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as Políticas Públicas
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL........................... 9
UNIDADE II
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO.................................. 75
CAPÍTULO 1
O INÍCIO: A PREVENÇÃO DE DOENÇAS.................................................................................. 76
UNIDADE III
SAÚDE PÚBLICA.................................................................................................................................. 122
CAPÍTULO 1
INTERVENÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA........................................................................................ 123
UNIDADE IV
O DIREITO À SAÚDE............................................................................................................................ 137
CAPÍTULO 1
O SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL .......................................................................................... 137
UNIDADE V
O QUE É SUS?.................................................................................................................................... 144
CAPÍTULO 1
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL: PRINCÍPIOS E DIRETRIZES ............................................ 144
Caro aluno
Conselho Editorial
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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e
reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
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Introdução
A saúde pública está voltada para a prevenção. Quando existe uma doença que se torna
uma ameaça para a saúde da poulação em geral, por exemplo. Ou para desenvolver
estratégias destinadas ao bem-estar e qualidade de vida, assim atuando para
prolongar a vida e promover a saúde. Os objetivos são alcançados por meio de esforços
organizados e escolhas informadas da sociedade, organizações públicas e privadas,
comunidades e indivíduos.
A intervenção de saúde pública impede, em vez de tratar uma doença, atua através
da vigilância de casos e promove comportamentos saudáveis, como lavar as mãos,
fomenta programas de vacinação e distribuição de preservativos. Nos surtos de uma
doença infecciosa, o tratamento de uma doença pode ser vital para preveni-la e evitar
uma pandemia.
A maioria dos países tem suas próprias agências governamentais de saúde pública
para responder a problemas de saúde na população em geral. Muitas doenças são
evitáveis por meio de métodos simples e não médicos – como o ato supracitado de
lavar as mãos e para isso, muitos países precisam investir em campanhas educacionais
nos meios de comunicação para que a população seja instruída acerca de hábitos de
higiene simples, mas efizazes para salvar vidas e impedir a proliferação de doenças.
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Objetivos
» Apresentar a história da saúde pública.
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HISTÓRIA DA SAÚDE UNIDADE I
PÚBLICA NO BRASIL
A História da Saúde Pública no Brasil tem sido marcada por sucessivas reorganizações
administrativas e edições de muitas normas. Da instalação da colônia até a década
de 1930, as ações eram desenvolvidas sem significativa organização institucional. A
partir daí, iniciou-se uma série de transformações, ou melhor, foram criados e extintos
diversos órgãos de prevenção e controle de doenças, culminando, em 1991, com a
criação da Fundação Nacional de Saúde.
CAPÍTULO 1
Evolução histórica da organização do
sistema de saúde no Brasil
Períodos históricos
Nosso país teve uma colonização totalmente exploratória, chegaram à nossa terra
pessoas com diversos intuitos, a maioria nem sempre engajada em estabelecer uma
moradia ou implamentar uma nação. A população nativa que foi dissimada é prova
disso. O que poderia acontecer a essa população nativa tendo contato com pessoas
provindas do meio urbano, afinal, naquela época, Portugal já estava urbanizada
em relação ao que não tinhamos de urbanização no Brasil. Consequentemente,
nesse perído de 1500 até 1889, predominaram as doenças pestilenciais. As doenças
pestilenciais são consideradas de fácil transmissão e de fácil transmissão pela falta de
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Não havia um modelo de saúde, mas existiam ofertas pontuais: os boticários (aqueles
antigos “farmacêuticos” que tinham autorização para confeccionar determinadas
fórmulas – lembrando que eles não eram farmacêuticos como os que existem hoje,
por isso o uso de aspas –; os curandeiros, fruto da cultura indígena nativa; a medicina
liberal (até 1800 no Brasil havia quatro médicos formados) extremamente cara e de
acesso para poucos, além do alto preço dos medicamenros que vinham de Portugal
e do Oriente e os saberes curativos dos indigenas e dos jesuítas. Então, essa era a
forma de acesso à saúde. Para aquele que não tinha recurso, havia o curandeiro e os
jesuítas. Para os que tinham condições econômicas, o acesso à assistência médica e aos
medicamentos. Era o suficiente? Logicamente que não, muitas pessoas morreram.
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Fatos marcantes
Como fora dado livre poder de decisão ao Dr. Oswaldo Cruz, mediante a
gravidade da situação, o médico mesmo com toda sua inteligência e ciente
da porporção de pessoas que seriam atingidas e viriam a óbito, fez uso do
poder policial e da força bruta para conter a epidemia de febre amarela. E
ele conseguiu. Só que de uma forma abusiva: adentrando casas, queimando
roupas, colchões, vacinando as pessoas contra a sua vontade. Essas ações
culminaram com a Revolta da Vacina. Se hoje há pessoas que deixam de vacinar
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
seus filhos, vamos imaginar esse cenário há 115 anos atrás, mais precisamente
em 1904, quando a polícia e equipes de saúde invadiam casas e seguravam
pessoas para aplicar uma vacina. Mas mesmo com todas essas medidas
discutíveis do ponto de vista dos direitos individuais o Dr. Oswaldo Cruz obteve
sucesso na erradicação da nossa conhecida fêmea do mosquito aedes aegypti.
Temos uma intensificação das lutas dos trabalhadores pelos seus direitos de assistência
médica e um governo que se concentra e se esforça para aumentar o controle da
população, mas ao mesmo tempo oferecendo mais cuidados que possam garantir os
direitos básicos do trabalhador (através de leis).
Autoritarismo (1964-1985)
» Modelo Médico-Centrado.
As instituições que existiam não davam conta. Então, mais uma vez, nos deparamos
com uma demanda grande e uma oferta insuficiente. Nesse momento surge a famosa
expressão “fila do INPS”, as filas ocorriam, pois as pessoas não tinham acesso à saúde.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Ainda era muito difícil conseguir o atendimento. Nesse período, o Estado tentou
terceirizar o cuidado da saúde, contudo, quem se beneficiou não foi a população e sim
as empresas de saúde particulares, os planos de saúde e grandes hospitais particulares,
por conta dos recursos financeiros que chegavam até eles, porém, não eram repassados
de maneira adequada para tratar a saúde do coletivo. Podemos dizer que foi um
período de pouca atenção à saúde pública no Brasil.
Um dos grandes princípios do SUS já havia sido colocado em prática, que era a ideia
de descentralização da administração dos recursos e também uma simplificação dos
mecanismos de pagamento dos serviços prestados por terceiros e seu efetivo controle
e racionalização do uso de procedimentos de custo elevado, com o estabelecimento de
critérios racionais para todos os procedimentos. O sistema anterior de pagamentos ao
setor privado estava falido, não apresentou eficiência, pois pagava-se muito da parte
do Governo e recebia-se pouco da parte do setor privado. Desse modo, a população era
prejudicada.
Nesse período, ocorre a 8a Conferência Nacional de Saúde, que foi marcante, pois
consagrou uma proposta e uma concepção ampliada da saúde tendo a visão – que
já havia desde Oswaldo Cruz – de ter o Estado como o responsável pela saúde das
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
Como já mencionamos, mas sempre vale frisar, que foi em 1988 que tivemos o grande
marco da saúde pública na Brasil com a nova Constituição.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Cenário
Perfil
político e
epidemiológico
econômico
Organização do
Setor de Saúde
Em 519 anos a saúde no Brasil passou por uma série de transissões como pudemos
perceber. É importante entendermos que há 500 anos atrás o Brasil era povoado por
índios que que não estavam adaptados a uma série de doenças que vieram da Europa
junto com os colonizadores portugueses. O que trouxe um processo de saúde e doença
já diferenciado desde aquela época. Com a chegada da família real em 1808 chegaram
também os cursos universitários, dentre eles os cursos de Medicina, fazendo com
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
que os médicos que estavam no Brasil não necessariamente viessem de fora e sim
começassem a passar por formação no Brasil.
Nessa época, apenas quem tinha mais recursos financeiros conseguia ter acesso aos
médicos e aos serviços de saúde. É importnte lembrarmos que as Santas Casas de
Misericórdia exerciam um papel fundamental em nosso país com a ideia de cariade e a
vinculação com a religião católica.
D. Pedro II, em 1822, começa a trabalhar um viés voltado para as mudanças urbanas
e nesse contexto nós encontramos pavimentação, iluminação e a prática comum
que permanece até os dias atuais, a de higienização, onde pessoas em situação de
vulnerabilidade social maior saem dos grandes centros forçadamente e começam a
ocupar a região periférica das cidades. A partir desse ponto, começa a construção das
chamadas favelas e as periferias no Brasil.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Oswaldo Cruz que preconizava a luta pela vacinação, sendo alvo de muita polêmica
por conta disso; pois algumas vacinas eram obrigatórias. Fato que gerou revolta da
população contra o médico.
Oswaldo Cruz encontrou o porto de Santos assolado por uma epidemia de peste
bubônica que ameaçava chegar ao Rio de Janeiro e se comprometeu imediatamente
no combate a essa doença. O prefeito do Rio de Janeiro autorizou a construção de
uma fábrica de soro contra a doença, desenvolvida no Instituto Pasteur, por Alexandre
Yersin e colaboradores. Ele pediu à instituição um cientista que pudesse trazer para
o Brasil esse conhecimento. O Instituto Pasteur respondeu que tal pessoa já estava
disponível no Brasil: Dr. Oswaldo Cruz.
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
Em 1908, uma violenta epidemia de varíola fez as pessoas correrem em massa para
as unidades de vacinação. Cerca de 9.000 pessoas morreram. Oswaldo Cruz teve seu
mérito reconhecido. Mas, pensamos que ele com certeza não via mérito na morte de
9.000 pessoas, fato que poderia ter sido evitado se a população estivesse aberta a
informação do especialista (HOCHMAN, 2009).
