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Material Teórico
Termorregulação, Osmorregulação e Excreção
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Termorregulação, Osmorregulação
e Excreção
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Reconhecer a importância da termorregulação e a osmorregulação para a manutenção e
realização das várias funções do organismo;
• Reconhecer os princípios e os mecanismos básicos da fisiologia animal e as adaptações
dos animais que os tornam capazes de existir em tantos ambientes diferentes;
• Correlacionar as funções e mecanismos de controle fisiológicos, a diversidade dos proces-
sos fisiológicos com as estratégias adaptativas e os mecanismos de ajustes nos diferentes
tipos de ambientes.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Termorregulação, Osmorregulação e Excreção
Como já foi dito, a endotermia está presente nos vertebrados apenas em aves
e mamíferos – a capacidade de gerar e manter elevadas as temperaturas corporais
surgiu há muito tempo na história evolutiva dos animais e está relacionada com a
capacidade de produzir calor através do metabolismo.
Dessa forma, a temperatura pode ser considerada um fator limitante aos orga-
nismos vivos. A vida dos animais limita-se a uma faixa restrita de temperaturas,
entre -1,8ºC nas regiões polares, onde numerosos peixes e invertebrados vivem, a
cerca de 50ºC em fontes termais.
A taxa de consumo de oxigênio pode ser uma expressão adequada para mensu-
rar as atividades metabólicas de um animal. Dentro dos limites de variação da tem-
peratura que um animal pode suportar, ocorre um aumento na taxa de consumo
de oxigênio. Em geral, uma elevação de 10 graus na temperatura pode promover
um aumento de 2 a 3 vezes na taxa de consumo de oxigênio. Observe o Figura 1
que representa a taxa de consumo de um animal ectotérmico
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Figura 1 – A taxa de consumo de oxigênio do escaravelho do Colorado
aumenta 2,5 vezes com uma elevação de 10 graus na temperatura
Como resultado dos efeitos da temperatura, cada animal apresenta uma estraté-
gia: uma combinação de respostas comportamentais, bioquímicas e fisiológicas que
garantem que a temperatura corporal se mantenha dentro de um limite aceitável,
preservando a homeostase.
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UNIDADE Termorregulação, Osmorregulação e Excreção
Em mamíferos e aves, podemos medir a taxa metabólica basal (TBM) que cor-
responde à quantidade mínima de energia necessária para manter as funções fisio-
lógicas em repouso, sem estresse térmico ou alimentar.
Outra situação que podemos citar é a taxa metabólica padrão (SMR), que é de-
finida como o metabolismo do animal em repouso e em jejum a uma determinada
temperatura corporal.
Como princípio geral, temos que o consumo de oxigênio por unidade de massa
nos animais menores é maior que em animais maiores. Assim, um mamífero de
100g consome muito mais energia por unidade de massa por tempo do que um
mamífero de 1000g.
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Essa relação inversa entre taxa metabólica e massa corporal é válida na compa-
ração entre organismos da mesma espécie, assim como de organismos de espécies
diferentes. Observe o gráfico abaixo.
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UNIDADE Termorregulação, Osmorregulação e Excreção
Existem dois principais meios de produção de calor adicional que não seja o
exercício físico: termogênese com tremores e termogênese.
Visite os sites sugeridos e entenda os mecanismos utilizados pelos peixes que habitam as
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nos animais endotérmicos como nos ectotérmicos, visto que a temperatura do cor-
po afeta metabolismo energético de um animal.
Osmorregulação
Os seres vivos podem ser descritos como sistemas bioquímicos complexos que
para uma atividade ótima devem manter a homeostase. Os desafios para a manu-
tenção do meio interno são diferentes conforme o ambiente em que o animal habita
(marinho, água salobra, dulcícola ou terrestre).
Mais de dois terços (70%) da superfície terrestre é recoberta por água, sendo a
maior parte pelos oceanos. A água corresponde a cerca de 60% dos compostos
bioquímicos dos organismos, mas pode variar inversamente com a quantidade de
gordura no corpo. Nos organismos pluricelulares, a água está distribuída em dois
compartimentos: 40% no líquido intracelular (LIC) e 20% no líquido extracelular
(LEC). O líquido extracelular ainda pode ser subdividido em fluido plasmático (¼) e
fluido intersticial (¾) entre os tecidos.
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UNIDADE Termorregulação, Osmorregulação e Excreção
Biótopos: biótopo ou ecótopo (do grego βιος - bios = vida + τόπoς = lugar, ou seja, lugar
onde se encontra vida) é uma região que apresenta regularidade nas condições ambientais e
nas populações animais e vegetais.
Leia o PDF “Transporte através da membrana”: http://bit.ly/2YeRTCK e depois teste deus co-
Explor
Nos fluidos corpóreos, soluto significa uma molécula dissolvida no líquido in-
tersticial ou no plasma sanguíneo. Íons e sais, ureia e algumas moléculas pequenas
de carboidratos são os principais solutos envolvidos na regulação das concentra-
ções dos fluidos do corpo no processo de osmorregulação. A presença de solutos
na água ou no plasma sanguíneo diminui a atividade cinética da água. Assim, a
água flui de uma solução diluída dita hipotônica (de alta atividade cinética) para
uma solução mais concentrada dita hipertônica (de baixa atividade cinética) – um
fenômeno denominado osmose. A maior parte das espécies de água do mar é
isosmótica. Concentrações de fluidos corpóreos de teleósteos marinhos fluem do
sangue para o mar (de uma região de alta atividade cinética para uma de baixa
atividade). Os elasmobrânquios retêm ureia e outros compostos nitrogenados,
aumentando a osmolaridade do sangue um pouco acima da água, fazendo com
que a água flua da água do mar para dentro do corpo.
