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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA.......................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À SAÚDE PÚBLICA E À EPIDEMIOLOGIA................................................................ 9
CAPÍTULO 2
CONCEITOS E TIPOS DE ESTUDOS............................................................................................ 14
UNIDADE II
OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA.............................................................................................. 25
CAPÍTULO 1
FARMACOEPIDEMIOLOGIA...................................................................................................... 25
CAPÍTULO 2
OUTROS ESTUDOS DE FARMACOEPIDEMIOLOGIA.................................................................... 43
UNIDADE III
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS................................................................. 46
CAPÍTULO 1
O MERCADO FARMACÊUTICO................................................................................................ 46
CAPÍTULO 2
REAÇÕES E EVENTOS ADVERSOS............................................................................................. 50
CAPÍTULO 3
RELAÇÃO DA FARMACOEPIDEMIOLOGIA COM RAM/EAMS..................................................... 61
UNIDADE IV
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS......................................................................................... 64
CAPÍTULO 1
FARMACOLOGIA CLÍNICA....................................................................................................... 64
CAPÍTULO 2
FARMACOVIGILÂNCIA............................................................................................................ 70
CAPÍTULO 3
MEDICAMENTOS..................................................................................................................... 73
UNIDADE V
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA...................................................................................... 76
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA......................................................................... 76
CAPÍTULO 2
SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA.................................................................................................. 82
CAPÍTULO 3
MÉTODOS A UTILIZAR............................................................................................................... 93
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 104
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Caro aluno,
Esta disciplina tem como objetivo fornecer uma pequena introdução à Saúde
Pública conceitos básicos de Farmacologia Clínica e Epidemiologia e Semiologia
Farmacêutica. Discutiremos questões referentes à farmacoepidemiologia e sobre as
diferentes fases de Desenvolvimentos de Novos Fármacos. Também abordaremos a
Segurança nas Etapas de Investigação. Será discutido o uso de Medicamentos e a
Farmacovigilância; Reações e Eventos Adversos na Administração de Medicamentos
e a Responsabilidade Sanitária. E apresentaremos a nova modalidade de atuação
profissional Farmacêutica: Semiologia.
Objetivos
»» Revisar os princípios básicos da Saúde Pública e sua relação com a
epidemiologia e metodologia.
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SAÚDE PÚBLICA E UNIDADE I
EPIDEMIOLOGIA
CAPÍTULO 1
Introdução à saúde pública
e à epidemiologia
Não é fácil obter uma única definição sucinta e clara sobre o conceito de
Saúde Pública. Durante anos, vários autores contribuíram com o seu estudo e
terminaram aportando cada um a sua definição. Seus conceitos e as suas visões
podem abordar desde um conceito mais político, como também um conceito de
serviços de saúde, ou então conceitos de saneamento básico e meio ambiente.
Saúde Pública
Existem muitas definições sobre o que é a Saúde Pública, mas talvez a que mais se
identifica com sua verdadeira essência é a definição de Winslow (1920) e Terris (1991),
que conceituam a saúde pública como “a arte e a ciência de prevenir a doença e a
incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante os esforços
organizados da comunidade” (TERRIS apud PAIM, p.12).
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UNIDADE I │ SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA
Em nossa Constituição Federal de 1988, a Saúde Publica e o direito à saúde são vistos
entre os artigos 196 e 200, que falam sobre as responsabilidades e direitos de cada
cidadão e reúnem um conjunto de ações voltadas à promoção, à proteção e à recuperação
da saúde.
Com a criação do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito a saúde universal,
equitativa e gratuita, que deve ser fornecida pelos três órgãos federativos, e não somente
do Estado. Esses órgãos federativos são responsáveis também pela saúde da população:
União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.
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SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA │ UNIDADE I
Aqui <http://www.conselho.saude.gov.br/14cns/docs/constituicaofederal.
pdf> podemos encontrar todos os artigos relacionados ao Direito à Saúde e à
Constituição Federal de 1988.
Epidemiologia
A Epidemiologia e a Saúde Pública sempre caminharam juntas e, por isso, foram se
definindo e fazendo sentido em conjunto desde muito tempo.
Para a Saúde Pública, seu elemento principal e diferencial de estudo é a saúde coletiva,
saúde e bem-estar da comunidade e da população.
Com essa grande produção, tempos depois, surge o uso abusivo de medicamentos,
as reações adversas aos medicamentos, a resistência da ação medicamentosa e não
controle de doenças infecciosas na população.
Em 1937, mais de 100 crianças morreram nos Estados Unidos (EUA) ao utilizar um
dos primeiros antibióticos, que, em sua composição, continha uma base de elixir
de sulfanilamida e, como veículo, o dietilenoglicol. Apesar de o conhecimento
dos efeitos tóxicos do solvente serem bem estabelecidos naquela época, não
eram conhecidos pelo próprio fabricante do elixir.
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UNIDADE I │ SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA
Um ano depois desse incidente, uma lei nos Estados Unidos criou a Food
and Drug Administration (FDA), que previa que as indústrias farmacêuticas
deveriam, por lei e supervisão desse órgão, fornecer a eles todos os dados
clínicos sobre segurança de novos medicamentos antes da permissão para a sua
comercialização.
Depois, outro ocorrido marcante foi no início da década de 1950, quando casos
de uso terapêutico de cloranfeniclol, outro antibiótico de amplo espectro, eficaz
contra bactérias gram-negativas, gram-positivas e riquetsias, induziu em alguns
pacientes a anemia aplástica, tipo de anemia que ocorre quando a medula
óssea produz em quantidade insuficiente os três diferentes tipos de elementos
sanguíneos: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e as plaquetas como efeito
adverso.
Com o FDA nos Estados Unidos, o medicamento talidomida já havia sido retirado do
mercado com o alerta de alguns efeitos colaterais indesejáveis, como o hipotireoidismo
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SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA │ UNIDADE I
E foi nesse cenário que se iniciaram os primeiros estudos com enfoque na utilização
racional de medicamentos, com base na necessidade de se conhecer e relatar os
problemas relacionados à medicação e à elevada morbidade e mortalidade associada ao
uso inadequado dos medicamentos.
Em 1965, o medicamento volta ao mercado brasileiro e hoje ainda faz parte dele, com
outras indicações. Mas, sabendo-se dos seus efeitos teratogênicos, a Talidomida é um
medicamento vigiado por nossa autoridade sanitária e por força da Portaria no 354,
de 15 de agosto de 1997, proibida para mulheres em idade fértil e grávidas em todo o
território nacional.
Podemos citar outros vários casos, mas o mais importante foi aprender com esses
grandes sustos mundiais e, a partir de então, entender que a ideia do medicamento
como produto de qualidade e segurança absoluta deve ser questionada.
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CAPÍTULO 2
Conceitos e tipos de estudos
Conceito de epidemiologia
A palavra Epidemiologia deriva de três vocábulos gregos:
Ou seja, Epidemiologia é o ramo da Ciência de Saúde que estuda o que ocorre sobre
a população. Ela é considerada como uma disciplina básica da Saúde Pública, que se
ocupa de uma dimensão coletiva utilizando métodos de estudos biológicos.
