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Citologia Aplicada às Análises Clínicas 1º TVC

Urinálise
Urina: é um composto formado por aproximadamente 95% de água, também contém
ureia, ácido úrico e outras substancias, sendo expelida no ato de urinar. É o produto final
da filtração renal sendo resultado da excreção renal. O volume, a acidez e a concentração
de sais são regulados pelo ADH e pela aldosterona (ALD) que atuam nos rins para garantir
que a água, os sais e o equilíbrio ácido-base do organismo se mantenham dentro de
limites.
Função renal: filtração do sangue para eliminar substancias em excesso e produtos finais
do metabolismo celular formando a urina. Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico do
liquido extra celular (LEC), regulação da osmoralidade (pressão sanguínea e equilíbrio
acido-base), produção e liberação de hormônios (renina, prostaglandinas renais,
eritropoietina, vitamina D).
Rins: produção da urina no córtex e na medula, os cálices direcionam a urina para o
ureter.
Néfron: unidade funcional do rim, composto pelo glomérulo e túbulos renais mais o ducto
coletor.
Glomérulo renal: local onde ocorre a filtração do sangue, há uma barreira de filtração
que filtra fisicamente as moléculas com mais de 4 nm, e uma barreira eletroquímica que
não permite a passagem de moléculas aniônicas e proteínas plasmáticas. É o ponto de
primeira passagem dos solutos para a urina, não é seletiva. A membrana filtrante é
composta de 3 camadas: endotélio capilar, membrana basal glomerular (glicoproteínas
negativas), parede interna da capsula de Bowman.
Filtração glomerular: transferência de solutos presentes no sangue para a urina, acontece
nos capilares glomerulares que estão na capsula de Bowman; primeira passagem de
solutos para a urina. Caracteristica de capilarização entre a circulação arterial (arteríolas
aferentes e eferentes) provoca pressões elevadas no tubo capilar quando comparado aos
capilares peritubulares, possibilitando a filtração.
Função tubular: a regulação do volume urinário e do pH do LEC é devido a mecanismos
de reabsorção tubular (quando substancia filtrada pelo glomérulo retorna para o sangue)
e secreção tubular (substancia não filtrada pelo glomérulo se desloca dos vasos
sanguíneos para dentro da luz do túbulo para sair na urina). O volume de filtração é
sempre maior que o de reabsorção, este trabalho de reabsorção e secreção é feito ao longo
dos túbulos criando diferentes gradientes de concentração.

URINÁLISE
Observações de cor, turvação, odor, volume, viscosidade, presença de açúcar, depois
ampliou-se para testes físicos, químicos e microscópicos. A urina é formada
continuamente pelos rins sendo o ultrafiltrado do plasma com reabsorção de glicose, aa,
agua e outras substancias essenciais para o metabolismo. É constituída de ureia e
substancias orgânicas e inorgânicas dissolvidas em agua, pode sofrer alterações devido a
ingestão alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina e posição
do corpo. Possui presença de células, cristais, muco e bactérias (se aumentadas indicam
doenças). Descuido no tratamento da amostra que é de fácil obtenção gera alterações in
vitro, deve-se então orientar o paciente sobre coleta para minimizar erros.
Análise física: aspecto, cor, densidade e odor

• Aspecto: normal é claro e transparente; as turvações podem ser devidas e urato


amorfo derivado de urina ácida, fosfato amorfo derivado de urina básica e tais
turvações tem maior frequencia em urinas conservadas em temperatura baixa;
quanto a concentração vai de mais escura ou clara. Coloca-se urina em tubo com
fundo cônico e tenta enxergar o fundo olhando por cima.
• Cor: normal é amarelo Âmbar, a cor vendo do urocromo. Ambar escuro indica
alta de urobilina ou bilirrubina amarelo vivo/verde/azul devido a medicamentos
antissepticos e vitaminas; laranja indica fenazopiridina, rifampicina e varfarina;
rosa/vermelha indica hemácias, Hb, mioglobina, porfirinas, beterraba, amora,
corante, presença de urato, S. marcescens em crianças (síndrome da fralda
vermelha); castanha indica bilirrubina, caroteno, antimaláricos, vitaminas do
complexo B, nitrofurantoina, metronidazol, sulfonamidas; marrom escura indica
porfirinas, melanina, acido homogeneistico.
• Densidade: túbulo renal normal modula o volume de liquido a ser reabsorvido e
estes valores dependem do equilíbrio entre ingesta hídrica e perdas. Normal é
1,018 variando entre 1,015-1,021. Quando esta baixa indica urina diluída com a
presença de muita agua, o que dificulta a detecção de proteínas e glicose (por isso
colhe a primeira urina da manha, ou que esteja retida na bexiga por 4 horas já que
esta mais concentrada). Indica desidratação ou anormalidades no ADH. Vista no
densímetro, refratometro ou tira reagente.
• Odor: normal é o sui generis devido aos ácidos voláteis; odor amonical indica
urina velha ou em processo infeccioso onde ocorre a transformação de ureia em
amônia; fenilcetonúria.
Análise química: feita através de tiras reagentes para uma analise mais rápida. Analise
pH, proteínas, glicose, corpos cetonicos, bilirrubinas, urobilinogenio, estearase
leucocitária e nitritos. Densidade e acido ascórbico para validar a glicose já que este
ultimo mascara a glicose. Diferenças de sensibilidade e especificidade devido ao tempo
de leitura. Limitações são a presença de interferentes.

