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UROANÁLISE

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UROANÁLISE

◼ A uroanálise (exame químico e físico da urina) é


importantíssimo no auxílio-diagnóstico à patologias do
trato genito-urinário. Cistites, nefrites, cristais e
cálculos urinários, presença de sangue ou
infecção urinária.
Histórico
Composição
Sumário de urina

◼ Parcial de urina
◼ Exame de urina tipo I
◼ Urinálise
◼ Uroanálise
◼ Urina de Rotina
Exames físicos da urina
◼ Aspecto (Límpido, Ligeiramente turvo, turvo e leitoso)
◼ Cor (pigmento urocromo)
◼ Densidade
◼ Odor
Exames químicos da urina
◼ pH, glicose, uribilinogênio, corpos cetônicos, esterase
leucocitária...

Sedimentoscopia
◼ Análise dos sedimentos urinários
Exames físicos da urina
◼ Aspecto
 Límpido
 Semi-turvo
 Turvo
 Leitoso

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CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-
QUÍMICOS
VOLUME
24 HORAS: 800 a 1.600 ml (adultos)
Oligúria = volume inferior a 600 ml/24 horas
Poliúria = volume superior a 2.000 ml/24 horas
Anúria = volume inferior a 100 ml/24 horas
Polaquiúria ou polaciúria = mais de 6 micções em
24 horas, cada uma geralmente com pouco
volume
Nictúria = diurese com predomínio à noite,
decorrente de reabsorção de decúbito
Enurese = incontinência noturna de urina
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-
QUÍMICOS
COR
Existem vários fatores e constituintes que p o dem alterar
a cor da urina, incluindo substâncias ingeridas, atividade
física, assim como diversos compostos presentes em
situações patológicas. O exame da cor da urina deve ser
realizado empregando uma boa fonte de luz, olhando
através de recipiente de vidro transparente contra um
fundo branco.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

◼ AMARELO - CLARO OU
INCOLOR . É encontrado em
pacientes poliúricos, diabetes
mellitus, diabetes insípido,
insuficiência renal avançada,
elevado consumo de líquidos,
medicação diurética e in
gestão de álcool.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

AMARELO - ESCURO OU CASTANHO . É freqüente


nos estados oligúricos, anemia perniciosa, estados
febris, início das icterícia (presença anormal de
bilirrubina), exercício vigoroso e ingestão de arg i rol,
mepacrina, ruibarbo e furandantoínas.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS
ALARANJADA OU AVERMELHADA .
É comum em presen ça de hematúria,
hemoglobinúria, icterícias hemolíticas,
porfirinúrias e no emprego de anilina,
eosina, fenolftaleína, rifocina, sulfanol,
tetranol, trional, xantonina, beterraba,
vitamina A, derivados de piridina,
nitrofurantoína na e contaminação
menstrual.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

MARROM- ESCURO OU ENEGRECIDA . (“Cerveja


preta”) ocorre no carcinoma de bexiga (“borra de café”),
glomerulonefrite aguda, meta hemoglobinúria,
alcaptonúria (ácido homogentísico), febres palustres,
melanoma maligno e no uso de me til dopa ou
levodopa, metronidazol, argirol e salicilatos.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS
AZULADA OU ESVERDEADA . Deve - se a infecção
por pseudomonas, icterícias antigas, tifo, cólera e
pela utilização de azul de Evans, azul de metileno,
riboflavina, amitriptilina, metocarbamol, cloretos ,
indican, fenol e santonina (em pH ácido).
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS
ESBRANQUIÇADA OU BRANCO LEITOSA . Está
presente na lipidúria maciça, fosfatúria e
enfermidades purulentas do trato urinário
EXAME FÍSICO-QUÍMICO DA URINA
TIRAS REAGENTES
Nas últimas décadas foram desenvolvidos vários
sistemas analíticos simplificados capazes de fornecer
rapidamente uma série de parâmetros na urina. Os
mais comuns são as tiras reagentes que possuem
substâncias químicas fixadas a uma tira plástica,
revelando a positividade dos testes por modificações
de cor.
CARACTERES FÍSICO-QUÍMICOS

DENSIDADE
Normodensa = 1,015 a 1,025
Hipodensa = densidade abaixo de 1,015
Hiperdensa = densidade acima de 1,025
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

DENSIDADE

Hiperstenúria = densidade anormalmente alta com


concentração de solutos por perda ou privação de
água.