A Revolta da Vacina
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Antecedentes da Revolta
No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, embora
elogiada por seus belos palácios e mansões, sofria com sérias inadequações na sua
infraestrutura básica. Tais problemas incluíam sistemas insuficientes de água e esgoto,
coleta irregular de lixo, loteamentos insalubres e excesso de população. Obviamente
muitas doenças proliferaram nesse ambiente extremamente adequado à disseminação
de patógenos, incluindo tuberculose, sarampo, tifo e hanseníase. Epidemias de febre
amarela, varíola e peste bubônica ocorreram de forma intermitente. A febre amarela
foi a mais grave, matando cerca de 60.000 residentes no Rio de Janeiro entre os anos
de 1850 e 1908. Embora os períodos de descanso dessa doença em particular também
tenham ocorrido, eles foram quase invariavelmente marcados por surtos menores de
outras doenças. A partir de 1902, o presidente Rodrigues Alves lançou uma iniciativa
para sanear, modernizar e embelezar a cidade. Ele deu poderes plenos ao prefeito da
cidade, Pereira Passos, e ao diretor-geral de saúde pública Dr. Oswaldo Cruz, para
executar melhorias no saneamento público (NEEDELL, 1987).
A Revolta da Vacina
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Infelizmente, para o Rio de Janeiro, a cidade sofreu surtos de varíola adicionais após
a cessação do programa de vacinação obrigatória. O golpe final que levou à reversão
até mesmo desta concessão em 1909 foi uma epidemia particularmente brutal no ano
anterior, que matou 9.000 moradores. A comunidade médica internacional em geral
considerou os esforços de Cruz no caso com considerável simpatia. Em 1907, o 14o
Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim concedeu-lhe a medalha
de ouro. O Instituto Serum-Terapêutico Federal, no qual Cruz trabalhava, também foi
renomeado para Instituto Oswaldo Cruz, em sua homenagem (HOCHMAN, 2009).
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
Em 1943 temos a consolidação das leis trabalhistas, que trazem alguns direitos
também voltados para a área da saúde, mas ainda vinculados a esse viés de
produtividade. E muitos movimentos começam a acontecer no Brasil, um burburinho
com as Conferências Nacionais de Saúde.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Com base nessas definições, a APS não só pode ajudar um indivíduo após ser
diagnosticado com uma doença ou distúrbio, mas também prevenir ativamente
tais questões, compreendendo o indivíduo como um todo. Esse modelo ideal
de atenção à saúde foi adotado na declaração da Conferência Internacional
sobre Atenção Primária à Saúde realizada em Alma Ata, no Cazaquistão em
1978 (conhecida como “Declaração de Alma Ata”), e tornou-se um conceito
central do objetivo da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2011).
Nas décadas de 1970 e 1980 temos um movimento bastante conhecido, que deu
origem e ajudou a formalizar o SUS que temos hoje, a Reforma Sanitária. A Reforma
Sanitária é um movimento que foi consolidado e constituído por intelectuais, técnicos
em saúde, partidos políticos, movimentos sociais e também associações – por exemplo
a ABRASCO (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva) e a UERJ
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro – começaram a pensar a saúde com
um olhar mais social, não tão biologicista, não tão voltado para questões clínicas e
assistenciais das doenças. A saúde passa a ser vista com um olhar mais amplo – é o
que chamamos de conceito ampliado de saúde.
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
Falar da história da saúde em nosso país é, como podemos constatar, algo complexo.
A dicotomia entre o público e o privado foram cunhados no inconsciente coletivo da
população de forma a perceberem os serviços de saúde pública com menosprezo, como
uma espécie de esmola dada aos que não possuem um plano de saúde. Quando na
realidade uma das maiores contribuições que um país pode ofertar a seus habitantes
são políticas púbicas de qualidade. Falar sobre a ineficácia do SUS requer que
compreendamos aquilo que tínhamos, o que não tínhamos e o que temos atualmente.
Sem esse arcabouço contextual histórico, todo o esforço para compreender nosso
Sistema Único de Saúde será em vão. Dessa forma, sempre precisamos entender o
contexto no qual nosso país foi desenvolvido, para então entender os demais setores
que o compõe, dentre eles a saúde.
Uma pergunta: “é fácil julgar uma situação ou alguém sem antes conhecer?”.
Pois é o que acontece com relação ao SUS. Esse é o questionamento inicial:
como entender o SUS se não sabemos como era antes dele? Isso vale para o
exemplo, como podemos criticar alguém, falar mal sem conhecer ou julgar uma
situação isolada sem compreender a formação desse indivíduo?
Partimos desse pressuposto para lembrar que o SUS é uma construção histórica, um
sistema único e para todos. E desde a sua criação, mesmo não parecendo pelo que a
mídia nos apresenta todos os dias, o que a política não partidária ou partidária quer
incutir como ideologia: o SUS como uma grande derrota. Ao compararmos o que
temos hoje em relação ao passado, conseguiremos visualizar uma evolução histórica
muito interessante até chegar ao Sistema de Saúde para Todos.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Esse é o nosso cenário hoje. Mas e antes? Será que era melhor? Era pior?
Essa complexa realidade que temos no setor de saúde no Brasil – e quando nos
referimos a saúde pensamos prioritariamente no SUS – foi construída através do
tempo, como vimos ao longo do capítulo, nada ocorreu de forma aleatória. Fatos
aconteceram para que se chegasse ao cenário atual.
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
O poder público tem que delinear políticas públicas que tenham um retorno
e que tenham como resolver os problemas da sociedade. Essa é uma política
pública onde conseguimos perceber o problema da comunidade e elaborar
ações, objetivos e metas para sanar esses problemas ou minimizá-los.
Exemplificando, temos o SUS como uma política maior de saúde, mas temos
outras políticas, como a Política Nacional de Saúde da Mulher – esse é um
exemplo de que pode haver uma política específica para uma determinada
demanda da sociedade. Poderíamos citar também a Política Nacional de
Saúde do Idoso e a Política Nacional da Saúde da Criança, pois pegam grupos
específicos, aquela linha do cuidado para criar uma política pública. E essas
políticas geralmente são intersetoriais. Elas não atuam somente com o sistema
de saúde, irão fazer ações com outros setores para que se consiga organizar a
política pública.
Não adianta querer trabalhar fazendo política pública sem priorizar, para que
possamos ter um resultado adequado e alcançar um objetivo, há necessidade
de um diagnóstico situacional (observar o que acontece, qual é o perfil etc.)
e a partir desse ponto: traçar objetivos, metas e ações. Devemos priorizar os
problemas que vão ser alvo das ações que estão sendo propostas, levando os
meios necessários para atingir os resultados esperados. Ou seja, trabalhamos
com prazos.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
concursos públicos. Então, para fins de concurso o aluno que se prende ao fato
real corre um grande risco de cair em pegadinhas de provas. Pois muitas bancas
já colocam questões com situações reais para que o candidato, ao elaborar um
pensamento crítico, derrape. A prova para o concurso público quer o que está
na teoria. Então, em se tratando de questões de provas para concursos públicos,
abstraiam-se da realidade e atenham-se à legislação.
Com tantas informações disponíveis na palma de nossas mãos, chega a ser quase
inacreditável que em pleno século XXI haja algum tipo de receio às vacinas.
Outros países com notáveis movimentos antivacinação incluem a Austrália, onde cerca
de 40.000 crianças não são vacinadas por causa das objeções de seus pais, e a Itália,
que introduziu novas regras em 2018, suspendendo as vacinas obrigatórias exigidas
para as crianças serem admitidas na escola.
Segundo a OMS, a humanidade fez avanços significativos nas últimas décadas quando
se trata de saúde global: a expectativa de vida aumentou em muitas partes do mundo,
a pólio está à beira da erradicação e 6 milhões a menos de crianças menores de 5 anos
morreram em 2016, em comparação com 1990.
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
Alguns argumentam que essas reduções nas doenças infecciosas são o resultado de
melhores condições de saneamento e higiene (ao contrário da eficácia da vacinação), ou
que essas doenças já estavam em declínio antes da introdução de vacinas específicas.
Essas alegações não condizem com dados científicos. A incidência de doenças
evitáveis por vacinação tendia a flutuar ao longo do tempo até a introdução de vacinas
específicas, quando a incidência caiu para quase zero. Outros críticos argumentam que
a imunidade concedida pelas vacinas é apenas temporária e requer impulsionadores,
enquanto aqueles que sobrevivem à doença se tornam permanentemente imunes.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
1521
» D. Manoel baixa o Regimento do Físico-Mor e do Cirurgião-Mor do
Reino, instituindo os Comissários-Delegados nas Províncias, inclusive
no Brasil.
1550
» Em Portugal, os almotacéis eram encarregados da saúde do povo, com
o papel de verificar os gêneros alimentícios e destruir os que estavam
em más condições. Ao Brasil-Colônia eram extensivas a legislação e as
práticas vigentes em Portugal.
1744
» No reinado de D. João V, foi reiterada, ao então Vice-Rei do Brasil,
Conde de Galvêas, determinação relativa às atribuições dos Comissários-
Delegados, que instruía sobre a obrigatoriedade de aceitar a Delegação
de Físico-Mor.
1782
» Por lei da Rainha D. Maria I, foi reformada a organização estabelecida,
sendo instituída a Junta do Protomedicato, formada por sete deputados,
com atribuições semelhantes às do Físico-Mor. A fiscalização foi
enfatizada.
1808
» Criação da primeira organização nacional de saúde pública no Brasil.
E em 27 de fevereiro foi criado o cargo de Provedor-Mor de Saúde da
Corte e do Estado do Brasil, embrião do Serviço de Saúde dos Portos,
com delegados nos estados.
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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foi a febre amarela, que angariara para o Rio a reputação de Túmulo dos
Estrangeiros e que matou, de 1897 a 1906, quatro mil imigrantes.
» Oswaldo Cruz estruturou a campanha contra a febre amarela em moldes
militares, dividindo a cidade em dez distritos sanitários, cada qual
chefiado por um delegado de saúde. Seu primeiro passo foi extinguir a
dualidade na direção dos serviços de higiene. Para isso, estabeleceu uma
conjugação de esforços entre os setores federais e a Prefeitura, com a
incorporação à Diretoria-Geral de Saúde Pública do pessoal médico e de
limpeza pública da municipalidade.
» A polícia sanitária adotava medidas rigorosas para o combate ao mal
amarílico, inclusive multando e intimando proprietários de imóveis
insalubres a demoli-los ou reformá-los. As brigadas mata-mosquitos
percorriam a cidade, limpando calhas e telhados, exigindo providências
para proteção de caixas d’água, colocando petróleo em ralos e bueiros e
acabando com depósitos de larvas e mosquitos.