• pH: normal entre 5,5-6,5; os rins regulam o equilíbrio acido-basico com a


secreção de H+ e ácidos fracos e a reabsorção de bicarbonato para auxiliar nos
distúrbios metabólicos ou respiratórios. Urina acida devido a dieta rica em
proteína animal, uso de acidificante urinário e diabetes mal controlada (acidose);
urina alcalina devido a pos-prandial, dieta vegetariana, uso de alcalinizantes e
infecções do TU.
• Proteínas: indicam lesão renal pois não deveriam passar pelo glomérulo. Elevada
(>3,5 g/dL) indicam síndrome nefrotica, glomerulonefrite, nefrosclerose,
amiloidose, LES, trombose da veia renal, insuficiência cardíaca congestiva,
pericardite. Moderada (0,5-3,5 g/dL/ 24 horas) indca glomerulonefrite crônica,
nefropatia diabética ou toxica, mieloma múltiplo, pre-eclampsia, litíase. Minima
(<0,5 g/dL/ 24 horas) indica glomerulonefrite crinica, enfermidade policística
renal, afeçãi tuborrenal. Podem estar presentes por postural quando fica em pé
muito tempo; funcional quando a excreção é associada a febre, exposição a calor
ou frio intenso, exercícios físicos extenuante. Extravasamento: proteinúria de
Bence Jone= excreção de proteína de baixo PM, presente em mieloma multipo.
Pós renal: extravasamento de proteínas por causa de inflamação, infecção ou
neoplasia. Microalbuminuria: excreção de pequena quantidade de albumina é
indicador precoce de disfunção renal e de morte cardiovascular e diabetes. Para
pesquisa usa ácido tricloacetico quente e doseada com precipitação TCA-Ponceau
ou tira reagente: erro proteico pois tira reagente só detecta albumina. Teste de
Roberts: detecção de globulinas, proteína pequenas (como cadeia leve de
imunoglobulina).
• Glicose: normal é negativo, mas o limiar renal é de 160-180 mg/dL. As causas de
glicosuria são diabetes, reabsorção tubular baixa (síndrome de Fanconia e DR
avançada), gravidez, lesões no SNC. Pós prandial, estresse emocional,
medicamentos, distúrbios endócrinos (pituitária e suprarrenal). A pesquisa é feita
em tira reagente através da reações glicose oxidase que é especifica so para
glicose. Já a prova de Benedict pesquisa açucares redutores; para quantificar usa
hexoquinase e glicose oxidase.
• Corpos cetônicos: presente quando há catabolismo de ácidos graxos que
metabolizam e geram corpos cetonicos como subproduto. Causas devido a jejum
prolongado, regime, febre, exercícios físicos intensos, frio intenso, diabetes.
Existem 3 tipos de corpos cetonicos: acido acetoacetico (20%), acetona (2%) e
acido beta-hidroxibutirico (78%), a tira é sensível a umidade e não detecta o acido
beta hidroxibutirico (que é o que tem mais quantidade). Para pesquisa usa tira
reagente ou nitroprussiato.
• Bilirrubina e urobilinogênio: eritrócitos são detruidos no sistema
reticuloendotelial (baço, medula óssea) liberando a Hb que é degradada em ferro,
protoporfirina e globina. O ferro é armazenado e reutilizado, a globina é
degradada para reserva de aminoácidos. A protoporfirina vira bilirrubina indireta
que é insolúvel e assim esta se liga a proteínas plasmáticas como a albumina para
ir para o fígado, onde se conjugara com ácido glicuronico se transformando em
bilirrubina direta e solúvel, esta vai para as vias biliares, é metabolizada no
intestino em mesobilina, esterco e urobilinogenio; esses dois últimos são incolores
