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Material Teórico
Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
• Introdução;
• Haletos orgânicos;
• Reações de Substituição Nucleofílica;
• Reações SN1;
• Reações de Eliminação;
• Reações E2;
• Reações E1;
• Efeito do Substrato;
• SN2, SN1, E2 ou E1?.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentação do conceito de haletos orgânicos e reações de substituição nucleofíli-
ca, bem como os mecanismos relacionados a estas. Breve discussão sobre reações de
eliminação de haletos de alquila.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Introdução
Olá, seja bem-vindo a mais uma unidade de química orgânica! Nesta unidade, ve-
remos as principais reações que ocorrem com haletos de alquila: reações de substitui-
ção nucleofílica e de eliminação. Mas, qual a importância do estudo de tais reações?
Haletos orgânicos
Você já conhece várias famílias de compostos orgânicos, não é mesmo? Nesta
unidade, conheceremos mais uma: os haletos orgânicos. Esse tipo de substância
caracteriza-se pela ligação entre um átomo de halogênio (elemento da família 7A
da Tabela Periódica – flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I) e astato (As)) e um
átomo de carbono.
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Figura 2 – Vários haletos orgânicos estão presentes em algas marinhas, por exemplo
Fonte: iStock/Getty Images
Importante! Importante!
Você se lembra das propriedades periódicas dos elementos químicos? Uma delas afir-
ma que o raio atômico de um elemento aumenta à medida que descemos na Tabela
Periódica. Mas, por que isso é importante agora? Bem, para prever os mecanismos de
reações orgânicas, você deve saber que, com o aumento do átomo de um halogênio, o
comprimento das ligações carbono-halogênio aumenta e a força desta ligação diminui.
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UNIDADE Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Note que a cadeia carbônica principal do composto possui 4 carbonos (but-). Deve-
mos começar a numeração dos carbonos por onde existem mais ramificações, no caso,
da direita para a esquerda. Logo, o nome do composto será: 1-bromo-2-metilbutano.
Para saber mais sobre haletos orgânicos e sua nomenclatura, consulte o Capítulo 10 do livro
Explor
de McMurry (2016).
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Reações de Substituição Nucleofílica
Observe a reação a seguir:
Nu:– + R – G → R – Nu + :G–
Você deve estar se perguntando: por que a reação anterior não ocorre? Bem,
veja que, neste caso, o grupo migrante é a hidroxila, que é um grupo migrante
fraco. Em outras palavras, a reação não é favorecida porque o grupo hidroxila é
altamente reativo.
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UNIDADE Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Reações SN2
Vamos tomar como exemplo a reação a seguir:
Veja que, neste caso, a hidroxila reagiu com o iodeto de metila formando meta-
nol e íon iodeto. É importante ressaltar que a reação acima está na forma simpli-
ficada, na qual foram omitidos íons que não afetam a cinética da reação de fato.
Neste caso, através de experimentos, é possível verificar que se dobrarmos a con-
centração de OH– ou a de CH3I, a velocidade da reação também dobrará. Logo, a
velocidade da reação irá variar da seguinte forma (Equação 1):
Vamos, então, propor este mecanismo para a reação que estamos estudando:
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Observe como o nucleófilo ataca o carbono pela parte traseira, fazendo com que
o grupo migrante vá se afastando do carbono. Então, surge um estado de transição
e, finalmente, ocorre a inversão da geometria tetraédrica do composto, formando
o produto da reação.
Observe que, neste caso, a hidroxila atacou o carbono do lado oposto do plano
do anel. Portanto, realmente houve uma inversão na configuração da molécula. O
substrato da reação é o cis-1-cloro-3-metilciclopentano, enquanto o produto é o
trans-3-metilciclopentanol.
Importante! Importante!
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UNIDADE Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Vamos analisar agora o composto (II). Veja que, neste caso, temos um grupo me-
tila na molécula, o que já ocupará certo espaço e começará a dificultar a ocorrência
de uma reação do tipo SN2. No entanto, essa substituição ainda será possível. Com
isso, podemos concluir que a taxa de reatividade do substrato dependerá do tipo
de carbono ao qual está ligado o grupo abandonador. Quanto mais ramificações
houver neste carbono, mais impedida estericamente será a reação.
Portanto, podemos concluir que: reações do tipo SN2 são altamente favorecidas
quando o substrato é um haleto de metila, um haleto primário ou, em algumas
poucas vezes, um haleto secundário. Se o substrato for um haleto terciário, como
o composto (IV), por exemplo, a reação do tipo SN2 não ocorrerá.
O efeito do nucleófilo
Já vimos nesta unidade que certos nucleófilos são mais fortes que outros. Outras
tendências de nucleófilos também podem ser observadas (MCMURRY, 2016):
• Se o nucleófilo for um ânion, ou seja, possuir carga elétrica negativa, ao reagir
com o substrato, o produto será neutro;
• Por outro lado, se o nucleófilo for neutro (possuir apenas pares de elétrons não
ligantes, mas não carga elétrica), ao reagir com o substrato, dará origem a um
produto com carga elétrica positiva;
• Basicidade e nucleofilicidade são termos diferentes. No entanto, pode-se dizer
que a nucleofilicidade tem certas semelhanças e pode se comparar com a ba-
sicidade, em alguns casos;
• Considerando os elementos da Tabela Periódica, pode-se dizer que em uma
mesma coluna, a nucleofilicidade tende a aumentar de cima para baixo;
• Em geral, nucleófilos que possuem carga negativa têm maior reatividade que
nucleófilos neutros.