» Nas áreas de foco, expurgavam as casas, pela queima de enxofre e piretro
e providenciavam o isolamento domiciliar dos doentes ou sua remoção
para o Hospital São Sebastião.
» Oswaldo Cruz baseou o combate à febre amarela no êxito da campanha
realizada pelos americanos em Havana e em algumas experiências
realizadas no Brasil, que comprovavam o acerto da teoria do médico
cubano Carlos Finlay, de que o transmissor da doença era um mosquito:
o Aedes aegypti, na época conhecido como Stegomyia fasciata ou Culex
aegypti.
» Em uma época em que ainda se acreditava que a maior parte das
doenças era provocada pelos ares pestilenciais, a ideia de se pagar a
rapagões para caçar mosquitos, como dizia uma revista de então, só
poderia provocar o riso. O jovem pesquisador bem que tentou alterar a
opinião pública, fazendo publicar seus “Conselhos ao Povo”, uma série
de folhetos educativos. Mas enfrentava a oposição de grande parte da
classe médica, que não acreditava na teoria de Finlay.
» Oswaldo Cruz não foi poupado: charges diárias na imprensa, canções
com letras maliciosas, quadrinhas, mas o riso logo se transformou
em indignação, devido ao rigor com que eram aplicadas as medidas
sanitárias, especialmente a remoção dos doentes e a entrada nas casas
para o expurgo, mesmo sem autorização dos proprietários.
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
1918
» Foi criado o Serviço da Quinina Oficial, profilático da malária, inicial
a dos medicamentos do estado, necessários ao saneamento no Brasil
(Decreto no 13.000, de 1/5/1918).
» Foram iniciadas as atividades do Serviço de Profilaxia Rural,
subordinado à Inspetoria de Serviços de Profilaxia (Decreto no 13.001,
de 1/5/1918).
1920
» Novo marco importante da evolução sanitária brasileira com a reforma
de Carlos Chagas que, reorganizando os Serviços de Saúde Pública, criou
o Departamento Nacional de Saúde Pública. A regulamentação desse
diploma legal sofreu substituição e modificações até a publicação do
Decreto em 1923, que vigorou como Regulamento Sanitário Federal, por
muitos anos.
» Regulamentou o Decreto no 3.987, de 2 de janeiro de 1920, que criou
o Departamento Nacional de Saúde Pública (Decreto no 14.189, de
26/5/1920).
1921
» Instituiu a Reforma Carlos Chagas, que ampliou as atividades de
cooperação com estados, por meio da Diretoria de Saneamento e Profilaxia
Rural (Decreto no 15.003, de 15/9/1921).
1930
» Criação do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública (Decreto
no 19.402, de 14/11/1930).
» Os serviços relacionados com a saúde pública foram transferidos para o
novo Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública.
» Reativado o Serviço de Profilaxia de Febre Amarela, em função da epidemia
de 1927-1928, no Rio de Janeiro, e da dispersão do mosquito transmissor.
1931
» Em março de 1931, o sanitarista João de Barros Barreto assumiu a diretoria
do Serviço Sanitário Estadual de São Paulo. Na gestão desse médico, foi
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1943
» Criação da Campanha Contra a Bouba.
» Implantação dos Postos Experimentais de Combate à Esquistossomose
(Catende/PE) e ao Tracoma (Jacarezinho/PR).
1944
» Criação do Serviço Nacional de Helmintoses (em especial a
esquistossomose e a ancilostomose).
» Novo convênio com o governo americano assegurou o funcionamento do
Sesp até 1948.
1948
» Instalado o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz, em Bambuí -
MG, que desenvolveu os primeiros estudos para o controle da doença de
Chagas.
» Criação do primeiro Conselho de Saúde, considerado por William
Wech o marco inicial da Saúde Pública moderna. A saúde do povo era
integralmente reconhecida como importante função administrativa de
governo. Quanto melhores as condições de saúde da população, tanto
maiores seriam as possibilidades econômicas de um país.
1949
» Novos convênios permitiram a expansão do Sesp para outras regiões do
país.
1951
» Decisão da Assembleia Mundial da Saúde em promover o controle da
varíola em todo o mundo.
1953
» Criação do Ministério da Saúde, regulamentado pelo Decreto no 34.596, de
16 de novembro de 1953 (Lei no 1.920, de 25/7/1953).
» Tornou obrigatória a iodação do sal de cozinha destinado ao consumo
alimentar nas regiões bocígenas do país (Lei no 1.944, de 14/8/1953).
1954
» Estabeleceu normas gerais sobre a defesa e proteção da saúde. Art.1o É
dever do Estado, bem como da família, defender e proteger a saúde do
indivíduo (Lei no 2.312, de 3/9/1954).
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
1956
» Criou o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu),
que incorporou os programas existentes, sob a responsabilidade do
Departamento Nacional de Saúde (febre amarela, malária e peste) e da
Divisão de Organização Sanitária (bouba, esquistossomose e tracoma),
órgãos do novo Ministério da Saúde (Lei no 2.743, de 6/3/1956).
» Delimitação da área bocígena no Brasil e regulamenta o uso do sal iodetado
(Decreto no 39.814, de 17/8/1956).
1958
» Criação do Grupo de Trabalho para a Erradicação da Malária (Gtem).
1960
» Transforma o Sesp em Fundação Serviço Especial de Saúde Pública
(Fsesp), vinculada ao Ministério da Saúde (Lei no 3.750, de 11/4/1960).
1961
» Início da produção, no Brasil, da vacina liofilizada contra a varíola, em
substituição à tradicional, em forma de linfa, pouco estável.
» Realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra a
poliomielite: projetos experimentais em Petrópolis - RJ e Santo André -
SP.
» Introdução da técnica de diagnóstico laboratorial da poliomielite, no
Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
» Regulamentação do Código Nacional de Saúde, Lei no 2.312, de 3 de
setembro de 1954, estabelecendo as Normas Gerais sobre Defesa e
Proteção da Saúde (Decreto no 49.974-A, de 21/1/1961).
1962
» Instituição da Campanha Nacional contra a Varíola, coordenada pelo
Departamento Nacional de Saúde, com a organização de operações de
vacinação em diversos estados, mediante mobilização de recursos locais.
» Primeiro ensaio para administração da vacina BCG intradérmica, no
Brasil.
1965
» Criação da Campanha de Erradicação da Malária (CEM), independente do
DENERu (Lei no 4.709, de 28/6/1965).
46
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
1966
» Criação da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), também
subordinada diretamente ao Ministério da Saúde, dirigida por pessoal dos
quadros da Fundação Sesp (Decreto no 59.153, de 31/8/1966).
1969
» O Sesp passou a denominar-se Fundação de Serviços de Saúde Pública –
Fsesp (Decreto Lei no 904, de 1/10/1969).
» Organizado, pela Fundação Sesp, o sistema de notificação de algumas
doenças transmissíveis, prioritariamente aquelas passíveis de controle por
meio de programas de vacinação.
» Criação, pela Fundação Sesp, do Boletim Epidemiológico.
1970
» Reorganizou administrativamente o Ministério da Saúde, criando a
Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam), subordinada
à Secretaria de Saúde Pública e incorporando o DENERu, a CEM e a CEV
(Decreto no 66.623, de 22/5/1970).
» Criação da Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística da Saúde
(Dnees), no Departamento de Profilaxia e Controle de Doenças.
» Instalação das unidades de Vigilância Epidemiológica da Varíola, em
âmbito estadual.
» Instituída a Fundação Oswaldo Cruz, congregando inicialmente o então
Instituto Oswaldo Cruz, a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde
(posteriormente Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) e o Instituto
Fernandes Figueira. As demais unidades que hoje compõem a Fiocruz
foram incorporadas ao longo dos anos.
» Nas décadas de 1950 e 1960, o Instituto Oswaldo Cruz defendeu o
movimento para a criação do Ministério da Ciência e a transferência
do setor de pesquisas para o novo órgão. No entanto, o Ministério da
Saúde priorizou a produção de vacinas. Essa polêmica culminou no
Massacre de Manguinhos, em 1970, com a cassação dos direitos políticos
e aposentadoria de dez renomados pesquisadores da Instituição. Em 1985,
eles foram reintegrados.
1971
» Instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite, importante
marco para as atividades de vacinação do país. Projeto piloto no estado
47
UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
48
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
1980
» Extinção da obrigatoriedade da vacinação contra a varíola (Portaria GM/
MS no 55, de 29/1/1980).
» Lançado o Plano de Ação Contra a Poliomielite, estabelecendo os dias
nacionais de vacinação.
» Demonstração do impacto epidemiológico dos dias nacionais de vacinação
contra a poliomielite realizados em 14 de junho e 16 de agosto, pela drástica
redução da incidência da doença, em todas as regiões do país.
» Constituição do Grupo Interministerial de Coordenação incumbido
de elaborar o Plano de Ação de Controle da Poliomielite, promover e
coordenar o seu desenvolvimento em âmbito nacional (Portaria GM/MS no
106, de 3/3/1980).
» Institucionalização da rede de apoio laboratorial ao diagnóstico da
poliomielite, coordenada pela Fiocruz.
1981
» Executado o Plano de Ação Contra o Sarampo, por intermédio de
campanhas estaduais de vacinação (adoção da estratégia de campanha
para a vacina contra o sarampo, mantida por alguns estados em 1982 e
1983).
» Constituído o Grupo de Trabalho para o Controle da Qualidade de
Imunobiológicos (GT/CQI) (Portaria GM/MS no 163, de 15/7/1981).
» Transferência formal à Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde
(Snabs), do Ministério da Saúde, da coordenação dos Programas Nacionais
de Imunizações e de Vigilância Epidemiológica, que havia sido delegada à
Fsesp, em 1974.
» Inauguração do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS), da Fiocruz.
» Reconhecidos como Laboratórios Nacionais de Saúde Pública, em apoio ao
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, aqueles com competência
para tanto, atuando sob a supervisão da Divisão Nacional de Laboratórios
de Saúde Pública, da Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde, bem
como definição de suas competências, as unidades credenciadas para as
atividades e respectivas áreas de abrangência (Portaria GM/MS no 217, de
17/9/1981).
50
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
1982
» Dinamizado o sistema de informações sobre a mortalidade, com a
publicação do primeiro anuário de dados.
» Estabelecidas Normas Técnicas para o Sistema de Vigilância
Epidemiológica.
