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Material Teórico
Fundamentos de Fisiologia Comparada –
Animais, Seus Ambientes e Alimentação
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Fundamentos de Fisiologia
Comparada – Animais, Seus
Ambientes e Alimentação
• Introdução à Fisiologia;
• Adaptação, Aclimatização e Aclimatação;
• Controle e Integração;
• Retroalimentação (feedback);
• Alimentos e Energia;
• Obtenção e Métodos de Ingestão
e Digestão dos Alimentos;
• Sistema Digestório Humano
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Reconhecer os princípios e os mecanismos básicos da fisiologia animal e as adaptações
dos animais que os tornam capazes de existir em tantos ambientes diferentes;
• Compreender os mecanismos fisiológicos da ingestão, digestão, absorção e metabolismo
dos nutrientes;
• Reconhecer o processo de digestão, seus mecanismos de controle e a importância desse
processo para a sobrevivência dos organismos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Fundamentos de Fisiologia Comparada –
Animais, Seus Ambientes e Alimentação
Introdução à Fisiologia
A Fisiologia nasceu na Grécia, há mais de 2500 anos, (do grego physis = natu-
reza e logos = estudo) é o estudo dos processos físico-químicos que ocorrem nas
células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos. Na Fisiologia se estuda o fun-
cionamento dos sistemas celulares e orgânicos (nervoso, muscular, endócrino, car-
diovascular, respiratório, digestório e urinário), bem como suas interações entre si
e com o meio ambiente. O conhecimento da fisiologia animal é fundamentado em
informações e dados obtidos em experimentos e informações obtidas em campo na
natureza com objetivo de entender como um processo ocorre em um organismo.
Para facilitar o seu entendimento, podemos pensar no tamanho das patas tra-
seiras de uma rã saltadora em relação ao seu corpo. Observe a organização ana-
tômica das patas que são muito maiores que o próprio tronco, e se olharmos as
fibras musculares, vamos encontrar uma vasta musculatura esquelética para poder
explicar o salto de uma rã.
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O objetivo da análise quantitativa é medir a concentração de determinadas subs-
tâncias específicas no fluido. Com os avanços na área de aparelhos bioeletrônicos e
nas técnicas analíticas, alguns aparelhos são capazes de fornecer tanto os dados da
composição como sua concentração. Um exemplo pode ser o aparelho conhecido
como espectrofotômetro (Figura 1) que é amplamente utilizado em laboratórios.
A função de um espectrofotômetro é medir e comparar a quantidade de luz absorvi-
da por uma determinada solução. Dessa forma, ele pode ser usado para identificar
e determinar a concentração de determinadas substâncias no plasma sanguíneo ou
em outro fluido dos organismos.
Figura 1 – Espectrofotômetro
Fonte: Wikimedia Commons
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Controle e Integração
O que significa controle ou regulação para os fisiologistas?
Retroalimentação (feedback)
A homeostasia é mantida nas células e nos organismos multicelulares devido aos
mecanismos fisiológicos que denominamos de “feedback” ou retroalimentação.
Quando ocorre a mudança de uma variável interna ou mesmo ambiental, o orga-
nismo pode reagir segundo dois tipos de feedback ou retroalimentação:
Retroalimentação negativa
A retroalimentação negativa é utilizada para a manutenção de um estado de
equilíbrio ou homeostase, ocorre para reduzir a diferença entre um produto do
metabolismo e o valor considerado normal para o equilíbrio. O sistema responde
de modo a reverter a direção da mudança ou mesmo anular a ação da mudança,
revertendo o parâmetro alterado para dentro dos limites e contribuindo, assim, com
a manutenção do equilíbrio interno. Um exemplo simplificado desse mecanismo é
o termostato simples, um dispositivo que mantém a água quente no ponto determi-
nado: toda vez em que a água diminuir a temperatura, o termostato é acionado e
aquece a água na temperatura pré-determinada. A resposta é sempre contrária ao
estímulo que produz o desequilíbrio; por isso é negativo.
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FEEDBACK NEGATIVO
Retroalimentação positiva
A resposta amplifica a mudança da variável, o conjunto de respostas produzido pelo
organismo soma-se ao desequilíbrio inicial, ou seja, fortalece o desequilíbrio. O fato de
ser positivo dá a ideia de somar-se, aumentar as respostas do organismo. Como exem-
plo, podemos citar as contrações uterinas que no início são sutis, mas com o auxílio e
a interação de hormônios aumentam até a expulsão do feto. As respostas somadas dos
estímulos de contração da musculatura uterina permitem o parto normal.
FEEDBACK POSITIVO
NASCIMENTO
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Não podemos esquecer que, além dos mecanismos fisiológicos e bioquímicos os ani-
mais podem se utilizar de mecanismos comportamentais para regular seu meio interno
diante as alterações do meio externo. Além disso, observamos que em algumas espécies
a zona de conforto ou de estabilidade na qual a homeostasia é mantida pode ser mais
ampla, há determinadas espécies que são mais tolerantes às mudanças ambientais.
Alimentos e Energia
Vamos pensar nesta questão: para que precisamos comer?
Uma resposta mais simples é que precisamos repor água, substratos energéti-
cos, vitaminas e sais minerais perdidos nas nossas atividades diárias.
Também não podemos ignorar que a vida moderna nos coloca com uma alimen-
tação quase constante e sedentária, não precisamos caçar como em outras épocas
e como fazem as outras espécies de animais, caçando ou correndo atrás de seu
alimento que é ingerido de tempos em tempos. Dessa forma, os organismos desen-
volveram mecanismos de controle e reserva de substratos energéticos. Citaremos
algumas reservas energéticas como os triglicerídeos (lipídios), glicogênio hepático
e muscular (carboidratos) e as proteínas; assim ficará mais fácil responder a outra
pergunta. Do que nos alimentamos? A resposta é fácil: da reserva de substratos
energéticos de outros animais e vegetais.
