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Farmacoterapia em Oncologia

Brasília-DF.
Elaboração

Giorgia Lemes Pereira

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

Apresentação.................................................................................................................................. 4

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa..................................................................... 5

Introdução.................................................................................................................................... 7

Unidade I
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama................................................................ 25

Capítulo 1
Quimioterapia neoadjuvante............................................................................................. 26

Capítulo 2
Hormonioterapia para doença metastática................................................................... 38

Capítulo 3
Principais classes terapêuticas.......................................................................................... 40

Unidade iI
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal.................................. 49

Capítulo 1
Colorretal e esôfago....................................................................................................... 50

Capítulo 2
Pâncreas e estômago........................................................................................................ 67

Capítulo 3
Canal anal, biliar e hepatocarcinoma............................................................................ 71

Unidade iII
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório.............................................................. 78

Capítulo 1
Pulmão de células não pequenas.................................................................................... 78

Capítulo 2
Pulmão de pequenas células............................................................................................ 94

Referências................................................................................................................................... 98
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
O mais importante princípio que rege a conduta inicial para o tratamento de um
paciente com câncer é a definição, primeiro, dos objetivos do tratamento clínico. Para os
pacientes com doença curável, o objetivo é a cura utilizando tratamentos de modalidade
única ou combinada. Entretanto, se a doença não for curável, os objetivos são melhorar
e prolongar, com qualidade, a vida do paciente.

É importante lembrarmos que o planejamento terapêutico está baseado no diagnóstico


e na avaliação da extensão do tumor e que os principais objetivos dos tratamentos são
cura, prolongamento da vida útil e/ou melhora da qualidade de vida do paciente.

Existem três formas mais utilizadas de tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia e


quimioterapia.

Atualmente, poucas são as neoplasias malignas tratadas com apenas uma modalidade
de terapia. De acordo com o diagnóstico do paciente, o médico decide se elas serão
usadas em conjunto.

Graças aos avanços científicos, a pesquisa de novas formas de tratamento do câncer


tem se beneficiado muito. Os tumores sólidos representam um grande obstáculo ao
tratamento antineoplásico, devido à irrigação sanguínea irregular de certas áreas do
tumor, dificultando o acesso dos agentes antineoplásicos em concentração suficiente
nessas áreas. Além disso, ocorre extensa neovascularização (angiogênese), a fim
de prover as células tumorais de nutrientes e oxigênio, permitindo divisão celular
constante.

A angiogênese é um processo fisiológico que envolve o crescimento de novos


vasos sanguíneos a partir de vasos preexistentes.

O planejamento terapêutico de um paciente com câncer está baseado no diagnóstico,


na avaliação de extensão do tumor e no objetivo do tratamento a ser realizado, se está
lastreado na cura, prolongamento da vida útil e/ou melhora da qualidade de vida do
paciente.

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Tratamento adjuvante e neoadjuvante

Adjuvante
Um tratamento é chamado de adjuvante quando realizado após outro considerado
definitivo, que, em geral, pode ser cirúrgico ou, mais dificilmente, radioterápico.
Dependendo do tipo de tumor e do estágio em que se encontra, o tratamento adjuvante
pode consistir em: quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, terapia-alvo e
imunoterapia.

Esses tratamentos são administrados visando a acabar com focos microscópicos de


células cancerosas que, em algumas situações, podem persistir em algum lugar do
organismo e que podem não ser detectáveis em exames de imagem ou de sangue.
O risco de isso acontecer é estimado nas características do tumor e com base na sua
apresentação clínica, podendo, assim, decidir as indicações de uma ou mais modalidades
de tratamento adjuvante.

Neoadjuvante
Um tratamento é considerado neoadjuvante quando administrado antes do definitivo,
que, em geral, pode ser cirúrgico ou, mais raro, radioterápico. Como no tratamento
adjuvante, é composto de quatro modalidades de tratamento – quimioterapia,
radioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo.

A grande vantagem do tratamento neoadjuvante é tentar reduzir o tamanho do tumor


para evitar intervenções mais invasivas, como, por exemplo, no câncer de mama, a
mastectomia (retirada cirúrgica completa da mama).

Principais formas de tratamento do câncer


As três formas principais de tratamento do câncer são cirurgia, radioterapia e
quimioterapia. Dependendo do diagnóstico do paciente, a modalidade de terapia
pode ser usada em conjunto com a bioterapia ou terapia biológica, que pode alterar
as respostas biológicas e/ou realizar o tratamento com agentes derivados de fontes
biológicas. Ex.: Interferon; interleucinas; fatores de crescimento hematopoiéticos; fator
estimulante de colônias de granulócitos; fator estimulante de colônias de macrófagos;
fator de necrose tumoral; antígenos tumorais.

No tratamento quimioterápico do câncer de mama, por exemplo, é muito comum o


paciente utilizar fatores de crescimento hematopoiético e estimulante de granulócitos
para contribuir com o tratamento.

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A cirurgia é uma das principais modalidades de tratamento dentro da oncologia para a
maioria dos tumores sólidos.

Os tipos de tratamento cirúrgico são divididos em duas modalidades principais, a


cirurgia e a radioterapia:

» cirurgia citorredutora;

» cirurgia com intenção de cura para metástases;

» cirurgia paliativa, cujo objetivo principal é a melhoria na qualidade de vida


ou resolução de um quadro de urgência médica;

» cirurgia reconstrutora ou de reabilitação;

» cirurgia para emergência oncológica;

» cirurgia para doença residual.

A destruição de células através da radiação é induzida pela radioterapia. Cerca de 60%


dos pacientes com câncer recebem radioterapia em algum momento do tratamento.
Com efeito, a radioterapia pode ser usada para melhorar a qualidade de vida do
paciente, diminuir o tamanho tumoral, diminuir ou interromper hemorragias ou atuar
sobre outros sintomas, como a dor.

Radioterapia curativa: é considerada um importante tipo de tratamento


radioterápico visando à cura do paciente.

Radioterapia pré-operatória (citorredutora ou RT prévia): esse procedimento


acontece antes do principal tipo de tratamento, a cirurgia, é utilizado para tornar o
procedimento operatório mais fácil e reduzir o tumor.

Radioterapia pós-quimioterapia ou pós-operatória (radioterapia


profilática): acontece após o principal tipo de tratamento, para esterilizar possíveis
focos microscópicos do tumor.

Radioterapia paliativa: trata o local do tumor primário ou de metástase(s),


com o benefício de não influenciar a taxa da sobrevida global do paciente. É usada
principalmente nos seguintes casos:

» radioterapia antiálgica: tipo de radioterapia específica para reduzir a dor do


paciente, paliativa;

» radioterapia anti-hemorrágica: modalidade de radioterapia paliativa com a


finalidade específica de controlar os sangramentos.

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As neoplasias possuem um grau de radiossensibilidade que pode ser alta, média ou
baixa. Exemplos: neoplasias de alta radiossensibilidade: tumor de Ewing, leucemias,
tumor de Wilms, seminomas, meduloblastomas, disgerminoma do ovário e linfomas
de Hodgkin e não Hodgkin.

A quimioterapia é o uso de agentes químicos (fármacos antineoplásicos) no tratamento


do câncer, os quais podem ser utilizados isoladamente ou juntos para tratar tumores
malignos.

Quimioterápicos antineoplásicos

Classificação
A classificação dos agentes antineoplásicos é realizada conforme a estrutura e função
em nível celular.

» Alquilantes: ifosfamida, semustina, epóxidos (dibromomanitol, dibromocitrol),


dacarbazina, diaquitriazenes (dacarbazina), melfalan, melfalano, mostarda
nitrogenada e derivados (mecloretamina, ciclofosfamida, clorambucil),
cisplatina, carboplatina, alquil sifonatos (bussulfan), estramustina,
etilenamina, tiopeda, nitrosoureias (carmustine, lomustine, streptomizicin),
streptozocina.

Figura 1. Mecanismo geral de ação dos alquilantes.


1.

2.

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2017.

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Figura 2. Mostardas nitrogenadas.

R Fármaco
Clorometina

Clorambucil

Melfalano

Ciclofosfamida

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov.
2017.

» Clorometina: altamente irritante, instável em solução aquosa, usada por via


intravenosa.

» Clorambucil e melfalano: ativas por via oral, mostardas aromáticas menos


tóxicas, menos ativas.

» Melfalano: entra nas células pelo sistema de transporte de aminoácidos,


mostarda da fenilalanina.

» Ciclofosfamida (Figura 3): considerada pró-fármaco, bioativação da


ciclofosfamida feita no fígado pelo sistema do CYP450:

Figura 3. Bioativação da ciclofosfamida.

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov.
2017.

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»» Antimetabólicos: metotrexato, são análogos da pirimidina (5-flurouracil,
citosin-arabinosidio), análogos da purina (6-mercapturina, 6-tioguanina,
azatioprina).

Figura 4. Estruturas químicas da 6-mercaptopurina (a) e tioguanida (b).

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2017.

»» Mecanismo de ação: biossíntese de nucleotídeos.

Figura 5. Mecanismo geral de ação dos análogos das purinas.

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2017.

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»» Antibióticos antitumorais: epirubicina, bleomicina, antacíclicos
(doxorubicina, daunublastina, idarubicina), mitomicina, mitoxotrona.

Figura 6. Estrutura química da mitocina.

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov.
2017.

»» Plantas alcaloides: grupo paclitaxel, vimblastina e vincristina, etoposido


e teniposido.

Figura 7. Estrutura química da vimblastina R-CH3; vincristina R-COH.

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov.
2017.

»» Outras classificações: hidroxilreias, asparaginase.

Figura 8. Estrutura química da hidroxilreia: inibe a enzima ribonucleosídeoredutase, envolvida na formação dos

desoxirribonucleotídeos (DNA).

Fonte: Universidade Federal do Paraná, Curso de Farmácia, Setor de Ciências da Saúde, Disciplina de Química Medicinal
Farmacêutica. Disponível em: <http://http//people.ufpr.br/~qmf/index_arquivos/Antineoplasicos.pdf>. Acesso em: 17 nov.
2017.

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Os agentes antineoplásicos podem causar reações dermatológicas locais. Esses agentes
são classificados como:

»» quimioterápicos vesicantes: podem causar uma irritação severa, que vem


acompanhada com formação de vesículas e destruição do tecido quando
extravasados;

»» quimioterápicos irritantes: podem provocar uma reação cutânea de menor


intensidade quando extravasados (há sensação de dor e queimação, mas
sem necrose tecidual ou formação de vesículas); podem causar reação
inflamatória e dor no local da punção (mesmo que aplicado corretamente)
e ao longo da veia utilizada para aplicação;

»» quimioterápicos não vesicantes/irritantes: não ocasionam dor e


queimação durante a sua administração e não provocam reação cutânea
quando extravasados.

O tratamento pode ser: monoquimioterápico, usando apenas um fármaco antineoplásico


isoladamente, ou poliquimioterápico, mais de um fármaco antineoplásico em
combinação.

A quimioterapia é classificada, de acordo com os seus alvos, em:

»» curativa: o objetivo é conseguir o controle completo da doença. Exemplos:


doença de Hodgkin, carcinomas de testículo, leucemias agudas,
coriocarcinoma gestacional e outros tumores;

»» adjuvante: pós-cirurgia na qual houve remoção do tumor, tendo o


objetivo de eliminar células residuais locais ou circulantes, diminuindo
a incidência de metástases à distância e prevenir micrometástases.
Exemplos: quimioterapia adjuvante em câncer de mama operado,
estádio II;

»» neoadjuvante: indicada quando é necessário reduzir parcialmente o tumor,


e torná-lo operável, ou antes da radioterapia. Exemplos: quimioterapia
pré-operatória sarcomas de partes moles e osteossarcoma;

»» paliativa: não tem finalidade curativa. Paciente que apresenta metástase


ou com diagnóstico de recidiva. Usada para trazer melhor qualidade de
sobrevida ao paciente.

