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Interpretação correta dos estudos da urina em conjunto com a história do paciente, exame físico e exames
laboratoriais podem fornecer aos médicos informações cruciais sobre uma ampla variedade de doenças renais
primárias e distúrbios sistêmicos, mesmo em pacientes assintomáticos.
Esta revisão serve para resumir a interpretação de vários padrões de resultados do exame de urina.
Nosso objetivo é ajudar médicos de cuidados primários e de medicina interna no uso do exame de urina para:
(1) Avaliar suspeitas doenças renais agudas e crônicas,
(2) Monitorar o curso de doenças estabelecidas, e
(3) Refinar o diagnóstico diferencial e otimizar a investigação adicional em ambientes de patologia de doença
desconhecida.
Oi… pode me ajudar?
O JCR está fazendo xixi com sangue. Começou hoje cedo. Ele está bem, sem
febre… estou assustada.
JCR, 27 anos.
Linfoma de Burkitt, não-Hodking, há 25
anos.
10/02/2022
JCR, 27 anos.
21/02/2022
“peso na academia, se
desequilibrou e caiu sobre
as costas”
Quando deve ser realizado exame de urina?
1. Qualquer paciente com nível sérico elevado de creatinina, na avaliação de LRA
ou DRC.
2. Pacientes com diabetes, hipertensão ou doenças cardiovasculares.
3. Pacientes com edema progressivo novo ou inexplicável.
4. Pacientes em avaliação para determinadas doenças sistêmicas com
manifestações renais, como lúpus, vasculite ou gamopatias monoclonais.
5. Pacientes que apresentam sintomas ou evidências clínicas de nefrolitíase.
6. Pacientes preocupados com urina descolorida, urina espumosa ou sintomas
consistentes com infecções do trato urinário (ITUs).
Quando deve ser realizado exame de urina?
Diagnóstico e tratamento de doença renal
A secreção tubular serve a duas funções principais: eliminação de produtos residuais não filtrados pelo glomérulo e a
regulação do equilíbrio ácido-base do organismo através da secreção de íons H+.
Durante a avaliação de condições específicas, como doença glomerular, monoclonal gamopatias ou nefrolitíase, a coleta
de amostras de urina de 24 horas pode ser justificada. Os pacientes devem ser instruídos a descartar a primeira micção
matinal e, posteriormente, coletar toda a urina produzida nas 24 horas seguintes.
Amostra pós-prandial
Catéter urinário de demora Recipientes adequados Situações Especiais*
Nefrostomia, urostomia
Punção suprapúbica
Análise drogas (cadeia de custódia)
Amostra pediátrica
Analisar em 2 a 4 h
Refrigerada (2 a 8°C) 24 h
Cor
A urina normal é clara com uma coloração amarelo claro/pálido devido à presença de UROCROMO, produto
do metabolismo endógeno (presente em maior concentração).
A cor da urina pode ser afetada por uma variedade de condições normais ou patológicas, produtos
metabólicos, medicamentos, alimentos, medicamentos e infecções.
Plasma límpido
Cor
Aspecto Presença de Elementos
Depósito???
Fita Reagente
Leitura Manual
Densidade ou Gravidade Específica
Avalia capacidade de concentração ou diluição renal. pode ser útil na avaliação de distúrbios de volume,
como bem como distúrbios do equilíbrio hídrico, como hiponatremia ou hipernatremia
A Densidade da urina mede a concentração de solutos (número e tamanho das partículas) na urina. A faixa
depende da quantidade de fluido ingerido e soluto excretado.
Se a urina não contiver glicose, proteínas ou grandes moléculas como meios de contraste, a osmolalidade da urina
pode ser inferida a partir da densidade da urina (Densidade 1.001–1.035 corresponde à osmolalidade urinária de
50 –1200 mOsm/ kg).
Densidade alta, acima de 1.035, é observada em casos de depleção de volume, glicosúria. Também pode ser
induzido com administração de soluções hiperosmóticas, incluindo contraste iodado, albumina IV e dextrana.
pH Juntamente com os pulmões, os rins são os principais reguladores do conteúdo ácido-base do organismo.
Um indivíduo saudável produz urina da manhã ligeiramente ácida (pH 5,0 - 6,0) devido à atividade
metabólica, que favorece predominantemente a formação de ácido.
pH alcalino pode ser encontrado após as refeições (maré alcalina).
pH baixo: pacientes com dietas hiperproteica, acidose sistêmica, enfisema, diabetes mellitus e ingestão
excessiva de certas frutas e medicamentos.
pH elevado: dieta vegetariana rigorosa (frutos e vegetais), pacientes com alcalose sistêmica, ITUs causadas
por bactérias urease +, ou Acidose Tubular Renal tipo I.
Alterações no pH da urina também podem ser úteis no tratamento de toxicidades medicamentosas que
requerem alcalinização urinária, como metotrexato, toxicidade por salicilato, fenobarbital.
Amostras velhas.
pH A determinação do pH da urina é útil no diagnóstico e tratamento de nefrolitíase, acidose
metabólica e ITUs e fornece informações sobre a função tubular.
Proteína Dos exames químicos da rotina da urina, o mais indicativo de doença renal é a
determinação de proteínas.
Proteinúria pré-renal: causada por condições que afetam o plasma antes de atingir o rim.
Frequentemente transitória.
Ocorre aumento de proteínas plasmáticas de baixo PM como hemoglobina, mioglobina, proteínas de fase
aguda associadas a inflamação e infecção.
A maior filtração excede a capacidade de reabsorção dos túbulos renais.
A fita detecta principalmente albumina.