» Mudança do esquema de vacinação contra o sarampo, recomendando dose
única, a partir dos nove meses de idade.
» Publicação e distribuição do documento Bases Técnicas para Programas
de Controle da Poliomielite, consolidação de toda a orientação normativa
sobre o assunto.
» Realização do Encontro Nacional de Controle de Doenças e do 1o Curso
Nacional sobre Rede de Frio.
1983
» A estratégia de dias nacionais de vacinação passa a ser recomendada pela
Opas e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), sendo
adotada por outros países latino-americanos.
» Início da realização, pelo INCQS, do controle de qualidade dos
imunobiológicos distribuídos pelo PNI.
» Criação do Comitê Interorgânico de Controle de Doenças Transmissíveis,
coordenado pela Snabs e integrado por representantes da Fsesp, da
Fiocruz, da Sucam, do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição
(Inan), entre outros.
» Realização do Treinamento Básico em Vigilância Epidemiológica (Tbve),
nas cinco macrorregiões do país.
1984
» Realizados dois dias nacionais de multivacinação, com a aplicação seletiva
das vacinas DPT e contra o sarampo, em 24 unidades federadas.
» Introdução, em alguns estados, da estratégia de multivacinação utilizando
a mobilização para os dias nacionais de vacinação contra a poliomielite.
» Definição da Snabs como unidade orçamentária responsável pelo
suprimento de imunobiológicos para o PNI. A aquisição dos produtos
passou da Ceme para a Fiocruz, mediante convênio com a Snabs.
» Implantação do Sistema de Aquisição, Distribuição, Controle de Qualidade
e Desenvolvimento Tecnológico de Imunobiológicos para o PNI.
51
UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
53
UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
1990
» Transferiu as atribuições, o acervo e os recursos orçamentários da
Sucam para a Fsesp, que passou a denominar-se Fundação Nacional de
Saúde (FNS) (Medida Provisória no 151, de 15/3/1990).
54
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
1991
» Transferiu para a FNS todas as atividades do Programa de
Autossuficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni), da extinta
SNABS (Portaria GM/MS no 46, de 17/1/1991).
» Encarregou a Fsesp da coordenação dos projetos destinados à promoção,
proteção e recuperação da saúde do índio (Decreto no 23, de 4/2/1991).
» Aprovou o Projeto de Saúde Yanomami (Portaria Interministerial MS/
MJ no 316, de 11/4/1991).
» Intensificação da vacinação de recém-nascidos com a BCG-ID, nas
maternidades de grande porte.
» Introdução da vacinação contra a febre amarela na rotina dos serviços
permanentes de vacinação, nas áreas endêmicas.
» Implementação e ampliação da vacinação contra a hepatite B, na
Amazônia Ocidental.
» Instituiu a Fundação Nacional de Saúde (FNS) (Decreto no 100, de
16/4/1991).
» Aprovou a Estrutura Regimental do Ministério da Saúde (Decreto no
109, de 2/5/1991).
» Criação do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (Portaria GM/MS
no 389, de 6/5/1991).
» Início do Plano de Eliminação do Tétano Neonatal, com vacinação de
mulheres em idade fértil, nos municípios de risco.
» Publicação e distribuição do documento “Como Organizar a Vacinação
no Município”, produzido pelo Instituto Brasileiro de Administração
Municipal (Ibam) e pelo Unicef.
» O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recebe o Prêmio Criança
e Paz 1991, outorgado pelo Unicef, como programa que se destacou na
defesa e na promoção dos direitos da criança e do adolescente.
» Realização de concurso para homenagear municípios do Nordeste que
alcançaram coberturas iguais ou superiores a 80%, promovido pelo
Unicef e pelo Ibam.
1992
» Implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, com a
realização de campanha nacional de vacinação em menores de 15 anos.
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
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HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
2008
» Instituiu o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas (Lei no 11.696, de
12/6/2008).
» Criou a Comissão de Estudo para elaboração de uma Política de
Recursos Humanos para o Subsistema de Saúde Indígena (Portaria GM/
MS no 1.235, de 19/6/2008).
» Incluiu na Tabela de Estabelecimentos do Sistema do Cadastro Nacional
dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES) o tipo de estabelecimento 72 –
Unidade de Atenção à Saúde Indígena e seus subtipos (Portaria SAS/MS
no 475, de 1/9/2008).
2009
» Instituiu o Biênio Brasileiro do Saneamento 2009-2010 e instituiu o
Grupo de Trabalho Interinstitucional para coordenar a elaboração do
Plano Nacional de Saneamento Básico, com representante da Funasa
(Decreto no 6.942, de 1/8/2009).
» Instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Portaria GM/MS no
1.944, de 27/8/2009).
» Instituiu a Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis e
cria o Comitê Técnico-Consultivo para a sua implementação, com
representante da Funasa (Portaria GM/MS no 2395, de 7/10/2009).
» Instituiu, no âmbito do Grupo de Trabalho para Assuntos Internacionais
em Saúde e Ambiente, o Subgrupo relativo à internalização e
implementação do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança no que
se refere ao setor saúde, com representante da Funasa (Portaria GM/MS
no 2.592, de 16/10/2009).
2010
» Instituiu, em todo o território nacional, o Calendário de Vacinação para
os Povos Indígenas (Portaria GM/MS no 1.946, de 19/7/2010).
» Instituiu o Grupo Temático de Cooperação Internacional em Saúde (GT-
CIS) no âmbito do Ministério da Saúde, com representante da Funasa
(Portaria GM/MS no 2.356, de 17/8/2010).
» Alterou a competência da Funasa, que passa a ser entidade de promoção
e proteção à saúde a que compete fomentar soluções de saneamento
para prevenção e controle de doenças e formular e implementar ações
72
HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
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DISSEMINAÇÃO
DE DOENÇAS
ATRAVÉS DA ÁGUA UNIDADE II
E COMIDA: BREVE
HISTÓRICO
A saúde pública tem raízes na antiguidade. Desde o início, a civilização humana
reconheceu que a água poluída e a falta de eliminação adequada de resíduos
disseminam doenças transmissíveis. As primeiras religiões tentaram regular o
comportamento relacionado à saúde, desde os tipos de comida ingeridos até os
comportamentos, como beber álcool ou ter relações sexuais. Os governos colocaram
a responsabilidade sobre os líderes no desenvolvimento de políticas e programas de
saúde pública, a fim de obter alguma compreensão das causas das doenças, garantir a
estabilidade social e a prosperidade, e manter a ordem.
75
CAPÍTULO 1
O início: a prevenção de doenças
Uma doença, ou condição médica, é um estado insalubre em que algo ruim acontece
com o corpo ou a mente. Doenças podem causar dor, levar partes do corpo a pararem
de funcionar da maneira correta e culminar com a morte.
O corpo é uma estrutura que pode ser ferida, acometida por alguma patologia
e perecer (morrer em função desses ferimentos ou inúmeras patologias). Suas
funções são paradas pela morte. Há necessidade de músculos e articulações
para o movimento ocorrer adequadamente.
Algumas pessoas estudam o corpo humano. Eles olham para onde é diferente
ou igual aos corpos de outros animais. Esses animais podem estar vivos hoje.
Ou podem ser animais extintos como outros hominídeos (hominídeos são
primatas que são próximos aos humanos, os Neandertais e Homo erectus eram
hominídeos). Algumas pessoas estudam como o corpo humano funciona e vive
em seu ambiente. Algumas pessoas estudam o que as pessoas pensam sobre
seu corpo. Os artistas estudam como desenhar ou pintar o corpo humano.
76
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
bem como o que a genética faz em prol do corpo humano. Como subáreas de
destaque podemos apontar:
Religião também fala sobre o corpo. Algumas religiões veem o corpo como o
lugar onde a alma vive. Outras entendem o corpo como um templo. Isso porque
um templo é um local sagrado. Assim, a visão de muitas religiões é a de que o
Espírito Superior deve ser adorado dentro de cada pessoa. Algumas religiões
pensam que o corpo é feito de chacras que nos conectam ao Universo.
77
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Muitos animais usam sinais e sons para se comunicar uns com os outros. Mas os
humanos têm um sistema complexo chamado linguagem que lhes permite expressar
ideias usando palavras. Os humanos têm a capacidade de ter ideias abstratas e
comunicá-las a outras pessoas. A linguagem humana pode expressar coisas que
não estão presentes ou falar sobre eventos que não estão acontecendo no momento
presente (POE, 2011). Objetos podem estar em outro lugar e os eventos também podem
ter ocorrido em outro lugar ou tempo (COLLINS, 1976). Nenhum animal conhecido
tem um sistema de comunicação tão elaborado quanto a linguagem humana. Através
do uso de palavras o ser humano se comunica com os outros, criando comunidades
complexas com: com leis, tradições e costumes.
Os humanos gostam de entender o mundo ao seu redor. Eles tentam explicar as coisas
através do mito, da ciência e da filosofia.
Os tipos de corpo humano podem ser muito diferentes uns dos outros. A altura,
o peso de uma pessoa adulta vária por diversos motivos como sua etnia, sua
genética, a existência ou não de alguma patologia, o gênero.
O cabelo humano cresce nas axilas, nos genitais, pernas, braços e no topo da
cabeça em adultos de ambos os sexos. O cabelo geralmente cresce na face da
maioria dos machos adultos e no peito e nas costas de muitos machos adultos.
Nas crianças humanas de ambos os sexos, o cabelo longo cresce apenas no
topo da cabeça. Embora pareça que os humanos têm menos pelos do que a
maioria dos primatas, eles na verdade não têm. O humano médio tem mais
folículos pilosos, de onde o pelo cresce, do que a maioria dos chimpanzés
(WADE, 2003). O cabelo humano pode ser preto, marrom, vermelho ou loiro
(ROGERS et al., 2004). Os seres humanos modernos também podem ter seus
cabelos em muitas cores diferentes usando corante. Quando os seres humanos
envelhecem, o cabelo pode ficar cinza ou mesmo branco.
A cor da pele humana também varia muito. Pessoas que nascem em áreas
tropicais, por exemplo, têm a pele mais escura. O pigmento escuro (melanina)
na pele as protege contra os raios ultravioletas da luz solar. Os danos causados
78
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Uma doença pode ser causada por inúmeros fatores, desde um vírus, passando por um
acidente até um estado mental que afete o equilíbrio do organismo.