É importante lembrar que os agentes antineoplásicos, agentes biológicos e bloqueadores


hormonais utilizados concomitantemente à radioterapia podem ter graus variáveis

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de interação, dependendo do tipo de radiossensibilização. É possível apresentar os
seguintes efeitos:

»» efeito aditivo;

»» efeito sinérgico: o efeito citotóxico resultante é maior do que a soma dos


efeitos de cada agente separadamente;

»» efeito antagônico: ocorre diminuição no efeito da radioterapia e a


citotoxicidade resultante é menor do que a soma dos efeitos de cada
agente separadamente.

Além da quimioterapia, cirurgia e radioterapia, hoje contamos com tratamentos


menos prejudiciais às células saudáveis do organismo, tal como a terapia direcionada a
alvos moleculares. Esse é um tratamento com medicamentos que agem em mudanças
moleculares e em células oncológicas específicas.

Os grupos de fármacos envolvidos nessa modalidade terapêutica são:

»» inibidores da tirosina quinase;

»» inibidores de m-TOR;

»» inibidores de protessoma;

»» anticorpos monoclonais.

Requisitos para aplicação da Quimioterapia


Dosagem da hemoglobina e contagem de células do sangue. Os valores necessários à
realização da quimioterapia são:

»» Leucócitos > 4.000/mm³.

»» Neutrófilos > 2.000/mm³.

»» Plaquetas > 150.000/mm³.

»» Hemoglobina > 10 g/dl.

Dosagens séricas:

»» Creatinina < 1,5 mg/dl.

»» Ureia < 50 mg/dl.

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»» Ácido úrico < 5,0 mg/dl.

»» Bilirrubina total < 3,0 mg/dl.

»» Transferases (transaminases) < 50 Ul/m.

Esses critérios não são rígidos, mas devem levar em conta as características individuais
do paciente e do tumor.

Condições gerais do paciente:

»» menos de 10% de perda do peso corporal desde o início da doença;

»» não estar com infecção ou, se houver infecção presente, estar sob controle;

»» ausência de contraindicações clínicas para os medicamentos selecionados;

»» capacidade funcional equivalente aos três primeiros níveis, segundo


índices propostos por Zubrod e Karnofsky.

Vias de administração dos quimioterápicos


antineoplásicos
A administração dos quimioterápicos antineoplásicos pode ser via oral, endovenosa,
intramuscular, intrarterial, subcutânea, intravesical, intrapleural, intratecal,
intraperitoneal e intrarretal.

»» Via oral: tem como principais vantagens ser uma via indolor, possibilita
a inversão da administração, é um meio mais barato, conveniente e
seguro. Tem como desvantagens possíveis irritações gástricas, perda
da biodisponibilidade, vômitos e diarreias interferirem na absorção da
medicação e outras de qualquer medicação administrada por essa via.
As potenciais complicações dependem das específicas de cada agente.
Um cuidado importante que deve ser tomado na administração via oral é
manusear os quimioterápicos com luvas.

»» Via intramuscular: tem como vantagens fácil aplicação, efeito rápido com
segurança, via de depósito ou efeitos sustentados. Como desvantagens,
pode ser dolorosa, não suporta grandes volumes e tem sua absorção
relacionada ao tipo de substância administrada. Tem como complicações
possíveis lipodistrofias e abcessos.

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»» Via arterial: tem como principal vantagem o aumento da dose com
diminuição dos efeitos colaterais sistêmicos. Sua desvantagem pode ser o
requerimento de procedimento cirúrgico para colocação do cateter. Pode
ter como potenciais complicações sangramentos e embolia.

»» Via intratecal: uma vantagem é apresentar níveis séricos maiores do


medicamento antineoplásico no líquido cérebro-espinhal. Tem como
desvantagens requerer punção lombar ou colocação cirúrgica de um
cateter implantável ou de um reservatório para a administração da droga.
Pode apresentar complicações como confusão, letargia, cefaleia, náuseas,
vômitos e convulsões.

»» Via intrapleural: tem como vantagens a esclerose da parede da pleura que


previne a recidiva de derrame pleural. Tem como desvantagens a inserção
de dreno no tórax. Pode apresentar complicações como infecção e dor.

»» Via intravesical: tem como vantagem a exposição direta da superfície da


bexiga à droga. Tem como desvantagem requerer a colocação do cateter
de Folley. Potenciais complicações são infecções do trato urinário, reações
alérgicas à droga, contratura da bexiga, cistite, urgência urinária.

»» Via endovenosa: tem como vantagem efeito imediato e completa


disponibilidade da medicação. Pode apresentar como desvantagem
reações de hiperpigmentação da pele e esclerose venosa. Algumas
complicações podem ocorrer como: infecções, flebite, aparecimento de
vesículas ou quando há extravasamento do antineoplásico pode resultar
necrose.

»» Via retal: tem como vantagem ser usada quando há impossibilidade de


outras vias e como desvantagens a possibilidade de lesão da mucosa,
incômodo e absorção irregular.

O tratamento pode ser feito em combinação com a cirurgia e a radioterapia.

Como vimos, o tratamento com dois ou mais fármacos denomina-se poliquimioterapia


e permite a utilização de doses menores, com efeitos tóxicos menos severos e com
sinergismo de ação, com benefício final maior do que o oferecido por um tratamento
com fármaco isolado.

Os fármacos em combinação exercem um efeito conhecido com sinérgico ou aditivo.


O efeito aditivo é a soma dos benefícios obtidos com o emprego isolado, e o sinergismo
acontece quando um fármaco pode potencializar o efeito terapêutico do outro, tornando

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os resultados superiores ao somatório dos benefícios obtidos com o emprego isolado.
Por isso, observamos tantos protocolos com dois ou mais fármacos associados.

Exemplo de sinergismo:

Combinação de prednisona com vincristina no tratamento de LLA (leucemia linfocítica


aguda) em crianças.

Utilizando os fármacos isoladamente, a remissão completa é de 50% dos pacientes;


utilizando de forma associada, o índice de crianças beneficiadas cresce para 90%.

Para o tratamento do câncer, normalmente utilizam-se fármacos pertencentes a


diferentes grupos, com mecanismos de ação variados e diversos nos protocolos devido à
resistência, pois somente um número pequeno de células torna-se resistente à ação dos
antineoplásicos, depois de repetidas aplicações. Assim, podemos empregar várias vezes
o mesmo esquema terapêutico (o que chamamos de ciclos) sem riscos de resistência
tumoral precoce.

A associação de antineoplásicos possibilita o emprego de doses menores graças aos


efeitos aditivos e sinergéticos. A consequência são os efeitos colaterais menos intensos
e limitantes.

A resistência quimioterápica é uma característica combinada envolvendo um fármaco


específico, um tumor específico e um indivíduo, em que o agente se mostra ineficaz em
controlar o tumor, sem produzir toxicidade excessiva. A resistência aos fármacos pode
ser:

» natural: falta resposta inicial de um tumor a um fármaco;

» adquirida: o indivíduo apresenta após um tratamento inicialmente bem-


sucedido.

Os tipos de resistência à quimioterapia são: cinética, bioquímica e farmacológica.


Evidências diretas e indiretas indicam que o estado proliferativo das células tumorais é
o principal fator determinante da eficácia do tratamento. Sabe-se que há tumores com
altas taxas de células em divisão ativa, ou seja, possuem rápida progressão. São aquelas
que apresentam os melhores índices de resposta ao tratamento, com maior chance de
cura após tratamento sistêmico. Exemplo: tumores de células germinativas de testículo
e linfomas Hodgkin e não Hodgkin.

Por outro lado, tumores sólidos em adultos (próstata, colorretal, carcinoma broncogênico
não de pequenas células) e de crescimento lento são mais resistentes à maioria dos
antineoplásicos.

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Tumores diagnosticados na fase de platô do crescimento são menos sensíveis aos efeitos
da quimioterapia, especialmente pelos fármacos antimetabólitos.

A resistência aos antineoplásicos também pode ser apresentada por causas bioquímicas,
em que a superexpressão de uma proteína de transporte da membrana encontrada
em algumas células do tumor, denominada P-glicoproteína (P-170), nas células de
tumores resistentes, é uma das mais importantes causas da resistência a múltiplos
antineoplásicos.

De acordo com Kartner e Ling (1989), a molécula P-170 atua como uma bomba de efluxo
de fármacos, ou seja, os antineoplásicos entram na célula cancerosa, mas, rapidamente,
são bombeados pela P-170 para fora da célula, antes que produzam efeito citotóxico.

Os fármacos mais envolvidos são: alcaloides da vinca, antracíclicos, actinomicina-D e


podofilotoxinas. Fármacos bloqueadores de cálcio têm sido pesquisados no controle
da resistência a múltiplos antineoplásicos, pois são capazes de reverter ou bloquear os
efeitos da P-170.

A ação de muitos quimioterápicos depende da interação ou da inativação de moléculas


críticas para sobrevivência da célula. Exemplo: a ligação de metotrexato e fluorouracil
as enzimas de diidrofolato (DHFR) e timidilato sintetize (TS).

A resistência ao tratamento quimioterápico também pode estar relacionada há algum


tipo de falha na administração dos antineoplásicos, ou seja, pode ser devido a causas
farmacológicas, decorrentes de: subdoses, subpenetração (em casos de grandes tumores
ou por barreiras fisiológicas).

Grandes massas não são muito vascularizadas, o que dificulta a exposição das células
a concentrações suficientes de antineoplásicos. As barreiras fisiológicas dificultam a
penetração dos fármacos em áreas como cérebro e gônadas. Em casos como leucemia
em crianças, são locais de recidiva de doença.

Para realizar a escolha da farmacoterapia, é necessário primeiro identificar o diagnóstico


e estadiamento da doença. O tipo mais utilizado para diagnóstico é a biópsia e, após
esse procedimento, o estudo anatomopatológico.

Outros fatores que contribuem para o diagnóstico são:

» diagnóstico clínico: é muito importante para decidir a conduta mais eficaz a


ser realizada;

» exames citopatológicos: examina as células e suas alterações em casos


patológicos. Exemplo: exame Papanicolaou;

19
» biópsia: retirada de material para exame anátomo-patológico. Pode ser feito
em ambulatório por uma agulha fina (por palpação) ou por uma agulha
grossa, por imagem TC, US, mamografia (maior quantidade de material).
A biópsia também pode ser feita cirurgicamente (incisional, que é a retirada
de uma amostra do tecido a partir de uma grande massa ou retirada completa
de pequenas lesões superficiais para fins diagnósticos, conhecida como
excisional);

» cirurgia;

» exames de visualização: colonoscopia, retossigmoidoscopia flexível,


broncoscopia, endoscopia digestiva, laparoscopia;

» exames por imagem: ultrassonografia (USG); tomografia computadorizada


(TC); ressonância magnética nuclear (RMN); PET-scan; radiografia simples
ou com contraste; cintilografias: óssea, tireoide, cérebro, fígado;

» exames laboratoriais: marcadores tumorais, hemograma completo,


contagem de plaquetas, bioquímica sanguínea, provas de função hepática e
renal, pesquisa de sangue oculto nas fezes, catecolaminas urinárias, lactato
desidrogenase (LDH), elementos anormais do sedimento (EAS) urinário,
eletroforese sérica, níveis de cálcio e magnésio;

» exames histopatológicos: definem o tipo de tumor e o seu grau de


agressividade.

Toda lesão suspeita de câncer deve ter seu diagnóstico confirmado por exame
histopatológico antes de iniciar qualquer tratamento.