A epidemiologia tem sido indicada, há quase meio século, para o uso diverso, como
a descrição de doenças em populações, identificação de grupos suscetíveis, além da
avaliação de serviços, programas e ações de saúde (MORRIS, 1975).
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SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA │ UNIDADE I
Todas essas informações e toda essa investigação dos cuidados de saúde podem ser
muito úteis para gestão, recomendações, melhores práticas etc.
Estudos epidemiológicos
A investigação epidemiológica consiste na aplicação de estudos que relacionam fatores
e doenças, e também estratégias com a finalidade de analisar os dados obtidos, visando
à melhoria da saúde da população.
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SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA │ UNIDADE I
»» descritivos;
»» analíticos:
›› experimentais;
›› observacionais:
·· transversal;
·· coorte;
·· caso controle;
·· ecológicos.
Vantagens
A maior vantagem dos estudos transversais é que permitem tirar conclusões sem a
existência de um período de seguimento. Essas questões tornam os estudos transversais
mais baratos, mais rápidos, mais fáceis em termos logísticos e não sensíveis aos
problemas como as perdas de seguimento e outros, característicos de outros estudos,
como os estudos longitudinais. Esse tipo de estudo é a única maneira de calcular a
prevalência das doenças e dos fatores de risco. São também estudos adequados à análise
de redes de causalidade.
Desvantagens
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UNIDADE I │ SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA
1. expostos e doentes;
O termo coorte é utilizado para designar um grupo de indivíduos que têm em comum
um conjunto de características e que são observados durante determinado período de
tempo com o intuito de analisar a sua evolução.
Vantagens
Os estudos de coorte são a melhor alternativa aos estudos experimentais, que são muitas
vezes inviáveis em investigação.
Uma das principais vantagens desses estudos é ser o melhor método de estudar a
incidência e história natural das doenças.
Os estudos de coorte são estudos prospectivos que permitem uma medição das
variáveis, porque se determinam exposições no presente sem ter que recorrer à
memória dos indivíduos, ou outras fontes indiretas, o que poderia ser relevante
para determinação.
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SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA │ UNIDADE I
Com ele, as determinações são feitas antes de o resultado esperado, geralmente uma
doença, ter acontecido, evitando, assim, o enviesamento inerente à determinação da
exposição em um indivíduo que conhece o seu estado de doente.
Ainda relacionado com o carácter prospectivo dos estudos de coorte está o fato de estes
permitirem apresentar resultados com crescentes tempos de seguimento, aumentando,
assim, à medida que o tempo de seguimento se torna mais longo, o número de casos e o
poder estatístico do estudo, à custa de um modesto aumento no custo do estudo.
Desvantagens
Importante exemplo desse tipo de erro são os fatores de confusão que as pessoas que
são expostas a um determinado fator de risco, provavelmente, diferem do grupo de não
expostos com que são comparados em muitos outros fatores para além daquele que
se pretende estudar. Como exemplo de este tipo de erro, estão os fatores de confusão,
já que as pessoas que estão expostas a um determinado fator de risco, diferem do
grupo dos não expostos, em muitos outros fatores também. Se tais fatores estiverem
relacionados com a doença, poderão ser eles que figurarão nos resultados, e não o fator
que se pretende estudar.. A esses outros fatores que estão associados simultaneamente
à doença em estudo e ao fator em causa e que confundem a relação entre este e a doença
dá-se o nome de fatores de confusão.
Outro fator de desvantagem é que esse estudo podem tornar mais caro e mais difícil e
também a dificuldade no seguimento dos doentes nos estudos de coorte já que se deve
prolongar por um período de tempo suficientemente longo como para permitir que o
risco inerente à exposição se manifeste.
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UNIDADE I │ SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA
estimar fatores de risco para a doença, comparando as exposições a que os dois grupos
estiveram sujeitos.
Vantagens
Desvantagens
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SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA │ UNIDADE I
Vantagens
Desvantagens
A limitação que ocorre nesse estudo é o que chamamos de falácia ecológica, ou seja,
pode surgir uma associação entre uma exposição e evento ao nível da população
que não permite afirmar que a exposição está mais presente naqueles que adquirem
a doença.
Esses estudos, no entanto, ajudam a identificar fatores que merecem uma investigação
mais detalhada por meio de estudo com maior capacidade analítica. Por exemplo, a
demonstração de uma relação entre venda de cigarros per capita e mortalidade de
doença cardiovascular (DCV) em estudos ecológicos motivou o planejamento de estudos
Caso-Controle e Coorte que vierem a demonstrar de forma bem mais convincente que
o hábito de fumar é um dos fatores determinantes de DCV, particularmente doença
coronariana e acidente vascular cerebral.
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UNIDADE I │ SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA
Medidas de frequências
As medidas de frequências nos estudos epidemiológicos compreendem medidas
estatísticas (média, mediana, modo), as frequências absolutas e relativas, os coeficientes
e as taxas.
São exemplos de taxas: taxa de mortalidade, taxa de mortalidade por causa específica e
taxa de mortalidade infantil.
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SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ SAÚDE PÚBLICA E EPIDEMIOLOGIA
Análise de dados
A análise de dados de um estudo epidemiológico depende do tipo estudo de seu objetivo.
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OS MEDICAMENTOS UNIDADE II
E A SAÚDE PÚBLICA
CAPÍTULO 1
Farmacoepidemiologia
Estão definidos em uma lista e passaram por uma seleção em que se analisaram critérios
embasados em evidências científicas, entre elas a melhoria da qualidade de
atenção à saúde, mais eficácia na gestão dos medicamentos e prescrições médicas
com mais qualidade.
Conceito de farmacoepidemiologia
Quando um novo fármaco é lançado no mercado, minimamente devemos saber que
durante seu desenvolvimento e sua fabricação se observaram as seguintes características:
a. características físico-químicas;
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
d. características farmacocinéticas;
A farmacologia é uma disciplina que estuda os efeitos dos fármacos, suas aplicações,
benefícios, nova utilização em seres humanos por meio da Farmacologia Clínica, sendo
em grupos ou em pacientes individuais, como vimos anteriormente.
Podemos dizer que se trata de uma área de Ciências de Saúde que tem como objetivo
principal atingir o uso racional de medicamentos.
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OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Os estudos relacionados a medicamentos e seu uso são conhecidos como EUM, “Estudos
de Utilização de Medicamentos”, e são aqueles que, independentemente do método e
do objetivo, buscam esclarecer tais aspectos. Esses estudos nos oferecem uma visão
geral, ou de particularidades, da questão do uso de medicamentos em uma sociedade.
Seria como entender esse consumo e seus impactos na sociedade.
Objetivos da EUM
Aspectos médicos
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Aspectos econômicos
Aspectos sociais
Muitos estudiosos e pesquisadores brasileiros vêm se dedicando cada vez mais a estudos
de utilização de medicamentos por meio da EUM, incorporando aspectos relevantes no
contexto da saúde pública.
