cresóis
Naftóis
Difenóis
Trifenóis
EXERCICIOS

1
OUlMICA ORGÂNICA 317
,
FENOIS PREPARAÇÃO

Fenóis de estruturas complicadas existem nos reinos vegetal e animal, na


DEFINIÇÃO forma de essências, hormônios, etc.

São compostos que possuem um ou mais grupos OH ligados diretamente Da destilação do alcatrão de hulha obtém-se, em escala industrial, os fenóis
ao anel aromático. mais simples como, por exemplo, o fenol comum, os cresóis (orto, meta e para),
O fenol mais comum é, pois: os difenóis e os naftóis.

OH O fenol comum é preparado por:

@ 1) Fusão alcalina do benzeno - sulfonato de sódio:


A seqüência completa das re~ções é a seguinte:

NOMENCLATURA
@ + H 2 S0 4 @--so 3 H + H20
A nomenclatura oficial é idêntica aos álcoois, isto é, ou usando-se a termi-
nat,:ão OL (o que praticamente não se usa, por trazer confusões) ou usando-se o
2 @--so3H + Na 2 SÜ3 - 2 @--s03Na + H2 0 + S02
prefixo HIDROXI. Nomes comuns são muito empregados para os fenóis mais
imp,irtantes. Exemplos: t
1
fusão
@--s0 3Na + 2 NaOH @--oNa + Na2SÜ3 + H20
350ºC
Exemplo Nome oficial Nome comum
OH
fenol ou @-- ONa + H 2 O + C0 2 -- @ - OH + NaHC0 3

@ hidroxi - benzeno ácido fênico ou


ácido carbólico
Este é um processo industrial antigo e atualmente pouco usado para o fenol
OH comum (a não ser em laboratório). Mas o processo pode ser adaptado para 'à
obtenção de outros fenóis, como por exemplo, o /3-naftol.
1 - hidroxi - 2 - Meti! - benzeno
@CH, ou o - hidroxi - tolueno
o - cresol

2) Hidrólise alcalina do cloro - benzeno (processo Dow)


OH
1, 2 - dihidroxi - benzeno catecol ou @--c1 + 2 NaOH (aq. 10%) --------@-oNa + NaCl + H2 O
@OH
ou o - dihidroxi - benzeno pirocatecol
emulsão passando por tubos
OH de ferro ou cobre a 350ºC
1 - hidroxi naftaleno ou

@@ a: - hidroxi - naftaleno
a: - naftol e a 170 atm.

Este é um processo industrial. O fenolato de sódio obtido é transformado


em fenol, por meio de H 2 O e CO 2 , como no processo anterior.
:118 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÂNICA 319

.\ l Hidrólise do cloro - benzeno (processo Raschig) PROPRIEDADES QUÍMICAS

Cu02/FeCl3 Os fenóis têm· caráter ácido fraco devido a dissociação:


+ HCl + ½ 0 2 (ar)
230°C

OH
Si02
SOOºC
@-oH + HCl
@
ânion fcnóxi, fcnato ou fenolato
~ um processo industrial moderno, pois constitui uma variante econômica
do processo anterior, já que somando as duas reações acima temos:
(daí o fato do fenol comum ser também chamado de ácido fênico ou ácido car-
bólico)
@-oH
O caráter ácido dos fenóis (Ka ~ 10· 10 ) é mais fraco que o dos ácidos
carbox11icos (Ka a! 10·5 ), porém mais forte que o da água (Ka ~ I 0- 16 ) e que
o dos álcoois (Ka ~ 10" 18 ).
4) Oxidação do cumeno (isopropil - benzeno) O caráter ácido dos fenóis é explicado da seguinte maneira:
/CH3 _
@ - CH + 0 2 (ar) OH
"CH3
. 130ºC
•• •• ••
@
••
OH
É um processo industrial moderno, decorrente da petroquímíca, onde o
cumcno é obtido em larga escala. Note que o processo produz fenol e acetona,
duis produtos orgânicos de grande importância industrial. Ó'e
5) Hidrólise de sais de diazônio

Um par eletrônico livre do grupo OH entra em ressonância com o anel;


com isso, o oxigênio fica positivado e tende a repelir ou "soltar" o H; ora, saída
mais fácil de um H significa maior caráter ácido (esta explicação é geral para
1ulfa lo ácido de todas as substâncias de estrutura enólica, ;:e = Ç -).
lwnieno - diazônio OH

A preparação dos sais de diazônio é discutida no capítulo dos compostos É interessante notar que o caráter
nitro~enados. Este processo só é usado em laboratório ou na obtenção de fenóis ácido dos fenóis torna-se muito mais for- OH
111dl~ l;U111p1exos que o fenol comu~. te, quando existem no anel outros radi-
cais que "ajudam a puxar" o par eletrô-
nico do grupo OH para o anel (radicais O,N1$TNO,
PROPRIEDADES F(SICAS de efeito -1 e/ou -M). Assim, por exem-
plo, o 2, 4, 6 - trinitro - fenol é um áci-
Os fenóis são, em geral, sólidos, pouco solúveis em água, de cheiro forte do tão forte quanto os ácidos minerais, N0 2
e característico. São tóxicos e têm ação cáustica sobre a pele.
1 daí seu nome comum - ácido pícrico.
r
no FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 321

1 1 Substituições do H do grupo OH 2) Substituições do OH

São reações que decorrem do caráter ácido, explicado acima:


3 o -- 1-1 + p Cl3 3@-c1 + P(OHh
tricloreto de
fósforo
@-o H + HO- Na
bases o ~- H + CI +PCb CI
pentacloreto
@ - CI + POCl 3 + HCI
fenoxi-sódio ou fenato-sódio ou
fenolato de sódio (~ sal) de fósforo
O --- H + H Nll 2- - @-NH2 + H20

@-o -H + Cl e- R- @-o--C-R + HCl


amoníaco aminas aromáticas
li li
o o
cloreto de ácido éster Estas reaçfies são difíceis. A l!J. e a 2!J. ocorrem com PX 3 e PX 5 , mas não
com HX como acontece com os álcoois. A última reação só ocorre em pressões
e temperaturas elevadas e mesmo assim só dá rendimentos compensadores com
@-o H+R-C-0 e- R- @- o -- e - R + R--C-OH
fenóis mais complicados, como polifcnóis, naftóis, etc.
li li li li
o o o o
anidrido éster
3) Substituições no anel aromático
OH OH
@-o
_______
-~H + R- MgCI -
___,
@-oMgCI + R-H
H
+ X X @rx + HX
composto de cloreto de
Grignard fenóxi-magnésio
halogênios halogeno-fenóis
(é a reação de Zerewitinoff = teste para H
011
"ativos")
H @rN02
+ HO - N0 2 + H20
Como os fenóis são muito mais "ácidos" que os álcoois é interessante notar
l(IIC os fenóis reagem com bases (i:1- reação acima), enquanto os álcoois não rea-
ácido nítrico nitrofenóis
gem (só reagem com os próprios metais alcalinos e alcalino-terrosos). Pelo con-
trárfo. enquanto os álcoois reagem com ácidos dando ésteres, os fenóis não con- OH
seguem fazê-lo; os fenóis só reagem com cloretos de ácidos ou anidridos (2<J e H
S03H - © - S 0 H +
3
31,1 reações acima). + HO H20
ácido ácido
sulfúrico hidroxi-sulfônicos

Notem que essas são as mesmas reações de "substituição aromática", já vis-


tas nos hidrocarbonetos aromáticos. Aqui, el).tretanto, as reações são muito mais
fáceis, pois o grupo OH, já presente no anel, é ativante (além de orto-para-díri-
gente); isto possibilita inclusive uma di ou mesmo tri substituição. Por exemplo:
enquanto o benzeno só reage com bromo em presença de catalisador (ferro), o
fenol reage até mesmo com "água de bromo" dando facilmente o tri-substituído
(orto e para).
112 FEL TRE - SETSUO OUfMICA ORGÂNICA 323

OH
5) Reações de redução

y
B r ~ Ü Br
2, 4, 6 • trib, m10 - fenol a) Podemos reduzir o grupo OH (a redução do OH dos fenóis é mais fácil que
dos álcoois):

@
Br H
Enquanto o benzeno só reage com HNO3 concentrado, em presença de H2SÜ4
concentrado, o fenol reage com HNO 3 diluído dando: + Zn @ + ZnO

OH fenol hidrocarboneto (benzeno)

O,N1$JNO, b) Podemos reduzir o próprio anel:


2, 4, 6 - trinitro -· fenol ou
ácido pícrico
OH OH
NO2
Outro exemplo importante da grande reatividade do anel aromático dos fe.
n(iis nos é dado pelas reações de condensação dos fenóis com aldeídos, dando
@ + 3 H2
1:::,.
Ni
ó
resinas fenólicas: fenol álcool cíclico (ciclohexanol)
OH OH OH OH
CH2
H H + ó + H H
···.:..::.....____ ·1$fCH,© 6) Reações com o cloreto férrico

H O FeC1 3 produz cores variadas (marron, alaranjado, vermelho, púrpura, ver-


H H H
de, etc) com os fenóis (e enóis em geral); isto constitui um importante teste
fenol formaldeído fenol
analítico de reconhecimento dos fenóis. Por exemplo:
A reação prossegue, não só com os 'H da posição orto, mas também com fenol comum cor púrpura
os H da posição para dando uma macromolécula tridimensional que constitui a {J - naftol cor verde
resina fenol-formalde(do, de grande importância comercial, e conhecida pelo no-
me de baquelite.
CASOS PARTICULARES
4) Reações de oxidação

Os fenóis são facilmente oxidados, pelo próprio oxigênio do ar e mesmo em FENOL COMUM
temperatura ambiente. As reações são complicadas e produzem misturas comple-
l(as; por exemplo: O fenol comum (ácido fênico ou ácido carbólico) é um sólido (pf = 4lºC;
pe = l 82ºC), cristalino, incolor, tóxico, corrosivo e ligeiramente solúvel em água.
OH OH o o OH
É obtido na destilação do alcatrão de hulha, mas atualmente mais de 90%
@
fonol
[O]
@- OH
hidroquitiona
[o]
ó o
quinona
óo
• 2 @ da produção mundial é feita pelos processos sintétícos já mencionados (processos
Dow, Raschig e oxidação do cumeno).
O fenol ·comum é usado:
- como désinfetante e germicida
lincolor) {incolor) (amarelo) complexo vermelho
- na fabricação de baquelite
É por isso que o fenol comum vai "avermelhando" com o tempo.
- na fabricação de fenolftaleína {indicador e laxante)
JH FEL TRE - SETSUO aufMICA ORGÃNICA 325

na produção de corantes sintéticos São tóxicos e pouco solúveis mesmo em água quente.
na produção de ácido pícrico e seus derivados São sub-produtos da destilação do alcatrão da hulha e podem ser obtidos
picrato de amônio (explosivo) pelo processo de fusão alcalina, já visto.
picrato de butcsina (medicamento contra queimaduras)
São usados na produção de corantes e outros compostos orgânicos.

CRESÔIS
OH OH OH DIFENôlS
@CH,
@-CH, ($] OH

orto • cresol
súlido incolor
meta - crcsol
líquido incolor
CH3
para • cresol
sólido incolor
@OH c$J
OH
pf 30°('; pc = 191°C pf = 11 ºC; pe = 202°C pf = 34°C; pc = 202°C (piro) catccol ou resorcinol ou hidroquinona ou
(piro) catequina resorcina hidroquinol
sólido incolor sólido incolor sólido incolor
São também tóxicos e pouco solúveis em água. pf = l 05°; pe = 245°C pf = 1 lOºC; pe = 280ºC pf = l 7GºC; pe = 285°C
Os três aparecem misturados na fração denominada "cresol", que é obtk':•
pl'la destilação do alcatrão de hulha; daí eles podem ser separados por ulterior
São tóxicos e mais solúveis em água do que o fenol comum, devido à pre-
ll'llcslilação. O para-cresa! é ainda produzido pelo método de fusão alcalina, já
sença das duas hidroxilas.
llll'ndnnado.
São obtidos em geral pelo processo de fusão alcalina.
Os crcsóis são usados:
como desinfetantes e germicidas (menos tóxicos que o fenol comum) Os difenóis são usados como antissépticos, na fabricação de corantes e me-
dicamentos. Em particular, a hidroquinona é importantíssima na fabricação de
na fabricação de corantes, explosivos, perfumes, etc reveladores fotográficos e como anti-oxidante.
na conservação da madeira (ex.: dormentes de estradas de ferro)
na fabricação de "creoliná" e "lisol" - que são misturas de cresóis neu-
tralisados por NaOH (portanto, cresolatos de sódio) e/ou sabões
TRIFENôlS

NAFTÔIS Os mais importantes são:

OH OH OH
,.
@@ 00-0H
~OH
~OH HO©OH
1 • hidroxi - naftaleno 2 - hidroxi - naftaleno

1
pirogalol ou fluoroglucinol ou
ou a:- naftol ou {3 • naftol ácido pirogálioo lluoroglucina
sólido amarelado sólido incolor (redutor e revelador (usado na fabricação de medicamentos
pf = 94°C; pe = 288°C pf = 122°(; pe = 295°C fotográfico) e oomo reagente analítico
321 FEL TRE - SETSUO

EXERCfCIOS E TESTES

1l Di• nomes aos seguintes compostos: 6) Os fenóis sofrem esterificação direta com
OH
os ácidos carboxílicos, à semelhança com
os álcoois? Por que?

a) @ocu, 7) Equacione as reações do p-cresol com:


a) hidróxido de sódio;
b) cloreto de acctila;
e) tricloreto de fósforo.

h) Dê os nomes dos produtos orgânicos for-


mados.

8) Como ocorre, sucessi\lamentc, a mono,

c)
di e trinitração do fenol?

9) Complete as seguintes equações:


Capítulo 13
a) hidroquinona + zinco (aquecimento) ➔
b) a- naftol + brometo de ctil-mag• I
nésio ➔
2) Escreva as equações da preparação do
tJ - naftol, pelo método da fusão alcalina. e) fenol + água de bromo cm excesso ➔
ETERES
3) No processo Raschig, partindo-se de uma 10) Escrevaa fórmula estrutural da baquelite.
tonelada de benzeno e admitindo um
rendimento de l 0% para cada etapa da 11) O fenol sofre, com mais facilidade, rea-
reação, qual será a quantidade obtida de ções de oxidação ou de redução? Jus- DEFINIÇÃO
fenol? (H ~ l; C = 12; O= 16) tifique. CLASSIFICAÇÕES
NOMENCLATURA
4) Considerando as seguintes constantes de 12) Como se pode transformar:
dissociação ácida PREPARAÇÃO
a) clorobenzcno em 2, 4 - dinitrofenol PROPRIEDADES FISICAS
fenol comum - - Ka = 1,0 X 10·10 b) p-crcsol em 4 - meti! - ciclohexanona PROPRIEDADES OUIMICAS
o - nitro - fenol - - Ka = 6,2 X 10-8 e) tolueno em p-crcsol
~TER ETlllCO
2, 4 - dinitro - fenol - Ka = 1,0 X 10-4 EXERCICIOS
13) Mencione três usos importantes do fenol
Pergunta-se em qu.e sentido aumenta o comum.
caráter ácido· e. por que?
14) Que é "creolina"?
~) Como podemos diferenciar, quimicamen-
te, um crésol do álcool bcnzílico, que 15) Qual a principal aplicação da hidroqui-
são isômcros entre si? nona?
, QUÍMICA ORGÂNICA 329

ETERES OBSERVAÇÃO:
Existem éteres cíclicos que serão estudados no capítulo dos heterocíclicos.
Em particular, quando o _oxigênio está ligado a dois carbonos vizinhos, temos os
DEFINIÇÃO
chamados "óxidos" ou "epóxi -- compostos", como por exemplo:
!!teres são compostos que apresentam um átomo de oxigênio diretamente CH 2 - CH2
liV,,1do a dois radicais orgânicos.
\ / óxido de etileno ou epóxi - etano
I' ,cm pio: o
CH 2 - CH - CH3
Ao menos estruturalmente, podemos considerar os éteres como "óxidos or-
v.:111icns". \ / óxido de propileno ou l, 2 - cpóxi - propano
o
í
Estes compostos têm propriedades totalmente diferentes dos étcres comuns.
CLASSIFICAÇÕES

~ étcrcs simétricos: R-O---R onde R=R PREPARAÇÃO


/ éteres assimétricos: R -- O - R' onde Ri= R'
1) Desidratação de álcoois (ou fenôis)
étercs alifáticos: R - O - R onde R = alifático (ou alicíclico)
2 C2 H,OH
étcrcs aromáticos: Ar O - Ar onde Ar = aromático
álcool comum éter comum
éteres mistos: Ar-0-R
Esta reação é feita:
--- ou em fase lz"quida, a 135ºC, usando-se como catalisador H2 SO 4 concen-
NOMENCLATURAS
trado (ou outros "ácidos de Lewis", como BF 3 ). Seu mecanismo já foí
comentado quando tratamos dos álcoois.
A nomenclatura oficial é caracterizada pela palavra OXI inserida entre os
dois rndicais. A nomenclatura usual procura lembrar os álcoois que deram origem - ou em fase gasosa, a 240/260ºC, usando-se como catalisador Al 2 0 3 .
ao éter em questão. Exemplos:
A reação só é usada para a obtenção de éterrs simétricos.
éter nomenclatura oficial nomenclatura usual
t'H3 -- O - C2Hs metóxi - etano éter meti! - etílico Em temperaturas mais elevadas e com álcoois mais complicados (especial-
mente secundários e terciários) aumenta a formação de olcfinas.
<'2Hs - O - C2Hs ctóxi - etano éter (d iJ etílico ou
éter comum
Como exemplo de formação de éter aromático temos:
-o-@
(
l"ll3 metóxi -- benzeno éter mctil -- fcn ílko
(ou frnoxi - metano)

@-o-@ fenóxi -- b,'nzeno éter (di) fcnílico


ZnCli @-o-@
éter fenfüco
1310 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 331

2) Sfatese de Williamson PROPRIEDADES QUIMICAS

R O ..... X }R'
IN_a__+_ _ R - O --- R' + NaX Os éteres são pouco reativos. Esta é outra razão para usá-los como "solven-
alcóxido de
sódio
haleto de éter alifático { tes inertes" em muitas reações orgânicas. No entanto, é bom não esquecer que
os éteres são altamente inflamáveis; por isso, só devemos trabalhar com uma so-
alquila (sim. ou assimétrico) lução etérica na ausência de qualquer chama, cigarro aceso e até mesmo resistên-
Ar x+
O .__IN_a_ _+_ __ R' Ar - O-· R' + NaX
cia elétrica exposta (o éter comum é um dos maiores causadores de acidentes em
laboratórios de Química Orgânica).
ícnóxido de
sódio
haleto de
alquila

A reação dá bom rendimento, exceto:


éter misto
' Dentre as propriedades químicas dos éteres devemos citar:

1) Caráter básico
com Ar - X, pois os haletos aromáticos são pouco reativos. Os éteres comportam-se como "bases de Lewis", pois o ox1gemo dispõe
com R - X secundários e principalmente terciários, que produzem olefi- de dois pares isolados de elétrons. Por este motivo, os éteres reagem com ácidos
nas, provocado pelo caráter básico forte do RONa (ou ArONa). dando os correspondentes "sais de oxônio":
••
C2Hs - O - C2Hs + H2SÜ4 - [C2Hs -
••
R- C2Hs] HS04
.l) Reação de haletos com óxido de prata 1
J " H
R-0-R + 2 AgX sulfato ácido de dietil oxônio

4) Reação de fenóis com diazo - metano Por isso os éteres são solúveis em H2 S0 4 concentrado a frio (a quente há
ruptura do _éter). Este comportamento permite diferenciar, na prática, os éteres
Ar - OH + Ar - O - CH 3 + dos hidrocarbonetos e dos haletos orgânicos.

O diazo - metano só reage com H "ácidos" e produz especificamente éte- Ainda devido ao seu caráter básico, os éteres reagem com os "ácidos de
rc& aril - metfücos. Lewis" dando complexos denominados "eteratos":
F
ax ••
PROPRIEDADES FISICAS + B :F - C2Hs - O - C2Hs
ex ••
Os éteres são substâncias muito mais voláteis que seus correspondentes ál- F F:a:F
coois isômeros; assim, por exemplo, o éter dimetI1icr é um gás (pe = -24ºC) floreto de boro
enquanto seu isômero, o álcool comum é um Hquid J (pe = 78ºC). Isto ocorre (o boro está com
porque as moléculas de um éter não podem se associar, por meio de "pontes
de hidrogênio", como acontece com os álcoois. i
4
6 elétrons) eterato de fluoreto de boro

CiHs -0-
•• ~Hs
O éter meti) - etílico é ainda um gás (pe = 8°C). Do éter dietilíco (ou ••
~ler comum) em diante, os éteres são líquidos incolores, de cheiro agradável,
••
2 C2Hs - O - C',:iHs R:Mg:x
pouco solúveis (e menos densos) que a água. Somente éteres de massa molecular
elevada é que são sólidos.
•• composto de Grignard
(o Mg tem 4 elétrons)
..••
CiHs -0-CiHs
eterato do composto
Os éteres líquidos comuns têm constantes dielétricas baíxas, servindo então de Grignard
como "solventes apoiares". O éter comum, por exemplo, é um bom solvente pa-
ra quase todas as substâncias orgânicas, exceto as fortemente iônicas e as poli- Por isso, os compostos de Grignard são sempre preparados e usados em
hídroxilas (ex.: açúcares); enfim o éter é um solvente do "tipo oposto" ·da água. solução etérica.

FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA n1

2) ('is:io por ácidos ETER ETfLICO

A molécula de um éter é rompida quando aquecida com H2 SO 4 , ácidos O éter etfüco (ou éter dietüico ou éter comum ou éter sulfúrico) é um Jí.
lwlngcnídricos (a reatividade é HI > HBr > HCI) e até mesmo com certos "áci- J quido íncolor, muito volátil (pe = 35ºC), de cheiro agradável, pouco solúvel na
dos de Lewis" como o AICb: água mas solúvel nos solventes orgânicos usuais.
Ele é normalmente preparado por desidratação do álcool comum, a
I35º/I40ºC, em presença de lfiS0 4 concentrado - daí seu nome "éter sulfúrico".
O éter comum é usado:
Esta reação é usada como método analítico de dosagem de grupos meto- - como anestésíco
xila, O - CH 3 (método de Zeisel): - como solvente em laboratório e na indústria (solvente para celulóide, pól-
vora sem fumaça, colódio, etc)
+ m R -- OH + CH 3 Il'
- na extração de óleos, gorduras, essências. etc, de suas fontes naturais.
o ('11.il é volátil, reage facilmente com AgNO 3 dando o Agi que é dosado gra-
vimclricamente.

,l) Reação com halogênios

Apesar de pouco reativos, os éteres são, sem dúvida, mais reativos que os
akanos. Assim, por exemplo, o éter comum pode ser clorado a frio e em ausfa1-
l'ia de luz, coisa que não acontece com um alcano.
EXERCfCIOS E TESTES

C'l l_i CH2 -- O·· CH2 -- Clh + Cl 2 - CH3 · CH - O - - CH 2 ·- CH 3 + HCl


1
Cl 1) Escreva as fórmulas estruturais e dê os 5) O éter cornum é insolúvC'I cm água, mas
nomes oficiais e comuns dos seis étcrcs solúvd em áddo clorídrico concentrado.
isômcros, que obedecem a fórmula geral Por que?
41 Oxidação CsH120.
6) Quais as reações do éter etílico com:
Os éteres (especialmente o éter etílico) são oxidados, lentamente, pelo oxi- 2) Explique porque o processo de desidra- a) água;
génio do ar, dando origem a peróxidos de estruturas complexas; o mais simples tação d~ iílcoois não dá bom rendimen- b) ácido iodídrico;
Sl.•ria: to na prcparaçào do éter etil - propílko. e) sódio;
d) cloro;
3) Como podemos obter: e) cloreto de alumínio

a) mctóxi -- propano a partir de propa-


nol - 1 7) Como podemos distinguir, por meio de
b) 2 • metóxi butano a parfü de bu- reações químicas:
Esses peróxidos são altamente explosivos. Daí o perigo ao se destilar um
"éter velho" até o fim; os peróxidos, menos voláteis que os éteres, ficam para o tano! - l a) éter dibutí!ico de octano
e) éter dimetílico a partir de brometo b) éter dietílieo de butano! - 1 (que são
fim da destilação e quando sua concentração atinge certo ponto, ocorre a explo-
de metila isômeros)
s:io. Assim sendo, devemos "destruir" os peróxidos acumulados num "éter velho",
com o uso de redutores, como por exemplo, sulfato ferroso, zinco em meío al- 4) Qual é o melhor processo para se obter 8) O que acontece com o éter comum, com
c,1li110. etc. éteres meti! - arílicos? o tempo•
,
ALDEIDOS E CETONAS
DEFINIÇÕES
I
Aldeídos e cetonas são c:ompostos orgânicos que apresentam, na molécula

• •
o radical funcional :::: C = O, denominado carbonita .
Nos aldeidos uma das valências do carbono é preenchida obrigatorí.amente
pelo hidrogénio e a outra por um radical alquila ou arila. Ternos então as fórmu-
"""
las gerais R - C ....._ o
H
ou Ar - C ..._ """ºH , que podem ser abreviadas para RCHO
ou ArCHO (não devemos escrever RCOH ou ArCOH para evitar confusão com
. ~o
os álcoois). Notem porém que o aldeído mais simples é o H -- C::: .
H
Nas cetonas as duas valências do carbono são preenchidas por radicais al-
quila ou arila. Temos então as fórmulas gerais
Capítulo 14 J R -· C - R' (cetona alifática), Ar - C - Ar' (cetona aromática) ou
li li
o o
,
Ar - C - R (cetona mista)
ALDEIDOS E CETONAS o
li

NOMENCLATURAS
DEFINIÇÕES A nomenclatura oficial dos aldeídos é feita com a terminação AL e o car-
NOMENCLATURAS bono do grupo --CHO recebe o número 1. A nomenclatura vulgar é derivada do
PREPARAÇÃO ácido que o aldeído produzirá por oxidação.
Métodos gerais
Preparação de aideídos
Preparação de cetonas Aldddn Nome oficial Nome vulgar
PROPRIEDADES F11l1CAS alúeído fórmico
H e~º metanal
PROPRIEDADES QUIMICAS •..._H ou formaldeído
CASOS PARTICULARES
aldeído acético
Aldeído fórmico CH; e""º lõ!tanal
'H ou acetal de ido
Aldeído acético
Acetona _..,()
aldeído acrílico
Cll1 = CH ç~ propcnal
EXERCIÍ:IOS li ou acrolcína

•· S 4 3
l'H, -- CH ·- CH- ·- CH - C' ,,-
2 l ..-:O
2, 4 - dünctil - pcntanal
• 1 • 1 "-H
CH_, CH.,
o aldeído b~n1.óico
@-- e"" -....H ou benzaldcído
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 337

/\ 1unncnclatura oficial das cetonas é feita com a terminação ONA. A no- R - [o] R--._C=O [O] nada ou quebra
~ CHOH
111,·11r.:h1I ura vulgar é formada pelos nomes dos dois radicais que estão ligados à R',,,- R',,,- da cadeia
,·arho11ila e maís a palavra cetona.
álcoois secundários 1 cetonas

R..____
C'dona Nome oficial Nomt• vulgar [O]
R' - COH nada ou quebra da cadeia
<'ll.1 e CH3 propunona dimt'til •- cetona ou R"_,,,-
li ac~tona ( cetona comum.)
() fü:oois terciários
C'll_1 (' CH, -- CH2 -- CH3 pentanona - 2 mdil - prupil - <:l'lona
li A oxidação é executada pelos agentes oxidantes comuns (KMn0 K 2 Cr 0- 4 , 2 1 ,

o etc) em meio ácido. Os aldeídos são rapidamente oxidados a ácidos, de modo


@- eli CH3 nwtil -- fcnil -- cetona
ou acetofcnona
que a primeira reação só pode ser aplicada aos aldeídos voláteis, que possam ser
retirados rapidamente do meio de reação.
o
Os aldeídos e cetonas podem também ser obtidos por dehidrogenação dos
@-Ti-@
o
difonil - cetona
ou bcnzofcnona
álcoois correspondentes:
Cu R - CHO +
R - CH 2 0H H2
300°C

OBSERVAÇÃO: R Cu
'-cHOH 300°C
R --.C =O + H2
Existe um grupo de dicetonas cíclicas muito importantes que é o das cha- R',,,. R' _,,
1m1das QUINONAS.
2) Aquecimento de sais de cálcio (ou de bário) de
o o o

o
ácidos carboxílicos (método de Píria)

óº o
000 o
/4-
R -
R'--
coo....._
coo,,,,
Ca R--._C=O
R'_.,..

cetona
+

n - l~nzoquinona p - benzoquinona antraquinona


(quinona comum)
Se um dos R for o H teremos um aldeído.
(importante na fabricação
de corantes) Este método é interessante para a obtenção de cetonas cíclicas:

CH 2 - CR 2 - COO ,
PREPARAÇÃO [ Ca
CH 2 - -· CH 2 - COO .,,.
Métodos Gerais para Aldeídos e Cetonas
\ adipato de cálcio ciclopentanona
1) Oxidação ( ou dehidrogenação) de álcoois
Uma variante deste processo parte dos próprios ácidos carboxfücos:
[o] [O]
R - COOH MnO ou ThO2
2 CH 3 - COOH
300°C
álcoois primários 1aldeídos 1 ácidos
FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 339
338

3) Hidratação de alcinos PREPARAÇÃO DE CETONAS

"1/0 1) Reação de nitrilas com compostos de Grignard


CH 3 - C
'l-1
aldeído
©~0 0\ ©
R - C =N + R':)MgCI R-C=N-MgCl
1
instável (ou cetona) R'
4) Hidrólise de diltaletos geminados
R-C=O + Mg(OH)Cl +
1
NaOH R- CHO + 2 HCl R'

Este processo, de um modo geral, não é muíto empregado, primeiro devido É um método interessante para obter cetonas de cadeias (R) longas, pois
a dificuldade de se obter o dihaleto inicial, segundo porque a reação dá produ- as nitrilas correspondentes (R - C = N) são obtidas a partir de ácidos graxos
tos secundários (acetilenos e dienos). No entanto a reação é útil na obtenção do (ácidos naturais de cadeias longas).
benzaldeído:
2) Reação de cloretos de ãcidos com compostos orgânicos de cádmio

R - C? O + R' Cd Cl R - C - R' + Cd Ch
2 HCl 'Cl !)
luz U.V.
o
CHO
Notem que o reagente R'CdCl é semelhante a um composto de Grignard

@ + 2 HCl
(R'MgCl). O composto de cádmio é, contudo, menos reativo que o de Grignard,
que acabaria reagindo com a cetona e produzindo álcoois terciários.

3) Reação de Friedel-Crafts (para cetonas aromáticas)


PREPARAÇÃO DE ALDEíDOS

Especificamente, os aldeídos podem ser preparados pela redução de. clore-


@o C-R
li + HCI
tos de ácidos (reação de Rosenmund).

+ HCI PROPRIEDADES FISICAS

O formaldeído e o acetaldeído são gases; os aldeídos seguintes e as cetonas.


Nesta reação usa-se um catalisador especial - paládío "envenenado" por mais simples são líquidos; somente os aldeídos. e cetonas de massa molecular
BaS04 - o BaS04 "reduz" a ação catalítica do paládio, evitando que o aldeído elevadas são sólidos.
formado venha ser, posteriormente, reduzido a álcool.
___ Os aldeídos e cetonas mais simples são solúveís em água; depois a solubi-
Uma variante desta reação é usada para aldeídos aromáticos (reação de lidade diminui, de modo que os termos superiores são insolúveis (de um modo
Gattermann - Koch): geral, a solubilidade é sempre menor que a dos álcoois correspondentes).
Comparando-se com os aldeídos isômeros, as cetonas têm ponto de ebuli•
@" + co
HCI (P, T)
AIC'3 + CuCI
@CHO ção mais elevados e são mais solúveis em água, pois suas moléculas são mais
polares que a dos aldeídos.
340 FEL TRE - SETSUO QU(MICA ORGÂNICA 341

O fonnaldeído e o acetaldeído tem cheiro forte e desagradável. A acetona 1) Reações de oxidação


comum tem cheiro agradável. Mas, a medida que a molécula aumenta, tanto os
aldeídos como as cetonas passam a ter cheiros agradáveis. Vários aldeídos e ce- -;:::;-O [o] R- C 7 o
R-C
1onas de moléculas grandes são encontrados em flores e óleos essenciais (no lí- 'H 'OH
rnão, laranja, etc); outros são sintetizados pela indústria de perfumaria: aldeídos ácidos

CH - (CH2h Esta oxidação é muito fácil (pode ser provocada até pelos oxidantes mais
brandos), por isso dizemos que os aldeídos são redutores.
li "e=º
/
CH - (CH2h [o]
NADA, ou quebra da cadeia por
bcnzaldeído oxidantes muito fortes
(cssê ncia de vanilina civetona
umêndoa.~ amargas) Por isso dizemos que as cetonas não são redutoras.
Esta diferença de comportamento nos oferece vârios' processos analíticos
PROPRIEDADES QUÍMICAS para se diferenciar aldeídos de cetonas:

Antes de mencionarmos as principais reações dos aldeídos e cetonas, deve-


mos assinalar que esses compostos apresentam o fenômeno de tautomeria, ou a) Reativo de Tollens: é uma solução amoniacal de nitrato de prata, que, em
seja uma isomeria onde os isômeros se encontram em equilíbrio dinâmico: presença de aldeído, tem seus íons Ag+ reduzidos à prata metálica; a prata de-
posita-se nas paredes internas do tubo de ensaio formando um "espelho de pra-
.,,,.OH ta"; as cetonas não dão esta reação :
CH 2 = C ou
'H
forma aldeídica forma enólica
(predominante) hidróxido de diamin - prata

CH 3 -- C - Clh "'ºONH
R- C.:::
4
+ 2Agt + 3NH 3 + H2 0
.__,,
li
o espelho
de prata
A forma enólíca reage com sódio metálico:
b) Reativo de Fehling (ou licor de Fehling): é preparado, no instante da reação,
CH2 = C - CH3 ...1l:!!_ CH2 = C - CH3 + ½ H2 misturando-se duas soluções aquosas:
1 1
OH ONa uma de sulfato de cobre Il
outra de NaOH e tartarato duplo de sódio e potássio (sal de Seignette),
o sódio desloca o equilíbrio cuja função é complexar o Cu*, evitando a precipitação do Cu(OHh:

Os aldeídos e as cetonas são bastante reativos. Os aldeídos são, em geral, R - C 1/0 + 2Cu(OH) • sai de
'H 2 Seignette
mais reativos do que as cetonas, especialmente nas reações de O:Xidação. De um
modo geral, os aldeídos e cetonas alifáticos são mais reativos do que os corres- complexo iµul precipitado de cor
pondentes aromáticos, onde a carbonila está ligada ao anel aromático (pois neste vermelho-tijolo
)
caso a carbonila entra em ressonância com o anel). As cetonas também não provocam esta reaclfo.
342 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 343

Um caso interessante de .oxidação de aldeídos é a auto-oxí-reduçiio do ben- OH


1.aldeído em meio básico (reação de Cannizzaro): ~ ©0
""º
1

R-C + HCN R-C-CN


'H(R') 1
CHO COONa H (R')

2 @ + N,OH @ +
aldeídos
(ou cetonas)
ácido
cianídrico
aldocianidrinas (ou cetocianidrinas) im-
portantes na obtenção de Q - hidroxi -
ácidos, por hidrólise do -CN a -CQOH

<oxidado) (reduzido) OH
í°"o
bl C±EJ 1
reação de\
R - e + Na HS03 R - C - S03Na (
BertagniniJ
Como dissemos, anteriormente, as cetonas não são redutoras, mas podem "H (R') 1
ser oxidadas (à força), por oxidantes enérgicos (KMn04, K2 Cr 2 O?, etc), haven- H(R')
do então ruptura da cadeia: aldeídos bissulfito 1 - hidroxi - alquil -- sulfonato de sódio
(ou cetonas) de sódio (composto bissulfítico); são precipitados
c~istalinos que servem para a identifica·

tt
ou ou çao de alde1dos (e cetonas)
mistura dos ácidos
[o]
R - CH 2 ~ CH2 - R' R - CH 2 - COOH, R' - COOH,
~ ®0
OH
R - COOH e R' - CH 2 - COOH 1
o R - C.,,,,_O + HOH R -· C - OH
'H(R') 1
H(R')
2) Reações de redução: aldeídos diálcool geminado (instável) a não
(ou cetonas) água ser em casos especiais como o hi-

R-C ~º
'H(R')
+
Ni
R - CH - OH
1
drato de cloral

H(R') OH OR"
aldeídos (ou cetonas) álcoois primários
l'o
R-C,.... +
0'+'
R"OH
~ H+ 1
R - C - OR" exc,
r
R,r C - OR"
(ou secundários) --.....H(R') 1 R"OH 1
H(R') H
aldeídos átcoois semiacetal acetal
3) Reações de adição à carbonila (ou cetonas) {idem para (ou semicetal) (as cetonas não
R"SH) chegam a este ponto)
A carbonila é muito reativa devido sua forte polarização, decorrente da
OMgX OH
ressonância: f'o 0®
R - C,,.,
"H(R')
+ R"MgX
-
éter 1
R-C-R" _&Q_ R - C - R" + Mg(OH)X
1
H(R')
1

1
H(R')
Várias substâncias podem então se adicionar à carbonila, segundo o esque- aldeídos compostos álcoois secundários
(ou cetonas) de Grignard { ou terciários)
ma de ataque nucleófilo ao carbono: (ou primários se tivéssemos
partido do formaldeído)

OH
0.
R - C::;::oO
0® 1

+ R"C = CH R - e - e= CR"
"H(R') 1
H(R')
aldeídos
(ou cetonas) alclnos átcoois acetilênicos
FEL TRE - SE.TSUO QUÍMICA ORGÁIIIICA 345
344

4) Reações de eliminação do oxigênio da carbonita


r,
?o
®
H 8
R (' O + R - C = N -- OH + H2 0 R - C + ' N -- OH R~L~-OH-R M OH
1 1 '- H (R') H' 1 1
(l{'JII H (R') H (R') H (R')

:ildddos hidroxilamina aldoximas


f 1111 L'L'lonas) (ou cetoximas) Notem também que os reagentes acima mencionados são, em última análi-
se, derivados do amoníaco; talvez por isso, vamos encontrar reações dos aldeídos
R (' •~ O + R - C =N- NH2 + fh O (ou cetonas) com o amoníaco e hidrogênio, em presença de catalisadores:
1 1
H
( R') li H (R') 1

R- ~to+ R -- C - Nlh + H2 O
hidrazina aldohidrazona
1

(ou cetohidrazona) (R') H H (R')


aldeídos aminas primária8
R C' == O + (ou cC'tona,)
1
(R') li Outras reações que "eliminam" o oxigénio da carbonila são:
fcnil - hidrazina aldo - fenil - hidrazo na
(ou ceto - fenil - hidrazona)
R -- C : O + PC1 3 - Cl 2 R - CCh + POC1 3
Idem para compostos com substituintes no anel aromá- 1 1
tico, como por exemplo, 2, 4 - dinitro - fenil - hidrazina. (R') H H(R')
pentacloreto <li cloreto
+ de fósforo vicinal
R C • O
1 H--H
(R') li R-C' O+
1 .___ _ _ _H--H
___,J
scmi - carbazida aldo - s~mi •··· carbazonas
(R')H
(ou ccto - semi ··- carbazonas)
hidrocarboneto
1( e o + R -- C =N - R" + H 2 0
1
1 Esta última reação constitui a redução completa do aldeído (ou cetona) e
(R')H (R')H
pode ser realizada por vários redutores, como por exemplo amálgama de zinco
aminas primárias bases de Schiff e ácido clorídrií:o (redução de Clemmensen).

(esta reação ocorre mais facilmente com aldeídos e ce-


tonas aromáticas) 5) Reações de substituição dos hidrogênios em posição a
1
com relação à carbonila
Estas cinco reações são do mesmo tipo e seguem, na realidade, um meca-
nismo mais complicado; há inicialmente uma adição nucleófila {como aconteceu Devido à sua capacidade em atrair elétrons, a carboníla diminui a densidade
11as reações do item 3) do composto nitrogenado ao aldeído (ou cetona) e pos-
eletrõnica dos carbonos vizinhos; com isto, os hidrogênios da posição a "soltam-se"
ll'fiormente ocorre eliminação de água; por exemplo, a reação com a hidroxila- mais facilmente, isto é, são mais reativos (ou têm caráter "mais ácido") que os
hidrogênios normais de urna cadeia carbônica:
mina é:
FEL TRE - SETSUO auiMICA O.RGÃNICA 347

H H H H b) Condensação aldólica
1 1
-C-C-C- - e ➔ e ,._ e OH
1 llj 1 1 .,-:;:Ü
-· C ,:;;,-
-
-º!!__ CH -· C - CH2
1

H O H H 08 H '-H (R) 3
1
H(R)
Há dois exemplos importantes da reatividade dos hidrogênios em a: duas moléculas de aldeídos {3 - hidroxi - aldeído ou
(ou cetonas) com H em a {3 - hidroxi - cetona (ALDOL)
e1) Substituição por halogénios
Esta reação mostra, por um lado a reatividade do H em a (da 2:J. molécula)
('li.,
ro
e, +CI2
CH2Cl - C,
..,..o +exc. Cl1
CCl 3 - e,
..,..o e por outro lado, um novo exemplo de adição nucleófila à carbonila ( da l :J. mo-
H -HCI H -2 HCI H lécula).
aldeído aldeído aldeído tricloroacétko
Os aldóis assim obtidos desidratam-se facilmente, dando aldeídos a, {3 - in-
a,·Jtico monocloroacético (cloral) saturados:

+Ci] + exc. Cl 2
C'l l.1 C - CH3 CH 2 Cl - C - CH3 CCh - C - CH 3
li -HCI -2 HCI
li li
o o o aldol comum aldeído crotônico
acetona monocloro - acetona tricloroacctona
Daí a reação chamar-se reação de crotonização.
Estes derivados triclorados são decompostos por solução aquosa de NaOH,
dand<i clorofórmio:
CASOS PARTICULARES
1/0
C<'l.1 C, + NaOH CHCh + H-c:::- 0 ALDElbO FÓRMICO
H ONa
clorofórmio formiato de sódio O aldeído fórmico (formaldeído ou metanal) é um gás (pe = -21 ºC) inco-
lor, de cheiro característico e irritante e bastante solúvel em água. A solução
C'C'l.1 C - CH3 + NaOH + aquosa, contendo cerca de 40% de formaldeído, é vendida com o nome de formo!
li ou formaJina.
o clorofórmio acetato de sódio
É produzido industrialmente por oxidação do metanol:
Essas reações se processam, consecutivamente, numa solução aquosa de hi-
poclorito de sódio (NaCJO), que se obtém dissolvendo o gás cloro em solução
aquosa de NaOH; o mesmo vale para o bromo e para o iodo, produzindo-se então
o hrof1'/ofórmio (CHBr 3) e o iodofórmio (CHI 3) respectivamente. Essa reação é
- 6
Pt
2H-C:.--
"H
,,-::Ü

muito importante, ocorre com todos os aldeídos e cetonas que apresentam a É usado:
t..-rminação - C - CH 3 , e é chamada de reação do halofórmio. como desinfetante
/
1

11
o na conservação de cadáveres e· peças anatômicas
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 349

na fabricação de plásticos: baquelite (fenol + formaldeído) O acetaldeído é usado:


gafactite (caseína de leite + formaldeído) na fabricação de "espelhos" - como redutor da prata
na produção da urotropina, que é o hexametilenotetramina (medicamento na produção de ácido acético, anidrido acético, álcool butl1ico normal, etc
renal): na produção de resinas
na indústria de materiais fotográficos
·,.1/ o
na produção do cloral: CCI:,- - C - -H

-6 H20 O doral é usado como hipnótico, para clarificar tecidos animais (anatomia)
e na produção do DDT (inseticida):

H Cl

ClI O +
na produção da ciclonita ou RDX, forte explosivo, obtido por nitração da
urotropina H CI

qjcloro - ~fonil - !.Jicloroetano (DDT)


ALDHDO ACÉTICO
ACETONA
O aldeído acético, acetaldeído ou etanal é um gás (ou líquido) em condi-
Ç!ks ambientes, devido a seu baixo ponto de ebulição (pe = 2lºC). Tem cheiro A acetona (cetona comum, dirnetil - cetona ou propanona) é um líquido
forte e característico e é bastante solúvel em água. Em presença de traços de (pe "" 56°C), inflamável, de cheiro agradável, solúvel em água e nos solventes
1\ddo mineral, o acetaldeído polimeriza-se, produzindo um trz'mero cíclico deno-
orgânicos comuns.
minado paralde(do:
A acetona pode ser preparada:
por destilação seca da madeira
(processo obsoleto; já visto no estudo do metanol)
CHO por decomposição térmica do acetato de cálcio (Píria)
(processo obsoleto; já visto no início deste capítulo)
por fermentação especial de açúcares
O paraldeído é sólido, estável (não se oxida facilmente) e regenera o ace- (processo pouco usado)
laldddo, quando aquecido com ácido sulfúrico. O paraldeído é, pois, uma "for-
ma cómoda" de se guardar o acetaldeído (fato idêntico ocorre com o formaldeído por oxidctçâó do cumeno
(processo petroqu(mico moderno que produz simultaneamente fenol e
dando paraforrnaldeído ).
acetona; já visto no estudo do fenol)
O acetaldeído é normalmente preparado a partir do acetileno: a partir do propileno
(processo pe troquímico)

C'II ""CH + H2 0 _,.OH]


[ CH 2 = C, H - C - Cl-13 + H2
li \
instável
o '
QUÍMICA ORGÂNICA 351
•o FEL TRE - SETSUO

A acetona é muito usada: 8) Os aldeídos e as cetonas não são ácidos e) butanal + OH"
mas reagem com sódio ou potássio me- f) acetona + semkarbazida
como solvente, no laboratório e na indústria, para acetileno, acetato de ce- tálico. Por que? g) pentanona - 2 + NaHSO 3
h) benzaldeido + reativo de Tollens
lulose, nitrato de celulose, sedas artificiais {rayon), tintas, vernizes, esmal- i) benzaldcído + NaOH (concentrado)
9) Qual o tipo de reação que melhor dife-
tes, etc rencia aldeídos de cetonas? j) bcnzaldeído + fenilhidra?.ina
na extração de óleos e gorduras de sementes, etc
10) Que é reativo de Fehling? E reativo de 14) Efetue as seguintes transformações:
na fabricação de pólvora sem fumaça Tollens? Para que são usados? a) ácido propiônico a pentano! - 3
na fabricação de medicamentos hipnóticos (clorofórmio, sulfonal, cloretona, b) etanal a butcnal - 2
11) O que explica a reatividade da carbonila e) acetaldeído a n • butano!
etc) e que tipo de adição ela normalmente d) propanal a· meti! - acetileno
-- na produção de anidrido acético: sofre? e) bcnzaldeído a fenil - etil - carbinol

700°C 12) Como podemos dcteire eliminar o ace- 15) Que é formo!?
taldcído que está impurificando uma
ceteno amostra de cetona? 16) Que é paraldcído?

13) Escreva as seguintes equações, dando os 17) Como se obtém o cloral? Para que é usa-
nomes dos produtos formados: do? Que é cloral hidratado e o que ele
a) butanal + etanol (excesso) apresenta de especial?
b) propanat + hidrazina
e) butanona - 2 + NaOBr 18) Quais são os processos modernos de ob-
d) ciclobutanona + hidroxilamina tenção da acetona~

EXERCÍCIOS E TESTES

,,,, • . ! '

1) Dê o~ nomes oficiais e vulgares dos se- 2) Que são quinonas? Qual a fórmula da
11:uintcs compostos: quinona comum? l

CH3---.. 3) Oxidando-se os álcoois correspondentes,


a) CH - CHO quando obtemos os melhores rendimen-
CH3/
tos, na obtenção de aldcfdos ou na ob-
tenção de cetonas?
h) Cll2 = CH - CHO
4) Misturando-se formiato de cálcio e ben-
e) O1-IC - CHO zoa to de cálcio e aquecendo, quais os
produtos orgânicos que serão formados?
d) CH3 - C - C - CH3 Responda também seus nomes.
li li
o o 5) Como podemos transformar tolueno cm
benzaldeído?

, ®
CHO CHO

Cll3
f)

® CHO
6) Que é reação de Rosenmund?

7) Como se pode obter cetonas aromática.~


pela reação de Jiriedcl - Crafts?
,
ACIDOS
,
CARBOXILICOS
DEFINIÇÃO

Ácidos carboxflicos ou carboxilácidos são compostos orgânicos que possuem


11a molécula um ou mais radicais - C ::'.gH denominados carboxi/.a. A palavra
L'.arhoxila é formada pela reunião das palavras carbonila ( :;e = O) e hidroxila
( OH). Exemplo:

ou CH,COOH (ácido acético)

Capítulo 15 A carboxila aparece sempre em carbono primário (extremidade da cadeia)


t'constitui o "estágio mais oxidado" de um carbono, numa molécula orgânica
~omum:

hidrocarboneto álcool aldeído ácido

DEFINIÇÃO
CLASSIFICAÇÕES
NOMENCLATURAS
PREPARAÇÃO CLASSIFICAÇÕES
PROPRIEDADES FISICAS
PROPRIEDADES QUIÍVIICAS Os ácidos carboxílicos podem ser classificados:
CASOS PARTICULARES
Ácido fórmico 11) de acordo -::om o número de carboxilas existentes na molécula:
Acido acético ....-,Q
Diácidos monoácidos ou ácidos monocarboxílicos: têm um - C :::::: OH
EXERCICIOS
exemplo: ácido acético: CH 3 COOH
diácidos

exemplo:
011 ácidos dicarboxílicos: têm dois - C:;: gH

ácido malônico:
__.COOH
CH 2 ---.COOH
- .•

e assim por diante.


364 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 355

b) em alifáticos, alicíclicos e aromáticos:

alifático: CH 3 COOH ácido acético ÁCIDO NOME OFK1AL NOME VULGAR

alie íclico: Q-cooH ácido ciclohexano - carboxílico


li · COOH ácido metanóico ácido fórmico
(cm formigas)
aromático: @-cooH ácido bcnzóico <'ll.1 ---- COOH ácido etanóico ácido acético
(acetum ➔ vinagre)
('11.i <"H2 · COOH ácido propanóico ácido propiônico
(ácido metil - acético)
c) ácidos mistos (muito comuns na natureza)
ácido butanóico ácido bu lírico
(em manteiga rançosa)
CH 3 - CH - COOH ácido láctico (ácido - álcool)
1 <"111 (CHih - COOH ácido pcntanóico ácido valfrico
OH
{ 'll.1 - (CH2)i4 - COOII áddo hcxadcc.múico ácido palmítico
COOH (no óleo de palma)
ácido odadccanóico ácido cskárico
@OH ácido salicílico (ácido - fenol) (na estearina)
-----------+------------+---------''---;
'Y (3 O'

4 3 2
OBSERVAÇÃO: l'll.1 CH - CH2 COOH ácido 3 • mctil - butanóico tíddo iso - valérico
1 (ou ac. (3 • mctil - butanóico) (ácido isopropil - acético)
Os monoácidos de cadeia longa são denominados ácidos graxos, pois são CH3
encontrados nos óleos e gorduras (vegetais e animais) na forma de ésteres da
glicerina.
Ácidos lnsaturados
l 'li i = C'H -- COOH ácido propcnóico ácido acrílico
C'II =C -· COOH ácido propinóico áddo propargílico
NOMENCLATURA

A nomenclatura oficial é feita com a terminação ÓICO; na numeração da Diácidos


cadeia o carbono do grupo - COOH recebe o número 1; no entanto, é comum C'OOll
"numerar" os carbonos, com as letras gregas a, {3, 'Y, ... a partir do primeiro 1 ácido oxálico
carbono ligado ao grupo - COOH (2.0 carbono da cadeia}. A nomenclatura oficial ('OOH
ainda permite indicar o grupo - COOH pela expressão "carbox11ico" em molé- ..,..COOH
culas mais complexas. C'll2 ácido propanodióico ácido malônico
-- COOH
A nomenclatura vulgar é muito usada, e procura lembrar os produtos na-
l'll2 - COOH
turais (vegetais ou animais) onde o ácido (ou seus derivados) são encontrados. ácido butanodióko ácido succínico
1
Constitui também uma nomenclatura vulgar, considerar os ácidos mais com- CH2 ·' COOH
plexos como derivados do ácido acético.
368 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÃNICA 357

PREPARAÇÃO
ÂCIDOS NOME OFICIAL NOME VULGAR
l ) Por meio de reações de oxidação:

Ácidos Aromáticos São executadas com o auxílio de oxidantes comuns:


11) oxidação de álcoois primários ou aldeídos
©COOH ácido benzeno - carbox11ico ácido benzóico
[o] .:,:::,-0 [O]
R-C R - cr 0
'H 'OH

(n"'rco<)H ácido o • ftálico Corno já vimos· a oxidação enérgica de álcoois secundários ou álcooís ter-
ácido benzeno - dicarboxílico - 1, 2 (ou simplesmente ciários ou cetolllS também produz ácidos carbox(licos, com cadeias menores que
~COOH
ac. ftálico) os compostos iniciais, já que ocorre ruptura da cadeia original.

Âcidos Mistos h) oxidação de alcenos (ou alcinos)

CH2 - COOH ácido hidroxí - etanóico ácido glicólico ,..,; O


1 R - CH "'CH - R'
[o] R - C7 + R' - e -;:::-0
OH 'OH 'OH
CH1 - CH - COOH ácido 2 • hidroxi - propanóico ácido láctico
1 • (ou ac. a· hidroxi - propanóíco) (no leite) Aqui também há ruptura da cadeia e portanto os ácidos têm cadeias me-
OH nores que a inicial
HOOC - CH - CH 2 - COOH ácido hidroxi - butanodióico ácido máiico
1 (na maçã) e) oxidação de cadeias laterais em anéis aromáticos
OH
HOOC - CH - CH - COOH ácido dihidroxi - butanodióico ácido tartárico
1 1 CH3 COOH
(na uva)

CH2 -
OH
e -
OH

1
OH

CH2
ácido 2 • hidroxí - propano -
triéarboxílíco
ácido cítrico
(no limão· e laranja)
@ [o]
@ \
1 1 1 tolueno ácido benzóico
COOH COOH COOH

ácido 2 - hidroxi - benzeno


carboxílico
ácido salicílico
©= CH3
CH3
[o]
©= COOH
COOH

COOH o -xileno ácido ftálico

aor§:L. OH
ácido 3, 4, 5 - trihidroxi -
benzeno - carboxílico ácido gálico
2) A partir de compostos de Grignard:

-;::-0 HCI ,:::;.O


R--MgX + C0 2 - R - C - R--C + MgXCI
'OMgX 'OH
QUfMICA ORGÂNICA 359
358 FEL TRE - SETSUO

Na solução etérica do composto de Grignard, borbulha-se gás carbônico ou PROPRIEDADES FISICAS


adiciona-se "gelo seco" (C0 2 sólído). Notem que esta reação aumenta um átomo
Considerando a série dos monoácidos saturados, podemos dizer que os três
de carbono na cadei.a orgânica original.
primeiros (ácidos fórmico, acético e propiônico) são líquidos incolores, de cheiro
irritante e totalmente miscíveis com a água. Os ácidos seguintes são ainda líquidos
3) Por aquecimento do ácido malônico (ou seus derivados)
incolores, oleosos, de cheiro desagradável (semelhante à manteiga rançosa) e cuja
_,,,.-COOH solubilidade em água diminui com o aumento da cadeia carbónica. Do ácido de-
CH2
t:. ClhCOOH + co; ou canóico em diante, são sólidos brancos, semelhantes à cera, inodoros e insolúveis
.....____COOH cm água.

ácido malônico ácido acético Os pontos de ebulição• dos ácidos são bem mais elevados que o dos álcoois
ou aldeídos de massa molecular igual, devido a pontes de hidrogênio bastaate
R ....._ ,,,-COOH R fortes que produzem dimeros:
t:. -,,...CHCOOH + co;
R,,,,,c'cooH R'

Notem que a reação diminui um átomo de carbono do composto inicial.

4) Por hidrólise de derivados de ácidos (sais, éstercs, anidridos, amidas, nitri- São as pontes de hídrogênio que explicam também a solubilidade dos ácidos
las, cloretos de ácidos, etc) cm água:
Os casos mais importantes são:
R C ,:::.O H H
a) hidrólise de ésteres - '- ' '
OH···O-H···O-H···

,:::::-0
R - C, +
.R-C ~º + R'OH
OR' '-- OH
ácido aloool

Esta reação é importante pois muitos ésteres são encontrados na natureza, PROPRIEDADES QUllVllCAS
tanto no reino vegetal como no reino animal.
1) Caráter ácido
b) hidrólíse de nitrilas
Os ácidos carboxl1ícos têm caráter ácido devido à dissociação:

'lo
R - C • +
-....OH
nitrila amida sal de amônio

Esta reação é importante porque a nitrila pode ser facilmente obtida pela Esta dissociação é possível devido à ressonância:
reação:

R-X + NaCN R- CN + NaX oe


R-c---
~OH
Notem que, no final do processo, teremos aumentado um átomo de carbo-
©
no na cadeia inicial.
380 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 381

Notem que, na última forma canônica de ressonância, o ox.igênio do grupo CH2 +- COOH ácido monoiodoacético: Ka = 7,5 X 10"4
OH está com carga positiva de modo que ele irá "repelir" o H (que também é t
positivo) obrigando-o a sair (dissociar) da molécula.
Uma vez dissociado o H, o radical carboxilato restante é também estabili-
CH 2 ..- COOH ácido monobromoacético: Ka = 1,38 X 10" 3
zado por ressonância:
t
onde notamos) Br
-?o que os dois
R -C...._ 8 CH2 ..- COOH ácido monocloroacético: Ka = 1,55 X 10·3
o oxigênios são
.j,
equivalentes
Cl
Este fato, contudo, faz com que o ácido carboxüico perca a maior parte CI +- CH ..- COOH ácido dicloroacético: Ka = 5 X 10·2
das reações típicas do grupo carbonila ( :: C == O) que foram vistas nos aldeídos i
e cetonas (lembrem-se que a ressonância também faz o anel aromático perder as Cl
propriedades das duplas ligações). Cl
O "caráter ácido" dos ácidos carboxílicos é, no entanto, fraco, como po- t
demos ver pelas seguintes constantes de dissociação: Cl ..- C ..- COOH ácido tricloroacético: Ka =2 X 10·1
.j,
H - COOH ácido fórmico: Ka = 1,7 X 10·4 CJ
CH 3 - COOH ácido acético: Ka = 1,8 X 10·5
CH 3 - CH2 - COOH ácido propiônico: Ka = 1,4 X 10·5
Pelo mesmo motivo, um ácido dicarboxílíco, com carbox.ilas vizinhas, é mais
(lembramos que para: R - COOH = R - COO 8 + H@ temos:
forte que um ácido monocarboxílico.

COOH ácido oxálico: Ka = 3,8 X 10·2


.j,
(constante da li!- dissociação)
COOH
Como podemos observar, pelos valores acima, a "força" do ácido diminu~
com o -aumento da cadeia carbônica; isto acontece porque a cadeia carbônica, Outro fator que aumenta a "força" dos ácidos é a existência de ressonân-
tendo efeito indutivo positivo (+I), irá "empurrar" elétrons para a carboxila, di- cía entre a carboxila e a própria cadeia (ou anel) do ácido; por exemplo:
ficultando assim a saída ( dissociação do H):

ácido propiônico:
f ~9.· l (não há ressonância com a cadeia)

' ,.,,,o
~~:~~•dmd, ~•ómm m =OO•~ , ,~ (lh =CH-C....._ ácido acn1ico:
tanto diminui a "chance" da ressonância explicada OH
acima.
aqui há ressonância (devido ao efeito mesomérico -M da carboxila).
No entanto, se na cadeia orgânica existir algum radical de efeito indutivo
negativo (-1), ele irá "atrair" os elétrons da carboxila, facilitando a saída do H•
r--.... 00 @ 08
\
e aumentando a força do ácido; como exemplo temos: CH2 1. CH ~ C -:P - - - - CH2 - CH == C .,,-
...... OH ...__OH
OUfMICA ORGÂNICA 363
312 FELTRE - SETSUO
,---••-••~••••w---,

O mesmo podemos dizer dos ácidos aromáticos, com a carboxila ligada di- R --- coloH + nio11L R'
retamente ao anel: e·----·-·----- -- __ :
ruptura éster com
@-cooH ácido benzóico: Ka = 6,6 X 10· 5 oxigénio - acila oxigênio - 18 (radioativo)

Neste caso, o ácido será ainda mais forte se tivermos, no anel, outros radi- Isto se deve ao seguinte mecanismo (é o mecanismo mais comum)
cais que "puxem'' elétrons para sí. •
R-
Vo
e:--- -------R -
0
e----
08 +
_!!__ R - cG:)7
,,,-OH n. , H9_-R
Em decorrência do "caráter ácido" os ácidos carboxi1icos apresentam as . . . _ OH ....__OH "-
OH
reações normais de todos os ácidos:
OH OH
reação com metais: [ (±) -H• I H O 1/0
R--C-0-R' - R-C-0-R' - 2 R-C
......_OR'
R - COOH + Na R - COONa + ½ H; 1 1 1
OH H OH
sal
Já nos álcoois terciários (e alguns secundários) acontece o contrário, o H
reação com bases: sai do ácido e o OH do álcool:

R - COOH + NaOH - - - R - COONa + H2 O R - coofH + r10 1i R' H+ R - COO - R'


' '
~ruptura água com
formação de anidridos (desidratação): 0 18 (radioativa)
oxigênio - alquila
R - CO
2 R - COOH ----o+ Porque aqui o mecanismo é diferente:
R - CO_,,-

reação com compostos de Grignard (reação de Zerewitinoft) R

- - - - R - COOMgX +
R'
sal misto
íon de
carbônio
2) Reação de esterificação:
H+
R - COOH + R' - OH .::;:::::::::::::::::::!: R -- COOR' + H2 O
.H Reações com haletos de fósforo
Esta reação, que é chamada de esterificação direta ou esterificação de Fisher,
3R-C1/0 + PCh
é uma reação lenta, reversível (rendimento da ordem de 60%) e é catalisada por 'OH
ácidos minerais fortes (l{iS0 4 ou HCI concentrados).
cloreto de ácido
Na esterificação, a ordem de reatividade dos álcoois é: primário > secun-
?o
dário > terciário (estes são muito pouco reativos). + PCls R- C + POCh + HCI
-----c1
Com o auxílio do isótopo 18, provou-se que, nos álcoois primários (e al-
guns secundários), o H sai do álcool e o OH do ácido: cloreto de ácido
314 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 365

Idem para o bromo e iodo. Resistem às oxidações porque o carbono da carboxila já está no "estágio"
Estas reações são muito importantes na obtenção dos cloretos de ácidos. mais elevado de oxidação. Faz exceção o ácido fórmico, cuja molécula ainda
Um outro caminho interessante é: apresenta a estrutura de um aldeído·:

R-C
,::::;O
'OH
+ SOCh
~
-
cloreto de
R - C-:?"O
'Cl
cloreto de
+ so; +
~v-z

gases
Hei'
. O ácido fórmico
é um redutor
. ,::::;.O
,--------;~\
iH - C;,-.::··· .....___grupamento aldeídico
·-------- OH

tionila ácido Daí: H- C + [O]


'OH
Os gases libertam-se e o cloreto de ácido resta puro.
No entanto, os oxidantes muito enérgicos podem atacar os ácidos carbo-
4) Halogenação em a (reação de Hell - Volhard- Zelinsky) xi1icos (como aliás acontece com qualquer composto orgânico, havendo quebra
da cadeia e finalmente "queima" com produção de H 2 O e C0 2 •
Os hidrogênios do carbono a são bastante ativados pela carboxila (como Assinalamos também que, por meio de reações especiais, podemos obter os
já aconteceu nos aldeídos e cetonas), e são facilmente substituídos por cloro ou 1:hamados perácidos, como por exemplo:
bromo, a quente e na presença de fósforo vermelho:

CH1 - CH - COOH + HBr


j
Br
Br ácido peracético ácido perbenzólco
1
CH 3 - CH + COOH + Br2 CH1 - C - COOH + HBr
1 1
Br Br É interessante notar que os ácidos também são resistentes às reduções. So•
mente redutores enérgicos, como o hidreto de lítio e alumínio•ou ácido iodídri-
A reação não prossegue para os carbonos (3, 'Y, ...
co, conseguem reduzir a carboxila.
5) Reações de descarboxilação: R - COOH R - CH3 (hidrocarbonetos)
ou HI
A descarboxilação dos ácidos, dando alcanos, é feita, via seus sais de sódio,
pelos já mencionados:
- método de Dumas ("fusão alcalina")
CASOS PARTICULARES
CH 3 - COONa + NaOH • CaO _L --.,-,
CH 4
ACIDO FÓRMICO
cal sodada metano

método de Kolbe (eletrolitica) É um líquido (pe = 101 ºC) incolor, fumegante, cáustico, de cheiro forte e
1 1 irritante. Ocorre em formigas, daí seu nome.
2 CH3 - COONa + H20 - CH 3 - CH 3 + 2 C0 2 + 2 NaOH + H2
É preparado industrialmente pela reaç'
etano

CO + NaOH lO atm H - C7 0
6) Reações de oxi-redução: 200°C -.......ONa
Os ácidos carboxílicos resistem bem às reações de oxi-redt1ção. formiato de sódio ácido fórmico
fx _ ('~,1 1 , 1 -- Pi ; j •
f'· .- ' • r .• . - 1 .. !
y I li,')t' ,ov ! . •~ l)l-1//r ~':"Ir,,

388 FEL TRE - SETSUO /~. -1 r, •. : r, .·' r.,


QUÍMICA ORGÃNICA 367
(1) \/11)
Tem uma reatividade especial e diferente dos outros ácidos devido à sua
Esta oxidação pode ser obtida:
estrutura de aldeído:
com auxílio de catalisadores (V 2 0 5 ) - é o processo industrial
por fermentação. com auxílio do Mycoderma Aceti é o que se faz na
obtenção do Pinagre, que contém de 6 a l0% de ácido acétíco.
de modo que, o ácido fóm1ico:
2) Por carbonilação do álcool metílico (industrial}
oxida-se facilmente: (é redutor), por meio de KMn0 4 ou K2 Cr 2 0 7 :
200°C/50 atm CH 3 -· COOH
Co(C0)4 •
H - COOH
-- decompõem por aquecimento: .\) A partir do acetileno (processo carboquímico - industrial}
H -- COOH
Clh -- CHO -3-L-c--~--=a:=--0--- Clh - COOH
(a reação pode ser usada para preparar CO em laboratório) manganoso
carburcto acetileno acctaldeído
·- decompõem-se, ao ser tratado por PQ 5 :
O ácido acético apresenta as reações normais dos ácidos carboxmcos. Ele
H - COOH CO + HC! é usado:
na produção de acetato de vinila ➔ plástico PV A
cloreto de na produção de anidrido acético e cloreto de acetila, importantes em
formila (instável)
sínteses orgânicas
O ácido fórmico é usado: - na fabricação de ésteres, importantes como solventes, em perfumaria e
no tingimento e acabamento de tecidos essências artificiais
na produção de ácido oxálico e outros produtos orgânicos na produção de acetatos inorgânicos, de chumbo, de sódio, de amônio, etc
como desinfetante: em medicina e na produção de bebidas - na produção de acetato de celulose (fibras texteis artificiais)
na coagulação do latex na alimentação (como vinagre); 1

.r
ÁCIDO ACÉTICO
DIACIDOS r
,-
li um líquido (pe = l l 8ºC) incolor, de cheiro penetrante, de sabor azedo
(acetum "'vinagre), solúvel em água, ãlcool e éter. São importantes os diácídos ¼t~rados:
Quando puro (e isento de água) o ácido acético congela a 16,7°C, tornan- C'OOH ácido oxálico (usado na indústria textil e de coran-
1
do o aspecto de gelo, daí o nome ácido acético glacial dado ao ácido acético puro. C'OOH tes, para "tirar" ferrugem, em química analítica)
O ácido acético é preparado: ,,,..COOH ácido malônico (usado nas "sínteses malônicas" que
n1
z--. COOH serão explicadas no próximo capítulo)
l) Por oxidação do álcool etílico
('li ~ COOH
1 2
CH 3 - CH 2 0H + 0 2 (ar) \ ácido succínico (usado em química analítica)
('11 2 - COOH
' . f_ ;{_,· .:,,.-,; ' • t',:..."· ,.•;
\ \. .
.-··r• ... .J (
.,-·.
/~ l.i, (,; ....,. .,,, .
1
388
..:.,... ' ---~;. FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA ~.- ~ r. >7/. ~ ,': ,r 369
/ .... ,~
COOH EXERCfCIOS E TESTES
ácido glutárico
COOH
1) Dê os nomes oficiais e vulgares dos se- 6) Por que o grupo carbonila dos ácidos car-
guintes ácidos: boxílicos não apresenta as reações de
ácido adípico (importante na fabricação do nylon) a) CH3 - CII - COOH adição vistas no estudo dos aldeídos e
1 cetonas'?
CH3

b) CH3 - CH = CH - COOH 7) Complete as equações abaixo, dando os


E também os diácidos aromáticos, como por exemplo: nomes dos produtos orgânicos formados:
e) CH3 - CH - CH - COOH
COOH 1 1 a) ácido acético + sódio -
CH3 CH3
b) ácido butírico normal + cloro (ex•
@COOH ácido ftálico (o - ftálico) - usado como plastificante ~H3 cesso) -
d) CH2 = CH - ~ - COOH e) ácido fórmico + brometo dt! etil-
CH3 magnésio----
COOH Bt
1 d) ácido propiônico + cloreto de tio-
e) CH3 - C - COOH
1 nila ----
ácido isoftálico (m - ftálico) Br
©cooH 21 Como podemos preparar:
e) ácido acético + P2Os
+
f) ácido isobutírico + etanol ___!:!_
a) ácido propiônico a partir de n - pro-
pano! g) ácido acético + PC!s -
~H b) ácido propiônico a partir de hexeno-3
8) Normalmente, como se forma a molécu-
ácido tereftálico (p - ftálico) importante na fabricação e) ácido tereftálico a partir do xileno
correspondente la de água que é eliminada numa reação
de fibras sintéticas, do tipo poliéster. de esterificação? Como foi comprovado
COOH d) ácido hexanóico a partir de brometo
de n-pentila (ou n-amila) este fato?
t•) ácido propiônico a partir de etileno
f) ácido dime til-acético a -partir do ál- 9) Que é reação de Hell-Volhard-Zelinsky?
O diácido mais simples é o ácido oxálico - um sólido, branco, cristaliza- cool iso-propllico Por que ela ocorre?
do normalmente na forma de um dihidrato: H2 C2 0 4 • 2 H2 O. g) ácido 2-butenóico a partir do ácido
butfríco 10) Por que o ácido fórmico é redutor, ao
contr.ário de todos os outros ácidos or-
É preparado a partir do formiato de sódio: 3) Como podemos aumentar e como pode- gânicos?
mos diminuir uma cadeia orgânica, de
200°C COONa COOH um átomo de carbono, considerando-se 11) Que são perácidos?
2 H - COONa 1 1
o que aprendemos neste capítulo?
COONa COOH
12} Como podemos reduzir um ácido a um
4) Como se explica o fato dos ácidos pos- hidrocarboneto?
Como já aconteceu com o ácido fórmico, que é o primeiro termo da série suírem pontos de ebulição mais elevados
dos monoácidos, o ácido oxálico também tem propriedades que o diferenciam que os álcoois e os ésteres de igual massa 13} Como podemos transformar:
dos demais diácidos: molecular? a) ácido hexanóico em pentano
b) ácido hexanóico em decano
decomposição (desidratação): S) Ordene os seguintes ácidos, em ordem c) ácido isobutírico em isobutano
t:,. de "força" (ou acidez) crescente: ácido
+ + co acético, ácido monofluoracético, ácido 14) Como é obtido industrialmente o ácido
monocloroacético, ácido monobromoa- fónnico1
cético, ácido monoiodoacético, ácido
propanóico, ácido propenóico (acrílico), 15) O ácido acético é utilizado na prepara-
ácido oxálico. Como podemos explicar ção de um plástico importantíssimo.
este fato? Qual é?
f.)-
"t\1.1tJ1·1·1'(.P-(d / q ,, '•fio
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1 lf C.1--li:. - t'l - -:,Jo2_ , { s._11.;:-r• "I /Jo~I',.