Quadro 1. Exemplos de tipos de exames histopatológico.

Histopatologia Imunohistoquímica BIOLOGIA


convencional MOLECULAR

Avalia diferenças Determinação de


Localização de alterações em
morfológicas entre
antígenos oncogenes, genes
as células normais supressores de
específicos em
e aquelas tumor e genes
tecidos ou células
provenientes de reparadores de
através da reação danos ao DNA;
situações
antígeno-anticorpo. Maior precisão do
patológicas.
prognóstico.
Fonte: Elaboração própria da autora.

20
A classificação histopatológica é extremamente importante na definição do tipo
de tumor e fundamental para as tomadas de decisão sobre o planejamento do
tratamento e previsão do resultado. É importante definir o tipo histopatológico,
classificação e grau de diferenciação dos tumores.

A avaliação clínica é realizada por tomadas de decisão acerca do tratamento de um


determinado câncer, elas baseiam-se no estádio anatômico e no diagnóstico histológico
do câncer. Não importa em que fase o câncer foi detectado, sempre será necessário
classificar cada caso de acordo com a extensão do tumor.

O método usado para avaliação e classificação do grau de disseminação das neoplasias


malignas é chamado de estadiamento. É por meio do estadiamento que o médico
especialista em oncologia vai aconselhar o tipo de tratamento que mais se adéqua para
cada paciente individualmente. Pacientes diferentes podem apresentar o mesmo tipo de
câncer, mas em estágios distintos, muitas vezes têm de realizar tratamentos diferentes.

Os objetivos da classificação histológica e do estadiamento do câncer são:

»» auxiliar o clínico no planejamento do tratamento;

»» ajudar na indicação do prognóstico;

»» avaliar a eficiência do tratamento.

Estudos clínicos prospectivos definiram a relação entre estádio e a evolução clínica


da maioria dos cânceres. A partir desses estudos, é possível fornecer informações
mais precisas acerca do prognóstico a pacientes com neoplasias malignas específicas
(CRC CANCERSTATS,1999b).

O estadiamento pode ser patológico ou clínico.

A União Internacional Contra o Câncer (UICC) preconiza um sistema mais utilizado de


estadiamento denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos, no
qual:

T = tumor, avalia a extensão anatômica da doença, levando em conta as características


do tumor primário. Graduado de T0 a T4;

N = linfonodo, analisa as características dos linfonodos das cadeias de drenagem


linfática do órgão em que o tumor se localiza. Graduado de N0 a N3;

M = metástases, avalia a ausência ou presença de metástases a distância. Graduado em


M0 ou M1.

21
O estádio de um tumor reflete no seu tipo e em sua relação com o indivíduo. Também
tem ligação com a extensão da doença e a sua taxa de crescimento.

As manifestações clínicas do tumor, além da idade, do sexo, características biológicas e


comportamentos do paciente, devem ser consideradas para classificação das neoplasias
malignas, assim como o tipo histopatológico, a localização, a produção de substâncias
e a TNM.

Exemplos de formas típicas de agrupamento em estádios:

ESTÁDIO 1 - T1N0M0

Tumor limitado a órgão primário.

Operável.

Completamente ressecável.

ESTÁDIO 2 - T2N1M0

Disseminação local para tecido adjacente e para primeiros linfonodos de drenagem.

Operável e ressecável.

ESTÁDIO - T3N2M0

Tumor primário extenso fixado a estruturas mais profundas, com invasão local.

Pode não ser operável e/ou exigir tratamento neoadjuvante.

ESTÁDIO 4 - T4N3M1

Metástases

Local primário cirurgicamente inoperável.

A avaliação clínica do paciente também depende da análise de:

»» prognóstico: perspectivas de evolução da doença;

»» sobrevida: tempo de vida estimado após o diagnóstico da doença;

»» sobrevida livre de doença: tempo de vida estimado após o tratamento da


doença;

22
»» sobrevida global: tempo de vida estimado considerando desde o período
anterior ao diagnóstico da doença;

»» sobrevida livre de progressão: tempo de vida estimado, com a doença


presente, sem progredir;

»» lesão residual: quando a doença não progride, está controlada;

»» estadiamento (TNM): avalia a extensão do tumor e a ocorrência


de metástases (tumores localizados, localizados avançados e com
metástases);

»» marcadores tumorais como ACE, Beta-HCG, ACTH, alfa-fetoproteína


(AFT), antígeno próstata-específico (PSA), CA 125 ajudam a definir
melhor a classificação histopatológica dos tumores. Marcadores como
o antígeno da membrana epitelial e o antígeno leucocitário comum
diferenciam entre neoplasias malignas epiteliais e linfoides. Alguns
desses marcadores, como CA-125, Beta-HCG e AFP, também podem ser
úteis para monitorar a resposta de um paciente ao tratamento.

A partir daí, é possível delinear o plano de tratamento mais racional para o paciente.
Além dos aspectos clínicos, os aspectos psíquicos também devem ser considerados.

Abordaremos as principais farmacoterapias utilizadas no tratamento do câncer de


mama, do trato gastrointestinal e do respiratório.

Papel do farmacêutico na oncologia

No Brasil, o primeiro registro do exercício da profissão farmacêutica foi em 1931, as


atribuições profissionais estabelecidas no Decreto no 20.377, de 8 de setembro de 1931,
não podem ser exercidas por mandato ou representação por outras pessoas. Mantendo
a mesma conduta, o Decreto atual no 85.878, de 7 de abril de 1981, é um importante
marco da profissão farmacêutica no Brasil, delimitando o campo de atuação profissional
do farmacêutico, com atribuições que são privativas e exclusivas dele e as que podem
ser extensivas a outros profissionais (OLIVEIRA, 2013).

O farmacêutico teve a sua área de atuação expandida assim que o Conselho Federal
de Farmácia (CFF) conferiu a manipulação de quimioterápicos ou citotóxicos como
sua atribuição exclusiva, editando a Resolução 288/96, uma área antes destinada à

23
enfermagem. A partir daí, o farmacêutico ganhou espaço na oncologia. Em 2001, foi
criada a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRAFO), e esse
profissional passou a contar com melhor suporte técnico-científico (ESCOBAR, 2003).

Objetivo
»» Identificar as principais farmacoterapias utilizadas no tratamento do
câncer.

24
Protocolos para
quimioterapia do Unidade I
câncer de mama

Para agrupar casos semelhantes de câncer de mama, é de costume separá-los em


categorias que têm relação com a gravidade da doença e dividi-las em estádios.

Quadro 2. Estadiamento do câncer de mama.

Estádio Descrição
Estádio I Tumores ≤ 2 cm com linfonodos negativos.
Estádio II Tumores ≤ 2 cm com linfonodos comprometidos, ou tumores entre 2 e 5 cm com linfonodos negativos ou comprometidos, ou
tumores > 5 cm com linfonodos negativos.
Estádio III Tumores ≤ 5 cm com linfonodos grosseiramente comprometidos e/ou fixos (imóveis), ou tumores > que 5 cm com linfonodos
comprometidos, ou tumores que se estendam para a parede torácica e/ou pele com ou sem linfonodos envolvidos, ou câncer de
mama inflamatório (tipo de câncer que se assemelha a uma inflamação da mama).
Estádio IV Metástase em algum órgão a distância (ossos, pulmão, fígado, etc.).
Disponível em: <https://www.vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama-tipos-de-cancer/tratamento-18/>.
Acesso em: 28 nov. 2017.

Figura 9. Câncer de mama com metástase no linfonodo sentinela.

Disponível em: <https://www.vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama-tipos-de-cancer/tratamento-18/>.


Acesso em: 28 nov. 2017.

Nos últimos anos, o tratamento do câncer de mama teve uma grande evolução. Há tempos,
quando era diagnosticado um tumor, as mulheres tinham a mama completamente
removida, inclusive o músculo abaixo dela e todos os gânglios da região da axila.

25
Nos dias de hoje, as cirurgias são menos invasivas. Por algumas vezes, faz-se necessário
apenas a retirada de fragmentos pequenos da mama e de alguns gânglios debaixo do
braço. Na maioria dos casos, a mutilação não é mais necessária.

O tratamento de escolha leva em consideração muitos fatores, como idade da paciente,


características do tumor e número de linfonodos axilares comprometidos.

Capítulo 1
Quimioterapia neoadjuvante

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de mama por Quimioterapia
Neoadjuvante em Doença Her 2-negativa

Protocolo: AC T Neoadjuvante (NSABP B-27)

Utiliza-se Doxorrubicina 60 mg/m² intravenoso no D1 e Ciclofosfamida: 600 mg/m²


no D1.

O ciclo de quimioterapia deve ser repetido a cada 21 dias, no total de quatro ciclos.
Esse tratamento é considerado de potencial emetogênico alto. Após os quatro ciclos de
AC, o paciente fará mais quatro ciclos de Docetaxel. Sendo Docetaxel: 100 mg/m² IV
no D1. Esse ciclo deve ser repetido a cada 21 dias, no total de quatro ciclos. Possui um
potencial emetogênico baixo. Após a quimioterapia, o paciente poderá se submeter a
uma cirurgia.

Protocolo: Paclitaxel - EC (T-EC)

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 175 mg/m² no D1 de 14 em 14 dias, totalizando


quatro ciclos. Esse protocolo possui um potencial emetogênico: baixo.

O paciente pode apresentar anafilaxia durante infusão. Após o protocolo com Paclitaxel,
o paciente é submetido ao tratamento com Epirrubicina: 90 mg/m² D1 a cada 21 dias e
Ciclofosfamida: 600 mg/m² no D1 de 21 em 21 dias, totalizando quatro ciclos.

Possui um potencial emetogênico alto.

26
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

Protocolo: T-FEC

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem 225 mg/m² intravenoso em 24 horas no D1; ou


Paclitaxel na dosagem de 135 mg/m² intravenoso em três horas no D1; ou Paclitaxel
na dosagem de 80 mg/m² intravenoso, semanalmente. A escolha é realizada de acordo
com as condições clínicas do paciente e com avaliação médica.

O ciclo é repetido a cada 21 dias, no total de quatro ciclos. O paciente pode apresentar
anafilaxia durante infusão com paclitaxel. Após o protocolo com Paclitaxel, o paciente é
submetido ao tratamento com Ciclofosfamida: 500 mg/m² IV no D1, Fluoruracila: 500
mg/m² IV no D1 e D4 e Epirrubicina: 75 mg/m² IV no D1.

Repetir (FEC) de 21 em 21 dias, totalizando quatro ciclos. Esse protocolo possui


potencial emetogênico alto.

Protocolo: T-FAC

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 80 mg/m² intravenoso em 1 hora no D1. Repetir


o ciclo de 7 em 7 dias, no total de 12 ciclos. E Doxorrubicina na dosagem de 50
mg/m² intravenoso no D1, Ciclofosfamida na dosagem de 500 mg/m² intravenoso no
D1 e Fluoruracila na dosagem de 500 mg/m² intravenoso no D1. Repetir o ciclo de 21
em 21 dias, totalizando seis ciclos. Esse protocolo possui potencial emetogênico alto.

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de mama por Quimioterapia
Neoadjuvante em Doença Her 2-positiva

Protocolo: ATH TH CMFH (NOAH trial)

1o passo: Utiliza-se Doxorrubicina na dosagem de 60 mg/m² intravenoso no D1 e


Paclitaxel na dosagem de 150 mg/m² intravenoso durante três horas em infusão no D1,
de 21 em 21 dias, totalizando três ciclos.

2o passo: Utiliza-se Paclitaxelna dosagem de 175 mg/m² intravenoso durante três horas
de infusão no D1 em mais quatro ciclos.