Hipostenúria = densidade anormalmente baixa


devido à incapacidade dos túbulos renais
concentrarem a urina. Nefrite crônica.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

pH
O pH urinário reflete a capacidade do rim em manter
a concentração normal dos íons hidrogênio no liquido
extracelular.

pH urinário baixo. Várias condições determinam a


acidez urinária (pH baixo), dentre as quais citam- se:
acidose metabólica (acidose diabética, diarreias
graves, desnutrição), acidose respiratória, clima
quente, dieta proteica.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS
◼ PH URINÁRIO ELEVADO. A alcalinidade urinária
(pH alto) é comum na acidose tubular renal,
alcalose metabólica e/ou respiratória,
aldosteronismo primário, deficiência potássica, dieta
vegetariana.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

PROTEÍNAS (PROTEINÚRIA)

Tem- se lesão da membrana glomerular (distúrbios


do complexo imune, amiloidose, agentes tóxicos);
comprometimento da reabsorção tubular; mieloma
múltiplo; nefropatia diabética; pré - eclâmpsia;
proteinúria ortostática ou postura.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS
GLICOSE (GLICOSÚRIA)
Quantidades significantes de glicose são detectadas
na urina quando houver elevadas concentrações de
glicose na corrente circulatória, como ocorre na
diabetes. A glicose também é encontra da na urina
em certas enfermidades do túbulo proximal
(síndrome de Fanconi e nefropatia tubular avançada)
que podem impedir a capacidade de absorção.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS
CETONAS (CETONURIA)
As cetonas são formadas por três substâncias:
acetoacetato,beta - hidroxibutirato e acetona.A
excessiva formação destes compostos, devido a
distúrbios no metabolismo dos carboidratos e
lipídios,provoca o aumento na concentração
sanguínea (cetonemia) com a consequente excreção
urinária (cetonúria).
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

UROBILINOGÊNIO

Encontra - se grande quantidade de urobilinogênio


na urina nas hepatopatias e distúrbios hemolíticos.

BILIRRUBINA

A bilirrubina conjugada pode estar presente na urina


de pacientes portadores de enfermidade
hepatocelular ou icterícia obstrutiva,
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS
HEMATÚRIA, HEMOGLOBINÚRIA E MIOGLOBINÚRIA
Hematúria é a presença de um número anormal de
hemácias na urina sendo encontrada em pacientes com
sangramento ao longo do trato genitourinário. Hematúria
maciça , que resulta em urina cor rosa, vermelha ou marron,
pode ocorrer nas infecções do trato urinário, cálculo renal,
tumor do trato urinário.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

NITRITO
O teste para dosagem de nitritos na urina é uma
prova indireta para o diagnóstico precoce de
bacteriúria significativa e assintomática. Os
microrganismos comumente encontrados nas
infecções urinárias, tais como Escherichia coli.
CARACTERES FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