Por isso, entender que saúde pública nos dias de hoje enxerga muito mais do que
doenças infectocontagiosas é muito importante.
Estudos farmacoepidemiológicos
Vamos relacionar os estudos epidemiológicos com a farmacologia.
Estudos descritivos
Esse tipo de estudo não tem como objetivo avaliar associações entre causas e efeitos,
mas muitas vezes esse tipo de estudo tem por base dados estatísticos de mortalidade.
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Portanto, pode-se, nesse tipo de estudo, analisar dados como mortes por sexo, mortes
por idade, por grupos étnicos, por períodos (ano ou meses) condições climáticas ou até
por localização geográfica.
Em farmacoepidemiologia, esse tipo de estudo tem sido muito utilizado para conhecer
aspectos importantes da utilização de medicamentos por determinados grupos de
população ou regiões. Com isso, pode-se estudar a interação do uso de medicamentos
com a assistência sanitária que corresponde a essa localização, e como é a incidência
do uso de determinados medicamentos, como foram prescritos, ou como a cultura
da automedicação.
Para o desenvolvimento desses estudos, existe uma metodologia comum, com base em
uma classificação de medicamentos e no reconhecimento da existência de diferentes
técnicas para a quantificação e qualificação de consumo.
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OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Para esse estudo, utilizam fontes sobre as vendas privadas e para instituições como
hospitais, sanatórios e instituições públicas.
Não interferem nesse estudo os preços de cada medicamento, que podem variar, por
exemplo, em cada país.
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Esse tipo de estudo pode ser utilizado também para identificar a necessidade de
intervenções específicas como o esclarecimento à população quanto a seu uso adequado,
a formação e educação continuada de profissionais de saúde para a prescrição racional,
identificação de populações em risco de consumo crônico de medicamentos inadequados.
d. avaliar o efeito de uma intervenção que tenha sido desenhada para mudar
práticas de prescrição.
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OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Hoje em dia, existem aparelhos que registram o tempo preciso de abertura de um blister
de comprimidos para monitorizar se o doente cumpre a prescrição farmacológica.
No entanto, esse aparelho de alta tecnologia não é infalível, dado que não registra o
número de comprimidos retirados de cada vez e não podem inevitavelmente provar que
os comprimidos foram realmente.
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Estudos ecológicos
A unidade de análise são populações ou grupos de pessoas, fato que não permite fazer
a associação individual entre a exposição e a doença.
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OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Estudos transversais
Esse tipo de estudo é muito comum na investigação epidemiológica. Também conhecidos
como estudos de prevalência, os estudos transversais medem, em uma população
previamente delimitada, a exposição a um ou mais fatores e o efeito da doença ou condição.
Os estudos desse tipo são viáveis do qual existem redes regionalizadas de atenção
primária organizada. A fonte de dados pode ser tanto os registros institucionais quanto
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Discutir resultados, alertar para o alto consumo de medicamentos sem uma necessidade
comprovada, os riscos para a saúde que estes podem causar, a alta taxa de disponibilidade
de medicamentos nos domicílios e risco de intoxicações que podem produzir quando
mal utilizados, o elevado consumo de analgésicos, assim como os medicamentos para o
aparelho respiratório e digestório, as distorções terapêuticas e às vezes a má distribuição
social da incidência desses problemas. Ainda pode-se citar a falta de informação a
respeito do uso de medicamentos.
Todas essas questões geram dados estatísticos em tipo de estudo. Esses dados
poderão ser utilizados para a organização do nosso sistema de saúde e da assistência
farmacêutica e, quando exemplificados, permitem conhecer melhor os determinantes e
o padrão de consumo de medicamentos na população. Desse modo, podem contribuir
significativamente tanto para o planejamento e organização das ações de saúde quanto
para reorientar as práticas assistenciais, na perspectiva de uma utilização mais racional
dos medicamentos em nosso país.
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OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Estudos caso-controle
O desenho desse tipo de estudo possibilita a comparação entre dois grupos de pessoas.
Um dos grupos é composto por pessoas com determinada doença ou determinado
evento, e essas pessoas são denominadas casos. O outro grupo é composto por pessoas
com características semelhantes aos casos, exceto pelo fato de que não sofrem a doença
ou desse evento, e essas pessoas são denominadas controles.
A comparação entre os dois grupos tem por objetivo identificar diferenças de exposição,
no passado, a uma ou mais variáveis que possam ter contribuído para a ocorrência da
doença/evento.
»» fatores socioeconômicos;
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Estudos de coorte
O grupo deve ser o mais homogêneo possível quanto às demais características, como a
faixa etária, local de residência ou de trabalho, atividade ocupacional etc.
O desenho é simples e não apresenta dificuldades para sua análise, e os estudos são
os que produzem a melhor informação sobre a etiologia das doenças e a medida mais
direta do risco para desenvolvê-la. Além disso, como recrutam pessoas saudáveis no
seu início, os estudos de coorte permitem investigar se os potenciais fatores de risco
enfocados estão relacionados a uma ampla variedade de desfechos (doenças/eventos) e
não apenas a um deles, como ocorre nos estudos caso-controle.
Por outro lado, uma vez que a doença pode ocorrer somente após longos períodos de
exposição, esse método pode requerer um período prolongado de acompanhamento, o
que resulta em um custo relativamente alto, e talvez até uma maior chance de perdas
durante o acompanhamento por diversos motivos.
Por exemplo, é necessário monitorar uma coorte com mais de 8.000 pessoas para
garantir um poder estatístico de 80% na detecção de um evento (RAM) que ocorre uma
vez a cada 5.000 pacientes expostos a determinado medicamento.
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OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Essa análise requer medidas de associação que serão comparadas: Risco Relativo
(Razão de Incidências) e o Risco Atribuível (Diferença de Incidências), e os dados dos
estudos serão comparados e também suas proporções entre indivíduos que desenvolvem
a doença/evento no período de estudo, entre expostos e não expostos, permitindo o
cálculo de medidas de incidência e de estimativas de risco.
<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2004000100017>.
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
É o desenho de estudo experimental utilizado para analisar uma nova forma terapêutica
ou preventiva. A população participante do estudo é distribuída aleatoriamente em dois
grupos, denominados grupo de tratamento e grupo controle. Os participantes do grupo
de tratamento são expostos a determinada intervenção, e os do grupo controle não sofrem
essa exposição. A intervenção estudada pode ser uma nova droga ou conduta médica.
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OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Esses tipos de estudos enfrentam problemas que, nos outros estudos, não foram falados.
São problemas éticos e logísticos, além de serem caros. Hoje em dia, existem comissões
de ética que regulamentam esse tipo de estudo.
População-alvo
Essa população reflete a cultura sanitária e a qualidade do sistema de saúde local, por
exemplo: acesso do usuário ao sistema de saúde, suas noções de quais serviços deve
procurar, disponibilidade técnica de diagnóstico, entre outros.