3o passo: Utiliza-se Ciclofosfamida na dosagem de 600 mg/m2 intravenoso no D1 e


D8, Fluoruracila na dosagem de 600 mg/m2 no D1 e D8 e Metotrexato na dosagem de
40 mg/m2 IV no D1 e D8. Esse protocolo deve ser realizado a cada 28 dias, no total de
três ciclos.

27
UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

O Trastuzumabe é usado paralelamente a toda quimioterapia (dose ataque 8 mg/kg


seguida por uma dose de manutenção de 6 mg/kg de 3 em 3 semanas até completar 1
ano de terapia, ou a cada 28 dias quando associado ao CMF).

Possui um potencial emetogênico alto (durante ATH), baixo (TH), moderado (CMFH).

O paciente pode apresentar anafilaxia durante infusão com paclitaxel.

Protocolo: TH FEC75 H (MDACC)

Utiliza-se Paclitaxel: 225 mg/m² intravenoso em 24 horas no D1, ou Paclitaxel na


dosagem de 135 mg/m² intravenoso em 3 horas no D1, ou Paclitaxel: 80 mg/m²
intravenoso, semanal.

Ciclo de 21 em 21 dias, totalizando quatro ciclos.

Em seguida aplica-se Fluoruracila na dosagem de 500 mg/m2 intravenoso no D1 e


D4, Epirrubicina na dosagem de 75 mg/m2 intravenoso no D1 e a Ciclofosfamida na
dosagem de 500 mg/m2 intravenoso no D1. Repetir (FEC) em ciclos de 21 em 21 dias,
totalizando 4 ciclos.

Durante toda a quimioterapia há o uso de trastuzumabe paralelamente.

Aplicação de Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso em dose ataque, 90


minutos no D1 e uma dose de manutenção de 2 mg/kg intravenoso durante 30 minutos,
semanal, totalizando 24 semanas.

Possui potencial emetogênico alto (durante FEC) e baixo (durante paclitaxel).

O paciente pode apresentar anafilaxia durante infusão de paclitaxel.

Protocolo: T-FEC + Trastuzumabe + Lapatinibe


(CHER-LOB Study)

Utiliza-se Paclitaxel: 80 mg/m² IV em 1 hora no D1. Repetir o ciclo a cada sete dias, no
total de 12 ciclos. Fluoruracila: 600 mg/m² IV no D1, Epirrubicina: 75 mg/m² IV no D1
e Ciclofosfamida: 600 mg/m² IV no D1. Repetir o ciclo a cada 21 dias.

Durante todo o período da quimioterapia, uso conjunto de lapatinibe e


trastuzumabe. Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso na dose
ataque, durante 90 minutos no D1, e uma manutenção na dosagem de 2 mg/kg
intravenoso durante 30 minutos por semana.

28
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

Seguido de Lapatinibe na dosagem de 1.000 mg/dia via oral a partir do D1. Esse ciclo
deverá ser repetido durante 26 semanas. Tal protocolo possui potencial emetogênico
alto. É indicado seguir todas as recomendações dos agentes orais para prevenir náuseas
e vômitos. Possui potencial anafilático alto (durante o uso de paclitaxel).

Docetaxel + Trastuzumabe + Pertuzumabe


(NeoSphere Trial)

Utiliza-se Trastuzumabe na dosagem de 8 mg/kg intravenoso em dose de ataque no D1


e uma manutenção na dosagem de 6 mg/kg intravenoso de 21 em 21 dias. Seguido de
Pertuzumabe na dosagem de 840 mg em dose ataque no D1 e manutenção na dosagem
de 420 mg de 21 em 21 dias.

Utilizar Docetaxel na dosagem de 75 - 100 mg/m² intravenoso no D1, repetindo o ciclo


de 21 em 21 dias. Possui potencial emetogênico baixo.

Paclitaxel + Trastuzumabe + Lapatinibe (NeoALTTO


Trial)

Utiliza-se o Lapatinibe na dosagem de 750 mg/dia via oral a partir do D1. Depois, o
Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso em dose de ataque e manutenção
na dosagem de 2 mg/kg intravenoso semanal. Totalizar seis ciclos.

Após isso, utilizar o Paclitaxel na dosagem de 80 mg/m² intravenoso uma vez por
semana durante 12 semanas. Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir as recomendações para prevenir náuseas e vômitos de agentes orais. Cuidado:


potencial anafilático alto.

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de mama por Quimioterapia para
Doença Metastática Her 2-negativa

Paclitaxel

Utiliza-se o Paclitaxelna dosagem de 80 a 100 mg/m² intravenoso toda semana,


totalizando quatro semanas.

Potencial emetogênico baixo.

Potencial anafilático alto.

29
UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

Docetaxel

Utiliza-se Docetaxel: 100 mg/m² IV no D1. Repetir o ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico baixo.

Paclitaxel albuminado

Utiliza-se Paclitaxel – albumina na dosagem de 260 mg/m² intravenoso no D1 com


infusão durante 30 minutos; ou Paclitaxel – albumina na dosagem de 100 mg/m²
intravenoso nos D1, D8 e D15. Refazer o ciclo de 28 em 28 dias.

Potencial emetogênico baixo.

Ixabepilona

Utiliza-se Ixabepilona na dosagem de 40 mg/m² intravenoso durante três horas no D1.


Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Possui potencial emetogênico baixo.

Possui potencial anafilático alto.

Capecitabina

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 1.250 mg/m² via oral duas vezes por dia, durante
duas semanas, seguido por um período de uma semana de intervalo de descanso.
Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Para potencial emetogênico, deve-se verificar quais orientações para prevenir náuseas
e vômitos dos agentes orais.

Recomendação: pode-se diminuir a dose da capecitabina para 850 – 1.000 mg/m²


via oral, duas vezes por dia, nos dias 1 a 14, para reduzir o risco de toxicidade sem
comprometer a eficácia clínica.

Vinorelbina

Utiliza-se Vinorelbina na dosagem de 25 a 30 mg/m² intravenoso no D1. Repetir o ciclo


a cada sete dias. Potencial emetogênico: mínimo.

30
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

Doxorrubicina
Utiliza-se Doxorrubicina: 20 mg/m² IV no D1. Refazer o ciclo de 7 em 7 dias.

Potencial emetogênico moderado

Doxorrubicina lipossomal peguilada


Utiliza-se Doxorrubicina Lipossomal Peguilada: 50 mg/m² IV no D1. Refazer o ciclo de
28 em 28 dias.

Potencial emetogênico baixo.

Carboplatina semanal + Paclitaxel


Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 100 - 135 mg/m² durante 1 hora no D1, D8 e D15 e
Carboplatina: AUC 2 intravenoso durante 30 - 60 minutos no D1, D8 e D15.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Potencial anafilático alto (durante o uso de paclitaxel).

Paclitaxel + Gencitabina
Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 175 mg/m² intravenoso no D1 e a Gencitabina na
dosagem de 1.250 mg/m² intravenoso no D1 e no D8.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico baixo.

Potencial anafilático alto com paclitaxel.

Carboplatina + Paclitaxel
Utiliza-se Carboplatina: AUC de 6, IV no D1 e Paclitaxel na dosagem de 200 mg/m²
intravenoso durante três horas no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico moderado.

Potencial anafilático alto.

31
UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

Carboplatina + Docetaxel

Utiliza-se Carboplatina: AUC de 6, IV no D1 e Docetaxel: 75 mg/m² IV no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico moderado

Capecitabina + Docetaxel (XT)

Utiliza-se Capecitabina: 1.250 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, do D1 ao D14, e
Docetaxel na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Possui potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Recomendações: pode abaixar a dosagem da capecitabina para 825 a 1.000 mg/m², via
oral, duas vezes ao dia, do D1 ao D14. Não compromete a eficácia clínica e, ainda, reduz
o risco de toxicidade.

Capecitabina + Paclitaxel (XP)

Utiliza-se Capecitabina: 825 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, do D1 ao D14, e Paclitaxel
na dosagem de 175 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Possui um potencial anafilático alto.

Capecitabina + Vinorelbina (XN)

Utiliza-se Capecitabina: 1.000 mg/m² via oral, do D1 ao D14, e Vinorelbina: na dosagem


de 25 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico mínimo.

32
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

Capecitabina + Ixabepilona (XI)

Utiliza-se Capecitabina: 1.000 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, do D1 ao D14, e
Ixabepilona na dosagem de 40 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Docetaxel + Doxorrubicina

Utiliza-se Doxorrubicina: 50 mg/m² intravenoso em 15 minutos no D1 e Docetaxel na


dosagem de 75 mg/m² intravenoso durante 1 hora no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias, totalizando no máximo oito ciclos.

Possui potencial emetogênico moderado.

Doxorrubicina Lipossomal Peguilada + Docetaxel

Utiliza-se Doxorrubicina Lipossomal Peguilada: 30 mg/m² no D1 e Docetaxel: 75 mg/


m² no D2. Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial Emetogênico: baixo.

FEC-75 (French Eprubicin Study Group)

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 500 mg/m² intravenoso no D1; Epirrubicina 75


mg/m² intravenoso no D1; e Ciclofosfamida: 500 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico alto.

Doxorrubicina + Paclitaxel (ERASME 3)

Utiliza-se Doxorrubicina: 50 mg/m² intravenoso em 15 minutos no D1 e Paclitaxel na


dosagem de 175 mg/m² intravenoso durante três horas no D1.
33
UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias, totalizando oito ciclos no máximo.

Possui potencial emetogênico moderado.

Potencial anafilático alto.

Paclitaxel + Bevacizumabe (ECOG 2100)

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 90 mg/m² intravenoso no D1, D8 e D15 de quatro


em quatro semanas, associando à bevacizumabe na dosagem de 10 mg/kg intravenoso
no D1 e no D15.

Possui potencial emetogênico baixo.

Potencial anafilático alto.

Docetaxel + Bevacizumabe (AVADO Trial)

Utiliza-se Docetaxel 100 mg/m² IV no D1 e Bevacizumabe: 15 mg/kg IV no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico baixo.

Capecitabina + Bevacizumabe (RIBBON 1)

Utiliza-se Capecitabina: 1.000 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, por 14 dias, a cada
21 dias, e Bevacizumabe na dosagem de 15 mg/kg intravenoso no D1, de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico mínimo.

Carboplatina + Gencitabina

Utiliza-se Carboplatina: AUC 5 IV em 60 minutos no D1 e Gencitabina na dosagem de


1.000 mg/m² intravenoso durante 30 minutos no D1 e D8.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

34
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de mama por Quimioterapia para
Doença Metastática Her 2-positiva

Trastuzumabe + Paclitaxel

Utiliza-se Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso com dose ataque; ou seja,


2 mg/kg toda semana. Seguido de Paclitaxel na dosagem de 90 mg/m² intravenoso nas
semanas de 1 a 6 e 8 a 13.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Potencial anafilático alto.

Trastuzumabe + Capecitabina

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 1.250 mg/m² via oral, duas vezes por dia,
durante 14 dias, de 21 em 21 dias. Seguido de Trastuzumabe na dosagem de 8 mg/kg
intravenoso durante a primeira semana, nas demais 6 mg/kg intravenoso de 21 em 21
dias.

Possui potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Trastuzumabe + Capecitabina + Docetaxel

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 950 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do D1
ao D14.

Trastuzumabe na dosagem de 8 mg/kg intravenoso na 1ª semana seguido de 6 mg/kg.


Após isso, utilizar Docetaxel na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico mínimo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

35
UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

Trastuzumabe + Vinorelbina

Utiliza-se Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso na 1ª semana, seguido de


2 mg/kg nas outras semanas.

Vinorelbina na dosagem de 25 mg/m² intravenoso toda semana.