O efeito do solvente
Solventes também podem afetar a velocidade de reações SN2 da seguinte forma:
• Solventes próticos: geralmente, estes solventes contêm grupos como -OH
ou -NH-. Por solvatarem o nucleófilo, acabam por diminuir a velocidade de
reações do tipo SN2. Portanto, solventes próticos não favorecem a ocorrência
de reações SN2;
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• Solventes apróticos polares: são compostos polares, mas não têm grupos
-OH e nem -NH-. Estes solventes vão solvatar os cátions metálicos, e não os
ânions. Logo, neste caso, a reação SN2 é favorecida.
Reações SN1
A maioria das reações de substituição nucleofílica ocorre pelo mecanismo SN2.
No entanto, é também possível ocorrer reações de substituição nucleofílica em rea-
ções de primeira ordem (Equação 2), nas quais apenas a concentração do substrato
importa na etapa limitante da velocidade da reação.
v = k × [RX] (2)
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Por fim, a perda do próton ao reagir com outra molécula de água faz com que
o álcool fique neutro. Esta etapa da reação também é rápida:
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• O nucleófilo não deve ser básico, podendo ser, preferivelmente, neutro;
• Geralmente, reações do tipo SN1 ocorrem em soluções neutras ou ácidas;
• A concentração do nucleófilo, como já foi dito, não afeta a velocidade de re-
ações SN1;
• Solventes polares próticos aumentam a velocidade da reação, pois estabilizam
o carbocátion intermediário por solvatação.
Reações de Eliminação
Reações de eliminação ocorrem quando alguns átomos de uma molécula de um
haloalcano são removidos de um reagente, o que leva à formação de um produto
que contém uma ligação dupla. Essas reações competem com as reações de subs-
tituição nucleofílica. Observe a reação de eliminação genérica a seguir:
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UNIDADE Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Reações E2
As reações do tipo E2, assim como as SN2, também são bimoleculares. Isso
significa que a etapa mais lenta da velocidade depende tanto da concentração da
base quanto da concentração do substrato. Um mecanismo para este tipo de rea-
ção pode ser o seguinte:
Importante! Importante!
Em reações de substituição, o reagente que tem tendência a doar elétrons atua como um
nucleófilo e, em reações de eliminação, ele atua como uma base, pois abstrai o próton
do substrato.
Regra de Zaitsev
Reações de eliminação sempre originam uma mistura de alcenos (MCMURRY,
2016). No entanto, como saber qual será o produto majoritário? Bem, para isso,
devemos lançar mão da regra de Zaitsev, que afirma o seguinte: em reações de
eliminação induzidas por bases não volumosas, a tendência é formar como
produto o alceno mais estável, ou seja, o que tem mais substituintes alquila.
como regiosseletivas.
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A partir do que dita a regra de Zaitsev, conseguimos, então, prever qual produto
será gerado em maior quantidade. Para tanto, também é importante que você saiba
a ordem crescente de reatividade de haletos em reações E2: primários < secundá-
rios < terciários.
Importante! Importante!
Veja, na prática, por meio da reação a seguir, uma aplicação da regra de Zaitsev:
Regra de Hoffmann
Se, por acaso, o reagente for uma base volumosa, a formação do alceno menos subs-
tituído será favorecida. Observe um exemplo de como isso ocorre na seguinte reação:
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UNIDADE Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Reações E1
As reações de eliminação que seguem o tipo E1, assim como as SN1, também
são classificadas como unimoleculares. Isso significa que essas reações apresen-
tam cinética de primeira ordem, sendo que a etapa mais lenta da reação depende
apenas da concentração do substrato.
Um mecanismo previsto para reações E1 será mostrado a seguir, conforme foi pro-
posto por Solomons e Fryhle (2012, p. 275-276). A reação em questão é a seguinte:
Efeito do Substrato
Reações E1 são sensíveis à natureza do haleto de alquila. Se o haleto é terciário,
a reação é mais favorecida e a velocidade da reação depende da estabilidade do car-
bocátion intermediário. A ordem crescente de reatividade dos haletos é a seguinte:
primário < secundário < terciário.
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• Reações E1 geram, preferencialmente, produtos que seguem a regra de Zaitsev;
• Ao contrário do que acontece em reações E2, não é possível controlar o resul-
tado regioquímico de reações E1 (sendo a base volumosa ou não, não há dife-
rença). Em outras palavras, reações E1 não apresentam regiosseletividade.
Importante! Importante!
Bem, pessoal, chegamos ao fim de mais uma unidade. Este assunto é muito
amplo e é aconselhável que você aprofunde seus conhecimentos consultando livros
e sites confiáveis a respeito. Consulte também o material complementar proposto
nesta unidade e faça todos os exercícios. Dessa forma, você verá que será capaz de
distinguir mecanismos e prever produtos de reações químicas com mais facilidade.
Qualquer dúvida, entre em contato com seu professor tutor. Bons estudos!
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UNIDADE Reações Orgânicas II: Reações Iônicas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Reações de Substituição Nucleofílica
https://youtu.be/UQjNKYRQGy4
Reações de Eliminação
https://youtu.be/_Ez65O_6r2I
Leitura
Saiba mais sobre Reações de Eliminação
https://goo.gl/GsKScK
Estereoquímica de Reações de Eliminação
https://goo.gl/yLu5Fn
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Referências
KLEIN, D. Química orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 1 p. v. 1. ISBN:
978-85-216-3192-7.
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