Às vezes, os germes entram no nosso corpo através da comida, água ou ar. Uma pessoa
pode ser infectada por agentes infecciosos, como bactérias, vírus ou fungos. A doença
também pode ser causada pela ingestão de alimentos ruins ou antigos. Existem
pequenos germes em alimentos antigos que podem causar doenças. Às vezes, os
germes produzem substâncias químicas ou toxinas que causam a doença.
Uma das causas mais comuns de doenças é falta de saneamento básico e ausência de
água potável.
A escassez de água é a falta de recursos de água doce para atender à demanda por
água. Ela afeta todos os continentes e foi listada em 2019 pelo Fórum Econômico
Mundial como um dos maiores riscos globais em termos de impacto potencial na
próxima década. Manifesta-se pela satisfação parcial ou sem satisfação da demanda
expressa, competição econômica pela quantidade ou qualidade da água, disputas
entre usuários, esgotamento irreversível das águas subterrâneas e impactos
negativos no meio ambiente (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF
THE UNITED NATIONS, 2012). Um terço da população mundial (2 bilhões de
pessoas) vive em condições de escassez severa de água pelo menos um mês do
ano. (WORLD ECONOMIC FORUM, 2017). Meio bilhão de pessoas no mundo
enfrentam escassez severa de água durante todo o ano (HOEKSTRA; MEKONNEN,
2016). Metade das maiores cidades do mundo sofrem escassez de água (WORLD
ECONOMIC FORUM, 2017).
79
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Coping with water scarcity An action framework for agriculture and food
security.
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Half the World to Face Severe Water Stress by 2030 unless Water Use is
“Decoupled” from Economic Growth, Says International Resource Panel.
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
O UNSDG é convocado de três a quatro vezes por ano sob a presidência do Presidente
da UNSDG, é composto por representantes seniores, de preferência ao nível do
Secretário-Geral Adjunto/Diretor-Geral Adjunto, designados pelos chefes executivos
das entidades membros do UNSDG. Representantes do UNSDG são encarregados
por seus chefes executivos de tomar decisões em seu nome. Normalmente, há um
representante de cada entidade membro da UNSDG que pode ser acompanhado por
um especialista organizacional para apresentação e discussão substantivas.
83
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
A definição mais clara do direito humano à água foi emitida pelo Comitê de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas no Comentário Geral 15, redigido
em 2002 (CESCR, 2002). Era uma interpretação não vinculativa que o acesso
à água era uma condição para o gozo do direito a um padrão de vida adequado,
indissoluvelmente relacionado ao direito ao mais alto padrão atingível de saúde e,
portanto, um direito humano. O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
das Nações Unidas declara que o direito humano à água dá a todos a água suficiente,
segura, aceitável, fisicamente acessível para uso pessoal e doméstico. O HRWS
obriga os governos a garantir que as pessoas possam desfrutar de água e saneamento
limpos, disponíveis, aceitáveis e acessíveis. O PIDESC exige que os países signatários
alcancem e respeitem progressivamente todos os direitos humanos, incluindo os de
água e saneamento. Eles devem trabalhar de maneira rápida e eficiente para aumentar
o acesso e melhorar o serviço. Todos os estados ratificaram uma convenção de direitos
humanos ou uma declaração política que reconhece o HRWS.
86
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
A água contaminada por esgoto contém muitos vírus, mais de cem espécies são
relatadas e podem levar a doenças que afetam os seres humanos. Por exemplo,
hepatite, gastroenterite, meningite, febre, erupção cutânea e conjuntivite podem se
espalhar por água contaminada. Mais vírus estão sendo descobertos na água por causa
de novos métodos de detecção e caracterização, embora apenas alguns desses vírus
sejam patógenos humanos (BOSCH, 1998).
88
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Compreendendo a Tabela 1
Família
Os adenovírus (membros da família Adenoviridae) são vírus de tamanho médio
(90-100 nm), sem envelope (sem uma bicamada lipídica externa) com um núcleo
capsídeo icosaédrica contendo um genoma de DNA de cadeia dupla. Seu nome
deriva de seu isolamento inicial de adenoides humanos em 1953. Eles têm uma
ampla gama de hospedeiros vertebrados; em humanos, descobriu-se que mais de 50
sorotipos adenovirais distintos causam uma ampla gama de doenças, desde infecções
respiratórias leves em crianças pequenas (conhecidas como resfriados comuns) até
doenças de múltiplos órgãos que ameaçam a vida em pessoas com sistema imunológico
debilitado.
Os astrovírus são um tipo de vírus que foi descoberto pela primeira vez em 1975
usando microscópios eletrônicos após um surto de diarreia em humanos. Para além
dos humanos, os astrovírus foram agora isolados de numerosas espécies de animais
mamíferos (e são classificados como género Mammoastrovirus) e de espécies de
aves tais como patos, galinhas e perus (classificado como género Avastrovirus). Os
astrovírus têm um diâmetro de 28 a 35 nm, vírus icosaédricos que apresentam uma
89
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
estrutura de superfície característica de cinco ou seis pontos nas estrelas quando vistos
por microscopia eletrônica. Juntamente com os Picornaviridae e os Caliciviridae, os
Astroviridae compreendem uma terceira família de vírus sem envelope, cujo genoma é
composto de RNA de fita simples de sentido positivo. O astrovírus tem um genoma de
RNA de sentido positivo, de cadeia simples, não segmentado, dentro de um capsídeo
icosaédrico não envelopado. Astrovírus humanos têm sido mostrados em numerosos
estudos como uma importante causa de gastroenterite em crianças pequenas em todo
o mundo (BROWN et al., 2008; MADELEY; COSGROVE, 1975; MATSUI et al., 2001).
Hepeviridae é uma família de vírus. Humanos, porcos, javalis, ovelhas, vacas, camelos,
macacos, alguns roedores, morcegos e galinhas servem como hospedeiros naturais.
Existem cinco espécies nessa família, divididas entre dois gêneros. Doenças associadas
a essa família incluem: hepatite; alta taxa de mortalidade durante a gravidez; e o vírus
da hepatite E aviária é a causa da síndrome de hepatite-esplenomegalia (HS) entre
90
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Reoviridae é uma família de vírus. Eles têm uma ampla gama de hospedeiros,
incluindo vertebrados, invertebrados, plantas, protistas e fungos. Eles são únicos,
pois não possuem envelopes lipídicos e empacotam seus genomas de segmentos
discretos de RNA de fita dupla dentro de capsídeos de múltiplas camadas. A falta
de um envelope lipídico permitiu que estruturas tridimensionais desses grandes
vírus complexos (diâmetro, –60–100 nm) fossem obtidas. Existem atualmente 87
espécies nessa família, divididas em 30 gêneros. Os reovírus podem afetar o sistema
gastrointestinal (como o rotavírus) e o trato respiratório. O nome “Reo-“ é derivado de
vírus órfãos entéricos respiratórios. O termo “vírus órfão” refere-se ao facto de alguns
desses vírus terem sido observados não associados a qualquer doença conhecida.
Embora os vírus da família Reoviridae tenham sido identificados mais recentemente
com várias doenças, o nome original ainda é usado (PATTON, 2008).
A infecção por reovírus ocorre frequentemente em humanos, mas a maioria dos casos
é leve ou subclínica. Rotavírus, no entanto, podem causar diarreia severa e distúrbios
intestinais em crianças, e estudos laboratoriais em camundongos têm implicado
o Orthoreovirus na expressão da doença celíaca em indivíduos predispostos. O
vírus pode ser facilmente detectado nas fezes e também pode ser recuperado das
secreções faríngeas ou nasais, urina, líquido cefalorraquidiano e sangue. Apesar
da facilidade de encontrar Reovirus em amostras clínicas, o seu papel na doença ou
tratamento humano ainda é incerto. Alguns vírus dessa família, como o Phytoreovirus
e Oryzavirus, infectam plantas. A maioria dos reovírus infectantes de plantas é
transmitida entre plantas por insetos vetores. Os vírus se replicam tanto na planta
quanto no inseto, geralmente causando doença na planta, mas pouco ou nenhum dano
ao inseto infectado (DENNEHY, 2015; GRIMWOOD; LAMBERT, 2009).
Gênero
Mastadenovírus é um gênero de vírus da família Adenoviridae. Humanos, mamíferos
e vertebrados servem como hospedeiros naturais. Existem atualmente 25 espécies
nesse gênero, incluindo o tipo de espécie humana mastadenovírus C. O gênero como
um todo inclui muitas causas muito comuns de infecção humana, estimadas como
responsáveis por
2-5% de todas as infecções respiratórias, bem como gastrointestinais
e infecções oculares. Os sintomas geralmente são leves. Tropismos específicos
incluem: sorotipos 3, 5 e 7; infecções do trato respiratório inferior, sorotipos 8, 19 e 37;
92
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
O norovírus, por vezes referido como o vírus do vômito de inverno, é a causa mais
comum de gastroenterite. A infecção é caracterizada por diarreia, vômito e dor de
estômago. O sangue geralmente não está presente. Febre ou dores de cabeça também
podem ocorrer. Isso geralmente se desenvolve de 12 a 48 horas após a exposição. A
recuperação ocorre tipicamente dentro de 1 a 3 dias. As complicações podem incluir
desidratação. O vírus geralmente é transmitido pela via fecal-oral. Isso pode ser por
comida ou água contaminada ou contato de pessoa a pessoa. Também pode se espalhar
através de superfícies contaminadas ou através do ar. Os fatores de risco incluem
preparação de alimentos insalubres e compartilhamento de perto. O diagnóstico
geralmente é baseado nos sintomas. Testes confirmatórios podem ser feitos para fins
de saúde pública (BRUNETTE, 2017).
93
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Non-Polio Enterovirus
94
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
O poliovírus, bem como o coxsackie e o echovirus, são disseminados pela via fecal-
oral.