LEUCÓCITO ESTERASE

Os leucócitos neutrófilos contêm muitas esterases


que catalisam a hidrólise de um éster para produzir o
álcool e o ácido correspondente.
O nível de eserase na urina está correlacionado com
o número de neutrófilos presente. Este teste deve ser
confirmado pela aná lise microscópica do sedimento
urinário.
Avaliação Bioquímica : Fita Reagente.
◼ pH: avaliação de cristais, e ◼ Glicose: ausente na urina
distúrbios renais. O seu valor normal; presente em pacientes
alto pode indicar presença de diabéticos e casos de glicosúria
cálculos. renal.
◼ Cetonas: presente em
◼ Densidade: Avalia a pacientes diabéticos ou jejum
capacidade do rim concentrar a prolongado.
urina. ◼ Hemoglobina: AUN; causadas
◼ uso excessivo de líquido por infecções urinárias, calculo
via intravenosa, insuficiência renal. ( mestruação).
renal crônica, hipotermia, ◼ Bilirrubina: Valores alto
diabetes e hipertensão. indicam hepatobiliares,
◼ desidratação, diarréia, neoplasias hepáticas.
vômitos, febre, diabetes ◼ Urobilinogênio:Também é
melitus, glomerulonefrite. substancia resultante do
metabolismo. Valores anormal
◼ Proteína: ausente na urina doença no fígado ou distúrbio
normal; presente em diversas hemolíticos.
doenças renais e diabetes. ◼ Nitrito: AUN; presença indica
alguns tipos de bactérias.

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SEDIMENTOSCOPIA
◼ Análise microscópica de componentes
insolúveis presentes na urina
 Hemácias
 Leucócitos
 Células epiteliais
 Cristais
 Fios de muco
 Cilindros
 Parasitas 67
CRISTAIS
◼ Esse é talvez o resultado mais mal interpretado,
tanto por pacientes como por alguns médicos. A
presença de cristais na urina, principalmente de
oxalato de cálcio, fosfato de cálcio ou uratos
amorfos, não tem nenhuma importância clínica.
CRISTAIS
◼ Ao contrário do que se possa imaginar, a presença
de cristais não indica uma maior propensão à
formação de cálculos renais. Dito isso, é importante
destacar que, em alguns casos, a presença de
determinados cristais pode ser um sinal para
alguma doença.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
CRISTAIS DE CISTINA – Indicam uma doença
chamada cistinúria.
◼ CRISTAIS DE MAGNÉSIO-AMÔNIO-FOSFATO
(chamado de cristais de estruvita ou cristais de fosfato
triplo) – podem ser normais, mas também podem estar
presentes em casos de urina muito alcalina
provocada por infecção urinária pelas
bactérias Proteus ou Klebsiella.
◼ Pacientes com cálculo renal por pedras de estruvita
costumam ter esses cristais na urina.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
◼ CRISTAIS DE TIROSINA – Presentes em uma
doença chamada tirosinemia. Ocorrem em afecções
hepáticas e na tirosinose.
◼ CRISTAIS DE BILIRRUBINA – Costumam indicar
doença do fígado.
◼ CRISTAIS DE COLESTEROL – Costuma ser um
sinal de perdas maciças de proteína na urina.
RELEVÂNCIA CLÍNICA

◼ ÁCIDO ÚRICO - A presença, caso em grande


quantidade, também deve ser valorizada, pois
podem surgir em pacientes com gota ou neoplasias,
como linfoma ou leucemia. Cristais de ácido úrico
em pequena quantidade, porém, são comuns e não
indicam nenhum problema.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
◼ OXALATO DE CÁLCIO Normal em alimentação
rica em ácido oxálico. Anormal em formação de
cálculos urinários, intoxicação por etilenoglicol,
enfermidades hepáticas, enfermidades renais
crônicas e altas doses de vitamina C.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
◼ URATO ESFÉRICO, URATO DE AMÔNIA OU
BIURATO DE AMÔNIA: cristais em forma esférica
com espículos longos. Anormal: forma cálculos
RELEVÂNCIA CLÍNICA

◼ FOSFATOS AMORFOS OU FOSFATO DE CÁLCIO


– Cristais em forma de rosetas cristalinas, de agulhas
ou placas granulosas. Anormal: ocorrem raramente
em urinas normais ou formando cálculos devido a
metabolismo anormal do cálcio
RELEVÂNCIA CLÍNICA
◼ URATOS AMORFOS (Uratos de cálcio, magnésio e
potássio), grânulos sem forma cristalina, isolados ou
agrupados. São sais de sódio potássio, cálcio e magnésio.
Sem significado clínico.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
◼ URATO DE SÓDIO: cristais em agulhas ou prismas
longos e delgados, isolados ou agrupados. Sem
significado clínico.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
◼ CARBONATO DE CÁLCIO: cristais amorfos ou em
cocos agrupados de cor escura. Sem significado clínico
RELEVÂNCIA CLÍNICA
LEUCINA: Ocorrem na leucinose e em afecções
hepáticas graves (cirrose, hepatite e intoxicação).
Principais Características dos Cristais Urinários Normais
Cristal pH Cor Solubilidade Aparência