(
r li
1
DERIVADOS DOS ACIDOS
,.11 1, f ,, OL O
!/
{ r-
ÉSTERES
~

f,' f, • 1íU / DEFINIÇÃO 'i__... !..1l· r:.

Ésteres são compostos derivados da substituição dos hidrogênios ionizáveis


de um ácido, por radicais orgânicos.
Exemplo: _
f'

-. ,- r

CLASSIFICAÇÃO
"",. _ _,)e,,,' ,·1'r.e
Capítulo 16 A classificação mais geral divide os ésteres em ésteres orgânicos e ésteres
inorgânicos conforme sejam derivados de ácidos orgânicos ou inorgânicos respec-
t ivamente.

!l J;):emplos de ésteres orgânicos:

DOS ACIDOS
/ /
_,._,_, .-: ... ,- .

ÉSTERES - ANIDRIDOS - CLORETOS DE ACIOOS Exemplos de ésteres inorgânicos:

do ácido nítrico:
DEFINIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO "'
~
NOMENCLATURAS
ri dD ácido sulfúrico:
PREPARAÇÃO
PROPRIEDADES FISICAS '·· (
(1111.- • os haletos comuns podem ser considerados "ésteres" dos correspondentes áci-
PROPRIEDADES QUIMICAS
usos
-r n l\1/s. dos halogenídricos:
r
CASOS PARTICULARES (74~- '·
º" (
/
1:
li ; ~ ·, l- ,· :)

r, NOMENCLATURAS

As nomenclaturas, tanto a ofkial como a i•ulgar, 'ão feitas considerando-


se os ésteres como se fossem sais: V11 fj,ç j 9 _.r- l~J; ..• .,, ,j..
372 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 373

Por exemplo: CH3 - COO - CH 2


Ésteres Nomes oficiais Nomes vulgares 1
CH 2 1, 3 - diacetoxi - propano
1
H - COOCl:13 metanoato de rnetila formiato de metila CH 3 - COO - CH2

CH3 -COOC4H11, etanoato de n-butila acetato de n-butila b) existem alguns orto-ésteres derivados dos hipotéticos orto-ácidos orgâni-
cos; exemplo:
CH3....._
,...CH - CH2 - COOC2Hs 3 - metil - butanoato de etila isovaleriato de etila C(OH)4 C(OC2Hs)4
CH3
ácido ortocarbônico ortocarbonato de etila
(hipotético) (estável)
CH2 =CH - COOCH3 propenoato de metila acrilato de metila
HC(OH) 3 HC(OC2Hs)3
lr°OCH3 etanodioato de oxalato ácido de ácido orto - f6rrnico orto formato de etila
COOH (mono) metila metila (hipotético) (estável)

yOOCH3
etanodioato de dimetlla oxalato de (di) meti la
COOCH3
PREPARAÇÃO
02N - OCH3 nitrato de metila
Muitos ésteres, de massa molecular elevada, existem na natureza na forma
O...__ .,,..O~Hs de óleos, gorduras e ceras.
s sulfato ácido de etíla
o,....- 'oH A maior parte dos óleos e gorduras são misturas de ésteres dos ácidos este-
árico (C 17 H35 COOH), palmítico {C 15 H31 COOH) e oleico (C 17 H 33 COOH) com a
ou (C2Hs)HS04
glicerina; eles obedecem, pois, a fórmula geral:
O...__ _.,,.OC2Hs
s sulfato de (di)etila
o_...,. 'oc2Hs CH 1 - OOC - R Quando os radicais R, R' e R" são predominante•
J
ou (C2HshS04 CH - OOC - R' mente saturados, o produto é sólído (gordura); caso
1 contrário é líquido (óleo).
CH 2 - OOC - R"

As ceras são ésteres de monoácidos e monoálcoois ambos de massas mole-


OBSERVAÇÕES: culares elevadas; exemplo:

a) ésteres muito complicados podem receber nomes como sendo derivados palmitato de miricila (existe na cera de abelhas)
dos hidrocarbonetos. Aparecem então nomes como:
Ésteres mais simples slío encontrados em óleos essenciais di plantas e fru-
tos, sendo responsáveis pelos seus odores; exemplo: ,
- radical carbometoxi:
---
- CO - OCH 3
carbo --...-
metoxi
acetato de octila (existe na laranja)
- radical acetoxi: - CH 3 - CO - O
-.-
acet oxi Os métodos usuais de preparação dos ésteres são:
374 FEL TRE - SETSUO QUl"MICA ORGÃNICA 375

]) Esterificação direta (esterificação de Fischer) '


PROPRIEDADES- Fl'SICAS
90
R --- C....._ + R'OH Os ésteres, de massas moleculares baixas, são líquidos, incolores e de cheiro
OH
agradável (usados como essências de frutos); a medida que a massa molecular
(o mecanismo já foi discutido no capitulo anterior) aumenta passam a líquidos oleosos (óleos vegetais e animais); ésteres de massa
A reação é reversível e o rendimento, em geral, da ordem de 60%·. O ren- molecular elevada são sólidos (gorduras e ceras).
dimento pode ser aumentado, pelos processos usuais de deslocamento de um equi- Não possuindo "pontes de hidrogênio" os ésteres têm pontos de ebulição
hbrio químico, baseados no princípio de Le Chatelier. menores que os álcoois e ácidos de iguaJ massa molecular. Pelo mesmo motivo,
De um modo geral, ácidos e álcoois mais ramificados (em posição vizinha os ésteres são insolúveis em água. São solúveis, contudo, nos solventes orgânicos
ao radical funci~nal) dão menores rendimentos em virtude da "falta de espaço" usuais.
para o encaixe dos radicais (impedimento espacial).
PROPRIEDADES OUfMICAS
2) Reação de derivados dos ácidos
.
1) Reação de hidrólise +I I t.> 11.,.~ /_ '~;t ,.,,,.. f '.,A
~
Já que a esterificação direta é lenta e incompleta (rendimentos baixos de- R --- COOR' R'OH
+ R - COOH +
vido à reversibilidade) podemos usar o "artifício" de empregar um derivado do .. i·ir~ l\ ..Jr. (· 11 rr1.:_:.nv. ,/._. (i.ol'::•.-:-r
ácido, que seja mais reativo que o próprio ácido. Assim temos, as seguintes rea- E a reação inversa da esterificação, e segue um mecanismo idêntico. Como
ções de bons rendimentos: :1 esterificação, a hidrólise é também uma reação lenta, reversível e catalisada
por ácidos (um mesmo catalisador sempre atua igualmente na reação direta e na
a) reação de sais {alcalinos ou de metais pesados) com haletos: reação inversa).
R - COOAg + R'X R - COOR' + AgX Aqui, todavia, podemos empregar a "catálise básica", usando uma base for-
lc, como por exemplo NaOH. Ela reagirá com o ácido formado, "deslocando" o
b) reação de cloretos de ácido com álcoois {ou alcóxidos): cquihbrio completamente para a direita: ,.1 , ;:, 11 ;, '- r s., ,:3 ..í 1: , ,,-.., 'l
ou fenóis (ou fenóxidos):
R - COOR' + NaOH ---► R - COONa + R'OH- ,!;:;"'
R - COCI + R'ONa RCOOR' + NaCI (!.1~·1t. f!:.,."1t .C.At ')!t('>, /.tt,"'!~~r.
Esta é a chamada reação de saponificação, porque, partindo-se de óleos e
(é semelhante à reação de Williamson para os éteres) gorduras, obtemos sabões: ., "j) 11 r. , 1 L, 1,, ..- , : , j,, _~r- 1;,1,~ l. r i>: ,:,i o

c) reação de anidridos com álcoois ou fenóis: CH2 -- OOC - R CH 2 OH R - COONa


1 1
R - CO--..,_ CH - OOC -- R' + 3 NaOH CHOH + R' - COONa
__,O + R'OH - - - R - COOR' + R - COOH 1 1
R -- CO CH 2 - OOC - R" CH 2 0H R" - COONa
.._.,,.._
ésteres de ácidos glicerina misturas de sais
graxos com a glicerina de sódio de ácidos
3) Ésteres metílicos são obtidos, em laboratório, com bom rendimento, com o (óleos ou gorduras) graxos (sabões)
emprego de diazometano: Esta reação é importante na obtenção de glicerina e sabões. Generalizando
dta idéia, podemos empregar a reação de saponificação para a obtenção de álcoois,
sais e ácidos, já que:
Notem que o éster é obtido puro, uma vez que o nitrogênio gasoso se des-
prende. R - COONa + HCI (e:'". qualquer) - - - R - COOH + NaCI
ae1dn fnrtP.
"'!.•oP I fi~\. ,,
~-(
A l.(OOL

l
QUÍMICA ORGÂNICA 377
376 NO FELTRE - SETSUO

R" R"
2) Reação de alcoólise (transesterificação) í,,e::r,i j)f J11,..Cl'OL
+R"MgX 1 . 1

mais rápida
R C - R" R - C - R" + Mg(OH)X
1
1/0 R - C~
/40
+ R'OH OMgX
1

OH
R C~ + R"OH
~OR' l::,, 'OR" ákool terciário
éster álcool éstcr
Notem que da cetona em diante nós recaímos nas reações normais de ce•
É uma reação de "dupla troca" entre um éster e um álcool. --•- h --• - • • • .. tonas com compostos de Grignard que nos levam a álcoois terciários (como já
fora visto no estudo das cetonas). Nesta seqüência de reações nós não podemos
3) Reação de amonólise "parar" na cetona, pois ela é muito mais reativa que o próprio éster de partida.
1/0
+ R-C + R'OH
'---NH2
éster amida usos
OBSERVAÇÃO: Os ésteres são muito usados como:
Esquematicamente, as reações apresentadas até aqui obedecem a uma mes- ---· solventes industriais para tintas, vernizes, plásticos, etc. É o caso do ace-
ma idéia: tato de etila e do acetato de amila ("óleo de banana")
-- como "essência de frutos" -:r , ,: '-' I'.' 11 '··o r.J H •..
hidrólise R - CO OR' + HOH R -· COOH + R'OH - acetato de octila: essência de laranja o:r--11·;0 _, l'-"t.-llDAn:.

(saponificação): R - CO ÓR' + H ONa R - COONa + R'OH -.. valeríato de isoamila: essência de maçã

alcoólise R -- CO OR' + H OR" R --- COOR" + R'OH os ésteres superiores (óleos, gorduras, ceras, etc) têm enorme aplicação
na alimentação e na confecção de muitos produtos
amonólise R - CO -OR' .· t -H NH2 R -·· CONH 2 + R'OH -.-----....._

4) Redução
Os ésteres são reduzidos mais facilmente que os ácidos carboxílicos, pro- CA.SOS PARTICULARES
duzindo-se dois álcoois:
O malonato de etila (chamado simplesmente de "éster malônico"):
R - COOR' + 2 H2
A redução é efetuada:
- com H1 e catalisador (Ni), a quente
- com [H] nascente, produzido pela reação do sódio com etanol (reação
de Bouveault - Blanc)
com o hidreto de lítio e alumínio (LiAIH4)
O acetil - acetato de etila (ou "éster acetil - acético"):
5) Reação com compostos de Grignard
8 <±) OMgX
+R"MgX R_ t __ R" -Mg(OR')X
R -· C -- R" cetona
mais lenta 1 li
OR' o
378 FEL TRE - SETSUO

E outros ésteres que tenham um carbono entre duas carbonilas, terão os


hidrogênios, ligados a este carbono, fortemente reativos (possuem "caráter ácido"),
devido a ressonância das duas carbonilas:

ANIDRIDOS

DEFINIÇÃO

Como acontece na quumca inorgânica, anidridos são compostos resultan-


Os carbonos "positivos" puxam os elétrons para si e com isso "soltam-se" tes da desidratação de ácidos:
os hidrogênios assinalados, em a (caráter ácido). Assim sendo, esses hidrogênios
podem ser substituídos por metais alcalinos:
+ H20
,....,-COOC2Hs @ 0 _....,,.COOC2Hs
CH2......__ + C2 H5 0Na ---NaCH"-... + C2HsOH
COOC 2 H5 COOC 2 H5
"éster malônico" etóxido de sódio derivado monossódico
CLASSIFICAÇÕES
(Na + etanol) do éster malôníco

Podemos falar em anidridos normais (os mais comuns) e anidridos mistos:


E ainda, como segunda fase:
R -; CO '-._ R - co, 0
_....,,.COOC 2 H5 o
NaCH'-- + C2 H5 0Na R -CO/ R' - co.,.....-
COOC2Hs normal (R = R) 111 isto (R "'F R ')
derivado dissódico do
éstcr malônico
E também em anidridos aciclicos (de monoácidos) e anidridos ciclicos (de
diácidos):
Esses derivados sódicos são muito reativos e permitem uma série de sínte-
ses importantes denominadas sínteses malônicas, como por exemplo:

anidrido acíclico anidrido cíclico

COOH NOMENCLATURAS
hidró- R _ C _ CH / __Q__ R-C---CII--COOH
lisc ~ 'cooH -C02 t Tanto a nomenclatura ofkial como a vulgar são idênticas às dos ácidos,
ccto·ácidos trocando-se a palavra "ácído" pela palavra "anidrido".
380 QUÍMICA ORGÂNICA 381
FEL TRE - SETSUO

2) Reação de sais e cloretos de ácidos


Anidrido Nome oficial Nome vulgar

CH3CO '-o ,::::.,º


anidrido etanóico anidrido acético R - coo~---
.I'
-i :]!: ~:-
R - e,
CH3CO/ +, t ,i ,.,.,,.o + NaCI
R' - CO ;~f R'- C~
CH3 - CO'-.
anidrido etanóko - anidrido acético -- o
o propanóico propiônico
CH3 - CH2 - co/ Esta reação é de alto rendimento e permite obter anidridos normais e mistos.
CH2,.... co"'-
1 ,,,,o anidrido butanodióico anidrido succínico
PROPRIEDADES Fl'SICAS
CH2 - CO
O anidrido mais simples que é o acético é um líquido (pe = l I8ºC), in-
color, de cheiro forte e irritante, pouco solúvel em água, mas solúvel em sol-
PREPARAÇÃO
ventes orgânicos. Só os. anidridos de massas moleculares elevadas se apresentam
1) Por aquecimento dos ácidos com agentes fortemente desidratantes como sólidos de baixo ponto de fusão. ·-
(ex.: P2 0s) Os anidridos não formam "pontes de \drogênio"; em conseqüência têm
(R - COhO + 2 HP03 pontos de ebulição e solubilidade em água menores que outros compostos de
igual massa molecular.
De um modo geral, esta reação não dá bons rendimentos.
Além disso devemos lembrar que: PROPRIEDADES QUfMICAS
- o ácido fórmico, ao ser desidratado, não dá anidrido:
!:!,_ l) Reações de:
H - COOH
R~C0-0 CO ~ R
(teoricamente podemos considerar o CO como sendo o "anidrido" do hidrólise ácida : +H OH 2 R - COOH
ácido fórmico)
hidrólise básica: +H ONa R - COOH + R - COONa
- os diácidos, que formam ,anidridos cíclicos pentagonais e hexaganais, são R - COOH + R - COOR'
alcoólise +H OR'
desidratados facilmente, devido à grande estabilidade dos anéis formados:
amonólise +H NH2 R - COOH + R - CONH2

CH 2 -COOH 2) Reação de a - halogenação


1 - co
CH 2 -COOH R - CH 2 - CO R - CH2
""'-o + Ch '-o+ HCI
anidrido succínico O
R - CH2 - co/ R .\cH -CO/
1
-9' Cl
/CH2 - COOH -C
'-., 3) Redução a álcoois
CH2 /o
"-cH2 - COOH -C~
~o
anidrido glutárico
·-n
'1

QU(MICA ORGÂNICA 383


382 FEL TRE - SETSUO

Por reação com o amoníaco produz a ftalimida:


usos
Sendo mais reativos que os ácidos correspondentes, os anidridos são muito
- orgamcas,
emprega dos cm reaçoes - • •
para a intro duçao
- do grupo R - e""""º
......._ numa
@= co-
co....__
-
0
+ NH3

outra molécula; estas são as chamadas reações de acilação (acetilação, benzoíla-


Onde o hidrogênio do grupo ::.NH tem "caráter ácido", produzindo sais como
ção, etc) ;1 ftalimida potassica.

A reação de uma carbonila produz corantes importantes denominados


ftnleínas, como por exemplo a fenolftaleína.
CASOS PARTICULARES

ANIDRIDO ACÉTICO
+
Ê preparado:

CH3 - C -- Cl-h _ _7'"'0""0-ºC;;;...___,_ CH2 =C=O +


li fosfato de ctilu
o cetena
acetona
1+CH3COOH 011 OH

É muito usado em reações de acetilação, em laboratório e na indústria, co- CLORETOS DE ÁCIDOS


mo por exemplo, na produção do acetato de celulose, usado na produção de
filmes fotográficos. fibras texteis, etc. DEFINIÇÃO

São compostos resultantes dos ácidos pela substituição do grupo OH, da


ANIDRIDO FTÃLICO l"arboxila, por um átomo de cloro:

É preparado por oxidação: 90


R - e---......
--- CI
do o-xileno ácido cloreto de ácido

Teoricamente podemos considerá-los como "anidridos mistos do ácido car-


ou

00
hoxílico e do ácido clorídrico (a reação direta não se verifica):

do naftaleno: + --2. 02 @= co co---.....


,,....o +

~
2
R-C:::----. + HCl +
OH -

Os "brometos" e os "iodetos" de ácidos não têm importância prática, dada


a dificuldade em se obtê-los.
O anidrido ftálico é muito usado na fabricação de resinas e de plastificantes.
384 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 385

CLASSIFICAÇÃO PROPRIEDADES FfSICAS

É comwn falar-se em cloretos de acila (alifáticos) e cloretos de aroila (aro- Os cloretos dos ácidos mais simples são líquidos (cloreto de acetila -
máticos): pc = 52ºC), de cheiro forte e irritante, tóxicos, insolúveis e mais densos que a
água.
Cfh --- """'º
e·'c1
PROPRIEDADES QUfMICAS

NOMENCLATURAS Os cloretos de ácidos são mais reativos que os anidridos e muito mais rea-
tivm que os ácidos co"espondentes. Daí serem usados em muitas reações de aci-
Tanto na nomenclatura oficial, como na vulgar, usamos a terminação ila lação (introdução do grupo R - C ~ O) onde os ácidos falham ou dão rendi-
:;::::;O mentos baixos.
para o radical R - C ---.. .,_
As principais reações dos cloretos de ácidos são:
Cloreto Norne oficial Nome vulgar
com a água R - CO Cl + H OH - - - - R - COOH + HCl
(hidrólise) ácidos
cloreto de etano11a cloreto de acetila
com álcoois R - CO + H O R ' - - - - R - COOR' + HCI
(alcôólise) ésteres
cloreto de benzoüa com alcóxidos : R - CO Cl;:' + Na OR' - - - _ . R - COOR' + NaCl
ésteres
com fenóis R - CD Cl·· +·a OAr - - - - R - COOAr + HCI
(fenôlise) ésteres
PREPARAÇÃO
com fenóxidos : R - CO c1, + Na OAr ---► R - COOAr + NaCl
ésteres
Por reação do ácido (ou seu sal) com cloretos de fósforo (PCb ou PCJ 5)
ou cloreto de tioníla: com amoníaco : R - CO CI + H NH2 - - - - R - CONH2 + HCI
(amonólise) arnidas
3 R - COOH + PCh - - - - 3 RCOCl + P(OHh com arninas R - CO CI +' H NR2 - - - - R - CONR2 + HCI
R - COOH + PCls RCOCl + POC1 3 + HClt (arninólise) amidas substituídas

R -- COOH + SOClz - - - - RCOCI + so; + Hei' com sais R - CO Cl + . Na OOC - R' --:::::::=t=--R - CO - O - CO - R' + NaCI
anidridos
Notem que essas reações são idênticas às que transformam um álcool (ou com o hidrogênio: R - CO Cl +. H H R - CHO + HCI
fenol) em haletos de alquila (ou de arila): (redução) aldeídos (reação de Rosenmund)

3 ROH + PCl 3 - - - 3 RCI + P(OHh com compostos R - CD Cl+R'-ol R ' - - - - R - CO - R' + R'CdCI
orftânicos do cetonas
Cádmio
A reação só não dá o mesmo resultado com o ácido fórmico, pois o clo-
reto de formila, que deveria se formar, é instável: com compostos R - CO Çt +~'XMg R' - - - - - R - CO - R' + MgXC'I
de Grignard cetonas (que imediatamente
reagem com excesso do com-
H - C,:::::-O posto de Grignard chegandc, 1
'OH álcoois terciários.)
386 FEL TRE - SETSUO

EXE RCfCIOS E TESTES

1) Dê os nomes oficiais e vulgares dos se- 4) Corno ocorrem os és teres na natureza?


guintes compostos:
5) Esterificando-se ora o n-butanol, ora o
a) CH3 - CH2 - CH2 - CO0CH3
tercio-butanol, com ácido acético, nas
b) H - CO0CH(CH3h mesmas condições, quando obteremos
c) CH2 = CH - C0OCH3 maior rendimento? Por que?

d) Br - CH2 - C00C2Hs 6) Qual o método ótimo e específico_ de


e) HC(0CH3h prepararmos ésteres metílicos, no labora-
tório?
f) (CH3hS04
g) (C2Hs0hPO
h) CH3CH2C0CI
7) Que é reação de saponificação e qual sua
importância prática?
Capítulo 17
i) CO3 - C0CI 8) O que há de especial na reatividade do
j) (C3H7C0)20 malonato de dietila e como esse fato é
aproveitado?
k) CH3C0 - O - COC2Hs

2) Complete as seguintes equações, dando


9) Quais são os diácidos que formam ani-
COMPOSTOS
dridos cíclicos com maíor facilidade?
os nomes dos produtos orgânicos forma-
dos:
10) Como é preparado industrialmente o ani-
HALOGENAD08'
a) cloreto de butirila + álcool isopropí-
drido acético?
lico
b) propionato de prata + brometo de
11) Que são ftalimidas? Elas apresentam ca-
etila
e) anidrido acético + metanol ráter ácido ou básico? DEFINIÇÃO
d) acetato de etila + iodeto de metil- CLASSIFICAÇÕES
12) Coloque, em ordem de reatividade, os
magnésio (+ hidrólise) NOMENCLATURAS
e) formiato de metila + amoníaco ésteres, anidridos e cloretos de ácidos.
PREPARAÇÃO
f) butirato de metila + álcool octíclico
13) Como podemos efetuaras seguintes trans- PROPRIEDADES FltlCAS
(em meio ácido)
formações: PROPRIEDADES QUIMICAS
g) anidrido succínico + metanol (ex-
cesso) H+ a) ácido acético em cloreto de cloroace- usos
h) anidrido propiônico + ácido clorídrico tila CASOS PARTICULARES
i) ácido oxálico + pentacloreto de fós- b) anidrido bu tírico em bu teno - 1 Cloreto de etila
foro (excesso) e) ácido acético em tercio - butano! Compostos polihalogenados
j) cloreto de propionila + amoníaco Compostos aromãticos halogenados
k) cloreto de butirila + etilamina 14) Quantas gramas de acetato de e tíla rea- Compostos fluorados
1) cloreto de acetila + cádmio dimetila girão com 25 mi de hidróxido de sódio EXERCICIOS
normal?
3) Escreva as equações de hidrólise, etanó- (H = l; C = 12; O = 16).
lise e amonólise do:
a) éster metílico 15) Como podemos distinguir quimicamente
b) anidrido o acetato de etila de seu isômcro, o áci-
c) cloreto do ácido acético do butírico?
QUIMICA ORGÂNICA 389

COMPOSTOS HALOGENADOS tividade aumenta, em geral, na seqüência mencionada (como aliás aconteceu tam-
bém com os álcoois).

•~_;) 4 )i;i Neste capítulo iremos falar especialmente dos haletos de alquila.
,.· [._) 4:Sl""",( r ,·; ;·,...\ ,;." ' ~. r-
DEFINIÇÃO

São compostos que resultam da substituição de um ou mais hidrogênios, NOMENCLATURAS


de um hidrocarboneto, por átomos de halogênios.
A nomenclatura oji"cial considera o halogênio apenas como sendo uma ra-
Exemplos:
mificação presa à cadeia principal, que, como de hábito, deverá ser a mais longa
e ter a numeração mais simples (notem que um halogênio não é considerado um
"radical funcional").
A nomenclatura vulgar é semelhante à dos ésteres e é feita então com as
palavras fluoreto, cloreto, brometo e iodeto.
CLASSIFICAÇÕES

l) Quanto ao halogênio Haleto Nome oficial Nome vulgar 1

CH 3 -CH 2 CI cloroetano cloreto de etila \


Os derivados halogenados podem ser cloretos, brometos ou iodetos. Dos
cloretos para os iodetos aumenta, em geral, a reatividade, mas aumenta também
CH 3 -- CH - CH3 2 - bromopropano brometo de isopropila
o preço (de um modo geral os derivados halogenados constituem "matéria pri- 1

ma" mais cara que os álcoois, por exemplo). Os fluoretos constítuem uma "classe Br
a parte", pois sua preparação e, propriedades diferem bastante dos cloretos, bro- CH 3
metos ou iodetos. 1
2 - metil - 2 - iodopropano iodeto de terc-butila
CH 3 -C -CH3
Podemos classificá-los também em derivados mono, di, tri, ... , polihaloge- 1

I
nados, de acordo com o número de átomos de halogênios presentes: CH 3 Cl,
CH 2 Ch, CHC1 3 , CC1 4 . CH 3 F fluormetano fluoreto de metila

CHC1 3 triclorometano clorofórmio


2) Quanto ao radical orgânico
CH 2 =CCh l, l - dicloroeteno cloreto de vfi!ideno
Temos aqui as classificações usuais em:
-- derivados halogenados alifáticos, alicíclicos e aromáticos. CH=CH l, 2 - dicloroeteno cloreto de vinileno
1 1

derivados halogenados saturados e insaturados, etc. Cl Cl

Em particular é fundamental a divisão em derivados halogenados alifátícos


saturados (haletos de alquila: RX) e derivados halogenados aromáticos (haletos
de arila: ArX) pois são duas classes importantíssimas e de obtenção e reatividade
Q Br
Br
1, 2 - dibromo -
ciclopentano

bem diferentes (isto lembra as diferenças existentes entre álcoois e fenóis).


Nos haletos alifáticos ainda devemos considerar a classificação em haletos
primários, secundários e terciários, conforme o halogênio se situe em carbono
primário, secundário ou terciário respectivamente. Isto é importante, pois a rea-
@' iodo benzeno iodeto de fenila
390 FELTRE - SETSUO auiMICA ORGÂNICA 391

PREPARAÇÃO - em hidrocarbonetos aromáticos

1) A partir de álcoois (ou fenóis)


6.
Fe
HBr
H2S04
X RX + H20
Nos aromáticos essas reações são importantíssimas.
3R X3 3 RX + P(OHh
t
R X RX + POX 3 + HX b) Por meio de reações de adição
R Cl RCI + S02
r + Hei' Podemos adicionar halogênio ou ácido halogenídrico a compostos com du-
plas ou triplas ligações (lembramos que a adição de ácido halogenídrico deverá
Estas reações já foram vistas no estudo dos álcoois e constituem métodos obedecer à regra de Markownikoff): /
cconômicos de obtenção dos haletos, uma vez que os álcoois iniciais são, em
geral, mais baratos que os haletos produzidos.
A primeira reação é a mais difícil, sendo inclusive rel'ersí1,el. Aí, como já
vimos, a ordem de reatividade é HI > HBr > HCI; e no tocante aos álcoois: CH2 = CH 2 + HCl CH3 - CH2 - CI
terciários > secundários > primários (os terciários produzem muito aJcenos).
CI Cl
As três reações seguintes são mais fáceis e se aplicam também aos fenóis. 1 1
CH = CH ~ CH = CH +Cl2
CH - CH
1 1 1 1
Cl Cl Cl Cl
2) A partir de hidrocarbonetos CH == CH +HCl
CH 2 = CHCl --'+'-"H=C::...l__ CH3 - CHCh
a) Por meio de reações de substituição
- em alcanos (em temperaturas elevadas):
Entretanto, pela regra de Markowníkoff:

_+_Cl-'--"-2 - CCl4
-HCI -HCl -HCI

As reações mais importantes são as de cloração dos alcanos mais simples


(metano principalmente), uma vez que os produtos cloradas são usados como
solventes. A reação produz uma mistura de produtos, mono, di, tri, ... , poliha-
logenadas, surgindo então o problema de separá-los por meio de destilação fra-
cionada. 3) A partir de haletos, trocando-se um halogênio por outro

Para a obtenção de iodetos podemos usar a reação de Finkelstein.


em hidrocarbonetos insaturados
RCl (ou RBr) + Nal --'ª""c""et=o=nª"--► RI + NaCI
500°C
---''--'--'----'--- ClCH 2 - CH = CH 2 + HCI
cloreto de alila Os fluoretos, que são difíceis de obter por reação direta, são obtidos a
partir de outros haletos, como por exemplo:
Estas reações só interessam em certos casos particulares como o acima men-
cionado. C2HsBr + AgF
312 FEL TRE - SETSUO OU{MICA ORGÂNICA 393

PROPRIEDADES FfSICAS R3C'CI + Off ~ - - RJCOII + cr


halcto álcool
Os haletos mais simples são gases: CH 3 F, CH 3 CI, CH38r, C2H 5 F e C2H5 Cl. 4uc poderá ser:
A medida que a massa molecular aumenta. eles passam a se apresentar no estado
líquido e posteriormente no estado sólido.
SNI {
R 3 CCI kntá

0
+ Cl G} cm duas etapas
Os haletos mais comuns e importantes são líquidos incolores. de cheiro R3 C © • + OH rápida R,COH
agradável porém tóxicos, insolúveis em água mas solúveis em solventes orgânicos.
{ G + R3CCI -,. [HO ··· R_,C -·- CI 1---+ R-1 COH + CT} em
Os haletos líquidos são "líquidos normais", ou seja não apresentam asso- SN2 HO ·' etapauma
ciação molecular (ao contrãrio dos álcoois por exemplo). Por isso, eles apresen- estado int,•n11t•diário
tam pontos de ebulição "normais" - assim por exemplo, os cloretos têm pontos
de ebulição próximos aos alcanos de mesma massa molecular. Também por isso, Estas substituições nucleófilas são de grande importância no estudo dos ha-
seus pontos de ebulição aumentam normalmente com o aumento de massa mole- lctos de alquila.
cular, o que pode ser causado seja pelo aumento do radical orgânico, seja pelo Neste particular, os haletos aromáticos são menos reativos, pois o efeito
aumento da massa do halogênio; conseqüentemente o ponto de ebulição aumenta indutivo @ é contrabalançado pelo efeito mesomérico positivo que @ ,
ao passarmos dos fluoretos, para cloretos, para brometos e para iodetos; aumenta aparece devido à ressonância de um par eletrônico livre do halogênio com o anel
também passando-se de um mono, para um di, para um tri, ... e para um po- arnmático:
lihaleto.
Dos haletos, os monofluoretos e monocloretos são menos densos que a água;
já os brometos e iodetos são mais densos; os polihaletos, em geral, são bastante
densos; em particular, o CH1 Ii é o líquido de maior densidade (d "'3,32 g/ml)
conhecido na Química Orgânica (ele é usado como "líquido de contraste" no
estudo de minerais ao microscópio).

PROPRIEDADES QUfMICAS isto faz com que diminua a polaridade e conseqüentemente a reatividade da mo-
lécula.
Os haletos de alquila são muito reativos e a partir deles podemos obter
praticamente todas as outras funções orgânicas. Isto os toma importantíssimos
nas "Sínteses Orgânicas"; a única dificuldade, que limita o emprego mais amplo
(e mesmo industrial) dos haletos é o seu preço, que é mais elevado que o de
outras "matérias primas", como por exemplo os álcoois.
A grande reatividade dos haletos de alquila é explicada pela forte polari-
dade da molécula, que é causada pelo fato do halogênio ser muito mais eletro-
negativo do que o carbono. O halogênio irá então "puxar" elétrons para si (efei-
to indutivo negativo @ ):
+Ó -ó
R3C - Cl . ,-.• ,.· ......
·' t t / ,, •
A molécula fica então polarizada e poderá sofrer uma reação de substitui- ... ,...
ção nucleófila (~), que como já vimos poderá seguir um mecanismo monomo- 1- ,-, ,· '1 .... :1

lecular (SNl) e bimolecular (SN2). Assim, por exemplo, sob ação do reagente
nucleófilo Off, proveniente de uma base, podemos ter:
394 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 396

1) Reações de substituição Como aconteceu com os álcoois, estas eliminações obedecem à regra de
Saytzeff: junto com o halogênio, sairá o hidrogênio do carbono menos hidroge-
R X + Na OH (aq) - - - - - ROH + NaX nado.
sim R - CH = Ctl - CH3
R - CH 2 - CH - CH 3 ~
hidróxido alcalino álcool
R X + Na SH (aq) - - - - - RSH + NaX
sulfeto ácido tio-álcool
tl ~ R - CH 2 - CH = CH2
R X + _Nà OR' - - - - - - - - R - O - R' + NaX (Williarnson) As reações de eliminação estão sempre "concorrendo" com as reações de
a!coóxido éter substituição vistas no item anterior:
R X + Na SR' - - - - - - - R - S - R' + NaX KOH/álcool R _ CH = CH _ CH ( re~ç~o d~ )
tio-alcoóxido tio-éter 3 ehmmaçac:f
R ···· CH 2 - CH - CH3
R X + Na OOC -- R' - - - ROOC - R' + NaX (ou AgX) 1 R ·- CH 2 - CH - CH 3 (1eaçã? ~e - )
Cl I - substltmçao
(Ag) sal éster
OH
R X + Na C = CR' - - - - - RC = CR' + NaX
acetileto alcino Conforme as condições irá "predominar" a eliminação ou a substituição.
C'omo regra geral podemos dizer que a facilidade de "eliminação" aumenta:
R -X + Na CN - - - - - - RCN (pouco RNC) + NaX
cianeto nitrila isonitrila - passando-se de haletos primários, para secundários e para terciários (aqui
R X +- .Ag NC RNC (pouco RCN) + AgX praticamente só há eliminação)
. ,. isocianeto isonitrila nitrila à medida que empregamos bases mais fortes; daí o uso de Ag2 O (ba-
R X + Na ONO RONO (pouco RN0 2) + NaX se fraquíssima) quando queremos evitar as reações de eliminação:
nitrito nitrito nitro-composto
R X + Ag ONO - - - - - RN0 2 (pouco RONO) + AgX RX ROH (álcool)
(~ AgOH)
nitrito nitro-composto nitrito
RX __A~g=2_0_s_e_co___ R _ O _ R (éter)
R X + N NH2- - - - - - - R -- NH 2 + HX
amoníaco ____ amina pnmana
R X + H NHR :.--
-------- R2NH + ·HX reações em 3) Adição de metais
amina primária _ _ _ __ amina secundária seqüência
CH 3 Br + Mg éter CH 3MgBr (composto de Grignard)
R X + H NR 2 -------- R3N + HX (método de
Hoffmann) seco brometo de metil-magnésio
amina secundária __ _ amina terciária
NR3
--- ---
--------- [R4NJ©xG
éter CH ZnBr3
R X +
brometo de metil-zinco
amina terciária sal de amônio quaternário
(semelhante a NH4 X)
Estes compostos "organo-metáliéos" (especialmente os Compostos de Grig-
nard) são muito reativos e se prestam a inúmeras "Sínteses Orgânicas".
2) Reações de eliminação
A reatividade dos compostos de Grignard é explicada pela polaridade da
Há formação de compostos insaturados: molécula, que possibilita uma fraca dissociação:
R - CH - CH --- R' KOH
álcool
R - CH = CH - R' + HX RMgX - R8 + G) MgX
. 1 1
H X
forma-se então um íon orgânico contendo um carbono negativo (íon de carbânio),
388 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 397

que irá atacar reg1oes positivas de outras moléculas (ataque nucleófilo). Notem 2) Como solventes:
que, ao iniciarmos este capítulo, nós falamos em íon de carbônío (+); agora esta-
mos falando em íon de carbânío (-); estas duas alternativas abrem uma frente Especialmente os compostos polihalogenados são bons solventes para óleos
cnonne de sínteses, a partir dos haletos orgânicos. e gorduras; assim por exemplo o tricloro-etileno (CHCl = CCb) é usado para
"desengraxar" metais; o tetracloroetileno (CCh = CCh) para lavagem de roupas
4) Formação de hidrocarbonetos "a seco"; etc. A grande vantagem desses solventes está no fato de não serem
inflamáveis, ao contrário dos derivados da gasolina; no entanto, eles são mais ou
Além das reações de eliminação que nos permitem chegar a hidrocarbone- menos tóxicos ..
tos insaturados, dispomos de vários caminhos que, partindo dos haletos, nos levam
aos hidrocarbonetos:
si'ntese de Wurtz:
CASOS PARTICULARES
2 RX + 2 Na - - - - R - R + 2 NaX

- si'ntese de Wurtz-Fittig (variante da anterior, para aromáticos) CLORETO DE ETILA

É um gás incolor, de cheiro agradável, de fácil liquefação (pe = l 2ºC), in-


@ - x + RX + 2 N a - @ - R + 2NaX
solúvel em água mas solúvel em solventes orgânicos.
- reação com compostos de Grignard: É preparado pelas reações:

RX + R'MgX - - - - CH 2 == CH 2 HCl - - - - - C H 3 -- CH 2Cl


+

- s1ntese de Friedel-Crafts (para aromáticos): CH 3 - CH3 + Cl 2 ---"-4º=º'-º-"-c__ CH 3 ·- CH2 Cl +


CH 3 -- ZnCh
CH20H + HCl 140ºC/2 • CH3 - CH2Cl +
@ + RCI
AICh
@ - R + HCI
É muito usado:
atm

redução dos haletos, por meio de H2 /Pt, Na/álcool, HI ou LiAlH 4 : em sínteses orgânicas
Pt como anestésico
RX + H2 1 RH + HX
Na/álcool na fabricação de "lança-perfume"
RX + 2 [H] RH + HX
- na produção de chumbo-tetraetila, usado como "antidetonante" na ga-
RX + HI RH + IX
solina:
4 RX + LlAlH4 4 RH + LiX + AlX 3
4 C2H 5 Cl + 4 NaPb - - - - - Pb(C 1 Hs )4 + 4 NaCl + 3 Pb
(liga metálica) chumbo tetraetila

usos
Os principais usos dos compostos halogenados são:
COMPOSTOS POLIHALOGENADOS
l) Em ''Sínteses Orgânicas":
Os mais importantes são os cloretos contendo um ou dois átomos de car-
Dada sua grande reatividade, os compostos halogenados constituem exce-
bono na molécula: CHC1 3 , CCl4, CCh - CCh, CCh = CC1 2 , etc.
lente ponto de partida para a preparação de inúmeros outros compostos orgânicos.
O preço elevado dos compostos halogenados, no entanto, limita um pouco seu Por cloração sucessiva do metano obtemos:
emprego industrial. CH4 ➔ CH3Cl ➔ CH2Cl2 ➔ CHCh ➔ CC14
oufMICA ORGÂNICA 399
FEL TRI: - SETSUO

Como é difícil controlar a reação, de modo a "parar" numa das etapas interme- I
diárias, e como também é difícil separar os vários compostos formados, prefe-
re-se "forçar" a reação para ela chegar ao seu final; temos então o tetracloreto Kl @ + N'. + KHSO,
de carbono (CC14), que é um líquido incolor, de cheiro agradável, insolúvel e
mais denso que a água e muito empregado como solvente e na extinção de in· anilina sulfato ácido de ·iodo-benzeno
cêndios. diazônio
Por redução do tetracloreto de carbono, chegamos ao clorofórmio:
É possível também haver adição de cloro ao anel, que deixará então de
CC4 + 2 [H] Fe/HCI CHCh + HCl ser aromático.
Cl
O clorofórmio é· também um iíquido incolor, de cheiro agradável, insolúvel e mais
denso que a água e muito empregado como solvente e como anestésico. @ + 3 Cl 2 luz
CI~Cl
c1vc1
BHC
(inseticida)

Por analogia ao clorofórmio, temos o bromofórmio (CHBr3) e o iodofór- CI


mio (CHI 3), muito usados em medicina e obtidos pela "reação de halofórmio",
vista no capítulo de aldeídos e cetonas.
O halogênio, ligado diretamente ao anel aromático, é muito menos reativo
que o halogênio ligado a uma cadeia ou anel não aromático. Mesmo assim, os
haletos aromáticos se prestam a inúmeras "sínteses orgânicas", como por exem-
Por cloração sucessiva do acetileno temos: plo, a transformação do clorobenzeno em fenol, a formação de compostos de
CH = CH - - - - CHCl = CHCI - - - CHC12 - CHCh Grignard, etc.
Em particular, compostos aromáticos policlorados são muito usados como
Deste último podemos retirar HCl, e tornar a acrescentar cloro, de modo inseticidas (BHC, DDT, lindane, dieldrin, etc) e como medicamentos (cloromi•
a obter compostos do tipo cetina).
CHCl = CCl1 , CHC1 2 - CC1 3, CCh = CCl;, CCl 3 - CC1 3
que são muito usados como solventes industriais.
COMPOSTOS FLUORADOS

A "Química" dos compostos orgânicos fluorados é bem diferente da "Quí-


núca" dos demais compostos orgânicos halogenados e só se desenvolveu em anos
mais recentes.
COMPOSTOS AROMÃTICOS HALOGENADOS O fluor é de reatividade muito grande e não pode ser usado diretamente
na produção dé compostos fluorados, sob pena de decompor a substância orgâ-
Já vimos que é possível substituir um ou mais hidrogênios, de um anel nica, causando inclusivê explosões:
aromático, por cloro ou bromo:

Fe
Por este motivo os compostos fluorados são obtidos indiretamente, a par-
+ (§J-Cl + HCl tir de outros compostos halogenados:

cloroben.zeno (idem para brornobenzeno)


C2 H5 Br + AgF - - - C2 HsF + AgBr
SbCls
Para o iodobenzeno, esta reação direta não ocorre: fazemos então: 3 CC4 + 2 SbF3 3 CChF2 + 2 SbCl3
400 FEL TRi - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 401

Compostos monofluorados são mais ou menos reativos. Compostos polifluo- d) iodeto de etila + metóxido de potás- d) acetileno em 1,.1, 2, 2 -tetraclaro -
rados são, contudo, pouco reativos e conseqüentemente muito estáveis. sio ---- etano
e) brometo de benzila + sulfeto ácido e) propeno em 1, 2 - difluorpropano
O CC1 2 F 2 obtido na última equação é um gás incolor, inodoro, não-tóxico, de sódio - - f) eteno em cianeto de etila
mio-inflamável, muito usado como ''gás de refrigeração" e conhecido pelo nome f) 2, 2 - dicloro - propano +
comercial de freon - 1 2. +NaOH(aq)- 9) Qual o emprego importante do cloreto
g) 2, 2 - dicloro - propano+ de etila, no setor da produção da gaso-
Compostos polifluorados são usados também como: +KOH(alc)- lina.
lubrificantes inertes: CF 3 (CF 2 ) 4 CF 3 perfluorhexano h) brometo de metila + bromobenzeno +
+sódio~ 10) Como é preparado, industrialmente, o
plásticos de alta resistência química: (- CF 2 - CF 2 -)n tefon. i) iodeto de etila + amoníaco - clorofórmio?
j) brometo de n-propila + óxido de pra-
ta (seco)- 11) De um modo geral, quais são as princi-
k) iodeto de metila + magnésio (em éter pais aplicações dos derivados halogena-
seco)--:- dos dos hidrocarbonetos?
EXERCÍCIOS E TESTES 1) brometo de etila + brometo de me-
til - magnésio - 12) Como são preparados o cloro-, bromo-
m) brometo de isobutila + hidreto de lí- e iodo-benzeno?
IJ Escreva as fórmulas estruturais e dê os tio e alumínio -
e) buteno - l + ácido bromídrico -
nomes oficiais dos quatro dicloropropa- f) cloreto de n-Propila + iodeto de só- 13) Como é obtido industrialmente o BHC?
dio aceton!I B) Como podemos transformar:
nos.
a) acetileno em 1, 1 - dicloro - etano 14) O que caracteriza a obtenção dos derj-
2) Dê os nomes oficiais e vulgares dos se- 4) Ordene, segundo pontos de ebulição cres- b) acetileno em 1, 2 - dicloro - etano vados fluorados dos hidrocarbonetos?
guintes compostos halogenados: centes, os seguintes compostos, dos quais e) acetileno em 1, 1, 2 - triclaro - etano No que são eles empregados?
aJ CH3 - CHBr - CH3
damos os pesos moleculares, entre pa-
rêntesis: (li ..!.· ('/1., • (1'
b) (CH3)zCH - CH20 metano (PM = 16),
hexano (PM = 86), ci-1"3,- (H-{'1.1',
e) CH202 cloreto de metila (PM :!!: 50), r
cloreto de etila (PM E:i 64) e
d) CCl4 etanol (PM = 46). 1
Explique a razão desta ordenação. .. ,. e - rr
e) CChF2
·t•··t.
f) CH2 = CHCI 5) Ordene os seguintes compostos, de acor-
do com densidades crescentes: água, clo-
I!) CH2 = CH - CH2Br reto de n-butila, fluoreto de n-butila., di- .., '.J'

iodometano, clorofórmio,
h) BrOCH3 r ti ....
6) Corno se explica à grande reatividade dos
haletos de alquila? Por que os haletos
i) @-.cH2CI de arila são menos reativos? . .- ·'

3) Complete as equações: 7) Complete as seguintes equações, dando


os nomes e indicando as funções dos
a) butano! secundário + cloreto de tio- compostos orgânicos formados:
nila
b) isobutanol + ácido bromídrico  a) brometo de metila + acetileto monos-
(2 produtos) sódioo-
c) etano + cloro _D._ b) 2 - bromo - propano + cianeto de
sódio-
d) benzeno + cloro ---1à___
Fe c) cloreto de etila + acetato de sódio
/

1
I COMPOSTOS ORGÂNICOS
i
NITROGENADOS
COMPOSTOS "DERIVADOS" DO AMONfACO

AM INAS São compostos "derivados" do NH 3 pela substituição de um, dois


ou três hidrogenios por radicais alquila ou arila:

R._____NH R '---
NH3 R ·-· NH2 R'-N
R'_..,,...
Capítulo 18 amoníaco amina amina
R"/· •
amina
primáría secundária terciária

OBSERVAÇÕES:
COMPOSTOS IMINAS
Derivam do NH 3 ou de urna amina primária pela substi-
ORGÂNICOS tuição de dois hidrogêníos por um radical bivalente:

R - CH = NH ou R - CH = N - R'
NITROGENADOS ( bases de Schiff: R -- CH = N--@ )

AMINAS
AMINASCComIC0LlaCAp1~r1·d1·na 0--
-.., 1 e outras serão estudadas no ca-
N
AMIDAS pítulo de heterocíclicos.
NITRILAS
ISONITRILAS AMIDAS Derivam do NH 3 pela substituição de um, dois ou três lúdrogênios
NITROCOMPOSTOS por um radical acila.
DEFINIÇÃO amidas
CLASSIFICAÇÕES
NOMENCLATURAS OBSERVAÇÕES:
PREPARAÇÃO AMIDAS N-SUBSTITUÍDAS
PROPRIEDADES FISICAS
Derivam das amidas pela substituição de um ou dois hi-
PROPRIEDADES OUIMICAS
drogênios do grupo NH 2 por radicais alquila ou arila (daí
usos o nome "N-substítuídas").
CASOS PARTICULARES
EXERCICIOS ,:;:::::,O ~o
R C, ~R--C~ ,....-,R'
'NH · R' 'N
.____R"
amida simples arnida amida
N-rnonossubstituída N-N-díssu bsti tuída
404 QUÍMICA ORGÂNICA 405

IMIDAS NITROSO E NITRO-COMPOSTOS


Derívam do NH 3 ou de uma amina primária pela substi-

CH2 -
1
,:?o
e,
/NH
@=
tuição de dois hidrogênios por um radical ácido bivalente.

Q ,:1/o
e,
/N-R
R - NO nitroso-composto

nitro-composto ( é isómero do nitrito)

CH2 - e~ e~
o o COMPOSTOS "DERIVADOS" DA HIOROXI LAMINA
E DA HIDRAZINA
AMIDAS DERIVADAS DO ÂCTDO CARBÔNICO
São importantes por si, e por seus derivados:
H2N - OH - - - -
R.___,_
,....-C = N - OH ou ª- C =
R'_..-
N - OH '
H
hidroxilamina aldoxbnas cetoximas

ácido
carbônico
ácido
carbâmico uréia guanidina
ª'--
H
,......e= N - NH2 ou ª- e=
R'_..-
N - NH 2

/ aldo-hidrazonas

H2N ~- NH 2 - - - H2 N - NH - R
ceto-hidrazonas

COMPOSTOS "DERIVADOS" DE ACIDOS hidrazina ~ hidrazinas monossubstituídas (instáveis)


INORGÃNICOS NITROGENADOS R--NH--NH-R-R-N=N-R-R=N==N
hidrazinas azo-compostos diazo-
Podem ser considerados "ésteres" dos ácidos correspondentes: dissubstituídas compostos
(hidrazo-compostos)
-----R-C=N (±)
ácido cianídrico cianetos ou nitrilas e lAr -N =N] x-
sais de diazônio
H-w=c - - - - - R - N:=::C
ácido isocianídrico isocianctos, isonitrilas ou carbilaminas

H-0-C=N---R-0-C=N
ácido ciânico cianatos (instáveis)

H-N=C=O---R-N=C=O
ácido isociânico isocianatos

H-O-N=O---R-0-N=O
ácido nitroso nitritos
,:;:;::O ,:;:;::O
H-0--N R-0-N....._
'O o
ácido nítrico nitratos

H-N=N==N---
,t"1An i,,-iAr,:i,.,,.n,irn
OUIMICA ORGÂNICA 407

AMINAS Exemplos:

DEFINIÇÃO _..J. • Ir
Amina Nome oficial Nome vulgar

Como já dissemos, são compostos derivados do NH 3 pela substituição de


mctilamina
um. dois ou três hidrogênios por radicais alquila ou arila.

dímctilarnina
CLASSIFICAÇÕES

l) De acordo com o número de hidrogênios que foram substituídos


trimetilamina
no amoníaco:
R
R.
R - NH, ---....NH R' "N
R',,.,,.,. R"/ meti! - etíl - isopropi-

aminas secundárias aminas ten:iárias Iamina


aminas primárias

fcnilamina anilina
2) De acordo com o radical orgânico:

R NH, Ar NH2
arnina alifá tka amina aromática N - meti! - fenilamina N - meti! anilina

.l) De acordo com o número de átomos de nitrogénio na molécula:


@-NH2 o - meti! - fenilamina o - toluidina
CH, (o - amino tolueno)
1 •
NH2 CH3
monoamina diamina CH3 CH •·· CH - CH 2 - CH3 2 • amino - 3 - fenil -

H2~ @J pentano

NOMENCLATURAS
1, 3 - díamino - propano trimetilenodiamina

A nomenclatura oficial é feita com os nomes dos radicais ligados ao átomo


!minas
de nitrogénio, seguidos da palavra anúna. Havendo perigo de confusões, precede-
,c tia letra N (N maiúsculo, significando nitrogénio) os nomes dos radicais que CH3 - CH = NH etilidcnoimína
cst:Jo ligados diretamente ao nitrogénio.
Em moléculas muito complicadas, a nomenclatura oficial chama o radical CH2 - CH2
Nll 1 de amino, considerando-o corno ramificação da cadeia principal.
1 1 1, 4 - butilenoimina tetrametilenoimina
Para aminas aromáticas, são comuns nomes vulgares, corno: CH2 CH2
"' N/
anilina, CH3-@-NH 2 p-toluidina, etc. A
( 'r, t, ' -,: '
rn, r ,1u 1,
, • r't (1(5, 1 1 ~: 1•• , • , , r,,..t"I ( i 1 .: .i . ~ ·_.... O,1 \
408 '·· - FEL TRE - SETSUO
,/;';- ORGÂ!\IICA 409
(,,· .,.(l 1 iõ .••,_ .-:11l • (,-,(01.1) 0

PREPARAÇÃO r ., 11., -!,.,ft/[''1/-':,. l~~;i /',',--,_


---... / t;;,·t·-1
(;"'1
.:1/,; R - CH = N -- NH 2 + 4 [H] - - - R - CH2 - NH 2 + NH 3
As aminas ocorrem em muitas plantas, na forma de alcalóidés, como por hidrazona amina primária
exemplo, quinina, morfina, nicotina. Na decomposição de plantas e animais liber-
tam-se aminas; um exemplo é o "cheiro de peixe podre" que notamos na de-
composição desses animais.
amida amina primária
As aminas podem ser preparadas:
,;:::::O
)) Por alquilação do amoníaco (reação de Hoffmann): R - C• .....__NHR' + 4 [H] - - - - - - R - CH 2 - NHR + H2 O

Í':. amida N-substituída amina secundária (ou terciária)


RX + + HX
~ amina primária R - NO: + 6 [HJ - - - - - R -- NH 2 + 2 H2O
nitro-composto amina primária
RX + R - NH 2 - R 2 NH + HX
~ amina secundária
Esta última reação é muito importante para a obtenção de aminas aromá-
RX + R 2 NH t,. R3 N + HX ticas, como por exemplo:
~ amina terciária

RX + R3N !':. [R4N]@ X e


sal de amônio quaternário
nitrobcnzcno anilina
Esta reação produz, portanto, uma mistura de aminas primária, secundária, A anilina e outras aminas aromáticas são importantíssimas na obtenção de
terciária, que são em geral de difícil separação. corantes orgãnicos.
2) Por aminação redutiva de aldeídos e cetonas 4) Síntese de Gabriel (para aminas primárias):

'°""O
R-C....,_ + NH3 -
8 [ R-~-NH2
OH -
1
~ -H20 +H2
[ R-CH=NH] - R - C H 2 -NH2 +RX ~Cs:-R NaOH
-KX
aldeído instável instável a.mina primária ~e¾:,
o
A reação é efetuada a 200ºC, 100 atm e na presença de níquel como ca-
talisador. Os aldeídos aromáticos são os que reagem mais facilmente. Como a
amina primária ohtida pode continuar reagindo com o aldeído, nós iremos obter,
ftalimicla potássica

@= COONa

COONa
+
RNH 2
amina primária
no final, uma mistura de aminas primária, secundária e tercíária.

3) Por redução de vários compostos nitrogenados S) Rearranjo de Hoffmann (para aminas primárias):
R-C=N + 4 (H] R -- CH 2 - NH 2 -,,,,-.O N 08 -"""º
R-C......_ ª r R-C......_ NaOH
R-N=C=O-
nitrila amina primária NH2 (ou Br2 + NaOH) NHBr

R- N=:C + 4 [H] R - NH - CH3 NaOH 1 isocianato 1


R - NH 2 + Na2CO 3
isonitrila amina secundária
amina primaria
R-CH=N-OH + 4 [H] R - CH2 - NH1 + -I2O
Conseqüentemente a reação pode ser iniciada a partir do isocianato. Notem
oxima amina primária
que, no global, a reação está diminuindo um átomo de carbono na cadeia orgânica.
'
_.,. i ~ ~ ~ J~ . r, ,1 J rl
J..!.J~ .,/'~--\,.../"---. ~)!!:
rir .. .... ("})-<i/[!11~./11
' • 4·-·
(r•on n-1e- 1 r1.,-,)
410 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 41'
AMINA
PROPRIEDADES FfSICAS

A metilamina (e também dimetil e trimetilaminas) e a etilemina são gases;


da propil a dodecilamina são líquidos e daí para diante ~o sólidos. As am~nas l
( CH3 - NH2 -t H2O

CH3 -- NH2 + HCI - - - CH 3


r-:::~;,:~
-· NH 3 © Cl e
hidról(ido do motll•
amônio (ba~o)

mais simples são incolores e têm cheiro forte que lembra, as vezes; o amomaco cloreto de metil-amônio
e outras vezes "cheiro de peixe". ou cloridrato de metil-amina (sal)
Se compararmos as polaridades das moléculas abaixo, notaremos o seguinte: O motivo destas reações é sempre o mesmo e se deve ao par e/ctr<),i/m
R-....._ R...____
R - OH R - NH 2 _......NH R- N livre que existe no amoníaco e nas aminas (bases de Lewis) e que irá se ligar
R R/ dativamente a um próton ou a um ácido de Lewis:
álcool amina amina amina
H
secundária terciária

rH -l-Hr
primária 1
H - N: + H+ (da água. o_u )
1
de um acido
a polaridade decresce H
amoníaco radical amônio

No mesmo sentido decresce então a tendência de formar "pontes de hi-

[m, -l~{
H
1
drogénio" (a amina terciária não pode formar pontes de hidrogénio}. Conseqüen- CH3 -N: + H+ ~a água. ~uJ
temente, em igualdade de massa molecular, os pontos de ebulição d·ecrescem no 1 e um aCJd
mesmo sentido. H
metilamina radical metil-amônio
Devido ao seu caráter básíco (que será detalhado mais adiante) as aminas
são mais solúveis em água que os álcoois; assim por exemplo, o C6H13NH2 é
Como acontece com o NH4 OH, os hidróxidos das aminas são instáveis e
totalmente solúvel em água, enquanto o C6 H 13 OH só é parcialmente solúvel.
só existem em solução aquosa. Já os sais das aminas, como acontece com os
Ainda devido seu caráter básico, as aminas são ainda mais solúveis em soluções
sais de amônio, são sólidos, brancos, cristalinos, solúveis em água e são decom•
aquosas ácidas, e menos solúveis em soluções básicas. postos por bases fortes:

NH 4 Cl + NaOH • NaCI + NH 4 OH /j_ N'H 3 + H2 O


RNH 3 Cl + NaOH - NaCl + RNH 3 0H ___!à_. RNH 2 + H2 0
PROPRIEDADES QUIMICAS
As aminas alifáticas primárias são, em geral, bases mais fortes que o amo-
1) Caráter básico
níaco. Isto é explicado pelo efeito indutivo positivo (-ti) do grupo alquila, que
As aminas têm caráter básico fraco, que deriva e é idêntico ao caráter bá- "empurrando" elétrons para o grupo amino R ➔ NH 2 , aumentará a densidade
sico do amoníaco. Daí o fato das aminas serem consideradas as bases da quí- eletrônica no nitrogênio e facilitará, em conseqüência, a "captura" do prõton,
mica orgânica. Comparemos por exemplo: R - NH 3 ~ As aminas alifáticas secundárias são bases ainda mais fortes, poli
agora temos dois efeitos (+I): :~NH. Nesta linha de raciocínio, as antina■ ali,
AMONfAco fáticas terciárias deveriam ser ainda mais fortes; isto porém não ocorre: a expll•
H2 O ::.::==~ NH 4 © OH G cação é a seguinte: a existência de três grupos alquila (R), muito maiore1 qut

!
+ hidróxido de amônio (base)

+HCl (-H20)
o hidrogênio, em volta do nitrogênio : =:: N - R, deixa "pouco espaço" livre
para a aproximação e a fixação do próton, dific1;1ltando a reação de formaçlo do
i- HCl - - - - - NH 4 © Cl G cloreto de amônio (sal) R 3 NH ~ Este fenómeno é conhecido, em Química Orgânica, pelo nome de
-----

41:Z FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 413

Impedimento espacial ou impedimento estérico. Notem ainda, que as coisas tor- Os sais de amônio quaternário tratados com uma base, formam os corres-
nar-se-ão mais difíceis se, no lugar do H+, usarmos um ácido de Lewis também pondentes hidróxidos de amónio quaternário.
volumoso, corno por exemplo, AlCh ou BF 3 .
Em resumo, tratando-se de arninas allfáticas podemos dizer que, embora
Iodas sejam bases fracas, à "força básica" aumenta, normalmente, na ordem: cloreto de hidróxido de
tetrameti! - amônio tctramctil - amônio
amina terciária < NH 3 < amina primária < amina secundária
Ao contrário das aminas. esses hidróxidos de amónio quaternário são bases
aumento da "força básica" fort(ssimas, de· força comparável ao NaOH ou KOH, e também tóxicos e vene-
nosos. Quando aquecidos, eles sofrem uma decomposição conhecida como degra-
As arninas aromáticas são bases fraquíssimas (ainda mais fracas que as ami- dação de Hoffmann:
nas alifáticas terciárias), porque é difícil protonizar o par eletrónico livre do grupo t-,.
mnino, uma vez que esse par eletrônico "foge" (isto é, entra em ressonância) para [(CH 3 ).1 N]OH + CH 3 0H
hidróxido de trimetilamina metanol
o anel aromático:
tetrameti! - amônio (amina terciária) (álcool)

Havendo, entretanto, um radical orgânico mais longo, a reação será dife-

6.

a mina alce no
Hidróxido e sais de amônio quaternário hidróxido de amónio quaternário tcrdária

Já vimos, no primeiro método de preparação das aminas (alquilação do Esta reação é importante no estudo da estrutura das aminas naturais, que
amoníaco ou reação de Hoffmann), que a reação final é: são obrigadas a reagir com o CH 3 X até chegar ao sal de amônio quaternário
(vide o primeiro método de preparação das aminas) - é o que se denomina
RX + R3N (R4N) 0 x0 metilação exaustiva. A seguir o sal de amônio quaternário é transformado em
halcto amina sal de amônio seu hidróxido e sofre a reação acima; eliminando-se então o radical antino.
terciária quaternário
Além disso, os próprios radicais de amônio quaternário aparecem nos seres
Este sal de amónio quaternário é idêntico a um sal de amônio comum vivos e desempenham papel importante no metabolismo (colina, acetil-colina, le-
NI 14 X, onde os quatro hidrogênios foram substituídos por quatro radicais orgâ- citinas, etc).
nicos (R). iguais ou diferentes entre si: Sais de· amônio quaternários são usados como sabões especiais e como ger-
micidas.
CH 3 _,.,,,.CH 3]©
[
/'----N ~ c1 8
CH 3 CH 3 2) Reações de alquilação
clort:to de amônio cloreto de tctrametil--amônio
Já foram vistas no primeiro método de preparação das antinas (alquilação
do amoníaco ou reação de Hoffmann):
CH 3 • _.,, C2 H5] 8
[ )N:__ HS0 4 8 R
R'X + R -··· NH 2 ...____NH + HX
CI-'3 C2 Hs R'_,........
sulfato ácido de sulfato ácido de amina amina
amônio dimetil -- dietil - amônio primária secundária
414 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÃNICA 415

E assim por diante, chegaremos a aminas terciárias e mesmo ao sal de amô-


nio quaternário, usando radicais R e R' iguais ou diferentes entre si.
R ----
___, NH + HN02
R' ..---
3) Reações de acilação
amina secundária nitroso-amina (precipitado amarelo)
Podemos "acilar" uma amina por meio de um cloreto de ácido ou anidrido:
R
R''-N + HN02 - - formam apenas o sal correspondente

+@ - @
NH2 NH-ü-CH3 R"/
,:::::-0 o amina terciária
CH3 -C + HCI não havendo nada
-----c1
de característico
cloreto de anilina ace tanilida
acetila (amina) (amida N-substituída)
As aminas aromáticas têm um comportamento diferente:
ou com anidrido acético:

CH3 -

CH 3 -C %
e,
,:90

,,,...o
~o
NH2

+@ @8
NH-C-CH3

+ CH 3 COOH
amina primária
(anilina)
[~1
hidróxido de
OH0

benzeno - diazônio
A acetanilida é usada como medicamento - analgésico e no combate a febre.
(na verdade esta reação é feita em meio ácido, de modo que no final ob-
temos não o hidróxido mas sim o sal correspondente, por exemplo, cloreto
4) Reações de identificação das aminas de benzeno - diazônio.)
a) Reação com o clorofórmio em meio básico
Somente as aminas primárias .reagem com clorofórmio em meio básico, dan-
do isonitri/as que são substâncias facilmente reconhecidas pelo seu cheiro muito
forte e desagradável:
amina secundária nitroso - amina
(N - meti! - anilina) (N - nitroso - N - metil - anilina)
amina primária isonitrila

Esta reação serve também como método de preparação das isonitrilas. (esta reação é idêntica a das aminas secundárias não aromáticas.)

b) Reação com ácido nitr05C!


N(CH 3 )2

As aminas não aromáticas reagem com o ácido nitroso da seguinte maneira:


HNo,-©
- - - h,: ;;;au j + H2 º + N~
amina terciária
NO
nitroso - derivado no anel aromático
amina primária álcool (N, N - dimetil - anilina) {p • nitroso - N, N • dimetil - anilina)
418 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 417

e) Método de Hínsberg A anilina sofre inúmeras reações importantíssimas, tanto no anel aromático
como no grupo amino.
É a reação da amina com cloreto de benzeno • sulfonila (ou cloreto de
p • tolueno - sulfonila) em meio básico: No anel aromático, as reações de substituição são mais fáceis que no pró-
prio benzeno, uma vez· que o grupo amino é atilu1te do anel e orto - para - diri-
gente; como exemplo podemos mencionar:
NH 2
amina
primária sal solúvel em água @ + H,SO, (cone) + lhü

:::::::NH + CI -SOr--@ -HCI ::::::.N -S02-@ a reação não continua


ácido p - amino - benzeno • sulfônico
amina ou ácido sulfan {/ico
secundária e êste composto é insolúvel em água

As aminas terciárias não reagem. O ácido sulfanílico é muito importante na síntese de corantes e de medi-
camentos especialmente da classe das "sulfas", como por exemplo:
usos
sulfanilamida ( H2N-@-so2NH2),
As aminas •são usadas:
- no preparo de vários produtos sintéticos, como por exemplo medica-
mentos.
sulfaguanidina (H2N-@-so2NH - c-(::2) , etc.
- como "aceleradores" no processo de vulcanização da borracha
a etanolamina (OH - CH 2 - CH1 - NH 2 ) é usada como "tensoativo", is·
to é, para mudar a tensão superficial de soluções aquosas. No grupo amino temos também muitas reações importantes:
aminas aromáticas são muito usadas na produção de corantes orgânicos
a) formação de sais
CASOS PARTICULARES

ANILINA
A anilina é um líquido incolor (torna-se amarelado e por fim avermelhado cloreto de .fenil -' amônio
ou cloridrato de anilina·
com o tempo, devido a oxidações), oleoso, tóxico, pouco volátil (p.e = 184ºC),
insolúvel na água, mas solúvel em soluções ácidas devido à formação de sais.
b) reações de acila.ção dando "anilidas"
A anilina é extraída do alcatrão de hulha mas, atualmente, a maior parte
da anilina é preparada sinteticamente de acordo com a seqüência: o
CH 3 -C~
....._Cl ---,- @-NH - C
li
- CH3 + HCJ
N02 NH2 o
@ nitração
HN03 +H2S04
wncentrados
@ redução
Fe + HCI @ anilida do ácido acético
ou acetanilida

Já vimos que a acetanilida é usada como medicamento e serve também


benzeno nitrobenzeno anilina
(fenilamina)
como ponto de partida para a fabricação de outros medicamentos.
418 FEL TRE - SETSUO

e) reação de diazotação
AMIDAS
DEFINIÇÃO
@--NH2 + NaN02 + 2HCI ~ [ @ ~ = N ] C I G + NaCI + 2H20
= HN02 + NaCI São compostos derivados do amoníaco ( ou de uma arnina primária ou se-
cloreto de benzeno - diazônio ( tmd iíria) pela substituição de um (ou mais) hidrogênio por um radical acila.
.-,:;O
Esta reação é válida para qualquer amina aromática e é executada em solu- A amida mais simples será, então representada por R - C .::'.:: .
ção aquosa, a baixa temperatura (O - SºC), pois os sais de diazônio se decom- NH2
põem pelo calor. Vice-versa, podemos considerar a amida como sendo derivada de um ácido,
1wla substituição do OH por um radical -NH 2 ou -NHR ou -NRR'.
Os sais de diazônio são solúveis em água, são muito reativos e servem como
como ponto de partida para o preparo de muitos outros compostos orgânicos:
CLASSI F ICAÇÔES
reações com eliminação de gás nitrogênio: Além das classificações gerais em alifáticas e aromáticas, saturadas e insa-
l11radas, etc, podemos falar em:
' ,-., .,..:
• 90 90
R - C--....._NH - R' R- e, _,....R'
N
'R"
amida simples amida N-monossubstituída amida N, N-dissubstituída
N=N
© ~ d0 + K I @--r + N; + KCI l' também em:
haletos
R-C----...