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UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Em cada caso, a tomada de decisão envolve a ponderação dos custos e riscos da terapia e
seus benefícios. Os principais custos são obviamente os destinados ao desenvolvimento
do estudo. E entre os riscos de desenvolver um estudo farmacoepidemiológico estão as
possibilidades de identificar uma reação adversa associada ao medicamento, quando
de fato isso não ocorre, ou prover falsas garantias quanto à segurança do medicamento.
Esses riscos podem ser minimizados pelo desenho apropriado do estudo, por
pesquisadores capacitados e uma interpretação dos resultados obtidos.
42
CAPÍTULO 2
Outros estudos de
farmacoepidemiologia
Juntamente com a EUM, a OMS e o DURG, surge o sistema ATC/DDD, que permite fazer
estudos comparativos de consumo de medicamentos no país em diferentes períodos
de tempo e estudos internacionais, independentemente de variações de preços, de
apresentações farmacêuticas e da procedência dos dados.
Algumas limitações do uso da DDD são os fármacos que possuem mais de uma
indicação com doses diferentes para cada indicação; não equivalem necessariamente à
dose média prescrita nem à dose média ingerida; pouco útil para expressar o consumo
de medicamentos quando as combinações em doses fixas de dois ou mais princípios
ativos constituem uma parte importante do mercado.
43
UNIDADE II │ OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA
Epi info
Epi info é um software de domínio público, cuja instalação pode ser baixada pela
Internet, criado pelo Centers for Disease Control and Prevention ─ CDC, para a área
da saúde, na parte de epidemiologia.
A primeira versão do Epi Info foi lançada em 1985, ainda utilizando o sistema DOS,
e EPI2000 é a primeira versão para Windows, facilitando a compatibilidade com os
programas Access e Excel.
44
OS MEDICAMENTOS E A SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE II
Foi desenhado por Andrew G. Dean, MD, MPH, THOMAS G. ARNER e PHD, na divisão
de Epidemiologia e Informática em Atlanta, Geórgia.
Nele podemos criar uma base de dados mediante tabelas que estão relacionadas entre
si, permitindo uma leitura simples e lógica para que se possa trabalhar com esses dados.
»» história clínica;
»» perguntas;
»» formulários.
Fatores importantes:
»» descrever o questionário;
»» estética da pesquisa.
Tipo de estudo:
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USO RACIONAL DE
MEDICAMENTOS E UNIDADE III
REAÇÕES ADVERSAS
CAPÍTULO 1
O mercado farmacêutico
Fonte:< http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/registro_novos.htm>.
Fonte: dados retirados da OMS (2002). Promoción del USO racional de medicamentos:
componentes centrales. Perspectivas políticas de la OMS sobre medicamentos, no.5 de 2002.
Ginebra, Organización Mundial de la Salud.
46
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS │ UNIDADE III
Para alguns autores, PRM são basicamente falhas que surgem na farmacoterapia e que
resultam do não alcance dos objetivos terapêuticos ou que produzam efeitos não desejados.
47
UNIDADE III │ USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS
Fonte: Comité de Consenso. Tercer Consenso de Granada sobre problemas relacionados con los medicamentos (PRM) y
resultados negativos asociados a la medicación (RNM). Ars Pharm 2007; 48(1):5-17
48
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS │ UNIDADE III
49
CAPÍTULO 2
Reações e eventos adversos
O uso de medicamentos pode trazer, além dos efeitos benéficos de seu tratamento, as
reações adversas, e sabe-se que essas reações são causas significativas de hospitalização,
de aumento do tempo de permanência hospitalar e, até mesmo, de óbito.
O curso temporal do efeito adverso de algum fármaco algumas vezes são resultados da
administração, que em seguida pode-se realizar a interrupção dessa aplicação e cessar
os efeitos, porém, alguns podem aparecer meses, ou anos após o tratamento crônico,
por exemplo, ser iniciado.
De acordo com Laporte e Capellá, 1989, os termos “reação adversa”, “efeito indesejável”
e “doença iatrogênica” são equivalentes. No entanto, diversos termos são empregados
provocando confusões resultantes da própria dificuldade conceitual e de problemas de
traduções.
50
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS │ UNIDADE III
Superdosagem relativa
Exemplo:
Efeitos colaterais
Exemplo:
51
UNIDADE III │ USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS
Efeitos secundários
São devidos não à ação farmacológica principal do medicamento, mas como consequência
do efeito buscado.
Exemplo:
Idiossincrasia
Reações nocivas, às vezes fatais, que ocorrem em uma minoria dos pacientes. Definida
como uma sensibilidade relativa a um determinado produto. Em geral, considera-se
que esse tipo de reação se deve ao polimorfismo genético, que é a variação no número e
no tipo de mutações estáveis do DNA.
Exemplo:
Hipersensibilidade alérgica
52
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS │ UNIDADE III
Exemplo:
Tipo I ─ anafilaxia, uma resposta súbita e potencialmente letal provocada pela liberação
de histamina e de outros mediadores. As principais características incluem erupções
urticariformes, edema dos tecidos moles, broncoconstrição e hipotensão.
Tolerância
Exemplo: a tolerância produzida entre pacientes que usam barbitúricos, já que seu uso
contínuo e crônico pode anular seu efeito anticonvulsivante.
Para muitos autores, essa classificação não tem muita aplicabilidade clínica e
epidemiológica. Alguns efeitos de importância clínica e sanitária são difíceis de serem
enquadrados nessa classificação, como exemplo a teratogenia.
53
UNIDADE III │ USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS
Em resumo, podemos também dizer que as reações adversas podem ou não estar
relacionadas com a ação farmacológica principal do fármaco.
54
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS │ UNIDADE III
55
UNIDADE III │ USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS
Neonatos e crianças
Idosos
Os pacientes idosos estão predispostos às reações adversas por diversas razões, como:
a dificuldade de obediência ao regime de tratamento, seja por esquecimento, por
incompreensão do esquema terapêutico ou por dependência física, terapia com múltiplas
drogas, aumento das reações de hipersensibilidade e alterações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas características dessa faixa etária.
Grupo II – Gênero
As mulheres são mais suscetíveis às reações adversas, possivelmente por uma associação
de fatores como as complicações obstétricas que ocorrem ao longo da vida fértil da
mulher, os episódios de dismenorreia que requerem o uso de medicamentos, às vezes
por vários anos, o uso de contraceptivos e uma maior concentração de tecido adiposo.
É possível, ainda, que exista um determinante hormonal que possa afetar o metabolismo.
Durante a gravidez, a mulher passa por alterações. Em geral, nesse período, ocorre
um aumento do volume sanguíneo de cerca de 50%, o que implica aumento do volume
de distribuição de drogas hidrossolúveis, por exemplo. A atividade metabolizadora
enzimática pode estar alterada devido aos fatores hormonais, tornando-se mais efetiva
para a biotransformação de algumas drogas e menos para outras.
A “barreira placentária”, que é constituída por tecidos que obedecem aos mesmos fatores
que controlam o transporte transmembrana, tem sua velocidade de transferência de
drogas dependente das características físico-químicas da droga e do seu gradiente
de concentração. No período embrionário que vai da terceira à décima semana de
57
UNIDADE III │ USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS
Grupo IV – Patologias
58
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS │ UNIDADE III
Grupo V – Hipersensibilidade
»» recorrência;
»» sintomas característicos.