Ácido úrico Ácido Marrom-amarelado Álcalis

Uratos amorfos Ácido Cor de tijolo ou Álcalis e calor


marrom-amarelado

Oxalato de cálcio Ácido/neutro Incolor (envelope) HCL diluído


(alcalino)

Fosfatos amorfos Alcalino Branco-incolor Ácido acético


Neutro diluído

Fosfato de cálcio Alcalino Incolor Ácido acético


Neutro diluído

Fosfato tripo Alcalino Incolor (tampa de Ácido acético


caixão) diluído

Biurato de amônio Alcalino Marrom-amarelado Ácido acético com


(maçãs espinhosas) calor

Carbonato de cálcio Alcalino Incolor (halteres) Gás do ácido


acético
Principais Características dos Cristais Urinários Normais
Cristal pH Cor Solubilidade Aparência
Cistina Ácido Incolor Amônia, HCL
diluído

Colesterol Ácido Incolor (placas Clorofórmio


chanfradas)

Leucina Ácido/neutro Amarela Álcali quente ou


álcool

Tirosina Ácido/neutro Incolor/amarela Álcali ou calor

Bilirrubina Ácido Amarela Ácido acético,


HCL, NaOH, éter,
clorofórmio
Sulfonamidas Ácido/neutro Verde Acetona

Corante Ácido Incolor 10% de NaOH


radiográfico

Ampicilina Ácido/neutro Incolor Em refrigeração,


forma feixes
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS

◼ A presença de células epiteliais na urina é normal.


São as próprias células do trato urinário que
descamam. Elas só têm valor quando se agrupam em
forma de cilindro, recebendo o nome de cilindros
epiteliais.
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS

◼ Cilindros hemáticos (sangue) = Indicam


glomerulonefrite.
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS

◼ Cilindros leucocitários = Indicam inflamação dos


rins.
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS
◼ Cilindros epiteliais = indicam lesão dos túbulos.
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS
◼ Cilindros gordurosos = indicam proteinúria.
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS

A. hialino
B. hemático
C. hemático
D. epitelial
E. leucocitário
F. hemático
G. granular
H. granular
I. céreo
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS

◼ Cilindros Granulares
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS

◼ Cilindro Céreo
CÉLULAS EPITELIAIS E CILINDROS
◼ Cilindros hialinos não indicam doença, mas podem
ser um sinal de desidratação.
MUCO
◼ A presença de muco na urina é inespecífica e
normalmente ocorre pelo acúmulo de células epiteliais
com cristais e leucócitos. Tem pouquíssima utilidade
clínica. É mais uma observação.
Tipo Origem Significado clínico
Hialino Secreção tubular de proteína de Tamm- Gromerulonefrite
Horsfall que se agrega as fibrilas Pielonefrite
Doença renal crônica
Insuficiência cardíaca congestiva
Estresse e exercicio físico
Normal 0-2/cpa

Hemático Hemácias emaranhadas ou ligadas à Glomerulonefrite


matriz das proteínas de Tamm-Horsfall Exercício físico intenso

Leucocitário Leucócitos emaranhados ou ligadas à Pielonefrite


matriz das proteínas de Tamm-Horsfall Nefrite intersticial aguda

Bacterianos Bactérias presas à matriz da proteína de Pielonefrite


Tamm-Horsfall

Epiteliais Células tubulares que permanecem Lesão de túbulo renal


ligadas às fibrilas da proteína de Tamm-
Horsfall

Granular Desintegração de cilindros leucocitários Glomerulonefrite


Lisossomos das células tubulares Pielonefrite
Agregados protéicos Estresse e exercício físico