R -
-ro o~
e,
...,.-NH _......N-C-R
N=N
0 ~ c1° + Na CN ó.
@--cN + N; + NaCl
R - C::::,...
._,_,,o R-C~
o
amida primária amida secundária amida terciária
cianetos (ou nitrilas) (simples)

reações de "copulação" com a posição para (ou orto) de aminas As amidas secundárias e cíclicas são chamadas imidas.
aromáticas tercitrrias ou fenóis:

O- 5°C

azo - composto

OH O. 5ºC @ - N = ~ O H + HCI NOMENCLATURA

azo - composto Tanto na nomenclatura oficial como na vulgar, o nome da amida é derivado
do nome do ácido correspondente trocando-se a terminação ÔICO ou ICO pela
terminação AMIDA. Em amidas substituídas, a letra N deve preceder o nome
Reações deste tipo são importantíssimas na produção dos corantes sinté-
dos radicais ligados diretamente ao nitrogênio.
ticos chamados azo-corantes (incluindo-se aqui indicadores corno o metilorange).
.•.1111r,' 1 ~,. ,:),,! ",
(
(
/1 ( /li "- OH
r rJ1-' '\ 421
420 QUÍMICA ORGÂNICA \J
11,
PREPARAÇÃO .L,--- vru 1.1º

AMIDA Nome oficial Nome vulgar Normalmente as amidas não existem na natureza. Elas são preparadas: r.-1 • ·, /

1) Por aquecimento (desidratação) de sais de amônio


H-C ""'º
"-NH2
mctanamida formam,da
R

CH3 -C ""'º
'NH2
c.tanamida acctamida
2) Por hidratação de nitrilas
,,,o
Cl·I 3 -C N - metil - etanamída N - meti) - acctamida
'NH - CH 3

Notem que essas duas reações permitem estabelecer a seguinte seqüência:


CH3 - C . ____""'ºN..,...CH3 N. N - dimctíl - etanamida N, N - dimetil - acetarnida

'CH3 R - C =N H2 ü R - CONH 2 Hiü R - COONH 4


nitrila ami<la sal de amõnio
~~º
C!i3 - CH2 - c1/

'NH

,..,,o
0 N - meti! - propanamída N - me til - propionamida hidratação crescente

CH 3 C'H e, 2 - meti! - propanamida 2 - mctil - propionamida


.\) Por reação do amoníaco (amonólise} com cloretos de ácidos,
0 NH2
anidridos e ésteres
CH2 = CH - C..____""ºNH2 propenarnída acrilamida
R - COCI + 2 NH 3 6. R CONH 2 + NH 4 Cl

CH 3 -e""º
-..___NH -
@
Q
N - fcnil - ctanamida
N - fcnil - acctamida
ou acctanilida
R - CO ""-
. ~O + 2 NH 3 6. R - CONH 2 + R - COONH 4
R - CO....--
(CH3CO)zNH díetanamida diacctamida
R - COOR' + NH 3 6 R - CONH 2 + R'OH
(CH3CO),N trietannmida triacctamida
Reações idênticas podem ser feitas com aminas primárias (R - NH2) e se-
cundárias (R 2 NH) no lugar do amoníaco. A reação, chamada agora de aminólise,
CH 2 e ""º
'NH2 nos leva às amidas N-monossubstituídas e N, N-dissubstituídas, respectivamente.
butanodiamida - 1, 4 su-cdnamida
1
CH 2 - e"'""'ºNH2
PROPRIEDADES FfSICAS
1 JMIDAS
1 A formamida (H CONHl) é um líquido incolor (pf = 2ºC; pe =2IOºC);
a acetamida (CH 3 -CONH 2 ) é um sólido branco, cristalino (pf = 81 ºC; pe = 222ªC);
('H
1 l
""º
- e..___
sucdnimida as demais amidas são também sólidos cristalinos. As amidas mais simples são so•
NH
/' lúveis em água; em geral, todas são solúveis em álcool e éter comum.
CH 2
- '""o
Os pontos de ebulição das amidas são muito superiores aos dos ácidos cor-

@r c·?º
e~
_::NH ftalimida
respondentes, apesar das massas moleculares serem aproximadamente iguais:

ácido acético: COOH PM = 60 pe=ll8ºC


o
acetarnida: CONH2 PM = 59 pe "'222ºC
ll11 1 ,"

422 FEL TRE - SETSUO


wv1,, ( QUÍMICA ORGÂNICA 423
'!'- 'il_,~,( !I~_: 11,1,1.s ,V~r, r
Isto se deve a "pontes de hidrogênio" mais fortes e maior formação de
As amidas são "bases" mais fracas que a própria água; tanto assim que,
"moléculas dímeras" do que já havia nos ácidos:
podemos efetuar a reação:

R - CONHl + HCl (gás seco) meio


anidro
Mas o produto formado é decomposto pela água.
O caráter "anfótero" das amidas ainda é percebido nas reações com metais
alcalinos e halogênios, quando se formam compostos do tipo R - CONHNa e
R .. CONHBr, respectivamente.

Pode-se provar esta afirmativa, substituindo os hidrogênios do grupo -NH2 2) Reação de hidrólise
por radicais -CH3; verifica-se então que os pontos de fusão e de ebulição dimi-
nuem, apesar do aumento da massa molecular: 1R - CONH2! + H2O R - COONH 4
A reação deve ser feita em meio ácido ou básico. Em meio ácido teremos,
CH3 -e-;:::::O
., PM = 59 pf=81ºC pe = 222ºC (sólido) a seguir:
NH2
R - COONH4 + HCl R - COOH + INH4al
90
CI-h -C PM =73 pf ., 28ºC pe = 206°C (sólido) e em meio básico:
'NH - CH3
90 R - COONH 4 + NaOH R - COONa +INH(I + H2O
CH3 - C.........._ ,......-CH3 PM = 87 pf = 6ºC pe = 166°C (liquido)
N O mesmo irá ocorrer se partirmos de uma arnida N-substituída, chegando-
'CH3
se no final a uma amina (ou seu sal) no lugar do NH3 (ou do NH4Cl).

3) Reação de desidratação
PROPRIEDADES OUIMICAS t:,
R - C =N + H2O
nitrila
1) Caráter ácido ou básico
Comparem a seqüência: 4) Reação com hipohalogenitos {halogênios em meio básico)

R -CONH 2 + NaOBr + 2 NaOH - R - NH 2 + NaBr + Na2CÜ3 + H2O


Br2 + NaOH amina primária

amina amida imida Esta reação, devido a Hoffmann, serve para a preparação de aminas primá-
(é bdsica) (é tão fracamente (o hidrogénio assinala- rias, com diminuição de um átomo de carbono na cadeia orgânica; por isso, a
básica que podemos do é fracamente ácido)
considerá-la neutra)
reação é um dos métodos mais usados para a "degradação" de cadeias orgânicas.

O oxigênio da carbonila, sendo fortemente eletronegativo, "puxa" elétrons 5) Redução


para si, diminui a densidade eletrônica no nitrogênio, dificultando a adição de
um H' ao nitrogênio (caráter básico) mas facilitando, pelo contrário, a "saída" R - CONH 2 LiAIH 4 ., R - CH2 - NH2
do hidrogênio ligado ao nitrogênio (caráter ácido); daí o caráter ácido que já amina primárilI, mas com o mesmo
aparece nas irnidas. número de átomos de carbono da
amida inicial
424 FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 425

6) Reação com o ácido nitroso O ácido carbónico é instável e se decompõe espontaneamente em C0 2 e


As amidas alifáticas e as aromáticas reagem com o ácido nitroso, de modo 11 2 O. Seus saís e ésteres são estáveis.
semelhante e, de certa forma, análogo às reações das aminas alifáticas (aqui não O ácido carbâmico também é instável e se decompõe espontaneamente em
há reações de diazotação como ocorre com as aminas aromáticas): C0 2 e NH,. Seus sais e ésteres (carbamatos ou uretanos) são estáveis.

R - e """º
-.....NH2
+ HN02 ------- R - e~yÜ
~OH
+ N2t + H2 o ,.,--NH2
O= C-
,.,--NH 2
O=C-..._
~oNH 4 OC2Hs
amida simples ácido
carbamato <lc amônio carbamato de ctila (metanol

R -C
~o
'-NH - R'
+ HN0 2 - R ~º -
- e"~N R'
A uréia, pelo contrário, é perfeitamente estável, é um sólido (pf "" 132ºC)
branco, cristalino e solúvel em água, tem grande importância biológica, pois é
1

amida N=O um dos produtos finais do metabolismo dos animais superiores, quando é elimi-
N-substituída nitroso-amida minada pela urina.

"""º
R - C-..._ ,.,,,.--R
N
+ HN0 2 - não há reação
~R' PREPARAÇÃO
amida N, N - dissubstituída
1) A partir de CO 2 e NH3 (é o método industriai)

usos C0 2 + 2 NH 3 200ºC
100 atm
O = c:::NHi
NH2
+

As amidas são importantes em muitas sínteses de laboratório e como inter- 2) Por aquecimento do cianato de amónio
mediários industriais na preparação de medicamentos e outros derivados.
O nylon é uma "poliamida" cuja preparação pode ser esquematizada assim:

... + HOOC - (CH 2 ) 4 - COOH + H2 N - (CH 2 ) 6 - NH 2 + ··· -


Esta reação tem importância apenas histórica, pois foi com ela que Wóhler,
- {"· OC - (CH2)4 ·- CO - HN - (CH2) 6 - NH - ··-)n + 2n H2 0 cm 1828, derrubou a crença da "força vital", segundo a qual somente os orga-
nismos vivos poderiam sintetisar compostos orgânicos.

CASOS PARTICULARES
PROPRIEDADES OUfMICAS
UREIA
De um modo geral, a uréía apresenta as reações das amidas.
A uréia é a mais importante de todas as amidas e corresponde a díamida
I) Caráter básico
do ácido carbónico:
Ao contrário das demais amidas que são praticamente neutras, a uréia tem
,.,--NH2 caráter básico fraco, assemelhando-se então às arninas; deste modo, a uréia reage
O=C-..._
NH2 com ácidos fortes produzindo sais:
ácido monoamida do ácido diamida do ácido
cnrhônico carbônico ou carbônico ou uréia
H2 N - C - NH 2 + HN03 e- NH/~l NoP
li li
ácido carbâmico o o
426 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 427

2) Hidrólise
Como as demais amidas, a uréia também sofre hidrólise na presença de
,ícidos fortes ou bases fortes:
em meio ácido: acctil-ureido {ou acetui:eido)

2 NH4Cl + co; Neste grupo, os mais importantes são os ureidos cíclicos derivados de áci-
- em meio básico: dos dicarboxilicos:
o o
li li
C2HsO-C'--., /NH - C'--..
A hidrólise é também realizada pelo enzima urease: + /CH2 O= C, CH2 + 2 C2HsOH
C2HsO - C 'NH-C/
O = C (NH2 h + 2 H2 O li li
o o
uréia malonato de etila ácido barbitúrico
3) Reação com hipohalogenitos (halogênios em meio básico) (éster malônico)
Ao contrário das demais amidas, a uréia não produz amina, mas sim nitro-
gênio, quando tratada com halogênios em meio fortemente básico: De modo idêntico são obtidos inúmeros barbituratos, de grande emprego
1 cm medicina, como hipnóticos; exemplo:
O =C (NH2)2 + 3 Br2 + 8 NaOH - - - N 2 + 6 NaBr + Na2 C0 3 + 6 H2 0

Esta reação é usada em dosagens clínicas da uréia.


verona!
4) Reação com ácido nitroso
É uma reação idêntica às reações das amidas comuns:
1 1'
O= C (NH2h + 2 HN02 - 2 N2 + C0 2 + 3 H2 0 Inúmeros outros ureidos cíclicos, mais complexos, são de grande importân-
cia biológica, como por exemplo, ácido úrico, cafeína, vitaminas, enzimas, ácidos
S) Aquecimento, a seco nucleicos, etc.
.,,,.NH2
O=C
'NH2 usos
+
_,.,,NH 2 A uréia é muito usada:
o= c, - como aqubo na agricultura
NH2
biureto
- na alimentação do gado
O biureto dá uma intensa cor vermelha, quando em presença de traços de - na produção de medicamentos
íons Cu .. , em meio alcalino; por isso o biureto é usado como "indicador" dos
-· na produção de resinas sintéticas, como do tipo uréia - formaldeído
sais cúpricos.
--- f NH-CO-N-CH2 +,
6) Reações de acilação 1 X

CH2
Como acontece com as aminas, a uréia pode ser acilada, por meío de clo- 1
retos de ácidos, anidridos ou ésteres, dando compostos denominados w-eidos: f N - CO - NH - CH2 t 11
QUÍMICA ORGÂNICA 429

NITRILAS PROPRIEDADES QUIMICAS


OU CIANETOS DE ALQUILA As nitrilas são reativas e, por isso, bastante usadas em sínteses orgânicas:

1l Reação de hidrólise
Pode ser feita em meio ácido ou básico (é o inverso da última reação).
HCI R ... COOH + NH4CI
Nitrilas são compostos que apresentam na molécula o radicalj-c = N. j CN ~ R - CONll2 H2 0 R - COONll4 ~
Podemos considerar o gás cianídrico {H - C = N) como sendo a nitrila ~ R -COONa + NH; + H20
mais simples, da qual todas as demais seriam derivadas:

1) Reação de alcoólise
Nitrila Nome oficial Nome vulgar
gás cianídrico ou R -- CN + R' ·-- OH + H2 O
H-C=N metanonitríla
cianeto de hidrogênio éster
nitrila álcool
acetonitrila ou
CH3 - C ::iõ N etanonitrila
cianeto de metila
.\ ► Reação com compostos de Grignard
propiononitrila ou
CH3 - ..CH2 -C =N propanonitrila R' R'
cianeto de etila
1( C =N + R'MgX - R - ~= N -··· MgX ~R- i: =O+ NH{ +
cetona + Mg(OH)X
Da acetonitrila até o C 14 H 29 CN as nitrilas são líquidos, estáveis, insolúveis
na água; daí para diante as nitrilas são sólidas, em condições ambientes.
A grande polaridade do grupo -C = N faz com que as nitrilas apresentem 4) Redução
altos pontos de fusão e de ebulição.
R-C=N R - CH = NH R - CH 2 - NH2
As nitrilas são tóxicos, apesar de o serem muito menos que o gás cianídrico. nitrila imina amina primária

A redução é feita com H2 + Ni, Na + C2 Hs OH, LiA]H4, etc.

PREPARAÇÃO

1) Por reação de haletos com cianeto de sódio ACRILONITRILA

R -- X + NaCN - - - - - - R -- CN + NaX A acrilonitrila é, sem dúvida, a mais importante de todas as nitrilas, pois
é usada industrialmente, em larga escala, para a produção de borrachas sintéticas,
2) Por desidrataçijo de sais de amônio de alta qualidade.
A acrilonitrila é preparada a partir do acetileno:
R - COONH 4 --"t,."--► R - CONH2
P20s
sal de amônio amida nitrila
CH = CH + HCN
QUÍMICA ORGÂNICA 431

R - C = N + NaX
ISONITRILAS OU CARBILAMINAS NaCN
cianetos (de preferência)
OU ISOCIANETOS DE ALOUILA R-X
R -·-· N-C + NaX
isocianetos (de preferência)

Isto acontece porque o íon cianeto possui pares de elétrons livres tanto do
··1a<lo" do carbono como do "lado" do nitrogênio (:C = N: 0) podendo, então,
Isonitrilas são compostos que apresentam na molécula o radical 1-N ~ C. r!'agir ora de um ''lado" ora de outro, conforme as condições de reação (íon
"ambidente").
As isonitrilas são isômeros das nitrilas e transformam-se nestas últimas, por
aquecimento:
2) Por reação de aminas primárias com clorofórmio em meio básico forte
CH 3 - N~C 250°C CH 3 - C =N R - NH 2 + CHC1 3 + 3 NaOH ------ RNC + 3 NaCl + 3 H2 O
isonitrila nitrila
(menos estável) (mais estável)

Podemos considerar o gás isocianídrico (H - N::::: C) como sendo a iso-


nitrila mais simples: PROPRIEDADES QUllVIICAS

As isonitrilas são mais reativas do que as nitrilas devido à ressonância:


· • .ISQ°nitrila Nome oficial Nome vulgar
0 0
H:'...N~C carbilarnína
isocianeto de hidrogêruo R - N=:;:C - - - R - N = C
ou gás isociànídrico
onde se evidenciam uma forte polarização da ligação N=:C e também o caráter
CH3 -N=C metilcarbilamína isocianeto de metila insaturado do carbono.
·. ~ .. .
Já vimos também que, por aquecimento, as isonitrilas se transformam nas
C1Hs -~ N-C etilcarbilamina isocianeto de etila nitrilas correspondentes, que são mais estáveis.

As isonitrilas mais simples são líquidos incolores, de cheiro extremamente 1) Reação de hidrólise
desagradável e muito tóxicas. São ligeiramente solúveis em água e bastante solú- meio R - NH2 + H - COOH
RNC + 2H 2 0 ácido
veis em álcool e éter. isonitrila amina primária ácido fórmicO

2) Reação com compostos de Grignard


PREPARAÇÃO R'
1

1) Por reação de haletos com cianeto de prata R - N=:C + R'MgX - - - R - N = C - MgX

R -· X + AgCN R - N~C + AgX + Mg(OH)X


Como já vimos, o cianeto de sódio (e outros metais alcalinos) produz cia- amina
netos, de modo que: primária aldeído
432 FEL TRE - SETSUO aufMICA ORGÂNICA 433

3) Redução A preparação e as propriedades destas duas classes são, como veremos mais
H2 adiante, bem diferentes.
R - N=C - - - - R - N = CH 2 R-NH- CH3
Dinitro e trinitrocompostos só têm importância dentre os derivados aro-
isonitrila imina amina secundária
máticos.
Notem que aqui se formam aminas secundárias, enquanto que as nitrilas,
cm idênticas condições produzem aminas primárias. NOMENCLATURA
4) Reações de adição A nomenclatura oficial, que é também a nomenclatura comum, é feita com
Como já dissemos o carbono terminal de uma isonitrila é insaturado e pode, o prefixo NITRO.
por esse motivo adicionar outros radicais, como por exemplo:
CH 3 - NO2 nitrometano
R - N-C + ½ 02 R - N= e = o
isonitrila isocianato CH 3 -· CH - CH 2 ·- CH3 2 - nitrobutano
1
NO2
R -N-C + s R N =e = s
isonitrila isotiocianato NO2

@ nitro benzeno

NITROCOMPOSTOS m - dinitrobcnzeno
(ou 1, 3 • dinitrobenzeno)
DEFINIÇÃO

Nitrocompostos são substâncias orgânicas que apresentam, na molécula, o


PREPARAÇÃO
radical -•NO2.
Podemos representá-los genericamente por R - NO 2 ou Ar - NO 2 . Os ni- 1) Nitração direta pelo HN0 3
trocompostos são isômeros dos nitritos R - O - N = O; a diferença é que, nos
Os alcanos são nitrados em fase gasosa, a 400 - 450ºC:
primeiros, o nitrogénio está ligado diretamente ao carbono, enquanto que, nos
nitritos, a ligação do nitrogénio ao carbono é feita através de um átomo de oxigênio.
A estrutura e ressonância dos nitrocompostos é: A nitração se dá normalmente com quebra da cadeia:
HN03
Clh 450°C
ou o-
013 · CH; · CH 2 - NO; + CH3 - ~H •· CH3 + CH3 - Cll2 •• N02 + CH3
N02
CLASSIFICAÇÕES 33% 26% 9'!,.

Normalmente a nitração torna-se mais fácil ao passar de carbono primário,


A classificação mais importante é:
para secundário e para terciário.
nitrocompostos alifáticos: CH 3 - N0 2

nitrocompostos aromáticos: @- N0 2
Os aromáticos são nitrados com mais facilidade, em fase líquida e tempe-
raturas menores que os alifáticos:
434 FEL TRE - SETSUO.. QUÍMICA ORGÂNICA 435

nitrometano: CH 3-N02 pe = I02ºC


nitrito de metila: CH 3 O - N =O pe = -12°C
@
-
+ H20
50/60°C O nitro benzeno é um líquido (pe = 211 ºC) amareiado, insolúvel e mais
denso que a água, venenoso e bom solvénte para substancias orgânicas. Os nitro-
Esta reação é feita, na prática, com uma mistura de HN0 3 e H2 SOij con- tolucnos também são líquidos. Já os dinitro e trinitro-benzeno (e tolueno) são
centrados, chamada de "mistura sulfonítrica". Como o radical N0 2 é desati- sólidos e explosivos.
vante do anel e meta-dirigente, torna-se dífícil a entrada do segundo grupo --;>,,'0 2
l' muitíssimo difícil a entrada de um terceiro grupo ---N0 2 . A pré-existência de
outros grupos no anel benzênico pode, contudo, facilitar sua nitração; é o caso PROPRIEDADES QUl°MICAS
do fenol que é facilmente nitrado por HN0 3 díluído e a frio.
1) Caráter ácido dos nitroalcanos
Um emprego importante desta reação é a obtenção do explosivo TNT -
trinitro tolueno: Os hidrogênios do carbono vizinho ao grupo nitro são bastante reativos;
isto possibilita o equilíbrio.
,..,...o
+ + R -- CH = N....__,_
OH
nitro-forma aci-forma (ou ácido nitrônico)

2) Reação de haletos com nitrito de prata Este equihbrio é semelhante ao que ocorre nos aldeídos (equihbrío aldo-
cnólico), nas cetonas (equihbrio ceto-enólico) e nos ésteres. Aqui, entretanto, a
- - - - - R -· N02 + Agi "acidez" da aci-forrna é mais pronunciada que a dos enóis.
Esta reação produz um pouco do nitrito correspondente; no entanto, se a Às vezes podemos separar as duas formas, como por exemplo:
reação for efetuada com NaNO 2 ou KNO 2 , o nitrito será o produto predomi-
nante. Tudo isto acontece porque o íon nitrito é um "frm ambülente", possuindo
0 e /'r;\ ·CH = N::::O
~
l(l(
pares eletrônicos livres tanto no nitrogênio como no oxigénio, • : O - N = O , OH
de modo que a ligação far-se-á, ora pelo nitrogênio (dando o nitrocornposto) ora
líquido oleoso amarelo sólido branco
pelo oxigénio (dando o nitrito).
Através da aci-forma, os nitroalcanos reagem com soluções de bases fortes,
3) Preparação do nitrometano
dando os sais correspondentes:
CICH 2 - COONa + NaN0 2 02 N - CH 2 - COONa + NaCI
cloroacetato de sódio nitroacetato de sódio
,..,...-0 ,..,...o
R CH=N- + NaOH---R-CH=N, + H2 0
' ...... OH ...... ONa
ácido base sal

2) Substituições no carbono vizinho ao grupo nitro


PROPRIEDADES FfSICAS Como já dissemos, os hidrogênios do carbono vizinho ao grupo nitro são
bastante reativos. Eles podem ser substituídos por:
Os nitroalcanos são líquidos incolores, densos, de cheiro agradável, não ve- a) halogênios: Br
nenosos e insolúveis na água. São substâncias muito polares de modo que seus 1
pontos de fusão, de ebulição e densidades são bem superiores às dos nitritos isô- R - CH 2 -·· N0 2 ~ R · · CH -- N0 2 .....!:L_ R · C-N0 2
1 1
mcros. Por exemplo: Br Br
436 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 437

h l dddo nitroso: fr/HCI

R -·- C - NO,
:, . + H,. O
- Esta reação é muito mais importante para os nitrocompostos aromáticos
N OH do que para os alifáticos:
áddo 11irrólico, por isso,
1füsolvc-.k" em bases r-.:02 NH2

@ + 6 [Hj
Fc/HC'I
@ + 2 H2 0

nitrohcnzcno anilina
não é ácido. por isso,
não s~ dis,oln· cm bast's Reações deste tipo são importantes. pois constituem o principal método de
preparação das aminas aromáticas. que têm um grande emprego na produção de
nffo reage com HNO; corantes orgânicos.
A redução da anilina. em meio nrutro ou básico, é muito mais complicada,
levando a produtos tais como:
Esta reaçffo permite distinguir nitrocompostos primários, <los secundários e
dos terciários. NO

e) alquilaçiio

0 R'
@
R CH; · \"02 AgOH f.R - ê_!H · N02 ]Ag G:) -R'X I
- - R -- CH - N0 2 + AgX nitrobL·nzcno nitroso benzeno N - fenilhidroxilamina

1111 então:
3) Hidrólise
N02
A hidrólise de um nitroalcano pode ser feita de duas maneiras:

- hidrólise da nitroforma: @
nitrobcn1.~no azoxibenzcno azobenz,mo l!idrawbcnzcno

:íddo hidroxilamina

(é método de preparação da hidroxilamina)


usos
hidrólise da aci-for111a (reaiyffn de Ncf): Os nitroa/canos são usados como solventes e como intermediários, na pro-
dução de outros compostos orgânicos.
NaOH
o
R CH = N(:° Os mononitro-compvstos aromáticos, como nitrobenzenos, nitrotoluenos,
ONa
nitroxilenos, são importantes para a obtenção de aminas aromáticas, usadas na
produção de corantes orgânicos.
Os polinitro-compostos aromáticos, como o TNT, são largamente usados
aldeído (ou cc tuna) .:orno explosivos. O 2, 4, 6 - trinitro - fenol (ou ácido pícrico) além de ser usa-
Llo na fabricação de explosivos ( corno o pie rato de amônio ), é usado como co-
4) Redução
rante, como germicida e na fabricação de medicamentos (como o picrato de bu-
A redução de um nitrocomposto produz uma amina primária: lesina, usado em ciueimaduras).
438 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 439

11) Dê as fórmulas estruturais de: 18) Como podemos preparar acetonitrila a


EXERCfCIOS E TESTES partir de:
a) isobutiramída
b) N - terc- butil - isobutiramida a) ácido acético;
c) N • bromo - succinimida (NBS) b) iodeto de metila.
1) A que fami1ias ou funções pertencem os 4) Ordene a propilarnina, a metÚ-etil-arnina
seguintes compostos: e a trimetil-amina segundo:
12) Como podemos preparar acetarnida a 19) Como reage a acetonitrila com:
a) seus pontos de ebulição partir de:
a) CH3 - e """º b) seu caráter básico
a) etanol e água;
'-NH2 a) ácido acético b) etanol e sódio;
b) C2H5CN b} anidrido acético c) brometo de etil-magnésio, seguido de
5) Escreva as seguintes equações:
e) brometo de metila água.
c) CH3 -N=C=O a) metilamina + ácido clorídrico - d) etanol
d) C6HsNO b) metilamina + ácido nitroso~ 20) Qual a diferença entre as reações do bro-
e) CH3 -CH=N -OH
e) etilamina +clorofórmio+ NaOH A 13) A propanamida tem ponto de ebulição meto de etila oom cianeto de sódio e
d) sulfato de tetraetilamônio + hidróxi- superior ao ácido propíônico. Por que? cianeto de prata.
f) @-N=N-@ do de prata - - - !::.
e) cloreto de trimetil-butilamônio NaOH 14) Ordene, segundo o caráter básico, os 21) Frente à hidrólise como se diferenciam
compostos: succinimida, butanodiamina- o cianeto de metila e o isocianeto de
g) C4H9NO3
6) Como podemos diferenciar quimicamen- 1, 4 e succindiamida. rnetila?
,,-OC2Hs te:
h) o=c, 15) Como reage a propanamida com: 22) Nitrando o benzeno e o hexano iremos
NH2 a) anilina do nitro benzeno
b) etilamina da dimetil-amina a) ácido nitroso; obter C6HsNO2 e C6H13NO2 respectí-
i) CH3N3 vamente. Em que caso o rendimento será
b) bromo e hidróxido de sódio;
'.1/0 7) Como reage o ácido sulfúrico concentra- c) quando aquecida em presença de pen- maior? PoI' que?
j) H - e..._ do e quente com: tóxido de fósforo
N(CHah
a) benzeno; b) anilina? 23) Entre o nitro benzeno e o nitrohexano,
2} Dê os nomes oficiais das seguintes aml· 16) Como podemos diferenciar quimicamen- qual é mais solúvel em solução aquosa de
Quais os nomes dos produtos orgânicos te a hexanamída de: hidróxido de sódio?
nas. Mencione também se a amina é pri·
formados? Qual das duas reações é a
mária, secundária ou terciária: a) hexanoato de amônio;
mais fácil?
b) hexilarnina; 24) Como podemos diferenciar quimicamen-
a) CH3 - NH - C2Hs
8) Dê as equações das reações da anilina e) hexanonitrila. te 1-nitrobu tano, 2-nitrobu tano e 2-me-
com: til-2-nitropropano.
b)@-NH 2
a) ácido acético; 17} Mencione duas diferenças de comporta-
b) cloreto de acetila; mento químico, entre a uréia e as amidas 25) Qual é a importância industrial da redu-
e) CH3 - CH - CH2 - CH2 - CH3
e) ácido nitroso a Oºc. comuns. ção do nitrobenzeno?
NH2
d) (C2H5)zN - CHa Mencione também os nomes dos com-
postos orgânicos formados.
e), H2N--@-CH2NH2
9) Que é um azocomposto? Qual sua im-
portância prática?
f) ONHz 10) Dê os nomes oficiais e comuns das se-
guintes arnidas:
3) Como podemos preparar: a) H - CO - NH - CH3

a) etilamina a partir de eteno b) CH2 = CH - CO - NH2


b) isopropilamina a partir de acetona e) CH3(CH2)aCONH2
c) isobutilamina a partir de propeno
d) metilamina a partir de ácido acético d) CONH2
1
e) p•toluidina a partir de tolueno CONHz
COMPOSTOS SULFURADOS
INTRODUÇÃO

O enxôfre pertence à mesma família química do oxigênio. Por isso, vamos


t·11contrar compostos de enxôfre idênticos aos do oxigênio; os mais importantes
~ao (notem que o prefixo tio indica a substituição de um átomo de oxigênio
por um átomo de cnxôfre):

R - SH tio-álcool, tiol ou mercaptana


R -- S :- R' tio-éter ou sulfeto de alquila (ou arila)
E seus produtos de oxidação:
Capítulo 19 R - S - R' : sulfóxido

Á
o
COMPOSTOS l
R -S'-R'
i '• ' ' •sulforia
SULFURADOS o
R. -• S ·- S - R' dissulfeto ,de aiquila
R - S03H ácído sutfônico . . •
INTRODUÇÃO
TIOÁLCOOIS R2S04 sulfato de alquila . . .
TIOl:TERES Ou sulfatos· alquil-metálicoí como: • (CH 1)NàS0:4
ÁCIDOS SULFÔNICOS
SULFATOS
EXERCICIOS
Outras funções, como tio-aldeído, tio-cetona, tio-amida, etc, já apresentam
uma importância muito menor. Dentre compostos particulares, tem importância:

_.,..--NH 2 tiouréia - usada no preparo de medicamentos, e nas indús-


s = e--..__, trias plástica, fotográfica e da borracha
NH 2

.,,,..-SNa
S = C--..__,OR xantatos - importantes na fabricação de sedas artificiais.
(rayon)
442 FEL TRE - SETSUO OUfMICA ORGÂNICA 443

TIOALCOOIS, TIÔIS OU MERCAPTANAS 2) Reação com compostos de metais pesados (Hg, Ag, Pb, ... ):

Obedecem à fórmula geral: R --- SH 1 RSH + HgO


(semelhantes aos álcoois : R -- OH)
RSH + HgCl2 - - - - RSHgCU- + HCI
Os tíóis se classificam em primários, sc:mndários e terciários, como aconte-
ce com os álcoois. Foi do fato de precipitaram os íons de mercúrio que os tióis receberam o
nome de mercapta11as (mercúrio + captans = _"captador" de mercúrio).
Exemplo de nomenclatura:

oficial comum 3) Redução:


etano tio! ctil - mercaptana ou [Hj
ctil - hidrogenossulfeto RSH RH + H2S

Os tióis aparecem, em pequenas quantidades, na putrefação de proteínas 4) Oxidação:


sulfuradas, no gás de hulha e no petróleo. Os tióis são preparados, com bom
rendimento, pela reação: Oxidação bramia:
[O]
RX + NaSH R -- SH + NaX 2 RSH
Br2 + H20
R -- S s R + H20
dis,ulfrto
Os tióis mais simples são líquidos incolores, bastante voláteis. O ponto de
ebulição de um tiol é menor do que o do álcool correspondente (C 2 H5 0H: Em condições redutoras brandas, este tipo de reação "volta atrás". É isto
pc = 78ºC; C2 H5 SH: pe =36ºC) ihdicando que nos tióis as pontes de hidrogênio que acontece com certos amino-ácidos complexos sulfurados, durante o processo
são mais fracas que nos álcoois. de respiração das células vivas.

Oxidação enérgica:
Os tióis mais simples têm cheiro muito desagradável, perceptível mesmo em
quantidades mínimas. Por isso são usados para "detectar" o escapamento de gases RSH loJ
cm reservatórios e tubulações.
ácido sulfônico
Os tióis são pouco solúveis em água, mas solúveis em soluções básicas fortes,
pois apresentam um "caráter ácido" mais forte do que os álcoois.

TIOETERES OU SULFETOS

REAÇÕES PRINCIPAIS: Obedecem à fórmula geral R - S -- R'


semelhantes aos éteres R - O - R'
1) Com bases fortes:

C:2 Hs SH + Na OH Exemplos de nomenclatura:


"ácido" mcrcáptido de sódio
oficial comum

Ao contrário do etóxido de sódio (C 2 H5 ONa), o mercáptido quase não se CH3 - S - CH 3 : meti! - tio - metano sulfeto de mctila
hidrolisa (reação inversa), pois o tio! é um "ácido" mais forte que a água. CH3 - S - C2 H5 :. meti! - tio - etano sulfeto de me tila e etila
444 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 445

Os sulfetos simples não ocorrem na natureza e são de importância relati- ACIDO$ SULFÕNICOS
vamente pequena. A '•'iperíta" ou '"gás mostarda",
Obedecem à fórmula geral:
o
que é um sulfeto clorado, foi usada durante a Grande Guerra como gãs tóxico. t
Ou estruturalmente: R -- S - OH
..
Os sulfetos são preparados habitualmente pelas reações: o

2 RX + Na2S R S -- R + 2 NaX São portanto isômeros dos sulfitos: R-0-S OH


1
RX + R'SNa R' - S - R + NaX (os sulfitos são pouco importantes) o
Os ácidos sulfônicos mais importantes são os aromáticos, que representa-
Os sulfotos maís simples são líquidos incolores, de cheiro etérico, insolú-
mos: Ar -- S0 3 H. Eles são intermediários importantes na fabricação de fenóís,
veis' na água e solúveis em álcool, éter, etc.
corantes, etc; aparecem também nos produtos da decomposição de proteínas,
da urina. etc.

REAÇÕES PRINCIPAIS:
E"'.xemp/os de nomenclatura:
1) Reações de adição:
oficial comum
CH 3 - S0 3 H: ácido metano• sulfônico ácído metíl • sulfônico

O iodeto de sulfônio R 3 SI é iônico R 3 S 0 I 0 , e em presença de bases for- ácido 4 • meti! - benzeno • ácido p • tolueno •
tes forma um hidróxido que é também base forte: sulfônico sulfônico

hidróxido de sulfônio
(base forte)
PREPARAÇÃO:
2) Oxidação:
1) Reação do hidrocarboneto com ácido sulfúrico concentrado
oxidação branda: ( ou fumegante) ( ou SO 3 )

[o] Esta reação é importante para os hidrocarbonetos aromáticos:


R-S-R R --- S - R (sulf6xido)
H202
o•
1

+ + H2 0
oxidação enérgica:
o
[o] t A reação é lenta mesmo a quente, e é reversível (ao contrário das outras
R - S -- R R -- S - R (sulfona) substituições aromáticas). Além disso, como o grupo S0 3 H é desativante e me-
HN03
õ ta-dirigente, a segunda substituição torna-se muito mais difícil:
446 FEL TRE - SETSUO CIUIMICA ORGÂNICA 447

©S03H c§:JSO,H
.,, Reações de substituição do grupo SO.,H:
+ H2S04 + H20

S03H <~ >) S0 1H + H -· O H


6
@-tt + H2SÜ4

SOJNa ONa fusão


2) Oxidação de tióis •~()) + H @-oNa + NaHS0:1

I
R SH
[o]
HN03
R - S03H /
\ '
(
>) -S0 3 Na + Na CN @ - c N + Na2S03

DERIVADOS IMPORTANTES DOS ÁCIDOS SULFÔNICOS:


PROPRIEDADES:
Detergentes: são sais de sódio de ácidos sulfônicos de cadeia longa; um
Os ácidos sulfônicos, especialmente os aromáticos, são sólidos cristalinos, •''L'mplo importante é o dodecil ··- benzeno - sulfonato de sódio:
bastante solúveis em água; alguns até cristalizam com água,

@ - s 0 3 H • 3 H 2 0;

inclusive seus sais de cálcio, bário e chumbo são solúveis em água, ao contrário Sulfonamidas: Ar - S0 1 NH 2 são amidas dos ácidos sulfônicos e tem gran-
dos sulfatos desses metais. O aumento de solubilidade em água, que o grupo S0 3 H d,· importância como medicamentos do grupo das "sulfas"; um exemplo impor-
acarreta aos compostos aromáticos, é aproveitado na fabricação de corantes orgâ- l;111le é a sulfanilamida.

nicos.

As principais reações dos ácidos sulfônicos são:


Sacarina: é a imida do ácido o - sulfo -· benzóico.
1) Caráter ácido
Os ácidos sulfônicos são ácidos fortes; eles reagem com bases, dando sais
semelhantes aos sais inorgânicos:

@-s03H + NaOH ---► @-S0 3 Na + H2 0


ácido benzeno • sulfônico •benzeno - sulfonato de sódio
SULFATOS

São os éstcres do ácido sulfúrico:


2) Reação com pentacloreto de fósforo
o, /O - R o, /O - R o, ,,,..,o - R
@ - s 0 3 H + PC!s - - - - - @ - s 0 2 Cl + POCl 3 + HCI / s -....... /s'-- ..,,....s......._
O OH 0 O - R O O - Na
cloreto de benzeno - sulfato ácido sulfato de sulfato alquíl -
sulfonila de alquila alquila metálico
448 FEL TRE - SETSUO

São preparados, em geral, por esterificação direta:

+ +
sulfato ácido de ctila

Os sulfato de metila e sulfato de etila são líquidos, altamente tóxicos e


corrosivos. São importantes como "agentes alquilantes", pois são tão reativos quan-
to os haletos de metila e etila mas mais baratos do que estes; por exemplo, po-
demos fazer reagir:

no lugar de: Capítulo 20


o
Os sulfatos alquil - metálicos, com radical alquila longo, são empregados
como detergentes; exemplo: COMPOSTOS
sulfato de dodecil - sódio
HE.TEROCÍCLICOS
EXERCÍCIOS E TESTES

DEFINIÇÕES
1) Dê os nomes oficiais e comuns dos se- f) CH3 - S - S - CH3 COMPOSTOS HETEROCICLICOS COM
guintes com postos: Anéis pentagonais
g) C2HsS03H
CH3 Anéis pentagonais fundidos com anel benzênico
a) ::cu - SH h) C2HsS02O Anéis hexagonais
CH3 Anéis hexagonais fundidos com anel benzênico
i) (fj)-so,n EXERCICIOS
SH

b) [ s J c u , Cl
j) C2Hs S02 0CH;i

2) Partindo de etanol, mmo podemos prc-


e.) CH3 - S - C3H7
., parar: a) etanotiol; b) sulfeto de etila;
d) CH3 - S - CH3 e) dissulfeto de etila.
!
o 3) Como podemos preparar ácido p - tolue-

y no -- sulfônico a partir de benzeno?


4) Corno podemos diferenciar quimicamen-
e) CH3 - S - CH3
l te o benzenotiol, o sulfeto de meti la e
o fenila e o ácido benzeno - sulfônico?
QUBl!ICA ORGÂNICA 451

COMPOSTOS
, a mesma distribuição de orbitais que no benzeno:

HETEROCICLICOS seis elétrons


em orbitais 1í ---- _....""'-~,,
-t-:·.'.•,,;:.;•-

\f...<·-.~.~ . ---~,,.
Compostos heterocíclicos são compostos cíclicos conten•
do, no anel, um ou mais átomos· diferentes do carbono. H H
H "':~';t H

o
"
~ ··••.•.>.)::,:~::,i ,,i:/.. ·-.

o (J ~N)J
1
H -- a mesma facilidade à ressonância que há no anel benzênico:

pirano tiofeno indo!

Notem que os heteroátomos mais comuns são o nitrogênio, o oxigênio e


o enxôfre.
Na verdade, só consideramos como verdadeiros compostos heterocíclicos e conseqüentemente a mesma tendência em sofrer reações de substitui-
aqueles que possuem anéis estáveis. Deste modo, excluímos do presente capítulo ção e não de adição, como ocorre nos compostos aromáticos:
compostos como por exemplo:

- epóxidos: CH2 - CH2


'\ /
[JJ 1
sulfonação Gso3H
N
1
o H H

- a11idridos: CH2 -C
1
CH2 -C~
~o
-;:;:::-º
"'o
/
etc

cujos anéis são rompidos com facilidade, dando reações que mais se assemelham
o sulfonaçâo
0-SO,H

Os anéis heterocíclicos são importantes pois aparecem com grande freqüên-


ci11 em produtos naturais; como açúcares, hemoglobina, clorofila, vitaminas e al-
às reações dos compostos acíclicos. calóides. Alcalóides (como cafeína, cocaína, estriquinina, etc) são compostos ni-
lrogenados, em geral heterocíclícos, de caráter básico (daí o nome de alcalóides),
A estabilidade do anel heterocíclico é devida à sua semelhança com o anel que são normalmente produzidos por vegetais e têm ação enérgica sobre os ani-

benzênico. Assim, por exemplo, no pirrol Q temos:


mais - em pequenas doses podem servir como medicamentos, em doses maiores
140 tóxicos.
Anéis heterocíclicos existem também em medicamentos sintéticos, co1110
~I
por exemplo os antibióticos - penicilina, amicetina, eritromicina, etc.
FELTRE - SETSUO .,fMICA ORGÂNICA 453

COMPOSTOS HETEROCl'CLICOS COM ANEIS PENTAGONAIS No tocante à estabilidade do anel e ao "caráter aromático" podemos dizer
que:

(13') 4 , "• • a(P)


O . . ·;,
.. tiofeno > pirrol > furano
O furano por hidrogenação produz o tetrahidrofurano que é muito usado
( • ) • ~ . ) . <•;
.

.,-· s .
. • ...
º--__ •t· i:umo solvente:
1
·- _ iurano
tioféno. - ·_H
• pirrol catalisador

Um derivado importante do furano


~ n furfural que é obtido pela hidrólise
de cereais e é usado na fabricação de plás-
-oxazol ticos e também como solvente para remo-
ver impurezas de óleos lubrificantes.
piraroJ intldazol·

O furano aparece no alcatrão de madeira (pinheiro); o tiofeno e pirrol exis-


tem no alcatrão de hulha. O tiofeno é um líquido de propriedades físicas e quí- O pirrol tem caráter básico muito fraco (mais fraco que a anilina); com
micas muito parecidas com o benzeno; o tiofeno constítui inclusive a impureza ácidos ele produz polímeros de cor vermelha. Frente a bases fortes, contudo, o
mais comum no benzeno obtido do alcatrão de hulha. pirrol apresenta caráter ácido:

q
O furano, o tiofeno e o pirrol podem ser preparados a partir do aldeído
succínico:

furano
V 1
H
t KOH

KG)
t H2 0

N - potássio -- pirrol
CH2 - CH 2 CH - CH
1 1 li li
CH CH CH CH tiofcno Hidrogenado o pirrol produz a pirrolidína, cujo anel aparece na cocaína e
li li 1
OH
1
OH na atropina:
o o

pirrol
o 1
H
catalisador
CJ H
1
• plrrolidina
464 FELTRE SETSUO QUíMICA ORGÂNICA 455

HETEROCICLICOS DE ANEL PENTAGONAL FUNDIDO COMPOSTOS HETEROCfCLICOS COM ANÉIS HEXAGONAi$


COM ANEL BENZl:NICO
4

:w:
·.
4

7
. o
1
cum.u-ona
tionafteno •
(benzotiofeno)
501.3
6
o
pirano
2 o N
piridina pirirnidina
(be nzofurano) (benzopirrol}

O indol é o composto mais importante deste grupo.


O composto mais importante desta sene é a piridina, que é um líquido
Do ponto de vista biológico,
incolor, solúvel na água e de cheiro desagradável.
a importância do indo! resulta do
fato dele constituir o núcleo central
A piridina é encontrada no alcatrão da hulha e na fumaça de cigarro, em
do triptofano - um dos arnino-ácí-
tlccorréncia da decomposição da nicotina.
dos essenciais na formação de pro-
teínas. O núcleo do indo! aparece
também em certos hormônios. Por A piridina é mais estável que o próprio benzeno e sofre reações de "subs-
isso o indo! apacece entre os produ- tríptofano tituição aromática" com maior díficuldade.
tos da putrefação intestinal.

,º~
Quando puro, contudo, o indo! tem odor agradável, servindo para a fabri- A piridina tem caráter básico muito fraco, mais fraco que as aminas ter-
cação de perfumes. ciárias:

o
Do ponto de vista industrial, a grande importância do indo! é o fato dele
servir como matéria prima para a fabricação do índigo, um corante azul, usado
+ HCI _ _ _ ___,_ ,,- / c1 8 (sal)
no tingimento de tecidos:

OcJ oxidação
N ~@
H

o
1
H
índigo + Br
e sal de amônio
quaternário
Outro composto heterocíclico, se- N
melhante ao indo!, e de grande impor-
tância biológica é a purina. A estrutura
da purina aparece na cafeína, no ácido
A piridina é usada como solvente, como "catalisador básico", cm sínteses
úrico e na adenosina ( existente em áci-
orgânicas e para "desnaturar" o álcool etílico (tornar o álcool etílico industrial
dos nucléicos).
impróprio para a fabricação de bebidas).
'1156 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 467

O núcleo da piridina aparece na: O núcleo do benzopirano aparece em corantes de folhas, flores e frutos.
A quinolina, que é o composto mais importante do grupo, exis(e no alca-
1nio da hulha. Seu núcleo aparece na quinina. •
A isoquinolina ocorre também no alcatrão da hulha. Seu núcleo aparece
m1 morfina e na papaverina.

nicotina ácido nicotínico


(medicamento anti-pelagra}

Por redução, a piridina dá origem à piperidina, cujo núcleo aparece na co- EXERCfCIOS E TESTES
caína e na piperina (alcalóide da pimenta branca):

o N o H
1
piperidina
1) Escreva as fórmulas estruturais dos se-
J!Uintes compostos:
a) a - meti! - furano
b) 3 - nitro - pirazol
e) 2 - bromo - tiazol
d) 6 - etil - indo!
e) brometo de N -_ etil - piridônio
b)
O·+N
1
H

3) Como podemos preparar:


NaOH-

a) 2, 5 - dirnetil - furano a partir de


Outro composto importante neste 2) Complete as equações: uma dicetona
grupo é a pirimidina. Seu núcleo aparece
em certos barbituratos (medicamentos
usados em sedativos e soporíficos), em
a)
0
D O O
+ NaOH-
b) tiofeno a partir de um dibrometo

4) Que é índigo? Como é preparado?


certas sulfas (por exemplo, sulfadiazina),
e também em ácidos nucléicos.
piritnidina

HETEROCICLICOS DE ANEL HEXAGONAL FUNDIDO COM


ANEL BENZENICO
,
LIPIDOS

OEFINIÇAO

Chamam-se lfpidos ou lip(dios os produtos naturais de origem animal ou


Vl'g,·tal onde predominam ésteres de ácidos graxos superiores.

éS'< E.,i> +
Capítulo 21 ..\"' e'st,
e:>,...
= LÍPIDO
,
LIPIDOS
É uma mistura onde predomina éskrcs.

DEFINIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
GLICÉRIDOS
CÉRIDOS Os lípidos mais comuns são conhecidos com o nome de óleos ou gorduras.
FOSFÃTIDOS
CEREBRÓSIDOS
EXERCIC:1OS CLASSIFICAÇAO

Lembremos que os éstcres são produtos de ácido + álcool. Num éster pode-
se examinar qual é o ácido original e qual o álcool que está associado. Daí pode-
mos subdividir os lípidos em diversos grupos:

a) Glicéri dos
b) Céridos
e) Fosfátidos
d) Cerobrósidos

Vejamos a seguir o estudo de cada um destes grupos.


460 FEL TRE - SETSUO auiMICA ORGÂNICA 461

1
GLICÉRIDOS Ácido oleico - C 17 H 33 - COOH. (1 dupla)
~cido ricino~eico - C17 H 32 (0H) - COOH (1 dupla)
Os glicéridos são misturas de ésteres onde temos: insalura<los
Acido hnole1co - C 17 H 31 COOH (duas duplas)
➔ parte alcoólica ➔ glicerina ou propanotriol Ácido lmolênico C 17 H 29 -- COOH ( três duplas)
H
H2C - C - CH2 Vejamos as estruturas de alguns deles:
1 1 1
OH OH OH
u-1) Ácido palmítico
➔ parte ácida ➔ ácidos graxos superiores
H2 H2 H2 H2 H2 H2 H2 H2 H2
(mais de 10 C na molécula)
H3C - e- e e- e- e- e- e- e- e
que poderá ser indicado dos seguintes modos:
A fórmula geral de um és ter constituinte de um glicérido é:

º~
H2C - O - C - R ou ainda:

1 º"'
HC - O - C - R' ~COOH
1

a-2) Ácido esteárico

H 3 C -(CH 2 ) 16 - COOH ou ~ COOH


a) Ácidos graxos superiores

As principais características dos ácidos graxos superiores são:


a-3) Ácido oleico
- possuem mais de 10 C na cadeia
Nesse ácido a insaturação se situa entre os carbonos 9 e 10.
- possuem cadeia normal podendo ter ou não duplas ligações
são monocarboxilicos H H
têm número par de átomos de carbono
H3C - (CH2h ~ C = C - (CH2h - COOH

ou
~COOH
Os principais ácidos deste tipo são:

Ácido láurico C11H23 - COOH Os glicéridos representam os óleos e as gorduras naturais.


Ácido mirístico C13H21 - COOH Nas gorduras predominam ésteres de glicerina + ácido graxo saturado.
saturados Ácido palmítico C1sH31 - COOH Nos óleos predominam ésteres de glicerina + ácido graxa insaturado.
Ácido esteárico C17H3s - COOH Finahnente, vejamos as fórmulas estruturais de alguns ésteres participantes
Ácido cerótico C2s Hsi - COOH de óleos ou gorduras.
462
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 483

H2 C - O - CO - C11H3s Um glícérido reage com a base alcalina e produz glicerina e sais de ácidos
1
graxos superiores. O sabão é a mistura desses sais.
HC - O - CO - C11H3s
1 Exemplo:

tripalmitina
H2 C -- O - CO - C11H3s
trie stc arina
H2 C
1
+O -

CO - C,sH31 Na'OH

HC ..:_ O - CO - C1sH31 + Na:OH


(gordura) (gordura) 1 :
tripalmita to de glicerila '
triestearato de glicerila H2 C l O - CO - C1sH31 Na!OH
tripalrnitina soda cáustica
H2 C - O - CO - C17H3 3 (o:) H2C - O -· CO - C1sH31
1 •
1 H
HC - O - CO - C11H33 (f3) HC - - O - CO - C11 H33 H2 C ·-· C - CH2
1 1 1 1 1
H2 C - O - CO - C11H 33 (o:') H2C - O - CO ·- C1sH31 OH OH OH
triolcína glicerina palmitato de sódio (sabão)
o:, O:' - diplamitato - /3- olcato De modo geral:
(óleo) de glicerila
triolcato de glicerila (gordura) Glicérido + Base glicerina + sabão
Na prática um glicérido é gordura quando em temperatura ambiente é um Utilizando-se NaOH obtêm-se sabões sólidos que também são denominados
sólido; ele será um óleo quando for um liquido já em condições ambientes. Es-
sabões duros.
truturalmente; as gorduras possuem radicais ácidos saturados e os óleos possuem
radicais ácidos insaturados. Quando se utiliza KOH obtêm-se sabões líquidos ou pastosos e são deno-
minados de sabões moles.
Muitas vezes há interesse industrial em transformar um óleo numa gordura.
Para isso basta efetuar a hidrogenação catalítica (H 2 /Ni). A margarina é um produto
da hidrogenação de óleos vegetais. e) ln.dice de saponificação (1.S.)

Vejamos alguns exemplos de óleos e gorduras. Para avaliar determinadas características de um óleo ou gordura costµma-se
submetê-lo a processos analíticos dos quais resultam certos "índices". Um destes
toucinho, sebo, manteiga, testes é o índice de saponificação.
Gorduras {
gordura de cõco, etc

óleo de amendoim, (odice de saponificação (1.S.) é o número de miligramas de KOH ne-


cessário para saponificar completamente l grama de óleo ou gordura.
Óleos { óleo de oliva,
óleo de rícino,
óleo de linhaça, etc
De modo geral, o índice de saponificação oscila em torno de 200.
Vejamos a seguir algumas propriedades dos glicéridos. Exemplos:
(I.S.)
manteiga 210 - 230
b) Saponificação
óleo de algodão 190 - 200
Trata-se da reação dos glicéridos com NaOH ou KOH. óleo de linhaça 180 - 195
Esta reação é utilizada na obtenção do sabão comum. toucinho 190 - 200
464 FE-l TRE - SETSUO OUiMICA ORGÂNICA 465

Vamos calcular o I.S. da triestearina: Era de se esperar que as gorduras tenham índices à.e iôdo bastante baixo, ao
contrário dos óleos.
H2C - O - CO .- C 11H3s
1 Quanto mais duplas ligações contiver na molécula maior será o índice de
HC - O - CO - C 1,H 35 + 3 '---.,-------'
KOH íi11.lo.
1
H2C - O - CO - C17 H 35 PM = 56
e) Rancificaçâo
tricstearina
PM = 890 Trata-se de uma série de reações bastante complexas que se efetuam diante
llo 0 2 do ar e também catalisadas pelas bactérias existentes no ar atmosférico.
Efetuando-se o cálculo estequiornétrico:
A 1:aracterística desta reação é o desprendimento de um odor desagradável (ran-
(KOH) ,,oso). É o caso da manteiga rançosa, azeite rançoso, etc. Os óleos, em virtude
890 g 56 000 mg X 3 lia presença de duplas ligações, são mais fáceis de ser rancificados que as gorduras.
IS = 1 X 56 000 X 3
1g X (I.S.) • • 890
f) Sabões

x = 188,7 rng de KOH/g de triestearina Os sabões são misturas de sais de ácidos graxos superiores.
Os sabões duros são aqueles sólidos e possuem sais de sódio de ácidos gra-
O I.S. da triestearina é 188,7. Quanto maior o P.M. do glicérido menor será xos. Os principais sais são:
seu I.S.
C1sH31 - C ""'º
'üNa
palmitato- de sódio
d) lndice de iôdo (U.)
estearato de sódio

oleato de sódio

O iôdo é capaz de romper as duplas ligações: Ação de um sabão.


\ I A molécula de um desses compostos é como um "alfinete".
C==C + 1-1 --
/ \ Ela possui uma parte apoiar que é capaz de "espetar" num lípido; possui
também uma extremidade polar que é capaz de se dissolver na água.
O índice de iôdo avalia o grau de insaturação do óleo ·ou gordura.
Exemplos: '0Nv-0NCOO"Na•
I.I.
sebo de boi 30 -- 50
- - - - - - - - - - • • - Na+
manteiga 25 - 50
óleo de amendoim 85 - 90
Vamos falar da lavagem de roupa com sabão.
óleo de baleia 110 - 150
A sujeira impregnada no tecido é geralmente um lípido e este é insolúvel
óleo de linhaça 170 - 200 na água. É porque a água é polar e a gordura é apofar.
466 F~L TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 467

Os detergentes são também denominados de substâncias tenso-ativas. pois


() abaixam consideravelmente a tensão superficial da água. •
e -· -------:7
---.--· -l2______ Dos detergentes artificiais destacam-se aqueles que possuem o grupo • S03 Na
f sulfonato de sódio).
Os alcanos obtidos do petróleo, assim como os aromáticos podem ser trans-
formados em detergentes:

dctcrgenks artificiais

Quando se coloca sabão, os "alfinetes" espetam as impregnações gorduro- Um exemplo importante de detergente, utilizado como produto comercial
sas ficando com a parte [-COO] em contato com a água. L' o p-dodecil-benzeno sulfonato de sódio cuja fórmula é:

e,, u,.-@-so,N,

CÉRIDOS

Os céridos são mais conhecidos como ceras. Podem ser de nrigcm animal
ou vegetal: (cera de carnaúba, cera de abelha, cera de espcrmacctc. etc).

Uma agitação faz com que a "sujeira" desprenda-se na forma de pequenís- Os céridcs são constituídos de ésteres de ácidos graxos e álcoois superiores.
simos aglomerados envoltos pelas moléculas do sabão (alfinetes).

a) Ácido graxo superior:

Exemplos:
C2s Hs1 • COOII
ac. palm(tico ª'-'· cerótico

b) Álcool superior:
Os álcoois superiores são aqueles com muitos carbonos na cadeia.
Exemplos:
O papel do sabão no fenômeno descrito é conhecido como ação detergente. H H
O sabão comum foi um dos primeiros detergentes empregados. C1sH31 - C - OH C2sHs1 - C - OH
Hoje, são fabricados muitos detergentes artificiais, principalmente empre· H H
gando subprodutos da refinação do petróleo. álcool cettlico álcool cerílioo
468 FEL TRE - SETSUO OUIMICA ORGÂNICA 469

Vejamos alguns ésteres constituintes das ceras: Exemplo de um éster fosfátido: lecitina palmítica

H HoC - O - CO - C1;H31
"1
C -· C2s H,1
H HC - O - CO - C1sH31
ff
palmitato de cerila f H 2 C - O - P - O - CH 2 - CH2
ó
e:º H
~o - e - C1sHJ1
lecitina palrnítíca

H Numa lecitina, se ao invés da colina estiver a ser/na ou a colamina teremos


ccrotato de cdila
um fosfátido chamado cefalina.

.r!z H2 H
FOSFÃTIDOS H2Ç - ( - C - NH2 H2 C - C
1 l
OH OH NH 2
São também conhecidos como fosfolípídos. Na ci;tnstituição dos ésteres des- colarnina serina
ses lípides participam:

Glicerina + ácido graxa + H 3 P0 4 + amino-álcool. A estrutura de uma cefalina será:

As lecitinas que são extraídas da gema do ovo e do azeite de soja e possuem


a estrutura:
(a)

..
... 1 ac. graxo ;.,...-----:a ... t-· c:Q::H:fl' •· l
.
.Q
'C
l
(a)

~!t;:~9~· • (a)
<11·
-~
·e
··· I .·ac, graxo
l ( {3)

... t H3P04 I ··· ! colina


] (a)

(amino - álcool) CEREBRôSIDOS

São lípidos complexos, semelhantes aos fosfátidos. As diferenças fundamen-


tais entre um fosfátido e um cerebrósido são:
A colina é um íon contendo I grupo amino e 1 grupo álcool cuja estrutura é:
a) ao invés da glicerina temos ➔ galactose ou glucose.
H2
CH3
,/ b) não possui ácido fosfórico.
H2C - C N+-CH
. 3
1 H H H H o
füf CH3 H2 e - e - e - e - e - e 7'
" .
1 1 1 1 1 H
OH OH OH OH OH
A parte alcoólica é esterificada pelo ácido fosfórico. glucose
470 FEL TRE - SETSUO

Então, na constituição de um éster cerebrósido entram:


glucose (ou galactose) + ácido graxo superior + amino-álcool

Os arnino-álcoois são os mesmos dos fosfátidos: colina, colamina e serina.


Os cerebrósidos são encontrados em todas as células, principalmente no te-
cido nervoso.

EXERCÍCIOS E TESTES

1) Qual é a principal função orgânica q uc


caracteriza um lípido?
8) O índice de saponificação LS. de um gli-
cérido é em torno de:
Capítulo 22
a) 10
2) Qual é a diferença e~trutural entre um
glicérido e um fosfátido?
e) 100
d 500
,
3) Cit~ 3 ácidos graxos superiores que se
encontram esterificados na maioria dos
b) 50
;ttj 200
AMINOACl[)OS
glicériclos. 9) Os sabões comuns são:
a) éstcres de ácidos graxos DEFINIÇÃO
4) Que é fndice de saponificação~
b) misturns de ácidos graxos superiores CLASSIFICAÇÃO
•e) misturas de sais de ácidos graxos su-
5) Que é rancificação? IONIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS
periores
d) compostos apoiares tk cadeias longas
6) Qual dos seguintes ácidos apresenta in-
e) misturas de hidrocarbonetos I
saturação na cadeia carbônica?
a) ácido palmítico
b) ácido eskárico
10) () composto de fórmula PROl'"EIN S
>e) ácido okico H
d) ácido butírico H2C - - e ('!12

e) nenhum deles i 1
DEFINIÇÃO
o o o
1 1 1 CLASSIFICAÇÃO
7) A diforença entre óleos e gorduras é que: co co co LIGAÇÃO PEPTlblCA
a) somente os óleos possuem cadeias 1 1 1
REAÇÕES CARACTERISTICAS
normais C1sH31 C'.1sH31 e nll3s
ESTRUTURAS DAS PROTEÍNAS
b) os ókos possuem peso molecular
é: DNA E RNA
maior que das gorduras
e) somente os óleos possuem glicerina a) uma lccitina EXERCÍCIOS
esterificada b) um cen:brósido
d) os óleos possuem predominantemen- C) uma ccfalina
te cadeias insaturadas ti) um cérido
e) os óko, possuem áglla de hi<lratação e) um glicérido
OUIMICA ORGÃNICA 473

AMINOACIDOS H
1
R-N-H

DEFINIÇÃO Então: um radical ácido + um radical básico, resulta na molécula, um ca-


ráter neutro.
São compostos que apresentam as funções amina (-NH 2) e ácido (-C( 0 H),
podendo ou nãci aparecer outras funções.
""º Exemplos:

Exemplos: H
H3 C - C*
H ,...-::Q H 1
- C*- C :::--- H2 C ce., NH2
1 "OH 1 1 alanina serina
NH2 SH NH 2 (o ~OH do carbono 3 não é nem ácido
ac. ú - amíno - etanóico ac. ú • amino - propanóico ácido a: - arnino - nem básico)
f3 • tio! - propanóico
(glicina) (alanina) (cisteína) -;Yo
e---....
OH valina
Nos amino-ácidos sempre existe um grupo amino (-NH 2 ) ligado ao carbo-
no a (vizinho da carboxila).
O carbono a é assimétrico, razão pela qual todos os amino-ácidos (exceção
da glicina) possuem isômeros ópticos.
li) Os amino ácidos que possuem 2 carboxilas e apenas 1 grupo amíno são
Os amino-ácidos possuem nomes particulares e sua grande importância se aqueles de cardter ácido.
deve ao fato de serem constituintes das protefnas.
Exemplos:
H2 H2 H -;Yo
CLASSIFICAÇÃO - e- e- C*
1
C..___OH
NH2
a) Quanto ao número de grupos -NH 2 e -COOH ácido <)~pártico ácido glutâmico

Em relação a esse critério existem 3 tipos de amíno-ácidos.


If compostos de caráter neutro
10 compostos de caráter ácido lll) Os amino-ácidos de caráter básico possuem um grupo -COOH e
mais de um grupo -NH,.
III) - compostos de caráter básico
Exemplo;
1) Os amino-ácidos de caráter neutro possuem 1 grupo -NH2
e 1 grupo -COOH.
Lembre-se de que o grupo -NH 2 é capaz de receber próton o que lhe
confere o caráter básico. lisina
475
QUÍMICA ORGÃNICA
474 FEL TRE - SETSUO
Em soluções dcidas o amino-ácido comporta•se como uma base:
b) Quanto ao tipo de cadeia
Os amino·ácidos podem ser de cadeia alifática, de cadeia heterociclica ou + tt·
de cadeia aromática.
Exemplo: ..
-- ------ ---- ---
Em soluções básicas o amino•ácido comportHe como um ácido:

1
H
R - e - C:;,-
-~º,
..___ :1J + OH" .,1
NH 2 o,'<~l . . _. . _______ .. .

cisteína prolina fenil-alanina


Portanto, os amino-ácidos possuem caráter an[ótero.
(alifática) (hetcrodclica) (aromática) Conforme o amino-ácido esteja em solução ácido ou em solução básica so-
fre cataforese ou anaforese. (Veja no livro 3 - capítulo de colóides - a e\etro•
e) Quanto à sintetização nos animais forese).
À prime!ra vi~ta, poderíamos imaginar a existência de um número muito Betmforcse é o movimento de migração de agrupamentos eletrizados para
~r~nde d~ amino•ác1dos. Na prática, a hidrólise das protdnas (fonte de amino-
um elctrodo, numa solução.
ac1dos) so produz cerca de 20 amino--ácidos.
Chama-se cataforese o movimento de partículas de curga negativa rnigran•
~~stes, ape~as 8 não são sintetizados nos mamíferos e no entanto eles são
~1ec~ssano_s~a dieta alimentícia. Eles são chamados amino•ácidos essenciais ou do-se para o cátodo.
md1spensave1s. Da mesn,a forma, quando z'ons positivos migram para o ânodo, temos a

, Esses ~mino-ácidos são: triptofano, lisína, fenilalanina, leucina, isoleucina anaforese.


valma, treonma e metionina. ' Um amino-ácido, sofre ionização em solução aquosa. Vimos que a natureza
da carga (neutra, positiva ou negativa) que vai aparecer, depende do meio onde
. O_s. demais amino•ácidos são sintetizados pelos animais e portanto não é o amino ácido é dissolvido. Então, o mesmo amino-acido pode sofrer cataforese
obnga:0~1a a sua presença nos alimentos. São denominados de amino-ácidos não ou anaforese conforme o pH da solução onde é colocado esse amino-ácido.
essenClUlS.
Vamos preparar uma solução onde o amino-ácido não sofre eletroforese.

IONIZAÇÃO DOS AMINO-ACIDOS


O pH dessa solução é chamado pHi - ponto isoelétrico.
Numa solução onde o pH é igual ao pHi do amino-ácido em questão, a
molécula desse amino-ácido estará neutra. lsto quer dizer que as cargas positivas
.
igualam-se com as cargas negativas desse amino-ácido.
. A molécula de um aminoácido possuí radical ácido e básico que· pode io- Nos amino•ácidos neutros (monoamino-monocarbox.füco), o pHi é aproxi-
mzar-s~ con:orme _ª na_t~reza do _sol_vente onde se acha o amino-ácido. Em geraL madamente 5 ,S - 6.
os ~mmo-ác1dos sao sohdos, soluve1s em água e muito pouco solúvel no álcool Nos arnino-ácidos (monoamino-dicarboxfüco), o pHi será ~um meío bas•
etílico e solventes orgânicos.
tante ácido ou seja, aproximadamente 3.
Na _água, o próton da ca1boxila pode unir-se ao grupo amino; disso resulta Já nos amíno-ácidos básicos (diarnino ou poliamino-monocarboxfüco), o
um "sal mterno" ou ·"zwitterion".
pHí é 9 a 10.

alanina -- pHi = 6 ,00

(sal interno ou "zwirterion")


476
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 477

º~-e
HO.,.,- ac. aspártico - pHi = 2, 77
Os proteídos podem ser classificados em:

a) Proteídos simples - { são aqueles que por hidrólise só produzem


ou Holoproteídos àmino-ácidos
lisina - pHi = 9,74 b) Proteídos complexos - {sãó proteínas que por hidrólise produzem
ou Heteroproteídos arnino-ácidos e outras substâncias

Estas substâncias que não são amino-ácidos são denominadas de. grupo pros-
tético e podem ser: ácido fosfórico, glúcides, lípidos, etc.
por hidrólise só
Holoproteídos {
produzem aminoácidos
Proteídos
PROTEÍNAS PROTEÍNAS
,
Heteroprotctdos
{ por hidrólise produzem
, •. .
amino-acidos + grupo prostetico

DEFINIÇÃO n
ce tºd
1 os
{ resultam
. , . da ,
p h1drohse dos prote1dos
As
: pro t ernas
' - rnacrornoléculas que resultam pr" • ai
sao d
sação d tn • • •d mc1p mente a conden- Os holoprotddos podem ser classificados em divcl'sos grupos conforme a
e a mo-ac1 os,_ encontrados nos animais e vegetais, e constituem os . solubilidade, peso molecular, coagulação por calor, etc. Os principais grupos são;
complexos compostos Já conhecidos. mais
I) Albuminas na clara do ovo
. El'.'8 constitu~rn juntamente com os lípides e glúcides os alimentos e os
conshtumtes essenc1a1s para os seres humanos. II) Globulinas seroglobulina do sangue
III) Histonas no pâncreas, no rim
. Estas, m~c~omol~culas possuem pesos moleculares que variam desde alguns
milhares ate vanos milhões. -Vejamos alguns exemplos: IV) Protaminas -- esperma do salmão, arenque

Proteína V) Prolarninas e Glutelinas - nos cereais


Encontrada no P.M. aproximado
Gliadina trigo Os heteroproteldos podem ser classificados de acordo com o grupo pros-
28.000 tétílv.
Albumina ovo 42.000
Hemoglobina Os principais grupos são:
sangue 65.000
.Caseína leite I) Fosfoproteínas -- são aqueles onde o grupo prostétíco é o ácido
375.000 fosfórico. Exemplo: caseína do leite.
Vírus
250.000.000 II) Cromoproteínas - o grupo prostético é a porfirína - o mais impor-
tante é que eles contêm um metal como ferro,
CLASSI FICAÇAO magnésio. etc. Exemplo: clorofila, hemoglobina.
São coloridas e daí o nome (cromo = cor).
As proteínas são dividi~as em 2 grupos de acordo com o peso molecular III) Nucleoproteínas estas proteínas dão por hidrólise ácidos nucleicos •
das mesmasd. Ternos os Proteidos e os Peptídos. Os proteídos são as proteínas como grupo prostético. Exemplo: no virus.
no seu esta o natural· ou sei a d • • · · IV) Glucoproteínas o radicai prostético é um glúcide.
d h "d T "á ' • ' e animws e veget8.Js. Os peptidos são produtos
e z ro ise J avançada dos proteidos, apresentando menor peso molecular.
V) Lipoproteínas o radical prostético é ~m lípido.
478
FEL TRE - SETSUO OUfMICA ORGÂNICA 479

LIGAÇÃO PEPTll>ICA
REAÇÕES CARACTERfSTICAS DAS PROTEINAS
Os amino-ácidos possuem a capacidade de condensar-se. Na molécula de São reações que produzem colorações que caracterizam as proteínas:
um amino-âcido a carboxila de uma molécula pode ligar-se ao grupo amino da
outra molécula.
a) Reação Xantoproteica
Quando você trabalha com ácido nítn..,o sua mão fica amarelada. Trata-se
da reação do HNO 3 com a proteína da pele que dá uma coloração amarela. Esta
coloração é devida à formação do ácido pícrico.

b) Reação de Millon
Quando se ferve uma solução de uma proteína com nitrato mercúrico
Hg(NO 3 ) 2 , forma-se um coágulo vermelho pardo.

,e) Reação da ninhidrina


Esta ligação entre as duas moléculas é chamada ligação peptúiica.
Aquecendo-se uma proteína e depois adicionando-se a ninhidrina forma-se
Você já percebeu que esta moléc~la obtida com a ligação peptídíca pode uma coloração azul por causa da reação desse reagente com os amino-ácidos re-
ligar-se a outra molécula de ainíno-ácido e assim sucessivamente. sultantes da proteína.
A ninhidrina é utilizada na cromatografia de papel para reconhecer os ami-
Designemos a ligação peptídíca por j ..,., CO - Na j__J. no-ácidos .

.?s
amino-ácidos podem condensar-se resultando moléculas dipeptídicas, tri-
pcpt1d1cas, etc.

ESTRUTURAS DAS PROTEINAS


Desta forma, Fischer conseguiu sintetizar cadeias com até 19 moléculas con-
densadas.
Como se dispõe no espaço uma molécula tão gigante como de uma proteína?
Após minucia'sos estudos chegou-se à conclusão de que as moléculas de
amino-âcidos formam estruturas classificadas em primária, semndária e terciária.

co a) Estrutura primária
Vamos admitir que a molécula de um amino-ácido seja assim:
NH

co
NH ligação - · - • - - - ligação
pcptídica pcptídica

Molécula de um péptido - são moléculas de amino-acidos unidas por liga-


ções peptídicas. - Se as moléculas de amino-ácidos dispõem-se apenas cm scqü&ncia, teremos
uma estrutura primá,ia.
480
FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÂNICA 481

Vamos supor que essa corda representa uma proteína com estrutura secun-
dária.
Agora tomemos um pedaço dessa corda e coloquemos no chão deixando-a
contorcer como quando a gente solta um fio de macarrão no prato.
Esta estrutura é a terciária. Com este tipo de estrutura temos a hemoglobina.

estrutura primária

Temos uma seqüência como as pedras do '1ogo de dominó".


As moléculas em seqüência podem ser iguais ou diferentes.
A insulina possui uma estrutura primária.
b) Estrutura secundária
Imagine uma estrutura primária com as moléculas lineares.
Vamos supor um colar: as "contas" do colar representam as moléculas dos
amino-ácidos. Vamos agora enrolar o colar no dedo formando uma espiral. Esta
é a estrutura secundária de uma proteína. estrutura terciária

pontes de hidrogênio Então, este amontoado da corda é uma estrutura terciária; se esticarmos

H a corda teremos uma estrutura secundária e se destorcermos os fios da corda


temos uma estrutura primária.