59
UNIDADE III │ USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS
Vocês podem encontrar na página do ISMP (Institute for Safe Medication Pratcies)
alguns dados de estudos Farmacoepidemiologicos sobre RAM e EAM. Alguns
exemplos são:
Fonte:<https://www.ismp.org/medication-safety-alerts?field_alert_type_target_
id%5B2%5D=2#alerts--alerts_list>.
60
CAPÍTULO 3
Relação da Farmacoepidemiologia
Com Ram/Eams
Dinâmica da exposição
61
UNIDADE III │ USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS
»» Processo de prescrição/utilização.
Período de risco
»» Immortal time.
1. Rigor e exaustividade.
3. Taxa de resposta.
9. Eficiência.
62
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E REAÇÕES ADVERSAS │ UNIDADE III
63
DESENVOLVIMENTO DE UNIDADE IV
NOVOS FÁRMACOS
CAPÍTULO 1
Farmacologia Clínica
Os fármacos são substâncias químicas que podem ter sua origem animal, vegetal,
mineral ou sintética. Essas substâncias químicas são utilizadas para prevenir,
diagnosticar e tratar doenças.
Ensaios pré-clínicos
In vitro é uma expressão do latim e significa “em vidro”, ou seja, processos biológicos
que são realizados em ambiente fechado, controlado, de um laboratório, normalmente
feitos em recipientes de vidro (exemplo: fertilização in vitro realizada por meio de
técnicas de reprodução assistida).
E in vivo significa “dentro do vivo”, ou seja, “que ocorre ou tem lugar dentro de um
organismo”. Em ciência, in vivo se refere a experimentos com animais (ratos, cães,
camundongos ou outras espécies) ou tecidos vivos de animais.
Nos ensaios pré-clínicos in vivo, os estudos toxicológicos mais comuns são por meio da
avaliação da dose letal de 50% (DL50), dose eficaz de 50% (DE50) e índice terapêutico
(IT), que chamamos de fase aguda.
DE50 é a dose “eficaz” para 50% da população. Sendo assim, depende da medida de
eficácia usada.
65
UNIDADE IV │ DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS
Para o cálculo do Índice Terapêutico (índice que indica a margem de segurança dos
fármacos), consideram-se as doses letal e eficaz. Isso significa que quanto maior o IT,
maior a sua segurança.
Ensaios clínicos
Ensaio clínico é o delineamento, com maior poder, para delimitar eficácia de um
fármaco ou outro tratamento. O ensaio clínico consiste no principal método utilizado
pela Farmacologia Clínica. Nele, o tratamento é administrado a um grupo de indivíduos
(grupo intervenção), sendo seus resultados comparados com os verificados em outro
grupo (grupo controle), que recebe substância desprovida de efeito próprio (placebo)
ou tratamento convencional. A definição da OMS é: “um experimento planejado ética
e cuidadosamente com o objetivo de responder a algumas perguntas precisas e bem
delineadas”.
»» Relação dose/efeito.
»» Duração do efeito.
»» Efeitos colaterais.
66
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS │ UNIDADE IV
»» Indicação da eficácia.
»» Confirmação da segurança.
Fase lll: estudos internacionais, de larga escala, em múltiplos centros, com diferentes
populações de pacientes para demonstrar eficácia e segurança (população mínima
aprox. 800).
»» Indicações.
»» Contraindicações.
»» Efeitos colaterais.
»» Medidas de precaução.
67
UNIDADE IV │ DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS
Fase IV: são pesquisas realizadas depois de comercializado o produto e/ou especialidade
medicinal.
Essas pesquisas são executadas com base nas características com que foi autorizado
o medicamento e/ou especialidade medicinal. Geralmente, são estudos de vigilância
pós-comercialização para estabelecer o valor terapêutico, o surgimento de novas
reações adversas e/ou confirmação da frequência de surgimento das já conhecidas, e as
estratégias de tratamento.
Nas pesquisas de fase IV, devem-se seguir as mesmas normas éticas e científicas
aplicadas às pesquisas de fases anteriores.
Os ensaios controlados são aqueles em que se compara o teste com o controle (placebo:
“ativo” ou “inativo”). Podem ser divididos em abertos (tratamento conhecido) e cegos
(uma ou ambas as partes desconhecem o tratamento).
68
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS │ UNIDADE IV
Entretanto, é totalmente conhecido que a relação existente entre dose e efeito dos
fármacos é muito variável entre os indivíduos. Tais variações dependem não somente
da dose, mas também da gravidade da doença, das funções cardiológicas, hepatológicas,
renais e da motilidade gastrintestinal, da atividade hormonal e da farmacocinética do
princípio ativo. Assim, várias fases estão envolvidas na resposta terapêutica do fármaco:
fase farmacêutica; fase farmacocinética; fase farmacodinâmica.
69
CAPÍTULO 2
Farmacovigilância
Seus objetivos são a melhoria no uso dos medicamentos para tratamento e prevenção
de doenças.
70
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS │ UNIDADE IV
Segundo a OMS, “um reporte de casos em farmacovigilância pode ser definido como:
uma notificação relativa a um paciente com um evento adverso médico (ou teste de
laboratório anormal) suspeito de haver sido induzido por um medicamento”. As ações
de farmacovigilância estão voltadas para a detecção precoce de reações adversas
desconhecidas ou interações medicamentosas e para a detecção de aumentos na
frequência de ocorrência de reações adversas conhecidas.
71
UNIDADE IV │ DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS
72
CAPÍTULO 3
Medicamentos
Para essa organização, deve haver uma equipe multidisciplinar para o desenvolvimento
e avaliação da conciliação de medicação.
73
UNIDADE IV │ DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS
»» plantas medicinais;
»» produtos biológicos;
»» produtos médico-farmacêuticos;
»» vacinas.
Método Dáder
Esse método de Seguimento Farmacoterapêutico (SFT) foi elaborado em Granada
(Espanha), em 1999, pelo grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica. Trata-se
de um sistema simples que nos permite realizar esse seguimento a qualquer paciente,
em qualquer tipo de assistência sistematizada, documentada e contínua. É permitido
registrar, monitorar e avaliar os efeitos da farmacoterapia.
»» oferta do serviço;
»» primeira entrevista;
»» estado de situação;
»» fase de estudo;
»» fase de avaliação;
74
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS │ UNIDADE IV
»» fase de intervenção;
»» resultado da intervenção;
»» entrevistas sucessivas.
75
INTRODUÇÃO
À SEMIOLOGIA UNIDADE V
FARMACÊUTICA
CAPÍTULO 1
Introdução à semiologia farmacêutica
Definição e história
Semiologia é o ramo da medicina que estuda os sinais e os sintomas da doença, e por
meio desse estudo se pode interpretar o que o paciente está sentindo para chegar a um
diagnóstico.