Céreo Cilindros hialinos e granulares Estase do fluxo urinário

Adiposo Lipidúria Síndrome nefrótica


Corpos adiposos ovais

Largo Formação nos ductos coletores ou em Extrema estase do fluxo urinário


túbulo distais distendidos
Exames na Urina
◼ Dentre os exames mais utilizados na urina estão:

➢ Exame de rotina na Uranálise, urinálise EAS;

➢ Bacterioscopia e Urocultura;

➢ Teste de gravidez na urina;

➢ Clarence de Creatinina ou Depuração ;

➢ Dosagens Bioquímicas: sódio, potássio, glicose,


proteínas, microalbinuria, cálcio, fósforo etc.
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Exame de Rotina na Urina

◼ EAS;
◼ Para realizar o exame EAS é necessário eliminar o
primeiro jato, e efetuar a coleta do jato médio;
◼ É necessário realizar uma higiene rigorosa antes
da coleta;
◼ Esse procedimento visa eliminar resíduos e
bactérias eventualmente na urina;
◼ O ideal seria a primeira urina da manhã.

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UROCULTURA
◼ A coleta de urocultura é ainda mais exigente que a
coleta para EAS.
✓ A coleta segue os mesmo procedimentos da coleta
EAS, com a diferença de que se deve adotar
técnica estéril;
✓ Deve ser realizada de preferência no laboratório;
✓ O ideal é colher a primeira urina da manhã.
A urocultura é realizada por meio da semeadura de
uma pequena gota da urina homogeneizada,
separada por meio de uma alça de platina
calibrada.Possibilita a quantificação de bactéria.

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URINA DE PRIMEIRO JATO
◼ É colhida quando se deseja pesquisar parasitas
eventualmente presentes na uretra.

◼ Trichomonas vaginalis protozoário;

◼ Neisseria gonorroeae bactéria;

◼ Após a higiene dos genitais externos, colhe-se em


frascos apropriados estéreis, apenas o primeiro jato da
micção;

◼ A urina assim colhida pode ser concentrada e


observada na microscopia.

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URINA DE 24 HORAS

◼ É um exame solicitado para quantificar


determinadas substancia na urina, para avaliar
algumas alterações renais.
◼ Clearance de Creatinina: é basicamente a taxa de
filtração dos rins, ou seja a quantidade de sangue
que os rins filtra por minuto. É a principal forma de
avaliar a função renal.

◼ Protenúria: a sua presença ocorre quando os rins


estão doentes. EAS, não consegue quantificar-la
com exatidão.

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URINA DE 24 HORAS

⚫ Albumina na urina, chamada de Albimuria.

➢ A urina ainda é composta por outras


substancias: cálcio, sódio, amônia, uréia,
oxalato, citrato, magnésio, fosfato, ácido
úrico. Podem ser quantificados.

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URINA DE 24 HORAS
◼ Sódio Urinário: é um modo indireto de se avaliar a
quantidade de sal que o paciente ingere. A
quantidade de sódio que sai na urina é semelhante
a quantidade consumida ao longo do dia.

◼ Cálcio Urinário: Importante na avaliação dos


pacientes com calculo urinário;
◼ Àcido Úrico Urinário: importante para os paciente
com gota;
◼ Citrato: substancia que inibe a formação de
cálculos, pacientes com citrato urinário baixo estão
sujeitos a formar cálculos.
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URINA DE 24 HORAS

◼ Oxalato: importante na investigação das


causas de formação dos cálculos urinários.

◼ Potássio: útil na investigação de algumas


doenças dos tubos renais.

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URINA DE 24 HORAS
◼ INSTRUÇOES DE COLETA
◼ 1. Ao levantar pela manhã, o paciente deverá desprezar toda a
urina contida na bexiga e anotar o horário.