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Órgãos de Excreção na Escala Animal
Caro(a) aluno(a), agora veremos os sistemas animais que excretam compostos
nitrogenados como ácido úrico, amônia e ureia.
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por exemplo, ficam armazenadas na bexiga que se limita a uma região específica
do tudo e regularmente é esvaziada. Em anelídeos terrestres, como os clitelados
(minhoca) que possuem pele úmida, a água entra por osmose e a urina é diluída.
metanefrídeo
nefrostoma
A grande maioria dos insetos outros artrópodes terrestres com sistema circu-
latório aberto (quilópodes e diplópodes) possui um conjunto de túbulos excretores
com fundo cego, que pode variar de 2 a 200 dependendo da espécie. São deno-
minados de túbulos de Malphighi e projetam-se em direção à hemocele a partir
da junção entre o intestino médio e o intestino posterior. Esses túbulos banhados
pela hemolinfa secretam sais em seu interior criando um gradiente osmótico que
carrega consigo água com substâncias indesejáveis que serão excretas e substâncias
desejáveis que serão reabsorvidas juntamente com a água ao longo do seu caminho
para o reto.
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Pericárdica: relativo ao que está no entorno do coração.
Hemocele: cavidade encontrada no corpo dos artrópodes e de alguns outros invertebrados,
por onde flui a hemolinfa; representa um vestígio do celoma, sendo originária da expansão
do sistema circulatório.
Hemolinfa: fluido que preenche os vasos e a hemocele, nos invertebrados.
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apresentam glândulas de sal que excretam concentrações altamente concentradas
de cloreto de sódio, uma compensação aos rins que são incapazes excretar todo
sal ingerido.
Répteis terrestres que vivem em ambiente seco têm suprimento de água limitado
excretam ácido úrico que é insolúvel em água e precipita-se na urina tornando-a
uma substância pastosa ou uma pelota semissólida que necessitam de muito pouca
água. E alguns terrestres ainda compensam com glândulas de sal que secretam
sódio e potássio para auxiliar no balanço hídrico.
Em alguns répteis que habitam o deserto, a cloaca reabsorve boa parte água da
urina, em outros, o conteúdo da cloaca volta ao intestino posterior para que a parte
da água seja absorvida. Nos répteis, não há bexiga urinária, o ureter desemboca
direto na cloaca.
Assim como os répteis, as aves possuem rins metanéfricos, excretam ácido úrico
e não possuem bexiga urinária, sendo o ureter conectado diretamente na cloaca.
A bexiga ausente significa redução de peso que é uma adaptação evolutiva ao voo,
não é necessária uma vez que a urina é pastosa e não aquosa.
Eletrólitos: são todas as substâncias que dissociadas ou ionizadas originam íons positivos
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Quando estamos em jejum prolongado, ocorre nos rins a gliconeogênese, que é a produ-
ção de glicose a partir de aminoácidos e outros precursores.
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Sistema Urinário
O filtrado sanguíneo do rim passa para o ureter através da pelve renal, os ure-
teres, que são longos tubos fibromusculares (de aproximadamente 24 a 30 cm)
desembocam na bexiga, um saco muscular e oco com capacidade de armazenar
aproximadamente de 300 a 500 ml de urina. A urina entra na bexiga pelo músculo
trígono, que serve de esfíncter funcional, impedindo que a urina retorne da bexiga
para o ureter. A uretra origina-se na base da bexiga. No homem, ela atravessa o
pênis; na mulher, ela desemboca anterior à vagina.
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Figura 10 – Glomérulo humano dentro da cápsula de Bowman
Fonte: Adaptado de HILL e col; 2012
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UNIDADE Termorregulação, Osmorregulação e Excreção
Você já deve ter notado que pessoas, ao ingerirem cerveja ou outra bebida alcoólica,
sentem vontade de urinar com maior frequência, isso acontece porque o álcool é inibidor
do ADH (hormônio antidiurético).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Princípios de Fisiologia Animal
MOYES, C. D.; SCHULTE, P. M. Princípios de Fisiologia Animal. 2. ed. Porto
Alegre (RS): Artmed, 2010. 756p. e-book.
Vídeos
O que é Excreção Comparada?
https://youtu.be/mIdf_NrZtNk
Fisiologia Animal - Sistema Excretório
https://youtu.be/u0NGVt7MFaI
Sistema Excretor/Urinário - Os Rins e a filtragem do sangue
https://youtu.be/u6UQ_8Oo9EM
Leitura
Sistemas Renal e Urinário
http://bit.ly/2YcVQYy
Funções renais, Anatomia e Processos Básicos
http://bit.ly/2Ygk1Fu
Os Sistemas Respiratório e Excretor
http://bit.ly/2YcbRhr
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Referências
CORDEIRO, B. A. Efeitos patológicos nos túbulos de Malpighi de Anticarsia
gemmatalis causados pela infecção por recombinantes do bacovírus de Anticarsia
gemmatalis multiple nucleopolyhedrovirus (agMNPV). Brasília, 2007.
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