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Em uma cadeia alimentar, podemos dizer que cada grupo de organismos re-
presenta um nível trófico. Não podemos ignorar o fato de que a transferência de
energia e mesmo de massa alimentar de um nível trófico ao outro há a perda de
substâncias que não serão absorvidas e há dissipação de energia na forma de calor.
Em outras palavras, em cadeias alimentares longas, a cada nível trófico ao longo
da cadeia, encontramos uma perda de energia decorrente do custo energético de
manutenção dos tecidos, da digestão dos alimentos e da síntese de novas moléculas
a serem incorporadas nos tecidos dos animais (Figura 5).
Energia
química
ingerida
Perda fecal
Energia
química
absorvida
Perda por urina,
secreções, escamas,
cabelo, troca de pele
Energia metabolizável
Calor
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Obtenção e Métodos de Ingestão
e Digestão dos Alimentos
Um grande número de espécies animais dedica a maior parte de seu tempo à
procura de alimentos. Como já mencionado, cada espécie animal possui suas adap-
tações tanto na morfologia como na fisiologia que proporcionarão uma aquisição
de alimentos e energia para a manutenção de seu metabolismo.
Endocitose: processo ativo pelo qual material extracelular é transportado para o protoplas-
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Muitos peixes pelágicos têm estruturas branquiais que funcionam como uma
peneira, capturando principalmente pequenos crustáceos e outros peixes menores.
Os peixes são capazes de capturar e ingerir uma grande variedade de alimentos,
plantas e algas aquáticas, insetos e até mesmo outras espécies de peixes menores.
Dependendo do tipo de ingestão e do alimento, encontramos adaptações das mais
variadas na arquitetura da boca e da dentição que pode perfurar ou rasgar partes
da presa. Em peixes planctófagos, rastros branquiais longos e finos (Figura 6) favo-
recem a filtração e o fluxo de água empurra o material filtrado em direção ao trato
digestivo. Muitas espécies apresentam muco associado aos rastros branquiais, o
que favorece a apreensão de partículas alimentares. Em peixes ictiófagos ou piscí-
voros que se alimentam de outros peixes, os rastros braquiais têm características de
espinhos, evitando danos mecânicos aos filamentos branquiais.
Pelágico: a região oceânica onde vivem normalmente seres vivos que não dependem dos
Explor
Arco branquial destacando os filamentos branquiais, importantes nas trocas gasosas do san-
Explor
gue e os rastros branquiais que podem ser considerados agentes facilitadores na ingestão de
alimentos, disponível em: https://bit.ly/2MfjZMp
Por que as diversas espécies de aves apresentam uma grande variedade de bicos?
Algumas aves alimentam seus filhotes com uma espécie de leite que é regurgita-
do na boca do filhote quando ele ainda está no ninho. Um exemplo conhecido é o
denominado “leite de pomba”, que é produzido no papo. Outro exemplo de ave que
produz leite ou uma sustância líquida nutritiva é o pinguim imperador, Aptenodytes
forsteri, que produz a substância nutritiva denominada de leite no esôfago.
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Os mamíferos também se alimentam de leite materno na fase inicial da vida, e,
portanto, os filhotes de mamíferos são considerados sugadores.
Enzima: cada uma das proteínas produzidas por seres vivos e capazes de catalisar reações
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químicas relacionadas com a vida, sem, no entanto, sofrerem alterações em sua compo-
sição química.
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Nas aves (Figura 7), podemos encontrar uma região armazenadora de alimen-
to denominada de papo, onde ocorre o umedecimento do alimento deixando o
mesmo mais mole para ser triturado na moela; um órgão muscular muito potente
que tritura o alimento com o auxílio de pequenas pedras que ficam retidas no seu
interior e auxiliam na quebra mecânica do alimento. O estômago também serve
como armazenador, porém, tem alguma função na digestão de proteínas devido à
presença da enzima pepsina. Depois do estômago, o intestino faz o papel final de
digestão e absorção de nutrientes.
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Colon
Visícula Biliar
Pâncreas Ânus
Boca
Esôfago
Estômago Intestino
Fígado Delgado
Baço
Esôfago
Fígado
Estômago
Visícula Biliar
Pâncreas
Intestino
Grosso Intestino
Delgado
Reto
Ânus
Figura 7 – Observe o trato gastrointestinal (TGI) e o comprimento do intestino do cão,
que pode ser considerado um animal carnívoro, e do homem onívoro
Fonte: Adaptado de Getty Images
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Sistema Digestório Humano
Podemos exemplificar com o tubo digestório humano que compreende: boca,
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Anexas
ao tubo digestório, há glândulas como os três pares de glândulas salivares (paróti-
das, sublinguais e submaxilares), o fígado e o pâncreas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Princípios de Fisiologia Animal
MOYES, C. D.; SCHULTE, P. M. Princípios de Fisiologia Animal. 2. ed. Porto
Alegre (RS): Artmed, 2010. 756p. e-book .
Vídeos
Homeostase – Controle da Digestão
https://youtu.be/IQ_vYrCP2kY
Sistema Digestório: As enzimas digestivas e os processos químicos da digestão
https://youtu.be/JneUZo-m7Ds
Sistema digestório dos Mamíferos – Ruminantes
https://youtu.be/a2wX3M7TxJ0
Sistema digestório das aves
https://youtu.be/kdOcSAM2X3c
Leitura
Controle hormonal do metabolismo
https://bit.ly/2wvzuFn
Sinalização cerebral do apetite
https://bit.ly/310ylDE
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Referências
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 11. ed. Rio de
Janeiro-RJ: Elsevier, 2011. 1128p.
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