Possui potencial emetogênico mínimo.

Lapatinibe + Capecitabina

Utiliza-se Lapatinibe na dosagem de 1.250 mg/dia via oral contínuo.

Capecitabina na dosagem de 1.000 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do D1 ao D14.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Para potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos
agentes orais.

Paclitaxel + Carboplatina + Trastuzumabe

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 175 mg/m² intravenoso no D1. Em seguida,


Carboplatina: AUC 6 intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias, seis ciclos no total.

Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso no D1 da primeira semana seguido


de 2 mg/kg intravenoso nas outras semanas.

Possui potencial emetogênico moderado.

Potencial anafilático alto com uso do paclitaxel.

Trastuzumabe

Utiliza-se Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso em dose ataque; seguido


de 2 mg/kg por semana, totalizando 10 semanas.

Ou Trastuzumabe na dosagem de 8 mg/kg intravenoso em dose ataque, em seguida 6


mg/kg de 21 em 21 dias.

36
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

Continuar com 6 mg/kg de 21 em 21 dias contínuo.

Possui potencial emetogênico mínimo.

Trastuzumabe + Lapatinibe

Utiliza-se Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso em dose ataque, seguido


de 2 mg/kg intravenoso por semana. Concomitantemente, Lapatinibe na dosagem de
1.000 mg via oral diariamente.

Possui potencial emetogênico mínimo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

T-DM1 (EMILIA Trial)

Utiliza-se T-DM1 na dosagem de 3,6 mg/kg intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

37
Capítulo 2
Hormonioterapia para doença
metastática

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de mama por hormonioterapia

Tamoxifeno
Utiliza-se Tamoxifeno: 20 mg via oral diariamente.

Potencial emetogênico: verificar recomendações para prevenção de náuseas e vômitos


dos agentes orais.

Exemestano
Utiliza-se Exemestano: 25 mg via oral diariamente.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes
orais.

Anastrozol
Utiliza-se Anastrozol: 1 mg via oral diariamente.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos


agentes orais.

Letrozol
Utiliza-se Letrozol: 2.5 mg via oral diariamente.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes
orais.

Fulvestranto
Utiliza-se Fulvestranto na dosagem de 500 mg intramuscular no D0, D14 e D28.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

38
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

Megestrol

Utiliza-se Megestrol na dosagem de 40 mg via oral quatro vezes por dia.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos


agentes orais.

Letrozol + Lapatinibe

Utiliza-se Letrozol: 2,5 mg via oral diariamente.

Lapatinibe: 1.500 mg via oral diariamente.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos


agentes orais.

Anastrozol + Trastuzumabe

Utiliza-se Anastrozol na dosagem de 1 mg via oral por dia.

Trastuzumabe na dosagem de 4 mg/kg intravenoso em dose ataque, seguindo de


2 mg/kg intravenoso toda semana.

Possui potencial emetogênico mínimo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

39
Capítulo 3
Principais classes terapêuticas

As principais classes terapêuticas utilizadas no tratamento do câncer são:

»» agentes antineoplásicos;

»» terapias-alvo;

»» imunoterapia.

Os fármacos antineoplásicos se classificam de acordo com sua estrutura química, função


no nível celular e/ou especificidade no ciclo celular. Agem atuando em alguma etapa do
ciclo celular impedindo a replicação das células tumorais, de acordo com o mecanismo
geral mostrado no esquema a seguir:

Figura 10. Mecanismo geral.

Fonte: Almeida V.L & cols.

De acordo com sua estrutura química, podemos classificar os fármacos


antineoplásicos em:

1. alquilantes;

2. antimetabólitos;

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Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

3. antibióticos antitumorais;

4. plantas alcalóides;

5. enzimas;

6. hormônios e antagonistas hormonais.

Figura 11. Síntese de peptídeos e proteínas para obtenção de novos fármacos.

Disponível em: <pt.scribd.com>. Acesso em: 17 nov. 2017.

Há recentes progressos no campo da oncologia para obtenção de novos fármacos.


Nessa nova fase, inclui-se a síntese de peptídeos e de proteínas com técnicas de RNA
recombinante e anticorpos monoclonais.

Os agentes alquilantes não possuem especificidade celular, ou seja, agem em qualquer


fase do ciclo celular e, por isso, caracterizam-se como ciclo celular não específicos. Eles
atuam formando ligações covalentes com o DNA mediante uma reação denominada
alquilação. Durante o processo de replicação, ocorre a separação de DNA em duas
metades, as quais serão duplicadas. Para que isso ocorra, as ligações entre átomos
devem ser rompidas. Por metabolização, esses agentes se transformam em eletrólitos
fortes como o íon carbônio que reage rapidamente com um doador de elétrons (grupos
amina/hidroxila/sulfidrila/carboxila/imidazol) presentes nessas ligações, impedindo a
separação e a replicação do DNA. As ligações que eles formam com o DNA podem ser

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UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

intrafilamentos ou ligações cruzadas, principal tipo de ligação que dá a característica


citotóxica desses agentes.

São divididos em cinco classes:

Bis (cloroetil) aminas (ou mostardas nitrogenadas):

»» ciclofosfamida/clorambucil/melfalan/ifosfamida/mecloretamina;

»» triazenos: dacarbazina e temozolamida;

»» nitrosoureias: carmustina/lomustina/semustina;

»» azidinas: tiotepa;

»» alquilsulfonatos: bussulfan.

Os agentes antimetabólitos têm ação na síntese do DNA, ou seja, na fase S do ciclo


celular, com isso são conhecidos como ciclo celular específicos. Atuam transmitindo
mensagens errôneas, ou seja, “enganam” as células, porque são semelhantes aos
metabólitos celulares. Incorporam na célula e bloqueiam a produção de enzimas ou
interrompem a cadeia de DNA e RNA.

Os agentes antimetabólitos podem afetar as células e inibir a biossíntese de componentes


que são necessários no DNA e no RNA. Assim, estes têm o poder de impedir a
multiplicação e as funções normais da célula. As purinas inibem essa biossíntese (como
é conhecida a ação dos quimioterápicos 6-tioguanina e 6-mercaptopurina), também a
produção de ácido timidílico (metotrexato e 5-fluoruracil) e as outras etapas da síntese
de ácidos nucleicos (citosina-arabinosídeo C).

Particularmente, os antimetabólitos são ativos contra as células que estão na fase S,


a fase de síntese do ciclo celular. A duração da vida das células tumorais suscetíveis
determina a média de destruição destas células, em que são impedidas de sofrer mitose
pela ação dos agentes metabólicos que atuam na fase de síntese do ciclo celular (fase S).
Como podem ser deduzidas, as diferenças entre a cinética celular de cada tipo de tumor
podem ter considerável efeito na clínica, na indicação e no esquema de administração
desses agentes.

Os agentes antimetabólitos são divididos em três grupos:

»» antifolatos: metotrexato e pemetrexede;

»» análogos das purinas: tioguanina, mercaptopurina, cladribina,


fludarabina;

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Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

»» análogos da pirimidina: fluorouracil, capecitabina, citarabina,


gencitabina, decitabina e azatidina.

Exemplos:

»» análogos do ácido fólico (metotrexato);

»» análogos das purinas (mercaptopurina, tioguanina);

»» análogos das pirimidinas (citarabina, 5-fluorouracil).

Os agentes antitumorais agem no ciclo celular, e assim são conhecidos como c


iclo-específicos. Interferem na síntese dos ácidos nucleicos por intercalação que impede
a duplicação e a separação das cadeias de DNA e RNA.

Os antibióticos antraciclínicos possuem uma estrutura com anel tetracíclico fixada


em um açúcar incomum, a daunosamina. Todos os agentes citotóxicos dessa classe
apresentam componentes quinona e hidroquinona em anéis adjacentes que permitem
o ganho e a perda de elétrons. Essas substâncias são capazes de intercalar-se com o
DNA, afetando diretamente a transcrição e replicação.

Esses fármacos possuem ação de formar um complexo tripartido com a topoisomerase


II e o DNA. A formação do complexo tripartido com antraciclinas inibe a religação dos
filamentos de DNA que sofreram ruptura, levando à apoptose. Os defeitos no reparo
das rupturas dos filamentos duplos de DNA sensibilizam as células à lesão por esses
fármacos, enquanto a hiperexpressão do reparo do DNA ligado à transcrição pode
contribuir para resistência.

As antraciclinas podem formar intermediários de radical semiquinonas, os quais


podem reagir com oxigênio, produzindo radicais de ânion superóxido. Esses dois
radicais podem gerar tanto peróxido de hidrogênio quanto radical hidroxila (-OH), que
se ligam ao DNA e oxidam suas bases. Esses agentes possuem potencial para gerar
radicais livres, podendo provocar miocardiopatia incomum relacionada à dose total do
fármaco, frequentemente irreversível.

Exemplos: dactinomicina, doxorrubicina, daunorrubicina, bleomicina, mitomicina,


idarrubicina, mitoxantrona, etc.

As plantas alcaloides agem na fase M do ciclo celular, por isso são chamadas ciclo-
específicas.

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UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

Podem ser:

»» Inibidores mitóticos: ligam-se às proteínas dos microtúbulos (estrutura


de polarização dos cromossomos), rompendo-os ou tornando-os não
funcionantes e bloqueando a divisão celular. Exemplo: Vincristina,
Vimblastina, Paclitaxel.

Os alcaloides da vinca possuem como mecanismo de ação geral o


bloqueio das células que estão em mitose. Ligam-se à proteína tubulina e
bloqueiam sua capacidade de polimerizar os microtúbulos, etapa essencial
para a duplicação do DNA. Os microtúbulos são estruturas tubulares
rígidas compostas de um esqueleto de tubulina e MAPs (microtubule-
associated proteins), que determinam a forma celular e desempenham
papéis importantes na divisão celular, na motilidade e migração celular,
no transporte celular e na transdução de sinais.

Os peptídeos de alfa e beta-tubulina (ambos com massa molecular perto


de 50 kd) combinam-se estequiometricamente para formar dímeros de
tubulina. Tanto alfa quanto a beta-tubulina existem em diversas formas
isotípicas e podem sofrer várias modificações pós-tradução. A y-tubulina,
que é menos abundante, parece estar localizada nos centrômeros. Esse
grupo é representado pela vincristina, vinorelbina e vimblastina.

»» Inibidores da topoisomerase: inibem a enzima necessária para replicação


do DNA. Esse grupo é representado por etoposido, teniposido e
irinotecano.

Formam complexos ternários como a topoisomerase II e o DNA, que não


interrompem as células em mitose. Esse complexo resulta em quebras
do DNA de filamento duplo, mas a passagem do filamento e o reparo
da quebra, que, normalmente, ocorrem após a ligação da topoisomerase
ao DNA, são inibidos pelo fármaco. A enzima permanece ligada à
extremidade livre do filamento de DNA e morte celular. As células que se
encontram nas fases S e G2 do ciclo celular são as mais suscetíveis a ação
desses fármacos.

As enzimas foram introduzidas na quimioterapia do câncer em esforço de explorar uma


diferença qualitativa distinta entre células normais e malignas. Enquanto a maioria
dos tecidos normais possui a capacidade de sintetizar L-asparagina em quantidades
suficientes para a síntese de proteínas, algumas neoplasias linfoides obtêm o aminoácido
necessário do plasma. A L-asparagina, ao catalisar a hidrólise da asparagina circulante

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Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

em Asp e amônia, priva essas células malignas da asparagina necessária à síntese das
proteínas, levando à morte celular. Esse grupo é representado pela asparaginase.