Segundo o pai da medicina, Hipócrates (500 anos A.C.), o exame físico era o momento
em que se realizava a inspeção e a palpação em um paciente. Hipócrates, nessa época,
desmistificou as funções sacerdotais mitológicas que até então predominavam e
introduziu o conceito de que a interpretação da doença somente seria possível pela
observação e pelo controle do paciente, formando assim o caminho inicial de medicina.
76
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
São sempre relatados pelo paciente como um incômodo que só ele consegue perceber.
Sinais: são dados que são vistos, tocados, medidos etc. pelo profissional. São objetivos.
Será possível verificar por qualquer outro examinador. Não aparecem relacionados
pelo paciente. São extraídos dos exames.
Os sinais são sintomas inúteis quando considerados isoladamente. Agora se, por outro
lado, são considerados em conjunto, forma-se um quadro clínico. Às vezes, esse
quadro clínico é exclusivo para uma causa. Quando isso acontece, já começamos a falar
de doença.
Síndrome: é um conjunto de sintomas e sinais que pode ter diferentes causas. A síndrome
pode ser causada por várias doenças, por exemplo: síndrome febril, síndrome do
hipertireoidismo, síndrome meníngea.
Quando falamos em síndromes, falamos sobre as condições clínicas que podem ter
diferentes causas, mas cujo quadro clínico é sempre o mesmo.
A doença tem as suas próprias características e, em geral, tem uma causa específica,
é uma alteração ou desvio de estado fisiológico em uma ou mais partes de corpo, que
geralmente é devido a uma etiologia específica e manifesta-se por sintomas e sinais
característicos, cuja evolução é mais ou menos previsível.
Terminologia
Terminologia em um Processo Patológico:
ETIOLOGIA = Causa
Conhecendo a causa primária, sobre ela podemos realizar o diagnóstico, entender seu
mecanismo de ação e pensar em um tratamento.
»» genéticos ou ambientais;
78
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
Cuidado clínico
A História Clínica de um paciente é um documento no qual são listados em ordem
cronológica todos os dados relativos ao seu estado de saúde ou doença. Ela pode ser
coletada em um consultório médico, em uma sala de emergência, em um quarto de
hospital ou até na própria casa do paciente, e consiste em dois componentes primários:
o interrogatório e exame físico.
Para Hipócrates, o objetivo de uma história clínica, ou prontuário médico, era agrupar
informações, que pudessem auxiliar na reflexão sobre o curso da doença, indicando
possíveis causas e encontrando, por meio da análise comparativa e empírica, a melhor
forma de tratá-las.
Esse método ficou conhecido como a teoria das hipóteses diagnósticas (definidas como
soluções intuitivas para o problema), baseados em abordagem geral do paciente, em
alguns sinais e no contexto percebido.
79
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
Até então, os métodos eram utilizados previamente com cada médico, que tinha seu
próprio método de anotações de acordo com a condição do paciente e de acordo com
a sua especialidade. Essas notas informavam o estado desse paciente no momento e,
em caso de se realizar um procedimento, anotava-se qual era, o resultado obtido e
nada mais.
Lawrence Weed, a partir dos anos de 1960, publicou seus estudos tratando o método
clínico, os registros médicos e a avaliação da qualidade que apresenta uma abordagem,
conhecida pela sigla PORM, que significa Problem-Oriented Medical Record, e propôs
as quatro fases da ação médica:
1. coleta de dados;
2. identificação de problemas;
3. planejamento;
4. seguimento.
Atualmente, a maioria dos centros de saúde e hospitais segue esse método para
a realização das histórias clínicas médicas, sendo um documento obrigatório que
estabelece a elaboração de um prontuário médico para cada paciente. Esse prontuário
pode ser elaborado tanto no papel como de forma eletrônica.
No quadro a seguir, podemos observar como estão desenvolvidas essas quatro fases,
em uma descrição realizada em 1971:
Fase 1. Coleta de dados – Organização do conjunto de dados do paciente incluindo história clínica, exame físico e resultados laboratoriais.
Fase 2. Identificação de problemas – Formulação de uma lista completa dos problemas do paciente identificados pelo médico.
Fase 4. Seguimento – Acompanhar o progresso das ações realizadas e a evolução dos problemas abordados.
80
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
A: assessment (valoração).
Esses registros de dados descrevem como o paciente se sente, como ele explica e o que
o profissional de saúde observa. São dados descritivos, não são confirmados por testes.
São obtidos observando como o paciente se comporta e escutando como ele descreve
seus sintomas.
A história clínica (H.C) deve ser um documento único, integrado e com toda a informação
para cada paciente no hospital, tendo que ser um sistema de recuperação eficaz da
informação clínica.
Sua principal função é assistir o paciente, permitindo o registro por equipes diferentes.
Outras características são: ensino, permitindo estudos para investigação e epidemiologia,
avaliação da qualidade e potencial profissional, planejamento e saúde gestão e utilização
em casos legais nessas situações jurídicas, se necessário.
81
CAPÍTULO 2
Semiologia Farmacêutica
Esse ato surge como um novo ramo na busca pela saúde da população, com o objetivo
de promover, proteger e recuperar a saúde, além de prevenir doenças, nas farmácias
principalmente.
Com o surgimento da Farmácia Clínica, entre as décadas de 1960 e 1970, nos Estados
Unidos, estimulou-se a participação do farmacêutico em programas de uso seguro
de medicamentos em hospitais, e somente nos anos 2000 chegou ao Brasil. Mais de
uma década depois, sabemos que hoje é uma prática que pode ser desenvolvida em
hospitais, ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias comunitárias,
instituições de longa permanência e domicílios de pacientes, entre outros, e esse
conceito se relacionará muito com a Semiologia Farmacêutica.
82
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
O importante é não esquecer que essa prática profissional não deve ser confundida com
diagnóstico, que é uma atividade realizada pelo médico, mas sim saber que é uma nova
ferramenta na dispensação ativa de medicamentos de venda livre.
Essa atividade passou a ser uma das atribuições clínicas do profissional farmacêutico e
deve apresentar como objetivo as necessidades de saúde do paciente, sempre baseada
nas melhores evidências científicas, nos princípios éticos, e estar em conformidade com
as políticas de saúde vigentes. O exercício deve estar fundamentado em conhecimentos
e habilidades que garantem a sua autonomia técnica.
Nos últimos tempos, o farmacêutico vem buscando uma participação ativa diante de
uma integração multidisciplinar, para garantir a eficácia e a eficiência do tratamento,
fazendo-se presente a equipe de atenção à saúde, com o surgimento da farmácia clínica
e, posteriormente, com atenção farmacêutica, depois com a farmacoepidemiologia e a
farmacovigilância, para desenvolver uma prática focada no paciente, com a prevenção
de problemas farmacoterapêuticos, como observamos nas unidades estudadas
anteriormente e agora com a Semiologia.
Para o autor Marcelo Bisson (2007, p. 24), o termo semiologia farmacêutica se refere
“à utilização dos métodos de semiologia adaptados à prática farmacêutica e voltados à
prevenção e a condutas tomadas para problemas relacionados a medicamentos”.