e sofrem oxidação em estercobilina e urobilina, que são coloridos. 50% do
urobilinogenio é reabsorvido pela circulação entero-hepatica e re-excretado no
fígado e nos rins para sair nas fezes. Alterações no mecanismo aumenta a
produção de bilirrubina ou lesão hepática, assim tem urobilinogenio no sangue e
aumenta a excreção deste na urina. Na doença hepática aumenta bilirrubina na
urina por não ter excreção biliar, e diminui urobilinogenio na urina já que este não
volta para o intestino. Doença hemolítica tem menor bilirrubina porque aumenta
a quantidade da indireta que é insolúvel e fica ligada a proteína plasmática e por
isso não é filtrada no glomérulo, também aumenta urobilinogenio devido aumento
da produção, reabsorção, concentração sanguínea e da excreção renal. A
bilirrubina pesquisa com reativo de Fouchet; o urobilinogenio é semi-quantitativo
com reativo de Erlich (não detecta redução ou ausência na excreção).
• Hemoglobina: presente na hemólise antes da filtração renal ou durante, gerando
hematúria quando as hemácias estão integras ou hemoglobinúria quando há
hemólise intravascular e a Hb fica livre; deve relacionar com os achados do
sedimento. A tira reagente não é especifica so para Hb, detecta também a
mioglobina, então a presença não indica só a hemólise, como também lesão
muscular.
• Esterase leucocitária: esterases são enzimas que catalisam a hidrolise de esteres
em leucócitos granulares, liberadas quando há degeneração celular. Derivado
hidroxipirazool reage com sal diazonio gerando cor violeta. Limite de detecção 5-
15 mil leucócitos granulares/mL. Linfocitos não são granulares por isso tem
resultado negativo. Falso positivo devido a hipoclorito de sódio, formol e alguns
antibióticos; falso negativo devido alta densidade (glicose>2 g/dL, albumina>0,5
e acido ascórbico>25).
• Nitritos: pesquisa para bacteriúria, a limitação é devido a muitas bactérias não
converterem nitrato a nitrito.
Análise do sedimento: transferir 10 mL de urina homogeineizada para tudo cônico,
realizar analise da tira reativa, centrifugar amostra por 10 minutos a 400 g, descartar
sobrenadante, ressupender sedimento batendo na base do tubo cônico ou usando pipeta
pasteur, colocar gota de sedimento em lamina e cobrir com lamínula, avaliar 20 campos
em grande aumento (400x) para celular epiteliais, leucócitos e eritrócito; 20 campos em
pequeno aumento (100x) para cilindros e reportar a media de elementos por campo.
Resultados são sempre qualitativos, as quantificações são presentes na gota e por isso não
é representativo da amostra já que não se sabe o volume utilizado.
• Células do epitélio vaginal: normal aparecer, se for muito esta passando por
processo descamativo ou má higiene na hora da coleta.
• Células do epitélio renal: pode indicar lesão renal, são bem maiores e nucleadas.
• Leveduras, espermatozoides
• Cristais: de ácido úrico devido a urina acida tem formato de losango, de oxalato
de cálcio parece envelope, fosfato triplo parece uma barra prismada. A cristaluria
pode ser devida a variação de pH, temperatura corporal, dieta e patologias.
• Células: hemácia, piocitos (leucócitos), epiteliais, são comuns de aparecer.
• Cilindros: formado nos túbulos distais dos rins com elevação da concentração de
substancias, podem ser hialinos, celulares, epiteliais, leucocitários, hemáticos,
granuloso, gorduroso, cereo.