Proteinúria Renal: associada a verdadeira doença renal podendo ser resultado de lesões glomerulares ou
tubulares.
Proteinúria glomerular: quando o glomérulo está danificado, a filtração seletiva é prejudicada e ocorre a
perda de proteínas séricas como a albumina e imunoglobulinas. Eventualmente também há aumento de
hemácias e leucócitos do sangue passam através da membrana e são excretados na urina.
Substâncias tóxicas, complexos imunes (LES, glomerulonefrite estreptocócicas), são causas de proteinúria
em razão da lesão glomerular.
A proteinúria glomerular pode ser quantificada pela avaliação da albuminúria, que é classificada em três
estágios:
1. menos de 30 mg/g de creatinina; normal a levemente aumentada,
2. 30 mg/g a 300 mg/g de creatinina; moderadamente aumentado, "microalbuminúria"
3. superior a 300 mg/g de creatinina; gravemente aumentada, “macroalbuminúria”
Proteína Dos exames químicos da rotina da urina, o mais indicativo de doença renal é a
determinação de proteínas.
Proteinúria Renal: associada a verdadeira doença renal podendo ser resultado de lesões glomerulares ou
tubulares.
Proteinúria tubular: o aumento da albumina também está presente em distúrbios que afetam a reabsorção
tubular, pois a albumina normalmente filtrada não pode mais ser reabsorvida.
Proteinúria pós-renal: proteínas adicionadas a urina quando ela passa através das estruturas no trato
urinário inferior (ureteres, bexiga, uretra, próstata, e vagina). Infecções bacterianas e fúngicas, inflamação
produzem fluidos (exsudatos) com proteínas intersticiais.
Glicose
Em circunstâncias normais quase toda glicose filtrada pelo glomérulo é reabsorvida no TCP.
Hiperglicemia na gravidez, hormônios secretados pela placenta bloqueiam a ação da insulina, resultando
em resistência a insulina e hiperglicemia (glicose atravessa a placenta, insulina não).
Hiperglicemia de origem não diabética: podem produzir glicosúria. Pancreatite, câncer pancreático,
Acromegalia, síndrome de Cushing, hipertireoidismo, feocromocitoma. Os hormônios glucagon,
adrenalina, cortisol, tiroxina e hormônio do crescimento, os quais estão aumentados nesses distúrbios,
atuam em oposição à insulina produzindo hiperglicemia e glicosúria.
Cetonas
As cetonas são produtos do metabolismo da gordura corporal:
acetona,
ácido acetoacético
ácido-beta hidroxibutirato.
Muitas bactérias gram-negativas e alguns organismos gram-positivos (E. coli, Klebsiella, espécies Enterobacter,
Citrobacter, Klebsiella e Proteus) têm essa capacidade.
Infecções urinárias com espécies que expressam baixa níveis de nitrato redutase (Pseudomonas, Staphylococcus
e Enterococcus sp) podem testar negativo para nitritos.
Nitrito positivo:
Cistite
Pielonefrite
Avaliação da terapia antibiótica
Acompanhamento de pacientes com alto risco de ITUs
Sangue
A hematúria pode ser macroscópica (visível a olho nu) ou microscópica (detectável apenas no exame de urina).
As fitas reagentes são muito sensíveis à hemoglobina urinária, que pode estar livre ou dentro dos glóbulos
vermelhos (RBCs). As fitas reagentes detectam a atividade da peroxidase dos eritrócitos, que também é catalisado
pela mioglobina e pela hemoglobina; portanto, um o resultado positivo do teste pode indicar hematúria,
mioglobinúria ou hemoglobinúria.
O exame microscópico do sedimento urinário é o padrão ouro para detecção de hematúria e também pode
identificar cilindros de hemácias ou hemácias dismórficas.
Bilirrubina
A Bilirrubina conjugada ( BD) aparece na urina quando o ciclo de
degradação normal é perturbado por obstrução do ducto biliar (cálculos,
câncer).
Bilirrubina Direta:
conjugada hidrossolúvel
Urobilinogênio
Quando a Bilirrubina conjugada é excretada através do ducto biliar para o
intestino, as bactérias intestinais convertem a bilirrubina em
urobilinogênio e estercobilinogênio.
Bilirrubina Urobilinogênio
Obstrução ducto biliar +++ NORMAL
Diminui a capacidade
Dano Hepático +ou- ++ hepática do que está
Doença hemolítica Negativa +++ retornando p/
circulação
Tubulares: 14 a 60 um,
ovoides com núcleo
grande
Hemácias
Valores normais até 3 p/c, ou até 5.000/mL
Interpretação:
Uretrites
Cistite
Prostatite.
Infecções renais: pielonefrite, tuberculose renal
Carcinoma infectado e litíase renal, hidronefrose
Nefrites
Vaginites
Estados febris e exercícios extenuantes
Cristais Urinários
Ácido úrico
Oxalato de cálcio
Uratos amorfos
Cristais Urinários
Fosfato
triplo
amoníaco
magnesiano
Fosfato
De cálcio
Cristais Urinários
Bilirrubina
Cistina
Cilindros
Estrutura exclusivamente renal
ESPERMATOZOIDES
Lesão renal aguda (LRA): aumento da creatinina sérica em 0,3 mg/dL dentro 48 horas, aumento da
creatinina sérica em > 1,5 valor basal ou volume urinário < 0,5 mL/kg/h durante um período de 6 horas.
Doença renal crônica (DRC): filtração glomerular estimada persistentemente prejudicada taxa < 60
mL/min/1,73 m2 ou excreção urinária de albumina persistentemente elevada 30 mg/g de creatinina, ou
ambos, por mais de 3 meses.