É importante ressaltar que os agentes antineoplásicos possuem um potencial


emetogênico, ou seja, os fármacos citotóxicos podem causar toxicidades no trato
gastrointestinal ocasionando êmese. Devido a esse fator, é muito comum fazer infusões
de medicamentos antieméticos antes da infusão dos medicamentos natineoplásicos,
com o objetivo de preparar o paciente para o recebimento do tratamento. Assim como
alguns medicamentos podem produzir anafilaxia, o que também se faz necessário
identificar quais são esses medicamentos para poder preparar o paciente antes do
tratamento.

Potencial emetogênico dos antineoplásicos:

Nível 5: > 90% de toxicidade gastrointestinal

Ex.: Carmustina > 250 mg/m²; Cisplatina > 50 mg/m²; Ciclofosfamida > 1.500
mg/m²; Dacarbazina; Mecloretamina.

Nível 4: 60-90% de toxicidade gastrointestinal

Ex.: Carboplatina; Carmustina 250mg/m²; Cisplatina < 50mg/m²; Ciclofosfamida


750-1,500mg/m²; Citarabina > 1g/m²; Doxorubicina > 60mg/m²; Metotrexato >
1,000mg/m²; Procarbazina (oral).

Nível 3: 30-60% de toxicidade gastrointestinal

Ex.: Ciclofosfamida < 750mg/m2 ; Ciclofosfamida (oral); Doxorubicina 20-60mg/m2


; Epirubicina < 90mg/m2 ; Idarrubicina; Ifosfamida; Metotrexato 250-1000mg/m2;
Mitoxantrona < 15mg/m2 .

Nível 2: 10-30% de toxicidade gastrointestinal

Ex.: Docetaxel; Etoposideo; 5-Fluorouracil < 1,000mg/m2 ; Gemcitabina; Metotrexato


50 - < 250 mg/m2 ; Mitomicina C; Paclitaxel.

Nível 1: < 10% de toxicidade gastrointestinal

Ex: Bleomicina; Bussulfano; Rituximab; Cetuximab; Clorambucil; Fludarabina;


Hidroxiureia; Metotrexato < 50mg/m2; Tioguanina; Vinblastina; Vincristina;
Vinorelbina.

O tumor é consequência de uma alteração no material genético da célula, que determina


sua multiplicação de maneira descontrolada. Algumas células do corpo humano são

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UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

dotadas de receptores de hormônios responsáveis por permitir a ligação dos hormônios


que agirão para estimular o crescimento normal dessas células.

A hormonioterapia é uma modalidade de tratamento para o controle do câncer muito


utilizada, principalmente para os casos de câncer de mama, próstata e endométrio.

O tratamento pode ser:

»» adicionando hormônios: estrogênios, progestogênios (megestrol),


androgênios;

»» por cirurgia ablativa da glândula que estimula o crescimento do tumor;

»» com agentes anti-hormonais: inibem o efeito dos hormônios naturais;

»» competindo no processo de ligação aos receptores dos órgãos alvos:


antiestrogênios (tamoxifeno), antiandrogênios.

»» inibindo a síntese de hormônios: inibidores da aromatase, análogos


LHRH (leuprolida).

Entre outros...

A terapia-alvo molecular já foi mencionada, é dividida em quatro grupos:

»» inibidores da tirosina quinase: são análogos estruturais do ATP, com o


qual competem pelo seu domínio de ligação intracelular, podendo agir
em vários alvos, como o imatinibe, sorafenibe, sunitinibe, dasatinibe e
lapatinibe, ou em um único alvo, como o geftinibe e erlonitibe;

»» inibidores de m-TOR: ligam-se a receptores FKBP-12 levando a inibição


específica do m-TOR (mammalian target of rapamacyn). O m-TOR
pertence à família da fosfatidil-inositol-quinase e é responsável pela
ativação da via que promove a síntese de proteínas para a progressão
da fase G1 para a fase S do ciclo celular. Também regula a tansdução
da subunidade alfa do HIF, fator-chave para a promoção da angiogênese
e da proliferação celular. O tensirolimo é utilizado no tratamento de 1ª
linha do câncer de rins, e o everolimo está sendo testado no tratamento
de 2ª linha.

»» inibidores de proteosoma: são inibidores seletivos de proteosomas,


complexos multienzimáticos responsáveis pela degradação de proteínas
que regulam o ciclo celular. Ao degradar o inibidor do fator nuclear

46
Protocolos para quimioterapia do câncer de mama │ UNIDADE I

kappa B (IKB), o proteosoma provoca uma regulação positiva na


transcrição de proteínas que promovem e estimulam o crescimento das
células, reduzindo a suscetibilidade celular a apoptose. O fator nuclear
kappa B (NF-KB) ativado também induz a resistência a drogas e regula
positivamente a expressão de moléculas de adesão envolvidas no
mecanismo de resistência tumoral.

»» Anticorpos monoclonais: são anticorpos monoclonais recombinantes


(murino) humanizados, anti-HER2, ou seja, direcionados ao domínio
extracelular da proteína codificada pelo gene do receptor do fator de
crescimento epidermoide humano (HER2). Esse gene é encontrado em
diversos tecidos normais e tumorais. Quando amplificado, produz altos
níveis de HER2 na superfície celular, o que ocorre de 25% a 30% dos
tumores de mama. Exemplos: bevacizumabe, cetuximabe, transtuzumabe
e rituximabe.

Os principais agentes usados no Brasil são:

Quadro 3. Principais agentes.

Nome
Agente Indicações em Bula
Comercial
Trastuzumabe* Herceptin® Câncer de Mama e Câncer Gástrico
Lapatinibe Tykerb® Câncer de Mama
Cetuximabe* Erbitux® Câncer Colorretal e Câncer de Cabeça e Pescoço
Panitumumabe* Vectibix® Câncer Colorretal
Gefitinibe Iressa® Câncer de Pulmão Não Pequenas Células (NSCLC)
Erlotinibe Tarceva® Câncer de Pulmão (NSCLC) e Câncer de Pâncreas
Tensirolimo Torisel® Câncer Renal
Everolimus Afinitor® Câncer Renal, Astrocitoma, Tumores Neuroendócrinos
Leucemia Mieloide Crônica (LMC), Leucemia Linfoide Aguda (LLA) Ph1+ e Tumores
Imatinibe Glivec®
Estromais Gastrintestinais (GIST)
Tretinoína Vesanoid® Leucemia Promielocítica (APML)
Bevacizumabe* Avastin® Câncer de Pulmão (NSCLC), Câncer Colorretal, Câncer de Mama e Câncer Renal
Sorafenibe Nexavar® Câncer Renal e Hepatocarcinoma
Sunitinibe Sutent® Câncer Renal, GIST e Tumores Neuroendócrinos
Aflibercept Zaltrap® Câncer Colorretal
Pazopanibe Votrient® Câncer Renal
Desatinibe Sprycel® Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
Nilotinibe Tasigna® Leucemia Mieloide Crônica (LMC)
Bortezomibe Velcade® Mieloma Múltiplo
Rituximabe* MabThera® Linfoma de Célula B e Leucemia Linfoide Crônica
Ipilimumabe* Yervoy® Melanoma
Alemtuzumabe* Campath® Leucemia Linfoide Crônica B (LLC-B)
Vandetanibe Caprelsa® Câncer Medular de Tireoide
Crizotinibe Xalkori® Câncer de Pulmão (NSCLC)
Vemurafenibe Zelboraf® Melanoma
Fonte: Elaboração da autora com dados de <http://www.hospitalsiriolibanes.org.br>. Acesso em: 13 nov. 2017.

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UNIDADE I │ Protocolos para quimioterapia do câncer de mama

A imunoterapia recebe classificação em passiva e ativa, conforme os seus mecanismos


de ação e as substâncias utilizadas.

Na imunoterapia ativa, são administradas substâncias restauradoras da função


imunológica (imunoterapia inespecífica), substâncias estimulantes e vacinas de células
tumorais (imunoterapia específica) com a finalidade de aumentar a resistência ao
crescimento tumoral. A imunoterapia específica pode ser heteróloga ou autóloga.

Anticorpos antitumorais ou células mononucleares exógenas são administradas na


imunoterapia passiva ou adotiva, com o objetivo de aumentar a capacidade imunológica
de combate à doença.

São exemplos de imunomoduladores:

Inespecíficos: Levamisole, BCG e derivados, Corynebacterium parvum, Isoprinosina.

Específicos ativos: soros e vacinas que são produzidos de culturas de células tumorais
coletadas do próprio paciente (imunoterapia autóloga) ou de outro paciente com
neoplasia semelhante (imunoterapia heteróloga).

Passivos: Interferon, Fator de transferência, ARN-imune, Interleucina-2.

Indicações da imunoterapia

Ainda considerada um método experimental, a imunoterapia deve ser analisada com


cautela, é preciso aguardarmos resultados mais conclusivos sobre sua aplicabilidade
clínica e eficácia. O quadro a seguir lista alguns imunomediadores utilizados em estudos
clínicos experimentais e os tumores em que são mais indicados.

Quadro 4. Imunomediadores e tumores.

Inunomoduladores Tumores
Câncer superficial de bexiga
BCG*
Melanoma maligno
Interferon Mieloma múltiplo, melanoma maligno Leucemia de células cabeludas Linfomas malignos e outras leucemias
Sarcomas, melanoma maligno, carcinoma de cólons e reto, adenocarcinoma de pulmão e sarcoma de
Interleucina-2
Kaposi do portador de AIDS
Fator de necrose tumoral Melanoma maligno
Anticorpos monoclonais Neuroblastoma, melanoma maligno
Levamisole Carcinoma intestinal e melanoma maligno
Corynebacterium parvum* Melanoma maligno e câncer de pulmão
* Já testados, com eficácia terapêutica questionável, exceto no câncer superficial da bexiga.
Fonte: Elaboração da autora com dados de <http://www.inca.gov.br>. Acesso em: 13 nov. 2017.

48
Protocolos para
quimioterapia do Unidade iI
câncer do trato
gastrointestinal

O câncer pode ocorrer em qualquer órgão do aparelho digestivo, na grande maioria


das vezes seu tratamento é cirúrgico, com a retirada do órgão no todo ou em partes,
ou com a substituição ou reconstrução desse órgão retirado para a função perdida ser
restabelecida. Tratamentos complementares em alguns casos podem necessitar de
quimioterapia ou radioterapia.

Os tumores do trato gastrointestinal mais comuns são os do estômago e do intestino


grosso. O câncer de estômago é considerado o 2o em número de óbitos no Brasil.
Entretanto, esses tumores podem ocorrer no pâncreas, fígado, esôfago, baço, vesícula
biliar, ou seja, em qualquer órgão abdominal.

Ainda são desconhecidas a causa e a origem para o aparecimento da maior parte desses
tumores. O tratamento, quando ocorre nas fases iniciais da doença, apresenta altos
índices de cura, e o contrário ocorre nos tumores em fase avançada, em que a chance de
cura é considerada restrita.

Exames comuns como ultrassonografia, endoscopia digestiva e colonoscopia são muito


eficazes para detectar a grande maioria dos tumores do aparelho digestório.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), todo ano no Brasil são registrados
21.000 novos casos dessa doença, com uma média de 12.000 óbitos. O câncer de
estômago costuma aparecer a partir dos 50 anos, e é o terceiro mais comum no Brasil,
superado pelo de pulmão e o de mama e ovário, é o 2o entre os que causam mais mortes,
após o de pulmão.

Os tipos mais diagnosticados são o tumor estromal e o adenocarcinoma, conhecido


também como gist (gastrintestinal stromal tumor). O mais agressivo é o adenocarcinoma,
pois se desenvolve e origina metástase de maneira muito rápida. O gist, por sua vez,
também pode levar à metástase, mas cresce mais devagar.