(JJJJJ DNA e RNA

estrutura helicoidal ou
DNA - ácido desoxiribo-nucleico
secundária. RNA - ácido ribo-nucleico

A estru_tura espiral ou helicoidal é mantida graças às pontes de hidrogénio Estes ácidos são os responsáveis pela reprodução das células.
entre as moleculas que se aproxin1am na espiral. Vejamos em primeiro lugar os constituintes dos ácidos desoxiribonuclei-
Neste grupo estão as proteínas fibrosas, como a queratina encontrada na co (DNA) e ribonucleico (RNA).
unha .

.e) ,Estrutura terciária a) D-Ribose


Imagine agora uma corda comum.
5 Cl{iOH
l_,,,,,..--0......_ /OH
4C Cl
os hidrogênios não foram desenhados.

Oô(JJOO \
3C--C2
1
OH
1
OH
/
·•- -··· ,., _________

482
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 483
b) Desoxi-D-ribose
São apenas essas 8 substâncias que formam os ácidos nucleicos responsáveis
Basta tirar o oxigénio do -OH ligado ao carbono-2 pelos códigos genéticos.

5 CH2OH
E eis a pergunta: como pode com tão poucos compostos estabelecer uma
I___.--o...______ /OH
diversificação tão grande de genes'!
4C C1 Esta pergunta poderia ser comparada com a seguinte: Como pode o código
\ / Morse ter apenas ponto e traço (. e - ) e emitir tão variado número de men~agens'?
3C--c2
1 l 4.,_ Achamos que o leitor já entendeu que a possibilidade de associações dessas
OH ~,i
tirado o O
moléculas é praticamente um número quase infinito.
e) Ácido fosfórico No entanto existe uma scqüência com determinadas restrições na formação
desses ácidos nucleicos.

Estrutura do DNA
No DNA participam as seguíntcs moléculas:
'
'. __ -- est es H podem esterificar o -OH da ribose. a) o açúcar que é a desoxiribose - chamaremos de S
d) Bases b) o ácido que é o fosfórico - chamaremos de P

Temos duas espécies de bases: as pirimidz'nicas e as purinicas.


c) a. bases: Adenina -- A, Guanina - G, Citosina - r e Timina -- T.

Bases pirimidlnicas Vamos "imaginar" a construção de uma molécula de DNA.


são derivados da pirimidina e são apenas três: cito-
sina, timina e uracila. Primeiro pensemos na seqüência linear da esterificação do H do ácido fos-
fórico com o HO- da desoxiribosc. As moléculas estão alternadas nesta scqüéncia.

@ N (Q NH~
HaC~
OH

ON (Q
OH
N
(5is • - ·si\9
N:) N~OH N~OH N~OH 1
pirimidina citosina desoxiribosc ácido fosl"órico
timina uracila
e T u
Bases purínicas - são derivados da purina. Agora imaginemos duas fileiras dessas colocadas paralelamente. Vamos ligar
as moléculas S dessas filas de modo semelhante àquela escada de corda usada
São apenas dois: adenina e guanina.
pelos marinheiros. Para ligar as moléculas de S vamos utilizar sempre duas mo-
3 léculas de base sendo uma pirimidínica (A ou G) e outra puríníca (C .ou T).
N 9 Estas bases ligam entre si com pontes de hidrogênio.
2f'~NH
1N0- 1
5 N 8
J
6 7
purina

Adenina --- é o 6-arnino purina =:: A


Guanina - é o 2-arnino - 6-hidroxi purína "' G
485
484 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGJ!.NICA

B) A forma helicoidal de uma proteína cor-


Agora basta torcer a escada e teremos o modelo do DNA apresentado por b) A scrina de fórmula: responde à proteína de estrutura:
Watson-Crick. \;I <70 a) primária
H2C - C - C-., ·b) secundária
ÓH NH2 OH e) tcrci:íria
d) qua tem ária
possui, em solução aquosa, caráter pre-
dominantemente: 9) A diferença entrl: o DNA e o RNA está:
a} ácido hl básico •a) tlo a.çúcar ~ numa bas~-
e) neutro d) alcoólico b) ,omcntc no açúcar
~) nada se pode afirmar e) somente na base
d) no ;ícido e na base
7) O pHi do a.mino-ácido: e) no áddo ~ no açúcar

º"""
_,.,.e -
lh H2 l:;l- cro
e - e - e - e, 10) Tanto o DNA como o RNA são molécu-
Modelo de Watson-Crick para o DNA. HO NH2 011 las de estrutura:
(ácido glutámico} a) linear
·)) helicoidal
Estrutura do RNA st't".Í aproximadamente: • e) axial
d) is_omctrat
a) 3 b) 7
O RNA apresenta uma estrutura semelhante ao do DNA. e) 10 d) 14
e) desord,mada
Agora ao invés de desoxiribose temos a ribose. Ao invés da tiamina temos e) nada se pode afirmar
o uracilo.
Então, no RNA participam:

a) o açúcar - a ribose - S
b) o ácido - H 3 P04 -- P
e) as bases: Adenina - A, Guanina - G, Citosina - C e Uracilo - U

O RNA forma também molécula helicoidal análoga à do DNA.

EXERCÍCIOS E TESTES

1) 1-:scrcva a fórmula do mais simpl~s ami- 3) Que é um 7.Witterion?


no-áddo que possui carbono assimétrico.
Dé seu nome oficial. 4) Que é ligação peptídica?

2) Que são amíno-ácidos esscnciais1 Qu:m- 5) Que é grupo prostético de um hetero-


tos são ao todo? proteído?
I

GLUCIDES

DEFINIÇÃO

Glúcides, hidratos de carbono ou açúcares são compostos que se encontram


l'lll grande abundância no reino vegetal e animal.
O nome hidrato de carbono deve-se ao fato de os primeiros glúcides desco-
bertos, obedecerem a fórmula Cx(Hi O)y.
A atual definição é:

Glúcides são compostos de função mista: (po-


Cap{tulo 23 liálcool + aldeído) ou (poliálcool + cetona).

i Exemplos:

GL. UCIDES H,
- 1
H H H H
e --· e -- e - e - e -e 90
1 1 1 1 '-H
H,C -
- 1
H

1
H

1
H
e - e . - e - e --
1 li
CHi
1
OH OH OH OH OH OH OH OH OH O OH
glueosc frnctosc
(poliol + alckído) (poliol + cetona)
DEFINIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
ES~RUTURA E NOMENCLATURA DAS OSES CLASSI F ICAÇAO
EPIMEROS
TAUTOMERIZAÇÃO
A classificação dos glúcides segue o quadro abaixo:
REAÇÕES COM FENIL-HIDRAZINA
CICLIZAÇÃO
Aldoses
MUTA-ROTAÇÃO {
OSES
PRINCIPAIS GLÚCIDES
Cetoses
EXERCICIOS
Glúcides
holosídeos
OSIDEOS {
heterosídeos

As oses são os glúcides que não se hidrolisam. Os osideos podem sofrer


hidrúlises proc/11;:.indo oses.
As aldoses são as oses que possuem a função mista poliálcooi + aldeído,
L'nquanto nas cctoses temos poliálcool + cetona.
-------- ---------------- -···· - ---·- - - - · · - - - - - - - --
......- -......

488
FEL TRE - SETSUO
auiMICA ORGÂNICA 489

Tanto as aldoses como as cetoses possuem e•:• assimétricos. Daí resulta a


ESTRUTURA E NOMENCLATURA DAS OSES
existência de muitos isômeros ópticos. Na prática somente poucos desses isôme-
ros ocorrem nos produtos naturais.
As oses podem ser consideradas como derivadas do aldddo glicérico.
Os isômeros mais importantes receberam nomes particulares. Embora os no-
mes sejam bastante diferentes, sendo isômeros ópticos, eles possuem a mesma H H O
fórmula plana. H2C - C - CH2 H2 e - C*- e~
1 1 1 1 1 '---H
Exemplo: Alo se OH OH OH OH OH
glkt,rina aldeído glicérico
com esta Altrose
H H H H fórmula Glucose
112 (' -C*-C* --C*--C*- e..,_____
~o plana Manose
No aldeído glicérico temos um átomo de e~• assimétrico. Temos então duas
1 1 1 H existem as estruturas: D (dcstrógira) e L (levógira). Vamos indicar da seguinte forma:
1
OH OH OH OH OH
1
Gulose
estruturas ldosc H'--._ -;:1/0 H '-... -::1/"0
D e L de: Galactose e e
Talose ,--·----t-- ---- -, r-- ----+-----1
: H - C - OH: : HO - C - H:
Pelo cálculo, sendo 2n C* temos 24 e:: 16 isômeros opticamentc ativos, s~n- ~-----t-------' 1 ------1 - _____ :
do 8 estruturas d e 8 estruturas .Q. CH 2 0H CH20H
ald. D-glicérico ald. L-glicérico

Os osídeos são classíficados em:


A molécula é desenhada na vertical. Por conl'enção se o -OH do carbono
- holos(deos - l!Uando a sua hidrólise só produz oses assimétrico ficar do lado direito, a fórmula representa o alde(do D-glicérico; se
heterosfdeos ··- quando a sua hidrólise produz ases ao lado de outros ficar no lado esquerdo será o aldddo L-glicérico.
compostos. Esta representação foi estabelecida por Emil Fischer que em s~a série de
pesquisas elucidou as estruturas de todos os isômeros da frutose e glicose.
Nos holosldeos podemos falar ainda em dissacarííleos, tris~acaddeos, etc,
de acordo com o número de oses que eles produzem pela hidrólise. Por outro lado, Kiliani descobriu que a partir dos aldddos glicéricos po-
Exemplos: deria se obter outras ases com mais átomos de carbono.
A síntese de Ki!iani é assim esquematizada:
+H2ü

l
sacarose glicose + fruto~e carbono aumentado

(Llissacarídeo) +H 20 r--------------------------------- -7
maltose glicose + glicose
:' HO--..,__ -?O H '--._ -9'O':
lactose +H20
glicose + galactose ! c=N e e i
~-- - - -f----- - -- -- -- - - - - ----~-- - -- - - - --- - - ---- --- ~ -l------
(polissacarídco) amido +1120 H-C-OH H-C-OH H-C-OH
n glicose
HCN dcsoxigcnação
Nos heterosídeos, a hidrólise produz ose e outros compostos que podem
ser orgânicos e inorgânicos.
amigdalina _+_H-=.2_0 ___ 2 glicose + HCN 1 + benzaldeido
Desta forma urna aldotetrose pode produzir uma aldopentose, e assim su-
A amigdalina é encontrada em amêndoas amargas.
cessivamente, aumentando 1 átomo de carbono na ase.
490 QUÍMICA ORGÂNICA 491
FEL TRE - SETSUO

Exemplo: Uma maneira de representar a O(+) glicose com maior simplificação é:

H H H H H :-------
11ic1 e - e
~o síntese e - e -- e
..-,::O
1 representa a aldoxila -e;::::-º
.____ H
c'- H ~e:?'.
1 1 de Kiliani 1 1 1 i '-H
OH OH OH OH OH OHc,,.-----
_ \- ..-
__ _ . /
representa o -OH em C*
aldotetrosc aldopen tosc '\ carbono
aumentado

Portanto. pode-se admitir teoricamente que uma hcxose surgiu do cresci-


mento de uma triose, ou seja do aldeído glicérico.

aldeído glicérico ----- tetrose - - - pentose - hexosc


(triuse)
1
Mas está claro o lado do crescimento da molécula. 1---- representa o grupo H - ~ - OH opticamente
inativo. H
,.,
.........

Os átomos de H não foram representados.


aldeído glicérico novos carbonos Vejamos outros exemplos:
A numeração nos aldeídos inicia-se da aldoxila. Por exemplo, o penúltimo CH 2 0H
nirhono que é assimétrico é o mesmo carbono assimétrico do aldeído glicérico. 1
h1tàn, partindo-se do aldeldo D-glicáico sempre o penúltimo carbono será D. C=O
Nas oses coloca-se a letra D ou J, conforme o -OH do penúltimo c:1rhono 1
esteja no lado direito ou esquerdo, respectivamente na fórmula estrutural. Isto HO-C-H
_,.....______..,._ 1
porque esta ose pode ser admitida, derivada do aldeído glícérico D ou L.
H-C-OH
Quanto ao poder rotatório indicamos (+) se a ose for destrógira e (-) se
ela for levógira. 1
----., H-C'-OH
'
L---- ----~'
Exemplos:
1
CH20H
H--....__ -?O A D (+) glicose pode ser interpretada do L (-) mc,no,e D (-)frutosc
õ
e 'i::5 seguinte modo:
<=
o
,o
_g.... 1 ;au As duas moléculas são levógiras. No entanto, a frutose tem a letra D por-
2 H-C-OH a) Ela resultou do crescimento do aldeí-
que a estrutura faz lembrar o aldeído D-glicérico ao examinarmos o penúltimo
,,Zl 1
o> do D-glicérico daí a letra D.
carbono.
o g
J 'O HO-C-H
o b) A molécula é destrógira ou seja, é ca- As estruturas das oito aldohexoscs cada uma tendo o par de enantiomorfos
':1. ------~--------º- paz de produzir rotação no sentido ho-
4 ..."' H-C-OH .g D e L são.
"'
E '"
rário para o plano da luz polarizada.
::,
r------- 1---~----, "
;..::: H li H H _,,;:O
o:; Ê por isso que tem o sinal (+)
!\ :H-C-OH: 6 H" C - C* - e* - e - C* - e(:
.... -- --t ---- ---- .J " 1 1 1 1 1 H
o
;s OH OH OH OH OH
CH 2 0H
" D (+) glicose
~
êl com 4C* são 16 isômeros optícamente ativos.
..........--•----------

482 QUÍMICA ORGÂNICA 493


FEL TRE - SETSUO

T AUTOMER IZAÇÃO
As ases em solução aquosa sofrem o fenômeno da tautomerização que é
característica dos aldeídos e. cetonas.
1 1
C=O-.., - - - - - C-OH
1, 1 - li
-C--1...H./ -C
1 \ 1
aldeído ou enol
cetona
> .,-l .,.;-o
...o~ ~ ~
Cl
õ ,::
::, õ O carbono vizinho da carbonila já possui •-OH. Surge então um dienol ·em
is .,o ~ !l [ ~
~
" ~ "' equihbrio tautomérico.
"
A glicose, a fructose e a manose produzem o mesmo dienol já que nelas,
os carbonos 3, 4, S e 6 são iguais.
Estruturas D
Vejamos a enolização da glicose:

As estruturas Q são as respectivas imagens especulares. H-C-OH


li
----- 1
C-OH

EPfMEROS HO-C

Duas oses isômeras são ep(meras quando diferem nas posições do -OH de
apenas l carbono.
Exemplos:
glucose

Vejamos agora a enolízação da fructose:


1dicnol

,,tt,------,
\._,.,,1 '\
H-C-OH • H-C-OH
1 j
e= cr--~-'- - - - - -
li
C-OH
1 1
HO-C-H HO-C-H

d ( +) glucose

epímeros em C2
d (+) manose d (+) manose d (+) talose

epímeros em C4
1fructose
1 dienol
---------------- ---- -

484
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 495

Reparem que o dienol é o mesmo, tanto da glicose como da fructose. O Nas oses, tanto os radicais aldeído ou cetona reagem com a fenilhidrazina.
mesmo dienol é obtido na enolização da manose.
O produto obtido continua reagindo até que uma molécula de ose, após reagir
Na realidade, quando se coloca qualquer uma .dessas três ases, estabelece-se com três moléculas de fenilhidrazina produz a osazona.
11111 eqwUbrio dinâmico entre esses compostos com o dienol.
Vejamos as reações da glicose com fenilhidrazina:
Glicose - Dienol ---- Fructose

JI
Manose
tt-c_;_o
1 •
H-C-OH
Um fato interessante é o comportamento da fructose. diante de reativos oxi-
dantes como o Licor de Fehling.
Recordemos que:

Aldeído + Licor de Fchling precipitado vermelho


Cetona + Licor de Fchling - - - - - não reage

Evidentemente que a glicose e a manose reduzem o licor de Fehling, pois H H


possuem o grupo aldoxila H-C=N-N-@ H-C=N-N-@
NH 3
1 ,.-- 1 l;J
c~o C=N-N-@
+
A fructose que não possui aldoxila por ser uma cetosc não deveria reduzir +
o licor de Fehling. No entanto ela precipita o licor de ,Fehling.
A explicação é esta: quando se coloca a fructose diante do "licor" ela se
tautomeriza e o dienol transforma-se parte em glicose e parte em manose.
A presença dessas aldoses é que precipita o "licor".
glucosazona

REAÇÕES COM FENI L-HIDRAZINA As osazonas são compostos cristalinos, amarelos e de fácil identificação.
Esta é a fonil-hidrazina Veja que os radicais da fenil-hidrazina ligam-se aos carbonos l e 2 apenas
e não altera os ,restantes carbonos (3, 4, 5 e 6).

Então, se diversas oses só diferem nos carbonos 1 e 2, a reação de qualquer


uma delas com a fenil-hidrazína produz a mesma osazona.

Vimos no estudo dos aldeídos e cetonas que a fenilhidrazina reage com a De fato: a glicose, a manvse e a fructose produzem a mesma osazona, já
formação de fenílhid~!zonas.
que eles só diferem nos carbonos 1 e 2.

A grande importância das reações com a fenil-hidrazina é que, estas reações


permitiram o esclarecimento das estruturas de muitas oses.
488 FEL TRE - SETSUO aufMICA ORGÂNICA 497

Os nomes furanose e piranose são derivados rcspectivamente dos hetcrocí-


clicos furano e pirano.

glicose manosc fructose


1

t:=t>
1

1
prod11zem a
Jncsma usa.zona
o furano
o pirano

l . ~ - - - - - - - - - ~- ~ --- - - - -- - - - - - - - - - - -~ - - - - - - ----~J, Agora examinemos a posição ôo -OH do carbono-!. O ---OH poderia estar
para cima ou para baixo na formação da glicofuranose ou também da glicopi-
ranose.
CICLIZAÇÃO
Conclusiio: a ciclizaçãu de uma a/dose produz dois isômcros (ci;- e trans) depen-
Foi visto no estudo dos al,'eídos que eles reagem com álcoois formando dendo da posição do -OH formado na aldoxila.
os scmi-acetais. Quando os carbonos 1 e 2 possuem -OH no mesmo semi-espaço temos a
formação eis: caso contrário teremos a forma trans.
O grupo alde(do de uma a/dose pode ciclizar-se ao reagir com o grupo al-
málico -OH da própria molécula. No caso da glucopiranose temos as designações a: e /3 respectivamcnte para
as estru luras eis e trans.
Se a combinação for com o -OH do carhono--1 temos urna f11ranosc; se
for OH do carbono-5 temos uma piranose.

forma eis forma trans


O'. - glic:opiranosc /3- glicopiranose
glicose ou ou
O'.-glicosc /3-glicose
glicofuranosc

-- 2

C1
/
H MUTA-ROTAÇÃO

Quando se coloca a•glicose na água temos uma solução de [0:] = +113º .


/) No entanto, com o passar do tempo o poder rotatório específico vai diminuindo
r---Q OH até que atinge-se [aJ = +52,5°. O fenômeno é conheciào por muta-rotação.
Por outro lado, quando se coloca /3-glicose na água temos inicialmente
glicose glicopíranosc [er] = +19°4ue vai aumentando até atingir [a] = +52,5°.
•• FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 499

A explicação é a seguinte: Eis algumas dessas oxidações.


Quando se coloca a-glicose ou ~glicose na água haverá transformação de
uma estrutura na outra e vice-versa, passando pelo e_stado intermediário que é a
própria molécula de glicose não ciclizado. Mantém-se o equilíbrio entre as três (ac. glucônioo)
estruturas de modo que o [a] médio é +52,5°. ácidos do tipo
ÔNICO

a-glicose glicose comum P-glicose


+19º
HO, ,,,o
+113° e
+52,5º

As três estruturas coexistem simultaneamente, as formas cíclicas transfor-


mam-se em glicose comum que tem cadeia aberta e vice-versa, mantendo um equi-
CH,OH

glucose
HNO3 dil.

1 (ac. sacárico)
ácidos do tipo
ÂRICO

líbrio dinâmico.
Após certo tempo estabelece-se uma porcentagem fixa para cada forma. O
a médio é na verdade a média ponderai dos o:i para cada forma. (ac. glucorônico)
organismo
ácidos do tipo
URÔNICO

PRINCIPAIS GLÜCIDES Indíretamente a glucose é um produto que resulta, durante o metabolismo,


da hidrólise de muítos osídeos os quais ingerímos como alimento.
A seguir vamos fazer o estudo sucinto dos principais glúcides. Esses com- Diretamente pode ser injetado como soro, ou ingerido como alimento.
postos, juntamente com as lípides e as proteínas, constituem os principais com-
postos dos animais e vegetais. h) Fructose ou Levulose

u) Glucose, glicose ou dextrose


É a mais importante cetose. Ela é encontrada no mel, e em muitos frutos.
A frutose tem apenas 3 C* assimétricos; logo são 8 isômeros ópticos com
.
Como já falamos, ela tem a fórmula C6 H12 0 6 com 4 C* assimétricos. sua fórmula estrutural.
É encontrada no suco da uva e também em diversos frutos. A fructose é um produto da hidrólise de muitos osídeos.
Industrialmente é obtido pela hidrólise do amido.
e) Sacarose ou Sucrose
É o dissacarídeo mais importante, também chamado açúcar comum. Existe
em excelentes quantidades na cana de açúcar e na beterraba, donde ele é extraído.
amido glucose
A sacarose é constituída de uma molécula de glicose e outra de fructose.
As oxidações da glucose produz diversos compostos, dependendo do tipo
do oxidante. Vê-se que os radicais mais facilmente ·oxidáveis são a aldoxila (no A glicose está ciclizada na forma píranose (5 C cíclicos + 1 oxigênio).
Carbono-1) e o álcool primário (no carbono-6). A fructose está cíclizada na forma de furanose (4 C cíclicos+ 1 oxigênió).
J 1

1,

1100 FEL TRE - SETSUO


QUfMICA ORGÂNICA 601

H0~ 2~
--
l®I
OH
3 1

glicose
2
1
e__
H0~ ~ ~ 6 H
2 li
O
3 4 5
frntosc
~
®o
A hidrólise da sacarose produz glicose e fructose como já foi comentado
no estudo da fermentação alcoólica.

d) Lactose
É também chamado açúcar do leite, pois é encontrado no leite dos mamí-
ou 0\1 feros.
A lactose é um dissacarídeo. A lactose é constituída pela condensação de
urna molécula de /l-galactose mais uma molécula de o:-glicose.
Sua estrutura é:
H2COH
1
5
1
CHpH CHpH
4 º® :-:.~----
--. __ ~

_.-.,..-- o 5
o
3 2 o
3

LACTOSE
/l- galactose' O:- glicose

Como é dissacarídeo, ela é isôrnero da sacarose.


4 A maltose e a celobiose também são isômcrus da lactose.

Mal to se = a-gl ucuse + a-glucose.


3
CdohíDse = /3-glucosc + /3-glucosc
o:-piranosc /3-fu rano~ç
e) Celulose

/ A celulose é um polissacarídco e na natureza ocorre constituindo a parede


celular da madeira e muitos vegetais.
O algodao e o linho são praticamente celulose pura.
A celulose tem fórmula (C, H 10 O 5 ln tcndu peso moh:cular médio 400.000.
A madeira é a matéria prima na indústria do papel que é praticamente
100';; de celulose.
A trinitraçju da celulose produz a trinilrn-celulose que é empregado na
indústria de explosivos.
A mononitracão e a dinitracão da celulose nroclH1rm ~ niruâlinr1
802 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 503

/\ solução coloidal da piroxilina em álcool e éter, chama-se colódio - pela 5) Escreva a estrutura da O'.-glucopiranose. 8) A muta-rotação da glicose é um fenóme-
l'vapornçào do solvente obtém-se os fios de nitrocelulose que constituem a seda no causado pda:
a1 ti lkial ou raion. 6) São epímeros;
a) condensação da glicose
Pelo tratamento da celulose com anidrido acético produz o acetato de ce- a) glucose, fructosc e manosc b) enolização Ja glicose
b) galactose e fructose e) cídização da glicose
lulose que é outro tipo de seda artificial. e) galactose e manose d) decomposição da glicose
/\ hidrólise da celulose diante do HCl produz a µ-glicose. Isto prova que d) galactose e gluco.se e) nenhuma das proposi~·Õt's anteriort's
e) nenhuma das anteriores
a n~lulusc é um polímero da µ-glicose.
9) Qual das substâncias não <: uma ose?
f) Amido 7) A ktra D colocada antes de uma osc in-
a) glicose d) fructosc
dica:
b) lactose e) manosc
( um polissacarídeo também de fórmula (C 6 H JOO, )n com peso molecular
a) q uc a substância é destrógira e) galactose
11:11 ia11do entre 60.000 e 1.000.000.
b) que a substância é anti-destrógira
É encontrado como produto de reserva das plantas e formam grânulos bran- e) q uc pode ser obtida do aldeído D-gli- 10) Qual é o número total de isômeros opti-·
cúido atravc;s de sínteses carncntc ativos da glicose?
ros.
d) que 6 Jíastcrcoisômero a) 8 b) 16
O amido é encontrado nos cereais: arroz, trigo, centeio, etc; e também nas e) não desvia o plano da luz polarizada e) 24 d) 32
rnlH·s ou tubérculos e nesse caso é chamado de fécula: batata, mandioca, etc. e) 64

O amido é insolúvel na água fria; pequenas quantidades de iodo produz


1111wcoloração violeta no amido razão pela qual o amido é usado como indicador
na irn.lumetria.
/\ hidrôlise do amido produz a o:-glicose.

J) Glicugênio

Se as plantas fazem reservas de amido, os animais o fazem de glicogênio


lllll' também tem fórmula (C6H 1oOs)n-
É encontrado principalmente no fígado e nos músculos. Também é deno-
minado "amido animal".
O peso molecular do glicogênio é menor que do amido.
Quando o organismo necessita de glicose ocorrerá uma imediata transfor-
mai;üo de glicogênio em glicose.

EXERCfCIOS E TESTES

11 l)u.il a difrrcn1·a fundamental sob o pon· 3) Por que a fructmc que nao possui i;rupo
lo de vista químico entre a glicose e a aldeído é capaz de reduzir o Lirnr de
frudose? Fchlíng'!

4) Serão diferentes os produtos da reação


2) Dê exemplo de 2 compostos que sejam da D-glicose e I' :rut;1osc com excesso
eaímeros. de feniJ-hidrazina? Por que1
r
1

,
POLI MEROS
Substância macromolecular é toda a substância que é
formada por moléculas muito grandes e consequente-
mente apresenta massa molecular bastante elevada.

As,im por exemplo:


a <"el11/ose. existente nos vegetais, tem massa molecular média vadando
de 300 000 a 500 000
o polieti/e110, que serve para fabricar muitos "objetos plásticos" comuns.
tem massa molecular 1m\lia variando de 50 000 a 2 000 000

A massa molecular varia muito porque existem vários "tipos" de celulose.


de polietileno. etc e, além disso. numa mesma porção de material, existem mo-
Capítulo 24 léculas maiores e menores: daí falarmos sempre em massa molecular média.

Quase todc1s as macmmoléculas sào formadas por unidades estruturais que


se repetem:

POLU\/1 na celulose hü repetição do grupo C.,HrnO,:


(C,,H 10 05 ) 11 onde: n = l 500 :.i 3000
- no polietileno há repetição do grupo Cll 2 CH 2 :
(CH, CH, !n onde: n =. 2000 c1 100 000
DEFINIÇÕES
CLASSIFICAÇÕES Atualmente comcguc-se ""fabricar'' rnacromoléculas a partir de moléculas
PRINCIPAIS POLIMEROS SINTÉTICOS ,implcs:
Polímeros de adição (- CH 2 - CII, -) 11
Copolímeros
polictikno
Polímeros de condensação
EXERCICIOS \1() N mu, RO l'OLl°MFRO

A ,ubstitncta inicial constitui o monômero. sua repetição 2, 3, .... 11 vezes


u:í origem au dímero. trímero, .... polím1;ro (ao pé da letra. poli = vários. me-
ros= p:11ti:s).

Teoricamente a reaçio de polimerização pode prosseguir infinitamente, dan-


do uni:1 111olfrula de massa rnolecular infinita. Fatores práticos, entretanto, limi-
tam a cuntinuaçfo da reação.

Frcqüentemcntc, a reunião de moléculas simples, para formar a macromo-


lécula, ~ acomp:rnhada pela eliminaçffo de moléculas menores (H 2 O, NH 3 , etc):
- - ·- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -··~···········-·---·············· r

IOI FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 507

OBSERVAÇÃO:
No setor de fibras texteis além de falarmos em fibras naturais (algodão,
seda, juta, etc) e fibms sintéticas (nylon, poliéster, etc) falamos também em fibras
artificiais ou modificadas, como por exemplo o rayon. A fabricação do rayon
já parte de uma macromolécula, que são as fibras naturais do algodão; a seguir,
por meio de várias reações químicas, purifica-se a macromolécula e no final faz-se
urna nova fiação, resultam então fios e fibras de composição química igual à ma-
POLfMERO crornolécula inicial, mas de muito melhor qualidade, que constituem o rayon.

Por extensão, continuamos a usar nestes casos os nomes monômeros, poh'- 2) Quanto à reação de preparação
ml'ros e reação de polimerização. Por fim podemos dizer que, atualmente, as
a) puffmeros de adição: quando o polímero é a soma de moléculas pequenas,
p:1lavras macromolécula e polímero são usadas praticamente como sinônirnos. todas iguais entre si.
A "Química Macromolecular" começou praticamente a um século atrás, com
as primeiras tentativas de se fabricar a "seda artificial". No entanto, o grande n CH2 ""CH2 (- CH2 - CH2 )n
dcsl'nvolvimento dos "plásticos" ocorreu de trinta anos para cá. Hoje em dia, é etileno (monômcro) polietileno (polímero)
incontestável a importância dos plásticos (folhas. chapas, envólucros, móveis, brin-
qm·dos. encanamentos, etc), das fibras sintéticas (nylon, poliéster, etc) e das bor- Neste caso, o produto é também chamado de homopolímero e a reação
r111·lras silltéticas. Por isso, o século XX já está sendo chamado de século dos é uma reação de homopolimerização.
1>histicos; alguns pensadores voltam-se para um futuro mais longínquo e dizem
l(IIC estamos no começo de uma nova era - a Idade dos Plásticos - fazendo
b) copoUmeros: quando o polímero é a soma de dois tipos de moléculas dife-
1l'qüéncia às idades da pedra, do bronze e do ferro. rentes ( dois monômeros diferentes).

••• + CH2 = CH - CH = CH; + CH = CHi +

CLASSIFICAÇÕES @
Os polímeros podem ser classificados segundo vários critérios, que não se butadicno estireno
l'itclucm mutuamente - isto é, o mesmo polímero poderá aparecer nas várias (Lo monômcro) (2.o monômero)
classes que serão mencionadas abaixo:

1l Quando à ocorrência +CH, _ CH ~ CH _ CH,I[~ _ CH, _ ···1


11) 1mffmeros naturais: são os que já existem na natureza; os mais importantes são:
carbohidratos: celulose, amido, etc
borracha sintética (_SBR ou Buna-S)
protdnas: existentes em todos os seres vivos (,;opolímero)
ácidos nucléicos: existentes no núcleo das células vivas e responsáveis pelas
características genéticas dos seres vivos. Reação de copolimerização

h l po/bnaos sintéticos ( ou resinas sintéticas): são os polímeros fabricados pelo


homem, a partir de moléculas simples. Nesta classe estão o nylon, o polies- e) polímeros de condensação: quando o polímero é obtido pela soma de dois
tircno, . o PVC, etc. O estudo dos polímeros sintéticos constituí o principal tipos de moléculas diferentes, com saída simultânea de uma molécula pequena
objetivo deste capítulo e será feito mais adiante com maiores detalhes. (H 2 0, NH 3 , etc)
IOI FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 509

,;1/0 Mesmo que a cadeia apresente ramificações ( desde que a ramificação não
-C +···- "ligue" uma cadeia a outra cadeia vizinha) o polímero continua sendo conside-
~···
rado linear:
hcxametilenodiamina ácido adípico
(diamina) (diácido)
(1. 0 monômero) (2. 0 monômero)

borracha natural (latcx)

nylon - 66 Polímeros lineares dão origem a materiais termoplásticos, isto é, plásticos


(poliam ida) que podem ser amolecidos pelo calor quantas vezes quisermos e, ao resfriarem,
(polímero por condensação) eles voltam a apresentar as mesmas propriedades iniciais.

Reação de condensação J b) polímeros tridimensionais: quando a macromolécula se desenvolve em todas


as direções.
Seja, por exemplo, o caso da vulcanização da borracha natural; neste pro-
.1) Quanto à cadeia atómica cesso a borracha reage com compostos de enxofre, de tal modo que átomos de
enxofre passam a servir como "pontes" de ligação entre uma cadeia e sua vizi-
a) pol(meros de cadeias homogéneas: quando a cadeia é formau .. apenas por áto- nha (ligações cruzadas):
mos de carbono.

CH2 - CH 2 - CH 2 - CH 2 - CH 2 - CH 2 - CH 2 1

polietileno s
1
••• - CH2 - C ··· CH
h) 1wUmervs de cadeias heterogéneas: quando na cadeia aparecem átomos dife- 1 1
rentes do carbono (ou, de um modo mais geral, átomos diferentes entre si). CH3• S1
- CH, C - CH - CH 2
• 1 1
li H O O CH3 S
1 1 li li 1
N CH2 -CH2 -CH2 -CH2 -CH2 -CH2 -N -C--CH2 - CH2-CH2 -CH 2 • C-···
nylon-66
Deste modo obtemos a borracha vulcanizada (contém de 5 a 8% de enxô-
CH 3 CH 3 CH 3 CH3 CH 3 fre), que é mais elástica. mais resistente e menos sensível ao calor e aos agentes
1 1 1 1 • 1 atmosféricos que a borracha natural.
Si O .._Si - O - Si -- O -- Si - O - Si -·· O - •••
1 1 1 1 1 Aumentando-se a porcentagem de enxôfre, aumenta o número de ligações
CH 3 Clh CH 3 CH 3 CH 3 cruzadas em todas as direções do espaço:
Silkona
Deste modo obtemos a ebonite (contém de 25 a 30',)f, de enxofre) que não
4) Quanto à estrutura final do polímero é mais elástica (é rígida) mas que apresenta uma grande dureza e resistência me-
cânica.
a) fJOlimnos lineares: quando a macromolécula é um encadciamcnto linear de Polímeros tridimensionais dão origem a materiais termofixos. Nestes casos,
átomos. ao menos a última fase de produção da macromolécula deve ser feita simultanea-
Clfz - crii - Clh - CH2 · · CH2 ... CH2 - CH2 - Cll2 - mente com a modelagem do objeto desejado. Em outras palavras, uma vez pron-
polietileno tos. esses polímeros não podem ser novamente amolecidos pelo calor (um aquc-
110 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 511

A tecnologia moderna nos oferece, quase diariamente, novos tipos de ma-


teriais, como por exemplo:
- plásticos compostos ou reforçados: quando ao polímero nós adicionamos
outros materiais (como, por exemplo, fibra de vidro) para aumentar sua resistência.
- plásticos expandidos: o exemplo mais comum é o do isopor. Ao polies-
tireno são adicionados gases; por aquecimento, os gases se expandem e o plástico
"incha" dando o isopor, que é extremamente leve e ótimo isolante térmico.

PRINCIPAIS POLIMEROS SINTÉTICOS

POLfMEROS DE ADIÇÃO

Quando o polímero é formado pela adição de moléculas de ml)._ ~(> mon(>-


mero.
1) Polímeros vimlicos:

Quando o monômero inicial apresenta o esqueleto ',,,,,.e = C, , que lem-


/

macromolécula tridimensional bra o radical vinila CH 2 = CH -.


a) Polietileno: obtido do etileno ou eteno -B(:--
cimento excessivo causará decomposição e até queima do material mas nunca seu
11molccimento) e conseqüentemente, esses polímeros não podem ser reaproveita-
dos industrialmente na moldagem de novos objetos - daí o nome de polímeros O polietileno é um dos polímeros mais usados atualmente. Ele é muito
trrmofixos. empregado na fabricação de folhas (toalhas, cortinas, envólucros, etc), recipien-
tes (sacos, garrafas, baldes, etc), canos plásticos, no isolamento de fios elétricos, etc.

l
!\: > Classificações industriais
b} Polipropileno: obtido do propileno ou propeno v-::;;
São as classificações que dizem respeito às aplicações práticas dos polímeros.
Uma classificação bastante ampla é a que divide os polímeros em:
a) elastómeros: quando apresentam "propriedades elásticas" acentuadas; é
o caso das borrachas naturais e sintéticas. O polipropileno é mais duro e mais resistente ao calor que o polietileno.
1

b) plásticos: quando se apresentam no estado sólido, mais ou menos rígido; :É muito usado na fabricação de artigos moldados e fibras.
é o caso do polietileno, do poliestireno, do cloreto de polivinila (PVC), etc. c) Poliisobutileno: obtido do isobutileno ou isobuteno
É verdade também que muitos "plásticos", em menor grau de polimeriza-
ção, se prestam muito bem à produção de tintas, vernizes, lacas, etc; é o caso do 3
acetato de polivinila (PVA). n CH2 = ~H ---- (·· - CH2 -~H~ ···)
CH3 CH3 n
e) fibras: quando o polímero tem grande resistência à tr.ação mecânica e,
cm conseqüência, se presta bem à fabricação de fios; é o caso do nylon, do po- Ele constituí um tipo de borracha sintética denominada borracha butilica,
liéster, etc. muito usada na fabricação de "câmaras de ar" para pneus.
r

112 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 513

d) l'oliestireno: obtido do estireno 2) Polímeros acn1icos:


n CH 2 = CH Quando o monômero apresenta a cadeia do ácido acrílico

@ c-CH, ~ - - · · ) , CH 2 = CH - COOH
a) Polimetacrilato de meti/a: é obtido a partir d? metil-acrilato de me1ila
ou abreviadamente metacrilato de metila.
O poliestireno é outro plástico de grande uso no mundo atual. Ele se pres-
la muito bem à produção de artígos moldados como pratos, copos, xícaras, etc.
l'.k é bastante transparente e bom isolante elétrico.
Expandindo, a quente, por meio de gases, o poliestireno dá origem ao isopor.
(
•• - CH, - ia~~' "
CH 3 )

Este plástico é muito resistente e possui ótimas qualidades ótícas; por isso
e) Cloreto de Polivinila ou Policlorcto de Vinila (PVC): obtido do cloreto
é muito usado como "vidro plástico", conhecido pelo nome de plexig)as ou lucite;
til' vinila
ele é empregado em lentes para óculos infantis, frente às telas dos televisores, em
n CHi = CH ••• -- Clh - <rH - ·--) parabrisas de aviões, nos "vidros-bolhas" de automóveis, etc; normalmente o ple-
1 ( xiglas é transparente, mas pode ser colorido pela adição de outras substancias.
CI CI n
b) Poliaailonitrila: obtido da nitrila do ácido acrílico ou acrilonitrila
O PVC, juntamente com o polietileno e poliestireno, constituem os três
"111i1iorcs" plásticos da atualidade. O PVC tem boa resistência térmica e elétrica. n CH 2 = CH
Com o PVC "duro" são fabricadas caixas, telhas, etc. Com plastificantes o PVC 1
CN
torna-se mais mole, prestando-se então para a fabricação de tubos flexíveis, luvas,
sapatos, "couro-plástico" (usados no revestimento de móveis estofados, automó- É usado essencialmente como fibra textil; sua fiação com algodão, lã ou
wis, etc). seda produz vários tecidos, conhecidos comercialmente como orlon, acrilan ou
dralon, muito empregados especialmente para roupas de inverno.
f) Acetato de Polivinila ou Poliacetato de Vinila (PVA): obtido do acetato
de vinila:
/ 3) Polímeros diênicos:
n CH 2 = CH .. • CH2 - ~H - ···)
1 ( Quando o monômero apresenta a estrutura de um dieno conjugado
CH 3 - COO CH 3 - COO n '-...,, /
C=C--C=C •
O PVA é usado na produção de tintas à base de água (tintas vinílicas), de / 1 1 '-'
adesivos e de gamas de mascar. • os polímeros desta classe constituem vários tipos de "borracha sintética":

a) Polibutadíeno ou Buna: obtido a partir do butadieno - 1, 3 (eritreno),


g) Teflon ou politetrafluoretileno (PTFE): obtido a partir do tetrafluorcti- por adições• l, 4:
lcno
n CH 2 = CH - CH = CH 2
CD 2 3 ©
É o plástico que melhor resiste ao calor e à corrosão por agentes químicos;
por isso, ele é muito usado, apesar de ser caro; seu maior emprego é em equipa- Este polímero constitui uma borracha sintética, não totalmente satisfatória;
mentos para a indústria química (encanamentos, válvulas, registros, etc); atual- por este motivo o butadieno • 1, 3 é, hoje em dia, copolimerizado com outras
mente é usado também como revestimento em "panelas de teflon". substâncias, como veremos mais adiante.
114 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 515

b) Poliisopreno: é obtido do metil - butadieno - 1, 3 (isopreno)

n CH2 = <r - CH = CH2 - - - ( ••• - CH2 - <r = CH - CH2 - ••• )


CH 3 CH3 n

Este polímero possui a mesma fórmula da borracha natural e é muito em-


pregado na fabricação de carcaças de pneus. •

e) Policloropreno ou neopreno: obtido pela polimerização do 2 - cloro - bu-


A buna-S é uma borracha muito resistente ao atrito; por isso é muito em-
pregada nas "bandas de rodagem" dos pneus. '
c) Buna-N ou Perbunam
tadicno - l, 3 ou cloropreno.
x CH 2 = CH
1
+ y CH2 = CH - CH = CH2
CN

O neopreno é uma borracha sintética de ótima qualidade; resiste muito bem


;h tensões mecânicas, aos agentes atmosféricos e aos solventes orgânicos; é em-
, acrilonitrila butadieno - 1, 3

pregado na fabricação de juntas, tubos flexíveis e no revestímento de materiais


elétricos.
A buna-N é uma borracha muito resistente aos óleos minerais; sendo assim,
ela é muito usada na fabricação de tubos para conduzir óleos lubrificantes em
máquinas, automóveis, etc.
COPOLfMEROS ~- \\,;;,

Quando o polímero é obtido a partir de dois (ou mais) monômeros ~if~-


rcntes.
a) Saran: POLIMEROS DE CONDENSAÇÃO

Cl Quando o polímero é obtido pela reação de dois monômeros com elimina-


1
=C . ç_ão simultânea de uma substância mais simples (H 2 O, NH 3 , etc). -
1
Cl a) Polímero fenol-formaldeído ou baquelite
,·lmcto de vinila cloreto de vinilideno

O Saran é um polímero muito resistente aos agentes atmosféricos e aos sol-


ventes orgânicos; é empregado na fabricação de tubos, "plásticos" para estofa-
menta de automóveis, folhas para envôlucros de alimentos, etc.
b) Buna-S, borracha GRS ou borracha SBR

Este é o primeiro estágio da reação; o polímero é predominantemente linear


e tem massa molecular relativamente baixo; é conhecido como novolac e é em-
estireno butadieno - 1, 3 pregado em tintas, vernizes e colas para madeira.
1111 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 617
t,
A reação, no entanto, pode prosseguir dando origem à baquelite, que é um e) Polímero melamina-formaldeído ...·.,·.· .. •. . : N__ ,."-: ..
polímero tridimensional (termo fixo).
ou Melmac
H2~-f )'-NHi •
OH OH OH OH Nylll'
É de estrutura idêntica ao anterior,
CH,©CH, trocando-se a uréia pela melamina. É usa- _NHt
• ~CH,@CH,-·· do na fabricação de discos musicais.
1.

© /
melamina
H
CH2
d) Poliésteres ou resinas alquídicas
C'1t.
Resultam da reação de esterificação de poliácidos ( ou seus anidridos ou
... CH,@' seus ésteres) com poliálcoois. Um dos poliésteres mais simples e mais importantes
no mundo atual é aquele obtido pela reação do éster meh1ico do ácido tereftá-
OH Oq lico com o etileno-glicol:
OH Oq
.. :_·_~CH3looc-@-coo\ctt3 + HO t CH2 - CH2 ~ : : ~ ... -
A baquelite é o mais antigo polímero sintético de uso industrial ( I 909);
ela se presta muito bem à fabricação de objetos moldad~s. - ... (- ooc--@-coo - CH2 -- CH2 ~)~·· + 2 CH3OH

b) Polímero uréia-formaldeído: Este polímero é a principal fibra textil da atualidade e recebe os nomes
de terilene ou dacron. Em mistura com outras fibras (algodão, lã, etc) constitui
o tergal.
···-N-···
1
C=O
1 Outro poliéster importante é o gliptal, obtido pela reação do anidrido ftá-
N --- CH 2 - N - ••• lico com a glicerina:
1
C=O
1
••• -- N - Clh - N -
1
C=O
1
... -- N -- ...

O polímero é tridimensional e portanto termofixo. Quando puro é trans-


parente e foi usado como o primeiro tipo de vidro plástico; no entanto, ele aca-
ba se tornando opaco e rachando com o tempo; este defeito é evitado com a
aJíção de celulose; agora, porém, ele perde sua transparência, sendo então usado
para a fabricação de objetos translúcidos. Atualmente esse polímero é usado em
vernizes e resinas, na impregnação de papéis. As resinas fenol-formaldcído e uréia-
formaldeído são usadas na produção da fórmica.
1118 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 519

O glíptal é muíto empregado na fabricação de tfotas secativas ou não. 9) nos compostos abaixo, quaís poderão
formar polímeros? Quando possível.
;/'.,,e) Poliamidas ou nylons mencione a reação plausível c diga se o

São obtidas pela reação de polimerização de diaminas com ácidos dicarbo-


polímero é predominantemente linear ou = e - e = CH2
tridimensional. Ól3 CH3
x ilicos. O mais comum é o nylon-66 resultante da reação da hexametilenodia-
mina com o ácido adípico: l O) Escreva as equações de formação dos po·
tímcros resultantes das reações entre:
a) acrilato de metila e metacrilato de
etila
b) estireno e cloropreno
c) guanidina
NH2
(HN = C/
Outro importante é o nylon-6 ou perlon obtido por aquecimento da capro- '--NH2
lactama. e formaldeído
d) CH2 = CH - COOH d) ácido oxálíco e glicerina

11

(_,

Os nylons são plásticos duros e têm grande resistência mecânica. São mol- (

dados em forma de engrenagens e outras peças de máquinas; em forma de fios


prestam-se à fabricação de cordas, tecidos, etc.

) 1
''
. [.{l"(.l .,-~.f, {-·(/j '-19 /. ,.S ~..I [}: 1,/ ~ .(11"}

EXERCfCiOS E TESTES

1) Defina: a) monômero; b) polímero. 5) O mesmo polímero pode ser usado como


"plástico" e como ''fibra textil"? .. i
2) Em sua opinião, quais os polímeros mais
importantes, os naturaís ou os sintéticos? 6) Que é um "plástico expandido"?

3) Que é reação de copolimerização? 7) Como podemos distinguir uma silicona


de uma borracha?
4) Defina e dê a característica estrutural de:
8) Dê as fórmulas dos seguintes polímeros:
a) polímeros termoplásticos;
b) polímeros termofixos.
a) PVC; b) Teflon; c) Plexiglas; d) Neo-
preno; e) Terilene; f) Nylon~6. y / •.

'/ \
I A

ANALISE ORGANICA

Já tivemos uma idéia geral sobre Análise Química, no volume Ili - Físico-
Química, ao tratannos da Análise Volumétrica. Pois hem, o mesmo esquema con-
tinua válido para a Análise Orgânica em particular:

1 lê EXl'CUTAIJA VISANDO: 1
CIIEGA.,SE A:
1 POR: 1
1 prucc-s.s,m; mccâ~ M!1,arar as 1 substância
ANÁLISE 1 nkos. e físicos s.u bstâncias de 1 puro
IMEDIATA j de ~e paração uma mistura 1
e purüld·Jas
1
processos <le qu.lis. são 1
QUALITAHVA "pi:;squit:;.1" o:s elementos. 1 eomposi1·ao
~xis-kntts na 1 l:t:nksimal
ANÁLISE {

Capítulo 25 ANALISE
ORGÂNICA
ELEMENTAR
QUANTITATIVA
procl.'.ssus dt"
su hst•1nda ~

t1U:untu há tk 1
1}
1 •
fórmula
º"Lh1~1..•m" cada elt!tnento'! 1 mínima
1
, ~
DETERMINARÇÃO DA
MASSA MOLECULAR
proa~!-.os. f ( s.i cos
cJu fís.h.:o-químicos
drkru,.inar a
massa rnokçular
j fórmula
molecular

ANALISE ORGANICA
ela substância [
1
rca,õcs química.., c()rno r.~tão 1 fórmula
ANÁLISE cs.p<.•dfü::as ou arrumado.~ o~ 1 c:i1trutur.al
ESTRUTURAL j prot"\.'SSOS fí s.i L"O• álomos lltmtro 1
1 químicos <lo1 rnoll~cu!a'!
1
ESQUEMA GERAL
ANÁLISE IMEDIATA
ANÁLISE ELEMENTAR Apesar do grande progresso das Sínteses Orgânicas, que dia a dia, nos cria
Qualitativa 11ovns produtos, a Análise Orgânica continua tendo uma importância enorme. De
Quantitativa foto, a Análise controla e orienta os passos da Síntese, já que a primeira vai
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E FÓRMULA MÍNIMA isolando e identificando os novos produtos se são sucessivamente produzidos pela
DETERMINAÇÃO DA MASSA MOLECULAR segunda. Em resumo podemos dizer que foi o desenvolvimento e o entrosamento
ANÁLISE ESTRUTURAL ..:ada vez maiores dos Processos de Síntese e de Análise Orgânicos. que permi-
Processos químicos tiram o desenvolvimento enorme da Químil:a Org:inica, no século XX.
Processos físico-químicos
Cromatografia
Espectroscopia infravermelha
EXERCICIOS
ANÃLISE IMEDIATA

Análise imediata é um conjunto de processos que nos permi-


te separar e purificar as substâncias existentes numa mistura.
122 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 523

A Análise Imediata é de grande importância na Químíca Orgânica porque, - destilação a "vácuo" (ou destilação a pressão reduzida): quando as subs-
muito dificilmente, nós iremos encontrar uma substância orgânica já pura. De tâncias a separar sofrem decomposição por aquecimento; neste caso, o aparelho
fato, quando a substância é proveniente do reino vegetal ou animal, ela vem nor- de destilação é ligado a uma bomba de vácuo; com a redução da pressão inter-
malmente misturada com várias outras substâncias - torna-se necessário então, na, as substâncias irão destilar a uma temperatura mais baixa, diminuindo-se o
separá-las e purificá-las. E mesmo quando a substância é preparada sinteticamen- risco de decomposição.
te, através de uma reação feita em laboratório ou na indústria, ela estará freqüen-
lcmcnte impurificada por outras substâncias, formadas em reações secundárias, - destilação com "arraste de vapor": qq.ando devemos separar uma quan-
que são muito comuns em Química Orgânica - mais uma vez é necessário sepa- tidade pequena, de uma substância sensível ao calor, que está presente numa
rar e purificar a ,substância desejada. mistura muito complexa; neste caso, passamos vapor de água através do balão
de destilação, que "arrastará" a substância desejada para fora da mistura inicial.
Os processos de separação das substâncias orgânicas são os mesmos proces-
sos gerais de separação, que foram estudados no volume I - Química Geral -
CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA: para a separação de misturas de subs-
do nosso Curso de Química. Em particular, no campo da Química Orgânica, os
dois processos de separação mais usados são: tâncias sólidas.

DESTILAÇÃO FRACIONADA: para a separação de misturas de substâncias


líquidas. • • de
retíriarnento -

água de
- resfriamento

~ funilromum

ml11ura
• aeparar
para a pia
• "' 1
chapa de aqucdmento ~létriro
ml&tu.ra +
Kllvente

s11bdineia purificad~ _..- Filtração


Aqueclrnent• Filtração
simple• .. a vácuoº
com refluxo
Considerando que as misturas orgânicas são, em geral, muito complexas e
considerando também que, freqüentemente, as substâncias orgânicas sofrem de-
composição quando aquecidas, iremos entender porque, muitas vezes, a destilação A mistura é colocada num erlenmeyer, juntamente com um solvente (ou
é feita com aparelhos e técnicas mais complicados; por exemplo: mistura de solventes) apropriado, e aquecida em refluxo (o condensador vertical
evita a perda do solvente por evaporação); com isso a substância desejada e algu-
- destilação com retificação: quando as substâncias a separar têm pontos mas impurezas se dissolvem e outras impurezas não; as impurezas insolúveis são
de ebulição muito próximos; neste caso "alonga-se" o caminho percorrido pelos retiradas por uma filtração simples, feita a quente; a seguir deixa-se esfriar a so-
vapores em destilação, intercalando-se entre o balão e o condensador, uma colu- lução; a substância desejada cristaliza e as demais impurezas permanecem ainda
na de retificação (tubo vertical, de vidro, cheiro de cacos de porcelana); com em solução; finalmente separam-se os cristais da substância desejada, com auxfüo
cate "artifício" a separação das substâncias é mais perfeita. de uma "filtração a vácuo".
ouiMICA ORGÂNICA 525
524 FEL TRE - SETSUO

Outros processos também utilizados na separação e purificação de substân- ANÁLISE ELEMENTAR QUALITATIVA
das orgânicas são: decantação, sublimação, extração, etc.
Aqui vamos "pesquisar" a existência de C, H, O, N, S, halogênios, etc, em
nossa substância-problema (abreviadamente designada por S.P., de agora em
Urna vez aplicados os processos de purificação, devemos 1•erificar se a subs· li iante):
tânda foi realmente piu-ificada ou não. Recorremos então aos critérios de pureza
já mencionados no volume I - Química Geral. Os critérios de pureza mais usados 1) Pesquisa de carbono e hidrogênio
cm Química Orgânica são as medidas das seguintes constantes fi'sicas: É decisiva, pois a existência ou não de C e H, indicará se a S.P. é realmen-
ponto de fusão (para substâncias sólidas) te uma substância orgânica ou não.
.. ponto de ebulição (para substâncias líquidas) Algumas indicações preliminares já nos levam a acreditar que uma substân-
1.:ia é orgânica; assim, por exemplo, substâncias inflamáveis, substâncias combu&-
índice de refração (para substâncias líquidas)
tiveis, substâncias que queimam com chama fuliginosa (como a chama de uma
Na verdade, o processo completo de purificação de uma substância é bas- vela. que deixa uma mancha preta sobre urna porcelana) são, com grande certe-
tante trabalhoso; "purífica-se" a substância e mede-se uma constante física; "pu- ia, substâncias orgânicas.
rifica-se" uma segunda vez e torna-se a medir a mesma constante física; e assim No entanto, a prova irrefutável da existência de C e H numa substância
por diante, três, quatro, cinco ou mais vezes, até duas medições consecutivas da nos é dada aquecendo a mesma com óxido cúprico; o óxido cúprico liberta oxi-
mesma constante física não revelar alteração apreciável; só então considera-se que genio segundo:
a substância em estudo foi realmente purificada.
2 CuO

Este oxigênio "queima" a S.P. dan-


do:
ANALISE ELEMENTAR
C (da S.P.) + 2[0] (do CuO) ~ C02

211 (da S.P.) + [01 (do CuO) - H20


A análise elementar visa determinar:
O CO 2 borbulha numa solução de -- solução de
quais são os elementos existentes na substância - ,._ Ba(OHh
( ANÃLISE ELEMENTAR QUALITATIVA) Ba(OHh. turvando-a em virtude da for-
mação de BaC0 3 (que é branco e inso-
quanto há de cada elemento na substância em e~tudo
lúvel em água):
(ANÃLISE ELEMENTAR QUANTITATIVA)
CO 2 + Ba(Ollh - BaC03t + H20

A H 2 O sai na forma de vapor e se condensa, na forma de gotículas, no


Evidentemente a Análise Elementar Orgânica preocupa-se, em primeiro lugar, tubo de saída.
os elementos mais comuns nas substàndas orgânicas (elementos organóge-
l'lllll Em resumo:
nos): C, H, O, N, S e halogênios. a turvação da solução de Ba(OIJh "indica" a presença de carbono na S.P.
Nas moléculas orgânicas. esses elementos estão, normalmente. ligados entre - a formação de gotículas "indica" a presença de hidrogênio na S.P.
si por ligações covalentes, de modo que são pouco reativos; esta baixa reativida-
de iria dificultar as "reações de análise"; por isso, a Análise Elementar Orgânica
2) Pesquisa de nitrogênio, halogênio e enxofre
11romra sempre destruir a substância orgânica, transformando seus elementos em
1v111pmtos inorgânicos ou "minerais", que são muitu mais reatfros •- esta téc- Substância que queima, "com cheiro de cabelo queimado", contém, quase
11ica é denominada mineralização da substância orgânica. certamente, nitrogênio.
1

FEL TR E - SETSUO OUIMlCA ORGÂNICA 527

Tocando-se um fio de cobre limpo numa substância, levando-o à chama oxi- 1) Dosagem de carbono e hidrogênio (método de Liebig)
dante de um bico de Bunsen e aparecendo uma coloração esverdeada, é quase
ccrtll que a substância contém halogênio (este é o chamado teste de Beilstein).
navícula de
tubo de
por-c-clana
Entretanto, a prova decisiva da existência de nitrogénio, halogênio ou en- fornos de tuba de vidro com
com o S.P.
. ./ aquecimento vidrn t·orn NaOH + CaO
xofre, numa substância orgânica, nos é dada pela fusão da substância com sódio lubo de --- 1
quartzo ~-~--"--~)
metálico. (Método de Lassaigne). Neste caso teremos:

Na + e (da S.P.) + N (da S.P.) -L NaCN puro

/'; '\
Na + X (halogênios da S.P.) NaX CuO retenção de HiO

2 Na + S (da S.P.) Na 2 S
Uma massa conhecida da S.P. é colocada numa navícula de porcelana e
Notem que, nesta "mineralização", o N, X e S da substância orgánica são aquecida num tubo de quartzo, cm corrente de oxigénio puro. Pela ação do oxi-
transformados em compostos minerais ou inorgânicos (NaCN, NaX e Na 2 S res- gênio e do CuO, a S.P. queima, de tal modo que:
pcçtivamente). Ora, esses compostos inorgânicos podem ser facilmente identifica- e (da S.P.) + 02
<lns pelas reações usuais da Qulmica Anal(tica Inorgânica:
2 H (ela S.P.) -t !12 02 H 2 O (vapnr)
NaCN FcS04 +FeCl3
Na 4 (Fe(CN)6] Fe 4 (Fe(CN)6 h
meio ácido O CO 2 e o vapor de água são arrastados para diante, pela corrente de oxi-
azul da Prússia
(cor azul intensa)
gênio; a água é absorvida por Mg(ClO 4 h e fica retida no primeiro tubo; o CO2 é
absorvido pela cal sodada e fica retido no segundo tubo. Pelo aumento de peso
AgCl - precipitado branco desses doís tubos ficamos sabendo quais foram as massas de H2 O e C02 respec-
AgN03
NaX meio nítrico AgX.). AgBr prccipi tado amarelado tivamente produzidos; a partir dessas, por meio de um cálculo estequiométrico,
calculamos as massas de carbono e oxigénio existentes na amostra inicial da S.P.
Agi - precipitado amarelo
HgCl2 Exemplo: 0,0504 g de uma substância orgânica produziram O, 1584 g de
Na2S HgS.). (precipitado preto)
meio ácido CO 2 e 0,0648 g de H 2 O. Quais as massas de carbono e hidrogénio existentes
na amostra? (H = 1; C = 12; O= 16).

E assim por diante, existem reações para pesquisar inúmeros elementos que Calculando:
podem aparecer nas substâncias orgânicas.
e + 02 ~~-
C02 }
12 44
X 0,0432 g carbono
ANÁLISE ELEMENTAR QUANTITATIVA
0 0,1584
2H
Aqui vamos "dosar" a quantidade de C, H, O, N, S, halogénio;. etc, exis- ·,
lcntes cm nossa S.P.
y = 0,0072 g hidrogénio

A Análise Quantitativa Orgânica usa também os processos gravimét•'cos (me-


2) Dosagem de nitrogénio
didas de massas) e os processos volumétricos (medidas de volumes de soluções
litula<las), que já foram mencionados para a Análise Inorgânica (volume III - a) Método de Dumas: num tubo de quartzo, semelhante ao da figura ante-
F1sico-Quúnica). rior, queima-se urna massa conhecida de S.P. em corrente, não de oxigênio puro,
. -~ - __:_ -··-·-· ....,......•
- - - - · .. ~ . . . ! ' ~ - - - - - -

12B FEL TRE - spsuo QUÍMICA ORGÃNICA 529

mas sim de CO 2 puro. O nitrogénio da S.P. é transformado cm N2 gasoso; seu cálculo da massa de nitrogênio na S.P.:
volume, pressão e temperatura são medidos e, com auxílio das fórmulas dos gases,
calculamos a massa de nitrogénio existente na amostra inicial. N NH3 }
1 4 - - - - 17
0 0.0102
x = 0,0084 g nitrogênio
Exemplo: 0,0900 g de uma substância orgânica produziram 33,6 ml de
nilrogénio, nas condições normais de pressão e temperatura. Qual a massa de ni•
3) Dosagem de halogénios e enxofre (Método de Carius)
lrogênio existente na amostra'? (N = 14)
Uma massa conhecida de S.P. é fortemente aquecida, num tubo de vidro
Calculando :
fechado, com HNO 3 concentrado e AgNO3 (para o caso dos halogénios) ou BaC1 2
22.400 mi N 2 (CN) - 1 mo! = 28
/v\g
33,6 mi N2 (CN) - - - - - \V
~ x --1 O,0420 g nitrogenio

(para o caso do enxofre). O I-INO 3 concentrado destroi a S.P. e teremos:

no caso dos halogênios: X AgX


BaCl2
s
1
b) Método de Kjeldahl: uma massa conhecida da S.P. é aquecida, prolon- no caso do enxofre:
~alla1m·ntc, com uma mistura de H 2 SO 4 e K2 SO 4 ; a S.P. é "destruída" e todo
Pesando-se o AgX ou o BaSO 4 produzido, podemos calcul,1r a massa inicial
St.'11 11itrogênio se transforma cm (NH 4 hSO4. A seguir, aquecemos esta solução
L'OIH uma solução concentrada de NaOH: de X ou de S.

lú:emplo: 0,0606 g de uma substância orgfoica produziram 0.1722 g AgCI.


Qual a massa de cloro existente na amostra? (CI = 35,5: Ag = 108)
O g,\s amoníaco produzido é dosado por meio de uma solução titulada de CI - - - - - A g C I
:íl.'ido ( cm geral, H 2 SO 4 ), pelos métodos usuais da volumetria. 35,5 - - - - 143,5 }
____ X ____
0,0426 g doro
@ 0.1722 ,..__ _ _ _ ___,
fü·emplo: 0,0354 g de uma substância orgânica produziram NH 3 , que foi
lolalmcnte recolhido cm 10,0 mi de H 2 SO 4 0,1 N; o excesso do ácido foi titulado 4) Dosagem de oxigênio
L'om NaOH 0.1 N, empregando•se 4,0 mi. Qual a massa de nitrogênio existente
1111 ,nnostra'? (1-1 = 1; N = 14) Devido à dificuldade técnica em se dosar o oxigênio existente numa subs-
tância orgânica, esse elemento é "calculado por diferença"; isto é. dosa-se pri-
meiro todos os outros elementos existentes na S.P.; no final, a '"massa que falta"
Calculando: para completar a massa total da S.P. é atribuúla ao oxigénio.
quantidade <le H 2 SO 4 empregado= 10,0 mi H 2 SO 4 0,l N
quantidade de H2 SO 4 cm cx..:esso:
·LO mi NaOII 0,1 N equivalem a 4,0 mi H2 SO 4 0,1 N
COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E FORMULA MfNIMA
quantid,1llc de lhSO 4 realmente gasto:
1O.O - 4,0 = 6,0 mi H2 SO 4 0,1 N Terminada a Análise Elementar Qualitativa e Quantitativ.i podemos calcu-
lar a composição centesimal e a fórmula mínima da substãncia·problema (esses
que por sua vez correspondem a:
cálculos já foram explicados detalhadamente no volume I · · Química Geral).
1>,0 mi Nl-h 0,IN produzidos
Voltemos ao primeiro exemplo, dado na dosagem do carbono e hidrogênio:
cálculo da massa de NH 3 :
0,0504 g de uma substância orgânica produziram O, 1S84 g d~ CO2 e 0,0648 g
lliO. Qual sua composição centesimal1 Qual sua fórmula mínima'?
N ,_ il1~ { 0,1 = l? X 11~_
006 { m = 0,0102 g NH 3 ,11 "' 1; e = 12; o= 16)
130 FEL TRE - iTsuo
I
/ QUÍMICA ORGÃNICA 531

Já havíamos calculado que as 0,0504 g da S.P. encerram 0,0432 g i:arbono No entanto, ela é indispensável na determinação da fórmula molecular da
l' 0,0072 g hidrogênio. Daí teremos: ' substância-problema. De fato, no cálculo anterior chegamos à fórmula mínima.
CH 2 ; ora nenhuma substância orgânica poderá ter essa fórmula molecular, pois
- Cálculo da composição centesimal: ela contraria a tetravalência do carbono; conseqüentemente a fórmula molecular

~
ll,0504 g S.P. o,0432 g e ~ {fórmula verdadeira) da substância em estudo deverá ser um múltiplo de CH 2
x= 85,7% e - C2H4, C3H6, C4Hs, ... , (CH2)n - o que corresponde a toda a fam11ia dos
100% 0 alcenos e dos ciclanos. Qual será, então, a fórmula real da nossa substância-pro-

l
0,0504 g S.P. 0,0072 g H } blema? Só a determinação de sua massa molecular é que poderá indicá-lo.
y = 14,3% H
100% G)
Na determinação de massas moleculares devemos considerar dois casos prin-
Notem yue 85,;% C + 14,3% H ,~ 100,0% totais. Dadas as dificuldad,·s prá- cipais:
ticas de uma análise química, devemos tolerar um erro de 0,1 a 0,2% no total.
No cnlanto, se a soma se afastar muito de 100%-, a d1j'erença como já dissemos
.vmi urribui'da ao oxigênio. 1) Quando a substância é um gás ou um líquido volátil
Pesa-se cuidadosamente uma pequena amostra da S.P. e determina-se o seu
Cálculo da fórmula mínima: volume, no estado gasoso, em condições conhecidas de pressão e temperatura.
Podemos fazer este cálculo a partir da composição centesimal: A seguir, aplicamos os cálculos já vistos, no estudo dos gases (volume I -
Química Geral):
divisão pelas divisão pelo menor Fórmula
massas atômicas dos resultados (7,15) mínima Volume Molar = 22,4 ,li (CN)

X'i• ' 7"'·C 85 •7 = 7 15 7,15 = 1 -


,, , - 12 ' 7,15 PV P'V'
r=r e PV = m RT
M
14,3 = 2 _
7,15
onde: 8 H 2 = densidade do gás ou vapor em relação ao
Como poderíamos fazê-lo também a partir das próprias massas de carbono hidrogênio
e hidrogénio, que foram anteriormente obtidas:
M = 28,9 óar onde: bar = idem em relação ao ar

divisão pelas divisão pelo menor Fórmula


massas atômicas dos resultados (0,0036) mínima
Exemplo: Vamos supor que, no exercício anterior, onde chegamos à fór-
0,0432 g e --- º·º1~ 2 = 0,0036 0,0036 = l -
0,0036 •
mula mínima CH 2 , o enunciado ainda acrescentasse --· a S.P. é um gás 14 vezes
mais denso que ·o hídrogênio.
0,0072 g H - o,o~n = 0,0072 0,0072 _ ' ) _
0,0036 - ~ Calculando:

1 M = 2 óH 2 1 - M = 2 X 14 - 1 = l--}
M 28

DETERMINAÇÃO DA MASSA OU PESO MOLECULAR 1n = 21


Fórmula Molecular = (CH2 )n M = 14n

~
Essa determinação não é feita por análise química, mas sim por processos E portanto a fórmula molecular procurada seria
físicos ou físico-químicos.
1
:
1!132 FEL TRE - ~ETSUO auiMICA ORGÂNICA 533 1

2) Quando a substância é um sólido Supondo agora que a fórmula procurada seja

Lançamos mão das pMpriedades coligativas, que tamhém já foram estuda- Cx Hy 0 2 ~ ma&sa molecular "" 74 (dado)
das (volume IIl - Físico-Química):
teremos:
na criomctria e l'it = K 1000 rn
100'.lr comp. - - 48,64% C
ebulimnctria m'M
para o e
1 74 comp. --- ( 12 X) C f B
~ B
na osnwrnctria: PV =~RT I00'l <.:ornp. 8.16'/,c H
1
form. molecular
para o H
1 74 comp. (1 y) H
C3H6O 2 1
Exemplo:Um grama de substância orgánica foi dissolvida em 19,3 gramas 100% comp. - - 43,20'/4- O

f B
de :ícido acétírn, produzindo uma soluç:10 que solidifica a !4JºC. Qual a massa para o O
molecular da S.P.? 1 74 comp. (16 z) O

Dados: temperatura de congelação do ácido acético puro = l ó,7°C


constante criométrica do ácido acético = 3 .86ºC para 1000 g do
solvente
ANALISE ESTRUTURAL

l
Calc11la11do:

1000 m Mesmo chegando à fórmula molecular da substància-problema, não podemos


l\t =Kc ni'ivl } l6.7 - 14,7 = J,86 X IODO XI M = 100 afirmar que a substância está totalmente identificada. porque na Quíryiica Orgú-
19.3 X M
nica podem existir muitos isômeros apresentando a mesma fórmula molecular.
Assim, no exemplo anterior, chegamos à fórmula molecular C 3 H 6 0 2 . Mas
como estarão arrumados, dentro da molécula, esses três átomos de C, seis átomos
OBSERVAÇÁO: de H e dois átomos de Q'J
De posse da análise elementar e da massa molecular de um composto, nós
podemos calcular sua fórmula molecular. sC'/11 passarmos /!ela j<'>rmula 111(11i111a. ,-,:;:cÜ
Fsse câ/c11lo dirc!O da Jiírmula molecular é mais simples, mais rápido e menos su- Será CH 3 CH 2 e-...__OH ?
j~itu a erros.
1/0
Ou CH, •. CH
1
e ~H ?
/úc11111lo Um composto encerra 48.64'.:; de carhuno e 8,16% de hidrngê- OH
11io. Sua mass:1 molecular é 74. Qual é stw fórmula molecular?
til 1: C ~ 12: O 16) Ou CH2 CH 2 e;:::º ')

1 '--...H
Calcula11do: OH
Cll 2
N(>tcm LjUL' 4ô,64'/ C + S,l6'/i H = 56.X0'é, / '" ')
Ou CH CI-l
l'mlanlo: 1OO'C~ - 56,80'l = c\3 ,20'/c, oxigenio 1 1
OH OH
(já dissemos que o oxigénio é calculado por diferença) Etc.
134 FEL TRE - SETSUO aufMICA ORGÂNICA 535

Daí a necessidade da Análise Estrutural. PROCESSOS F(SICO-QUIMICOS DE ANÁLISE ESTRUTURAL

São mais rápidos, mais precisos e exigem menos S.P. que os Processos Quí-
micos; daí o grande impulso tomado pelos Processos Físico-Químicos, em nossos
dias. O único obstáculo é que os Processos Físico-Químicos exigem, freqüente-
mente, aparelhagem mais cara e complicada.
Dos inúmeros Processos Físico-Químicos de Análise Orgânica, nós iremos
A Análise Estrutural pode ser feita por: mencionar os dois mais empregados atualmente que são - Cromatografia e Es-
pectroscopia Infravermelha.
processos químicos
processos físico-químicos
CROMATOGRAFIA
PROCESSOS QUIMICOS DE ANÃLISE ESTRUTURAL
Neste caso nós separamos e identificamos as substâncias-problema, na me-
Consistem numa série de reações usuais da Química Orgânica visando des- dida que uma solução líquida (cromatografia em fase líquida) ou uma mistura
rnbrir, na molécula considerada, a existência de duplas ou triplas ligações, de gasosa (cromatografia em fase gasosa), contendo a S.P., percorre um papel de
:111éis, de radicais funcionais (é a Análise Funcional), etc. filtro (cromatografia em papel), um tubo com sólidos granulados (cromatografia
em coluna), uma placa de vidro com uma película sólida (cromatografia em ca-
Assim, no exemplo anterior, com respeito à fórmula molecular C3 H6 02 mada delgada), etc.
fizemos:
Vamos exemplificar, através da técnica mais simples que é a cromatografia
P! HIPÔTESE: a fórmula estrutural seria CH 3 - C :::::oº
CH 2 -
em papel, supondo que se queira separar e identificar três aminoácidos - A, B, C -
---....OH existentes numa mistura.
Ora, se a substância-problema tem realmente esta fórmula, ela é um ácido
l' como tal deve apresentar as reações usuais dos ácidos - mudança de cor dos corta-se uma tira de papel de filtro especial
indicadores, reações com as bases, formação de ésteres, etc. marca-se, com lápis, a "origem" ou "ponto de
.;;:::;O partida" (+)
2~ HIPÔTESE: a fórmula estrutural seria CH 3 - CH - C
coloca-se, _no "ponto de partida", uma gota da
' ---....H
OH mistura contendo os arnino-ácidos em estudo.
Nessa hipótese a substância é álcool e aldeído. O radical aldeído é redutor pendura-se a tira de papel num tubo de vidro,
◄ reduzos reagentes de Fehling e de Tollens), reage com NaHSO 3 , etc (verifique sem encostar nas paredes do tubo, de tal modo
as propriedades químicas dos aldeídos). O radical álcool tem também suas reações que a extremidade inferior da tira venha a mer-
características (veja o capítulo dos álcoois). gulhar numa solução especial (para a separação de
E assim por díante. amino-ácidos usam-se soluções contendo água, fe.
no!, propano!, etc).
Além disso, freqüentemente nós transformamos a S.P. num outro composto
(chamado derivado), que seja de identíficação mais fácil que a própria S.P. e que tapa-se o tubo de vidro para evitar evaporações
venha indiretamente confirmar a fórmula estrutural da S.P. Por exemplo, um áci-
do pode ser transformado num éster, cujo ponto de ebulição é mais fácil de se espera-se 2, 3, 4 horas ou mais; durante este tem-
determinar; um aldeído pode ser transformado em oximas ou hidrazonas, cuja po a solução "sobe" pelo papel, por capilaridade,
cristalização e ponto de fusão são bem característicos, etc. arrastando consigo os amino-ácidos em estudo
retira-se a tira de papel do tubo de vidro
Como vocês estão vendo, os Processos Químicos de Análise Estrutural são
bastante trabalhosos e demorados. deixa-se secar
138 FEL TRE - SETSUO
QUIMICA ORGÃNléA 637

anotam-se os pontos onde aparecem as manchas A "luz" atravessa o tubo B contendo a S.P. A estrutura e os vários radicais
dos amino-ácidos A, B e C (às vezes é necessário funcionais que existem na S.P. vão absorver, mais ou menos intensamente, os
fazer a "revelação" do cromatograma; neste caso vários comprimentos de onda existentes na radiação infravermelha.
borrifa-se a tira de papel com uma solução capaz
de colorir as manchas, tornando-as visíveis) A seguir, a "luz" atravessa um prisma especial (C) e é.decomposta nos vários
comprimentos de onda {do mesmo modo que a luz solar, atravessando um prisma
de vidro, é decomposta nas "cores do arco-iris").
Pois bem, em condições padronizadas, a maior ou menor "subida pelo pa• Um dos "raios luminosos", que tem comprimento de onda bem definido,
pcl" é uma característica de cada amino-ácido e permite identificá-lo. atravessa o furo da placa D e chega ao detector E; o detector é uma espécie de
Costuma-se indicar a "subida pelo papel" através de uma grandeza indicada fotômetro e "percebe'' quando a intensidade da radiação que está chegando é
por Rr. Seja: maior ou menor; esta informação, o detector envia ao registrador F, que marca
então sobre um gráfico a intensidade da radiação que está chegando ao deteétor.
s = distância máxima percorrida pela solução
a = distância percorrida pelo amino-ácido A Durante o andamento da análise, o prisma C gira lentamente, sincronizado
Dizemos então que o Rr do amino-ácido A é: com o tambor do registrador F. Deste modo, radiações de vários comprimentos
de onda vão passando sucessivamente pelo furo da placa D, e suas intensidades
vão sendo sucessivamente registradas no gráfico do registrador F.
1 Rr =¾ 1 No final, retiramos o papel que estava sobre o tambor do registrador F e
temos um gráfico; por exemplo:
Repetimos: em condições padronizadas (isto é, usando sempre o mesmo ti-
po de papel de filtro, a mesma solução, a mesma temperatura, etc), o Rr é uma
100
característica de cada substância química e, por isso, permite identificá-la. pun:entag<-m
n.u.lh.1ç.io
LI!.!
trnnsmttid.J 80

ESPECTROSCOPIA INFRAVERMELHA bO

Faça inicialmente uma recapitulação de ondas eletromagnéticas (volume II


Atomística). • 40

:!O

o 4
.::ompríu1. dr ondil (microns)

Este gráfico, em particular, é o


espectro do salicilato de metila, subs-
tância muito usada em pomadas con-
tra reumatismo. Cada "pico" (ou me-
lhor "depressão") do gráfico indíca
Esquematicamente, um Espectroscópio Infravermelho consiste de: uma maior absorção de radiação, devi-
do a alguma parte da estrutura ou al-
llma "lâmpada" ou "fonte" especial (A) produz "luz" ou radiação infra- gum radícal presente na molécula do
vermelha. salicilato de metila. Por exemplo:
1538 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 539

- o pico (1) indica a existência do grupo OH 6) A composição centesimal de uma subs- 0,0780 g de uma substância orgânica. No
tância orgânica é 40,00% C, 6,66% H e processo de Carius obtemos 0,0942 g de
o pico (II) indica a existência dos grupos ;; CH do anel benzênico 53,33% O. Sua massa molecular é 180. Agi a partir de 0,0624 g da mesma subs-
o pico (III) indica a função éster -COOCH 3 Calcular sua fórmula molecular. tância. Qual a fórmula molecular da subs-
m = 1; e= 12; o= 16) tância, sabendo-se que sua densidade em
os picos (IV) indicam a existência do anel benzênico relação ao ar é S,42?
7) Uma substância, de massa molecular 60, (H = l; C = 12; O = 16; Ag = 108;
o pico (V) indica a existência do grupo -CH 3 e assim por diante encerrd 20,00% C, 6,66% H e 46,66% N. I = 127)
Qual sua fórmula molecular?
Enfim, para uma pessoa com prática, um gráfico desses funciona como uma (H = l; C = 12; N = 14; O= 16) 10) Um hidrocarboneto contém 93,71% de
verdadeira "impressão digital" da substância-problema, permitindo identificá-la carbono e 6,29"A, de hidrogênio. Dissol-
com rapidez e segurança. 8) 0,0564 g de um composto orgânico pro- vendo-se S,00 g do hidrocarboneto em
duzem 0,0264 g de CO2 e 0,0108 g de 100,00 g de ácido acético glacial, a so-
H2O. Na dosagem de bromo, 0,1410 g lução congela a 15,!2°C. Qual a fórmu-
do composto produzem 0,2820 g de la molecular do hidrocarboneto?
Cumpre-nos por fim assinalar que, somente aparelhos modernos de análise AgBr. Calcular a fórmula molecular do Dados:
( Análise Instrumental), como cromatógrafos, espectroscópios infravermelho, e ou- composto, sabendo que sua massa mole- massas atômicas: H =l; C = 12; O= 16
tros, é que nos permitem "decifrar" a estrutura de substâncias muito complexas cular é 188. (H = l; e= 12; O= 16;
temperatura de solidificação do ácido
como vitaminas, honnônios, ácidos nucléicos, etc. Daí o grande progresso atual Br = 80; Ag = 108)
acético glacial = 16,64ºC
da Química Orgânica e da Bioquímica. 9) No processo de Liebig obtemos 0,0440 g constante criométrica do ácido acético
Como última precaução, logo depois de decifrarem a estrutura de uma subs- de CO2 e 0,0255 g de H2O a partir de glacial = 3,90ºC (para 1000g do solvente)
tância natural, os químicos procuram 'sintetizá-la para verem se a substância sin-
tética "empata" com a substância natural. Deste modo, têm sido descobertas vias
sintéticas para a fabricação industrial de vitaminas, hormônios, medicamentos, etc.