◼ 2. A partir desse momento, toda vez que urinar, durante o resto do


dia e também à noite, deve-se recolher integralmente a urina de
cada micção, colocando-a no mesmo frasco de coleta. Este deve
ser bem fechado e guardado em refrigerador, entre as micções.

◼ 3. Armazene toda a urina colhida em recipiente descartável ou


garrafas vazias de água mineral. Não usar outra embalagem.

◼ 4. Se a quantidade de urina for maior do que o frasco comporta, use


frascos adicionais (quantos forem necessários), para conter todo o
volume de 24 horas.

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URINA DE 24 HORAS
◼ 5. Na manhã seguinte, deve-se coletar toda a urina
contida na bexiga e encerrar a coleta no horário
correspondente ao horário que desprezou a 1° micção
da véspera.

◼ 6. Durante as 24 horas de coleta, a ingestão de líquidos


deve ser a habitual.

◼ 7. Todo o volume urinário coletado nas 24 horas deverá


ser encaminhado ao laboratório logo após ser retirado
do refrigerador.

◼ OBS: Para alguns exames o frasco fornecido pelo


Laboratório, deverá conter um líquido, cuja função é de
conservar a urina, não devendo, portanto ser
desprezado.
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ÁCIDO ASCÓRBICO NA URINA

◼ É comum os laboratórios chamarem a atenção


quando há ácido ascórbico (vitamina C) na urina.
Este dado é importante porque o ácido ascórbico
pode alterar os resultados do dipstick,
principalmente na detecção de hemoglobina,
glicose, nitritos, bilirrubina e cetonas. É importante o
médico saber que resultados inesperados podem
ser falsos positivos ou falsos negativos causados
pela vitamina C.
EAS
◼ Apenas como exemplo, o que segue abaixo é um
modelo de como os laboratórios apresentam os
resultados do exame sumário de urina. Este exame
está normal.
ESTE EXAME ESTÁ NORMAL

◼ COR —- amarelo citrino


ASPECTO —- limpido
DENSIDADE —- 1.015 (normal varia entre 1005 e
1030)
PH —- 5,0 (normal varia entre 5,5 a 7.5)
ESTE EXAME ESTÁ NORMAL

EXAME QUÍMICO

Glicose —- ausente
Proteínas —- ausente
Cetona —- ausente
Bilirrubina —- ausente
Urobilinogênio —- ausente
Leucócitos —- ausente
Hemoglobina —- ausente
Nitrito —- negativo
ESTE EXAME ESTÁ NORMAL

MICROSCOPIA DO SEDIMENTO (sedimentoscopia)


Células epiteliais —- algumas
Leucócitos —- 5 por campo
Hemácias —- 3 por campo
Muco —- ausente
Bactérias —- ausentes
Cristais —- ausentes
Cilindros —- ausentes
DISMORFISMO ERITROCITáRIO
Análise por microscopia de contraste de fase;

Determina local da lesão tecidual que produz o sangramento


urinário;

Acantócitos, eritrócitos com forma anelar e protrusões


vesiculares – abaixo de 80%;

Teste triagem - Confirmada por Biopsia renal.


DISMORFISMO ERITROCITáRIO
Perfil iônico

Prof. Filipe Lima


Perfil Renal
Funções do Rim

❑ Balanço hídrico e iônico

❑ Excreção de compostos nitrogenados

❑ Regulação ácido-base

❑ Controle da pressão arterial

❑ Filtração Glomerular
PERFIL RENAL
❑ Dosagem de uréia (15 a 40mg/dL)
❑ Dosagem de creatinina (0,4 a 1,5mg/dL)
❑ Sódio (Na+ 135 a 145 mEq/L
❑ Potássio (K+) 3.5 a 5.5 mEq/L

❑ Depuração da creatinina (clearence)


- Homem 97 a 137 mL/minuto
- Mulher 88 a 128 mL/minuto
Uréia / Creatinina

RINS

NH2-CNH2-NCH3-CH2-COOH
CREATININA
Uréia
NH2 - CO- NH2
URÉIA / CREATININA

URÉIA CREATININA

CREATININA
URÉIA

URÉIA

URÉIA

URÉIA
CREATININA
UREMIA (15 a 40mg/dL)
HIPERUREMIA:
❑ Pré-renal: resultante de perfusão inadequada dos rins (filtração
glomerular diminuida) como na insuficiência cardíaca.