83
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
WATANABE, S.; HAYASHI, M.). O método que eles utilizaram foi avaliar a utilização
em estudantes de farmácia sobre o desenvolvimento de habilidades de raciocínio clínico.
Nos dias de hoje, e nessa etapa de nossa carreira como profissional de saúde, observamos
claramente que o uso indiscriminado de drogas é uma das causas que gera o aumento
da expectativa de vida, mas que também traz riscos e falhas na farmacoterapia.
Quando um paciente não pergunta ao farmacêutico sobre uma dúvida que tem sobre
seu tratamento, pode ser um problema, e pior, não significa que essa questão, problema
ou dúvida não exista, porque o paciente pode às vezes nem saber o que está por vir,
afinal não foi ele quem estudou para isso. Nós, sim, podemos avaliar toda a situação,
paciente e medicamento, e compreender o que está se passando.
84
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
Fonte: <http://semanaracine.blogspot.com.ar/2008/04/qual-diferena-entre-ateno-
farmacutica-e.html>.
Como começar
O farmacêutico, quando atuar em semiologia, deverá saber realizar o exame físico do
paciente, e isso pode incluir os seguintes procedimentos: inspeção, palpação, percussão
e auscultação. E esses conceitos se verão a seguir, quando tratarmos de Exames Físicos.
»» Farmacologia/Farmacoterapia;
»» Farmacotécnica;
»» Farmacocinética e Farmacodinâmica;
»» Fisiologia;
85
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
»» Epidemiologia e Etiologia;
»» Monitorização Clinica;
»» Adesão ao tratamento;
»» A prevenção da doença;
»» maiores de 65 anos;
»» imunodeprimidos;
»» pacientes grávidas.
Dentro dos sintomas e sinais menores que podemos identificar em farmácias, estão:
»» problemas cutâneos;
»» problemas odontológicos;
»» oftalmológicos;
»» náuseas, vômitos;
»» cefaleia;
»» dismenorreia.
86
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
É necessário saber que a semiologia farmacêutica não veio para que toda a população
realize consultas nas farmácias ou substitua diagnósticos médicos, mas para que, quando
um paciente chegue à farmácia e necessite, seja possível investigar sintomas e sinais
para identificar o melhor medicamento para ele ou se o seu caso necessita de consulta
médica, por exemplo, além de realizar o cuidado clínico ou um acompanhamento de
seu tratamento.
Não esquecer:
b. cuidados:
87
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
Os MIPs são os medicamentos que podem ser dispensados sem exigência de prescrição
médica, utilizados para tratar sintomas e males menores com segurança e eficácia.
A ANVISA oferece uma lista em sua página que contempla apenas os grupos terapêuticos
e indicações terapêuticas: <http://portal.anvisa.gov.br/mip/lista-de-medicamentos>.
88
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
»» dispensação e orientação.
89
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
O farmacêutico não substitui os outros profissionais de saúde, mas tem sua função
como atuação complementar, combatendo a automedicação, o consumo abusivo de
medicamentos e prevenindo a morte por intoxicação de medicamentos.
1. necessidade do medicamento;
2. efetividade do medicamento;
3. segurança do medicamento.
90
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
»» identificação do problema:
›› seleção adequada;
›› alergias e intolerância;
›› reações adversas;
›› dependência;
›› falta de terapia;
›› custos de terapia;
»» seguimento farmacoterapêutico:
›› fármaco utilizado;
›› doses;
›› via de administração;
›› início;
›› fim;
›› observações.
91
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
6. posologia utilizada;
»» revisar a terapêutica;
92
CAPÍTULO 3
Métodos a utilizar
Os métodos a seguir são bem parecidos. Todos contam com etapas, nas quais o
profissional tem total contato com o paciente. Ambos conversam muito e definem
práticas de como manter e seguir o tratamento aplicado.
Método de Dadér
O método de Dadér, desenvolvido pelo grupo de pesquisa em Atenção Farmacêutica
da Universidade de Granada, do qual falamos em capítulos anteriores, também está
presente na semiologia. O método segue o modelo orientado por problemas de Weed.
<http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S0034-75152012000200010&script=sci_
arttext>.
93
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
Esse método é também conhecido como modelo Minnesota porque, após a publicação
do conceito de atenção farmacêutica por Hepler e Strand, foi desenvolvido um projeto
na Universidade de Minnesota denominado Minnesota Pharmaceutical Care Project
(CIPOLLE, R. J.; STRAND, L. M.; MORLEY, P. C. Pharmaceutical Care Practice
– The Clinician’s Guide. 2a. Ed. New York: McGraw-Hill, 2004).
Nesse caso, o projeto foi coordenado pelo Instituto Peters de Atenção Farmacêutica,
e se estudou aplicação prática do PWDT por 54 farmacêuticos em 20 farmácias.
Os resultados desse projeto, com duração inicial prevista de três anos, foram publicados
em 1998 e traziam dados de 5.480 pacientes atendidos durante os últimos doze meses
do projeto (CIPOLLE, R. J.; STRAND, L. M.; MORLEY, P. C. Pharmaceutical Care
Practice – The Clinician’s Guide. 2a. Ed. New York: McGraw-Hill, 2004).
1. avaliação;
94
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
Na primeira fase, o farmacêutico pode realizar uma entrevista para coletar informações
do paciente para posterior avaliação. Nesse momento, obtém-se quais medicamentos
estão sendo utilizados por ele, seus hábitos de vida e informações clínicas (<http://
www.ufpi.br/subsiteFiles/lapnex/arquivos/files/metodos_clinicos_mc.pdf>).
Com respeito à efetividade e à segurança, são conceitos que são tomados como dimensões
dos resultados que nos traz a farmacoterapia. E, por fim, a adesão do paciente somente
deve ser considerada após essa análise.
Com isso, será formulado um plano de cuidado para cada tratamento, havendo ou não
presença de PRM, e cada plano é registrado em um formulário próprio de uma página
ou de um arquivo.
95
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
1. coleta de informações;
5. dispensação do medicamento;
6. entendimento do paciente;
2. PWDT;
3. TOM;
4. DÁDER.
»» ser ético.
96
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
A consulta pode ser considerada um ato demandado pelo paciente, ou seja, por sua própria
vontade, ou pela equipe de saúde em que o farmacêutico busca prevenir e resolver os
problemas relacionados à saúde e à farmacoterapia do paciente que foi à sua procura.
No hospital, por exemplo, o farmacêutico clínico deve ser capaz de interpretar a H.C. e,
a partir dela, obter a informação que pode relacionar ou influenciar na farmacoterapia
que, nesse momento, o paciente esta recebendo. Por isso, é importante conhecer o que
é uma História Clínica e seu conteúdo.
Pode-se perceber, com o relato do paciente, suas dificuldades para tomar os medicamentos,
quantas vezes esqueceu-se de tomar nesses últimos dias. Analisa-se mediante:
»» histórico de compra;
Todos esses fatores podemos utilizar para avaliar adequadamente como o paciente
faz uso dos medicamentos e de sua experiência de medicação. A responsabilidade
do profissional nesse caso será compreender a dimensão da adesão do paciente ao
tratamento e trabalhar a fim de que ela não seja um problema.