EXERCÍCIOS E TESTES

1) ()uais as composições cen tesimais de: 4) 0,03040 g de uma substância produzem,


a) metano; b) bromo-benzeno? por combustão, 0,04300 g de CO2 e
0,02626 g de H2O. Na dosagem de en-
111 = 1; e = 12; Br ~ 80)
xofre, uma amostra de 0,00615 g da
21 Que quantidades de C02 e H2O iremos substância produzem 0,02310g de BaSO 4 .
obter, "queimando", no aparelho de Lie- Q,w.l é a composição centesimal da subs-
hii, 0,1017 g do composto C3H7NO2? tância? (H =l; C = 12; O = 16; S ~ 32;
UI = l; C =12; N =14; O =16) Ba = 137)

.l) 32,8 mg de uma substância nitrogenada


são submetidas ao processo de Kjeldahl 5) 0,1068 g de um composto produzem
produzindo amoníaco, que é recolhido 0,1980 g de CO2 e 0,0945 g de H2O.
l'm 40,0 mi de H2SO4 0,01 N; a seguir, Pelo método de Dumas, 0,0730g domes-
lll'o necessários 2,4 mi de NaOH 0,1 N mo composto produzem 11,2 mi de N 2,
para neutralizar o ácido em excesso. Qual nas C.N. Qual a fórmula mínima do com-
u porcentagem de nitrogênio no compos- posto em questão?
to analisado? (N = 14) (H = 1; C = 12; N = 14; O = 16)
CAPITULO 1- ÃT0M0 DE CARBONO
CADEIAS CARBÔNICAS
RADICAIS 0RGÃNIC0S

1. (Med. - Santos - 72) Se não existisse o fenômeno de hibridação de orbitais o carbono


seria:
a) monovalente d) tetravalente
b) pentavalente e) hexavalente
,' e) bi e trivalente

2. (Med. - Pouso Alegre - 72) Os ângulos de ligação.híbridos sp 3 , sp 2 e sp têm, respectiva-


mente, os seguintes valores:
a) 120°, 180° e 109° d) 109°, 180° e 90°
TESTES b) 109°, 180° e 120°
e) 109°, 90° e 180°
e) 109°, 120° e 180°

DE EXAMES 3. {Med. S. Casa - 70) A molécula do metano apresenta todas as ligações C - H ê todos os
ângulos H - C - H (109° 28'} iguais. Esta observação demonstra que o átomo de cai:bo-

VESTIBULARES no se combina:
a) no estado fundamental
b) utilizando 3 elétrons em orbitais "p" e um elétron cm orbital "s".
e) utilizando 4 elétrons em orbitais "p".
-4 utilizando orbitais híbridos de orbitais "s" e "p".
, e) nenhuma das indicações é correta.

4. (Med. - U. F. Rio de Janeiro - 69) A hibridização tetraédríca sp 3 é encontrada no:


• a} etano d) benzeno
b) eteno e) cm todos eles
e) etino

5. (CESCEM - 68) Qual dos compostos abaixo possui um átomo de carbono como centro
de um tetraedro regular:
a) formaldeido )(_> dimctilpropano
b) acetileno e) ácido fórmico
e) benzeno

6. (Med. - U. F. Rio de Janeiro - 69) - No eteno:


;4) todos os átomos são copianares
'b) os 2 átomos de carbono estão em um plano e os 4 de hidrogênio (•m outro plano
e) os 2 :ítomos de carbono estão em um plano e os 2 átomos de hi<lrogçnio do carbono
1 cm outro e também em outro 2 átomos de hidrogênio do earboth} 2
d) os 2 átomos de carbono estão cm um plano e cada átomo de hidrog~nio em planos
diferentes
e) ,füpõc-se os átomos cm maneira diferente
542 FEL TRE - SETSUO IUIMICA ORGÂNICA 543

7. ((TSCEM - 72) Admite-se que para a formação do eteno ocorre uma hibridação de orbi- 1J. ( M,·d. S. Casa - 68) A união entre o grupo acetato e o meti!, no composto
tais do carbono, resultando ângulos iguais entre as ligações. Êste tipo de hibridação ( '11. 1COO - CH 3 , bem como nos outros ésteres, é por:
a) forma ligações dirigidas para os vértices de um triângulo a) covalência d) forças iônicas
b) forma ligações dirigidas para os vértices de um tetraédro e) forças de London
h J eletrovalência
e) envolve 2 orbitais s e um p
d) envolve 1 orbital s e três p , , forças de Van der Waals
e) envolve 1 orbital s e um p
11 t('(,:SCEM - 71) A scqüência que corresponde aos ní11neros de oxidação do carbono nos
H H
1 1 ,q.iuintcs compostos: monóxido de carbono, dióxido de carbono, formaldeido, ácido
K. (EE MACKENZIE - 69) Na molécula do eteno H - C = C - H as Iiga(Ões C - H da rno-
lécula são sigma do tipo: ti',rlllico e tetrafluoreto de ce1rbono é:
a) s - sp 3 ,1) + 2, + 4, -2 , + 2, -4
t 2,
.,
),1) s - sp 2 I>) -2, -4, zero. +4
-2, + 4, -2 + 2. -4
e) s - sp
,1, + 2, t 4, -2 -2. +4
d) s - sp 3 , s - sp 2 e s - sp •·l + 2, + 4, zero, + 2, +4
e) s - sp 2 e s - p
1-1 i Mcd. S. Casa - 70) Na scqüência de reações:

9. (CESCEM • 67) Os tipos de ligações existentes na molécula de propeno, CH 2 = CH-CH 3 , R


entre os átomos de:
l ) carbono l e os seus hidrogênios os números de oxidação para o átomo de carbono nos quatro membros desta série con-
2) carbono ! e carbono 2 secu tiva serão, respectivamente:
3) carbono 2 e carbono 3 + 1; + 2. d) -2; -] ; + 1. + 3.
-2; -1;
4) carbono 3 e seus hidrogênios "'
l,j -3; -1; O; + 2. e) -3; -1; + 1; + 3.
são, sucessivamente: e) -3; -1; O; + 3.
a) ligações sigma - ligações sigma - ligação pi - ligações sigma
1~- ( Med. Pouso Alegre - 73) O número de oxidação do carbono na molécula do C 2 F 4 é:
b) ligações sigma - ligações pi - ligação sigma - ligações sigma
a) -4 d) + 2
e) ligações sigma - ligação sigma e ligação pi - ligação pi - ligações sigma
b) +4 e) zero
d) ligações sigma • ligação sigma e ligação pi - ligação sigma - ligações sigma
e) - 2
e) ligações sigma • ligações pi - ligação pi - ligações sigma

10. (PUC - SP - 71) Em compostos orgânicos a hibridação sp do carbono aparece em: 16. (PUC - SP - 71) Na fórmula
a) ligações simples e origina urna configuração tetraédrica 0)CH3
b) ligações duplas e origina urna configuração linear
@1 ®
e) ligações triplas e origina uma configuração tetraédrica CD CH 3 - ®cH C - CH 3
d) ligações simples e origina uma configuração triangular 1 1

e) ligações triplas e origina uma configuração linear CH3 CH3


.são carbonos
® ®
11. {PUC - SP - 7 2) No composto CH 2 = CH- C = CH existem: primários secundários terciários quaternários
a) três ligações sigma e duas ligações pi.
a) 1,5,6,7,8 3 2 4
b) três ligações sigma e três ligações pi. 2 4
b) 1, 5 3, 6, 7, 8
e) quatro ligações sigma e duas ligações pi. e) 1, 5 2, 3 6, 7, 8 4
d) sete ligações sigma e duas ligações pi. d) 1, 5, 6 3, 7, 8 2 4
e) sete ligações sigma e três ligações pi. e) 4 2 3 1, 5, 6, 7, 8
144 FEL TRE - SETSUO OUíMICA ORGÂNICA 545

17. IC'ESCEM - 72) No etano a distância entre dois átomos de carbono é 1,54 Â; no propa- 13. (Med. 1T AJUllà - 73) Assinale a alternativa 0111 que aparece uma substâ11cia que
mio c,•rrcspondc ao grupo funcional:
no a distância rntrc dois átomos de carbono não ligados entre sí é 2,51 Â. Se um com-
11osto contendo 11 átomos de carbono, ligados entre sí por ligações simples, for estirado
:1·1('ll3COOII (ácido) e (CH3hCOH (ákool)
SL'm que !IC altere a estrutura tetraédrica do carbono, sua molécula terá um comprimento h) Cll_lOC2lls (éskr) e C2 H, NH 2(amina)
L') OhCHO (aldeído) e (Cll3)iCO (cetona)
cm  de: o
al 10 X 1,54 d) 10 X 2,51 d) C3Hr, (alqucno) e C2 Hs e,;:::: (amida)
'NH2
b) 11 X 1.54 e) 5 X 2,51
L') 5 X ( 1,54 + 2,51) l'I l!OOC ··- COOH (ácido) e C2H5COOCH3 (éstt•r)

OH
CAPfTULO 2 - FUNÇÕES ORGÃNICAS 68) A vanilin;i ~OCil3, apresenta os seguintes grupam,·ntos fundo-
uais: y
li!. (FFCLliSl' 67l A fórmula do brometo de benzila corrc~pondc a: mo
" .-,:O
a) C6lls CII! or
e)
o-e~
1 'B
a) álcool, óxido e aldeído e) éter-óxido, aldeído e fenol
~ r h) aldeído, cetona e fenol d) fenol, éter e carboxil:ícido
h) 0 - B r
d) nenhuma delas 1.\. (Mcd. -- GB - 66) Quando um dos hidrogênios do amoníaco é substituído por acila,
u composto resultante é:
19. (Meti. - ITAJUBÁ - 72) As funções R - H, R - OH, R - O - R', R - C - OH,
amina d) sal de amônio
são rcspcctivamcntc: O u)
h) imimt ,é) amida
a) hidrocarbonl'to, álcool, éstú, ácido carboxílico. d imida
b) hidrocarboneto, fenol, éstcr, ácido carboxílico.
u) hidrocarbnncto, álcool, éter, éstcr.
d) hidrocarboneto, álcool, éter, ácido carboxílico. U'll(' SP - 71) Para responder as três questÕl'S st·guintcs, considere os dados abaixo:
t•) hiclrncarboncto, álcool, peróxido orgânico, éstcr.
compostos funções
20. (1-:E São Carlos - 67) Das f6.rmulas moleculares qual pode indicar um éter acíclico IA) CH3 - CO - NH2 (!) antlda
saturado? (II) nitro composto
(8) CH3 - co - O- CO -· CH3 (III) anidrido
(IV) amina
({') CH3 - N02 (V) éster
21. (Mcd. - Santa Casa - 73) Um composto de fórmula bruta H2 C3O2 corresponde a:
11) ácido monocaiboxílico d) diálcool 26. O composto (A) é:
b) hidroxialtlcído e) oetoaldeído
a) 1 b) II e) llI d) IV e) V
e) dialdcído .

22. (ITA - 67) Ordenando a 21J. coluna com a l!I: 27. O composto (B) é:

(A) C6H4(CH3)OH (1) álcool a) 1 b) II e) lil d) IV e) V

(B) C6HsCH2OH (2) fenol


lH. O mmposto (C) é:
(C) C6HsCOCH3 _, (3) cetona
a) 1 b) IJ e) Ill d) IV e) V
(D) C6HsCH2COH (4) ácido
(li) C6Hs CH2 COOH (S) aldeído
TEREMOS: 29. (FFCLUSP - 67) O composto de estrutura º-::::- C -- C - C ~º é:
H,,,. H2 'NH2
a) 1, 2, 3, 4, 5 d) 5, 1, 3, 4, 2
b) 2, 1, 3 4, 5 e) 1, 3, 5, 4, 2 a) um ccto éster e} um aldeído éster
\e) ~. 1, 3, S, 4 b) uma aldeído amina d) uma aldeído amida
------ ....... ··-

148
FEL TRE - SETSUO . . . .ICA OROÃNICA 547

30. (Med. - Pouso Alegre - 73) Assinale a alternativa correta que rep:tesenta a associação
entre as fórmulas e as funções dadas: H, (Med. - Santa Casa - 68) Os nomes dos grupamentos funcionais

1) CH3 - CH2 - CHOH - CH3 P) aldeído


CH = O - C= O - C - NH2 e - C
1
=N - são:
[I) R - CHO
' 1
' o11
Q) álcool
Ili) CH3 - COO - CH2 - CH3 R) éster 11)aldoxil, formil, amida e amina
IV) b) l'ormil, carbonil, carboxamida e imino
CH3 - O - C2Hs S) éter
ç) i:arbonil, carbil, carboxamida e imino
V) CH3 - <jlI - CH3 T) amina d) formil, cetona, amida e amina
NH2 r ► nenhuma das alternativas acima é correta
a) 1- P, 11-Q, III -- R, IV - S, V-T
b) 1-P, 11-T, III - S, IV - R, V-Q J6. (l'uc. Nac. Med. - RJ - 68) Um conjunto de substâncias com propriedades semelhan-
e) I -Q, II - P, III - R, IV - S, V-T tn na dependência de parte comum da molécula denomina-se:
d) I - R, II - S, III-P, IV- Q, V-T 1) 111.:ric homóloga d) função química
e) 1 -T, II - P, III - Q, IV - R, V-S b) !lérie isóloga e) tem nome diferente
cl llérie isômera
31. (CESCEM - 71) Na relação de compostos abaixo
..,o J7. (Med. ·-- Santa Casa - 70) Define-se uma série homóloga como uma família de subs-
-N tim:iu que:
--::,o
....
1► diferem uma das outras por um grupo .,..CH2.
II) H31C1s - Ti - ONa
h> diforem uma das outras por um grupo - (CH2)n -.
o cl têm propriedades químicas semelhantes.
Ili) H3C - CH2 - O - NO dl têm propriedades físicas que variam de modo previsível
(j>C2Hs r) todos os ítens acima 1e complementam.
IV) H - y- O - ~Hs
OC2Hs JI. (l'ac. Odont. - UFRJ - 69) Em uma série homóloga, os vi:i:inhos do termo CsH12O
alo:
V) ui C'6H14O d) C6H13O
hl C'6H14O e) C6H100
assinale qual ou quais dos compostos· são ésteres:
a) 1, II, III, IV, V d) IV, V
b) li, III, IV, V e) V
• e) Ili, IV, V

32. (Univ. Federal - MG - 67) Nas combinações fórmula geral-função, qual não é correta? CAPITULO 3 - ISOMERIA
a) CnH2n+3N - amina d) CnH2nO2 - ácidos carboxílicos
J9. (l'llC SP -- 71) O número de isômeros que obedecem à fórmula C4Hg é:
b) CnH2nON - amida e} CnH2n-6 - benzeno e homólogos
111 1 b) 2 e) 3 d) 4 e) 5
e) CnHzn-2 - dienos e alcinos
40. (Mcd. e Cirurgia - RI - 68) O ciclo-pentano é isómero do:
33. (ITA - 65) Qual das substâncias abaixo é o melhor exemplo da categoria de substân-
cias designadas de compostos "organo-metá!icos'"I ■) 1 • pcnteno d) 2 - pentino
b) 3 - meti!• 1 • butino e) nenhum deles
a) acetato de chumbo d) tiocianato de potássio
c) dímctil - propano
b) chumbo tetra-ctila e) sais de cálcio de át.idos graxos
e) ferrlcianeto de potássio
41. (<'ICE - RJ - 69) O metilclclopropano e o buteno - 1 são isômeros:
34. (EE São Carlos - 68) O radical R - C =O-é denomiando: 1) geométricos d) óticos
" 1 b) de função e) nenhuma das respostas anteriores
a) ,.;~~ila b) fenila e) acila d) vini1a e) arila e) de cadeia
1548 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 549

42. (Med. - Santa Casa - 65) O composto 2, 2, 3 trimetilbutano é isômero estrutural de: 50. (CESCEM - 65) Para um composto orgânico apresentar isomeria geométrica, basta
a) n-heptano e) 2 - meti! - heptano que ele tenha:
b) 3, 3 - dimetil - hexano d) 3 - etil - hexano a) ligantes diferentes no mesmo carbono
b) uma dupla ligação
43. (PUC - SP - 70) Isômeros são compostos que apresentam a mesma fórmula mole- e) ligantes diferentes nos carbonos de uma dupla ligação
cular ma.~ que apresentam propriedades diferentes, pois têm estrutura igualmente dife- d) equilíbrio ceto-enólico
rente. O hidrocarboneto - C4H10 forma, pela perda de um hidrogênio, radicais isôme- e) uma tripla ligação
ros diferentes. Examine os radicais apresentados em seguida e indique a opção em que
os nomes certos dos radicais se encontram na ordem de sua apresentação. ~], (Mcd. - Itajubá - 72} O número de isômeros geométricos do buteno-1 é igual a:

CH3 - CH2 - CH2 - CH: - ; H3C -


1
1
9- CH2 -· ; H3C - 91 - CH3: ~o ~ d2 ~3
e) nenhuma das alternativas anteriores.
CH3 CH3
a) n-butila, sec-bu tila, iso-butila 52. (Fac. Nac. Med. - RJ - 68) Indique o composto que apresenta isomeria cis-trans:
b) n-butila, iso-butila, tércio-butila
a) fcnil-eteno d) 1, 1, 2 - trifenil etcno
e) sec-butila, n-butila, iso-butila
b) 1, 2 - difenileteno e) 1, 1, 2, 2 • tetrafenil eteno
d) n-butila, sec-butila, tércio-butila
e) n-bu tila, tércio-bu tila, iso-bu til a e) 1, 1 • difenil eteno

H (Mcd. . Pouso Alegre - 72) Indique qual dos seguintes compostos não apresenta iso-
44. (Fac. Ciências Médic:is · GB -· 70) Quantos isômcros cstruturnis são, teoricamente, po.~-
síveis para os compostos de fórmula C3HsBr? mL•rismo geométrico (cis-trans):
a) buteno-2 d) 1-cloropropcno
a) 2 b) 3 e) 4 d) 5 e) nenhuma das respostas
b) 1, 2 - diclorocteno e) 2 - mctilbutcno - 2

45. (ITA - 67) Butanoato de metila é isómero de: ~) pcnteno-2

a) éter sulfúrico d) acetato de ctila (Mcd. - Santo Amaro - 71) Abaixo são apresentados os nomes de quatro compostos
b) áddo pcntanóico e) metanoato de cti]a orgânicos:
e) mctil - propil - cetona
I - buteno-2
46. (Mcd. e Cirurgia - RJ - 70) O metoxim,•tano é um isômero fw1cional do: lI - penteno-1
III 1, 2- dimetil ciclopropano
a) etanal dJ etanol IV - ciclo butano
b) eteno e) nenhum ddcs
e) glicol Em relação à possibilidade de apresentarem isomt'ria cis-trans, pode-se afirmar que ela
aparece:
47. (FFI -- 67) Os ácidos 2 - hidroxi - propiônico e 3 - hklroxi - propiônico são: a) apenas no composto I
a) isômcros de posição; b) cm todos os compostos citados
b) rnomeros óticos; e) no$ compostos II e lV
e) isômcros funcionais.
d) somente nos compostos I e III
e) nos compostos 11, 111 e IV
48. (Med. -··· Catanduva - 73) Uutanal e meti! - propanal, são isômeros de:
a) isômcros de função d) isômcros de posição
b) isômeros de cadeia e) nenluuna das respostas anteriores 55. (l'FCLUSP _ 67) Qtial o número mínimo de átomos de carbono que um composto
e) isômeros de compcnSa\ão orgânico contendo t~ês átomos de cloro deve possuir para poder apresentar isomcria
eis +-l> trans?
49. (CICE -- RJ - 69) Isômcros cis-twns geralmente: a) um b) dois e) três d) quatro
a) contém um átomo tle carbono assimétrico
56. (Med. - UFRJ -- 69) Os ácidos maléico e fumárico são exemplos típicos de isomcria:
b) desviam o plano da luz polarizuda
e) são cnantiomorfos a} diastcroisomeria d) cis-trans
d) contém carbono com dupla ligação b) alfa-beta e) ótica
e) são compostos mgânicos alicíclicos eontcnJo sempre um hctcro-átomo. e) epimeria
. -~=-----

550 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 551

57. (C'ESCEM - 70) Ao aquecer brandamente uma mistura de ácidos maléico e fumá- fl4. (PlK' - SP -- 71) O alcano mais simples que apresenta isomeria ótica é o:
rico, com a finalidade de desidratá-los, obtém-se:
a) •·tano b) butano e) 2, 2 - dimetil propano
a) anidrido maléico e ácido succínico 11) 3 - meti! hexano e) nenhum alcano pode apresentar isomcria ótica
b) anidrido maléico e anidrido fumárico
e) anidrido fumárico, o ácido maléico permant'cendo inalterado
CMcd. - UFIU - 69) Qual dos compostos abaixo apresenta isorneria ótica:
d) anidrido maléico, o ácido fumárico pcrmam·ccndo inalterado
t') ambos os ácidos permanecem inalterados ai 3, 3 - dictil pentano d) 2-buteno
h) 2, 2, 3, 3 - tetrameti! butano e) 2-butanol
58. (ITA - 73) A rcspdto das moléculas de acctíkno, l'tilcno e l'tano, marque a afirma- ,·) 2-mdil butano
tiva FALSA:
(M,·d. T,mhaté - 73) lsômcros ôpticos com um único carbono assimétrico, difo-
a) neste conjunto de moléculas, existe um total de 3 lig-.içõcs rr e 15 ligações a
r,•nciam-se um do outro por:
b) a hibridação dos orbitais do carbono no etileno é sp 2 e no acetileno é sp
e) somente na molécula de acetileno todos os átomos pertencem a um mesmo plano a J rotação óptica, configuração e atividade biológica
d) somente na molécula do etano existe rotação livre ao longo da ligação carbono-car- h) rotação óptica, configuração e outras propric"tladcs químicas
bono L") rota~·ão óptica, configuração e propriedades físicas

e) somcntl' derivados do etileno podem apresentar isomeria cis-trans li) rotação óptica
•·J conformação
59, 0-:E l\fackenlic -- 69) Um composto é oticamente ativo quando:
aJ a molécula possuí átomo de carbono assimétrico
,,,. C~kd. Gama Filho - GB - 68) Assinalar o número de isôrncros que, de acordo com
b) sofre inversão de Waldcn a regra de Van't Hoff, pode apresentar um compo~o com 6 carbonos assimétricos:
e) não modifica o plano da luz polarizada ai 64 b) 36 e) 6 d) 18 e) 2
d) há compensação mok•cular
e) a molécula apresenta assimetria
1,H. Wt•:SCEM 71) Quantos isômcros óticos admite o composto l - meti! - 2 • cloro - 3 •
- bromociclopropano?
60. (EEU Minas Gerais - 67) Qual dos compostos abaixo possui carbono assimétrico:
a) nenhum b) dois c) quatro d) seis e) oito
u) C'2Hs - CH2 - C2Hs d) C2H 5 -- CHCI - CH3
b) CHC'l2 - ÇH CH, e) nenhum deles
(,9. (Med- Santos .. 72) O número de isôm,·ros óticos que o ácido tartárico apresenta é:
CH3
b) 2 e) 3 d) 4 e) 5
e) HOOC - CCl2 -- C2Hs

61. 10. (M,·d. Santa Casa - 70) Um composto "meso" J opticamcntLJ inativo porque:
(Med. e Cirurgia - RJ -· 68) No 2, 3 - dimctil - 3 - hexano! há um carbono assimétricq
que é o carbono número: a l é uma rnistu rn ra cê mie a
a) quatro hl ainda não existem métodos de rcsolm,~ão satisfatórios
b) um e) dois d) cinco e) três <') l'ic é internamente compensado

62, (CESCEM - 68) d) ,·k· não pode ser supcrposto li sua imagem especular
Qual dos compmtos abaixo enumerados pode ser desdobrado ,•m
l') a e e estão ct,rre tas
antípodas óticos?
d) ll3C CH2 CO - C'll3 11. Wniv. Fcd. Mumincnsc -- 70) O composto 2, 3 - hutanodiol é suscetível de:
h) H3C CH2 - CH•CH3 COC>H e) (H3C)iCH - Cll2 - Cll2 OH ;i)apr,·scntar-sc na forma de dois enantiômcros
e) CHBr ::= C·CH3Cl
h) apresentar-se na forma de dois cnantiômcros e uma forma mcso
d apre.sentar i&omeria cis-trnns
63. íCESC'EM 70) O álcool primário, de- menor peso 111ol.cn1lar 11uc apresenta isomc- d) mctamcria de posição
ria ótica é o: d t.iutomcria
a) 2-butanol
b) 2 - 11)etil - 1 - propano! -,i. er.kd. - ABC - 69) Pda.~ configurações estruturais das moléculas do 2, 3 • dicloro-
e) l - mc_til - 1 - etanol prntano e 2, 3 - didorobutano pode-se concluir que o número de ísômcros óticos (que
LI) 2 - meti! - 1 • butano! uprcsentam atividade ótica) cm cada caso é respectivamente:
e) 3 - meti! - 1 - butano( 11.l 4, 4 b) 2, 2 e) 4, 2 d) 2, 4 e) 1, 1
552 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 553

73. (f-EI -- 68) A fórmula uo ácido olcico CH3(CH2 hCH = Cll(CH 2 hCOOH indica: 711, (Biomédicas Univ. (;B 71 f Quando llois compo,tos que d,·sviam o plano _d'-' lu~
a) insaturação e isomcria óptica polarizada para a difl'it:I reagem entre si, podc·,c afirmar que o produto da rcaçao sera:
b) insaturaçiio e isomcriu geométrica ;1) '-IL-xtro~~ro b) kvógiro e) rac0rnico
e) átomos de carbono assimêtricos e isomeria óptica il) in:1tivo por compcn,açiío intramokc-ttlar e') nada se pode at"irm;n
d) insaturaçiio e cadeia ramificada

74. (Univ. Fed. Fluminense 70) O composto 1, 2 - dibromo cteno:


a) existe nas formas eis e trans CAPfTULO 4 - MECANISMOS DAS REAÇÕES ORGANICAS
b) só existe na forma de um composto optícanicnlc' ;ttivo
KII. •
l~kd. e· (,irurgta l'J
, - 'ÜI
, ,\ ,·tib',''t·,1
,, 11·1,-.,··t,··1 ti", 111n li do carbono alfa du ,ícido acte-
e) existe na forma de um nietâmc"ro por conipcnsaç\io
d) é encontrado nas formas tkxtro e kvo rotatórias tko iwlo CI aumenta rnnsi,icravdm,•,11,, ""' furnia corno :Ícitlc>. pois:
e) nenhuma das respostas apresentadas a) t"onna "ai-: co1n mai~ foci1idude d 1 0 C alfa torna-se mais assirné·trico
b) o CI é atraente de dJtrom e) ,; mais solúvel
75. (Mcd. - Santos 68) O composto H 3 C ~ CHBr -- CH = CHBr apresenta: C') o CI é repdcntc de elétron,

a) apenas um par de antípodas ótirns


ti 1. (13 ion1édiras-- UFRJ 711 Os âcido, monocloro, didnro e tridoroa<:ético SL' dispõem
bJ apcn:1s um par de isômcros cis-trans
e) dois pmes de antípodas Óticos, não envolvendo homcria cis-trans 1u srqül'nda seguintL· L.k a<.:urdo com slli:t for~a iôni-ca:
d) um par de antípodas óticos eis e um par de m1típodas óticos trans a) mono > >
di tri dl di >
tri > nwnu
t,) mono > >tri di e) tri > >
di rnonu
76. (Mcd. ~ Santo André - 72) Abaixo estão indicados alguns tipos de isomcria que po· ,·) di > >
mono tri
dcm ocorrer em compostos orgânicos:
(1-ac. Nac. Mcd. 70) Os fridos O:: cloro.µ cloro e -y cloro hutírico se, dispocm na se-
cadeia
qüência seguinte~ tlc al·onio con1 sua força Eônicu:
II funcional
1II ótica a) alfa > beta > gama df beta> alfa > gama
IV -- cis-tram h) alfa > gama > beta e) prnrn >
beta > alfa
Dentre estes tipos de isomcria, quais ocorrem em bromo-nlccnos de fórmula molecular e) beta > gama > alfa
C4H7Br?
K3. (\k e!. e Cirurgia -- RJ - 6 8) Se cxan1 inannus o~ Víllor-_';,.. das constantes de dissociação
a) I e II somente d) 1, 111 e IV somente ahaixo
b) I e Ili somente e) I, II, III e IV □ zCHCüOH Ka 5 X 10- 2
e) II e IV somente
CICH 2COOH Ka u X 10-3
HCOOII Ka = 2.1 X 10-4
77. (CESCl'M 73) O composto 3 - meti! - pcntcno - 1 apresenta: CH 3 COOH Ka 1,8 X 10· 5
a) apcn.1s isomcria ótica e de caclcia CH 3 (Cfl2l2COO!I Ka 'º l,48 X 10- 5
b} aprnas isomcria de cadeia dírc·mos que, dentre c'lcs, o mais fork é
e) apenas isomeria cis-trans e de cadeia
a) ácido acctico cl) :ícido fórmico
d) isomcria ótica, cís·trans e de cadeia
h) .ícido b utírico e) áddo cloroacético
e) apenas isomcrla cis-trans
e) ácido dicloroacético
78. (Mcd. - Santo Amaro - 71) Em relação ao isomerismo óptico são feitas cinco afirma-
tivas, das quais uma é falsa. Assinale-a: K4. (CLSCTM 731 Seja um ,ícido tJtgânico de fórmula geral XCH2 COO,H'. onde _X ro-
,k ser um ctos seguintes {ttomos: H, 1:, Cl, Br, I. hn qual dos caso, o acido sera mars
a) Todos os compostos químicos com assimetria molcct1lar possuem atividade óptka_ fortemente dissociado cm solu,;ffo aquosa?
b) Todos os compostos que possuem carbono assimétrico são optkamcnte ativos.
aJ X li b) X , f- e) X '" Cl d) X 8r e) X= 1
e) As substâncias cnantiomorfas entre si possuem propriedades químicas iguais, exceto
no que respeita às reações com outros compostos opticamcnte ativos.
85. (~!cd. __ Santo Amaro 71) O 119 de formas canónicas ou mesoméricas que conlrl-
d) Os antípodas ópticos possuem propriedades físicas idênticas, exceto o sentido de
rotação do plano de vibração da luz polarizada. bucm para a formação do híbrido de rcssonáncia d,t, okfinas é igual a:
e) O racernato é inativo porque contém quantidades iguais de dois enantiômeros. a) 1 b) 2 e) 3 <l) 4
QUIMICA ORGÃIIHCA 555
554 FEL TRE - SETSUO

86. (Med. - Santo Amaro - 71) Na medida qae aumenta o número de formas canônicas são respectivamentc:
contribuintes para a formação de um híbrido de ressonância, a l'stabilidadc do mesmo, reaçéi~ de adição reQ<,·ões de substituição
cm ger.i.l: a) II I
b) li HI e IV
a) não se alter.i b) aumenta e) diminui
e) e 11 V
d) pode aumentar e diminuir
d) li 1 e IV
e) nenhuma das respostas anteriores é correta
e) 1 e IV II e Ili
8 7. (PUC - SP -- 71) Na rcsson:incia
91. (Mcd. - C.atanduva ·-· 73) Dada a reação abaixo:
~ r"o H H
= CH H....._ ,...H 1 1
CH2 - C~
H
-
e= e + H--Hr - - 11-C1 e1 -- Br
H,... 'H H H
estamos notando um efeito:
Então podemos afümar que:
a) indutivo d) hipcrconjugação
b) me~omérico e) iônico a) trata-se de mna reação de substituição
e) clctromérico b) trata-se de uma reação de polimcw.ação
e) tr.ita-sc de uma reação de hidrólise
88. (Mcd. ••· Santa Casa·- 68) As reações CH2 =CH2 + HBr - CH3 - CH2Br; d) trata-se dl' uma reação de adição
CH3 -·· CHO + H2N -- C6Hs CH3 CH N • C6Hs + H20; = e) nenhuma das resposta.~ anterio.n.-s
CH3 - OH + HBr - - - - CH3Br + H20 são rcspcctivamcntc exemplos de rea- 92. (Univ. Fed. - MG -- 67) Qual dos reagentes abaixo é eletrofílioo:
çõcs de: e) H 3 0+ d) ROH e) H20
a) NH3 b) HCN
a) rearranjo, eliminação e substituição
b) adição, condt.'tlsação e eliminação 93. (Univ. I'ed. -- MG - 67) Qual dos reagentes abaixo é nucleofílico:
e) condensação, eliminação e rearranjo e) AICl 3 d) Cl2 e) H20
d) adição, condensação e substituição
e) nenhuma das alternativas acima é correta
94. (Med. - Itajubá - 73} Qual dos reagentes abaixo é nucleófilo:
89. (Med. • Santa Casa - 7-0) A síntese de 2•dorocicloh<:xanona partindo de cidohexanol a) NH 3 b) BF 3 e) A!Cl3 d) Na• e) nenhum ddcs
usando os reagente~ H2S04, HOC! e Cr03 pode ser feita na seguinte seqüência:
115. (Univ. Minas Gerais - BH -· 70) A reação seguinte pode SCI classificada como:

o HOO

As reações são rcspcctivamente exemplos de reações de:


CH 3 - C'H
a) adição nucleoftlica
b) substituição eletrofilica
= CH2 +

e) substituição nucleofilica bimolecular


02 - - - - CH3 - CHCI - CH2CI

d) adição eletrof11ica
a) hidrólise _ _ _ _.., adição substituição e) eliminação bimolecular
b) hidrólise substituição - - - , . oxidação
e) desidratação -----+ condensação - - - + hidrólise 96. (Med. - Santa Casa .. 70) A reação do etc no com bromo, na presença dos sais inorgâ-
ii) desidratação -----+ adição ---~ oxidação nicos: NaCI, NaN0 3 e NaI, le-va à formação de: BrCH2 -· CH2Br, BrCH2 -- CH20.,
e) desidratação - eliminação - - - + oxidação BrCH2 - CH2 No 3 e B1CH1 -- ClhL Desde que tais sais inoi:gânícos !Ião desprovidos
de ação sobre os alquenos, quando na a1,1.\ência de halógenos, conclui-se que a reação
do eteno (alqueno) com o bromo (halógeno), é uma {Cação de ••••••• • • • • • ,
90. (PUC -- SP ··· 72) Dentre :i!l reações abaixo:
que se processa por via . . . . . . . . . . , sendo que a primeira etapa da reaç,ão enrol-
(1) CH4 + Cl2 ➔ CH3Cl + HO Ye o . . . . . . . . . . . . . proveniente de uma cisão . . • . • • • • • • • •
(II) =
CH2 CH2 + Br2 ➔ CH2Br - CI-12Br a) adição; não .iônica; bromo; heterolÍtica
(li[) CH3 - COOH + NaOH ➔ CH3 - COONa + H20 b) eliminação; iônica; sal ínorgâníco; homolítica
(IV) @ + HN03 -+ @- N02 + H20
e)
d)
adição; tônica; bromo; hetcrolítica
eliminação; não iônica; sal inorgânico; homolítica
IV) CH3 - CH20H ➔ CH2 7 CH2 + H20 e) adição; iôníca; bromo; homolítica
556 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 557

97. (Univ. Minas Gerais - BH -· 70) A reação seguinte pode ser classificada como: 101. (Univ. f'cd. - MG - 67) As etapas 1 até 5 representam a importante síntese do glice-
rol como um dc~ivado pctroquímico. Uma destas etapas se processa através de radical
7H, \H3 livre. Assinale-a.
CJI3 - y - CL + H20 ----+ CH 3 C -· OH + HCI Cl2 (400ºC)
CH3
1
Cl-!3 a) CH3CH = CH2 CICH2 CH = Cl-!2 + HO
OH"
a) substituição cletrofílica b) ClCH2CH = CH2 HOCH2CH = CH2
HClO
b) adiç.To nucleofílica e) HOCil2CH = Cl-12 -> HOCH 2 CHO!ICH2Cl
e) ,u b, tituição nuclcofílka mono molecular cal sodada
d) HOCH 2 CHOHCH2Cl I10CH2CHCH2
d) adição ek•trofílica \/
e) substituiçiio nuclcofílica bimokcular o
H20
e) HOCH2CHCH2 HOCll2CHOHCH 2 0H
98. (Med. - San tu Casa - 70) A hidrólise do cloreto de t-butila em 0 OH segue cinctica- \/
mcnte a equação o
velocidade o: [ t-buti!a] 1<X ~ proporcional a 1 102. (Mcd. - Santa Cas,t - 69) Relacione as reações abaixo com os seus resp~ctivos meca-
enquanto o bromdo de metila obedece à equação nbmos:
H H H
vclocidadC" o: [brometo de metilaJ X [ 0 OH] ' / 1

Com base ncstm afirmações pode-se concluir que: l) HO - • • - C - - • - I ➔ HO - CL


1
u + r
H H
a) o íon 0on participa da etapa determinante da velocidade da reação do cloreto de
composto de transição
t-butila e do brometo de mctila.
Í1Ç Pb + 4[ CH3]
b) o íon00H não participa da etapa determinante da velocidade da reação do cloreto II) (Il3C)4Pb
de t-butila e nem da do bromdo de mctila. ~113
?I3
e) o íon 0 OH participa da etapa determinante da velocidade de reação do cloreto de HBr
t-butila e não participa na do brometo de mctila. Ili) l-l3C •· 1 - Cl-13 H3C - C = CH2 + H20
d) o íonÜOH não participa da etapa determinante da velocidade de reação do cloreto OH
oli
~ _]
de t-bu tila e participa na do brometo de metila.
e) nenhuma das altcrn,itivas é correta hl-'
IV) H3C - e -- CH3 [ H3C - + -- CH3

99. (Fac. Nac. Med. - 70) O 1-bromobutano reage com o hidróxido de potássio cm solu- Mecanismos:
çiio aquosa para dar origc,m ao butanol-1. O mecanismo desta reação é de: 1) velocidade da reaç5o proporcional à concentração dos reagentes; processo de subs-
a) diminação unimolccular (E 1 ) tihtição nudcofílica
b) eliminação bimolecular (E 2 ) 2) clivagem de pontes covalentes por energia térmica; mação com radicais livres de
e) substituição nuckofílica (SN 1) transição - pirólisc
3) reação de catílisc ocorre regeneração do catalisador, existe redistribuição de clé-
d) substituiçJo nucleofílica (SN2)
e) substituição ektrofílica (SE) tron-s.
4) reaçao com radicais livres de transição fotólise
100. (Univ. Fed. -- MG - 68) aJ I - 4; II • 2, III - 3; !V· l d) I - 3; II - 2; III - 4; IV - 1
O mecanismo:
b) 1-2; 11-1; III-3; IV-4 e) nenhum dos casos acima
hv e) I-1; 11-2; III-3; IV-4
Cl : Cl CI • + CI•
CI • + RII ----,. HCI + R •
R • + Cl2 ~ RCI + CJ.
indica uma reação:
a) por rad leais livres CAPITULO 5 - ALCANOS
b) de substituição clctrofílica
103. (FFCLUSP 67) O 2, 4. dimetil- 3 - etilhcxano é representado pela seguinte fórmu-
e) de• eliminação iónica
d) de substituição nuclcoffüca
la bruta:
e) de fissão heterofílica d) nenhuma delas
558 FEL TRE - SETSUO OUiMiCA ORGÃNICA

104. IMcd. e Cirnr!,!ia RJ -- 68) O pn.>cesso (k Wurtz permite obter alcanos com: e) hidrogenação catalítica de alifáticos insaturados
a) aumento de cadei.1 ,n todo, eles d) processo de oxidação branda, usando como reagente KMn04 diluído e a frio
h) diminui1;ão de ca,kia ,.;) nenhum deles e) nenhuma das respostas anteriores
e) m,•smo número de :ítoinos de carbono
113. (Fac_ Nac. Med. - 70) A halogenação fotoquímica de um hidrocarboneto é tipicamen-
105. ((TSCEM 701 O(s) produto(,) d:t rc.ição entre Na ,, CH 3 1, ,·rn meio te uma reação:
etén:o {CH3 CH2 O CH2 CH3) é hão): a) que envolve radicais livres d) endotérmka
a) CH.i(CH 2 }iCH3 Na! b) de adição e) reversível
l' d) CH 2 = CH2. Na! l' l-12
b) CH3 CH 2 Na e Na! l') CH 3 e) de substituição eletrofflica
fH - CH3 e Nal
e) CH.,•CH, ,Na!
Cll3 114. (Med. e Cirurgia - RJ - 70) Os halogênios Br 2 , Cl 2 e l2 reagem com os akanos:
106. (U: Mackrnzic - 69) Uma mistura de iodo metano e iode, et,1110 trntadc, com ,ódio a) igualmente d) na oniem h > Br2 > 02
fornc'<..'C: b) o cloro e o bromo são mais ativos e) na ordem Cl2 > Br2 > I2
a) etano, butano,, 1oddo de ,ódw d) etano, propano. hutano i; io,kto de sódio
e) na ordem Br 2 a2> l2 >
h) propano e' iodeto de sódio l') propano. butano,, iodeto ele ,,xho
115. (Med. - Taubaté -- 73) A reatividade dos halogênios com alcanos diminui na seguinte
e) mdano. <:tano e iodeto de sódio
ordem:
107. <Biomédica, UrRJ 71) Qual dos hiclroc,uboncto, abai,,o é obtido por dcstila,·c10 a) Cl2 > Br2 > l2 d) não diminui, pois a reatividade é a mesma
do a,ctato dé súdío anidro em presença de cal sodat!a: b) l2 > Br2 > Cl2 e) não diminui nem aumenta, pois os alcanos não rea-
metano etano e} Br2 > Cl1 > l2 gem com os halogênios
.a) b) d butano e) nenhum ,kks
116. {Fac Nac. !11'-d ..... 70) Pela lrnlogL'llação ,k um :1kano, qu,1t a prd'crêncí.i de localí,a-
108. (~kd. S:rntos - 72) O método de Kolbc· para prl'paraçâo tk alrnno, consi,tc em:
\·ão do halogi:snio:
• a) l'ktróli-.,c de soluçõc~ aquos:.i~ con,xntrada~ de sai~ orgtlnico~
b) tratamento de halogeneto, orgâ11ico, com ,ódio mctáficu
a) ,·arbono prim,íriu > sccund,irio > krci:írio
r) hiclrogrnação catalítica J,, hidrocarbonetos in,aturados
b) c,Hbono ,ccund,irio > primário > tndariu
d) fus.io de uma misttm, de ,ai orgànico com cal soc!:,da
e) carbono primário > !nciário > ,eeuncLirio
e} todas a., afirmativas estão errada,
d) carbono terciário > ,crnnd:irio > primário
e') carbono krci:Írio >. primário > ,ccund,.írio
109. {Fac. Nac. Mcd. 70) A cktrófüc do acl'l·Jto de ,ódio fornece·. I 17. tMcd. Pouso Alcgf(' 72) l•azcndo-sc a dora,;fü> de 2. 2, 4 - tri-mctilpentano o nú-
a) propano.na b) ctanal d) dano nlero di.: isôn!l•ros monodorad-os oh tido é:
a) 2 h) 4 di 5 e) 6
110. (Med. - Taubaté 73) A dctróli,c ,k uma mistura de acetato ,k sódio t' propanoato
de só,!io fornece: t )8. (]T Mau:i 67) Na combu,tão J<c uma molinila-~rama de um alcano:
a) etano. propano e butano d) dano e bu tanu igual ao número de rnoks de .:.Íg:ua menos um
o nlllnero de 111ule, de C02
b) prupanu. butano e pL·ntano e) butano, hi._•xann '-' pentano ª'b)
o nún1cro dl' moks de COz é maior que (J núnll'rO ck moks de' H20
e) et,rno e propano igual ao núrncro ele- mok, de :Íp-Ud
e) O n(1m1~ro ,k 1nok:--. de CO:

Ili. (('fO RJ 69) O composto de• cuja dl'!róli"-' L'm solução aquosa resulta o dime-
"
1 ]9. (ITA - 73) Quanto, litros de ar, medidos a J57°C e' 3,0 atm devem ser misturados
til - 2, 5 - h,:xa110 i:
a 1,0 litro de iso-octano gasoso (CKH 18 J, rnl'didu nas mesmas condições, para que seja
a)octanóico dJ didoro - 2. ·l - bul"no n;irantido um c:--ccsso de 101.Y: além ,b quantidade leÓrica, do ar ncccssário à combus-
bl mctil - 3 - butanuato de sódio e) ncnhullla das respostas anteriores ;i.ío compkta do hídrocarbonl'to? Sabe-se que a composição volum,'trica elo ar é 2U';/ Oi
e) di1tll'lil - 2, 2 - propanoato ck potássio e 80',; N 2 , e supõe-se que os p,cs sejam pt·rfritos.
a) 31.3 litros
112. (Mcd. - Catanduva 73} O processo de Sabatier-Sanderc·ns para obtl'n~ão de akanos
se J<•frrc· a: b) 60,0 litro,
e) 62 ,5 lllros
a) r,·dução dç haktos, álcoois e ácidos COlll HI d) 80,0 litros
b) fusão <k sais de sódio de ácidos carbo.,ílicos rnlll cal sodada eJ 125 litro~
560 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 561

(CESCEM - 70) As d_uas questões seguintes, referem-se à situação esquematizada 122. (CESCEM - 70) Um bico de Bunsen está consumindo 2,24 litros/minuto de butano
abaixo. Uma vela queima numa câmara com tiragem forçada. Os gases da combustão (medido nas CNTP). Em virtude da reação de combustão, a velocidade de formação
passam por substâncias absorventes de CO2 e/ou H2 O. Pesa-se antes e depois da com- de dióxido de carbono será de:
bustão o conjunto esquematizado, isto é, a câmara de combustão com a vela e os tu-
bos absorventes anexos, a) 0,10 moles/minuto d) 0,40 moles/minuto
b) 0,20 moles/minuto e) 0,50 moks/minuto
e) 0,30 moles/minuto

123. (CICE -- RJ - 69) Das considerações abaixo sobre propriedades dos alcanos:
1) os alcanos queimam em atmosfera de o:-.igênio formando dióxido de carbono e água,
1
1
1
1
Saída constante
de gases
segundo a equação geral:
.
1
1

Entrada +
1
~'v
constante de
ar seco e i-
t
:
a 2) o etano reage com cloro a uma temperatura de 300ºC aproximadamente, com a pro-
gressiva substituição do hidrogénio pelo halogênio dando corno produto final C2 Cl6
sento de CO2 ! 3) o metano pode ser nitrado, por reação com vapores de ácido nítrico à cerca de 300°C,
1
1

A vela queima com


t 1
Tubos com substân-
L::===:::'...___ _j_J_ cias absorventes pa-
ra C0 2 e/ou H2 O
formando-se nitro-metano segundo a reação:
300°C

chama não fu1iginosa 1'


1 4) ácido sulfúrico concentrado à temperatura ambiente, reage com alcanos dando áci-
1 dos sulfônicos
5) halogenetos de alquila reagem com sódio metálico em presença de éter seco, dando
PESA-SE ESTE CONJUNTO
alcanos
São corretas as de números:
a) 1, 2, 3, 4 b) 1, 2, 3, 5 e) l, 3, 4, 5
120. Caso a vela seja constituída de hidrocarbonetos (CnHm) e desprezando a contribuição d) 1, 2, 3 4, 5 e) nenhuma das respostas an tcriorcs
do pavio e caso o absorvente reaja tanto com todo o CO 2 , como com todo o H2 Q,
produzido em virtude da combustão,, a massa do conjunto assinalado irá: 124. (Med. - Santa Casa 65) À tempcrntura ambiente, propano, butano, pentano e hexano
a) aumentar, qualquer que seja a relação n/m. são, rcspcctivamentc:
b) diminuir, qualquer que seja a relação n/rn. a) líquido • líquido • gás - gás e) gás - líquido - líquido - sólido
c) aumentar, somente se o valor da relação n/m for maior do que certo valor crítico. b) gás - gás - líquido - líquido d) sólido - líquido - líquido - gás
d) aumentar, somente se o valor da relação n/m for menor do que certo valor crítico.
e) permanecerá constante, qualquer que seja o valor da relação n/m. 125. (Med. -- Santa Casa - 65) Nos hidrocarbonetos saturados de cadeia rda, à medida que
aumenta o peso molecular, o ponto de ebulição:
121. Continua sendo empregada uma vela de hidrocarbonetos (CnHm) e a contribuição do a} varia Irregularmente e) diminui
pavio é desprezada. O absorvente empregado agora absorve todo o H2O produzido, b) não se latera d) aumenta
mas, não absorve nada do CO2 produzido. Neste caso o peso do conjunto assinalado
irá permanecer constante, apesar do progresso da combustão, desde que a relação n/m 126. (EE São Carlos 66) O petróleo parafínico é aquele em que há predominância de:
satisfaça certo valor, a saber: n/m = 2/3. A constância da massa do conjunto, neste caso a) alcanos e) hidrocarbonetos aromáticos
particular, se deve ao fato' de que: b) olefinas d) ciclanos
a) a parafina é menos densa do que a água formada.
b) o CO2 é mais denso do que o ar. 12 7. (PUC - SP -· 70) A destilação fracionada do petróleo permite a obtenção de divcr·
c) a vela foi fabricada com um hidrocarboneto puro, pois somente desta forma a re- sos produtos de grande utilização. Conforme a faixa de temperatura utilizada, esse pro-
lação n/m é definida. cesso fornece, além de uma fase gasosa, três outras fases conhecidas como de líquidos
d) o peso molecular do CO 2 é maior do que o da água. leves, médios, pesados, designados, aqui, por L, M, P, respcctivamcnte. A gasolina e o
e) a massa do carbono que escapa do sistema é compensada pela massa do oxigénio querosene são encontrados, nesta destilação, nas fases:
que é retido pelo absorvente. a) L-L b) M-M e) L-P d) M-P e) L-M
562 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 563

128. (Med. - Santos - 72) O g,is engarrafado de uso doméstico ~ uma mistura dt•: ~113
a) CH4 a C'2H6 d) C12H26 a C1sH32 ~ CH2 • CH3
bJ C'sH12 a C7H16 eJ C3IIH ,1 C4H10 Cll3
e) C6H4 a C12H26 b) CH3 CH3 ➔ Cll2 = CH2 + H2
,Clh
129. (CESCEM 70) O chamado éter de petróleo ~ con~tituído, principalmente, de: e) CH3 -- CH2 - CH2 -- CH3 ➔ CH3 .. CII
..._ CH3
a) étt'r etílko e óleos csscnd;tis
b) ékr l'tÍlko obtido da destilação do petróleo
e) pcntanm ~ hexanos
d) hidrot·arbonctos aromáticos
e) hidrocarbonetos não saturados

130. (J,E Macken~k -- 69) Gasolina é mistura de:


a) benzeno e ctaoo d) hidrocarbonetos CAPITULO 6 - ALCENOS
b) hidrocarbonetos ,1cdilênkos e) propano e butano
e) carboliidratos 136. (Med. - Pouso Ak-grc - 72) A nomt•nclatura correta para o composto abaixo é:
(CH3l3CCH = C(CH3}2
131. (CESCEM 71) Os chamados óleos minerais:
a) 2, 2, 4 - trimeti! pentcno • 3 d) 2, 4, 4 - trimctil pcnkno - 3
a) são istl'res de ácidos graxos com álcoois superiores b) 2. 4, 4 - trimeti! penteno - 2 e) 2, 2, 4, 4 - tetrameti! bukno - 2
b) são misturas de hidrocarbonetos alifáticos e) 2, 2, 4 - trimeti! pcntcno - 2
e) são mislllras de hidrocarbonetos aromáticos
d) diferem dos óleos vegetais apenas pelo grnu de insaturação 137. (hg. ·- OMEC - 68) Os radicais: - CH3, CH 3
e) difor,,m _dos óleos vegetais apenas pdo número de átomos de carbono nas sua.s CH 2 =
CH - chamam-se rcspcctivaimnte:
cadeias
a) meti!, propil, rnetilisopropil, vinil
132. (EPUSP -- 66) Uma gasolina que aprcst'nta "índice de octanos" igual a 70 tem resis- b) meti!, isopropil, isobutil, vinil
tência à compressão igual àquda oferecida por uma mistura de: e) meti!, propilcno, ter-buli!, ctil
d) metileno, isopropilcno, scc-butil, ctilidcno
a) 70¼ de n-heptano e 30';! de n-0ctano e) metii, isopropll, n-butil, ctil
b) 70% de n-octano e 30% de n-hcptano
e) 70o/r de n-heptano e 30'/ de 2, 2, 4 - trimeti! - pentano 138. (hc. Nac. Med. -. RJ -- 68) Que tipo de hibridação encontramos nos atqucnos:
d) 70% de 2. 2. 4 - trimetil - pentano e 30% de n-hcptano 2
a) sp b) sp e) sp3 d) sp 4 e) ncnJ..um deles
133. (EE ~lackcnlk 73) Uma gasolina de índice d,- octanagcm 80 apresenta:
139. (Biomédicas - UFRJ - 71) No dcno:
a) 80'X de iso-<.1ctano e 20';! de n-heptano
b) 80';! de n-heptano e 20'/4 de isa-octano a) os átomos de carbono e os 4 de hidrog&nio estão no mesmo pl:1110
e) BO'i!, de n-hcptano e 20'.{ de octano b) os 2 átomos de carbono e 2 de hidrogênio estão em um plano t' 2 de hidrogénio
d) pode não apresentar nem hcptano nem octano cm outro •
e) 80% de octano e 20% de qmilquer alcano cujo níuncro de carbonos varia de 7 a 10 e) os 2 átomoN de carbono ~stão em um plano, 2 de hidrogênio ,·m um segundo, e 2
outros l'm um terceiro
134. (Med. - T:111baté -·· 73) A adição de chumbo tctra-ctila à gasolina tem como finalidade: d) os 2 :itomos de carbono ,·stào cm um plano e os 4 de hidrog~11io rn1 outro
e) têm estrutura difcr.:ntc
a) torná-la mais barata
b) diminuir sua inflamabilidade 140. (Mcd. e Cirurgia --- RJ 70) Uma okfina pode ser prepara<.ht pela r~moção de:
e) saturar as duplas ligações dos compostos insaturadm
d) evitar a pré-ignição a) HX de um haleto de alquila
e) aumentar a octanagem b) ~ 2X de 1,2 - 2,3 etc com-posto di-halogcnado
e) de H2 O de álcoois
135. (PUC -- SP - 72) Um processo importante ruis refimll'ias de petróleo é o chamado d) de R·H de hidrocarbonetos superiores
CRACK!NG. Qual das equações abaiKo é representativa desse processo? e) todas as quatro formas
FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 565
564

141. (EE Mauá ·· 66) Os akanos e alcenos dão, rcspectivamentc, rcaçõ,-s de: e) uma mistura aproximadamente cquimo!ccular de 2-bromopcntano e 3-bromopcntano
d) pcntc-no-2 mio reage com HBr
a) polimerização e oxidação e) 2, 3-dibromopcntano
b) substituiç:fo e adição
e) adição e oxidação 149. (EE Mackcnzie - 73) Reagindo-se propeno com HBr e o produto formado com bro-
meto de scc-butil magnésio obtém-se brometo de magnésio e:
142. (Med. e Cirurgia - RJ - 70) As reações de adição das olefinas são possívl'is gra,,as a
existência de dois pares de elétron, que ·ocupam orbitais diferentes, denominados pelas a) n-hcptano d) 2, 4 - dimetil pentano
letras grcga'i: b} 2, 3 - dimctil butano e) 2 - metil hexano
e) 2, 3 - dimctil pentano
a) alfa ,• bt'ta d) rô e delta
b) sigma e pi e) nenhuma delas 150. (Fac. Odont. - UFRJ - 69) A ozonólist' de meti!- 2- ctil - 3 - pcnteno - 2 produz:
e) épsilon e gama
a) som~ntc cetonas
143. (Mcd. S.tnla Casa - 66) A adição de cloro a alemos produz: b) cetona e aldddo
e) cctom1, aldeído e álcool
a) doro-akcnos e) diclorctos vicinais d) aldeído e álcool
b) diclorctos gêminos d) didorctos isolados e) cetona, aldeíclo e ácido

144. (_Univ. Fcd. Fluminense•· 70) Os hidrocarbonetos não saturados podem ser distinguidos
151. (CESCEM - 70) Por hidrólise do produto da adição de ozone a 2 - rnetil - 2 - buteno,
dos suturados através da reação:
obtém-se:
a) com a solu,-ão alcoólica de hidróxido de potássio formando alcoó1ddos de potássio
b) com u água bromada, formando ckriv,1dos dibromados
a) somente CH3 eli d) CH3 - CjH e=
1
o e HC1 =O
e) com o doreto de benzeno sulfonita, formando os éstcn,s correspondl•ntcs o CH3 H H
d) com o dordo de 3,5 - dinitrobcnzoila, formando os 3,5 - dinitrobcnzoatos corres-
pondentes
b) H~ = O e CH3 ·- S -· CH2 -- CH3 e) nenhuma das alt~rnativas anteriores
H O
e) com o áddo acético glacial
~H -·· CH3 e CH3 - CH2OH
145. (FEi - 681 Uma mistura de etano e etileno tem o volume de 672 mi nas condições OH
normais. rcagL' qu.mtitativamcntc por adiçiío com 3,2 g de bromo cm solução. A quan-
tidade ~m peso. de etileno na mistura é: (li = l: C = J 2; Br = 80) 1S2. (1\-kd. - Taubaté - 73) Na ozonólisc e posterior hidrólise de um mo! de 2 • meti! - 2 -
0,28 g 0,14 g d) nenhum d,-sscs valores - pcnteno formam-se:
a) h) 0,56 g e)
a) 1 mal de isopropanol e 1 mol de propanaldcído
146. (PUC - SP • 72) A ,·quu\·:io que representa corretamente a rcução do propeno com b) 2 moles de acetona
o bromidrl'to ,:: e) 1 mol de aix:tona e 1 mo! de álcool n-propílico
d) 2 moks de isopropanol
a) Cf'2 = Cll -· Cl13 + llBr ➔ Cll 2 Br CH2 Cll3
e) 1 mo! de acetona e l mol de propanaldcído
hJ Cll2 = CII - Cl13 + IIBr --,. Cll3 CIIHr - C'l13
l')Cll2 = ('li CH;, + 2 l!Hr ➔ Cll3 Cll2 Cil3 + Br2 153. (CESCEM 71) A ozonização e posterior hidrólise, cm presença de zinco, de um
dJ Cll2 = CII CII_, + 2 llHr __,_ Cll2 Br -· Cllllr - Cll3 + H2 certo hidrocarboneto forn('ceu exclusivamente aldeído fórmico e 2-metilpropanal. O hi-
e) Cll2 ::..e Cll - Cl13 + 2 HBr ➔ Cl-14 + Br 2 CH CH3 drocarbondo é:
a) 2 - metil - 2 - buteno d) 1 - pentcno
14 7. (CICJ·'. - RJ 70) Na rcaciiu do HBr com o mdil - 2 - propcno - 1, o principal produ- b) 3 - mt•til - 1 - butcno e) 2 - pentt'no
lo formado ,: : e) 2 - mt•til - 1 - bukno

ci)bromo - 2 - mdil - 2 - propano d) bromo - 3 - nwtil - 2 - propcno


1.~4- (CLSCLM 73) Hidrolisando-sc o produto da ozonólisc de um composto de fórmu•
b} dibromo - L 2 - mctilpropano e) nenhuma das respostas acima
e) hrumu • 1- mctil - 2 - pro peno la molecular C 4 H~, observa-se a formação de um único produto orgânico. O composto
~m questão é:
148. 1n:sn:-.1 69) Fazt'ndo-sc reagir pe11kno-2 mm brometo de hidrogênio, obteremos: a) butcno - 1 d) ciclobutano
a) som,·nll' 2-bromopentano b) buteno - 2 e) mctilciclopropano
b) som,·nt<' 3-bromopentano e) 2 • metilpropeno
566 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÃNICA 567

1S5. (Med. - Santos - 72) Um alceno A por ozonólise produz meti - 2 - butanal e p1opa- 161. (Mcd. - Itajubá - 73) Um alqueno por oxidação enérgica produz ácido acético e buta-
nona. este alceno é: nona. Este alqueno é:
a) dimetil - 2, 4 - hexeno - 2 d) dímetil - 2, 3, 5 - penteno - 2 a) butcno • 2 d) 4 - metíl - penteno - 2
b) trlmetil - 2, 3, 4 - penteno - 2 e) alcenos não dão ozonólise b} 3 • meti! - pentcno - 2 e) nenhuma das respostas
e) propeno - 2
e) dimetil • buteno - 2

156. (EE Mackenzie -- 69) A ozonólise de um alceno forneceu água oxigenada e butanotr.t. 162. (Eng. - São José dos Campos - - 72) Uma otefína após sofrer mddação, produz ácido
O alccno é: acético e ácido propionico. A fórmula estrutural desta olefina que tem densidade 35
a) 3 - metilhepteno - 3 d) 2, 4 - dimetilhexeno - 3 em relação ao hidrogênio é:
b) 3, 4 - dimetilhexeno - 3 e) 3, 3 - dimetilhexeno - 1 a) H3C-Ç=CH -CH3
e) 2, 3 - dimctilhexeno - 2
CH3
1S7. (Med. - Pouso Alegre - 72) Queremos determinar a estrutura de um alqueno "X" de b} H3C - CH =CH- CH2 -CH3 d) nenhuma das respostas anteriores
fórmula molecular CsHl6. Pard isto, fizemos a ozonólise do mesmo e obtivemos entre
os compostos resultantes da reação, a "propanona". Das estruttuas abaixo, a que cor- 163. (CICE - RJ - 70) Das afirmações abaixo:
responde ao alqueno "X" é: 1) a hidrogenação pode ser usada para medir o grau de insaturação de um hidrocarbo-
a) CH2 "" CH - CH2 -- CH2 - CH2 - CJ½ -
CH2 - CH3 neto, quando em presença de um catalisador (por exemplo, paládio, platina, níquel)
'r
b) CH; - = CH - CH2 - CH2 - CH2 -- CH;
e a poucas atmosferas de pressão.
CH3 2) os alcenos podem ser oxidados por uma solução de permanganato de potássio se-
gundo a reação:
Oh
1

e) CH3 - CH =CH - 1H -- OI - CH3 3 aI3CH ""CH2 + 2 KMn04 "': 4 1-120 2MnO2 + 3CH; - ÇH - f.;H2 + 2KOH
OH OH
CH3
d) CH3 - rH - CH =CH -<jll - CH3 3) os alcanos são substâncias essencialmente polares por serem formadas apenas por
carbono e hidrogênio, com os hidrogênios sendo de uma maneira mais ou menos
CH3 CH3
simétrica distribuídos em torno dos carbonos
e) CH3 -?1-CH :c::Ç- CH1 - CH3 4) os al<:anos são solúveis em solventes não polares como o benzeno, tetracloreto de
CH3 CH; carbono e outros produtos do petróleo
5) entre os alcanos o ponto de ebulição aumenta regularmente com o aumento do pe-
158. (PUC - SP - 71) A reação do 2 - metil- buteno - 2 com permanganato de potássio so molecular
diluído em meio levemente alcalino produz: Podemos concluir quc:
a) acetona e ácido acético d) 2 - metil - butlH!OdiGl - 2, 3 a) só são verdadeiras as de números 2, 3, 4 e 5
b) apenas acetona e) neste CllSO nio há reação b) todas são verda:dei:ras
c) apenas ácido acético e) somente as afirmações 1 e 5 são verdadelras
d) só a afirmação 3 é falsa
159. (Med. - ltajubá - 72) Os produtos de oxidação a fundo cem permanganato de potás- e) nenhuma das respostas é satisfatória
sio, do meti! butcno, são respeclivamente:
a) acetona e ácido acético d) fonnaJdeído e ácido acético (CESCEM - 73) A hidrogenação de qual ou de quais compostos abaixo formulados:
b) acetaldeído e ácido acético
c) acetona e CO.
e) formaldeído e acetona 1) H-.zC ""9 - CH2 - CH2 - CH3
?12
aI3 H
160. (CESCEM - 66) Qual dos hidiocarbonetos abaixo produz C02 e (CH3}iCHCOOH 1

na oxidação c-om permanganato de potássio aquoso:


Il) H3C - CH2 - 1= C - CH2
~CHs
a) 2 - meti! - 2 • buteno
Ili) Hac - e = ~ - 011 - rn1 - CH3
b) 3 - metil - 1 - buteno
e) 3 - meti! - 2 - penteno CH3
H3C, .,...CH3
d) 4 - meti! - 2 - penteno IV) C=C-C
e) 2, 3 - dímetil - 1 - penteno Hc
3 ., '
H H ''CH 3
568 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÂNICA 669

formaria• hidrocarbonetos oticamente ativos? 171. (Fac. Odont. -· UFRJ - 69) A reação do ácido Bromídrico com o propino produz
a) somente l d) somente IV cm maior quantidade:
b) somente I e li e) todos a) 1, 2 - dibromopropano d) 1, 2 - dibromopropcno
e) somente 1, li e III b} 1, 1 - dibromopropano e) propano
e) 2, 2 - dibromopropano
165. (!TA -- 73) O iso-octano é um excelente combustível para motores de combustão in-
terna. Esse hidrocarboneto é obtido nas refinarias por um processo de alquilação ca- 172. (Med. -- UFRJ - 69) A hidratação do etino conduz ao:
talítica:
a) óxido de etileno d) etanóico
~H3 'i;II2 cat. )'H3 Tlh b) etanol e) etanoato de etila
H3C - CH - CH3 + H3C -- C - CH3 • H3C - )' - CH2 - CH - Cil3 e) etanul
CH3
isobutano isobuteno iso-octano 173. (Mcd. e Cirurgia - RJ - 69) A hidratação de alquino verdadeiro, com exceção do ace-
tileno, conduz à formação de
Assinale qual das afirmações abaixo é FALSA:
a) álcool primário d) aldeído
a) na reação acima estabeleceu-se uma ligação entre o carbono terciário do isobutano b) álcool secundário e) cetona
e o carbono primário da dupla ligação do isobuteno e) álcool terciário
b) um bom catalisador para a reação acima é também um bom catalisador para a rea-
ção inversa 174. (PUC -- SP - 70) • Butino - 1, reagindo com solução aquosa diluída de H2 S04, em
c) o isobutcno pode ser obtido em laboratório pela desidratação tanto do 2 - mctil - presença de cátions mercúricos, fornece:
- 1 - propano! como do 2 meti! - 2 - propano!
d) o isobuteno reage com HCI gasoso, formando-se 1 - cloro - 2 - meti! - propano a) butanal d) 1, 2 • butanodi'>l
e) nas mesmas condições de temperatura e pressão, o isobutano é 2,0 vezes mais pesado b) butanona e) ácido butanossulfônico
que o ar c) butano) - 2

175. (Med. - Santa Casa - 66) Reage com sódio metálico o seguinte alcino:
CAPITULO 7 - ALCINOS a) metil-acctileno e) dietil-acetilcno
b) dimetil-acetilcno d) metil-etil-acetileno
166. (Biomédicas·· UFRJ - 71) Nos alquinos a hibridação dos orbitais de carbono é do
tipo: 176. (Fac. Nac. Med. - 70) Qual dos compostos abaixo reage com o nitrato de prata amo-
a) sp4.12 b) sp3
niacal para dar derivado de substituição:
d) sp e) de tipo diferente
a) butano b) buteno-1 e) buteno-2 d) butino-1 e) butino-2
167. (Mcd. - Itajubá -· 73) O estado de hibridação do carbono no ctíno é do tipo:
a) sp 2 b) sp 3 e) sp d) s2 p e) nenhum desses 177. (Med. - Pouso Alegre - 73) Para diferenciar o butino-1 do butino-2 o reagente usado é:
a) HI04 d) HBr
168. (Biomédicas - Univ. GB • 71) Uma ligação tríplice entre dois átomos de carbono se b) AgN03 + NH40H e) FeCl3
compõe de:
c) H20
a) 3 ligações sigma d) 3 ligações sigma e 3 ligações pi
b) 2 ligações sigma-e 1 ligação pi e) 3 ligações pi 178. (EE Mackenzie - 73) Um alcino tem fórmula C6H10• Sobre ele sabe-se que;
e) 1 ligação sigma e 2 ligações pi 1) Não dá precipitação com Ag+ aquoso.
II) Por oxidação enérgica dá mistura de ácidos sendo um deles de cadeia ramificada.
169. (Eng.···· São Joi.é dos Campos - 72) Para dois hidroc,Lrbonetos, um alceno e um alcino,
O a!cino é:
ambos com o mesmo número de '.Ítomos de carbono, o número ele isômeros será:
a) 4 - meti! pentino - 2 d) hexino.- 1
a) maior pam o alccno e) igual para os dois b) 4 - meti! pentino - 1 e) hexino - 2
b) maior para o alcino d) impossível prever c) 3 - metil pentino - 1

170. (Med. - Santa Ca'.sa - 65) A ação do cloro sobre o· acetileno leva à formação de: 179. (PUC - SP - 71) "O acetileno, em condições ambientes, é um . . . . . . . . . . . ,
a) tctracloroetileno e) hexacloroctano obtido facilmente por hidrólise do . . . . . . . . . . . . . . . , e cada vez mais empre-
b) tetracJoroctano d) não há reação gado na fabricação de . . . . . . . . . . . . "
670 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 671

A melhor complementação dessa ftase é:


186. (Med. e Cirurgia - RJ - 69) Para que possa ocorrer a síntese de Diels-Alder temos que
a) líquido - carbureto - matérias plásticas ter:
b) gás - etileno - gasolinas sintéticas a) hidrocarboneto eritrênico + alcano d) hidrocarboneto eritrênico + filodieno
c) gás - carbureto - matédas plásticas b) hidrocarboneto alênico + ftlodieno e) nenhum deles
d) líquido - carbureto - gasolinas sintéticas e) hidrocarboneto eritrênico + aleno
e) gás - etileno - matérias plásticas
187. (Med. - Santos - 71) A unidade monômera da borracha natural é:
180. {Fac. Odont. - UFRJ - 69) A massa de água necessária para transformar 1000 g de a) 2 meti! - 1, 3 - pentadieno d) 2- meti!- 1, 3 - pentadieno
carboneto de cálcio é igual a: (H = 1; C = 12; O ~ 16; ca "'40) b) dimetil - 1, 3 - butadieno e) 2 - meti!· l, 3 - butadieno
a) 56,25 g b) 175,7 g e) 562,5 g d) 112,5 g e) 138,5 g e) 1, 3 - butadieno

181. {FEi - 68) Urna mistura de acetileno e metano, na proporção de 1 mo! de cada um, 188. (CESCEM - 68) Borracha natur.i.l é um polímero de:
sofre combustão completa teórica. Qual a proporção de C02 e H2O que se formam, a} isopren.o d) ácido acrílico
respectivamente: b) butadieno e) 2, 3 - dimetilbutadieno
aj 1:1 W 2:1 c) 3: 2 c) acetileno

182. (Med. e Cirurgia - RJ - 70) Pela passagem, em tubo aquecido, de 3 H - C = C - H 189. (EE São Carlos - 66) A borracha natural é um produto cuja fórmula molecular é:
obtém-se:
a) C12H22Ou e) C6H12O6
a) benzeno d) hexano b) (CsHs)n d) (C6H100s)n
b) hexeno e) nenhum deles
c) ciclohexeno 190. (Med. - Santos - 7Ú A ozonização da borracha natural, e subseqüente hidrólise, for-
nece como compostos principais:
a) somente cetonas d) somente cetoaldefdos
b) somente aldeídos e) somente dialde{dos
e) some11te dicetonas
CAPliULO 8 - ALCADIENOS
191. (ITA - 73) Ooropreno, um elastômero sintético, pode ser obtido industrialmente a
183. (Univ. Fed. Fluminense - 70) A fórmula H2C = CH - CH = CH2 corresponde: partir do acetileno:
a) um alqueno com duplas ligações acumuladas H1 H
1
H
1
b) um dieno conjugado 2HC=CH ➔ HC:êêC -C::=CH2 ➔ H2C=y- C =CH2 ➔(- CH2 -y=C- CH2 -)n
c) um alqueno com duplas ligações isoladas Cl CJ
d) um hidrocarboneto poliênlco (]) (II) (III) (IV)
e) nenhuma das respostas Qual das afirmações abaixo é FALSA?
a) o composto I é obtido pela reação de carbeto de cálcio com água
184. (Fac. Ciências Médicas - GB - 69) Assinalar o nome mais correto, segundo a nomen-
clatura de Genebra, do seguinte composto: b) o composto li chama-se 1 - buten - 3 • ino ou vinil-acetileno
e) na molécula do composto II, os 4 átomos de carbono se encontram dispostos em
CH 3 - CH2 - ~H2 linha reta
CH3 - CH2 - CH = C - CH CH2 = d) não existe composto, isômero de III, que apresente cadeia ramificada e duas duplas
a) 4 - hexadieno - 3, 5 d) 3 - propil - hexadieno ligações
b) 3, 5 - propil - hexadieno 4 e) 4 - propil - hexadieno - 1, 3 e) o composto 111 não apresenta isomeria cis-trans, mas o polímero IV pode apresen-
c) 3 - propil - hexadieno - 1, 3 tá-la

185. (Med. - UFRJ - 69) A adição de 1 mol de bromo ao metil-butadieno fornece em (EE Mackenzie - 73) As duas questões seguintes devem ser respondidas de acordo
temperatura ambiente, predominantemente: com as informações abaixo.
11) CH2 :C(CH3) CHBr CH2Br d) CH2Br C(CH3):CH CH2Br Um hidrocarboneto de fórmula CnH2n-2 tem o seguinte comportamento:
b) CH2Br CBr(CH3} CH:CH2 e) diferente O 9,6 g do hidrocarboneto dão na combustão 30,8 g de CO 2.
II) O hidrocarboneto reage com cloro dando um dihaleto não vicinal insaturado.
e) CH2Br CH(CH2Br) CH: CH2
111) Por oxidação ele fornece entre outros nroduto• im• <'.Jlrhnnic,o " hlltannn~
572 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 573

192. A fórmula molecular do hidrocarboneto é: a) m = 3; n = 2; u = 4; y = 3; r = 2; s = 2


b) m = 2; n = 3 ; u = 4; y = 3; r = 2; s"" 2
e) m = 3; n = 2; u = 3; y = 4; r "2; s = 2
d) m = 3; n = 2; u = 4; y = 2; r = 2; s = 2
193. O composto é: e) m = 3; n = 2; u = 2; y = 3; r = 2; S=4
a) pentino-2 d) meti! - 3 - hexadieno - 1, 3
b) ciclopenteno e) metil - 4 • hexàdieno - 1, 3 199. (Med. - Santos-· 72) O reativo de Bayer serve para diforcndar na prática, alcenos dos
e) meti! - 2 - ciclopentcno ciclanos isôrneros. Esta diferença consiste.
a) alcenos não descoram o reativo de Baycr
b) alcenos escurecem o reativo de Bayer
e) ciclanos descaram o reativo de Bayer
d} ciclanos não descaram o reativo de Bayer e os alcenos sim
CAPfTULO 9 - CICLANOS e) ciclanos descoram o reativo de Bayer e os alrenos não
194. (Univ. Fed. Fluminense - 70) O ciclobutano pode ser obtido por reação de: 200. (Fac. Ciências Médicas - GB - 70) O ciclohexano, em que as valências do carbono
a) .brometo de etila e sódio metálico guardam entre si um ângulo de 109°28', se apresenta em duas formas:
b) mistura de brometo de metila, brometo de n-propila e sódio metálico a) forma em cadeira e forma em canoa d) forma axial c forma equatorial
e) iodeto de sec-butila, éter anidro e magnésio metálico
b) forma em cadeira e forma em sofá e) nenhuma das formas acima
d} 1, 4 - dibromo butano e sódio metálico e) forma em barril e forma em pipa
e} cloreto de butila com sódio metálico
201. (Fac. Nac. Med. - 70) No ciclohexano:
195. (Med. - Santos - 72) Consideremos os seguintes compostos: ciclopropano, ciclobuta- a) a conformação cadeira predomina sobre a conformação bote por conter menos ener-
no e ciclopentano; podemos afirmar que:
gia
a) o mais estável é o ciclobutano e o mais reativo é o ciclopropano b) a cadeira e o bote equivalem cm energia
b) o mais estável é o ciclopropano e o mais reativo é o ciclobutano e) a cadeira predomina sobre o bote porque permite melhor arrumação das moléculas
e) o mais reativo é o ciclopropano e o mais estável é o ciclopentano nos cristais
d) o mais reativo é o ciclopcntano e o mais estável é o ciclopropano d) não há predomínio de uma forma sobre a outra
e) não podemos distinguir qualquer diferença nestes termos entre os compostos dados e) a conformação em cadeira predomina porque encerra maior número de ligações axiais

196. (PUC - SP - 71) A hidrogenação catalítica de um hidrocarboneto cicloparafínico po-


derá conduzir à ruptura do ariel e conseqüente formação de um hidrocarboneto para- CAPITULO 10- HIDROCAP.~ONETOS AROMATICOS
fínico. A ruptura do anel é mais fácil no:
a) ciclopropano
202. (Fac. Nac. Med. - 70) No benzeno:
b) ciclobutano c) ciclopentano
d) ciclohexano e) a facilidade é igual nos quatro casos anteriores a) todos os átomos de C e de H são coplanarcs
b) os átomos de C são coplanares e assim os de H, porém estes ocupam plano diferen-
197. (PUC - SP - 70) Um molde um hidrocarboneto de fórmula C5 H8 tem a capacidade te dos primeiros
de adicionar somente um mol de bromo ou um mol de água; reage com permanganato c) os átomos de C siio coplanares, 3 átomos de H se orientam para cima e 3 para baixo
de potássio em meio ácido, formando somente um mol de ácido dicarboxílico. Este d) os átomos de C não são coplanares e os de H ~ão coplanares
hidrocarboneto será: e) nem os átomos de H nr.m os de C são coplanar~s
a) pentino - 1 d) 1, 4 - pentadieno
203. (Med. - Santa Casa -- 70) A difração de raios X indica que toda~ as ligações C -· C e
b) ciclopenteno e) meti! - 1, 3 - butadíeno e
e) 1, 3 • pentadieno C -- II, bem como os ângulos H - C;:: na molécula do benzeno são . . . . . . . . . . .
e
19R, (Med. - Santa Casa - 70) A equação balanceada para oxidação de ciclohexeno a Portanto, a representação de . . . . . . . . . . . . . . ,$ incorreta e a de• . . . . . . . . ,
1, 2 - ciclohexanodiol com permanganato de potássio em HzO foicialmente neutra é:

a
embora útil, não representa a verdadeira estrutura. Podemos com1ucendcr melhor a c1-
OH trutura molecular desta substância por hibridizaçiio do tipo . . . . . . . . . . . . .

+ n MnO4 0 + u H2O ~ y + r MnO2 + s 0 OH a) iguais; Dewar; Kekulé; sp3


b) diforcntes; Dewar; Kekulé; sp 2
d) iguais; Kekulé; Dcwar, sp
e) difrrenles; Dcwar; Kekulé; sp
OH e) iguais; Dewar; Kckulé; sp2
574 FEL TRE - SETSUO 575

204. (Med. e Cirurgia - RJ - 68) A estabilidade do núcleo bcnzênico é devida, principal- (Biomêdicas - Univ. GB -· 71) O radical trivalente do tolueno (C 6 Hs - C =) é cha-
mente, a: mado de:
a) anel hexagonal d) todás elas a) lolu11a b) benzenila e) benzoíla d) ftalila e) naftila
b) energia de ressonância e) nenhuma delas
e) simetria molecular 212 (Med. - Gama Filho - GB - 70) Apresentam duas valências livres presas ao núcleo ben-
tênico:
205. (EE São Carlos - 68) Dadas as seguintes fórmulas estruturais do xileno temos: a) alcoilenos b) alcoílas e) alcoilidenos d) arílcnos e) arilas

JI 1 (l\kd. - Santos - 71) O assim chamado caráter aromático dos compostos orgânicos
caracteriza-se por:
al reações de adição d) reações de redução
b) reações de substituição e) reações de polimerização
a} 2 p-xiknos e 1 o-xileno ~) reações de oxidação
b) 2 o-xilenos e 1 p-xileno d) 1 p-xileno, 1 m-xilcno e 1 o-xileno
e) 2 m-xilcnos e 1 p-xileno e) todos os xilenos das figuras são vicinais (C'ESCEM - 67) A reação de bromo ccim benzeno para formar bromobenzeno é rea-
lizada sob a seguinte condição:
206. (Med. - Santa Casa-· 73) Um hidrocarboneto AROMÁTICO de fórmula bruta c9 tt 12 a) cm presença de um álcool
poderá apffsentar isõmeros aromáticos em número de: b) cm presença de um ácido de Lewis
a) 3 bJ 5 e) 6 d) 7 e) 8 e) somente em presença de cloreto de alumínio anidro
d) sem catalisador e à temperatura elevada
207. (Med. - Santo Amaro - 71) O número de isômcros de posição do C{)mposto dibromo- é) à temperatura elevada e em presença da luz
nitrobenzeno 6 igual a:
a) 2
J1 ~e (PUC - SP -- 70) Na reação de um mo! de dom com um mo! de tolueno à tempe-
b) 3 e) 4 d) 5 e) 6
ratura ambiente, ao abrigo da luz e com catalisador, forma-se:
208. (Univ. Minas Gerais - BH -- 70) Qual o número máximo de derivados mono-halogena- ;iI cloreto de l)('nzila
dos da estrutura abaixo? h) o-clorotolueno e p-clorotolueno
d mcdorotolueno
,1) cloreto de benzilideno
d ao abrigo da luz, não há reação
a) 5 b) 4 d) 2
e) nenlwm dos números .!presentados (M~. Santa Casa - 70) O dibromobcnzeno apresenta 3 isômeros: Orto, Meta e Para.
Usando condições adequadas, que conduzam à introdução de apeirns mais um átomo de
209. (Med. -- Gil -- 66) O mesitíleno ou trimetil-benzeno simétrico é: bromo a cada uma destas substâncias teremos, conforme o dibromobcnzcno empregado,
a formação de 1, 2 ou 3 tribromobenzenos diversos.
a) 1, 2, 3 • trimetil-benzeno d) 1, 3, 5 - trimetil-benzeno
b) 1, 2, 4 - trímctil-benzeno e) 1, 4, 5 - trimetil-benzeno
e) 1, 3. 4 - trimc-til-benzeno
Orto Meta Pllra
---·~
210. (Univ. Fcd. - MG - 68) Assinale a estrutura correspondente ao 1, 4 - difcnilpentadie- a) três um -dois
no -1, 3: b) um dois três
a) C6 H 5 C'H =CH - CH =Ç- C6Hs e) dois um três
CH 3 dJ dois três um
b) C6Hs -CH2 - CH=CH-9=CH2 e) um três dois
C6Hs
e) C61Is - CH ;:,:CH - CH 2 -Ç =CH 2 (Med. Santa Casa - 70) Partindo"se de uma mistura dos três isômeros dibmm:,;los da
C6Hs questão anterior, quantos tipos de derivados tribromados diferentes entre si serão ob-
d) C6 H5 -·· CH =
CH - CH2 - Ç- C6 H5 tidos?
CH2 a) um b) seis c) dois d) três e) cinco
676 FELTRE - SETSUO GUIMICA ORGÂNICA 5n

218. (Med. - Pouso Alegre - 72) A equação U4. (Mcd. -- Santa Casa - 66) Para se transformar 0,5 mo! de benzeno em ciclohcxano são

o
nl•,;cssários em condições normais,

+ HN0 3

a} uma substituição eletrofflica


b) uma adição eletrofi1ica
ó representa:

d) uma substituição nucleof11ica


e) uma reação de eliminação
JH.
a) 11,2 litros de hidrogénio
bJ 22,4 litros de hidrogênio

!BiomJdicas - UFRJ - 71)


orto-ftálico:
e) 33,6 litros de hidrogênio
d) 44,8 litros de hidrogênio

Qual dos compostos abaixo que, oxidado, fornece ácido

e) uma adição nucleofi1ica cielohcxano


.1) b) ciclohcxcno e) benzeno d) naftaleno
d nenhum deles
219. (Med. - ABC - 69) A sulfonação do benzeno rroduz ácido benzcno-sulfônico, de acor-
do com as equações química~: J}(,. (!'.fod. e Cirurgia -- RJ • 70) O ácido benzóico pode ser preparado:
a) pela oxidação do tolueno d) nenhum deles

@ ~
b) oxidação do álcool bendlico e) todos eles
[) + SO3 e) hidrólise da bcnzonitrila

H SO 3 8 1 n. ('.'ifod. - Santos - 70) Um composto tem a fórmula molecular C8 H 10- Não descora a
água de bromo cm condições normais, é atacado pelos ácidos sulfúrico e nítrico e, por

~ Cê)
II) oxidação, forma o mesmo ácido dibásico obtenível por oxidação do naftaleno. Esse
composto é:
a) meta-xikno d) etilbcnzcno
H , . ____..,. S03G SO3H
b) para-xilc no e) 5 - ctil-eiclo hexa-1, 3 - dicno
Na fase I, o óxido de enxôfre (VI) e o benzeno funcionam, rcspcctivamenk, como: e) orto-xilcno
a) ácido e base de Arrheniús d) base e ácido de Lewis
b) ácido e base de Brõnsted e} base e ácido de Bronsted .'lll. (Univ. Campinas -- SP • 67) Para-nitrotolueno ao ser oxidado em condições drásticas
e) ácido e base de Lewis fornece:
a) ácido 1, 4 • bcnzenodicarboxílico d) ácido para-11itrobcnzóico e água
220. (Ese . .Médica - RJ - 71) Na síntese de Fricde!-Cnrfts temos; b) tolueno e ácido nítrico e) nitrobenzeno e anidrido carbônico
a) formílação d) halogenação e) nitrobcnzeno e metano
b} nitraçfo e) sulfonação
c) acilação 229. (Mcd. e Cirurgia - RJ 69) Os orientadores de primeira classe (= espécie), quando
221. (Med. e Cirurgia - RJ - 68) O transportador de clétrons usado na síntese de Friedd- presentes cm núcleos aromáticos, orientam a entrada de um segundo radical em:
Crafts é: a) somente orto d) orto e meta
a) forro b) some ntc para e) orto e parn
d) clorl'to de antimônio anidro
b) cloreto de zinco anidro e) cloreto de alumínio anidro e) somente meta
c) piridina
230. (Biomédicas - Uf'RJ - 71) Os orientadores de segunda classe (=espécie), quundo pre-
222. (Univ. Min~i; Gerais -- BH - 70) A reação de Friedcl-Crafts é catalisada por ácidos de sentes cm ní1clcos aromáticos, orientam a entrada de um segundo radical em:
Le1>,is. Das substâncias AICJ 3 (I), FeQ 3 (II}, BC! 3 (III) e PC1 3 (IV), as que podem fun- a) somente orlo d) orto e para
cionar como catali:!adores na reação de Friedel·C'rafh são: b) somente para e) para e meta
a) 1, li, IH ~ IV d) somente III e IV e) somente meta
b) soin,·nh• 1, II e IH e) somente I
e) somrnlc' l e II 231. (Univ. Minas Gerais - BH - 70) Sabe-se que m substituintes do anel aromático capa-
zes de lhe ceder elétrons orientam a entrada de um novo substituínte para as posições
223. (PUC - SI' -- 71) Fazendo-se reagir 1,290 gramas de cloreto de etila com benzeno orto-para. Dados os substituintes abaixo, assinale a alternativa que contenha som-,ntc
em excesrn, pelo método de Friedcl-Crafts, e supondo um rendimento de 70,00% para orientadores orto•para:
a reação, a massa do produto org-ânico formado será: -· N0 2 - OH - COCH3 - OC'H3
a) 2,120 g b) 3,028 g e) 1,484 g d) 0,148 g e) 0,212 g (III) (IV) (V) (VI)
578
FEL TRE - SETSUO
QUl°MICA ORGÂNICA 679
a) II, lll, IV, VI d) III, IV, V
b) II, III, IV B7. (Mcd. - Santa Casa - 70) O 1, 4 - dimetilbcnzeno e etilbenzeno são isômcros e podc·m
<J) nenhuma das alternativas está correta
e) I, II, IV, VI ser distinguidos experimentalmente por mononitração direta no anel. Pode-se dizer cor-
retamente que:
232. (Med. - Pouso Alegre - 73) Entre os vários b'l'Upos abaixo, indicar qual contém somen- a) o 1, 4 - dimetilbenzcno origina dois derivados mononitrados e o ctilbcnzcno três,
te orientadores orto-para:
sendo um em pequena concentração
a) NO2 , --OH, -CHO, - CONH2 , - N(CH 3 )i li) 0 1, 4 - dimetilbenzcno origina um derivado mononitrado e o etilbcnzcno dois, so-
b) -NH2, -NHCH3, Br, -C2Hs , -0- CJ-:1 3 mente
e) .. 01& -SO3H, -COOH, - -CN, . SH e) 0 1, 4 - dimetilbenzeno origina um derivado mononitrado e o ctilbenzeno três, sen-
do um em pequena ~-onccntração
d) -N (Cl-13h, --CI, -COOCH3, ... cOCH 3 , -O COCH 3
li) o 1, 4 • dimctilbenzeno origina tr6s derivados mononitrado; e o etilbcnzcno três,
e) --NH-COCH3 , --C 6 Hs , -COOC 2 H 5 , NO; , --CH 3 sendo um cm pequena concentração
e) nenhuma das alternativas anteriores estií certa.
233. (Mcd. -- Pouso Alegre - - 72) Dentre os grupos abaixo, o qne contém somente orienta-
dores meta é:
} IK. (Mcd. - Taubaté - 73) Na mononitração do ácido bcnzcnossulfônico obtém-se predo-
a) NO2 , Cl, Br dJ Cl-13 , Cl, OCH3 minantemente:
b) SO3H, NO2 , COOH e) NHCHO, OH, CN a) ácido 2-nitrobenzenossulfônico
e) CHO, NH2 , CH3 b) ácido 3-nitrobenzcnossulfônico
e) ácido 4-nitrobenzenossulfônico
234. (Univ. Fed. - MG -- 68) Os dcativadores do núcleo arom,ítico tais como --NO 2 , -COOH d) uma mistura equimolecular dos ácidos 2-nitro e 4-nitrobcnzcnossulfônico
e - SO 3 H orientam a substituição em meta porque: t') uma mistura equimolecular dos ácidos 2-nitro, 3-nitro e 4-nitrobcnzcnossulfônico

a) tornam as posições meta negativas, susceptívcis a ataque eletrofílico l.l'I. (CESCEM .• 69) Na monocloração do 1-hidroxi - 2 - nitrobenzeno observa-se a for-
b) tornam as posições orro e para negativas, refratárias a ataque eletrofílico mação:
e) tornam as posições orto e para positivas, refratárias a ataque elctroffüco
d) exercem forte efeito indutivo sobre as posições meta a) predominantemente de 1 - hidroxi- 2 - nitro - 4 - clorobcnzeno
e) tornam as posições meta positivas, susceptíveis a ataque eletrofílico. b) predominantemente de 1 - hidroxi - 2 - nitro - 6 - clorobenzeno
e) de uma mistura de l - hidroxi - 2 - nitro - 4 - clorobenzeno e
235. (CTSCEM - 68) Na reação do ácido nítrico concentrado com nitrobenzeno observa- 1 - hidroxi - 2 - nitro - 6 - clorobenzeno
se que: d) predominantemente de 1 - hidroxi - 2 • nitro - 3 • clorobcnzcno
0) de uma mistura de 1 - hidroxi - 2 - nitro - 3 • clorobenzcno e
a) forma-se somente o-dinitrobenzcno
b) forma-se somente p-dinitrobenzeno 1 - hidroxi • 2 - nitro - 5 - clorobenwno
e) forma-se predominantemente m-dinitrobenzcno
d) forma-se urna mistura de o-dinitrobcnzeno e p-dinitrobenzcno
(CESCEM - 71) Questõn· 240 e 241. Para respondê-las utilize as alternativas abai-
e) formam·se O·, m- e p-dinitrobenzeno nas mesmas proporções
xo:
236. (CESCEM - 72) A trinitração do tolueno, considerando as regras usuais de substi- a N02
tuição aromática, forma, preferencialmente, o seguinte composto:
@NO, @N02
,di(CH' rnYCH, ü,N~CH,

~ NO2
N02 Cl
O2N Ü NO2 02N~N02 (a) (b) (e) (d) (e)
NO 2
(a) (b) (e)
240. Pela cloração do benzeno, seguida de uma nitração e outra nitração obtém-se prepon-
derantementc qual dos compostos acima?
O2N CH 3 O2N CH3
(d)

O2N
)§X NO2
(e)

02N1$1
241. Pela nitração do benzeno, seguida de outra nitração e posteriormente de uma cloração,
obtém-se prcponderantemcnte qual dos compostos acima?

NO 2 242. (CESCEM -- 73) A monocloração do 1 - cloro - 2 - nitrobenzeno, considerando as re-


gras usuais de substituição aromática, forma, provavelmente,
580
FEL TRE - SETSUO QUiMICA ORGÂNICA 581

a) soincnt,• l, 3 - dicloro - 2 - nitrobcn:i:cno


b) somente 1, 5 - dicloro - 2 - nitrobc11~eno 14'1. (Llnh·. Minas Gerais - BH - 70, Os nomes seguintes correspondem a divcnm lÍlcoois;
e) somcnt,: 1, 6 - dicloro - 2 - nitrobenzcno 2 - but.inol (1), 2· - meti\ - 2 - propano! (li), etanol (Ili), álcool isopropílico (IV). Que
d) uma mistura de 1, 3 - dicloru - 2 • nitrobe nzcno e altcrnatim contém a afirmativa correta rcfon:ntc a esses álcoois?
1, 5 - dicloro - 2 - nitrobcnz.-no a) são todos ,ílcoois prim:írios d) 1 e III são úkoois prim,irios
e) uma mistura de 1, 4 - dicloro - 2 - nitrob,·nzcno e b) são todos álcoois secundários e) l e IV são tÍlcoois secundários
l, 6 - dicloro • 2 - nitrobcnzcno e) l, II e IV são álcoois terciários

243. (Mcd. Santa Casa 65) Por destilação seca da hulha, o produto qu~ S<' obtém em J\O. (Fac. Ckndas Médicas. GB -6!1) o número de álcoois isômerus de fórmula
maior quantidade (cm peso) (i_ CsH110H 6:
a) picJic b) alc~!rào e) óleos pesados d) coque a) 7 b) 8 e) 6 d} 9 e) 10

244. (Mcd_ - Santa Ca~a - 65} O gás de ilumi11aç,io (gás de rua) contém, príncípalnwnte: 1' 1. (Unh·. Fcd, fluminense •·· 70) A <1btern;iio do ,Hcool fonil etílico pode ser detuadit m<'·
a) metano, propano e butano diante a reação:
b) hidrogfoio, nionóxido de carbono e metano ,l)H3C COOC611s + IIOH d) H3C -· COOCII3 + C6ll6
e) monóxido de carbono, vapor de água e argônio b) C6Hs - Cll3CIIO + HOH e) C6116 + Cll3COOH
d) acetileno, etano e amônia
e) ll3C -· CO -- C6Hs + H,.
245. (FfCLUSP · 67) Do alcatrão de hulha obtém-se: l\l. (Med. -· GB -- 66) O cpóxi-ctano reage com o iodeto de mctil-rnagnésio dando produ-
a) grni1tc e) coque to que se hldrolisa para:
b) compostos aromáticos d) ncnhum dos produtos dtados a) álcool primário d) glicol bi-primário
b) álcool secundário e) glicol bi-sccund,írio
246. (PUC •• SP - 71) "A hulha é uma variedade de c:rrvão, de origem . . . . . . e) álcool terciário
que por d,•.,lilaçiio .,cea produz . . . . . . . . . . . . em maior quantidade, t1lém do
- , • • • ••••• • . - que é de grandt• impol'tância para a indústriu química orgânica." )\ 1. (Mcd. UFRJ - 69) O 3 • metilpentanol- 3 pode ser obtido reagindo:
A melhor cumpk111t'nta~iio dt·ssa !"rase é: a) butanona + brometo de ctilmagnésio
a) animal ·- carviio coqut• --- alcatcãu b) butanal + brometo de ctilmagm:sio
b) vegetal - carvão coque -- alcatrão e) propanona + brometo de propilmagrn:isio
e) w,getaJ -- alcatrão -- carvão coque d) propanal + brometo de isoprnpilmagnl!sio
d} vegetal - carvão coque amoníaco e) n,:nhum deles
e) animal - carviio coque - gá,1 do ilumina~-:1o
H4. (Med. -- ltnjubá - 73) Qual dos compostos abaixo dá, com reagente de Grignard, um
álcool ~ecuiidiírio?
CAPITULO 11 - ÃLCOOIS CH3 - CHO CH, _ CH2 CH3 fi -
CH3 oli
"-. I o CH3 - C - O - R
247. (EE S.io Carlos - 68) Utilizando a nomenclatura de Kolbc podemos dizer q111: o com-
o
OH (I} (li) (Ili) (IV)
1
posto CH 3 CH2 • ~'. -- \'li - CH 3 ~ u: a) somente d) SO!lll'IÜC IV
CH3 CH3 I,) sornentc H e) nenhuma das respostas
C) somente lII
a) l, l, 2 - trimt•til - 2 - lrntanol d) meti! -<:til - isopropil, carbinol
b) 2, 3 • dinwtil - 3 - pentanu! e) nenhum dos nonws anteriores .'\.~. (Mcd. - Santa Casa - 68) A série homóloga de :ílcooh saturados primários aprc11enta
e) nwlil - e til - propil - c;u-binoJ
ponto tk ebulição (PE) muito superior aos hidro~arbonetos saturados correspondentes,
como a t.1beh1 ~xemplifica:
248. (Mcd. -·- Tat1baté - 73) O m,·til - isopropil - c.irbinol, seguindo as rcu-ras de nomencla-
tura da llJPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada), iS chamado: SUBSTÂNCIA PJ::SO MOLECUAI.R PE ("C)
a) 2, 2 - dímetil - propano! metanol 32 64,7
d) 3 - pentano\
b) 2 - mctíl - 2 - butano! etanol 46 78,4
e) 3 - mctil - 1 - butano! metano 16 -161,5
e) 3 • metíl - 2 - bu tanol
etano 30 -88,4
582
FEL TRE - Sl:TSUO QUIMICA ORGÂNICA 583
A melhor eJ.'.plicação para esse fato é:
a) os álcoois possuem P.M. supeilor ao do~ hidrocarbo to 261. (Med. - Pouso Alegre - 7 3) Assinale a ordem crescente de facilidade de desidratação
, 1
b) as mo1ecu , • ne s correspon d entes dos álcoois abaixo:
as dos alcoois possuem forças de atraç-ao • • t t •· rH3
carbonetos melUs en es entre as de hidra.
CH3 - CH2 - CH2OH CH3 - CHOH - CH2 - CH3 C6Hs - CH2 - COH - CH3
e) os álcoois são, mais solúveis na ag' ua do qu e os hid rocarbonetos
d) (1) (II) (UI)
e~tre as molecufas dos hídrocarbonetos existe uma força intensa de repul - ·
XJstente entre os álcoois sao, me- a) III, 1, II b) lll, li, I c} II, I, m
c) as alternativas e e d estão corretas d) II, III, 1 e) 1, II, III

256.
~~e?i - Ttaíli~baté -d 73b) ~ pon:° de ebulição do n·butanol é maior que o do pentano 262. {Med. e Cirurgia - RJ - 69) Nas reações de substituição da hidroxila de um álcool, a
e er e I co e o utiralde1do, porque o álcool: ' preferência de reatividade é:
a) tem maior momento dipolar > terciárit;
d) é mais solúvei em água a) primário > secundário
b} é um líquido associado
e) tem menor peso molecular
e) apresenta uma propriedade aqui não b) terciário > secundário > primário
citada e) os primários não sofrem reações de substituição da hidroxila
2S7. d) todos têm a mesma reatividade
(Med. - ABC - 73) O composto (1) e) somente os primários reagem
H H H
1 1 1
H-C-C-C-H JU. (Med. e Cirurgia - RJ - 69) Quando um álcool reage com o sódio para formar alco-
I I l óxidos de sódio, a preferência para a reação é:
OH OH OH
é um líquido de maíor ponto de ebulição do que o composto (11)
a) primário >
> secundário terciário
bJ terciário > secundário > primário
H H H H e} somente os terciarios reagem
1 1 1 1
H-C-C-C-C-H d) somente os primários reagem
1
H
1 H1 H1 e) a reação só se processa em condições especiais, não havendo, assim, preferência pa-
ra reação
H-C-H
1
H 164. (Med. - UFRJ - 69) Assinale a frase correta:
Isso pode ser explicado porque (]) possui: a) um álcool é composto neutro, não podendo formar derivado sódico
a) vários agrupamentos hidmJ.'.ila b) o derivado sódico de um álcool é o°!)tido reagindo o mesmo com hidróxido de sódio
d) maior variedade de tipos de átomos c) um álcool é suficientemente básico para receber um próton quando em presença de
b) cadeia carbônica menos ramificada
e) fórmula mínima mais complexa úm ácido mineral forte
e) cadeia carbônica menor
d) um álcool é ácido suficientemente forte para decompor um carbonato
e) a acidez dos á.looois corresponde à dos fenóis
2S8. (Med. e Cirurgia - RJ - 69) Na desid t ~ d 'I
água . d b . ~ açao os a coois, o hidrogê11io que vai formar
sai o car ono menos nco em h1drogênio, diz a regra de: IU. (PUC - SP - 72) 1,8 gramas de um álcool, de massa molecular 90, reagem com sódio
metálico, produzindo 448 ml de gás hid;ogênio, nas condições normais de pressão e
a) Saytzcff b) Karasch e) Thiele d) Hund
e) Oppenauer temperatura. O número de oJ.'.idrilas (OH) existentes no álcool cm questão é:
259. (CESCEM - 67) A facil'dad , uJ 1 b) 2 e) 3 d) 4 e) S
_ ,1 e com que os alcoois primários (AP), secundár1'os (AS)
e terciários (AT) sao de d tad r
reqüência: s1 ra os para ,ormar alquenos é representada pela seguinte
266. (Biomédicas - UFRJ - 71) Qual dos álcoois abaixo reage com ácido clorídrico con-
a) AP >AS> AT ccntr.ido, mesmo na ausência de cloreto de zinco anidro, dando precipitado:
d) AP >AS= AT
b) AP<AS <AT a) butano( - l b) butanol - 2 c) isopropanol
e) AP <As> AT
cJ AP = A.S AT > d) meti! - 2 - propano! - 2 e) nenhum deles
260. (Fac. Nac. Med. - RJ - 68) Qual dos pent '· b · • · • 367. (CESCEM - 66) Um álcool de fórmula bruta C5 H12O fornece por oxidação com-
d anois a aixo e lruUS facilmente transforma-
o em penteno correspondente por eliminação de 1 molécula de ágtia: pleta um ácido carboxílico com atividade ótica. O álcool em questão deve ser:
a) pentano! • 1 b) pentano! - 2 e) pentano! - 3 u) 2 - metilbutanol d) 2, 2 • dimetilpropanol
d) 3 • meti! • btitanol . 1 b) 2 •meti!• 2 - butanol e) nenhum dos álcoois assinalados
e) 2 - metil • butano! - 2
e) 3 • metilbutanol
586
584 FEL TRE - SETSUO

... - M'd" . GB - 69) A fermentação alcoólica de 360 g de glicose, con-


268. (Fac. Cíencias Médicas -· GB -- 70) Um álcool de fórmula C5 Hu OH por oxidação dá ( Fac. Clencms e 1cas -
um11 cetona. Quando ele é desidratado e o alceno resultante é oxidado, forma-se uma siderando-se um rendimento de lOO%, pmd uz:
mhtura de uma cetona c de um ácido. Qual 6 a estrutura do álcool'! u) 92 g de etanol e 44,8 \~tro~ de CO, em CNT:
a) CH3 • CH2 • CH2 • CHOH • CH3 b) 92 g de etanol e 89,6 litros de C01 cm CNT
e) 184 g de etanol a 89,6 litros de C02 cm CNTP
b) (CH,hCOH • CH1 • CH3
d) 184 g de etanol e 44,8 litro~ de C01 cm CNTP
e) (CH3hCH • CH2 • CH20H
,:) nmthum dos valores acima
d) CH3 • CH2 • CH2 • CH2 • CH20H
e) (CH3hCH • CHOH • CH3
A hidrati\Ç~O do óxido de etileno, em presença de ácido
JI,. ( ~kd. e Cirurgía - RJ -- 69)
,mlfúr\1:.0 diluído, fornece:
269. (Med. •-· Santos -- 71) Um composto orgânico de fórmula C6H100 5 tratado com ex- d) etanóico
;1J ctanodiol e) ctanodióico
cesso de anidrido acético fornece outro de fórmula CuH 16 0s, O composto original
1,) danol~I
apresenta o seguinte número de hidrox.ilas alcoólicas:
L") d,rnal
a) 2 b) 3 e) 4 d) 5 e) 6
. . . UFRJ . . 71) Qual dos compostos abaixo é oxidado pdo .í.cido perió-
(lliomcdtcas • • · b •d •
,liso (Reação de MalapraL¼~). com roturn da cadeia car ona a.
270. (Fac. Odont. •··· UFRJ - 69) O processo industrial mais empregado no Brasil para a d) 2, 5 •· hcxanodiol
fabricação do etanol é: a) 1 2 - hexanodiol
e) 2, 4 hcxanodiol
h) l '. 3 - hcxanodiol
a) fermentação do melaço
b) fermentação do amido
l") C
4 - hexanodiol
e) fermentação da celulose . e· . l'J 70) Um dioJ tratado pdo ácido\ pcriodico
1Mcd. e 1mrgia - '
em prcsc~ça _de áinia
• nat Este d1ol e:
- qtl"~ti'dades cquimokcu)arcs de chnu1 e propa •
d) hidratação do etileno ,1,·u formaçao a "'' •
e) destilação da madeira d) 2, 3 - pcntanodiol
,L) 1, 2 - pcntanodiol
e) • nenhum deles
t,) 2 . meti\ , 1, 2 - butanodiol
271. (ITA - 68) Em alguns países o álcool etflico (etanol) é obtido industrialmente pela: ,·1 2, 3 - hcxanodiul

a) destilação seca da madeira . ,, _ ) . . . l _... 200 0 uma nlbmra de propanotriol e sul-


1Mcd. ~ Cirurgia 1--.., 68 Aquecem O ,e .i
b) reação de formalde{do (mctanal) com brometo de metil-magnésio, seguida de hídró-
fotn ,[cido de potássio, obtJm-sc:
!iS<:
d) hcxa-hc xol
e) reação de acetato de etila com água, seguida de destilação u) propcnal
e) glico.c
d) reação de etileno (eteno) com ácido sulfúrico concentrado, resultando hidrogeno- b) propedieno
sulfato de etila, e reação dc~te com água e) dc\opropano
e) hidrogenação cataHtica de acetona
( FFI . 68 ) A glic~rina (glicerol) é emprc!,!.ada:
. .~ d d" amitc e resinas vlní\ica~. e como humcctante do. tabaco .
212. •(Med. - Santa Casa -- 68) O álcool eti1íc::o normalmente encontrado no comércio con- ;1) na preparaçao a 111 .1 . liptálicas e na manulatura de cos·
b} '"~ preparaçao do trinitrato de gliccn a e resmas g .•
tém 5% de água, porque:
méti~'OS , . 'd" . . como óleo sccativo
a) a adição de água é recomendada para diminuir o perigo de combustão expontânea . . . ·ão da "nitroglicerina' e rn~ma, a1qu1 icas e . . .
e) na preparuç - . ;. f brica âo de explosivos e como oteo sccallvo.
do álcool ,\) na prcparuçao de cosmellcos, na a ç
b) o álcool a 95% é melhor desinfetante que o álcool puro
e) 1Yâo ~e consegue obter o álcool puro por destilação simp\e~
d) todas as alternativas acima estão corretas
e) nenhumi1 das alternativas acima está correta
CAPITULO 12 - FENôlS
1l'LIC SP 71) Considere a série de rcu,·ôcs, q,1e indh:amos abaixo, de um modo
JKO.
273. (Med. - Santa Casa - 66) Álcool desnaturado é: abreviado e incomphito:
a) álcool 100% puro benzeno -t ácido mlfúrico (cone.) A
A + hidróxido de sódio {sol. aquçsal B
e
b) álcool obtido da destilaçio seca de madeira __ ,....-'ctu,.,s,.a_,.,o_ _ ___...,
c) álcool obtido pela fermentação alcoolítica de açúcares B + hidróxido de sódio
D
d) álcool impurificado para obter redução de impostos e + ácido clorídrico (diluído)
587
QUfMICÀ ORGÂNICA
586 FEL TRE - SETSUO
O 2, 4, 6- ttinittofenol é também chamado ácido p{c:rico.
2116. (Med. - Sant.1 Casa - 70)
Sendo A, B, C e D os produtos orgânicos principais das reações, concluímos que:
A influência dos g,:upos nitro: , .' .
A B C D
a) umenta1 a densidade etetrônica do n_ucleo aro~a!•co
a) ácido benzeno- fenolato de fenolato de fenol :iminuir à densidade eletrônica do n~cleo ard'm~t~co
sulfôníco sódio sódio b) -dad I tr' nica do nucleo aromat1co
c) inalterar a dens1 e e e º, . 0 sustenta O grupo hidroxila
b) ácido benzeno- bcn:i.cno-sulfonato fenolato de fenol d) aumentar a densidade e1etronica d~ car o~o que
sulfônico de sódio sódio _ ttinitrofen6XJdo mais forte
e) torna:r a base 2 , 4 , 6
c) ácido benzeno- beni:eno-sulfonato fenolato de dorobenmno , f
sódio
I comum tcage com anidrido
sulfônico de sódio . 'd' UFRJ - 71) Pela reação de Kolbe, o eno
llli. (Btome 1cas -
d) difonil- benzeno-sulfonato fenolato de fenol carbônico, a 125°, para dar:
sulfona de sódio sódio
a) ácido oent.óico
e) sulfato de sulfato duplo de sulfato duplo sulfato de
fenila f enila e sódio de fenila e fcnila b) ácido salicfüco
sódio e) benzofenona
d) formiato de fenila
281. (Univ. Fed. Fluminense -- 70) O IK,,esol pode ser preparado ati:avés da reação: e) ácido formilsalidlico
a) H3C - C6H4 - SO3H -+ NaOH fusão
.
Reagindo-se e1ore t o de ·•cctíla
~
com fenol formar-se-á:
b) H3C - C,H6SO2Cl + HOH (CESCEM - 65)
c) H3C - (CH 2 )7COC1 + NaOH OH
d}
e)
H3C - COOC3H; + HOH
por nenhuma das reações apresentadas
HCI
a) @8 -CH3 b)
('~O-C-Cl
e)~ 8
282. {EE Mackenzie -- 69) Adicionando-se HCl ao fenol:
a) não há reação ~O-C-CH3 e) ambos não reagem
b) forma-se o cloreto couespondente d)~ 8
c) forma-se clorobenzeno e água
0 fenol forma complexos corados com:
d) forma-se uma cloridrina 1119. (Mcd. e Cirurgia - RJ - 68)
e) o fenol polimcriza d) cloreto de cobalto
a) cloreto de alumínio e} nenhum deles
b) cloreto de níquel
283. (Biomédicas - UFRJ - 71) Os fenóís e os enóis se assemelham por tere1n caráter: c) cloreto férrico
a) neutro b) anfótero e) alcalino fraco ,. sao
- ern·p-gados como revela d01es em foto.,,.afia devi-
dJ alcalino forte e) ácido 290. (EE Sio Carlos - 68) Os ren01s •~ .,..

do ao:
284. (Med. - Marília - SP - 69) A reatividade do fenol, ern relação ao benzeno, nas rea·
a) baixo ponto de fusão
ções de substituição por um radical com carga positiva é:
b) caráter oxidante
a) maior, devido ao aumento de peso molecular que facilita os choquM -das moléculas e) caráter redutoI ..
na reação d) seu elevl!do coeficiente de ~lubilidade
b) menor, devido ao aumento de peso moleculat, que dificulta os choques das molé- e) nenhuma das respostas antcnores
culas na reação

, - 68) Qual das afirmativa.~ abaixo nao es - tá cotreta em relação ao
(Med. -- Santa easa
e) maior, devido ao aumento da densidade eletrônica nas posições orto e para, pefa
J,'JI.
conjugação com um par de elétrons não participante do oxigênio fenol (H = l; C = 12; O = 16 ):
d) maior, devido ao aumento da densidade eletrônica nas posições meta e para, pela
conjugação com o par de elétrons não participante do oxigênio a} peso molecular igual a 94
e) não há variação de reatividade nas reações acima citadas b) pode ser considerado como á~fº ~raco mo a formação de éter e éster
e) apresenta reações típicas dos a coo1s, co . id
285. (Esc. Médica - RJ - 71) O fenol comum por nitração total produz: d) foi amplamen t e usa
do como desinfetante e germic
. N
ª d
,a diminui de várias centenas e vczc•
e) a introdução de tadic;i.l NO1. em p_os1çao pa
a) fonolftaleína b) ácido pícrico c) picrato de amónio 11 ionização do grupamento hidrox1la
d) ácido salicílico e) tri •bromo• fenol
QUIMICA ORGÂNICA 589
588 FEL TRE - SETSUO

300. (Fac. Ciências Médicas - GB -· 70) Toma-se um frasco com éter comum e adipiona-se
CAPITULO 13 ÊTERES uma certa quantidade de sulfato ferroso cm pó. Assinale, entre as proposições< abaixo,
a mais correta:
292. (!TA - 70) Ãcido sulfúrico não é n•agcntc conwnienk para preparar mNano-oxi-etano
a) O sulfato ferroso reage com o éter dando desprendimento gasoso.
puro, a partir do mct,lllol e etanol, porque:
h) Após algum tempo, o éter será reduzido e o sal ferroso será oxidado à férrico.
a) é muito oxidante d) produz também acetato de ctih1 e) O sulfato forroso solubilizar-se-á, pois é um dos poucos sais minerais solúveis em
b) produz também outros étcrcs e) produz também mclil - ctil - cetona solventes orgânicos.
e) é fort~mcnte dcsidratan!t' d) O sal ferroso, dentro de algum tempo, poderá ser oxidado à férrico, devido à pre-
sença de peróxidos no éter.
293. (Mcd. e Cirurgia · RJ 69) Para se obter ctoxil'lano pela síntese de Williamson, deve- e) Duas das respostas acima estão corretas.
mos reai:,'Ír:
a) ctóxido de sódio + ctilamina d) etanol + monocloroctano
b) etóxido de sódio + etano.unida e) etanoato de sódio + monocloroetano
e) etóxido de sódio + monocloroetano CAPITULO 14 - ALDEfDOS E CETONAS

294. (Mcd. · • Santa Casa 66) A reação de 116 g de fcnolalo de sódio com excesso de bro- 301. {Mcd. - GB - 66) A 2-pentanona é i~ômcra de:
meto de nrntila produzirá no máximo: (H; 1: C º' 12; O ·" 16; Na~ 23) a) 2 - metil - butanóico d) 2 - me til - propanal
a) 54 g de aniso! e) 94 g de anisol b) 2, 2 - dimetil - butanal e) 2 - meti! - 2 - butanona
b) 68 g de aniso! d) 108 g de aniso! e) 3 - metil - 2 - butano na

295. (Biomé.dicas ill'RJ . 71) Rca!!imos halcto de alquila com óxido de prata seco, ob- 302. (CICE -· RJ - 70) Na hidrólise do dicloro - 2, 2 - butano o produto estável resultante
tendo-se: é:
a) álcool b) aldeído e) cdona e) éter a) butanodiol - 2, 2 b) butcno - 2 e) butanona
d) monocloro - 2 - buteno - l c) nenhuma das respostas anteriores
296. (Biom<:'dicas · UFRJ - 71) O mctano-oxi-mctano é obtido fazendo-se reaJc!ir iod,•to
de m,-tila com: 303. (Med. -· Santa Casa - 70) A acetona pode ser preparada de 1-propanol pelas etapas:
a) metano d) mctanoato de sódio
ii iii
b) m,·tanol e) mctanal 1-propanol propeno - - - + - 2-propanol acetona
e) m<·tóxido de prata
Os reagentes convenientes usados nas transformações i, ii, ili podem ser, rcspcctivamentc:
297. (Med. -- Santos - 70) Assinale a afirmativa correta:
a) H2SO4; HCI; KMnO4
a) O éter etílico ~ um solvente não polar e, portanto, com baixa comtank dielétrica.
b) HC!; H2S04 ; KMnO4
b) O éter etílico é um solvente nfo polar e com alta constank didétrica.
e) O éter etílico é um excelente solvcnk parn os sais. e) H2SO4; H2SO4; KMnO4
d) O éter ctfüco é polar pois se dissolve na :Í!:,'lHl. d) KMnO4; H2SO4; CrO3
e) O éter dfüco é um bom substituto p,1r,1 a :ígua como solvente e) KMnO4; HCI; H2SO4

298. (CESCEM 66) fa,,r etílico é uma base porqm·:


304. (Biomédicas - UI-'RJ - 71) O benzeno reagindo com anidrido acético, cm presença
a) não reage com hidróxido de sódio de cloreto de alumínio anidro, fornece:
b) tem um sabor peculiar
a) acetato de fcnila d) anidrido ftálico
e) possui um par de elétrons não compartilh,1do, disponín-1 para rc:1gir e) nestas condições não reagem
d) ioniza-si:' para formar um íon carbônio b) acctofcnona
e) torna azul o papel vermelho d(, tornassol e) ácido frnilacético

305. (Mcd. e Cirurgia - RJ •· 69) Pode-se sintetizar a acetofenona fazendo reagir o benze-
299. (Fac. Nac. l\kd. - 70) Os éteres são cindidos por ·ação de ál'idos. Qual a ordl'm de r<·a-
no, em prcscn~·a de cloreto de alumínio anidro, com:
tividadc dos úcidos:
a) HC1 > >
IIBr Hl d) HBr >
HÓ > Hl a) aldeído acético d) acetato de fcnila
b) HCI _> Hl > HBr e) Hl HBr> HCI> b) ádd o acético e) cloreto de propionila
e) HBr > >
HI HCI c) cloreto de acctila
590 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 591

306. (CESCEM - 71) Pela reação do brometo de etil-magnésio com um composto A e 314. (CESCEM - 71) Um composto de fórmula molecular Cs H 100, quando tratado com
posterior hidrólise, obteve-se 2 ·meti!· 3 • pentanona. O composto A é: iodo e hidróxido de sódio, dá uma reação positiva de iodofórmio. O composto deve ser:
a) cianeto de n-propila d) aldeído propiônico a) 3 - metilbutanal d) 3 - meti! - 2 - butanona
b) butirato de etila e) cianeto de isopropila b) 3 • metilciclobutanol e) 3 - pentanona
c} propionato de etila e) pentana!

307. (Univ, Fed. Fluminense - 69) Os aldeídos reagem com o ácido cianídrico dando: 315. (Fac. Ciências Médicas - GB - 69) Assinalar o item no qual todas as substâncias rela-
a) 01dmas b) purina c) pirimidina cionadas dão o teste do iodofórmio positivo:
d) ácido barbitúrico e) cianidrinas
a) CH 3 •·• CO - - CH 3 ; pentano! - 2; CH3 - CH 2 OH; formaldeído
308, (Biomédicas -- UFRJ - 71) Um composto A, reage com HCN dando B, que por hi- b) acetona; pentanol-2; CH 3 - CH 2 OH; ácido acético; (Cll3)2 - CH - CO - CH3
drólise, dá ácido lático. O composto A será: e) pentanol-2; butano; álcool etílico; formaldeído; acctaldeído

a) 1 • bromopropano d) etanal d) acetona; álcool etílico; (CH 3 h CH -- CO - CH3 ; CH3 - COH; pentanol-2
b) 1, 2 - dibromopropano e) 2 - propanal e) pentanol-3; acetona; álcool etílico ; (CH3)z - CH -- CO - CH3 ; acetaldeído
e) 2 - propano!
316. (Med. - Pouso Alegre -- 73) Para diferenciar as duas cetonas:
309. (Med. - Itajubá - 72) Qual é o composto que em reação com equivalente de NaHSO 3 ,
nas mesmas condições, apresenta maior rendimento? CH 3 - CO - CH2 - CH2 - CH3 e CH3 - CH2 - C0 - CH2 - CH3

a) acetofenona d) acetaldeído o reagente usado é:


b) benzaldeído e) benzofenona a) HIO4 c) NaOH + I2
c) acetona d) solução díluídà de KMnO4 e) ZnC12 + HCI

310. (Biomédicas - UFRJ - 71) Os aldeídos reagem com hidroxilamina fornecendo: 317. (Med. - Santa Casa - 70) Acetais são estáveis em meio alcalino, porém, hidrolizam fa-
a) hidrazonas b) mdmas c) azidas d) hidrazldas e) osazonas cilmente em meio ácido aquoso. A hidrólise do acetal abaixo, nestas condições, leva à
formação de A e 2B sendo A e B, respectivamente:
311. (Univ. Minas Gerais - BH • - 70) A reação seguinte pode ser classificada como:
OR'
.,..CH3 1
CH3 - N = C, R - C - OR'
1
A + 2B
CH3
H
a) adição eletroffüca
b) substituição nucleoffüca bimolecular a) A = cetona; B = álcool d} A = álcool; B = cetona
e) •substituição eletrofílica b) A = aldeído; B = álcool e) A = álcool; B = acetona
d) adição nucleof11ica e) A = ácido; B = álcool
e) adição nucleofílica seguida de eliminação
318. (Mcd. e Cirurgia•·· RJ -- 69) Indique a expressão correta:
3Í2. (Biomédicas - UFRJ - 71) Reagindo propanona com cloreto de etilmagnésio, tere- a) todos os aldeídos dão condensação de tipo aldólico
mos: b) para que um aldeído dê condensação do tipo aldólico, é necessário que tenha mais
a) 2 metil • 2-butanol d) butanal de 3 carbonos
b) 2 meti! -1-butanol e) 2-pentanona e) para que um aldeído dê condensação do tipo aldólico, é necessário que tenha um
e) 2 pentano! hidrogênio em posição alfa
d) somente o acetaldeído dá condensação do tipo a!dólico
313. (CESCEM - 65) Reagindo-se um composto X com iodeto de metil-magnésio, obtém- e) não são os aldeídos que dão a condensação de tipo aldólico e sim os glicóis
se um álcool aromático que pode ser desdobrado cm isômeros ópticos e não pode ser
oxidado sem quebra de cadeia. Dos compostos relacionados abaixo, o único que pode 319. (Fac. Nac. Med. - RJ ·-· 68) Indique o aldeído que tratado com base não dá conden-
ser X é: sação aldó!ica.
a) benzoato de etila d) metilfenilcctona a) (CH3l3C - CH2 • CHO d) CH3 • (CH2h • CHO
b) benzaldeído e) etilfenílcetona b) (CH3hCH • CH(CH3) • CHO e) CH 3 • (CH2h • CH(CH3) • CHO
e) difenilcetona e) (CH1hCH • C(CH~h • CHO
692 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 593

320. (EE São Carlos - 68) Um composto de fórmula C6 H120 apresenta isomeria ótica. 326. (Med. e Cirurgia - RJ -- 68) As cetonas dão, com o reativo de Schiff,
Quando reduzido por hidrogênio esté composto se transforma em álcool secundário. a) cor vem1elha d) álcool secundário
Qual dos nomes abaixo representa o composto: b) precipitado preto e) explodem
a) 2 - hexanona d) hexana! c) não reagem
b) 3 - meti! - pentanona e) 2 - mctil - 3 - pentanona
e) dimetil - butanona 327. (Biomédicas - UFRJ - 71) Qual dos compostos abaixo dá reação de Schiff positiva:
a) propano! d) propanóico
321. (PUC -- SP - 72) Podemos distinguir um aldeído de uma cetona, mais facilmente, por b) propanal e) metano-oxi-etano
meio de: e) propanona
a) redução ou reação com composto de Grignard
b) reação com hidroxilamina ou reação com fenil-hidraziru. (CESCEM -- 68) As duas questões a seguir se relacionam com a seguinte informa-
e) reagente tle Tollens ou reagente de Fehling ção: Um composto A reage com bromo, somente em presença de ferro, dando um com-
d) rcaçao com cianidrcto ou reação com bissulfito de sódio posto B, que com magnésio metálico fornece um oomposto C. O composto C reage
e) reação com amoníaco ou reação com pentacloreto de fósforo com acetaldeído fornecendo, após adição de tÍgua, um composto D, o qual com sódio
metálico desprende hidrogênio.
322. (.Mcd. - Santa Casa -- 73) Quais das reações abaixo representa MAIS CORRETAMEN-
TE a reação entre um aldeído e a solução amoniacal de nitrato de prata? 328. O composto A é:

a) R - C ;:.,- + 2 Ag(NHJ>20H ➔ R - C ;,,-
/-0
+ 2 Agº + 4 NH3 + H20
a) benzeno
b) etileno
d) acetileno
e) bu tadicno
"H -.....OH c) metano

b) R-C~O + 2 [Ag(NH3hr + 20H- ➔ R-C;:;:O + 2Ag 0 + 4Nlh + H2 0 329. O composto D é:


H '---OH
a) metilacetileno d) mctilfonilcar b inol
b) acetona e) dimetilacetileno
c) álcool isopropílico

✓-º + 2Ag(NH3)zOH ➔
d) R - C:::
.130. (Med. - UFRJ -- 69) A substância A de fórmula CsH120 origina por oxidação CsH1oO
que dá reação halofórmica e que reage com a fenilhidrazina. A substância primitiva de-
H sidrata-se pela ação do H2 S0 4 formando hidrocarboneto CsH10 qu~, oxidado, dá ori-
gem à acetona. A substância A é:
a) metil - 3 • butano! - 1 d) metil - 2 - butano! - l
b) mctil - 3 - butano! - 2 e) pentano!· 2
e) metil - 2 • butano! - 2
323. {Esc. Médica -- RJ - 71) Empregado no licor de FL,hling como estabilizador dos íons
cúpricos: 331. (Fac. Nac. Med. - 70) Um composto A dá reação de Schiff positiva e reage com obro-
a) glioxal b) ácido tartárico c) ácido crotônico mo a frio, dando precipitado amarelo. A tratado com permang-Jnato, dá como produ-
d) tartarato ácido de potássio e) tartarato duplo de sódio e potássio to único o ácido oxálico. O composto A será:
a) buten - 2. - diol d) buten - 2 - dia!
324. (Med. - Taubaté -- 73) Tratando-se uma cetona com KMn04 em meio ácido, houve e) oxalaldcído
b) butcn - 2 - ai
formação de ácido acético, ácido propiônico e ácido butírico. A cetona é:
e) propcn - 2 - nl
a) dictilcctona d} etilpropilcctona
b) dipropilcctona e) etilbutilcctona 332. (Univ. Fed. Fluminense - 70) Das reações ab,úxo aprcscnladas, qual Jclas poderia ser
e) metilbutilcetona utilizada para a identificação de uma mctil•cctona:
- Ni
a) H3CCOCH3 + H2
325. (Biomédicas - UFRJ - 71) O pentacloreto de fósforo transforma o aldeído propiô-
níco em: b) H5C2COCH3 + PCls - - - ~
a) cloreto de propionila d) 1, 1 • dicloropropano e) HsC2COCH3 + NaOH + 12
b) aldeído alfa beta dicloropropíônico e) propanopcrclorado d) H3CCOCH 3 + HgZn/HCI
e) aldeído alfa alfa beta beta tctracloropropiônico
594 FEL TRE - SETSUO OUiMICA ORGÂNICA 596

333. (Med. e Cirurgia - RJ -· 69) Da reação entre formo! e amoníaco obtém-se: 339. (PUC - SP -· 70) Um composto A tem por fórmula molecular C4H9Cl. Ao ser tratado
com KCN, fornece um composto B. Na hidrólise de B obtém-se um ácido carboxílico
a) metilamina d) hexamctilenotetramina
C, que não pode ser clorado na posição alfa. O ácido carbox11ico C será:
b) dimetilamina e) trimctilenotetramina
e) trimctilamina a) butanóico d) alfa-dimetilpropanóico
b) pentanóico e) beta-metilbutanóico
334. (Med. - Santa Casa •.- 70) A transformação do iílcool etfüco cm acctuldcído é uma e) alfa-clorobutanóico
. . . . . . . . . . . . . A reação deve ser realizada destilando-se o aldeído que ~e forma
porque o . . . . . . . - , ... - . pode ser obtido do aeetaldeído, no mesmo meio de 340. (Med. e Cirurgia - RJ - 68) O ponto de fusão elevado do ctanóico cm relaçãc, a ou-
reação. O úlcool etílico tem ponto de ebulição . . . . . . . . . . . . . . . . . do que o tros ácidos da série, ao lado de outras particularidades, explica-~e pela formação de dí-
acctaldeído devido a prescn~•a de pontes de hidrogênio . . . . . . . , . _ . __ .. mcros, através de:
a) oxida~•âo, ácido acético, maior, intermoleculares a) ponte de H d) hibridação
b) oxidação, álcool etílico, menor, inkrmolt•cularcs b) troca de détrons e) reação de adição
e) redução, ácido acético, maior, intramolcculares e) partilhução de elétrons
d) redução, álcool ctfüco, menor, intermoleculares
e) oxidação, ácido acético, menor, intramoleculares 341. (Univ. Fcd. -· MG - 67) Qual dos ítens indica corretamente a ordem decrescente de
de acidez das estruturas: •
335. (CESCEM - 67) Em cada uma das afirmações abaixo temos, ~ucessivamcntc, uma re-
ferência a um método de obtenção da acetona e duas sobre as suas propriedades. Assi- OH COOH COOH
nalar qual delas é inteiramenk correta:
a) por pirólise do sal de cálcio de ácido butírico; é inflamável e miscívc.l com água
b) por oxidação -catalítica do isopropanol; dissolve o clordo de sódio e não é infla-
@~ @ HOOC - COOH

mável COOH
(1) (2) (3) (4) (5)
e) a partir do acetileno; forma urna osazona e por hidrogenação catalítica forma o
n-propanol
d) por pirólise do ácido propiônico; não é miscível com água e reduz o reativo de
a) 5 >4>3>2>1 d) 5 >4 >2 > 3 > l
To!lens b) 2 >5 >4 >3 >l e) 2 >3 >1 >5 >4
e) por pirólisc do etanoato de cálcio; dissolve bem os vernizes e reage com iôdo cm e) 5 >2 >3 >4 >1
meio alcalino.
]42. (Fac. Nac. Mcd. - 70) O processo mais simples e eficiente para transformação do ácido
336. (Biomédicas-· UFRJ - 71) Qual das substâncias abaixo dá a reação de Cannizzaro: bcnzóico em seu anidrido, consiste em:
a) propano! d) bcnzaldcído a) refluxar com anidrido acético
b) propanal e) todos eles b) refluxar com c_loreto de cálcio anidro
c) propanona e) aquecer cm cápsula de porcelana para eliminação de água
d) desidratação pelo ácido sulfúrico concentrado
e) reação do sal sódico com o halogeneto de alquila
CAPITULO 15 - ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
J43. (Fac, Ciências Médicas -- GB -· 70) Se submetermos uma mistura de etano, etanol, ace-
337. (Med. e Cirurgia - RJ - 70) Pelo sistema de nomenclatura formulado pela !UC (lntcr- taldcído e ácido acético à oxidação prolongada pelo iwrmanganato de potássio, devemos
national Union of Chemestry) o carbono l de um mono-ácido saturado é o: obter, no final da reação:
a) CH3 terminal d) o ligado a uma ramificação a) etano, acctaldddo e ácido acético d) etano e ácido acético
b) designa do carbono alfa e) qualquer deles b) ácido acético e) nenhuma das respostas anteriores
c) do grupo carboxila c) etanol, acetaldeído e ácido acético

338. (Med. • UFRJ - 69) Partindo-se do n-pentanol, foram realizadas as seguintes opera- 344. (Med, - Santa Casa - 66) Os ácidos carboxfücos sob a ação de pentóxido de fósforo,
ções: l - Refluxo sobre PC1 5 , 2 - Destilação;3 - Reação com magnésio em solução transformam-se em:
etérea (éter etfüco), 4 -- adição de gelo seco (fonte de CO2). O produto obtido foi: a) haletos de acíla
a) pentanóico d) hexanóico b) éstcrcs de ácidos carboxílicos
b) pentanoato de etila e) butanóico e) anidridos de ácidos carboxílicos
e) pentanona d) sais de ácidos carboxílicos
696 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 697

345. (Med. e Cirurgia RJ 69) O ácido acético, sob ,; açfo de cloreto de tionila, trans- 353. (Univ. Fed. Flumincnlt" 70) Na obtenção do anidrido ftálico podemos lançar mão
forma-se t·m: dos r,·ag,'ntcs:
aJ áddo monocloradtico d) aldddo acético a) anidrido acético e naftaleno
b} ácido dicloracético d clordu de acdila b) anidrido acético e ftalimida potássica
e) ácido tric!orai.:ético e) anidrido arsenioso e bi ftalato de potássio
d) oxidação do o-xileno com pentóxido de vanádio
346. (Bio1m(dica, UFRJ 71) O ácido propiimieo rc,1i:indo com diazomdano produz: e) benzeno + ácido sulfúrico
a) propanoazomct:rno d) propionato de metil:i
b) propionilazida d mdilpropilamina 354. (Biomédicas Univ. GB - 71) Um dos medicamentos que obtiveram maior sucesso
e) N - melilpropionamida na moderna terapêutica foi, sem dúvida, a asririna que é a mesma coisa que:
a) o ácido tiossalicílico
347. (r.fod. e Cirnrgfa --- lU 68) Os bet.1-edo-áddos tl'm analogi., de comportaJn.'nfo com b) o áddo acdil-salicílico
as bl'la-dkctonas: c:keompôcm-se com perda de C0 2 pdo calor l\ assim, o ácido lléta- e) a acctanilida
ceto-butírico (ou áddo di:,cético) dá ocigcm a: d) o ácido para-amino-bcnzóico
a) propanona d) ácido lático e) nc:nhuma das ~ubstâncias citadas
b} ácido malônico ~) nenhum deles
e) ácido s11ccínico

348. (1-'FCLUSP 67) O ácido aL0tico é um ingrediente importante cxi,tcnk no:


a) lcik azedo c_i rdrigcrantcs CAPf'rULO 16 - DERIVADOS DOS ÁCIDOS
b) manteiga ranços:i d) vinagre
355. (Mcd. Taubaté - 73) Cloretos de ácidos, anidridos, amidas l' éstcrcs contêm todos
349. (Mcd. e Cirurgia - RJ -- 70) Os ácidos grnxos saturadus têm, como fórmula !,!Cial: na n10lécula o grupo:
a) carboxila b) acila e) hidruxila d) alcoxi e) alila
a) CnH2n01 <l) CnH2n-302
b) CnH2n-l 02 e) nenhuma delas
(Mcd. -- ABC 69) As duas questões abaixo relacionam-se com a reação entre o ácido
e) CnH2n-204 acético e o álcool etílico.