❑ Renal: filtração glomerular está diminuída, com retenção de uréia em


consequência de insuficiência renal aguda ou crônica resultante de
lesões glomerulares (glomerulonefrites), tubulares (necrose tubular,
sedimento de urato) e intersticiais (nefrite intersticial).

❑ Pós-renal: resulta da obstrução do trato urinário com a reabsorção da


uréia pela circulação como na obstrução ureteral (cálculos e tumores) e
na obstrução da saída da bexiga e uretra (cálculos, carcinomas,
estenose uretral e hipertrofia da próstata).

➢ HIPOUREMIA:
❑ Baixos níveis de uréia são encontrados principalmente na
❑ insuficiência hepática.
CREATINEMIA (0,4 a 1,5mg/dL)
HIPERCREATINEMIA:
• Qualquer condição que reduza a filtração glomerular promove
menor excreção urinária de creatinina , com o consequente
aumento em sua concentração plasmática, independe de a
causa ser pré-renal, renal ou pós-renal.

• Pré-renal: traumatismos musculares e insuficiência cardíaca.


• Renal: Incluem lesão do glomérulo, dos túbulos e do
interstício renal.
• Pós-renal: ocorrem na obstrução ureteral (cálculos e tumores)
e na obstrução da saída da bexiga e uretra (cálculos,
carcinomas, hipertrofia da próstata e estenose uretral).

HIPOCREATINEMIA:
• Teores diminuídos de creatinina não apresentam significado
clínico expressivo ( atrofia muscular extensa).
CLEARENCE (DEPURAÇÃO) DA
CREATININA

(medir o índice de filtração glomerular)


❑ - Fazer a colheita de urina de 24 horas.
❑ Medir o volume urinado em mL (V).
❑ Fazer punção venosa e dosar creatinina no soro (S).
❑ Dosar creatinina na urina (U).

❑ Calcular o volume de urina por minuto ( mL/minuto)

✓ VM = V(mL) / ( 24 hs. = 24 x 60 = 1440)

✓ Clearence = U . VM(mL/minuto)/S
✓ Valor normal: Homem97 a 137 mL/minuto
✓ Mulher 88 a 128 mL/minuto
Sódio (Na+)

❑ É o cátion predominante no líquido extracelular (potencial de


membrana).

❑ O principal íon responsável pela osmolalidade plasmática


(osmose).

❑ Concentração de sódio é maior no meio extracelular do que no


meio intracelular (gradiente mantido pela “bomba” de Na+ e K+).
Sódio (Na+)

❑ HIPONATREMIA: Perda através dos rins - insuficiência renal


crônica (nefropatia perdedora de sal), doença de Addison
(deficiência das adrenais) e utilização de diuréticos
(clorotiazida).

❑ HIPERNATREMIA: Hiperaldosteronismo, (Síndrome de


Cushing) e deficiência na perfusão renal).

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Potássio (K+)

.
❑É o cátion predominante no meio intracelular (cerca de 98% do
potássio do nosso organismo se encontra no meio intracelular e apenas
2% no meio extracelular).

.
❑ A bomba de Na+ e K+ promove captação ativa de potássio para
manutenção do gradiente iônico que determina o potencial de
mem.brana nas células

❑ Atua como cofator enzimático nos processos metabólicos celulares.

.
◼ HIPERCALEMIA

- Ocorre na insuficiência renal aguda e crônica.

Na acidose metabólica.

Diuréticos poupadores de potássio (espironolactona)


Hipoaldosteronismo, deficiência de mineralocorticóides (doença de
Addison)

◼ HIPOCALEMIA
◼-Deficiência de perfusão renal e no hiperaldosteronismo (doença de
Cushing).

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