A via fecal-oral (também chamada de rota oral-fecal ou via orofecal) descreve uma
rota particular de transmissão de uma doença em que patógenos em partículas fecais
passam de uma pessoa para a boca de outra pessoa. As principais causas de transmissão
de doenças fecais-orais incluem falta de saneamento adequado (levando à defecação a
céu aberto) e más práticas de higiene. Se o solo ou corpos de água estiverem poluídos
com material fecal, os seres humanos podem ser infectados com doenças transmitidas
pela água ou doenças transmitidas pelo solo. A contaminação fecal dos alimentos é
outra forma de transmissão fecal-oral. Lavar as mãos adequadamente após trocar
a fralda de um bebê ou depois de realizar a higiene anal pode evitar que a doença
transmitida por alimentos se espalhe. Os fatores comuns na rota fecal-oral podem ser
resumidos em cinco: dedos, moscas, campos, fluidos e comida. O analingus, a prática
sexual de lamber ou inserir a língua no ânus de um parceiro é outro caminho. As
doenças causadas pela transmissão fecal-oral incluem diarreia, febre tifoide, cólera,
poliomielite e hepatite.
As fundações para o “diagrama-F” que está sendo usado hoje foram estabelecidas
em uma publicação pela OMS em 1958 (WAGNER; LANOIX, 1958). Essa publicação
explicou as rotas de transmissão e as barreiras à transmissão de doenças a partir do
ponto focal das fezes humanas.
Monografia: Excreta disposal for rural areas and small communities (WAGNER &
LANOIX, 1958).
95
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
de se concentrar apenas nas fezes humanas, as fezes dos animais também devem ser
incluídas no diagrama F (PENAKALAPATI et al., 2017).
96
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Transmissão
» A água que entrou em contato com fezes (por exemplo, devido à poluição
da água subterrânea das latrinas) e não é tratada adequadamente antes
de beber.
» Práticas sexuais que podem envolver contato oral com fezes, como
anilingus, coprofilia ou “boca a boca”.
A lista abaixo mostra as principais doenças que podem ser passadas pela via fecal-oral.
Eles são agrupados pelo tipo de patógeno envolvido na transmissão da doença.
» Bactérias:
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
› Vibrio parahaemolyticus;
› Escherichia coli;
› Campylobacter.
» Vírus:
› Hepatite A;
› Hepatite E;
› Enterovírus;
› Poliovírus (poliomielite);
» Protozoários:
› Giardia (giardíase);
› Cryptosporidium (criptosporidiose);
» Helmintos:
› pregos de fita;
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
envolvem alguns, mas não todos os sintomas de diarreia, e assim a definição médica
formal envolve a defecação de mais de 200 gramas por dia (embora a pesagem formal
das fezes para determinar um diagnóstico nunca seja realmente realizada). Ocorre
quando o fluido insuficiente é absorvido pelo cólon. Como parte do processo de
digestão, ou devido à ingestão de líquidos, os alimentos são misturados com grandes
quantidades de água. Assim, o alimento digerido é essencialmente líquido antes de
atingir o cólon. O cólon absorve água, deixando o material restante como um bolo
semissólido. Se o cólon estiver danificado ou inflamado, a absorção é inibida e as fezes
aquosas acontecem (BISHOP, 2009).
A diarreia é mais comumente causada por uma miríade de infecções virais, mas
também é frequentemente o resultado de toxinas bacterianas e, às vezes, até mesmo de
infecções. Em condições sanitárias de vida e com ampla disponibilidade de alimentos
e água, um paciente normalmente saudável recupera-se das infecções virais comuns
em poucos dias e no máximo uma semana. No entanto, para indivíduos doentes ou
desnutridos, a diarreia pode levar a uma desidratação grave e pode colocar a vida em
risco sem tratamento.
100
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Os rotavírus são transmitidos pela via oral, via contato com mãos, superfícies e objetos
contaminados, e possivelmente pela via respiratória (BUTZ et al., 1993; DENNEHY,
2000). A diarreia viral é altamente contagiosa. As fezes de uma pessoa infectada
podem conter mais de 10 trilhões de partículas infecciosas por grama (BISHOP,
1996); menos de 100 delas são necessárias para transmitir a infecção a outra pessoa
(GRIMWOOD; LAMBERT, 2009).
101
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Enterite rotaviral é uma doença de leve a grave caracterizada por náuseas, vômitos,
diarreia aquosa e febre baixa. Depois que a criança é infectada pelo vírus, há
um período de incubação de cerca de dois dias antes que os sintomas apareçam
(HOCHWALD; KIVELA, 1999). O período da doença é agudo. Os sintomas geralmente
começam com vômitos, seguidos por quatro a oito dias de diarreia abundante. A
desidratação é mais comum na infecção por rotavírus do que na maioria das causadas
por patógenos bacterianos, e é a causa mais comum de morte relacionada à infecção
por rotavírus (MALDONADO; YOLKEN, 1990).
102
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
› Bacillus cereus.
› Listeria monocytogenes.
› Shigella.
› Staphylococcus aureus.
› Enterite estafilocócica.
› Streptococcus.
› Vibrio parahaemolyticus.
› Vibrio vulnificus.
› Brucella spp.
› Corynebacterium ulcerans.
› Plesiomonas shigelloides.
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Algumas pessoas nascem com “doenças genéticas”. Estas são doenças devido
a um erro ou mutação no DNA de uma pessoa. Um exemplo de uma mutação
é câncer. Viver ou trabalhar em um ambiente insalubre também pode ser uma
causa de doenças. Doenças são mais comuns em pessoas idosas.
Doenças causadas
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Diagnóstico
Prevenção
Tratamento
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Prognóstico
A síndrome respiratória aguda grave (SARS) é uma doença respiratória viral de origem
zoonótica causada pelo coronavírus SARS (SARS-CoV). Entre novembro de 2002 e
julho de 2003, um surto de SARS no sul da China causou um total de 8.098 casos,
resultando em 774 mortes registradas em 37 países, com a maioria dos casos na China
e Hong Kong (9,6% de fatalidade). De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(WHO, 2008), nenhum caso de SARS foi relatado em todo o mundo desde 2004. No
final de 2017, cientistas chineses rastrearam o vírus através do cruzamento de civetas
em morcegos-ferradura na província de Yunnan (NHS, 2014; SMITH, 2006).
Os sintomas iniciais são parecidos com os da gripe e podem incluir febre, dores
musculares, sintomas de letargia, tosse, dor de garganta e outros sintomas
inespecíficos. O único sintoma comum a todos os pacientes parece ser uma febre acima
de 38° C. A SARS pode eventualmente levar à falta de ar e pneumonia, podendo ser
uma pneumonia viral direta ou pneumonia bacteriana secundária. O período médio de
incubação da SRA é de 4 a 6 dias (WHO, 2003).
A principal via de transmissão para SARS é o contato das membranas mucosas com
gotículas respiratórias ou fomites. Embora a diarreia seja comum em pessoas com
SARS, a via fecal-oral não parece ser um modo comum de transmissão (WHO, 2003).
Diagnóstico
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Para que o diagnóstico seja considerado uma hipótese provável, uma radiografia
do tórax deve ser positiva para pneumonia atípica ou síndrome do desconforto
respiratório.
Prevenção
» Lavar as mãos.
» Lavar os itens pessoais de alguém com SARS em água quente com sabão
(talheres, pratos, roupas de cama etc.).
110
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Muitas intervenções de saúde pública foram feitas para tentar controlar a propagação
da doença, que é espalhada principalmente por meio de gotículas respiratórias no ar.
Essas intervenções incluíram a detecção precoce da doença; isolamento de pessoas que
estão infectadas; precauções de gota e contato; e o uso de equipamento de proteção
individual (EPI), incluindo máscaras e batas de isolamento. Também foi implementado
um processo de triagem nos aeroportos para monitorar as viagens aéreas de e para
os países afetados. Embora nenhum caso tenha sido identificado desde 2004, o CDC
ainda está trabalhando para fazer recomendações e recomendações federais e locais
de resposta rápida em caso de reaparecimento do vírus. A SARS é mais infecciosa em
pacientes gravemente doentes, o que geralmente ocorre durante a segunda semana da
doença. Esse período infeccioso atrasado significava que a quarentena era altamente
eficaz; pessoas que foram isoladas antes do quinto dia de sua doença raramente
transmitiram a doença a outras pessoas (CHAN-YEUNG; XU, 2003).
Tratamento
Os antibióticos são ineficazes, pois a SARS é uma doença viral. O tratamento da SARS
é principalmente de suporte com antipiréticos, oxigênio suplementar e ventilação
mecânica (caso necessário). Medicamentos antivirais são usados, assim como elevadas
doses de esteroides para reduzir o inchaço nos pulmões.
Alguns dos danos mais sérios causados pela SARS ocorrem em função do próprio
sistema imunológico do corpo reagir no que é conhecido como tempestade de citocinas
(PERLMAN; DANDEKAR, 2005).
A partir de 2017, não há cura ou vacina protetora para a SARS que se demonstrou
ser segura e eficaz em seres humanos (JIANG et al., 2013). A identificação e
desenvolvimento de novas vacinas e medicamentos para tratar a SARS é uma
prioridade para os governos e agências de saúde pública em todo o mundo. A
111
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Prognóstico
Vários relatos advindos da China informam sobre pacientes com SARS recuperados
que apresentam sequelas severas de longo prazo. As doenças mais típicas incluem,
entre outras: fibrose pulmonar, osteoporose e necrose femoral, que levaram à perda
completa da capacidade de trabalho ou mesmo a capacidade de autocuidado. Como
resultado de procedimentos de quarentena, alguns dos pacientes pós-SARS foram
documentados sofrendo de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e transtorno
depressivo maior (HAWRYLUCK et al., 2004; LEE, 2014).
Hepatite E
A hepatite E é uma inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite
E (HEV). É um dos cinco vírus conhecidos da hepatite humana: A, B, C, D e E. O
HEV é um vírus icosaédrico de RNA de sentido único, de fita única, sem envelope.
Ela é disseminada principalmente pela via fecal-oral devido à contaminação fecal do
suprimento de água ou alimentos. A infecção com esse vírus foi documentada pela
primeira vez em 1955, durante um surto em Nova Delhi, na Índia (SUBRAT, 2013).
Segundo Li et al. (2015), uma vacina preventiva (HEV 239) foi aprovada para uso na
China.