350. (Mcd. ltaju\J;í - 69) O ácido k-ítico: 356. Em sua opinião:


a) tem a, propriedades somt'nfl' dos ,ÍC-idos, como indica seu nome a) no acetato de ctila resultante houve uma ligação entre a base acetato e o íon ctil
b) km a, propricdad;;, das hases do álcool
e) tem propricdadl"S quími<:as dos ákuois e dm ácidos b) o OH du água rcsultant-, J proveniente do ácido
d) não a11r~scnta a r,·a;;iio de eskrificação e) o OH da água n,sultantc é provcnicnfo do álcool
d n·agindo com 11111:1 base forn,·cc a chamada "latida" d) o acetato de- dila resultante é essencialmente iónico
e) nenhuma das afirmativas acima foi comprovada

35 l. (Med. S,mta Casa 68) A fórmula iicral dos :íddo, dicarboxílicos e=


HOOC(Cll2>xCOO!I. quando x ,~ O tem•» o áddo oxálico, c assim por dk111k. 357. Adicionando-se ao sistema álcool cti1ico-ácido acético um pouco de ácido sulfúrico con-
Qual ser.í o valnr de x nos .kidos que, quando aquecidos, perdem água e formam ani- centrado, a velocidade da reação aumcnta porque:
dridos cídkos'? a) aumenta a constmlt,· de equilíbrio da reação, aumentando assim sua extensão
a) O e l \J) 1 e 2 cl 2 ,. 3 dJ 3 e 4 e>4,·S b) 11m dos pr6tons do ácido sulfúrico liga-se à molécula do ácido acético, baixando a
encrgia de ativação da fase controladora da vcloddadc da reação
e) um dos prótons do ácido sulfí1rico liga-se à molécula do álcool ctfüco, diminuindo
352. 01cd. e Cirurµia - R.I 69) O âcidD ox,Ílirn, qua;;,k, .1q11ecido fortcnh"nll'. trnnsfor-
a cm,rgia de ativa(ão da fase controladora da velocidadc da rcação
ma-!i-i..~ i:IU:
d) os dois pr6tons do ácido sulfúrico ligam-se a uma molécula de ácido acético e a
n) anidri<to ,-.irhi'inirn e Ú)!tl.l uma mol-,cula de álcool ctflico, rcspcctivamcntc, formando um t-omposto intcrm~'-
b) anidrido rnrbono,o ,, água
diário
e) ;Ícido fúrmko + anidrido i:arbônko e) a molécula do ácido sulfúrico, sendo tetraédrica. choca-se com muita intensidade
il) ácido fórmico + ani,lrido earbonoso com as moléculas do ácido acético e com as cio álcool etílico, sendo esses choqucN
l') anidrido uxúlico + ~ígua eficazes
598 FELTRE - SETSUO QUIMICA ORGÃNlCA
••
358. (Med. • Santa Casa - 70) Complete a frase: "Quando a mistura contendo um álcool e (]TA - 71) As três questões seguintes, referem-se à seguinte reação:
um ácido carboxílico é a~uccida, cm presença de um ácido mineral como catalisador,
ocorre uma reação de desidratação . . . . . . . . . . . . . . formando-se um . . . . . . .
Esta reação envolve o estabelecimento de um equilíbrio sendo a reação inversa uma
. . . . . . . . . . . . O ponto exato de equihbrio atingido depende das estruturas do
ácido e do álcool e a reação de desidratação referida acima pode, todavia, ser completa,
desde que se use excesso de . . . . . . . . . .
a) intermolecular; éter; hidratação; água
b) intramolccular; éstcr; hidrólise; álcool
e) intramokcular; éter; hidratação; água
d) intermolecular; éstcr; hidrólise; água
e) intermolecular; éstcr; hidrólise; álcool 363. A reação em pauta é uma reação de:
a) hidrólise d) hldratação
359. (Med. - Santa Casa · 73) Ao se realizar uma reação entre as substâncias: b) adição e) esterificação
c) saponificação

H- C
~ 0-H
/D e
1
364. O reagente 1 chama-se:
H a) ácido orto-toluico d) anidrido para-toluico
obteve-se um éster e água. Verificou-se que as moléculas de água continham átomos de . b) álcool bendlico e) ácido 4 - meti! - benzóico
oxigênio radioativo (isótopo 180). Com base nessa informação pode-se prever que o c} ácido salicílico
isótopo 18 0 estava presente SOMENTE no ou nos:
365. Assinale qual das afirmações abaixo, relativas ao produto II, é FALSA:
a) oxigênio (D d) oxigênios CD e @
a} ele é um homólogo do benzoato de metila
b) oxigênio 0 e) oxigênios (D e Q) b) ele tem fórmula molecular C11H14O:2
e) oxigênio Q) c) ele é um isómero do ácido 2 - fenil- pentanóico
d) ele é oticamente ativo
360. (Mcd. · · Taubaté - 72) Nas seguintes reações de csterificação: e) ele é isômero da 1 - hidroxi - 2 - fenll - pentanona - 3
A) ac1'do acet1co
' • + n-b utuno l H2S0 4 i acetato de n-b ut1·1 a + agua'
366. (Univ. Fed. Fluminense - 70) O cloreto de 3, 5 - dinitrobenzoíla, reage com o n-buta•
' 'd o acchco
B) ac1 '. + sec-b utano I --=-------'-+
H S0
2 4 acetato de sec-b uti·1a + agua
'
nol, formando:
C) ácido acético + terc-butanol " 2 804 acetato de terc-butila + água a) ácido 4 - butil - 3, 5 - dinitrobenzóico d) cloreto de 3, 5 - diamino - benzoO.
A ordem de facilidade das mesmas será: b) butanoato de 3, 5 - dinitrobenzoíla e) benzeno + propano
e) 3, 5 - dinitrobenzoato de butila
a)A>B>C d) A> C > B
b) B C> > A e) C > >
B A
e) B >A> C 367. (Med. - Santa Casa - 70) Do ponto de vista teórico, a hidrólise aquosa dos ésteres po-
deria processar-se através de uma cisão alquila-oxigênio como por uma cisão acibt-o,d•
361. (!TA -- 71) Na preparação cm laboratório do acetato de etila a partir de álcool etílico gênio.
e ácido acético, usa-se uma solução de carbonato de sódio: .,,_O
R-C
a) para ca !alisar a esterificação -...O - R'
b) para impedir a saponifinição
e) para dissolver o acetato de etila formado Constata-se que os ésteresê. em sua maioria, quando submetidos a tal reação cm ÍJUI
d) para remover o excesso de ácido do acetato de ctila formado enriquecida pelo isótopo 1 O produzem ácidos Íicos em 18 0. Tendo em conta que nem
e) para minimizar a ocorrência de reações paralelas indesejáveis o ácido, nem o álcool, depois de formados permutam oxigênio com a água enriqL1Dcld1
em 18 0, pode-se concluir que, na sua maioria, os ésteres sofrem uma cisão.
362. (Biomédicas - UFRJ • 71) Qual dos ácidos abaixo formaria éstcr com anidrido acé- a) aJquila -- oxigênio
tico: b) acima - oxigênio
a) ácido aceti!acético d) ácido lático e) alquila - oxigênio seguida de acib1 oxigênio
b) ácido oxaloacético e) ácido malônico d) acila - oxigênio seguida de alquíla oxigênio
c) ácido i:,-irúvico e) b e d podem ocorrer
FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 601

368. (ITA - 68) Pela ação de hidróxido de sódio sobre o composto 375. (Mcd. - GB - 66) O ácido malônico, mesmo depois de ter 2 carboxilas esterificada1,
H3C -- CH2 -- CH2 ... Ç --- O CH2 - CH3 fonnam-sc: ainda tem propriedades ácidas porque:
o a) tem grupamento metilênico ativo d} tem ligação tripla
a) ácido butanóico e álcool metílico b) possui mais carboxilas e) tem grupamento fcn61ico
b) butanoato de sódio e á.icool etílico c) possui hidroxilas
e) butanoato de sódio e etilato de sódio
d) butanal e ctanal 376. (Fac. Nac. Med. - 70) Iodeto de etila submetido a síntese malônica dá origem a:
e) álcool butílico e acetato de sódio a) etanóico d) pentanóico
b) propanóico e) isopen tanóico
369. (PUC - SP 70) Aquecendo-se 2,64 g de um certo éskr com 50 mi de solução aquo- c) butanóico
sa 1,0 normal de NaOH, consegue-se obt,·r hidrólise rnmplda desse composto. Estando
cm excesso hidróxido de sódio, foram necessários 20 mi de solnçfo 1,0 normal de IICI 377. (Biomédicas - UFRJ - 71) Reagindo sódio-malonato de dietila com A, tibtém-se com-
parn completa neutralização. O éstcr hidrolisado 6: (li~ l; C; 12; O; 16)
posto que por aquecimento a 100°, em presença de ácido sulfúrico, fornece ácido bu,
a) formiato de: propila d) formiato dl' lllL'tila tírico. O composto A será:
b) acetato de propila e) formü1to de etila a} monoclorometano d} cloreto de acetila
e) propanoato de ctila b) monocloroetano e} cloreto de propionila
e) monocloropropano
370. (Med. ~ Cirurgia - RJ - 68) Um ~stcr r,•agindo com halogeneto de alquil-magnésio pro-
duz; 378. (Med. -· UFRJ - 69) A hidrólise ácida do metilacetoacetato de etila fornece:
a) álcool primário d) aldeído
a) ácido metilacetoacético + etanol
b) álcool secundário e) cetona
b) 2-butanona + COz + etanol
·e) iílcool terciário
e} ácido acético + propionato de etila
d) ácido acético + etano + COz + etanol
371. (Mcd. -- Pouso Alegre - 72) Os éstcrcs reagem com o reagente de Grignard d:111do um
e) acetato de etila + ácido propiônico
produto que, após hidrólise, fornece:
a) álcool prim:írio d) aldeído
b) álcool secundário e) ácido carbox11ico
e) álcool terciário
CAPliULO 17 - COMPOSTOS HALOGENADOS
372. (JlhJtn~dicas -- UFRJ - 71) A reação: 379. (FFCLUSP - 67) O nome do composto
ACETATO DE VlNlLA + PROPJONATO DF MF.TILA ➔ ACETATO DE Ml:Tl-
LA + PROPIONATO DE VINILA é chamada de: <?13
a) transposiç:io
H3C - CH = 9- e - CHz - CH2a é:
d) cpimcrização C3H?
b) isomcrizaçiio e) trans--e sterificaç:io
e) alcoó lisc a) 6 • cloro: 4 metil - 3 - propílhexeno - 2
b) cloreto de 4 - meti!· 3 - propil - hexan - 2 - ila
373. (Fac. Nac. Mcd. - RJ - 68) A transformação de ácido ac.Stico cm anidrido acético c) cloreto de 3 - me til - 4 - propil - hexen - 4 - !la
exige sua transformaç..io pr.Svia cm: d) 1 - cloro - 3 - metil - 4 - etiliden - heptano

a) ácido acctoacético d) .ícido cloroat,:tíco 380. (Med. - Santa Casa-· 70) Ordenar as moléculas abaixo em ordem crescente da densi-
b) ac,•tato de ctila e) cloroacctato de ctila dade eletrônica do átomo de carbono:
e) c1 or,· to de acd ila
H1 H H Cl H
374. (Mcd. --- GB - 66) O cloreto de acctila tratado com água dá: '
H-C-Cl; H-C-H; '
C}-C-CI;
1
Cl-Ç-CI;
1
Q-C-Q
a'
1
H'
1
a) ácido acético H H C1
b) etanol (1) (II) (Ili) (IV) (V)
e) anidrido acético a) II, 1, V, III IV d) II, I, III, IV, V
d) aectaldc ído b) I, II, III, V, IV e) IV, V, III, I, II
e) esta reação é impossível e) 11, 1, III, V, IV
602

381.
FEL TRE - SETSUO

(CESCEM - 70) Etanol pode ser convertido em cloreto de etila pelo processo se-
QUIMICA ORGÂNICA

UFRJ - 69) O clorofórmio se obíem pela ação do hipoclorito sôbre:


803 1
388. (Fac. Odont
guinte:
a) metano b) metanol c) metanal d) etanal e) cloral
a) reação com cloro em presença de zinco
b) reação com ácido cloroacético, seguida de hidrólise 389. (CICE - RJ -- 69) Um composto que em reação com a potassa alooólica deu uma subs-
e) reação com sódio, seguida de cloração do produto formado tância em que se observava isomeria geométrica era:
d) oxidação e reação do produto formado com PCJ 3 a) cloro - 2 - metil - 2 - butano d) iodoetano
e) desidratação seguida de adição de HCJ ao produto formado b) propano! - 2 - óico e) nenhuma das respostas anteriores
c) bromo - 3 - pentano
382. (Med. - UFRJ - 69) Para se obter um derivado clorado geminado (1, 1) de hidro-
carboneto devemos reagir: 390. (Med. - Santos - 71) Magnésio metálico pode ser dissolvido:
a) alcano + cloro d) álcool + pentacloreto de fósforo a) somente em ácidos orgânicos e inorgânicos
b) alqueno + cloro e) aldeído + pentacloreto de fósforo b} somente em bases orgânicas e inorgânicas
c) alq uino + ácido clorídrico c) em ácidos orgânicos, inorgânicos e soluções etéricas de haletos de alquila
d) somente em ácidos orgânicos e soluções etéricas de haletos de alquila
383. (Med. - Santos - 72) O processo de preparação de clorofórmio é: e) somente em ácidos inorgânicos
a) reação de ácido triclaro acético com ácido clorídrico
b) reação de ácido clorídrico com formo! 391. (Univ_ Minas Gerais - BH - 70} Dada a seqüência de reações abaixo:
c) reação de triclaro etanal com hidróxido de sódio OH
d) reação de triclaro etanal com álcool metílico _ -X- (o] Cs;HsMgX I Cff
e) reação de ácido triclaro acético com acetona A + OH - - - + B ----=---=---+ C
éter
' C2Hs - c, - 3
CH3
384. (CESCEM - 69) Comparando-se os haletos de alquila primários, secundários e ter- Podemos afirmar que a substância A é:
ciários, a sua reatividade varia na seguinte seqüência (para reações do tipo SNl):
a} C2Hs - CH - CH3 d) CH3 - CO - CH2X
a) primários > secundários > terciários l
X
b) terciários >
secundários > primários
c} secundários > >
terciários primários b) C2Hs - yH - CH2X e) C2Hs - y(CH3)X
d) primários >
terciários > secundários CH3 CH3
e) todos têm a mesma reatividade
c} CH3 - ~H - CH3
385. (Med. - Pouso Alegre - 72) A opção que indica, corretamente, a ordem de reatividade X
relativamente ao deslocamento SN2 dos compostos abaixo é:
2 - bromo - 2 - metilbutano 1 - bromopentano 2 - bromopentano
(1) (II) (UI) CAPITULO 18 - COMPOSTOS ORGÃNICOS NITROGENADOS
a) I >II> III d) III> II> I AMINAS
b) II> I > III e) II> III I >
c) III > I > II 392. (Fac. Odont. - UFRJ-69} O compota (CH3)4NOH é:
386. (Med. - UFRJ - 69) Dos haletos abaixo qual deles, em condições solvolíticas, é trans- a) oxima b) nitrila c) amina primária
formado facilmente em álcool; d) amida e) base de amônio quaternário
a) cloreto de metila CH3 • CI d) iodeto de isopropila (CH3hCH • I
393. (Med. - UFRJ - 69) A fórmula geral R-CONHNH2 é de uma:
b) brometo de etila C2Hs • Br e) iodeto de tritila (C 6 H5 hC • I
a) azida b) hidrazida c) amidina d) amida e) hidrazona
e) brometo de isopropila (CH3)2CH • Br

387. (Univ. Fed. Fluminense - 68) Fazendo-se reagir iodeto de etila com amálgama de sódio 394. (Med. - Santa Casa - 73) Novocaína (procaína) tem fórmula bruta C13H20N2O2 e fór-
obtém-se: mula estrutural
a) iodofórmlo
b) iodo nascente
c) ácido iodídrico
d) um composto organo metálico
e) o iodeto de metila não reage com
amálgama de sódio
H2N -@
o - ~
O
,..,..-c2Hs
O - y - y - N....__
H2 H2 CzHs
104 FEL TRE - SETSUO QUfMICA ORGÂNICA 605

Portanto é um composto que apn:scnta em sua molécula as funções: 400. (Univ. Campinas - SP -- 67) Uma solução aquosa de dietilamina tem cheiro caracterís-
a) éster, amida primária, amina secundária tico desagradávd. Este cheiro desaparece tratando-se a solução com ácido clorídrico:
b) éter,, amina primária, ·amida terciária a) por que se forma danol
c) cetona, amina primária, amida secundária b) porque se forma cloreto d~ etila
d) éster, amina primária, amina terciária e) porque se forma hidróxido de amônio
e) éter, amida primária, amida secundária d_) porque se forma etano
e) porque se fom1a cloreto de dietilamônio
395. (Med. - Santos - 71) O número de aminas que tem como fórmula C4 H 11 N é:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 6 e) 8 401. (Med. - l\lanlia --- 69) A diminuição das proprk•dades básicas das aminas tcrciárius é
devida, com maior probabilidade:
396. (PUC - SP -- _71) "Uma amina é caracterizada pela presença do(s) grupo(s) funcional a) ao aumento da densidade eletrônica cm volta do útomo de nitrogênio como conSl!·
(is) . . . . . . . . . . . . . . e possui caráter . . . . . . . . . . . . dada sua scmdh,mça qüência do efeito indutivo dos radicais alquila que rcp~l~m eiétrons
com . . . . . . . . . . : . . . . . '" b) à diminuição da densidade clctrônica em volta do átomo de nitro~ênio como consL~
Completamos essa frase com: qüência do efeito indutivo dos radicais alquila que atraem elétrons
a) -Nl-12 , ácido, os ácidos do nitrogênh e) a um cfoito cstérico que aumenta com o tamanho dos radicais alquila ligados ao
b) -Nl-1 2 , básico, o amoníaco nitrogênio
d) as aminas terciárias possuem maior basicidade <lo que as primárias e secundárias
e) -•NH2 , ;:: NII ou ;i' N, anfótero, os compostos do nitrogênio e) nenhuma das alternativas anteriores
d) -NH2 , ;:: NH ou ;l N, ácido, os ácidos do nitrogênio
e) -NH2 , ;:: NH ou ;l N, básico, o amoníaco 402. (CESCEM •- 71) Considerando-se as seguintes substância~:
[) metilamlna
(ITA - 73) As duas perguntas seguintes referem-se aos compostos: li) amônia l
Ili) anilina
~-m,-ou IV) íon amideto
a seqüência que corretamente exprime a força das bases acima é:
a) Iv>1>n>m d) lH > I > II > IV
Cl b) I > li > III > IV e) IV > >
> III lI I
(1) (II) (III) e) II > Ili > IV > I
(IV) (V)

397. Qual das afirmações abaixo é VERDADEIRA? 403. (FEI - 68) Na reação do cloreto de propila com amônia:
a) forma-i;e nitrila
a) os compostos III e IV têm caráter básico
b) os compostos l e II têm caráter neutro b) formam-se aminas primárias, secundárias e terciárias
e) formam-se arnina secundária e arnida
e) os compostos I e IV têm caráter ácido
d) forma-i;e somente amina secundária
d) somente o composto V tem caráter básico
e) somente o composto III tem caráter ácido
404. (Univ. Fed. - MG - 68) A mctilação exaustiva de metilamina produz;
398. Qual das afirmações abaixo é FALSA? a) o íon dimetilamônio
b) trimctilamina
a) o composto IV pode ser obtido de V, por uma reação de oxidação
e) tctrametilamina
b) o composto II pode reagir com bromo, numa reação de adição
d) tetrametilhidrazina
c) o nome do composto I é para-hidroxi-etilbenzeno
e) o íon tctrametilamônio
d) nenhum dos compostos, de I a V, é gasoso na temperatura e pressão ambientes
e) o composto III é isômero da orto-propíl-anilina
405. (Biomédicas - UFRJ --· 71) Por aquecimento do hidr6xido de tetractilamônio
(135ºC) fonna-se:
399. (Med. - Santa Casa - 66) As aminas reagem com ácido -~orídrico, formando; a) etano + NH3 d) trietilamina + etanol
a) umid\ls e) cloridratos de amina b) etano + eteno + NH3 e) trictilamina + eteno
b) cloHfominas d) iminas e) butano + NH3
aufMICA ORGÃNICA I07
606 FEL TRE - sersuo

406. (Univ. Fcd. Fluminense - 70) O tratamento do isocianato de ctila em meio alcalino, 413. (Biomédicas - UFRJ - 71) Fenilamina a 0ºC reage com ácido nitroso (nitrito de IÓ·
fornece: dio em meio clorídrico) para dar origem a:
a) etano-nitrila d) carbamato de ctila a) sal de benzeno diazônio d) fenilhidrazina
b) etilamina e) uréia + metano b) benzeno azo benzeno e) todas as n,spostas estão erradus
e) etanoisonitrila c) benzeno + N 2

407. (Med. e Cirurgia - RJ -- 68) Um composto A reagindo com hidróxido de potássio dá 414. (Fac. Nac. Med. - RJ - 68) A reação da beta naftilamina com o nitrito de sódio cm
B. B reagindo com derivado halogenado fornece um composto C. C sendo hidrolisado meio clorídrico nas proximidades de zero grau centígrado, dá origem a:
em meio alcalino fornece uma amina. O composto A será: a) naftol beta d) diazotato de sódio
a) anidrido ftálico d) ftalil-amida b) naftaleno e) nenhum deles
b) ácido orto-ftálico e) nenhum deles e) cloreto de naftaleno diazônio
e) ftalimida
415. (Mcd. - Santos -- 72) Tratando-se a anilina com ácido nitroso, obtém-se:
408. (Univ. Fed, Fluminense -- 69) Quando tratamos uma amina primária pelo clorofórmio a) ciclo butano e água
em meio alcalino vamos obter: b) fenol e água
a) uma carbilamlna d) uma amida primária e) fenol, água e gás nitrogênio
b) uma nitrila e) um amino-ácido d) somente fenol
e) uma amina secundária e) mistura de fenol e amina secundária

409. (Biomédicas - UFRJ - 71) Das substâncias representadas abaixo, qual delas, por re- 416. (Biomédicas - UFRJ - 71) A reação do sulfato de benzeno diazônio com brometo
dução se transforma em fenllhidrazina: cuproso na presença de excesso de ácido bromídrico dá orig~m a complexo que se de·
a) C6HsNE±:),= N •• d) C6 H5 - NH - NH -- C6 H5 compõe por aquecimento (Sandmeyer), fornecendo:
=
b) C6Hs - N N - C6Hs e) nenhuma delas a) bromobcnz.eno d) difenilhidrazina
c) C6Hs - CH = N - OH b) benzeno azo benzeno e) substância diferente
c) fenilhidrazina
410. (Biomédicas - UFRJ - 71) Qual das substâncias reage com o cloreto de benzeno
sulfonila para dar produto insolúvel em solução alcalina diluída (teste de Hinsberg): 417. (Biomédicas - UFRJ - 71) Das fórmulas abaixo qual delas corresponde a azo com·
a) metilamina d) trimetilamina posto:
b) fenilamina e) nenhuma delas a) C6HsN+ N =
c) metilfenilamina b) C6Hs - N =N -C6Hs
e) C6 H5 - NH • NH - C6Hs
411. {Med. -- Itajubá - 69) A reação das aminas com ácido nitroso é imporatnte para dife- d) C6 H 5 - CH =N - NH • C6Hs
renciá-las:
e) C6 H5 - CH =
N -- OH
a) as primárias libertam nitrogênio, as secundárias não libertam e as terciárias não
1eagem 418. (Biomédicas - UFRJ - 71) O alaranjado II - sal de sódio do produto resultante da
b) todas reagem
ação do ácido sulfanílico diazotado sobre o naftol beta é um:
e) as terciárias libertam nitrogênio, as secundárias não libertam nítrogênio e as p1imá-
rias não reagem a) composto do diazônio d) hidrazida
d) as secundárias não reagem, as primárias libertam nitrogênio e as terciárias reagem sem • b) azo composto e) composto diferente
libertar nitrogénio e) diazocornposto
e) esta reação não serve para diferencia-las porque uma das aminas não reage com o
ácido nitroso
419. (ITA - 71) Assinale a única afirmação correta, relativa a fenilarnina.
412. (Med. e Cirurgia - RJ - 69) Das amlnas abaixo relacionadas, a que não reage com o a) muito solúvel em água
ácido nitroso: b) gasosa nas condições ambientes de temperatura e pressão
a) metilamina d) difenilamina e) pode ser obtida por redução do nitrobenzeno
b) dimetilamlna e) trimetilamina d) tem caráter ácido acentuado
e) fenilamina e) quando pura tem cor vermelha característica
608 Fl'l TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 609

420. (Fac. Cic-ncia, Médicas -- GB 69) A anilina é praticanwnt<, insolúvel cm água, mas 426. (Med. - ltajubá - 69) As amidas e as aminas têm caráter respectivamente:
cxtremanwnlL' ~olúvd no benzeno. Ela pode, porém, wr facilmente separada deste últi- a) básico, ácido d) neutro, neutro
mo compo1to trat~ndo-se a mistura com ácido clorídrico diluído. Isto ,e dá porque: • b) básico, neutro e) neutro, básico
a) a anilina sofre dccompmição e) básico, básico
b) o benze 110 <, atac.ido pelo ácido clorídrico diluído
e) a anilincl possui grupamcntos polares eclipsado, que são ativados nas condições ,ics- 427. (Biomédicas -- UFRJ -- 71) O aquecimento da bcnzamida com solução diluída de ,íci-
critas acin1~\ do sulfúrico dá origem a:
d) há forma,c:io d, um ,ai de anilina quc-, por sua natureza polar, é solúvel em água e
0
a) benzeno d) ácido bcnzóico
insolúwl 110 benzeno b) bcnzalde ído e) tolueno
e) form;1-w cloridwto de anilina que, ,cndo extremamente volátil_, pode ,n separado e) álcool bcnzílico
por dc,tíbção
428. (Med. e Cirurgia - RJ 68) O principal produto de reação entre amida e ácido nitro-
AMIDAS so é:
a) álcool d) amina
421. (Univ. Fc·d. Fluminrn,c - 70) As amidas podem ser consideradas como resultantes de: b) ácido e) nitrila
a) substitui1·ão de um, dois ou três hidrogénio, do amoníaco por um, dois ou três radi- e) sal de diazônio
cais alquib
b} substituíç-ão de uma, duas ou mais hidroxilas de um poliol por grupamentos NO 2 429. (Fac. Nac. Med. - RJ 68) Por degradação de Hoffmann as amidas transformam-se
e) substituíçiio de u1n, dois ou três hidrogênios do amoníaco por um, dois ou três ra- em:
dicais adia a) amidas com I átomo de carbono a menos
d) reaçSo da amônia com, os anidridos de ácidos b) imidas
e) substituição do hidrugé•nio ácido de um carxilácido por alquilas ou aritas e) aminas primárias
d) aminas secundárias
422. {Med. e Cirurgia - RJ --- 70) Podemos preparar amidas: e) diferente
a) Pela destilação seca dos sais de amônio correspondente.,
b} pela ação da amónia so brc um és ter 430. (Fac. Nac. Med. - RJ - 70) O tratamento, a quente, de um produto do tipo RCONH 2
e) pl'la ação da amónia sobre um anidrido com hidróxido de sódio e bromo leva à formação de uma:
d l nenhuma delas a) bromoamida d) imida sódica
e) todas elas b) bromoamina e) hidrazida
e) amina primária
423. (Biomédicas - UFRJ - 71) O aquecimento a 150°C do acetato de amónio, em meio
acético, fornece; 431. (Med, e CirurgiaRJ - 69) A redução de amida pelo hidreto de lítio-alumínio con-
a) anidrido acético d) aldeído acético duz à formação de;
b) acctamida e) não se decompõe a) imida b) imina e) amina
e) nitrila acética d) atcano + amoníaco e) ácido carbâmíco

424. (Med. - Santos - 72) Da reação de acetato de fenilo com gás amoníaco resultam: 432. (Med. e Cirurgia - RJ 69) Da reação entre uma amida e o pentóxido de fósforo, a
aJ ácido acético e nitro benzeno dJ acetato de etila e nitro benzeno quente, obtém-se:
b) etanamida e ácido fênico e) não há reação a} ísonitrilâ + ácido ortofosfórico (H3PO4)
e) etanan1ida e nitro benzeno b) nitrila + ácido metafosfórico (HPO 3)
e) ácido carboxílico + fosfato de amônio
425. (Fac. Nac. !lfod. RJ 70) A transformação de um ácido em cloreto de acila como d} imina + trióxido de fósforo (P 2 03)
etapa intermediária na preparação de amida é:
e) não reagem nestas condições
a) indisp~nsável, pois não há outro meio de preparar a amida
b) recomendável, pois mais valem duas etapas fáceis que uma etapa difícil e de baixo
rendimento 433. (CESCEM - 71) Os estafilococus atacam o ácido p-aminobe11zÓíco que existe nor-
e) totalmente dispensável pois a transformação é igualmente fácil e eficiente malmente no organismo humano. A sulfanilarnida que os combate, é semelhante ao
d) usada apenas para amidas de aminas aromáticas ácido p-aminobenzóico em tamanho, forma e propriedades. Levando em conta estes
e) usada apenas quando o ácido, ou a amina, ou ambos são excessivamente voláteis dados, qual é a estrutura da sulfanilamida?
610 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÂNICA 611

a) possui grupamcntos carboxila

~
b) o átomo de hidrogênio do grupamento imida é ativado pelos grupos earbonila e

© r§í"\~~' ~
NH,
dissocia-se como próton
c) há dissociação de um próton do carbuno alfa e de um do carbono beta, devido a
1o NH2 O~NH2 O~Nll2 OS1'11 1
1 j
o
2 atru<;ão exercida pelo grupamento imida
d) a pergunta cst:í mal formulada, pois a succinimida, como todas as imidas, têm ca-
o o o o
r,íter neutro
(a) (b) (e) [di (e)
e) a pergunta esta mal formuh1da, poh a succinimida tem, cvídentemcnt~, caráter básico

434. (Mcd. S:111ta Casa 69) Tendo em cont,i as duas rcaçfü·s seguintes: 4 .l<J. (Mcd. - UfRJ - 69) Qual das substâncias abaixo é uma urctana:
a) ácido carbônico d) carbamato d~ ctila
b) uréia e) etilur,qa
e) acctilurcida

•140. (11-fod - Ul'RJ - 69) Entre os derivados da uréia, de grande importância em Medicina,
encontramos:
Podemos diz~r que: a) sulfonamidas d) cardiotônícos
a) os compostos 1 e 3 correspond~m ao carbamato de amônio b) barbituratos e) msc ticidas
e) antibióticos
b) os compostos 2 e 3 correspondem à uréia
c) o composto 3 será carbamato de amônio e o 2 uréia 441. (Med. e Ci.rurgia .. RJ ·- 69) Os barbituratos podem ser obtidos fazendo-se reagir:
d) o composto 2 será uréia e o 3 a guanidina
a) ácido rnalônico + formo! d) ácido acctm1cético + uréia
e) nenhuma das respostas é corrda
b) ácido malônico + urotropina e) ácido aminopropiônico + formo!
(PUC - SP - 70) O ácido nitroso wagc, cm meio aquoso, com uréia. As duas ques- e) ácido malônico + uréía
tões seguintes dizem rcspdto a aspcctos dessa r<:ação: 442. (Biomédicas•- UFRJ - 71) O ácido barbitúrico proveniente da r~a~fo cntn, malona-
lo de etila e a diamida carbônica é uma:
435. Sabendo-se que dessa rt'ação resultam dois gases, pode-se afirmar que eles são:
a) uri:tana d) ureida cíclica
a) NH3, CO2 d) CO, N2 b) url'ina acíclica e) todas as respostas estão crri1aas
b) NH3, N2 e) CO, NB' 3 l") ureina cíclica
c) N2, CO2
NITRILAS - ISONITRILAS - NITROCOMPOSTOS
436. Se a quantidade de uréia utilizada na reação corresponder a 0,20 rnoks, processando-se
a reação totalmente, o volume gasoso, nas condições norma11 de T e P, será:
44J. (CESCEM - 68) Submetendo-se o composto H5 C2 •CN a uma hidrólise com ácido
a) 8,9 litros d) 17,9 litros clorídrico aquoso, obtém-se:
b) 13,4 litros e) 22,4 litros
a) álcool etílico e desprende-se ácido cianídrico
e) 4,5 litros
b) ácido propanóico e desprende-se amônia
437. (Esc. Médica -- RJ - 71) A uréia, aquecida a lS0ºC, se condensa com desprendimento e) cloreto de etila e desprende-se ácido cianídrico
d) etano e desprende-se ácido cianídrico
de gás amoníaco, produzindo um composto chamado:
e) ácido propanóico e forma-se cloreto de amõnio
a) hipobromito d) ácido barbitúrico
b) ácido propanodióico e) cianato de amõnio 444. Itajubá - 72) Seja o seguinte caminho de reações:
e) biurcto KCN H+
Cll3 - Br y
refluxo
438. (Biomédicas - Univ. GB - 71) A succinimida, cuja fórmula está abaixo representada,
tem caráter ácido porque; Y é igual a:
-C=O a) acetonitrila d) ácido acético
'-. NH b) ctilamina e) álcool etílico
/ e) anidrido acético
-- e= o
812 FEL TRE - SETSUO OUiMlCA ORGÂNICA 613

445. (Fac. Nac. Med. - RJ - 68) A hidratação parcial de uma nitrila conduz a: 453. (Med. e Cirurgia - RJ - 70) Pela ação do nitrito de sódio sobre o sal sódico do ácido
cloroacético, seguida de hidrólise a quente, obtém-se:
a) isociana to d) amida
b) isonitrila e) base de Schiff a) metanol d) nitrometano
e) iro.ida b) etanol e) nenhum deles
e) nitroetano
446. (Fac. Nac. Med. - RJ - 70} A alcoólise de uma nitrila produz:
a) amina d) imina
b) ácido hidroxâmico e) éster CAPliULO 19 - COMPOSTOS SULFURADOS
e) imida
454. (Biomédicas - UFRJ -- 71) Mercaptans são compostos de fórmula geral:
447. (Univ. Fed. Fluminense - 69) A hidrogenação de uma nitrila fornece: a) R3 =N d) R - S03H
a) carbilaminas d) ureidas b) R - hal e) nenhum deles
b) urelnas e) sais de diazônio c) R - SH
c) aminas
455. (Med. - Santa Casa-· 66) A fórmula da tiouréia é:
448. (Med. e Cirurgia - RJ - 69) Nitrilas, reagindo com haleto de alquil-magnésio, dão ori- e) CONH
a) CON2H4
gem a um composto B. O composto B tratado por ácido clorídrico diluído dá:
b) CSN2H4 d) CSNH
a) álc,>01 primário d) aldeído
b) álcool secundário e) cetona 456. (CESCEM - 68) Qual, entre as substâncias abaixo, provavelmente poderá ser empre-
e) álcool terciário gada como um bom detergente:
449. (Med. - Gama Filho -- GB -· 70) Compostos que obedecem à fórmula geral R - NC: a) H - COONa

a) aminas d) ísonltrilos b) @-cH3


b) amidas e) nitro-compostos
c) nitrilos e) CH3 - (CH 2 )s - S03H

450. (Univ. Fed. Fluminense - 70) Das reações citadas qual a que conduz à obte~ção de uma 457. (Med. - Santa Casa - 68) As sentenças 1, li, Ili, IV, V, VI se referem à seqüência de
carbilamina? reações simplificadas de síntese da sacarina, abaixo. Indicar a resposta que contém três
a) halogeneto de alquila + cianeto de potássio sentenças conetas.
b) halogeneto de alquila + amoníaco
c) halogeneto de alquila + cianeto de prata
d) halogeneto de alquila + carbamato de amônea
e) halogeneto de alquila + hidroxilamlna

451. (Fac. Nac, Med. -· RJ -- 70) A hidrogenação de uma isonitrila dá origem a:


a} amina primária d) hídrazina
b) amina secundária e} hidrazida
e) amina terciária

452. (Med. - Santa Casa - 68) Nos compostos de fórmula geral R - N0 2, onde R é um 1) o composto II é formado por sulfonação do tolueno com ácido clorossulfônico
radical alcoíla ou arila, podemos dizer que: II) o .composto III é uma sulfonarnida
UI) a passagem de UI para IV é uma reação de oxidação sem redução simultânea
a) o nitrogênio se liga a um oxigênio por covalência e ao outro por eletrovalência IV) o composto V é uma imida, capaz de formar sal com HONa diluído
b) os dois oxigênios se unem ao nitrogênio por eletrovalência V) o composto V é uma unida, capaz de formar cloridrato em presença de HCI
e) um 1ios oxigênios se une por ligação covalente e o outro por ligação semipolar ou
VI) os compostos Ili e IV são sulfonaminas
dativa
d) uma das ligações com o oxigênio é feita através de dois elétrons do átomo de ni• a) VI, Ili, V d) 1, li, IV
trogênio b) II, Ili, IV e) I, II, V
e) as alternativas e e d estão corretas e} III, IV, VI
614 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 615

CAPfTULO 20 COMPOSTOS HETEROCfCLICOS


CAPfTULO 21 - LrPIDOS
458. ffac. Nac. Mcd. -- RJ 68) A fürana é hetcrocfclico:
464. (!TA _ 71) As gorduras e óleos de origem ;inimal ,, vcgd,d de uso maí.1 comum I l>J-
a) pentagonal oxigrnado d) hexagonal oxigenado nha, S('bo, óleo de caroço de algodão, óleo de amenctuim. etc.) "'º cnnstituídm cswn-
b) pentagonal nitrogcnado e) hexagonal nitrogcnado cialmente de:
e i hexagonal sulfurado
a) ácidos carboxílicos alifáticos
b) hidrocarbonetos não saturados
459. {Bium(d\ca, liFRJ --- 71) A tiofrna, lwterodclico pentagonal, dl''<'nberta por Vic- e) mbtllras de parafinas e glicl.'.rinas _, .
tor Mcycr é: /d) éstcrcs de ácido, carboxílicos de númno de çarbonos vanav~l, L' g-licnína
a) monooxiecnado d) monooxigcnado e mononílro~cr>ado e:) ékre, ,krivados de úlcoois com um núnic·ro ,!e carbnnos vanavel
b) monossulfurado e) monooxigcnado L' monossulfurado
e) mononitrogcnado {l\fod. _ UFRJ - 69) Õkos e gorduras são lipídios da classe dos:
a) glkcrídios simples
460. (Jvkd. e Cirurgia -- RJ - 69) A pirana é um hctcrodclico:
b J gliccwfosfatídios
a) monoxigcnado pentagonal d) monoxigcnado hexagonal e) csterolídios
b) mononitrogcnado pentagonal e) mononitrogcnado hexagorrnl d) osolipúlios
e) monossulfurado pentagonal e) sulfolipÍllios

461. tCESCEM 65) A fórmula da piridina é: 466. ( Mcd. -- Santa Casa 69) Óleos scc·ativo,:
a) ,e caracterizam pela presença de ácidos graxos insaturad·is com as dupla, liga~õc,
C) conjugadas
b) se carackrizam pda presença de ácidos graxos saturadus
e) se caracterizam p.:la prc~ença de ácidos graxo, imaturados com as duplas ligações
não conjugadas
d) indcpcndcm, quanto à sua eficiência, da posição d:is duplas ligações
e) nenhuma da, alternativas acima é wrdadeirn

467. (Esc. Mécllca --- RJ -- 71) Qual destas afirmaçn,'s é incorreta'?


462. {I·ac. Nac. Mcd. - RJ ~ 70) O furfural é um aldeído heterocíclico. O núcleo hetcro-
a) Lipídios são. solúveis cm solventes orgânicos.
,.frlico é:
b) Lipídios são substâncias nutritivas.
a) monooxigrnado pentagonal e) Lipídios são éstcrcs de ácidos graxos.
b) dioxigcnado pentagonal d) Lipídios são todo, fortcmcnt,, redutores.
e) monooxigenado hexagonal e) nenhuma. Todas são corrdas.
d) dio:1cigcnado hexagonal
e) mononitrogenado pc:ntagonal 468. (CESCEM - 67) Os óleos vegetais podem ser transformados em gorduras semi-sóli-
das por:
463. (Univ. Minas Gerais BH - 70) Observe os compostos abaixo: a) desidratação

o o o
~COOH

V
A afirmativa INCORRETA referente aos mesmos é:
~
~
469.
bJ hidrólise
e)_ oxidação
d) hidrogenação
'e) saponiiicação

(Med. _ Taubaté - 73) A hidrogenação de uma gordura ó feita para:


a) apresentam estabilidade termodinâmica excepcional
b) têm tendência a dar substituição eletrofílica a) produção de óleos secativos
e) resistem ao ataque de diversos oxidantes • b) aumrntar o ponto de fusão provocando o endurecimento
d) têm tendência a manter o esqueleto cíclico e) produzir sabões duros
e) têm facilidade de se hidrogenar cm presença de catalisadores d) aumentar o índice de iodo da gordura
e} alterá-la ao paladar de modo que não possa ser empregada na alimentação
------..

916 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÃNICA 617

470. (Fac. Ci&ncias Médicas - GB - 68) A oxidação de 1 g de gordura num org-dnismo hu- 4 77. (Med. - Santos - 70) O número de saponificação de um trigliceddio simples saturado
mano libera 9300 calorias. Se no nosso corpo existem 5300 g de sangue, quanto de é 189. Se o peso molecular do hidróxido de potássio é 56, o peso molecular do trigli-
gordura n6s devemos rnetabolizar para fornecer o calor necessário para elevar a tempc· cerídio será:
ratura do sangue da temperatura ambiente (25°C) até a temperatura do nosso corpo a) 3528 b) 102 e) 891 d) 173 e) 346
(37°C)? O calor específico do sangue é igual ao da água:
a) 68 g b) 6,8 g e) 0,65 g d) 65 g e) nenhuma das respostas 478. (Med. - Santa Casa - 66) Índice de iôdo é:
a) o número de gramas de iôdo adicionadas a 100 g de gordura
471. (EE Mackenzie - 69) A saponificação do triestearato de glicerila produz: b) o número de gramas de iôd~ adicionadas a 1000 g de gordura
a) monoes tearato de glícerila c) o número de miligramas de iôdo adicionapas a 100 g de gordura
b) trinitrogliccrina d) o número de miligramas de iôdo adicionadas a 1 g de gordura
e) triestearato de sódio {sabão)
d) estearato de sódio (sabão) e glicerina 479. {Med. - Santa Casa - 67) Qual dos ácidos abaixo tem um número de-iôdo (1) igual a
e) cstcarato de sódio e água 90? (1 = 127) •
472. (CESCEM - 65) Na hidrólise ácida de um óleo vegetal, obteremos sempre:
=
a), CH 3 (CH2hCH CH(CH2)7COOH (peso molecular 282)

a) ácidos graxos e glicerol


= =
b) CH 3 (CH 2)4CH CHCH 2CH CH(CH2hCOOH (peso molecular 280)

b) sabões e glicerol
=
e) CH 3 CH 2 CH CHCH 2 CH = CHCH2CH = CH{CH2hCOO!{ (peso molecular 278)

c) ácido não graxo e álcool de grande número de átomos de carbono


d) ácidos graxos livres e alcoóxido de sódio 480. (Biomédicas - UFRJ - 71) O índice de iôdo dá idéia de:
e) óleos vegetais só podem ser hidrolisados por álcalis a) peso molecular médio de um gllcerídio
b) do número de ramificações na cadeia de um ácido gra::o
4 73. (Fac, Nac. Med. - RJ - 68) 1 g de amostra de determinado ácido graxo exige para c) grau de insaturações de um ácido graxo
sua neutralização 156,2 mg de HONa. Tratar-se-ia de qual dos ácidos abaixo? d) do número de hidroxilas na cadeia de um ácido graxo
e) grau de polimerização de um ácido graxo
a) esteárico (C 18 H 36 0 2 ) C - 12
b) palrnítico (C16H32O2) O - 16 481. (Fac. Ciêncías Médicas - GB - 69) A hidrogenação catalítica de um óleo vegetal de-
e) mirístico (C 14 H 28 02) H - 1 termina:
d) láurico {C32H24O2) Na - 23 a) aumento de seu índice de iôdo
e) nenhum deles b) uma diminuição de seu índice de iôdo
/ e) uma diminuição de seu índice de iôdo e um aumento de seu peso molecular
;' 4 74. (EPUSP - 66) fndice de saponificação de urna gordura é: d) dois dos ítens acima estão corretos
e) nenhum dos itens acima está certo
à) o número de miligramas de KOH necessários para saponificar um grama de gordura
b) o número de miligramas de KOH necessários para saponificar 100 gramas de gordura 482. (Med. e Cirurgia - RJ - 69) A rancificação das gorduras é um fenómeno relacionado
e) •o número de gramas de KOH necessários para saponificar um grama de gordura
com:
d) o número de gramas de KOH necessários para saponificar 100 gramas de gordura
a) isomerização d) transposição
b) redução e) nenhum deles
475, (Med. - UFRJ - 69) O índice de saponificação de uma gordura dá idéla:
c) auto-oxidação
a) do grau de acidez livre
b) do peso molecular médio dos ácidos graxos 483. (Fac. Nac. Med. - 70) Um sabão é um:
e) do número de hidroxilas alcoólicas
a) glicerídio ·d) qualquer produto tenso ativo
d) do grau de insaturação dos ácidos graxos
b) produto sulfonado e) sal alcalino de amino ácido
e) do grau de rancificação de uma gordura
c) sal alcalino de ácido graxo
4 76. (Fac. Ciências Médicas - GB - 69) Os índices de saponificação dos glicerídios são:
484. (Univ. Campinas - SP - 67) Na indústria dos sabões qual dos seguintes compostos
a) tanto maiores quanto maiores forem seus pesos moleculares
constitui um subproduto aproveitável:
b) independentes dos pesos moleculares
c) tanto menores quanto maiores forem seus pesos moleculares a) parafina d) piridina
d) as quantidades de KOH necessárias para saponificar J O g do glicerídio b) vaselina e) glicerina
e) proporcionais aos pesos moleculares e aos graus de insaturação dos glicerídios e) anilina
618 FEL TRE -. SETSUO
OUfMtCA ORGÂNICA 619

485. (CESCEM - 70) A qLialidade de. um sabão cm remover s,:Drdu1cl\ de· 1ccido, m,1nclia· 491. (Jvkd. - Cama Filho CB 70) A fórmula CH 21':H 2 ('00ll torre.,ponuc a·.
dos rc•sul ta de sua aç:i:o:
a) tirosrna d) kucina
,1) oxidante d) cmulsif1cantc
b I fcnil-a!anina e) glícocola
hl neutralizante e) catalisadorct
e) ,k,infctanlc'
e) valina

492. (Univ. Fcd. Flu,nin0nsc 69J O ácido a,pórtico oficialmente: e· d1am:ido:


486. (Univ. Fed. fiumin,·ns~ - 69) As ceras:
aJ amino - 2 - pl~llÜHH.l - dióíco
a} são mnis fáct'is de hidwlísar que as gordnras neutras
b) üiarnino - 2. 5 - p.:ntrnóico
b) são m,üs dífícds de hidro!isar que, as gorduras neutras
e) amino - 2 - but.1110 - dióko
e) dão por hidrólise glicerol e ácidos graxos
d) diamino - 2 4 - hc;;anóico
d) não se hidrolisam
e) são substâncias inst..'Íveis e) diamino - 2, 3 - hcxanóico

493. (J\.lcd. e Cirnrg:1a RJ 70) A lisrna ( um anünucícido representativo do grupo dos:


487. (Biomédicas - - Univ. GB - 71) No estudo da Biologia, o papel das kcitinas na ,••:trn-
tura da membrana celular é por demais conhecido. Elas diferem das cdalínas: a) mono-arnJnn, nHJnu-e:arboxílicu d) qll,: L'unh!1n 1
b) m(n\o-~unino, di-(:arboxílicus ,.,.~ di-aminn, rno1H1-carbo,Ílj,,
aJ porque têm dois grnpamcntos fosfato
1_·) qu-_· llHltl'm ~
b) porque têm como base orgànica a colina
e) porque dão por hidrólise dua~ mol~culas de ácido gra.xo
494. (Mcd. e Cirurgia - RJ - 7U) O aminoácido alanina é o:
d) porque dão por hidrólise uma molécula de glicerina
e) por nenhuma da~ razões acima a) ácido alfa-amínoacético
b) ácido alfa-aminobutírico
488. (Fac. Ciências Médica, GB -- 70) A fórmula abaixo rcprcscn ta e) ácido alfa-aminopropiônico
CHrOOC - R d) ácido alfa-arnino-bcta-hidroxipropiónico
e) ácido beta-fcnil-alfa-aminopropiônico
1
CH - OOC -- R
495. (Fac. Nac. 1\-!ed. - RJ - 70) A tirosina é um aminoácido:
1 ~
CH2 O f O - CH2 a) acíclico monoaminado
b) acíclico diaminaJo
d) sulfurado
e) hctcrocídko
OH
,... , ar(1n1ático
a) uma beta-lecitin:.1 d) uma alfa-céfalina
b) uma fosfatidil-scrina e) um glíccrofosfato de colina 496. (Biom0dicas Univ. GB - 71J Qual da, fórmulas abaixo pode corresponder a de um
e) um lipositol
amino-ácido encontrado cm protdna?
a) C4H90N
b) C4l-i?02N
cJ C4H9ü3N
CAPfTULO 22 AMINO-ÃCIDOS - PROTEl°NAS d) C4H1102N
e) nenhuma das fórmulas acima relacionadas
489. (Med. -• Santos 72) Com relação entre os amino ácidos podemos afirmar:
a) entram na comtítuição das proteínas 497. (Mcd. e Cirurgia -· RJ - 69) At1ote qual dos monopcptídios abaixo possui núcl~o aro-
b) ncio apresentam isomcria ótica, sem enTs,Õcs rn6tico:
e) com cxccssão da glicina não apresentam isomcria ótica a) leucina d) alanina
d) co!ll excc,s,fo da valína apresentam isomcría ótica b) valina t) nenhum deles
e) sao uma função mista amída e ácido carboxílico e) tirosina
490. (Fac. Ciências Médicas - GB - 70) O composto CH2(NH2)•CH2 •CH 2 •COOH é um: (Univ. Fed. Flumincn,;e - 70) Dentre os amino-ácídos naturais, aqueles sulfurados são;
498.
a) alfa-amino ácido d) délta-amino ácido d) leucina e isoleucina
a) alanina, arginina
b) bda-amino ácido e) nenhuma das respostas anteriores e) glicocola e tiro sina
b) cistina e cistcína
e) gama-amino ácido
e) !!licina e áicdo asoártico
'
820
FEL TRE - SETSUO OUINIICA ORGANICA 621

(Esc. Médica - RJ - 71)


499.
ceção da:
Todos os aminoáeidos apresentam isomeria ótica, com ex- 502. r possível concluir-se que, somente:
a) alanina a) l é verdadein• d) I e II são verdadeiras
d) histidina
b) tirosina b) II é verdadeira e) 1 e III são v~rdadeiras
e) glicina
e) valina e) lil é verdadeira

500. (Med. - Taubaté - 72) As proteínas são macromoléculas formadas de aminoácidos co- 503. A reação de síntese entre 1 molél-'ula de alanina, l de glicina e l de aéido glutâmico,
mo unidades primárias. Essas unidades primárias estão ligadas entre si por: fornece um polímero:
a) forças de van der Waals a) com igual número de grupàs -NH2 e - CO2H
b) pontes de hidrogênio b) com duas ligações pcptídicas
e) pontes de oxigênio c) de massa molecular correspondente à soma das massas moleculares dos três reagentes
d) classificado como polímero de adição
d) ligações amídicas
e) constituído por três agrupamentos ainina primária
e) ou1ro tipo de ligação

504. (CESCEM - 72) Podem originar proteínas os amino-ácidos:


501. CESCEM - 71) A ligação peptídica, encontrada nas proteínas, acha-se tipicamente re-
presentada em qual dos compostos abaixo? H
1

a) (§Jc - li
O
0 - NI -- Cli - CH2 -- CH2 - COOH
H O
[) H3C - C - COOH
1
NH2
H H
1 1
H H II) HO - e1 -· e1 - COOH
1
1
N-C-C
1 1 li ~ - y- COOH H NH2
H CH3 O H CH3 H H
1 1
H3C...,___
III) HS - l - l - COOH
e) _,.,e - C - N - CH2@ H NH1
H,C 1 11 1
ª H O H a) somente I é correta d) pelo menos duas são corretas
b) somente II é correta e) as três são corretas
e) somente III é coueta

505. (Fac. Ciências Médicas - GB - 69) Sendo o peso molecular do amino ácido alanina
igual a 89, o peso molecular do peptídío penta-alanina será:
a) 370 b) 445 c) 355 d) 373
e) nenhum deles

506. (CESCEM - 70) Esta questão se refere ao texto abaíxo, escrito por um aluno, rela-
tivo a amino-ácidos:
"Os amino-ácidos são compostos que apresentam na mesma molécula as funções amina
(Med. - ABC - 73) As duas questô~s abaixo reforem-se às substâncias: e ácido carbox11ico. Eles também são chamados de amidas e podem ser obtidos pela
hidrólise de Iipídios. O amino-ácido mais simples é a glicerina. Os amino ácidos for-
H2N -yH -CO2H H1N - yH ···· CO2H H2N --yH · · CO2H mam sais quer por reação· com ácidos, quer por reação com bases. Nas proteínas' temos
CH3 H (~H2h amino-ácidos ligados entre si, formando as chamadas ligações peptídicas."
C02H O texto acima contém:
alanina glícina ácido glutâmico a) 1 erro b) 3 erros c) 4 erros d) 5 erros e) 7 erros
Dadas as afirmações: 507. (Med. e Cirurgia - RJ - 68) Os aminoácidos reagindo com ácido nitroso dão:
l) As três substâncias representam aminoácidos. a) hidroxí-ácido d) ímina
II) As três substâncias são oticamente ativas. b) amina e) imida
Ili) As três substâncias podem reagir tanto com âcidos quanto com base3, c} arnlda
au(MICA ORGÂNICA 623
622 FEL TRE - SETSUO

514. (Mcd. -- Santos -· 68) Se o pH da solução de determinado amino-ácido for superior •


508. (Fac. Nac. ~kd. -· RJ 70) A ~anina (ácido alfa aminopropiô11ico) reagL' com o ni- ao de seu ponto isodétrico, pela passagem de uma corrent~ elétrica na solução, esse
trito de sódio em meio ácido clorídrico para dar origem a:
amino-ácido:
a) ácido lático + nitrogênio + água a) migrará para o polo negativo
b) ácido l,ttico + óxido de nitrogênio + :ígua b) migrará para o polo po:illivo
e) ácido pÍI'Í1vico + nitrogênio + água e) não migrará
d) ácido pirúvico + óxido de nitrogênio + água d) formará um sal interno
e) n•agc dikrcntems-nte
e) precipitará

509. (Fac. Ciêm.:ias Médicas - GB • 69) A reação do ácido nitroso com uma proteína pode
ser utilizada na determinação do: 515. (CESCEM - 68) Submetendo-se uma solução aquosa dc' glicina (ácido amino-acético)
à eletrólise, verifica-se que a glícína migra parn o ânodo:
a) número de amino ácidos que compõem esta proteína
b) número t!e amino ácidos cíclicos existentes nesta proteína a) somente se a solução for acidulada
c) número de amino ácidos di·amino, dkarboxilicos desta proteína b) somente se a soluçfto for akalinizada
d) número de grupamcntos amina livres nesta proteína e) qualquer que seja o pH da solu~ão
e) amino ácido inicial da cadeia de proteína d) somente se a solução estiver no ponto iso-clétrico
e) sotncnte se o grupo carboxila for cstcrifkada
510. (Univ. Fcd. l'lumincnsc · 70) O ponto isoelétrico de um amino.,ácido corresponde:
a) a concentração de íons carbonium de uma solução na qual um amino-ácido se dissolve 516. (Fac. Ciências Médicas • GB - 70) Fez-se a análise dos pontos isoelétricos de dois
b) a concentração de íons carbonium de uma solução na qual um amino-ácido não se amino ácidos (A e B) por c!ctroforese. Trabalhou-se em condições adequadas, estando
dissolve o sistema tamponado à pH 3. O resultado obtido está representado no gráfico abaixo
e) a concentração de íons hidrogénio de uma solução nu qual um amino-ácido não (sendo O o ponto de aplicação das amostras):
migra sob a influência de campo détrico
d) a concentração de íon, hidroxila, existentes cm uma solução de triolcína B O A
e) nenhuma das respostas apresentadas ( - ) - - X - - X - - X--(+)
(cátodo) (ânodo)
511. (Med. ·- ltajubá - 69) Os aminoácidos com número de grupos - NH 2 maior que
-COOl:I em solução aquosa na quu.l se produz uma corrente elétrica: Podemos diier que:
a) migram para o ânodo a) os pontos isoelétricos de A e de B são menores do que 3
b) dividem-se, indo uma parte para o cátodo e outra para o ânodo b) os pontos isoelétricos de A e de B são maiores que 3
e} não migram, pois não contém carga e} os pontos isoclétricos de A e de B são iguais a 3
d) migram para o cátodo d) o ponto isodétrico de A é maior que 3 e o de B menor que 3
e) nenhuma das alternativas é rnrrda e} o ponto isoclétrico de A é menor que 3 e o de B maior que 3

512. (Med. Santos - 72) O ponto isodétrico do ácido aspártico é prl = 2,8. Podemos
afirmar qué: 51 7. (Esc. Médica - RJ - 71) O ponto em que à proteína tem um mínimo de solubilidade
a) para um pH maior que 2,8 o ácido aspártico sofre cataforcsc é:
b) para um pH igual a 2,8 o ácido aspártico sofre eletroforese a) RF
e• para um pH menor que 2,8 o ácido aspártico sofre anaforese b} ponto M fusão
d) para um pH maior que 2,8 o ácido aspártico sofre anaforesc e) ponto de ebulição
e) a clctroforcsc indepe nde do PH da solução d) constante de Michaelis
e) ponto isoclétrico
513. (~'ded. -· Iwjubá - 69) Um aminoácido que é dissolvido em agua possui um pH = 2.
Pergunta-se: O "zwitterion" é positivo ou negativo; o pH no ponto isoelétrico é supe-
518. (Mcd. - Santa Casa - 69) A constituição do linho, algodão, seda e lã é, rcspcctivamcntc:
rior, igual ou inferior a 2?
a) polissacarídica, proteica, proteica, polissacarídica
a) negativo e inferior
b) polissacarídica, polissacarídica, proteica, pro tcica
b) negativo e superior
c) proteica, proteica, polissacarídica, polissacarídica
e) positivo e inferior
d) proteica, proteica, proteica, polissacarídica
d) negativo e igual e) nenhuma das respostas anteriores é verdadeira
e) nositivo e sunerior
624 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 625

d) estão relacionados com a disposição espacial de uma das hidroxilas do aldeído gli-
CAPITULO 23 - GLÜCIDES cérico
e) mistura de enatiomorfos em quantidades equimoleculares
519. (Med. - Santa Casa - 73) Leia com atenção o texto abaixo com a finalidade de des-
cobrir o número de erros conceituais existentes: 526. (CESCEM - 67) Assinalar qual das afirmações é correta em relação à glicose e à
"Açúcares são substâncias orgânicas que sempce se ">Sentam como polihidroxialdeído frutose:
de fórmula geral CnH2n-2On Muitas vezes as m~~~.:ulas mais simples polimerizam-se a) ambas são aldohexoses da série D
dando origem a polissacáridos, como amido e celulose, ambos facilmente digeríveis pe• b) a glicose é uma hexase e a frutose uma pentosc
los seres humanos." e) ambas são cetohexoses da série L
O número de erros conceituais é: d) ambas são oses dextr,§giras
a) I b) 2 e) 3 d) 4 e) 5
e) nenhuma das alternativas anteriores é correta

520. (EEU Minas Gerais - 67) Qual das afirmações abaixo é correta: 527. (Univ. Fed. Fluminense - 69) Sendo n o número de átomos de carbono de uma cetose,
quantos isômeros opticamente ativos apresenta?
a) oses são glicídios que se hidrolisam d) a sacarose é urna ose
a) 2n b) 2n·l e) zn-2 d} 2n-4 e) 2n-3
b) 6sides não se hidrolisam e) a glicose é uma óside
c) a sacarose é uma 6side
528. (Med. - GB -- 66) Entre as substâncias abaixo, a epímcra da glicose é:
521. (Med. - UFRJ - 69) Qual das oses abaixo é uma cetohexose: a) manose b) sacarose e} frutose d) ribose e) maltose
a) glicose b) frutose e) manose d) galactose e) ribose 529. (Fac. Ciências Médicas - GB - 69) O fenómeno da mutarrotação verificado em alguns
glicídios, quando dissolvido em água, é devido:
522. (CESCEM 73) Os açúcares apresentam, em geral, as seguintes propriedades:
I) são razoavelmente solúveis em água a) a degradação progressiva do glicídio
b} ao reajuste da estrutura molecular do glicídio, com o desaparecimento de um car•
II) oxidam-se facilmente
bono assimétrico
As propriedades I e II são, respectivamente, devidas à presença de: e) à formação de isómeros D e L
a} grupos aldeído e pontes de hidrogênio d) a existência de isômeros denominados alfa e beta
b) grupos hidroxila e pontes de hidrogênio e) à interconvenão de grupamentos aldeído e cetona
c) pontes de hidrogênio e grupos hidroxila
d) pontes de hidrogênio e grupos aldeído 530. (Biomédicas - Univ. GB - 71) Seria possível identificar-se os glicídios, glicose, fruto-
e) grupos hldroxila e grupos carboxjla se e manose através da formação, em condições adequadas, de suas respectivas fenil-
osazonas?
523. (Biomédicas - Univ. GB - 71) Um poli-álcool é formado por uma cadeia linear de a) não, porque eles nunca formam fenil-osazonas
carbono e contém um grupamento aldeídico. Sua fórmula geral é Cn(H 2 O)n. Assinale, b} sim, potque os cristais das fenil-osazonas destes glicídios são perfeitamente identi-
abaixo, o que achar mais correto: ficáveis
a) a substância é um lipídio d) a substância é uma aldose c) não, porque apenas a glicose forma fenil-osazona
b) a substância é um aldeído graxo e) a substância é a frutose d) não, porque todos os três glicídios formam a mesma fenil"0sazona
e) a substância é uma aldo-hexose e) todas as respostas acima estão erradas

524. (EE Lins - 67) Dois exemplos de dissacárido: 531. (Med. e Cirurgia - RJ - 70) As osazonas obtidas da glicose, manose e frutose são idên-
ticas e, por esse fato, Fischer demonstrou que isto ocorre por que:
a) glicose e levulose d) sacarose e levulose
b) glicose e lactose e) glicose e sacarose a) são isómeros entre si d) são todas dextrógiràs
e) sacarose e lactose b) tem os 4 últimos carbonos iguais e) são todas de origem natural
c) pertencem todos à série D
S25. (Univ. Fed. Fluminense - 70) Os símbolos D e L são utilizados para os compostos, en-
tre os quais os glicídeos que: 532. (Biomédicas - UFRJ - 71) Sob ação de ácidos minerais fortes não oxidantes as oses
a) apresentam atividade dextro e levo ratatória se transformam em:
b} sofrem decomposição ou que se apresentam à temperatura ambiente no estado Jí. a) ácidos aldônicos d) compostos pirrólicos
quido b) ácidos urónicos e) compostos furfurálicos
e} sofrem dimerização e são liposolúveis e) acidas áricos
626 FEL TRE - SETSUO
OUlÍVllCA ORGÂNICA 627

533. (l\kd .. Ul· RJ - 69) Pda ação dos áci<los minerais fortes não oxidantes as ases livres
5 39. (Mcd. e Cirurgia RJ 70) Os ácidos urônicos, obtidos por oxida<;fo de uma aldosc,
ou combin,i,hts se transformam cm:
possuem:
a) compostm forfuúlicos d) ácidos iíricos a) uma carboxila no carbono 6 d) uma carboxila ,·m C1
b) com pu, los pirânkos e) tióis b) uma carboxila cm C1 e outra cm C6 e) qualquer um ddcs
e) tiofênico~ e) não possuem carboxila (nome impróprio)

534. (Mcd. Sant:i Casa -- 70) Existem duas formas isômcras da glicose que são intcrcon- 540 (Med. • Gama Filho - GB - 68) Assinalar um produto de ferm,·11tJé·iio <ta glicose.
vertidas cm solução aquO!ia, produzindo uma mistura (k ambas, cm equilíbrio. Esse
fcnômcno é dc•nominauo: a) glicogi,nio d) 2-dcsoxirribosc
b) frutose cl ácido lático
a) polariw,-fo d) mutarota,,iio
e) ácido glutâmico
b) anfotni.,mo e) nenhuma das alkrnativas é correta
e) conformação 541. (BiomMicas - UFRJ -· 71) Considerando-se o rendimento de 100%, qual o volume
de CO 2 dcsprl'ndido, provc1Jicnte da fermentação de 90 mg de glkose, medidos nas
535. (Med. -- Santo André - 72) Na solução aquosa l molar de glicose existe um equilí- condições normais de temperatura e pressão:
brio entre as formas cm cadeia e cícli:ca: a) 5,6 mi d) 44,8 mi
Çil2OH b) 11,2 mi e) nenhum deles
HCO
c--o e) 22,4 mi
1 H-..., /H1 '-...._,_ _,..H
(1 HOH)4 ----e cr 542.
no/ ·'-...._,_ 9u ~/ ·---......ou (Univ. Fcd. Fluminense - 69) Quando se faz a redução da frutose vamos obter:
CH2Oll c--c
1 1
a) hexano di-ol 1-2 d) sorbitol + ácido sacárico
H OH b) osazona e) manitol + sorbitol
Se a 25ºC a constante de equilíbrio acima é 99, podMc ,tfirmar que a essa temperatura: e) furfural
a) a form,; em cadeia é a mais estável 54~ (Fac. Ciências Médicas - GB - 69) A hidrólise da sacarose produz:
b) 99'1, da ~licosc está na forma cíclica
a) a, D-glkosc e {3, D-frutose d) a, L-glicose e {3, L-fru tose
e) a 'fr da f,irma em cadeia é menor do que a temperaturas mais altas
b) {J, O-glicose e /3, D-frutose e) {3, O-glicose e a, D-frutose
d) a forma,ão do anel praticamente elimina a atividade Ótica da glicose
e) as molfrulas cíclicas associam-se mais facilmente do que as em cadeia e) /3, O-glicose e /3, L-frutose

544. (Fac. Ciências Médicas - GB 70) Durante o processo de hidrólise da sacarose, o po-
536. (Biomédica; - Univ. GB -- 71) A D-glicosc possui os isômcros alfa e beta. Isto se deve
der rotatório específico passa de positivo para negativo. Isto se dá porque:
a;
a) assimctJfa no carbono l d) assimetria no carbono 3 a) fica liberado um carbono assimétrico
b) assimetria no carbono 6 e) nenhuma das possibilidades anteriores b) os produtos da hidrólise possuem atividade redutora
e) assimetria no carbono 4 e) há a formação dos isômcros alfa e beta da glicose e da frutose
dl os campos magnéticos ressonantes da frutos~ se sobrepocm am da glicose, quando
537. (Med. e Cinugia - RJ -· 70) Os ácidos aldônicos, obtidos por oxidação de uma aldose, ~m soluções cquimolarcs
possuem: e) a frutose é mais lcvorrotatória do que a glioosc que é dextrorrotutória
a) uma carboxila no carbono 6 S45. ( Fac. Odont. - UFRJ - 69) A sacarose é um dissacarídco não rdutor. Assinalar a
b) uma carboxila cm C1 e outra em C6 ,rnsertiva que explica este comportamento:
e) não possuem carboxila (nome impróprio)
d) uma carboxila cm C1 a) o composto é de baixo peso molecular
e) qualquer um deles b) o grupamento cctônico da frutosc exibe propriedades oxidanté•;
e) o composto exibe o fenômeno de mutarrotação
538. (:Med. e CinHgia - RJ - 70) Os ácidos aldáricos, obtidos por oxidação de uma aldose., d) a ligação 1-2, entre a glicose e a frutosc, mascaram os grupam,,ntos redutores
possuem: e) o composto é facilment.c hidrolizável
a) uma carboxila no carbono 6
b) uma carboxila em C 1 e outra em C6 546. (Fac. Nac. Med . ., RJ -·- 68) A lactose, por hidrólise, fornece:
e) não possuem carboxila (nome impróprio)
a) glicose + frutose d} galactose + frutose
d) uma carboxila em C 1 b) glicose + manose e) galactose + manosc
e) qualquêr um deles c.) P-li~os.P. + i:r;1foctnSP,
628 FEL TRE - SETSUO QUÍMICA ORGÃNICA 829

547. {Biomédicas - Univ. GB - 71) Sabemos que: 553. (Fac. Ciências Médicas - GB - 70) Uma das diferenças entre o amido e o glicoaênlo
A lactose é um dissacarídio que conserva propriedades redutores. é que:
- A lactose por hidrólise enzimática produz galactose e glicose. a) o índice de iôdo do glicogênio é mais elevado
A lactose reage com a fenil-hidrazína dando uma osazona característica. b) o índice de iôdo do amido é mais elevado
Por hidrólise da lactosazona obtém-se glucosazona e galactose. e) o amido reage com o iÔdo, a quente, dando cor azul
d) o peso molecular do amido é, em média, bem maior
Podemos, então, concluir:
e) o glicogênio é muito mais ramificado
a} a lactose é um glico-galactosídio
b) a lactose é um galacto-glicosídio 554. (Biomédicas - Univ. GB - 71} Um oligossacarídio é polímero de glicose e tem um
c) a lactose não é nem glicosídio nem galactosídio peso molecular igual a 1800. Se hidrolizarmos completamente um mol deste sacaddio,
d) as respostas a e b são eqüivalentes quantos moles de glicose se formarão1
e) nenhuma das respostas corresponde à estrutura da lactose
a) 8 b) 9 c) 10 d) 11 e} nenhuma das respostas
548. (Med. - Santa Casa - 69) A celulose, da mesma maneira que o amido e o glicogênio,
é constituída por um grande número de moléculas de glicose. Teoricamente, portanto, 555. (Med. - Santo Amaro - 71) Em relação aos glúcides são feitas as afirmativas que se
ela teria a mesma importância nutricional que aqueles polissacarídios e assim capim e seguem, das quais uma não é correta. Assinale-a:
folhas poderiam resolver o problema da fome sobre a face da Terra. Entretanto, tal não a) a mutarrotação é um fenômeno comum a ·todos os monossacárides
se dá porque: b) todos os dissacárides redutores possuem grupamentos carbonílicos livres
a) as moléculas de glicose na celulose têm na realidade uma pequena diferença estrutu- c) a sacarina é um glúcide não redutor
ral daquelas encontradas no amido, o que impede a absorção pelo intestino humano d) o glicogênio é um polímero da glicose com cadeia ramificada
b) devido ao seu paladar exigente, o homem prefere passar fome à ingerir capim e) nem todos os glúcides pertencentes à família D são dextrógiros
e) por uma questão de ordem psicológica, o homem prefere a fome a ingerir alimento
que é utilizado por animaís inferiores
d) o homem não possui no suco gástrico ou intestinal, enzimas capazes de desdobrar
a celulose, pois a ligação glicose-glicose na celulose é diferente da ligação glicose- CAPITULO 24 - POLIMEROS
glicose no amido
e) nenhuma das respostas acima é correta 556. {Med. - GB - 66) A substância fundamental, passível de polimerização, chama-se:
a) epímero d) suporte
549. (ITA - 71) O material comumente chamado "nitrocelulose", é um:
b) molde e) monômero
a) nitrocomposto c) substrato
b) nitrosocomposto
c) nitrato 551. (CICE - RJ - 67) A associação de moléculas orgânicas leves para formar moléculas
d) nitrito mais pesadas, com formação de ligações entre átomos de carbono de diferentes molé-
e) nenhuma das alternativas anteriores culas, e libertação, geralmente, de moléculas d'água (ou de outras moléculas mais sim-
ples), é uma conceituação de:
550. (FEi - 67) O amido é: a) polimerização d) dissociação eletrolítica
a) glicerídio b) hidrólise e) nenhuma das respostas anteriores
b) carbohidrato c) condensação
e) heterosídio
5S8. (CESCEM - 72) Abaixo estão relacionados alguns álcoois e ácidos carboxílicos:
551. (CESCEM -· 73) O l!mido é um polímero orgánico constituído de cadeias de: álcoois ácidos carbox flicoa
a) aminoácidos I) etanol IV) m-benzenodióico
b) hexoses II) n-butanol V) p·benzenodióico
e) ésteres de glicerol com ácidos graxos III) 1, 2 - etanodiol VI) o-benzenodióico
d) hidrocarbonetos insaturados Quais destas substâncias poderão, em reações de condensação {álcool + ácido), dar ori-
e) á!coois superiores insaturados gem a um polímero linear com cadeia mais longa?
a) I e V d) li e VI
552. {Med. - UFRJ - 69) Qual a ose constitutiva da molécula do amllo:
b) II e IV e) III e V
a) 21icose b) manose c) ealactose d) frutose e) ambínose c) Ili e VI
----,

QUIMICA ORGÂNICA 631


630 FEL TRE - SETSUO

~(,7. (!TA --- 71) C.erto polímero muito utilizado é formado de moléculas Cl-13(CH2lnC'l13.
559. (EE São Carlos -- 68) O polietileno é um produto de polimerização cuja matéria pri-
Este polímero é chamado:
ma é o:
a) nylon
a) etano d) ctcno
b) poliestircno
b) propileno e) nenhuma das respostas anteriores
e) buna-S
e) propeno
d) tctlon
560 (Fac. Nac. Mcd. - RJ - 68) O monômero do polietileno pode ser obtido do etanol por: e) nenhuma das alternativas citadas

a) oxidação d) dcsidrogcnação (PUC - SP -·· 71) A polimerização do composto @-cH = CH2 dâ ori~l·m a
b) redução e) polimerização um plástico importantíssimo denominado:
e) desidra lação
a) polietileno d) poliéster
561. (Eng. - São José dos Campos - 72) O nylon é um plástico obtido pela polimerização de: b) cloreto de polivinila e) poliacrilonitrila
e) policstircno
a) hidrocarbonetos insaturados c) uréia e am ina
b) ácido carboxílico e amina d) nenhuma das respostas anteriores
(ITA -- 67) Ordenando a 2~ coluna com a 13 •
562 (ITA - 71) Qual dos polímeros abaixo contém nitrogênio na sua estrutura? a) H2C = CH2 (1) nylon-6
a) nylon d) polietileno _,,--NH
b) tcflon e) bakelite b) (CH2Js'--.. 1 (2) poli-etileno
e) policstiwno C=O
rH3
563. (Biomédicas - UFRJ - 71) A resina baquelita resulta da condensação do p,tr de mo- e) H2 C =C - CH = CH2 (3) poii-cstircno
nômeros; /H
d) H2C = c......._ (4) cloreto de poli-vinila (PVC)
a) uréia e formaldcído d) ácido adípico e hexamc tilenodiamina CI
b) fenol e'formaldcído e) nenhuma das respostas
e) ácido tcrcft:ílico e glicol e) 0-CH =CH2 (5) borracha sintética

S64. (Bimm,dicas - Univ. GB - 71) Um material que vem sendo empregado cada vez m,ús Tcrnmos:
na indústria, na tecnologia, na ciência e mesmo na medicina é o teflon, que é um po-
límero de: a) 1, 4, 5, 3, 2
b) 3, 5, 2, 4, 1
a) isopreno d) monofluoroctano
e) 2, 1. 5, 4, 3
b) dilcno e) dil1uoroctano
e) tetrafluoroctileno d) 4, 3, 2, l, 5
e) 5, 2, 3, 4, 1

565. (~ktl - Santa Casa 68) Durante a segunda guerra mundial, o poderio bélico da Ak~
manha foi cm boa parte devido ao grnnd~ avanço das pesquisas químicas daquele país. ~70. (ITA - 73) PVC é abrt•viaç.:ío de:
Químicos alemães, lidl•rados por J.W. Rcppe, co1m,guiram produzir borracha sintética a) carbono grafítico obtido por pirúlise no vácuo
utilizando: b) poli-carbom1to de vinila
a) glicose que pode ser sintetizada faL'ilmrntc e) pirovanadato de carbono
b) ácidm graxos saturados obtidos de animais d) poli-cloreto de vinila
e) proteínas wgetais obtidas da soja ,·) poli-carbcto de vanádio
d) acetileno produzido a partir do carbono, óxido de cálcio e águ.i
e) hidrocarbonetos oblldos do pdrólco ~ 11. (11-kd. • Santa Casa - 73) A rl·a~ão de polimerização entre molfrulas dos tipos:
HOOC (Cl-12) 11 -- COOH e H2N (CH2) 11 NH 2
566. (Univ. Fcd. Fluminense - 68) A polimerização do buta-di-cno com 20% de stircno ob-
pode originar:
bém-sc:
a) poliaminas d) police tonas
a) cs~ncia de laranja artificial d) uma cbonitc b) poliamidas e) poliald,•ídos
b) um clastômcro e) um fixador para perfumes
e) poliálcoois
632 FEL TR E - SETSUO QUiMICA ORGÃNICA 633

(CESCEM - 73) As duas questões abaixo referem-se às seguintes fórmulas estrutu- 576. (CESCEM - 73) O produto gasoso obtido da combustão total de 0,010 mal de um
rais, nas quais n representa um número elevado: certo ácido carboxílico, ao passar por uma solução aquosa de hidróxido de cálcio, for-
mou 16,0 g de carbonato de cálcio.