49
Capítulo 1
Colorretal e esôfago

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer colorretal

Tratamento neoadjuvante

Fluoruracila + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 1.000 mg/m²/dia intravenoso contínuo do


D1 ao D5.

Nas semanas 1 e 5 da radioterapia, refazer a infusão de fluoruracila.

Radioterapia: durante cinco dias por semana, 180 cGy/dia (dose total 5.040 cGy).

Seguir com ressecção cirúrgica em seis semanas e, depois, quimioterapia adjuvante


com fluoruracila na dosagem de 500 mg/m² intravenoso contínuo por cinco dias, de
28 em 28 dias, por quatro ciclos.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Fluoruracila contínua + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracilana dosagem de 225 mg/m²/dia intravenoso contínuo sete dias


por semana juntamente à radioterapia.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Capecitabina + Radioterapia

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 825 mg/m² via oral, duas vezes por dia, durante
radioterapia, sendo a 1ª dose de 1 a 2 horas antes da radioterapia.

Seguindo com ressecção cirúrgica e, após, quimioterapia adjuvante com capecitabina


na dosagem de 625 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do D1 ao D14.

Repetir esse esquema de 21 em 21 dias, com quatro ciclos no total.

50
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Possui um potencial emetogênico mínimo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Fluoruracila + Oxaliplatina + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 200 mg/m²/dia intravenoso em infusão contínua


durante toda a radioterapia.

Oxaliplatina na dosagem de 60 mg/m² intravenoso no D1, D8, D15, D22, D29 e D36.

Radioterapia com 180 cGy/dia, durante cinco dias por semana (dose total de 5040 cGy).
Seguido de ressecção cirúrgica de 4 a 6 semanas depois de terminar a quimioterapia e,
então, terapia adjuvante.

Possui um potencial emetogênico moderado.

XELOX + RT

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 825 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do
D1 ao D14 e do D22 ao D35. Seguindo com Oxaliplatina na dosagem de 50 mg/m²
intravenoso no D1, D8, D22 e D29.

Radioterapia com 180 cGy/dia, cinco dias por semana na dose total de 5.040 cGy.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Seguir com ressecção cirúrgica e quimioterapia adjuvante com Capecitabina na dose de


1.000 mg/m2 via oral, duas vezes por dia, do D1 ao D14.

Oxaliplatina na dosagem de 130 mg/m2 intravenoso no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias, totalizando quatro ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Tratamento adjuvante

Capecitabina

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 1.250 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do D1
ao D14.

51
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias, totalizando oito ciclos.

Possui potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos
agentes orais.

Obs.: a dosagem pode diminuir para 850-1.000 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do
D1 ao D14, para diminuir o risco de toxicidade sem comprometer a eficácia clínica.

Fluoruracila + Folinato de Cálcio (Mayo Clinic)

Utiliza-se Folinato de cálcio na dosagem de 20 mg/m2 intravenoso bolus do D1 ao D5.

Seguir com Fluoruracila na dose de 425 mg/m2 intravenoso bolus do D1 ao D5.

Refazer o ciclo de 28 em 28 dias, nos primeiros dois ciclos, e a seguir a cada 35 dias,
totalizando seis ciclos.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Fluoruracila + Folinato de Cálcio (Roswell Park)

Utiliza-se Folinato de cálcio na dosagem de 500 mg/m2 intravenoso em duas horas no


D1.

Seguir com Fluoruracila na dose de 500 mg/m2 intravenoso bolus uma hora após
folinato de cálcio no D1.

Refazer o ciclo uma vez por semana, durante seis semanas, seguidas de duas semanas
de descanso (oito semanas), totalizando quatro ciclos.

Possui um potencial emetogênico baixo.

FLOX

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 85 mg/m² intravenoso em duas horas no D1, D15


e D29, de 8 em 8 semanas antes do Folinato de cálcio.

Folinato de cálcio na dosagem de 500 mg/m² intravenoso, em duas horas por semana,
durante seis semanas (no D1, D8, D15, D22, D29 e D36) seguido de descanso por duas
semanas.

Fluoruracila na dosagem de 500 mg/m² intravenoso em bolus após Folinato de cálcio


toda semana por seis semanas (no D1, D8, D15, D22, D29 e D36), seguido de descanso
por duas semanas.

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Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Refazer o ciclo de oito em oito semanas, totalizando três ciclos (com duração de seis
meses).

Possui um potencial emetogênico moderado.

mFOLFOX 6

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 85 mg/m² intravenoso em duas horas no D1.

Seguir com Folinato de cálcio na dose de 400 mg/m² intravenoso no D1, durante
duas horas de infusão (junto com oxaliplatina). Fluoruracila na dosagem de 400
mg/m² intravenoso no bolus no D1, seguido de fluoruracila na dose de 2.400 mg/m²
intravenoso contínuo por 46 horas.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, totalizando 12 ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Oxaliplatina + Fluoruracila + Folinato de Cálcio


(FOLFOX 4)

Utiliza-se Oxaliplatina na dose de 85 mg/m², durante duas horas no D1, juntamente


com Folinato de cálcio (infusão em Y).

Folinato de cálcio na dose de 200 mg/m² intravenoso no D1 e D2, por duas horas de
infusão antes da fluoruracila.

Fluoruracilana na dosagem de 400 mg/m² intravenoso no bolus no D1, seguido de


fluoruracila 600 mg/m² intravenoso contínuo por 22 horas no D1 e D2.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, totalizando 12 ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFOX 6

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 100 mg/m² por duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dose de 400 mg/m² intravenoso no D1, por duas horas de infusão
(juntamente com oxaliplatina).

Seguir com Fluoruracila na dose de 400 mg/m² intravenoso no bolus no D1, seguindo
com Fluoruracila na dosagem de 2.400 mg/m² intravenoso contínuo por 46 horas no
D1 e D2.

53
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, totalizando 12 ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Tratamento na doença metastática

FOLFOX 6 + Cetuximabe

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 85 mg/m² intravenoso no D1.

Folinato de cálcio na dose de 200 mg/m² intravenoso por duas horas no D1, antes da
infusão de Fluoruracila.

Seguir com Fluoruracila na dose de 2.400 mg/m² intravenoso em infusão contínua por
46 horas no D1 e D2.

Cetuximabe na dosagem de 400 mg/m2 intravenoso como dose ataque, seguindo com
250 mg/m² intravenoso por semana.

Refazer o ciclo de duas em duas semanas.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Possui potencial anafilático moderado.

FOLFOX 7

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 130 mg/m2 intravenoso durante duas horas em


infusão em Y com folinato de cálcio.

Folinato de cálcio na dose de 400 mg/m2 intravenoso por duas horas, em infusão em Y
com oxaliplatina.

Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m2 intravenoso em bolus no D1, seguido de


Fluoruracila 2.400 mg/m2 intravenoso contínuo em 46 horas.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, totalizando 12 ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

mFOLFOX 7

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 100 mg/m2 intravenoso durante duas horas


no D1.

54
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Folinato de cálcio na dose de 200 mg/m2 intravenoso por duas horas, em infusão antes
da fluoruracila. Fluoruracila na dosagem de 3.000 mg/m2 intravenoso contínuo em 46
horas no D1 e D2.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFOX7 + manutenção sem oxaliplatina (OPTIMOX1)

Utiliza-se Folinato de cálcio na dosagem de 200 mg/m2 (levofolinato de cálcio) ou 400


mg/m2 (formaracêmica) intravenoso por duas horas no D1 e D2, seguido de Fluoruracila
na dose de 2.400 mg/m2 intravenoso em infusão contínua por 46 horas no D1 e D2 e
Oxaliplatina na dosagem de 130 mg/m2 intravenoso por duas horas somente no D1.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, totalizando seis ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Iniciar manutenção sem oxaliplatina.

Folinato de cálcio na dose de 200 mg/m2 (levofolinato de cálcio) ou 400 mg/m2


(formaracêmica) intravenoso por duas horas no D1 e D2, seguindo com Fluoruracila na
dose de 400 mg/m2 intravenoso em bolus e, em seguida, 3.000 mg/m2 intravenoso em
infusão contínua por 46 horas no D1 e D2.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, totalizando 12 ciclos, e repetir FOLFOX7 por mais seis
ciclos.

Possui um potencial emetogênico baixo.

mFOLFOX 6

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 85 mg/m² intravenoso por duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dose de 400 mg/m² intravenoso no D1, por duas horas de infusão
(juntamente com oxaliplatina).

Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m² intravenoso no bolus no D1, seguido de


fluoruracila na dose de 2.400 mg/m² intravenoso contínuo por 46 horas.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, totalizando 12 ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

55
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

FOLFOX 6

Utiliza-se Oxaliplatina na dose de 100 mg/m² por duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dosagem de 400 mg/m² intravenoso no D1, por duas horas de
infusão (juntamente com oxaliplatina). Fluoruracila na dose de 400 mg/m² intravenoso
em bolus no D1, seguido de Fluoruracila na dosagem de 2.400 mg/m² intravenoso
contínuo por 46 horas no D1 e D2.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias, com 12 ciclos no total.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFOX 4 + Bevacizumabe

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 85 mg/m2 intravenoso por duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dose de 200 mg/m2 intravenoso por duas horas antes da infusão
de Fluoruracila no D1 e D2. Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m2 intravenoso em
bolus, no D1 e D2, seguido de Fluoruracila na dose de 600 mg/m2 intravenoso contínuo
em 22 horas no D1 e D2.

Bevacizumabe na dose de 10 mg/kg intravenoso.

Refazer o esquema de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFOX 4 + Cetuximabe

Utiliza-se Cetuximabe com dose de ataque de 400 mg/m² intravenoso por duas horas,
seguido de 250 mg/m² intravenoso em uma hora no D1, repetir uma vez por semana.

Após uma hora da infusão de cetuximabe, utilizar Oxaliplatina na dose de 85 mg/m2


intravenoso por duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dosagem de 200 mg/m2 intravenoso por duas horas no D1 e D2.

Fluoruracila na dose de 400 mg/m2 intravenoso em bolus, nos D1 e D2, seguido de


Fluoruracila em dose de 600 mg/m2 intravenoso contínuo durante 22 horas no D1 e D2.

Refazer esse esquema de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico e anafilático moderado.

56
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

FOLFOX 4 + Panitumumabe

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 85 mg/m2 intravenoso por duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dose de 200 mg/m2 intravenoso em duas horas no D1 e D2.

Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m2 intravenoso em bolus, nos D1 e D2, seguido


de Fluoruracila na dose de 600 mg/m2 intravenoso contínuo por 22 horas no D1 e D2.

Panitumumabe na dosagem de 6 mg/kg intravenoso por 60 minutos.

Refazer esse esquema de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFIRI (Irinotecano + Fluoruracila + Folinato de cálcio)

Utiliza-se Irinotecano na dosagem de 180 mg/m² intravenoso por 90 minutos no D1.

Folinato de cálcio na dose de 400 mg/m² intravenoso no D1 com infusão de duas horas
antes da fluoruracila.

Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m² intravenoso em bolus no D1 seguido de


Fluoruracila com dose de 2.400 mg/m² intravenoso contínuo por 46 horas.

Refazer o ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFIRI + Bevacizumabe

Utiliza-se Irinotecano na dose de 180 mg/m² intravenoso por 90 minutos no D1 e


Folinato de cálcio na dosagem de 400 mg/m² intravenoso por duas horas no D1 antes
da infusão da fluoruracila.

Fluoruracila na dose de 400 mg/m² intravenoso em bolus no D1, seguido de Fluoruracila


na dosagem de 2.400 mg/m² intravenoso contínuo em 46 horas no D1 e D2.

Bevacizumabe na dose de 5 mg/ kg intravenoso por 90 minutos na 1ª aplicação, 60


minutos na 2ª e 30 minutos nas seguintes aplicações no D1.