Sinais e sintomas
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
› pancreatite aguda;
Os mecanismos patológicos e biológicos por trás dos resultados adversos das infecções
na gravidez permanecem pouco claros. O aumento da replicação viral e a influência
das alterações hormonais no sistema imunológico têm sido discutidos nos últimos
tempos (PÉREZ-GRACIA et al., 2017). Além disso, estudos mostrando evidências
de replicação viral na placenta ou relatando o ciclo completo de vida viral em células
113
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
Classificação
Distribuição
Transmissão
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DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Diagnóstico
Prevenção
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UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
A doença da mão, pé e boca (HFMD) é uma infecção comum causada por um grupo
de vírus. Geralmente começa com febre e mal-estar geral. Isto é seguido um ou
dois dias depois por manchas planas descoloridas ou inchaços que podem empolar,
nas mãos, pés e boca e ocasionalmente nádegas e virilha. Os sinais e sintomas
normalmente aparecem de 3 a 6 dias após a exposição ao vírus. A erupção geralmente
se resolve sozinha em cerca de uma semana. A perda das unhas pode ocorrer algumas
semanas depois, mas ela irá regredir com o tempo. Os vírus que causam HFMD são
transmitidos pelo contato pessoal próximo, pela tosse e pelas fezes de uma pessoa
infectada. Objetos contaminados também podem espalhar a doença. O vírus Coxsackie
A16 é a causa mais comum e o enterovírus 71 é a segunda causa mais comum. Outras
formas de vírus Coxsackie e enterovírus também podem ser responsáveis. Algumas
pessoas podem carregar e transmitir o vírus apesar de não apresentarem os sintomas
da doença. Outros animais não estão envolvidos. O diagnóstico muitas vezes pode ser
feito com base nos sintomas. Ocasionalmente, uma amostra – proveniente da garganta
ou fezes – pode ser testada para o vírus (KAMINSKA et al., 2013; OOI et al., 2010;
HOY et al., 2012; LONGO, 2012).
Poliomielite
116
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Transmissão
117
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
e depois do aparecimento dos sintomas, mas a transmissão é possível desde que o vírus
permaneça na saliva ou nas fezes (PARKER, 1998; KEN et al., 2005; RACANIELLO,
2006; OHRI et al., 1999).
Fatores que aumentam o risco de infecção por pólio ou afetam a gravidade da doença
incluem imunodeficiência, desnutrição, atividade física imediatamente após o início
da paralisia, lesão do músculo esquelético devido à injeção de vacinas ou agentes
terapêuticos e gravidez. Embora o vírus possa atravessar a barreira materno-fetal
durante a gravidez, o feto não parece ser afetado pela infecção materna ou pela
vacinação contra pólio. Os anticorpos maternos também atravessam a placenta,
proporcionando imunidade passiva que protege a criança da infecção da pólio durante
os primeiros meses de vida (CHANDRA, 1975; DAVIS et al., 1977; HORSTMANN,
1950; GROMEIER; WIMMER, 1998).
Hepatite A
118
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
Globalmente, cerca de 1,4 milhão de casos sintomáticos ocorrem a cada ano e cerca de
114 milhões de infecções (sintomáticas e assintomáticas). É mais comum em regiões do
mundo com falta de saneamento e pouca água segura. No mundo em desenvolvimento,
cerca de 90% das crianças foram infectadas aos 10 anos de idade, portanto, são
imunes à idade adulta. Ocorre frequentemente em surtos em países moderadamente
desenvolvidos, onde as crianças não são expostas quando jovens e a vacinação não é
generalizada. A hepatite A aguda resultou em 11.200 mortes em 2015. Dia Mundial da
Hepatite ocorre a cada ano em 28 de julho para conscientizar a hepatite viral (GBD-
2015, 2016; MATHENY; KINGERY, 2012; WHO, 2013).
Sintomas
Os primeiros sintomas da infecção por hepatite A podem ser confundidos com gripe,
mas alguns pacientes, especialmente crianças, não apresentam sintomas. Os sintomas
geralmente aparecem de 2 a 6 semanas (o período de incubação) após a infecção
inicial. Cerca de 90% das crianças não apresentam sintomas. O tempo entre a infecção
e os sintomas, naqueles que os desenvolvem, é entre 2 e 6 semanas, com uma média
de 28 dias (CONNOR, 2005).
O risco de infecção sintomática está diretamente relacionado com a idade, com mais
de 80% dos adultos com sintomas compatíveis com hepatite viral aguda e a maioria
das crianças com infecções assintomáticas ou não reconhecidas (CIOCCA, 2000).
» fadiga;
» febre;
» náusea;
» perda de apetite;
119
UNIDADE II │ DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO
» diarreia;
» fezes aquólicas;
» desconforto abdominal.
Transmissão
Prevenção
» vacinação;
120
DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA ÁGUA E COMIDA: BREVE HISTÓRICO │ UNIDADE II
» saneamento;
» higiene.
121
SAÚDE PÚBLICA UNIDADE III
A saúde pública promove e protege a saúde das pessoas e das comunidades onde
vivem, aprendem, trabalham e brincam.
Enquanto um médico trata pessoas doentes, nós, que trabalhamos em saúde pública,
tentamos impedir que as pessoas fiquem doentes ou feridas em primeiro lugar. Nós
também promovemos o bem-estar, incentivando comportamentos saudáveis.
A saúde pública trabalha para rastrear surtos de doenças, prevenir lesões e esclarecer
por que alguns de nós têm maior probabilidade de sofrer de problemas de saúde do
que outros. As muitas facetas da saúde pública incluem falar de leis que promovem o
ar interno sem fumaça e os cintos de segurança , espalhando a palavra sobre maneiras
de se manter saudável e dando soluções para os problemas baseadas na ciência.
122
CAPÍTULO 1
Intervenção em Saúde Pública
123
UNIDADE III │ SAÚDE PÚBLICA
Por exemplo, a OMS relata que pelo menos 220 milhões de pessoas em todo o mundo
sofrem de diabetes. Sua incidência está aumentando rapidamente, e é esperado que
o número de mortes por diabetes dobre até o ano de 2030 (WHO, 2011). A revista
médica The Lancet, de junho de 2010, aponta que o fato do diabetes tipo 2, um
distúrbio evitável, ter atingido uma proporção epidêmica é uma questão delicada, pois
expõe a falha da saúde pública. O risco de diabetes tipo 2 está intimamente ligado ao
crescente problema da obesidade. As estimativas da OMS até junho de 2016 destacam
que, globalmente, cerca de 1,9 mil milhões de adultos e 41 milhões de crianças com
menos de cinco anos apresentem excesso de peso em 2014 (WHO, 2016). Os Estados
Unidos são o principal país, com 30,6% de sua população sendo obesa. O México
124
SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE III
segue atrás com 24,2% e o Reino Unido com 23%. Uma vez considerado o problema
em países desenvolvidos, passou-se a observar a ascensão desse problema de saúde
nos países em desenvolvimento, especialmente em áreas urbanas. Muitos programas
de saúde pública dedicam cada vez mais atenção e recursos à questão da obesidade,
com objetivos de abordar as causas subjacentes, incluindo dieta saudável e exercícios
físicos.
125
UNIDADE III │ SAÚDE PÚBLICA
vez mais reconhecidos como uma ferramenta de saúde pública. De fato, festivais de
cinema e competições foram criados para promover especificamente filmes sobre
saúde. Por outro lado, argumentou-se que enfatizar os efeitos nocivos e indesejáveis
do tabagismo em outras pessoas e impor proibições de fumar em lugares públicos tem
sido particularmente eficaz na redução do tabagismo (BOTCHWAY; HOANG, 2016).
126
SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE III
ter um grande impacto, e ainda há vários problemas sobre essa estratégia que ainda
precisa ser incorporada ao sistema de saúde. Uma das principais razões que ele sugere
pode ser o fato de que os médicos não são adequadamente treinados para realizar
intervenções estruturais, o que significa que os profissionais de saúde do nível do
solo não podem implementar essas melhorias. Embora as intervenções estruturais
não possam ser a única área para melhoria, a falta de coordenação entre os fatores
socioeconômicos e de saúde para os pobres pode ser contraproducente e acabar
causando maior desigualdade entre os serviços de saúde recebidos pelos ricos e
pelos pobres. A menos que os cuidados de saúde deixem de ser tratados como uma
mercadoria, a saúde pública global acabará por não ser alcançada. Sendo assim, sem
mudar a forma como os cuidados de saúde são prestados àqueles que têm menos
acesso a eles, objetivo da saúde pública não pode ser alcançado.
Outra razão pela qual mudanças mensuráveis podem não ser percebidas na saúde
pública é porque as próprias agências podem não estar medindo a eficácia de seus
programas. Perrault et al. (2017) analisaram mais de 4.000 objetivos publicados
dos Planos de Melhoramento da Saúde Comunitária de 280 agências de saúde
locais credenciadas e não credenciadas nos EUA e descobriram que a maioria
dos objetivos – cerca de dois terços – estava focada em alcançar os resultados da
agência (por exemplo, desenvolvimento de planos de comunicação, instalação de
calçadas, disseminação de dados para a comunidade). Apenas cerca de um terço se
concentrava em buscar mudanças mensuráveis nas populações que eles servem (ou
seja, mudar o conhecimento, as atitudes e os comportamentos das pessoas). O que
essa pesquisa mostra é que, se as agências estão focadas apenas em realizar tarefas (ou
seja, produtos) e não têm foco em medir mudanças reais em suas populações com as
atividades que realizam, não deve ser surpreendente quando mudanças mensuráveis
não são relatadas. Perrault et al. (2017) defendem que os órgãos de saúde pública
trabalhem com aqueles na disciplina de Comunicação de Saúde para elaborar objetivos
que sejam resultados mensuráveis e ajudem as agências a desenvolver ferramentas
e métodos para rastrear mudanças mais proximais em suas populações-alvo (por
exemplo, conhecimento e atitude) que podem ser influenciados pelas atividades que as
agências estão realizando.
Como a comunicação de saúde eficaz deve ser adaptada para o público e a situação, a
pesquisa em comunicação de saúde busca refinar as estratégias de comunicação para
127
UNIDADE III │ SAÚDE PÚBLICA
128
SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE III
mais efetivamente motivadas por uma mensagem positiva versus uma mensagem
negativa. Pesquisadores examinam ideias como: pessoas são mais motivadas por
ideias de riqueza e segurança ou uma ideia de doença e morte. Os pesquisadores estão
examinando quais dimensões dos incentivos persuasivos são mais influentes: saúde
física versus econômica versus psicológica versus moral versus social.