~ -)
H H H H

(- ~ H1 O11 )
- i-C-
11
(- ~ C=C
1
CH3
1 1
1
1
C-C-C=C
1 1
H H CH3
1

11
Supondo-se que a molécula deste ácido seja um dímero, qual o número de átomos de
carbono contidos no monômero?
a) 4 b) 8 e) 12 d) 16 e) 20

(A) (B)

eLJ,
577. (CESCEM - 70) Um ensaio qualitativo para a verificação da presença de certo ele-
H mento em amostras orgânicas desconhecidas é o teste de Beilstein. Ele consiste cm por

(+ -) 1 H
1 C
1 IH
I C1 I) um fio de cobre limpo em contato com a amostra e depois introduzir o fio de cobre
e ( -C-C-C-C-
1 1 1 1 na chama de um bico de Bunsen. Infere-se a presença de:
1
H H H H H n
n a} sódio se a chama ficar verde-azulada
(C) (D) (E) b} halogênio se a chama ficar verde-azulada
e) oxigênio se a chama ficar amarelada
572. A fórmula estrutural que corresponde ao polietileno é: d) nitrogênio ou fósforo se a chama ficar fuliginosa
e) mercúrio se a chama ficar esbranquiçada
a) A b) B e) e d) D e) E

578. {ESQ Oswaldo Cruz - 67) A pesquisa do nitrogênio nas substâncias orgânicas é feita
573. A fórmula estrutural que corresponde à borracha natural é:
com segurança acusando-o na forma final de:
a) A b) B e) e d) D e) E
a) hidrazina c) ferrociancto
b) nitre to de cálcio d) óxido de nitrogénio

CAPfTULO 25 ~ ANÁLISE ORGÁNICA 579. {Fac. Ciências Médicas - GB - 70) Na determinação de proteínas pelo processo de
Kjeldahl, multiplica-se o resultado (expresso em nitrogênio) por 6,5, porque:
574. (ITA -- 73) Uma amostra de 7,S g de um hidrocarboneto ocupa um volume de 5,6
a) é uma resolução legal internacional
litros nas CNTP. Podemos concluir que esse hidrocarboneto corresponde a um:
b) o nitrogénio representa 6,25% da proteína
a) alcano b) alccno e) alcino d) ciclano e) cicleno e) o nitrogénio representa 6,25 X 14 = 87,5, isto é, 87% da proteína
d) o nitrogênio representa, em média, 16% da proteína
575. (Univ. Minas Gerais - BH - 70) Realizou-se a experiência representada pelos desenhos e) nenhuma das respostas acima
abaixo:
580. (Med. - Santa Casa - 68) Uma amostra de líquido puro é colocada em recipiente de
platina pesando 1,078. O recipiente é novamente pesado acusando agora 1,152 gramas
e é colocado em aparelho especial que contém tubos para a absorção de CO 2--e de H2 O,
onde a amostra é aquecida. Após o aquecimento o tubo de absorção de CO 2 que pe·
sava 10,950 gramas passou a ter 11,0'82 gramas e o tubo de absorção de H2 O passou
de 12,866 gramas para 12,920 gramas. Qual a percentagem de carbono e hidrogênio da
substância .4 - -V~ amostra? H = 1; C = 12; O= 16
CuO___.. -·
a) C = 48,6%; H = 8,16%
solução b) C = 59,9%; H = 12,9%
turva
e) C = 25,4%; H = 4,3%
ANTES DO AQUECIMENTO DEPOIS DO AQUECIMENTO
d) C = 38,5%; H = 2,1%
A afirmativa mais completa referente às observações feitas é: e) e = 61,4%; H = 2,5%
a) a substância A contém halogênio
{PUC SP ~ 70) Esta explicação se refere às duas questões seguintes.
b) a substância A contém hidrogênio
e) a substância A contém carbono e oxigênio O gás obtido de 0,300 g de uma proteína, pelo processo de Kjeldahl (dosagem de ni-
d) a substância A contêm carbono e hidrogénio trogénio}, foi recolhido em 60 mi de solução 0,10 N de H2SO 4 , necessitando-se 20 mi
e) a substância A contém carbono de solução 0,10 N de NaOH para neutralizar o excesso de ácido. Pergunta-se:
- ..........

QUIMICA ORGÂNICA 836


634 FEL TRE - SETSUO

~K!!. (Fac. Ciências Médicas -- GB - 68) A oxiemoglobina, uma proteína do sanl.lu~•. rnn-
581. O gás obtido pelo processo de Kjddahl é: tém 0,335% de ferro. Parece certo, devido a outras evidências, <iuc cxisll'ln 4 âtmnoM
a) nitrogênio d) mdilamina de ferro na molécula. Seu peso molecular seria então: (f'e ~ 56)
b) amoníaco e) óxido de nitrngênio a) 66567,1 b) 66573,2 e) 6656,7 d) 66626,8 e) 16656,7
e) hidrazina
Sl!9. (CESCEM - 70) Qual é a ma,su molecular mínima do sal di-sódico dL' um ácitlo
582. A porccntagem de nitrogénio na proteína examinada 6: (H = l; N = 14) dicarboxílico sabendo que nesse sal e porcentagem em massa do sódio t; de 31 'J..'/
b) l 3.8'A, d) 18,7';i 21,0% Na - 23
a) 10,5% e) 15.4% e}
a) 296 b) 148 e) 100 d) 74 e) 31
583. (fac. Ciências Médica.~ - CB -·- 68) Vm composto formado por t·arbono. hidro)'é·11io e
oxigênio, contém 68,8'J de <:-arbono. 4.9% de hidrogênio. Sua fórmula empírica ,;: (Eng - São José dos Campos - 72) Uma substância orgânica nas condições normais Ül'
11rcssão e temperatura é 30 vezes mais densa que o hidrogênio. Quando 0,407 g desta
a) C3H3O (H=l; C=l2; O=16J substância é queimada completamente produz 0,895 g de CO 1 e 0,488 g de H2 O.
b) C4H3O Por oxidação parcial é transformada em aldeído. O nome desta substância é:
e} C6HsO2 (H = l; C = 12; O = 16)
d) C1H5O2 :1) etano b) etanol e) 1-propanol d) 2-propanol
d nenhuma das fórmulas anteriores
S9 l. (CESCEM 71) A análise elementar de um hidrocarboneto forneceu como fórmula
584. (Biomédicas - Uf'RJ - 71) A análise ccnksimal de dcll'rminada substânda fonwccu mínima C3Hs e a dctcnninação do seu peso molecular correspondeu a 82. A hidrn•
o seguinte resultado: gcnação total do composto mostra que ele adiciona I mol de hidrogênio por mal. AJ>l~
nas com estas informações pode-se afirmar que:
li = 6.66% O= 53,34"ii (por diferença).
a) o composto é um monoalceno
Qual das substâncias abaixo poderia ser a analisada: b} o composto é um cicloalceno
a) etanol e) o composto é um dialceno
b) ctanal e = 12 d) o composto é um alcino
e) etanóico H l e) não é possível chegar a uma conclusão
d) mctano-oxi-metano O = 16
d nenhuma delas 592. (CESCEM - 70) Na determrnação do peso molecular do ácido fórmico, de fórmula
mínima CH2O2, pelo método da medida da densidade do vapor, foi obtido o valor 70.
585. (CESCEM - 65) Um certo composto consiste de 1,21 • 10 23
átomos de carbono, Conclui-se daí que:
3,62 , 10 23 átomos de hidrogênio e 6,02 • 10 22 átomos de oxigênio. A sua fórmula mais
a) o vapor do ácido fórmico apresenta elevado grau de dissociação iônica
simples é:
b) ácido fórmico se decompõe apreciavelmente ao se vaporizar
a) C2H6O b) CH3O e) C3H 02 d) CHO e) CH2O e) possivelmente existem moléculas de fórmula bruta C2H4O4 no vapor

586. (CESCEM - 70) !>lo ~studo de certa substância nova, pura, cm virtude dos exames d} jg X 100% representa a porcentagem de moléculas (CH2O 2 h existentes no vapor
já efetuados, ficou estabelecido que sua fórmula bruta deve ser C6 H13O ou C6 H12O, e) a determinação deve estar errada porque o peso molecular CH1 Oz é 46.
Qual das alternativas abaixo é a mais indicada para dirimir esta dúvida:
a) cfotuar uma análise elementar muito mais precisa 593. (CESCEM - 68) A análise de um certo composto mostrou que ele contém 14,4'/f,
b) determinar o p~so molecular pelo método crioscópico de hidrogénio e 85,6% de carbono. Qual das afirmações seguintes é a mais correta acêr-
e) verificar se a subst[incia é um álcool ou não ca deste composto, com base exclusivamente nos dados acima: (H = 1; C = 12)
d) obter o espectro de emissão desta substância a) é um hidrocarboneto ·aromático d) seu peso molecular é 28
e) verificar se a substância é saturada ou não, isto é, se ela tem ligações b) sua fórmula empírica é CH 2 e) contém uma tripla ligação
- e = e - ou - e e = c) sua fórmula molecular é C2H4

594. (Univ. Fed. Fluminense - 69) Um hidrocarboneto contém 85,4% de carbono. Qual dos
587. (Biomédicas - Univ. GB - 71) 0,5 mo! de uma substância de fórmula geral igual a seguintes hidrocarbonetos será: (H=l; C"'l2)
CnH2n+l COOH contém 6 gramas de hidrogênio. Quantos carbonos tem esta substância?
d) 8 carbonos (H = I; C = 12 ; O= 16 ) a) 2, 2 - dimetil - butano d) meti! - ciclo • pentano
a) 5 carbonos b) hexino e) ciclo - hexano
b) 6 carbonos e) nenhuma das respostas c) benzeno
c) 7 cubanos
----------,---------------------------------------
138 FEL TRE - SETSUO

59S. {Mcd. - Santos - 70) A composição centesimal de uma substância é


(H = 1; C = 12; N = 14)
C = 66,67%, H = 7,41% e N = 25,92%.
Com base nos dados acima, podemos afirmar que:
a) a substância é uma amina aromática
b) sua fórmula molecular pode ser C6 HsN2
e) a ~ubstâncía contém uma dupla ligação
d) sua fórmula mínima é C3H 6 N
e) os dados são insuficientes para qualquer uma das afirmativas acima

596. (Fac. Ciências Médicas - GB -- 70) Coloquei 10 mi de uma solução 0,1 M de um ácido
orgânico cm um recipiente graduado. Adicionei, em seguida, o volume necessário de
urna solução 0,1 N de NaOH para neutralizar aquele ácido. Acrescentei mais 20 mi de
água para obter uma solução 0,02 M do sal.
Assinale, dentre os abaixo citados, qual o que teria condições de ser o ácido em questão.
(H = 1; C = 12; O = 16)
a) oxálico b) cítrico e) benzóico d) acético e) nenhum deles

597. (Biomédicas - Univ. GB - 71) Em um laboratório foi preciso fazer-se uma solução
neutra de sulfato de benzilamina 0,1 M. Conseguiu-se isto juntando-se 1,07 g de benzi-
lamina com 5 ml de ácido sulfúrico 2 N e diluindo-se a um volume final de 100 mi com
H1O. Se usássemos um ácido sulfúrico 0,2 N, obteríamos uma solução de sulfato de
benzilamina com a mesma concentrac,ão, juntando: (H =1; C = 12; N = 14)
RESPOSTAS
a) 1,07 g de benzilamina + S mi do ácido + H1 O q.s.p. 100 mi
b) 1,07 g de benzilamina + 5 mi do ácido + H1 O q.s.p. 10 ml
DOS EXERCÍCIOS
e) 0,107 g de benzilamína + 5 mi do ácido + H2O q.s.p. 100 mi
d) 10,7 g de benzilamina + 50 mi do ácido+ H1 0 q.s.p. 100 mi
e) nenhuma das respostas
E TESTES
598. (CESCEM - 72) Se uma amostra de 7,0 g de um hidrocarboneto gasoso ocupa um
volume de 5,6 litros nas CNTP, podemos concluir que esse hidrocarboneto correspon•
de a: (H = 1; e = 12)
a) alcano b) alceno c} alcino d) ciclodieno e) ciclotricno

599. (ITA -- 72) Qual das substâncias abaixo, quando no estado .gasoso, necessita de maior
volume de ar, por litro, para sofrer combustão completa. Esses volumes são medidos
nas mesmas condições de temperatura e pressão.
a) metano b) propano e) éter etílico d) acetileno e) benzeno

600. (Esc. Médica •- RJ - 71) A cromatografia em papel dos aminoácidos depende de:
a) partição entre dois solventes d} anafore se
b) troca iônica e} teor de íons cromato
e) adsorção
138 FEL TRE - SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 639

CAPfTULO 1 - ÃTOMO DE CARBONO K) tautonwria 9) 111,•t:nncria 10) posição


11 l funcional 12) p,)SÍÇ:iO 13) posi<,iio
CADEIAS CARBÕNICAS
141 a 15) a 16J d 17) L' 18) C 19) e 20) e 21) ,· 22) a
RADICAIS ORGÃNICOS .'3 l isomcria cis-trans
l'
li d 2) b 3) b 41 .5 51 ,. 6) a 7) e 8) a isnmcria óptica
'!) lu)1no!!ênL·a !O) homo~l-11c~1 11) lwtcrogl·11~a 1-l.) F ~1(.Jll<:k caso onde a"i c.:Ilruturas geonrétri.f'as espaciais tk•ss,.:,s eornpo,t 1 1, '.'iiio totalmL•nh.•
12) lu:h:rogl'nL'a 13_) h~·h.•rogl•nL·:.i 14) hornuµt'm.>a dif,·n•nks. c•mbor:1 ele-, tc-nh:,1J1 ,1 mesma l'.',rnwla 11l:rna. Apan·c,· rrn •.ca,,J do c·omposlL>
I .~ l ramific.ida l6l normal 17) rrnrmal
Ili) nnrnwl 19) ii1~aturada :m saturada
! 1 ) i11s:1turada 22) h\.·krocidit:~1 :3) lwrnol"Ídirn
.'4) h,1mucíclici, 25) 11-propil isopropil 26) m,.·til. mdil, isopropil ,.
17) b,·nzil 28) frnil
é
sn··hulil
.''i) r a isoml'ria ülHh.· h .'tnos dih.'t\.·~1ks t!t'om . .~tri:.i.s -i.::Sp~1i...'iais l:u1n ,:Hkk1 e 1·,_. 1iL"a.
_>(,)ci~ 27) ds 2!lJ trnns 29) n:1o possui 30) trans
l'lJ .1<·c-hutil 30) p-lohril 3i) /3-nartil
12) 11\•luluil + 33) .li) eis 32) mfo ,: 1wm ds n,·m lram 33) nJu 34) não
/1..'illl ~ 34)
" 35) não 36) sim 37! não 38) n,io 39) sim
40) sim 41) n.'i'o -12} não 43) sim 44) 11:io
45) butl'l1o·2
46) RL'fração é o cksvin da trajetória da luz qt1,i11do de passa de um 111c•io p:mi o outro.
CAPliULO 2 - FUNÇÕES ORGANICAS
Desvio do p.l.p. ~ apcna~ rota~·ão do plano de propagaçiio da luz,
4 7) n·t1cxifo, rl'fni,,ão e polaróidc.
IJ C'11ll211+2 CnH2n, CnH2n-2 ·e CnH2n-6
48) cspato da hliindia e bálsamo de Camdá,
3J aspedo ~,trutural:
Wl é aquela capaz de ,k~viar o p.1.p.
tÍlrnol -► OH ligado a carbono saturado. 50) é o carbono saturado ligado ,1 4 r:1dicais diferentes.
f,·nol -+ 011 liµado dirt'tamcnk ao and b,·nzênku. 51) <l desvia o p.l.p. no sentido horário
u~p,•cto quími,·o: ~ desvia o p.l.p. no scntidu .tnti·horário
:Íknol -+ o H do OH prnticmn<·nlL· é não ioniz{ivl'l na úgu.1, raccmka - é a mistura de 50'. ,, de d e 50'.•i• de R que sejam cnantiomorfos.
knol -+ o II do -OH é ionizávd na água (carát<·r ácido). 52) ativos - 4 53) Nos alênicos:
,,,-c::Ü tac~micos -+ 2
4) li c1/
H.1C -- ~
~H
o
s, r,•1101 6) álcool 7) enol 8) cetona 54) mccamco, biolôgico e qumuco
IJ) ,;kr JO) éstcr 11) álcool-amidu 12) :111idrido de ácido 55) É a mudarn;a do podi::r rotatório específico pcl:1 substituição de um radical do C*.
U) dic,·tona 14) amino-Ctcido 15) amina tcrci:íria 16) :unida S6) e 57) e S8) b 59) a 60) e 61) a
l '/l ori:ano·mctfürn (Grignard) 18) e • 19) e 20) d

CAPfTULO 4 MECANISMOS DAS REAÇÕES ORGÃNICAS


CAPITULO 3 - ISOMERIA 1) a 2) e 3) e 4) e 5) a 6) 1 7) b
li II
I J Os isômcrn, p(>\•:uem fórmulas planas diferentes. 8) H,C@C CH3 ;:_-H+ -----+ ll3C · e -- ({on carbônio)
Os is,mwrns pnsrncm a mesma fórmula plana e a distinção só pode ser fritn através dt· • ~------· ©
fúrmubs c.,p,1<.:iai, {moddos). (~tli~·iio t'lc•trófila) CN C='N
1
2) l~111l'io11al, (butomcria), metam,·ria, de cadeia e dL' posição. 9) H3(' C -CH3 + :cN -----+' l13C <; CH3 (danídrina)
JJ !'. a mistura d,' tm1tômeros cm equilíbrio dinâmico,
4 l 5 isômeros @) 011
5 l 3 i,füm·ros 1,1a110~. A r,-ação é nuclcófila porque o primeiro ataque à cctom1 é frito pdo :,.>Tupo nuclcófilo
112 0
e <?12 (:e=' N).

OH 10) É uma reação de substituição onde a velocidade de reação só depende da concc·ntra~·ão


de um dos rcag~ntes.
1 1) Nus rcaçfa·s SN2 ~om carbono assimétrico,
FEL TRE - SETSUO OUl°MICA ORGÂNICA 841
640

CAPfTULO 9 - CICLANOS
CAPITULO 5 -- ALCANOS
~H3 H H2
l) 2, 3 - dimetil - pentano 2) H3C -- 1 1- C 1) b
3) e
2) a) meti! - cklopropano
4 1 cadL'ia 5) e 6) d
b) 1. 1, 3 • trimeti! - dclohcxann

CH3 C2Hs
~H3 H2
3) meti!-prop,mo 4) H,C - ~ - C - CH 3 2. 2 • dimctil - butano CAPfTULO 10 - HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS
CH 3
1) 1 - meti! - 3 - dil "bé!lZélll)
5J 2, 3 - dimetil - butano 6) C3H 8 + 5 02 ➔ 3 C02 + 4 H2O
7) e 8) d 9) d 101 b CII,
)_

CAPÍTULO 6 ALCENOS Q=:~·r


(xilenos,!

CH3
1) CnH2n - ciclanos 2) 2 - metil - butcno - l o-dimctil m-,Jímdil p-dim..tíl
H3C---.._ /CH3 bçnzcno bl'nZl'nO benzeno
3) ciclobutano e rn<:'l1·1 -c1c
• lopropa,10- 4) bute110 •2 H ...-- C = C ~, H
5) Na dcsidràtação dos álcoois O --OH sai com o H :izinho do carbono 11;cnos hid~ogenado.
6) buteno-2 7) Nas reações de adição o H vai para o carbono mais hidrogenado. 3) r~o
0 11 + No;
8) meti!- butcno - 2 9) a 10) d 11) b 12) "

AlCl3
CAPliULO 7 - ALCINOS 4) / n \ l l + Cl - - ~ - - , . HCl
\~1

1) 3 - mehl - pentino • 1 S) ,,-p- { CI, - OH, NH2, etc


2) alcino verdadeiro - tem H no carbono áa tripla.
,-::O
alcino falso - não tem H no carbono da tripla. e::--- , de
Cl 'OH
1
3) HC =e _ cH 3 + 2 HCI _ _ ____,. H 3 C - ~ - CH 3 (2, 2 - clicloro-propano) 6) E aquc'k radical que ligado à cadda carbônic.i dificulta u entrada de um novo radical.
C1 Exen:plo: os nu:tu-dirigl'ntes como o NO 2 dificulta a entrada do novo grupo - NO 2 ; logo
6 1 ck é um radical desativante.
4) CaCO 3 6./1, Caü + C02t 7) Compostos aromáticos. 8) b 9) e 1O) u 11} e 12) d
Caü + 3 C - CaC2 + CO
CaC 2 + 2 H2 O -----* Ca(OHh + HC CH1' =
5) H3C _ C =CH + AgNO3 + NH4ÜH --+ H3C - C =C ·- Ag + NH4N03 + H20
T CAPfTU LO 11 - ÃLCOOIS

l) CH3CH2CH2CÚ2CH2OH pentano] - 1 butil - carbinol prim.


CH3CH2 CH2 CH(ülí)CH3 pentano! - 2 meti! - propil - c..irbi no! sccund.
CAPITULO 8 - ALCAOlENOS CH3CH2CH(OH)Cll2CH3 pentano\ - 3 dictil - carbinol s~cund.

1) duplas acumuladas. duplas conjugada:; e dupla~ isolada,., (Cll3)iCHCH2CH2UH 3 - meti! butano) - 1 isobutil - carbinol prirn.
H H {CH3)iCHCH(OH)CH:i 3 - me til - bu tanol - 2 meti) • isopropil - carbinol xccund.
2) H2e = e- e= CH2 {critrcno) butadieno - 1, 3
(CH3Ji C(OH)CH2 CH3 2 - meti[ - but,mol - 2 dimctil • etH - catbinol krc.
H H H II
. 3) H2 C =C -· C =CH2 + HBr - H3C -- e= e - CH2
1.
C~ 3 CH2_CH(CH 3 )CH2OH 12 • metil -- butano\ - 1 sec - butil • carbino! prim.
Br (CH 3 )JCCH2OH 2, 2 - dunetil - propano! - 1 terc - butil - carhinol prlm,
4) (CsHs)n 5) e
r

642 QUÍMICA ORGÂNICA 643


FEL TRE-SETSUO

2) aJ 2, 3 - dimetil --- butano! - 2 dimetil - ísopropil - carbinol terc. 12) CII, C,'H -CH, - CJl3
b) 2, 3, 5 - trimeti! hexano! - 3 me til - isopropil - isobu til - carbinol tcrc. OH
e) propcn - 2 - o! - 1 vinil - carbínol prim. OBSERVAÇÃO: O l! sai Jo carhono menus l!idrogc11adu (regra de Sayueff); por isso nao
d) 3 - meti! --- pentadiin - L 4 --- ol - 3 meti! - dictínil - carbinol tcrç
se forma o butcno - 1.
Cll3 Cll2 ...--- CH2 Cfl3
2 Cll,i -- CH --- Cll2 - CII, CH - O CII
ÓH Cll 1 '--- Cll3
CH 3 \'.1!3 ékr Ui_~ :--et: - hutíHco
bl Cl13 - Ç _:_ CH3 + NaOII - - - CH2 C - CH3 + NaBr + H2O
l:lr
b1tlanal 011 butanóico ou
alckido butírieo ácido butírico
CH3 - CH CH3 (regra de Markownikoff)
OH , [01 mdaouql!cbra
b) Cl!.i - CH2 - C:ll -- Cll3 ~CH3 CHo - C Ul3 - a molécula
- li
OH o
CH3MgX OMgX II O butanuna ou
----c113 - e ----- ci'l. 3 __2__
meti! - e til cl'lona
i'r e

CH3 [O[
CH3 - CH - CH 3 + Mg(OH)X e I Cll:i (' - CH3 ---~ ,ioda ou quebra a molécula
OH 011

HBr M CH2 = O OMgBr 14f Tanto car~iter ..:.i3cidon como "'bá~'ico·· . ..-~mbora fraqt~(,;sín10. 1 ' ..~_L:ido~' porque pode- pcr_der f
b) CH3CII2OH - ~ CH3CH 2 Br _J;!___ CH3CH 2 MgBr - - - - H - CH 2 Ç- cH 3
li+ cm ccrtc1s reações e "b:í,ico" porque adiciona o li de Úcklos forte,, formando R - O!-12
II
1S) ( a 1n~1íor t'stnbilillJ.rlc do {on dt• cnrhônio L'-'rciáriu funnado.

/
6) Porque um produt~ petroquímico comum é o propileno CH 3 CH CH 2 ; mas o propílcno - - - ~ 1CH3Ol:Ca + II:
ao ser hidratado da o propano! - 2, CH 3 -- CH(OH) - CH 3 , de acordo com a regra de Mar- Tnl'tóxído de cákio
kownikoff.
S(h(OC 2 11,ía + 2 llCl
7) metanol> butanodiol-1,4 > butano! - ! > butano sulfato ,lc ctila

8) CH3OH + Na CH30Na + ½ ll2 ; CH3O


t 0
Na
@
; mctóxillo de sódio
CH1Cll2Oll ., l\aOH
l'li.lnol
CH30Na + lI20 CH30H + NaOH
Porque a água ê um "ácido" mais forte que o metanol. 101
dJ D-oH --~

9) a} CH3COOH + (CH3)2CHOH CH3COOCII(CH3 )2 + H2O


b) (CH3COhO + (CH3}iCIIOH CH3COOCH(CH3)2 + CH3COOH 17 l Porqw: a n.'açüo CO + 2 1[ 2 - - - - Cll~"'OH :;e proLT\:,,.c1 l'-Utn t.:ontração de volurnl'~ e dt• at:orT
do com n pri11c{pio rk1 d~~:;loc,1n1t..·nto dos equihbrios (l cl' ( 'llatclicr), o rendimcntu da reação
e) CH3COCl + (CH3)zCHOH CH 3C-OOCH(CII3)i + HCI aun11..·ntar~l co_m o ,i.urnl'nlu ck prc:ssão.

1O) Por cálculo cstequiométrico obtemos o mo! do álcool (88 g). Como o álcool é terciário 18) Veja o esquc-nw. e n·a\'Õ\.·~· no capúu:lo n:-fl·1\'t1tl~ ao chnúl. Essa~ reações kntere~1-.am .ao~ hío•
(teste de Lucas), só poderá ser o álcool amllico terciário: químü..:o~. pui~ s.e procl:'.<.;san1 sob LaL.ílis-e c-nzirn:Jtica. produzida pdo n1icroorganísmo sacchil·
romy ccs ~-en'ri~ac.
C2H50 - SO3H + H2O
sulfato ácido de etila 1YI Veja o capítulo do etanoL

(C2i15)2SO4 + 2 H2O 20) Pda hidrólise de óleos e gcrd1,r.1~ (por exemplo, sebo ck bc,,1 1'.ln cosméti,·os, L'OIIH> pla,-
~11Jf1}tn rn•:11 tr,1 .-Ir~ ,-, t-i1,, (c-11 lf'•i-tr. rlitH·/f;,...,...,_ \ tit"icantc e no pr<·paro de trinitrog!iccrina.
644 645
FEL TRE-SETSUO. QUÍMICA ORGÂNICA

OH
CAPfTULO 12 FENÓIS

1) a) o -metoxi - fenol (ou gL1aiacol);


e) p - propcnil - - fenol
b) 2 - isopropil -- 5 - meti! fenol (ou timo!);
9) a) $ + 2 Zn + 2 Znü

OII
OH
2) Siga as quatro equações dadas para o fenol, admitindo, logo na primeira, que o H2 SO 4 reaja
com a posição /3 do naftaleno.

3) 120 kg (o processo é econômico porque o, reagentes ,1ue sobram sffo reaproveitados).


b) @Is)
OH OH
4) O caráter ácido aumenta do fonol, para o o - nitro - fenol e,: máximo no 2, 4 - dinitro - fenol , Br ©-Br + 3 l!Jlr
porque o grupo NO 2 tem efeitos -1 e -M ,que atraem, para si, os elétrons do anel e do grupo e)@ +
1
OH, facilitando assim a dissociação do ll .
Br

5) Um cre,ol, sendo um fenol, reagirá (e portanto irá se dissolver) com uma solução aquosa de
NaOH e dará coloração com uma solução de FcC1 3 . O álcool benzílico, como álcool, não 10)
te r:Í essas propriedades.
estas tig:.ições, por c-xen1plo, podem unir-~c cntr,: si, Ol~ liga-
6) Nfio. Porque os fcnóis têm caráter ácido, 'lllo os tornam incompatíveis com outros ácidos.
.• rcm-se a outros anéis "for:i" do plano em qucstao (a formu-
7) CH3--@--0H + NaO!l ~ CHr@-oNa + H20 ):-, _ ~ la é port,mto trídimcnsiomil)
... ~ C H 2 ? C H 2 - ...
p - cresolato de sódio OH OH

Cl!3 lo\
~
O --- C - CH3
8
+ HCI 11)
· - e, m,u,
A ox1daçao -, f'c'rl
a . O t'~rrol
, comum
· é oxidado pelo ar, cm comliçôes ambientes, tornan-
do-se avermelhado. O mesmo fenol só pode ser reduzido a quente e com reagentes espcc1ms
_. .

acetato de p - crcsila (zinco ou hidrogênio).

3 CH 3 --@-m1 + PCl3 ~ 3 CH3'@- CI + P(ÓHh


C!
CI

OH OH
p - dora - tolueno

OH
12) a) @ HN03 $-N02
NaO!l

N02
8) @ !IN03 c$)-N02 {'

$ (pois o OH é orlo - para - dírigcntc)


OH Oil

/}iNO\
/ NO, h)
C$)
H 2 (Ni)
QCH3
[01

Cll3
CH3

$'~$' .
CH3

$
CH3

( é análoga a
02N Ü
OH)

N02
r) @ HN03
$__@_
NH 2 N :c;::N ]!1SO4
6
1120 $011
NO2
sal de diazô nio

13) Vide capítulo correspondente.

14) Mistura de creolatos de sódio e sabão.


646 FEL TRE-SETSUO 647
QUÍMICA ORGÂNICA

CAPrTULO 13 ÉTERES CAPfTULO 14 - ALDEfDOS E CETONAS


1) CH.1 o Cll2 CH 2 --CH2 -- CH3 metó,i-hutano ou éter metil-bu tílico
1) a) 2 - mctil - propanal; isobutiraldcído
('l(_i CH2 -O CH2 - CH2 CH-1 etóxi-propano ou éter etil-propílico b) propenal; aldeído acrílico (ou acroleína)
CH3 o CH
1
- CH 2 CH3 2- mctóxi - butano LHl ékr mdil - sec - butílico e) etanodial: glioxal
CH3 d) butanodiona - 2, 3; diacctila
é) p - meti! - benzaldeído
CH, - CH CH3 1 - 1m,tóx1 - 2 - meti! .._ propano ou
• C.'H3 f) tcreftalaldeído
éter meti! - isohutílico
l,'HJ , •
2) São dicdonas ctclwas hcxagonat's com duplas tigacões
, conjugadas, no anel e na carbonila.
Cl13 - O \'. CH 3 2 - metúxi - 2 - meti! -- propano ou A quínona comum é
CH3 éter rnctil - krciohutílico o==CJ=o
2 - ctnxí - propano ou éter l'líl - i~opropílico
3) Na obtenção de cetonas. Na obtenção de aldeídos o rendimento menor porque parte do
aldeído se oxida a ácí,lo.
~) Porque tcríamo.s <iUl' partir dC" uma mistu,~ de d:tn"l ,, propano! ubtendo-sc, no final, tam-
h~m umu rni;-;tnra:
4) H - COO~ H - CHO (formaldeído)
CH 3 - CH2 O - CH, CH_i 'Ca
H coo/
CH:i CH2 O - Cll2 Cl! 2 CH 3 ' produto dcsej:tclo @- CHO (bcnzaldcído)
CH 3 Cll2 - CH2 - O - CH2 - CH2 CH.1
@-coo"
Ca
@-coo/ @- ~--@ (benzofenona)
o
Cll-1 CII -- CII 1
c'icu3 -

o nt 3 + 2 Agllr CHO

Ar O -- C!l., ➔
/
N,
5) ultra-violeta
.,
(atualmente pode-se oxi da r con t ro la uamen
Ca(OHh

te o to lucno a benzaldeído)
©
6) Redução cont;olada de um cloreto de ácido a aldeído, com auxílio de um catalisador cspe-
O
1 - C',11
• s]Cl eia!: Pd + BaS04,
H
R + BCI

('I! o ('( 1: 7) ~ H +
+
c'1
<"I (',IL; () C 2 1ls + AlCJ_, - ~ C,fl.s O /1.ICl 2 -1 C-IH,<"I
8) Por causa da tautomeria:
ONa t
7) af o ~t1:r é ..-,olúvd cm H 2SCJ. 1 cuncc-ntr~Ldo, o octano n:io
•/.,..o ~ R-CH=C,✓ º" R - CII = C ,.- + ½ 112
hJ n L'kr n~io n'age com sódio. o ákool ~ím e liberta H2 R-CH2-C· 'i' 'H
"11 '
lil V"i ,,. oxidanuo e prndtuinclo pcr6.,ido, lc·xplojvosl.
648 FELTRE-SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 649

10) Reativo de Fchling = mist11ra de solução de CuS04 e solução de NaOH + tartarato de sódio
@-CHO @-COONa
e potássio i) 2 + NaOH +

Reativo de Tollens = solução de nitrato de prata amoniacal benzoato de sódio álcool brnúfü,o
São usadas para dfatinguir aldeídos (dão reação positiva/ de cetonas (não reagem).

11) A reatividade é explicada pela polarização


8 0
'· C •·· O
j)
©-CHO + H2N -- NH---@ v
~Ü CH=N-NH-0
~ + 1120

As adições são do tipo nuclcófilo, quando um radical negativo ataca o carbono da carbonila, fenil - hidrazona do bcnzaldefdo
que está positivado.
14) a) CH 3CH 2 COOH ~
Thü2 C!! 3 - CII •• Cli - CII
•••• 2 - CH
• 3 ~
Pt CH3CH2 ·- Ç'H
OH - CH2CII3
12) Podemos dctcctar o acdaldcído pelos reativos de Tollens ou de Fehling. Podemos eliminá-lo, o
oxidando--0 a ácido e transformando o ácido cm sal de sódio (reação com NaOH), que pre-
cipitará e poderá ser retirado por filtração.

O . OH OEt
13) al CH3CH2Cil,C ~~ ~Cll3CH1ClI2 -(-üEt ....!JQ!!__Cll 3 CH2CH 1 - ~>OEt
II H H e) basta efetuar a scqüencia anterior, e a seguir, hidrogenar o produto obtido, na dupla li-
scmi-acetal etílico acetal dietílico gação e 11a carbonita:
do butanal do butanal
<l) Cl13CIIC c;:e-
._
O
- - - e'li3C-,H 2
-PCls -
('li('!
- -2
_.2!{_ CII, a
- C = CH + 2 !ICI
"I-1
CH3CH2-·C=N-NH2 + H20
li
hidrazona do propanal e) @-CHO

e) CH3 -- C CH2 Cl13 + 3 NaüBr ~ CHBr 3 + CH3CH2 - COONa + 2 NaOH


li
o bromofórmio propionato de sódio 15) i:- uma solução aquosa contendo cerca de 40% de acetaldcído.

d) IT O
+ H2N - OH ~ o= N-OH
+
16) f' o trímcro cídico do acetaldcído (vide fónnllla no capítulo correspondente).

oxima da ciclo butano na

- OH o É usado como hipnóüco, cm anatomia e na produção do DDT.


---2!i.._. CH3 - CH2 - CH 2 - C··
CH - e<"
H Cl!2CH;H l' 0 produto obtido pela adição de 1 mo! de úgua a 1 mol do cloral:
2 - etíl - 3 - hidra xi - hexana! ÇlH
CCl3 Ç - OH
CH1-_ ~O I-1
.-- C=N-NH-C "- + H20
Cll3 NH2 Ao contrário dos hidratos dos aldeídos normais, o cloral é estável devido à presença ,los
scmicarbazona da acetona três claros.

Sü3Nú ] 8) A acetona é obtida modernamente: por via petroquímica:


g) CH 3 - C ____,_ CH 3 Ç' - CH2
li
OH CH ! ~ CH3 - C - Cl-13
o 1
OH
11
rompostu bi.s.sulfítico da propileno o
pentanona - 2 acetona
ou então:
h) ®-CHO
101 @-oH + o= e
'Clh
bcnzoato de amónio
-----·-------------------...

660
FEL TRE-SETSUO
QUÍMICA ORGÂNICA 651

CAPfTULO 15 - ÁCIDOS CARBoxrucos


4) Em i!,'llaldade de massa molecular, diremos o seguinte:
-- os ésteres R - CO0R'-não formam "pontes de hidrogênio" e portanto têm os menores
1l a) ácido 2 - metil - propanóico; ácido isobutírico (ou ácido dimetil - acético) pontos de ebulição
b) ácido 2 - butcnóioo; ácido crotônico -- os ák:oofa R - OH formam ''pontes de hidrogênio" e portanto têm pontos de ebulição
e) ácido 2, 3 - dimetil - butanóioo; ácido mctil - isopropil. acético (ou ácido mais elevados
a, ~ - dimetil • butírioo)
- os ácidos R -- C0OH têm "pontes de hidrogênio" e formam "dímeros"
d) ácido 2, 2 - dimetil - 3 - butcnóico; ácido dimctil - vinil - acético
e) ácido 2, 2 - dibromo - propanóico; ácido a, a- dibromo - propiônico ..;:;:-O······ HO,_
R --- C. ..;:;:-C • R
'OH ...... O
, [O] PO [0J
2) a) CII3CH2CH20H - CH3CH2C, -CH3CH2C0OH sendo, pois, os compostos de maiores pontos de ebulição, na comparação mencionada
H
b} Cl-13 -· Cll2 - CH =CH -· CH2 ··- OI 3

e) CH3 -@-cH3 oxid.


ox\d.
cnerg.
HOOc-@-coOH
2 CH3 - CH2 - C00H
CH3 - CH2 - C0OH
CH3 - CO0H
l
5) A ordem, do mais fraco para o mais forte é:

efeito indutivo positivo (+[) crescente

'-..
d) CII3 - (CH2)3 - CH2Br _Mg__ CH.~ - (CH 2 h - CH 2MgBr COz
CH2 = CEI - C00H há ressonância da dupla ligação com o / C =O
CH3 - (CH2h - CH2 - C00MgBr
_lL_
~ CH3 - (CH2h - CH 2 -- CO0H l -· CH2 - C00H
ou ainda:
Br - CH2 - COOH
CH3 - (CH2h - CH2Br ~ CH3 - (CH 2)3 - CH 2 - CN
Cl - CH2 -·· CO0H
l '"'"' indutiro "'"tiro (-l) =-«
CH3 - (CH2h - CH 2 - C00H
F - CH2 - COOH
e) CH2 =CH2 -1:!!!!..._ CH3 - CH2Br e recaímos numa das duas alternativas anteriores
C0OH
f) CH3 ·- CH -- CH3 _!:UL_. CH3 - CEI - CH3 por um dos dois caminhos mencionados 1 ressonância nas duas carboxilas
OH J.
Jí. em (d) chegaremos a CH 3 - CH - CH 3 .
C00H
COOH

g)CH 3 - CEI 2 - e"H2 - C00H - ~ CH3 - CH2 - CH - C00H


Ó
-=---
HC 6) Em virtude da ressonância [ R - C~: 0 -------R - C~~G] H(i) o oxigênio da

CH3 --CH =CEI - COOH =


carbonila, 'C O, apresenta-se "mais saturado" (ou mais estável) que o oxigênio dos al-
deídos ou .;;tona.~.

3) Aumentamos de um átomo de carbono: f,


CH3CO0Na + 1/, H2
~
R - X ~ R -- MgX -
e~ R - C00MgX
+
__!!___ R - C00H
acetato de sódio

ou ainda: b) CH3 - Cl! 2 - CH 2 - C00H + 2 Cl 2 -- CEI, - CH 2 - CCl2 - COOH + 2 HCI


ácido a:, a - dicloro - butírico
R-X ~ R - C N ~ R COOH
Diminuímos de um átomo de carbono, através das descarboxilaçõcs. Método de Dumas: H - C00MgBr + C-i H6
forrniato-brometo de magnésio; etano
R --- C00Na + NaOH _____à_ R - H + Na 2 Co 3
f, ,.
Ou aquecendo ácidos do tipo "malônico" CH3CH2COO + S02 + HCI
cloreto de propionila
R
'cH - C00H (CH3CO).O + 2 HP03
R'..----
•a'lirl..,.iAn aN~t-Írn
QUÍMICA ORGANICA 653
662 FEL TFIE-SETSUO

j) anidrido butanólco; anidrido butírko


CH3
_:::rn - COOC2II5 k) anidrido etanóko - propanóico; anidrido acético - propiônico
+ H20
CH3
isobutirato de ~tila CH3Cl12Cll2COOCH(CII3h + 11('1
butirato de isopropila
CH3COCI + POC'3 + HCI
cloreto de acetila b) CH 3 CH 2C00Ag + C2HsBr ~ Cll3CH2COOC2Hs + AgBr
pro pio na to de etila
8) Pelo OH do ácido e H do álcool:

R -· colo[n___ + ___ H_I_ÔiR' - *


R - COOR' acetato de ácido acético
sim___/ ·--··· --- ··-··cnão mctila

Foi comprovado usando álcool "marcado" com oxigênio radioativo (0 18 ); este oxigênio per- 9Mgl
maccncu no éstcr e não apareceu na água. C - CII3
OC2H5
9) f a substituição dos H, cm posição O!, com relação à carboxila, por halogênios. Ela ocorre instável
porque esses li são mais "ativos" dada a sua vizinhança com a carboxila.

10) Porque o ácido fórmico ainda conserva a estrutura de um aldeído


CH3 CH3
C ~º
~ Cl13 -- C- Cl13 Cll3 ·-· C- Cll3 + Mg(OH)I
11) Compostos de fórmula ger.it R - OH
'o - OH OMgl
álcool tercio-butfüco ou (2) - meti! - propano! - 2
12) com hidreto de lítio e alumínio ou ácido iodídrico.
e) H -- COOCH3 + NH3
formamida metanol
13) a) C H, -- (CH2)4 · - COOH ~ C J ! 3 • (CH2)4 - COONa NillH
fusão CH3-(CH2h--CH 3
f) CH 3CH 2 CH 2 COOCH 3 + CxH110H H+ Cl13Cll2CH2COOCsll17 + CH30H
b) Cil3 - {CH2)4 - COOH ~ CH~ (CII 2 )4--C00Na eletrólise C!l 3 --(CH 2 ) 8 -CH 3 butirato de octila metanol

LiAIH4 Clh --· COOCH 0 CH2 - COOCH3


ou Hl 1 1
CH2 -COOH CH2 - COOCH3
succínato ácido succinato de
14) CO + NaOH 10 atm H c---"º de mctila- (<li) metila
200ªC 'ONa
h) CH3CH2CO,
15) PVA - acetato de polivinila 'O + HCI --- CH3CH2COOH + CH3CH2COCI
CH3CH2CO / ácido propiônico cloreto de propionila

CAPflULO 16 - DERIVADOS DOS AGIDOS i) COOH COOH COCI


PCl5
1
~ 1
1

1) a) butanoato de metila; butirato de mctila COOH COCl COCI


b) metanoato de 1 - meti! - etila; formiato de isopropila monodoreto dicloreto
e) propcnoato de metila; a~-rilato de metila de oxalila de oxalila
d) bromo - ctanoato de ctila. bromo - acetato de ctíla
e) orlo - mctanoato de mctíla; orto - formiato de mctila CH3CH2CONH2 + HCI
f) ; sulfato de (di) metila
propionamida
g) ; ortofosfato de (tri) ctila 1111
CH3CH2CH2CONJIC2H5 +
h) cloreto de propanoila; clornto de propila
i) dorc-to de tricloroetanoila~ dor,.,,tn rl('- trir:lnrci~,~Ptili~
N - Níl-butiramida
864 QUÍMICÀ ORGÂNICA 655
FEL TRE-SETSUO

700ºC
CH3 - CO - CH3 + Cd(Cll3)Cl 10) CH3 - C - CH3 fosfato de eti!Jl. CH2 =C=O + CH4
acetona li
o
3) a) para o éstcr mctfüco do ácido acético:

CH3CO 0Cl13 +
11) São as imidas do ácido ftálico;
hidrólise: + HO H CH3COOH + CH30H
etanólise: + C2HsO H CH3COOC2Hs + CH30H ~Co--.. 0 + + H20
~co---
amonólise: + NH2 H Cl13CONH2 + CH30H
O hidrogénio assinalado conforc caráter ácido à ftalimida.
b) para anidrido acético:
CH3CO O --- COCH3
12) Reatividade: cloretos > anidridos > ácidos.
Cio PC!s
hidrólise: + HO H 2 CH3COOH 13) a) CH 3COOH ----!'...... Cl12CI ·-· COOH - - - CH2CI - COCI
ctanólisc: + C2llsO H CH3COOC2Hs + CH3COOH LiAlH4 -H20
b) (CH 3 CH 2 CH2COhO - - - - - CII3CH2CH2CH20H - C H 3 - Cll2 · CH =Cll2
amonó!ise: + NH2 H CH3CONH2 + CU3COOH
ROH CH 3MgX CH3MgX
e) CII 3 COOH - CH3COOR , Cli.3 - C -- CH3 --"----"---
e) para o cloreto do ácido acético: li H20
o
CH3CO CI CH3
hidrólise: + HO H CH3COOH + HCI CH3 - C -- CH3
etanólise: + C2HsO H
OH
CH3COOC2Hs + HC!
amonólise: 14) 2,2 gramas
+ NH2 H CH3CONH2 + HCl
15) O ácido butírico, sendo ácido, é solúvel cm soluções aquosa~ diluídas de NaOH {até cm
4) Na forma de essências de frutos, óleos, gorduras e ceras.
NaHC0 3 ), pois formará o sal, que é solúvel em água, Isto não ocorre oom o acetato de
ctila {sua hidrólise exigirá solução concentrada de NaOH, aquecimento e tempo).

ÇH3 ÇH3
CH3COOH + CH3 - C - OH - Cl13COOÇ - CH3 + H20
CH3 CH3
CAPITULO 17 - COMPOSTOS HALOGENADOS
A segunda reação é a mais difícil, e dá menor rendimento, porque o excesso de ramificações
próximo à carboxíla, dificulta a reação por "falta de espaço" (impedimento espacial ou es- 1) CHCl2 - CH2 - CH3 1, 1 - dicloro -'propano
térico).
CH3 - - CCl2 CH3 2, 2 - dicloro -- propano
6) Com diazometano: R - COOH + C!l 2 N2 - R - COOCH 3 +'N{ CH2Cl - CHCI - CH3 l, 2 - dicloro - propano
CH2 Cl - CH2 - CH2 Cl l, 3 - dicloro - propano
7) R - COOR' + NaOH R - COONa + R'Oll
(bases fortes) 2) a) 2 - brnmo •- propano; brometo de isopropila
Sua importância prática reside na reação: b) 1 - cloro - 2 - meti! - propano; cloreto de isobutila
óleos (ou gorduras) + NaOH - sabões + glicerina e) dicloromctano; cloreto de metileno
d) tetraclorometano; tetracloreto de carbono
8) No malonato de dietila (éster malônico) e) dit1uor - dicloro - metano; freon - 1, 2
f) cloro - eteno; cloreto de vinila
ru"'\ ,, COOC2Hs g) 1 - bromo - propeno - 2; brometo de alila
~e, h) 1 - bromo - 4 - meti! - ciclohc:xano
COOC2Hs
os dois hidrogênios assinalados são muito reativos (têm "caráter ácido"), Isto é aproveitado i) clorometil - benzeno; cloreto de benzila
cm inúmeras sínteses, especialmente em !Jl.boratório, denominadas sfnteses malônicas,
3) a) CH3 - ÇH · CH2 - CH3 + SOCl2 CH 3 - ÇH - CH-z • CJl3 + so: + HClf
OH Cl
666 FEL TRE-SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 667

Cl
f) CH3 - C- Clh
1
+ 2 NaOH (aq)
Cl

e) CH3 - CH3 + Cl2 ----1l...._ CH3 -- CH2Cl + BCI


A reação prossegue com substituição progressiva de outros hidrogênios. acetona comum ln•tona_)

@:rei Cl
+ + IICI (; - CH3 + 2 KOll !ak) CH = C - Cil3 + 2 K('l + 21120
ó pro pi no (hidrocarbo nc to)
ÇH - CH2 - CH3
Br h) CH3Br + @- Br + 2 Na @---c113 + 2 NaBr

ac<>tona tolueno (hidrocarboneto)

4) Os pontos de ebulição crescem na ord<>m: C2HsNH2 + HI


ctilamina (amina)
CH4 < CH3CI < C2HsCI < C6H14 < C2HsOH Como a amina é básica, ela reagirá com o iiddo Ili dando um "sal": C2HsNH3 8 1 q
(PM = 16) (50) (64) (86) (46) Além disso, com excesso d~ C2 H 5 I a reaçiio prossegue dando amina secundária, terciária
As quatro primeiras são substâncias "normais", isto é, que não apresentam "associação mo- e finalmente sal de :1mônio quaternário.
lecular"; por isso, seus pontos de cbuliç-Jo aumentam "normalmente", à medida que aumen-
tam seus pesos moleculares. Já o etanol, aparece em último lugar porque suas moléculas se C31!7 -· O C 3 H7 + 2 Agllr
associam fortemente, devido às pontes de hidro1,<ênio. éter di - 11 - propílico (éter)
éter CH3Mgl
k) Cll:11 + Mg seco
iodeto de mctil-magnésio
6) Os halctos de alquila são muito reativos porque o halogênio é muito mais eletronegativo que (composto de Grignard)
o carbono e, por isso, provoca uma forte polarização e até mesmo uma fraca dL™>ciação da
molécula: C2Hs .. CH3 + MgBr2
propano (hidrocarboneto: C3H8l
Os halctos de arila são menos reativos porque a polari:r.a.~,ão anterior é "contrabalançada" CH3....___
~ 4 ,...-CH · - CH3 + LiBr + AIBr3
pela ressonância de um par clctrônico livre do halogênio, com o próprio and aromático. CH3
isobutano (hidrocarboneto)
7) a} CH3Br + Cll = CNa - CH =
C CJ1 3 + NaBr
proph10 (hidrocarboneto) 8) a) Cll = Cll + 2 HCI - - CH3 - CHCl2

ÇH - CH3 + NaCN Clli - CH -··· CH3 + NaBr


Br • tN
dancto de isopropila (nitrila)

CH:,COOC 2 H, + NaCl
acetato de ctila céstcr}
d) CH =CH + 2 C12 ~ CHCl2

e) CH3 - CH =CH2
C2lls - O - CII3 + Kl
éter meti! - etílico (éter} HCI KCN CH3 -- Cll2 CN

@- CII2 SH + NaHr 9) O cloreto de ctila é matéria prima para a produção do chumbo tclral'lila, •!lh' aunwnt• 11
"nrt~o~•"""m" n~ P-::1r«1lina ,l,":vidn a s.um;; mrn1iclades antidetonantes.
658 FEL TRE-SETSUO 669
QUÍMICA ORGÂNICA

redução • CHCl 3
CXC. [HJ
d) [(C 2H 5)4N)zS04 + 2 Agüll - 2 [CC2Hs)4N]OH + Ag2S04
11) Como solventes e como matéria prima para a obtenção de outros compostos orgânicos.
e) [(CH 3 )3NC 4 H 9 jcl + NaOH ~ (CH3),N + C'H2=CH-Cll2-Cll3 + NaC'I + 1110
12) Vide o capítulo correspondente.
Cl 6) a) a anilina é básica, por isso é solÍlvcl em soluções ácida,; o nitrobcnzeno ~ insolí1wl nns
13) @ + 3 Cl2
luz n-,,--\-c1
et--y-ct (a.nel não-aromático)
ácidos
b) com ácido nitroso ou com cloreto de bcnzcno·sulfonila (método de Hinsbcrg)
CI
14) Os derivados 11uorados não podem ser obtidos pela reação direta do 11uor com os hidrocar-
bonetos; são obtidos, em geral, a partir de outros derivados halogenados. São cmprng-,ulos +
como "gás de refrigeração", lubrificantes e plásticos.
ácido benzcno-sulfônico

CAPÍTULO 18 - COMPOSTOS ORGANICOS NITROGENADOS

1) a) amida; b) cianeto ou nitrila; e) isocianato; d) nitroso-composto; e) aldoxima;


f) azo-composto; g) nitrato; h) carbamato; i) azida; j) amida N, N - dissubstituída.
+
t,
$'SO3H
+

ácido p - amino - benzeno - sulfônico


(ou ácido sulfanílico)
2) a) meti! - ctil - amina (secundária)
b) fenil - amina ou anilina (primária)
A segunda reação é mais fácil devido ao caráter ativante do grupo NH2.
e) 2 - amino - pentano (primária)
d) meti! - dictil - nmim1 (terciária)
e) p - amino •• benzilamina (diamina, duas vezes primária)
f) ciclohexil - amina 8) a) cS2 + CH3 - COOH [cS'0] CH3COO 0

3) a) eH2 -e
- -H2 -
HBr
CH3 - CH2Br -
NH3
CH3 - CH 2 NH2 + HBr acetato de fenil - amônio
NH3/H2 I;l
CH3 - C --- CH3 + H2O NH---C-CH3

©8
NH2 • NH2

Br
NaCN
e) Clh =CH -CII3 _!!!!!.,.CH3 -- CH - CH3 ~ C H r ÇII-CH3--CH3-ÇH-Cll3
CN
[H]
CH2-NH2
b) @ + CH3 -COCI + HCI

acetanilida

NH2

e)
© + HN02
0ºC
[ ~ " ] 011 + 1120

hidróxido de benzeno - diazônio

9) São compostos que apresentam a estrutura geral Ar - N = N -- Ar, com radicais amino e fe-
4) a) propilamina > mctil - etil - aminu > trimeti! - amina nol. São importantes como corantes industriais e indicadores em laboratório.
b) mc,til - etil -- amina >propilamina > trimeti! - amina
10) a) N • meti! - metanamida ou N - meti! - formamida
- - - - Cl13 - NH3 8 c1 G b) propenamida ou acrilamida
e) pentanarnida ou valeramida
CHJOH + H,O + Nt
660 FEL TRE-SETSUO QUÍMICA ORGÂNICA 881

ÇH3 . 20) C 2 H5Br + NaCN - C2llsCN + NaBr


11) a) C -- CH3 dá prefcrcnciahncnte cianeto ou nitrila
CH3
CII2 -- CO C2 H 5 Br + AgCN - C2HsNC + AgBr
e) 1 N Br dá preferencialmente isocianeto ou isonitrila
Cfh - co H2D H2O
21) CH 3 CN ~ Cll3CONH2 ~ CH3COONH4
NII 3
12) a) CH 3COüll - -
- 6
- C.H3COONH4 --CII3CONll2 + H2O H20
Cll3NC ~ CH3NH2 + HCOOII

b) (Cll3COhO + 2 Nll3 ___.à__ CH3CONH2 + CJ!3COONH4 22) No primeiro caso porque a nitração do hexano é mais difícil e se processa com muita rup-
tura da cadeia carbônica.
e) CH3Br ~ CH3CN ~ Cll3CONH2
23) O nitrohcxano, pois tem caráter levemente ácido.
d) Oxidando o etanol a ácido acétieo e caindo na primeira seqüência.
24) Por meio de ácido nitroso.
131 Devido às ponte, uc hidrogênio. qu,:; são mais fortes na amida do que no ácido.
25) Produção da anilina, que é um importante corante industrial.

14) CH2 CH2 -- CONI-12


1 > 1 >
Cll2 - CH2NH2 CH2 - CONH2
CAPfiULO 19 - COMPOSTOS SULFURADOS
1) a) 2 - propanotiol; isopropil-mercaptana
b) 2 - metil - benzenotiol; o· meti!· benzcnotiol
b) Cl13 - CH2 • CONH2 + Br2 + 4 NaOH ~ C l l 3 - CH 2 - NH 2 + 2 NaBr + e) meti! - tio - propano; sulfeto de metila e propila
d) meti!- sulfinil - metano; metil - rnlfóxido
+ Na2CO3 + 2 H2D e) meti! - sulfonil -metano: meti! - sulfona
f) me til - ditio - metano; dissulfeto de metila
e) 3 Cl'3 -- CH2 - CONH2 + P2Os _Q_ 3 CH,; - CH 2 CN + 2 H3PO4 g) ácido etano • sulfônico: ácido etil • sulfônico
h) cloreto de etano - sulfonila
16) a) na água, a hcxanamida não é solúvel e o hcxanoato de amônio é; i) clorl'lo de m - cloro • benzeno • sulfonila
j) etano - sulfonato de mctíla
h) nos ácidos em geral, a hcxanamida não é solúvel e a hexilamina é;
e) com ácido nitroso, a hexanamida liberta nitrogénio e a hexanonitrila não.

17) A uréia tem caráter básico l' as amidas são neutras. Com bromo, cm meio bá,ico, a uréia CH 2 = CH2 + HBr
produz nitrogénio e as demais amidas niío.
a) C!l 3 - CH 2 Br + NaSH - CH 3 - CH 2 SH + NaBr
b) 2 CH 3 --- CH2Br + Na2S ~ CH3 - CH2 - S - CII2 - CH3 + 2 NaBr
e) 2 CH3 - CH2l!r + Na2S2 ------ CH3 - CH2 -- S - S - CH2 - CH3 + 2 Nallr

\laCN

H2S04 cone.
Friedel-Craft, sulfonação
19} a) CH3-CN + Cfl.~-CH2OH + 1120 - C l l 3 -COOCH2CH3 + NH3
[HJ
b) Cl13 - CN
C2llsOH + Na 4 l Pela diferença em seus carateres ácidos: o sulfcto é neutro e conseqücntcm,•ntc nio trai•
com nenhuma solução básica; o benzenotíol é levemente ácido e reage com solur;ÕC!M fortr
e) CH 3 CN C2 HsMgBr CH3-~'.=N--MgBr ~ CH3--y=O + NH3 + Mg(üll)Br mente básicas, como NaOH por exemplo; o ácido benzeno-sulfônico é fortcmcnle 6cldo •
,,Nu,, r-_rr_
"ti - o

662 FEL TRE-SETSUO


QUÍMICA OFJGÃNICA NI

CAPltULO 20 - COMPOSTOS HETEROCfCLICOS CAPITULO 21 - Lll>I DOS

1) éstcr
1) a) b) O N
NO 2
e)
2) glicérido = glicerina + ác, graxo superior
fosfátido = glicerina + ác. graxo superior + ác. fosfórico + amino-álcool
3) C15H31 ---- COOH - ácido pahnítico 4) É o número de miligrama.~ de KOII m·-
H' C 17H 35 - COOH ácido cstcárico cessário para saponificar complctaim·nk
C 17 H 33 COOH -- ácido oldco l g de óleo ou gordura.
5) São as reações de oxidação dos glicéridos com o 0 2 do ar catalisadas por bactérias e <1m·
d) e) Br 0 produzem mau cheiro (rançoso).
C H~
2 s~N'JJ 6) c 7) d 8) d 9) e 10) e
H
CAPfTULO 22 AMINOÁCIDOS E PROTEfNAS
2) a) + 2 NaOH í7 +
~ ,-,:O 2) São aminoácidos que não podem ser sintetizado~
NaOOC COONa 1) H 3 c - e - e:---
º ~º
anidrido cíclico '
NH2 'oH
nos mamíferos. São apenas 8.
abre o anel
(~ diácido) ác. o: • arnino - propanóico
3) Trata-se de urna molécula que sofre uma ionização interna criando-se extremidades ® e 0 .

b)
o 1)1
H
+ NaOH
o NG
Na@
+ H2O
4) Ê a ligação entre duas moléculas de aminoácidos: resulta da reação da carboxila do ácido
com o grupo amino da outra molécula.
5) São determinados grupos ligados a aminoácidos como ácido fosfórico, ácidos nucleicos, etc
que são libertados na hidrólise dos heteroproteidos.
6) c 7) a 8) b 9) a 10) b

,pirrol
(heterocíclico não abre o anel CAPfTULO 23 - GLÚCIDES
verdadeiro)

l) glicose: poliálcool + aldeído 2) glucose e manose


CH-CH
3) a) = CH3 -C
li

1
OH
li
C-CH3
OH
1
frutosc: poliálcool + cetona (epímeros no carbono 2)
3) por causa da tuutomcrização (dknolização).
4) Serão iguais porque as reações ocorrem nos carbonos 1 e 2.
+
H2O

6) a 7) e 8) c 9) b 10) b
+ 2 NaBr

dehidrogen. "'
o s CAPltULO 24 - POLIMEROS

4) Corante azul para tecidos:


1) a) Monômero é uma substância relativamente simples, cujas moléculas, inteira, ou perdendo
algum radical, conseguem-se unir a outras molé«'Ulas iguais ou não, para formar uma m■•
oxidação cromolécula final.
(índigo)
b) Polímero é uma substância formada por unidades que se repetem um l!fandl' número d•
,. .• o
• Ui
- a-•• a

664 FEL TRE-SETSUO QUÍMl~A ORGANICA 666

2) Os polímeros sintéticos (plásticos, tecidos sintéticos, borrachas artificiais) estão se tornando f) nCH2 =e - C=CH2
cada vez mais importantes no mundo moderno. No entanto. nossa civilização ainda depende CH3 CH3
muito de polímeros naturais como proteínas (em nossa alimentação), fibras naturais (no Bra-
sil, por exemplo, o algodão e a juta são de grande importância e.conômica), etc. CH3 CH3
10) a) CH2 = CH + CH2 =C ••• - CH2 - CH - CH2 - C-· ··-
3) É a reação de polimerização entre monômeros diferentes. COOCH3 COOC2Hs COOCH3 COOC2Hs

4) a) termoplástico é o que amolece e pode ser retrabalhado pelo aquecimento; é de estrutu-


ra linear ou muito pouco cruzada.
b) tcrmofixo é o que não amolece; se o aquecimento for excessivo, ele acaba se decompondo
b) CH2 =CH + CH2 =C - CH=CH2

© ó
. -
©
••• --CH2 - CH - CH2 -C =CH-CH2 -···
ó

ou queimando; conscqüentcmente ele não pode ser retrabalhado; sua estrutura é tridimen-
sional. e) É idêntico ao polímero uréia - formaldeído.
d) É idêntico ao gliptal.
5) Perfeitamente. O nylon, por exemplo, se presta à fabricação de peças meciinicas e à fabrica-
~'iio de fios para tecidos.

6) Um plástico que é "inchado" a quente, a custa de gases, como é o caso do isopor.

7) Queimando um pequeno pedaço. A borracha, sendo constituída por cadeia carbônica, irá CAPl'rULO 25 - ANALISE ORGÂNICA
queimar totalmente ou deixar um resíduo de carvão. A silicona não queimaxá totalmente,
deixando um rcs(duo arenoso (SiO2).
1) a) 75,0% C e 25,0% H; b) 45,9% C, 3,20% H e 50,8% Br
8) a)
( -- CH2 - <;'H -) b)
.. CI n 2) 0,1510 g CO2 e 0,0720 g H2O
CH )
( - CH2 -- Ç = CH -- CH2 -·)
e) ( •• - CHz - ~O~CH3 n d) 3) 6,83% N
CI n
4) 38,8% C; 9,60% H; 51,6% S
e) (- ooc-@-coo -- CH2 - CH2 - ) n

f) (- NH • • (CH2)6 - NH ·· OC - (CH2)4 - CO -- ln

9) a) n CCl2 = CCl2 (- CCh -- CCl2 -ln


linear
b) não polimcriza
e) ••• - CH -

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10) C10Hs

·- CH - CH2
tridimensional

d) n CH2 = CH - CH2 - CH - )
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COOH COOH n
linear
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666 FEL TRE •- SETSUO QUfMICA OR_GÃNICA 117

RESPOSTAS DOS TESTES DE EXAMES VESTIBULARES RESPOSTAS DOS TESTES DE EXAMES VESTIBULARES

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668 FEL TRE - SETSUO QUIMICA ORGÃNICA 669

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RESPOSTAS DOS TESTES DE EXAMES VESTIBULARES


FEL TRE - SETSUO

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481
482
-183
484
485
486

Composição, ilustrações e artes:


AM PRODUÇÕES GRÁFICAS LTDA.
Av. Brigadeiro Luís Antonio, 1892
l0P andar - conjunto 103
Telefone: 288-1639
São Paulo - SP

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Fotolitos, impress6o e acabamento:


GRÃFICA EDITORA HAMBURG LTDA.
Rua Apeninos, 294
278-0391 - 278-1620 - 278-2648
55H
279-2765 - 279-3163
---1 + -··- São Paulo - SP - Brasil
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