Líquido Cefalorraquidiano- LCR


Substancia dinâmica, liquida, metabolicamente ativa, clara e incolor que preenche o
sistema ventricular e o espaço subaracnóideo ao redor do cérebro e da medula espinhal.
Tem a função de fornecer nutrientes ao tecido nervoso, eliminar resíduos metabólicos do
tecido nervoso e ser uma barreira mecânica atuando como amortecedor para a proteção
do cérebro e medula espinhal.
Formação: é produzido nos plexos coroides, adultos possuem 20 mL/h, em adultos o
volume é de 90-150 mL e em recém nascidos 10-60 mL. A manutenção do volume é
devido a reabsorção nas granulações aracnoides. No plexo coroide ocorre filtração
seletiva do sangue sob pressão hidrostática, esse plexo é vascularizado pois o LCR é um
filtrado seletivo do sangue sob pressão hidrostática (não é ultrafiltrado do plasma), é
secreção ativa pelo endotélio que possuem células bem justapostas que realizam a
filtração seletiva do sangue, e essas células justapostas fazem a barreira hematoencefálica.
Coleta: o LCR é difícil de ser coletado, e os testes são realizados em caráter de urgência
devido a gravidade das doenças associadas e a rápida degradação do LCR. As indicações
para o exame são as síndromes: infecciosas agudas (meningintes, encefalites, mielites),
infecciosas crônicas (HIV, neurocisticercose, tuberculose, criptococose), neoplásicas
(leucemias, linfomas, carcinomatose meníngea), vasculares (hemorragia subaracnóidea),
inflamatórias do SNC, pseudomotor (hipertensão intracraniana o LCR não consegue ser
drenado); além de doenças: autoimunes do SNC (esclerose múltipla), neurodegenerativas
(Alzheimer); e administração de fármacos (quimioterápicos, analgésicos,
antimicrobianos), punção lombar de alivio (hidrocefalia) e aplicação de anestesias.
• Contra indicações do exame: infecções de pele ou do tecido no local da punção,
discrasias sanguíneas (leucopenia, agranulocitose, anemia aplastica),
coagulopatias (terapêutica com anticoagulantes), hipertensão intracraniana com
risco de herniação cerebral.
• Punção lombar: requer medida da pressão liquórica durante a punção
(raquimanometria), assepsia para evitar contaminação, se a pressão estiver
aumentada deve coletar lentamente, realizar repouso pós coleta.
• Punção suboccipital: menos cefaleia, menor interferência osteoarticular e risco
de herniação, exigência de maior experiencia. Tem também coleta ventricular e
cervical lateral.
• Volume: depende do paciente, em geral 10% do volume total, 10-15 mL em
adulto e 6-10 mL em crianças.
• Complicações possíveis: cefaleias, parestesia dolorosa, hemorragia, herniação
cerebral.
• Processamento: coleta em 3 tubos estéreis, há ordem de coleta pois se for
traumática pode lesar algum vaso e contaminar com sangue o LCR que fica mais
no primeiro tudo, e estes componentes sanguíneos não afetam analises químicas
e imunológicas. Os tubos são rapidamente direcionados para os setores de analise
de cada um para evitar a degradação. O tubo 1 é para exames químicos e
imunológicos, o tubo 2 é para exames microbiológicos e o tubo 3 para exames
citológicos. Devem ser analisados em caráter emergencial mas se não for possível
devem ser armazenadas: tudo 3 vai para a hematologia e devem ser refrigerados,
tudo 2 vai para microbiologia e devem ficar em temperaturas ambientes, tudo 1
vai para bioquímica e imuno e devem ser congelados para manter os metabolitos
viáveis. Na microbiologia deve homegeinezar e aliquotar, parte vai in natura para
hemato onde serão analisados aspectos físicos e microscópicos, destes últimos
analisa citometria e citologia; outra parte é centrifugada e analisa o sedimento
quanto a bacterioscopia e cultura e o sobrenadante quanto a bioquímica e a
imunologia.
Caracteristicas físicas do LCR:

• Cor e aspecto: normal é incolor límpido, cristalino tipo agua de rocha. Alterado
pode ser: ligeiramente turvo, turvo, leitoso, xantocrômico (rosa, laranja, amarelo),
sanguinolento, coagulado (hemático, fibrinoso ou gelatinoso). Ligeiramente turvo
causado por leucócitos, proteínas/lipídeos, MO e significa meningite, distúrbios
que afetam BH; sanguinolento causado por hemácias e significa hemorragia ou
punção traumática; xantocrômico causado por Hb, bilirrubina, caroteno e
melanina e significa hemorragia, decomposição de hemácia ou bilirrubina serica
elevada, punção traumática; coagulado devido a proteínas e fatores da coagulação
e indicam distúrbios que afetam BH; reticulo fibrinoso devido a proteínas e fatores
de coagulação e indica meningite tuberculosa.
Punção traumática x hemorragia intracraniana: deve observar a distribuição de
sangue nos 3 tubos pois trauma é so no primeiro; formação de coágulos; sobrenadante
xantocrômico; microscopia.