129
UNIDADE III │ SAÚDE PÚBLICA
Mídia de entretenimento
Marketing direto
Comunicação interpessoal
131
UNIDADE III │ SAÚDE PÚBLICA
Outra aplicação cada vez mais importante da comunicação em saúde tem sido atingir
os alunos na comunidade universitária. O National College Health Assessment
mediu que 92,5% dos estudantes universitários relataram estar em boa, muito boa ou
excelente saúde. No entanto, os estudantes universitários parecem combater sérios
problemas com estresse, depressão, abuso de substâncias e uma falta geral de nutrição
em comparação com outras faixas etárias e audiências. Profissionais de comunicação
em saúde estão se empenhando ativamente por novas maneiras de atingir esse público
em risco, a fim de elevar os padrões de saúde pública no ambiente universitário e
promover um estilo de vida mais saudável entre os estudantes (BAXTER et al., 2008).
Lacuna de alfabetização-comunicação
132
SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE III
133
UNIDADE III │ SAÚDE PÚBLICA
134
SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE III
135
UNIDADE III │ SAÚDE PÚBLICA
136
O DIREITO À SAÚDE UNIDADE IV
A saúde no Brasil é um direito constitucional e é fornecida por instituições privadas
e governamentais. O ministro da Saúde administra a Política Nacional de Saúde. A
atenção primária à saúde continua sendo responsabilidade do governo federal,
cujos elementos (como a operação dos hospitais) são supervisionados por estados
individuais. A saúde pública é oferecida a todos os brasileiros e estrangeiros,
residentes permanentes ou não em território nacional, por meio do Sistema Único de
Saúde (SUS). O SUS é universal e gratuito para todos.
CAPÍTULO 1
O Sistema de Saúde no Brasil
Em 2014, havia 6.706 hospitais no Brasil. Mais de 50% dos hospitais são encontrados
em 5 estados: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná.
Em todo o país, 78% dos hospitais praticam medicina geral, enquanto 16% são
especializados e 6% fornecem apenas atendimento ambulatorial. Em 2012, 66% dos
hospitais do país, 70% de seus 485 mil leitos hospitalares e 87% de seus 723 hospitais
especializados pertenciam ao setor privado. Na área de apoio diagnóstico e terapia,
95% dos 7.318 estabelecimentos também eram privados e 73% dos 41.000 centros de
atendimento ambulatorial eram operados pelo público (BRASIL, 2014; OCKÉ-REIS,
2009b).
138
O DIREITO À SAÚDE │ UNIDADE IV
Em 1999, o país contava com 237.000 médicos, 145.000 dentistas, 77.000 enfermeiros,
26.000 nutricionistas e 56.000 veterinários. A proporção média nacional foi de 14
médicos por 10.000 habitantes. Em 1999, dos 665 mil cargos profissionais, 65% eram
ocupados por médicos, seguidos por enfermeiros (11%), dentistas (8%), farmacêuticos,
bioquímicos (3,2%), fisioterapeutas (2,8%) e por outros profissionais (10%). Estima-
se que 1,4 milhão de empregos no setor da saúde são ocupados por pessoal técnico e
auxiliar (BRASIL, 2014; PÓVOA; ANDRADE, 2006).
Em 2009, pela primeira vez, mais novas licenças médicas foram dadas para mulheres
do que para homens. A partir de 2010, o país tinha 364.757 médicos. Em 2011, havia
1,95 médicos para cada mil brasileiros, com maiores concentrações no Sul, Sudeste
e Centro-Oeste do que no Norte e Nordeste do Brasil. Para cada 1.000 usuários de
planos de saúde privados, havia 7,6 postos de trabalho ocupados por médicos e, para
139
UNIDADE IV │ O DIREITO À SAÚDE
cada mil usuários do Sistema Único de Saúde, havia 1,95 postos de trabalho ocupados
por médicos, perfazendo uma média de 3,33 postos de trabalho ocupados por médicos
para cada mil brasileiros. Quanto à distribuição de médicos entre especialidades
médicas e atenção básica, 55,09% de todos os médicos brasileiros eram especialistas
(OCKÉ-REIS, 2009b; PÓVOA; ANDRADE, 2006).
Em 1998, o gasto nacional com saúde foi de US$ 62 bilhões, o que correspondeu a
quase 7,9% do PIB. Desse total, os gastos públicos representaram 41,2% e os gastos
privados, 58,8%. Em termos per capita, os gastos públicos são estimados em US$ 158
e os gastos privados em US$ 225 (MACHADO, 1997; OCKÉ-REIS, 2009b).
Projetos de cooperação técnica são realizados com diferentes países, assim como com
o Banco Mundial e a UNESCO, entre muitos outros. As fundações internacionais
também fornecem financiamento direto para projetos ou indivíduos. O Brasil também
está envolvido em um intenso intercâmbio com os países do Mercosul, com o objetivo
de estabelecer normas comuns de saúde.
140
O DIREITO À SAÚDE │ UNIDADE IV
141
UNIDADE IV │ O DIREITO À SAÚDE
142
O DIREITO À SAÚDE │ UNIDADE IV
143
O QUE É SUS? UNIDADE V
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o sistema de saúde pública do Brasil. O SUS,
criado em 1989, é o maior (em número de beneficiários/usuários: praticamente 100%
da população brasileira; 220 milhões de pessoas) geograficamente (3,3 milhões de
quilômetros quadrados de terra contígua) por rede afiliada/número de centros de
tratamento (mais de 50.000 clínicas) não discriminatório, administrada pelo governo
e sistema de saúde pública no mundo (OCKÉ-REIS, 2009a).
Desde 1988, passou por muitas revisões e reorganizações com o objetivo de melhor
organizar seu escopo, atingir e descentralizar sua hierarquia. O sistema é totalmente
gratuito, para qualquer pessoa, incluindo estrangeiros.
CAPÍTULO 1
Sistema Único de Saúde do Brasil:
princípios e diretrizes
Após a queda da ditadura militar que governou o país por 20 anos, a Constituição
Brasileira de 1988 buscou garantir mais direitos e liberdades à população e estabeleceu
muitos objetivos de desenvolvimento social. Entre esses, a melhoria dos cuidados de
saúde foi definida como prioritária (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, 1988).
Seção II
DA SAÚDE
144
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
145
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
146
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
147
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
Princípios
Princípios Organizativos
Doutrinários
Hierarquização
Universalidade
Regionalização
Equidade Descentralização
Integralidade
Participação social
149
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
150
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
151
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
152
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
» Vigilância epidemiológica.
153
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
154
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
Políticas Públicas
» Febre amarela: desde 1942 não há registro de febre amarela urbana, mas
o ciclo selvagem da transmissão, causando surtos isolados e letalidade
de 50% aproximadamente.
155
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
A Cobertura do SUS
156
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
Prioridades estratégias
› Envelhecimento e saúde.
157
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
› Gênero e etnia.
› Nutrição.
› Equidade.
› Promoção da saúde.
158
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
› Vigilância sanitária.
159
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
A saúde infantil é uma questão central na agenda de políticas públicas dos países em
desenvolvimento. Várias políticas voltadas para a melhoria da saúde infantil foram
implementadas ao longo dos anos, com graus variados de sucesso. No Brasil, essas
políticas levaram a um declínio significativo nas taxas de mortalidade infantil nos
últimos 30 anos. Apesar dessa melhora, no entanto, as taxas de mortalidade ainda são
elevadas pelos padrões internacionais e há variação substancial entre os municípios
brasileiros, o que sugere que políticas diferenciadas devem ser elaboradas. Por
exemplo, a mortalidade entre crianças indígenas em 2000 foi mais do que o triplo da
população em geral, destacando a importância de políticas de saúde adaptadas para
abordar as disparidades nos resultados de saúde para os povos indígenas do Brasil.
Saneamento, educação e renda per capita são os fatores explicativos mais importantes
da saúde infantil precária no Brasil.
160
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
em nível local podem servir para elaborar com precisão o método alternativo e
apropriado para medir a mortalidade infantil no Brasil. A fim de não negligenciar
as taxas de mortalidade infantil, também é enfatizado que é necessário que haja um
foco em uma etnografia da experiência, uma visão que atinja o âmago do sofrimento
humano à medida que ele flui da vida e experiências cotidianas. Por exemplo, deve-
se chegar à carne, ao sangue e às almas da morte infantil nas famílias pobres dos
brasileiros, a fim de entender e conviver com aqueles que têm que sofrer suas trágicas
consequências. Os métodos de coleta de dados de mortalidade também precisam
respeitar os costumes de morte locais e devem ser implementados em locais onde a
morte é vivenciada através de uma lente cultural diferente.
161
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
Uma crise na saúde pública é uma situação difícil, um sistema complexo que afeta os
seres humanos em uma ou mais áreas geográficas. Podem partir de uma determinada
localidade para abranger todo o planeta. As crises de saúde geralmente têm impactos
significativos na saúde da comunidade, na perda de vidas e na economia. Elas podem
resultar em doenças, processos industriais ou políticas inadequadas. Sua gravidade é
frequentemente medida pelo número de pessoas afetadas por sua extensão geográfica,
ou pela doença ou morte do processo patogênico que origina.
162
O QUE É SUS? │ UNIDADE V
163
UNIDADE V │ O QUE É SUS?
164
Para (Não) Finalizar
O SUS traz uma nova concepção de saúde agora ampliada, pois passa a considerar
também outros fatores que, direta ou indiretamente, estão associados ao se
pensar a saúde e qualidade de vida como aspectos econômicos, sociais, culturais e
biotecnológicos. Paralelamente, temos uma visão integrada das ações e dos serviços
de saúde. Logo, o caráter inovador estaria na criação de condições para a superação de
uma visão de saúde pública que se concentrava na doença.
165
PARA (NÃO) FINALIZAR
Logo, o que se pode concluir é que a concepção de um sistema único de saúde e sua
institucionalização por meio da Constituição foram um dos maiores avanços na luta
pela construção de um país mais justo e menos desigual. Se ainda existem problemas
no atendimento público da saúde – e não são poucos, é inegável o fato de que, a
despeito disso, o SUS contribuiu para o fortalecimento da cidadania nacional, uma vez
que o direito ao atendimento à saúde é um importantíssimo direito social.
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