»» metas terapêuticas;
»» intervenções terapêuticas;
»» SOAP;
»» identificar PRM;
»» plano de cuidado.
Às vezes, será necessário o contato com o médico, que pode não ser simples, mas,
sempre que surgir essa necessidade, deverá ser realizado.
Muitas vezes, é inadequado pedir ao paciente que relate ao médico sugestões adquiridas
na farmácia, pois a informação pode chegar distorcida e gerar desentendimento.
98
INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA │ UNIDADE V
Quando o contato telefônico com o médico não estiver disponível ou for inoportuno,
a sugestão é elaborar um informe escrito, que também é conhecido como informe
terapêutico e é uma ferramenta poderosa de comunicação.
O tempo entre uma consulta e outra dependerá de muitos fatores, mas o principal é
esperar para observar resultados se é esse o objetivo.
Quadro 2.Tipos de intervenções farmacêuticas realizadas na Atenção Farmacêutica.
Fonte: SABATER, FERNANDEZ-LLIMÓS; PARRAS, M.; FAUS, M. J. Tipos de intervenciones farmacêuticas em seguimento
farmacoterapeutico. Seguimiento Farmacoterapeutico 2005; 3(2):90-97.
99
UNIDADE V │ INTRODUÇÃO À SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA
Links interessantes:
<www.pharmaceutical-care.org>.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/PropostaConsensoAtenfar.pdf>.
<http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/138/pb86web.pdf>.
100
Para (não) Finalizar
No Brasil, teve seu início quando Carlos da Silva Lacaz, médico, cientista e professor,
formado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, destacou-se no estudo
da medicina de doenças tropicais e, juntamente com seus colaboradores, publicou o
livro “Doenças Iatrogênicas”, no início da década de 1970, com o objetivo de alertar os
profissionais de saúde quanto ao risco relacionado ao uso dos medicamentos. Assim
podemos considerar o início das discussões relativas ao assunto farmacoepidemiologia.
Observamos que os ensaios clínicos não são feitos sobre um número suficiente de
pacientes tratados durante um período suficientemente longo para permitir detectar
todos os efeitos indesejáveis do produto estudado e necessitam, às vezes, de muitos
recursos para sua realização, que infelizmente nem sempre está disponível. Os estudos
intensivos ou os estudos de coorte têm um custo muito elevado e nunca conseguem
pacientes suficientes para descobrir e finalizar um estudo com segurança, por exemplo,
de reações indesejáveis cuja incidência seja inferior a 1 para 5000 ou 10000 pacientes.
101
PARA (NÃO) FINALIZAR
Seja em hospitais, clínicas, centros de unidades básicas, farmácias, assim como todas as
organizações relacionadas à atenção de serviços de saúde, necessitam de ferramentas
essenciais de epidemiologia.
Uma boa avaliação requer tempo, com dados bem precisos, como datas, horários
início e términos da administração do medicamento, e o tempo em que surge o efeito
indesejável ou a anomalia.
Hoje contamos com sistemas on-line de notificação. A Primeira Portaria é a Portaria CVS
4, publicada em 7 de maio de 2005, que atualiza e institui os formulários de notificação
de suspeita de RAM e desvio de qualidade, dispõe sobre seus fluxos e providências
correlatas.
102
PARA (NÃO) FINALIZAR
Sabemos que, no Brasil, o cenário da assistência médica no setor público às vezes não é
fácil, e muitas vezes há uma sobrecarga na atenção particular.
Assim, ele agradece, a população agradece (não passa a ser um problema generalizado),
e nós, outros profissionais farmacêuticos, também agradecemos.
103
Referências
ACURIO, F. A.; GUIMARAES, M. D. C. Health care utilization and survival
among patients with Aids. In Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde
Públ 1998; 14(4), pp.811-20.
104
REFERÊNCIAS
ROSA, M. B.; PERINI, E. Erros de medicação: quem foi? Revista. Assoc. Med. Bras.
2003; 49: pp.335-341.
STROM, B. Pharmacoepidemiology. 3nd. edition, New York, John Wyley & Sons
Inc. 876p, 2000.
105
REFERÊNCIAS
Outros
Dicionário de Especialidades Farmacêuticas 2003/2004. Produção JBM.
www.e-bookspdf.org:
Sites
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/iesus_vol7_3_usos.pdf>.
<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S1679-49742003000400003>.
<https://www.scribd.com/document/377502331/Farmacoepidemiologia-e-
Semiologia>.
<http://157.86.8.13/sus20anos/index.php?option=com_
content&;view=article&id=54:a>.
<http://www.ismp.org/>.
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/iesus_vol7_3_usos.pdf>.
<http://www.who.int/countries/bra/es/>.
<http://www.anvisa.gov.br/>.
<http://www.cvs.saude.sp.gov.br/>.
106
REFERÊNCIAS
<http://www.ufpi.br/subsiteFiles/lapnex/arquivos/files/metodos_clinicos_mc.pdf>.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/PropostaConsensoAtenfar.pdf>.
<http://digibug.ugr.es/handle/10481/28341>.
<http://pt.slideshare.net/CassyanoJCorrer/mtodo-clnico-para-os-cuidados-
farmacuticos>.
<http://www.ufpi.br/subsiteFiles/lapnex/arquivos/files/metodos_clinicos_mc.pdf>.
<http://sefh.interguias.com/libros/tomo1/Tomo1_Cap2-2.pdf>.
<http://www.saude.sp.gov.br/resources/ipgg/assistencia-farmaceutica/otuki-metodo
clinicoparaatencaofarmaceutica.pdf>.
<http://es.scribd.com/doc/35713958/Semiologia-Farmaceutica-CRF-AL>.
<http://www.scribd.com/document/86475017/REACOES-ADVERSAS-A-
MEDICAMENTOS>.
<http://www.who.int/en/>.
<http://www.conselho.saude.gov.br/14cns/docs/constituicaofederal.pdf>.
<http://whqlibdoc.who.int/publications/2010/9788572888394_por.pdf>.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_nacional_medicamentos_
rename_2017.pdf>.
<http://200.145.142.234/Metodologia/f-aula_6/01-estudos_de_coorte.htm>.
<http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/9720/problemas-
relacionados-com-medicamentos-prm#ixzz2Jsvzxp1P>.
<http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com/2009_12_27_archive.html>.
<http://actamedicaportuguesa.com/pdf/2004-17/1/059-066.pdf>.
<https://www.ismp.org/medication-safety-alerts?field_alert_type_target_
id%5B2%5D=2#alerts--alerts_list>.
<http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf>.
<http://portal.anvisa.gov.br/mip/lista-de-medicamentos>.
<http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S0034-75152012000200010&script=sci_
arttext)>.
107
REFERÊNCIAS
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<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/PropostaConsensoAtenfar.pdf>.
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