• Punção traumática: cor nos três tubos é variável, pode ocorrer coagulação,
xantocromia ausente, macrófago eritrocítico ausente, pressão liquórica normal,
punção em nível superior LCR claro.
• Hemorragia intracraniana: cor nos três tubos uniforme, não coagula,
xantocromia e macrófago eritrofago presente, pressão liquórica aumentada, não
altera punção em nível superior.
Contagem celular do LCR: realizar rapidamente pois em 1 hora ocorre intensa lise
celular, deve realizar a contagem de glóbulos brancos e vermelhos nos 3 tubos em câmara
de Fuchs-Rosenthal ou Neubauer. Em adultos a leucometria 0-5 celulas/microL e em RN
até 30 celulas. Para células totais coloca-se no hemocitometro com auxilio de pipeta,
conta sem diluição mas se necessário usa-se solução salina. Para contagem de GB realiza
a lise de Gv antes com acido acético glacial 3%, adiciona azul de metileno para melhorar
diferenciar os GB. A amostra deve ser concentrada por câmara de suta, citocentrifugação
ou centrifugação já que no LCR as células ficam espalhadas, faz o esfregaço, cora e
classifica a células, normalmente há um predomínio de linfócitos e monócitos (70:30- em
criança essa proporção inverte); pode aparecer ocasionalmente neutrófilos em LCR
normal.
Testes bioquímicos: a composição química é controlada pela BHE e por isso possui
valores normais menores que os do plasma. Valores anormais indicam alteração na
permeabilidade da BHE ou aumento da produção ou metabolismo por células neurais em
condições patológicas.
• Proteínas: 15-45 mg/dL, se alta indica danos a BHE, produção de
imunoglobulinas no SNC, diminuição da depuração de proteínas normais,
degeneração do tecido neural. Se baixa indica perda de LCR devido a trauma,
punção recente, intoxicação por agua.
• Glicose: transporte seletivo pela BHE, corresponde a 2/3 da glicose plasmática,
por isso deve medir glicemia 2 horas antes da punção lombar para fazer
correlação. Se alta indica aumento de glicose no plasma, se baixa indica infecções
pois há consumo de glicose no local. Glicose baixa, GB alto, presença de
neutrófilo indica meningite bactéria, se for presença de linfócito indica meningite
tuberculosa. Se glicose normal e muito linfócito indica meningite viral.
• Lactato: auxilia no diagnostico de meningites, se menor que 25 suspeita de
meningite viral, se maior tuberculosa, fúngica e bacteriana. Se maior que 35
bacteriana. Valores aumentado em condição de hipoxia indica destruição celular.
Avalia eficácia terapêutica pois seus níveis caem bruscamente em tratamento bem
sucedido; monitoramento de traumatismo craniano grave.
• Glutamina: produzida a partir da amônia a alfa cetoglutarato pelas células
cerebrais, valores normais 8-18; associada a distúrbios de consciência e coma se
maior que 35.
• Cloreto: reduzido em meningites bacterianas e tuberculosa; aumento na acidose
metabólica e diarreia cronia.
Testes microbiológicos: LCR é estéril em condições normais, qualquer achado na cultura
deve ser reportado. 10% dos casos positivos podem apresentar gram e cultura negativa,
pode ser feito em conjunto com a hemocultura. Microscopia e cultura- bactrioscopico,
coloração de BAAR, tinta da China (nanquim) e teste de aglutinação em látex.
• Gram:Streptococcus pneumoniaie (cocos +), Escherichia coli (bacilos -),
Neisseria meningitidis (diplococo -), Streptococcus agalactiae (coco +, comum
em RN), Listeria monocitogenes (bacilo +, comum em RN).
• Zielh-Neelsen (BAAR): Mycobacterium tuberculosis
• Tinta da China: Cryptococcus neoformans (fungos capsulados), associado a
testes aglutinação em látex, complicação comum da AIDS.
• Cultura: bactérias (thayes martin, tioglicolato), micobacterias (lowenstein-
Jensen), fungos (agar sabouraud).
Testes sorológicos: imunofuorescencia não é usada na rotina; métodos de aglutinação de
látex e ELISA- meio mais rápido de detectar e identificar MO; pesquisa de Ag bacterianos
(slidex meningite kit, teste antigênico bacteriano) e fúngicos (criptolatex). Neurossifilis
usa VDRL, neurocisticercose ELISA e imunofluorescência (IF), neurotoxoplasmose
ELISA e IF, encefalite herpética ELISA, citomegalovírus ELISA.

Bacteriana Viral Tuberculosa Fúngica


Leucocitos alto Leucocitos alto Leucocito alto Leucocito alto
Neutrofilia Linfocitose Linfocito e Linfocito e
monócito monócito
Glicose muito Glicose normal Glicose baixa Glicose normal ou
baixa baixa
Proteina muito alta Proteina alta media Proteína alta Proteina alta

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