Refazer esse esquema de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

57
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

FOLFIRI + Cetuximabe

Utiliza-se Irinotecano na dosagem de 180 mg/m2 intravenoso de 30 a 90 minutos


no D1.

L-Folinato de cálcio ou Folinato de cálcio racêmico na dosagem de 400 mg/m2 ou 200


mg/m2 respectivamente, intravenoso por 120 minutos no D1. Fluoruracila na dose de
400 mg/m2 intravenoso em bolus no D1, seguido de Fluoruracila na dosagem de 2.400
mg/m2 intravenoso contínuo por 46 horas.

Refazer esse esquema de 14 em 14 dias.

Cetuximabe na dosagem inicial de 400 mg/m2 Iintravenoso por duas horas, seguido de
250 mg/m2 Iintravenoso em uma hora no D1, uma vez por semana.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFIRI + Panitumumabe

Utiliza-se Panitumumabe na dosagem de 6 mg/kg intravenoso por 60 minutos.

Refazer de 14 em 14 dias.

Irinotecano na dose de180 mg/m² intravenoso por 90 minutos no D1.

Folinato de cálcio na dosagem de 400 mg/m² Iintravenoso no D1 em infusão de duas


horas antes da fluoruracila.

Fluoruracila na dose de 400 mg/m² intravenoso em bolus no D1 seguido de Fluoruracila


na dose de 2.400 mg/m² intravenoso contínuo em 46 horas.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

FOLFOXIRI

Utiliza-se Irinotecano na dose de 165 mg/m2 em uma hora no D1.

Oxaliplatina na dose de 85 mg/m2 intravenoso em duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dosagem de 200 mg/m2 intravenoso em duas horas no D1.

Fluoruracila na dosagem de 3.200 mg/m2 intravenoso contínuo em 48 horas.

58
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Refazer esse esquema de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Bevacizumabe + Fluoruracila + Folinato de cálcio

Utiliza-se Folinato de cálcio na dosagem de 500 mg/m2 intravenoso em duas horas.

Fluoruracila na dose de 500 mg/m2 intravenoso em bolus.

Repetir uma vez por semana durante seis semanas com descanso de duas semanas
(ciclo de oito semanas).

Bevacizumabe na dose de 5 mg/kg intravenoso por 90 minutos na 1ª aplicação, 60


minutos na 2ª e 30 minutos nas seguintes no D1.

Refazer de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Capecitabina + Oxaliplatina (XELOX)

Utiliza-se Capecitabina na dose de 1.000 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, do D1
ao D14.

Oxaliplatina na dosagem de 130 mg/m² intravenoso por duas horas no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Obs.: pode-se diminuir a dose da capecitabina para 850 mg/m² via oral, duas vezes
ao dia, e a dose da oxaliplatina para 100 mg/m² intravenoso, para diminuir o risco de
toxicidade sem comprometer a eficácia clínica.

XELIRI

Utiliza-se Irinotecano na dose de 250 mg/m2 intravenoso no D1.

Capecitabina na dose de 1.000 mg/m2 via oral, duas vezes por dia, do D1 ao D14, ou do
D2 ao D15.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

59
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Recomendações: as doses de capecitabina e irinotecano podem ser reduzidas para 850


mg/m2 duas vezes ao dia e 200 mg/m2, respectivamente, a fim de diminuir o risco de
toxicidade sem comprometer a eficácia do tratamento, ou Irinotecano na dose de 150
mg/m2 intravenoso no D1.

Capecitabina na dosagem de 1.500 mg/m2 via oral, duas vezes por dia, do D2 ao D8.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Irinotecano

Utiliza-se Irinotecano na dose de 125 mg/m2 intravenoso por 90 minutos por semana
durante quatro semanas, seguido de duas semanas de descanso.

Ou Irinotecano na dose de 350 mg/m2 intravenoso por 90 minutos.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Obs.: se os pacientes forem >70 anos, PS=2 ou irradiação pélvica prévia, administrar
Irinotecano na dose de 300 mg/m2 intravenoso em 90 minutos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Cetuximabe + Irinotecano

Utiliza-se Cetuximabe na dose inicial de 400 mg/m2 intravenoso por duas horas,
seguindo com Cetuximabe na dose de 250 mg/m2 intravenoso em uma hora por semana.

Irinotecano na dosagem de 125 mg/m2 intravenoso em 90 minutos por semana, durante


quatro semanas, seguidas de duas semanas de descanso.

Ou Irinotecano na dose de 180 mg/m2 intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Ou Irinotecano na dose de 350 mg/m2 intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de três em três semanas.

Possui um potencial emetogênico e anafilático moderado.

60
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Cetuximabe

Utiliza-se Cetuximabe na dose inicial de 400 mg/m2 intravenoso por duas horas,
seguido de Cetuximabe na dose de 250 mg/m2 intravenoso em uma hora por semana.

Possui um potencial emetogênico mínimo.

Possui um potencial anafilático moderado.

Panitumumabe

Utiliza-se Panitumumabe na dosagem de 6 mg/kg intravenoso por 60 minutos.

Refazer de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico mínimo.

Fluoruracila infusão contínua

Utiliza-se Folinato de cálcio na dosagem de 5 mg/m2/dia do D1 ao D14.

Fluoruracila na dose de 2.600 mg/m2 intravenoso por 24 horas semanalmente.

Repetir o ciclo por quatro semanas.

Ou Fluoruracila na dose de 1.000 mg/m2/dia intravenoso em infusão contínua do D1


ao D4.

Refazer o ciclo a cada 21 a 28 dias.

Ou Fluoruracila na dosagem de 200 mg/m2/dia intravenoso em infusão contínua do D1


ao D14.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Fluoruracila infusional + Folinato de Cálcio +


Bevacizumabe (de Gramont + Bevacizumabe)

Utiliza-se Folinato de cálcio na dose de 400 mg/m2 intravenoso por duas horas em
infusão.

Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m2 intravenoso em bolus no D1, seguido de


Fluoruracila na dose de 3.000 mg/m² intravenoso contínuo em 46 horas.

61
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Bevacizumabe na dosagem de 5 mg/kg intravenoso em 90 minutos na 1ª aplicação, 60


minutos na 2ª e 30 minutos nas seguintes aplicações, no D1.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de esôfago

Tratamento neoadjuvante – quimiorradiação


pré-operatória

Fluoruracila + Cisplatina + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 225 mg/m²/dia intravenosa contínua do D1


ao D30.

Cisplatina na dose de 20 mg/m²/dia intravenoso do D1 ao D5 e do D26 ao D30.

Radioterapia com 200 cGy/dia para dose total de 4400 cGy.

Possui um potencial emetogênico alto

Obs.: quimioterapia juntamente com radioterapia, seguida de esofagectomia e, então,


quimioterapia adjuvante em pacientes que tiveram a remoção total da doença com
margens negativas.

Fluoruracila + Cisplatina + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 1.000 mg/m²/dia intravenosa contínua do


D1 ao D4.

Cisplatina na dose de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo nas semanas 1, 5, 8 e 11.

Radioterapia com 200 cGy/dia por cinco dias semanalmente (dose total: 3.000 cGy),
seguido de impulsão de 2.000 cGy.

Possui um potencial emetogênico alto.

62
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Paclitaxel + Carboplatina + Radioterapia

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 50 mg/m² intravenoso semanal.

Carboplatina: AUC por duas semanas.

Radioterapia: 41.4 Gy por cinco semanas.

Quimioterapia juntamente com radioterapia.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Potencial anafilático alto.

Tratamento Adjuvante

Cisplatina + Paclitaxel

Utiliza-se Paclitaxel na dose de 135 mg/m² intravenoso por 24 horas no D1.

Cisplatina na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D2.

Possui um potencial emetogênico alto.

Potencial anafilático alto.

Obs.: quimioterapia juntamente com radioterapia.

Quimioterapia adjuvante é dada de 8 a 12 semanas, após esofagectomia, e cada ciclo é


administrado a cada 21 dias, no total de três ciclos.

ECF (MAGIC trial)

Utiliza-se Epirrubicina na dose de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dosagem de 60 mg/m² intravenoso no D1.

Fluoruracila na dose de 200 mg/m²/dia intravenoso por infusão contínua do D1


ao D21.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias, totalizando três ciclos.

Seguido de esofagectomia, quimioterapia adjuvante (idem pré-operatória) em pacientes


que obtiveram remoção total da doença com margens negativas.

Possui potencial emetogênico alto.

63
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

CALGB 9781

Utiliza-se Cisplatina na dosagem de 100 mg/m² intravenoso em 30 minutos no D1


e D29.

Fluoruracila na dose de 1.000 mg/m² intravenoso por 96 horas do D1 ao D4 e do


D29 ao D32.

Radioterapia com 50.4 Gy em frações de 1.8 Gy durante cinco a seis semanas.

Quimioterapia juntamente com radioterapia.

Possui um potencial emetogênico alto.

Tratamento na doença metastática

Fluoruracila + Cisplatina

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 1.000 mg/m²/dia intravenosa contínua do


D1 ao D5.

Cisplatina na dose de 100 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Cisplatina + Irinotecano

Utiliza-se Cisplatina na dosagem de 30 mg/m² intravenoso 1 vez por semana por


4 semanas.

Irinotecano na dose de 65 mg/m² intravenoso toda semana por 4 semanas.

Refazer esse ciclo de 6 em 6 semanas.

Possui um potencial Emetogênico alto.

Paclitaxel + Cisplatina

Utiliza-se Paclitaxel na dose de 180 mg/m² intravenoso por 3 horas no D1.

Cisplatina na dose de 60 mg/m² intravenoso em 2 horas no D1.

64
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial Emetogênico alto.

E potencial Anafilático alto.

Capecitabina + Oxaliplatina

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 1.000 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, do
D1 ao D14.

Oxaliplatina na dose de 130 mg/m² IV no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado no D1.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Paclitaxel

Utiliza-se Paclitaxel na dose de 80 mg/m² intravenoso por semana em uma hora.

Refazer o ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Potencial anafilático alto.

EOX

Utiliza-se Epirrubicina na dosagem de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Oxaliplatinana dose de 130 mg/m² intravenoso no D1.

Capecitabina na dosagem de 625 mg/m² via oral, duas vezes por dia, continuamente.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui potencial emetogênico moderado.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

65
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Trastuzumabe + Cisplatina + Fluoropirimidina

Utiliza-se Trastuzumabe na dose de 8 mg/kg intravenoso com dose de ataque, então


6 mg/kg no D1.

Cisplatina na dosagem de 80 mg/m² intravenoso em duas horas no D1.

Capecitabina na dose de 1.000 mg/m², duas vezes por dia, do D1 ao D14.

Ou Fluoropirimidina na dose 800 mg/m² intravenosa contínua do D1 ao D5. Repetir o


ciclo a cada 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Cisplatina + Fluoruracila + Cetuximabe

Utiliza-se Cisplatina: 100 mg/m² IV em 1 hora no D1.

Fluoruracila: 1.000 mg/m² IV contínuo do D1 ao D5.

Cetuximabe: 400 mg/m² dose de ataque em 120 minutos, seguido de 250 mg/m² em
uma hora semanal.

Repetir o ciclo a cada 28 dias.

Potencial emetogênico alto.

Erlotinibe

Utiliza-se Erlotinibe na dosagem de 150 mg/dia via oral contínuo.

Possui um potencial emetogênico alto.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

66
Capítulo 2
Pâncreas e estômago

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer no pâncreas

Fluoruracila + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracila: 500 mg/m²/dia intravenoso do D1 ao D3 e do D29 ao D31 e,


então, semanalmente começando no D71.

Radioterapia: dose total 4.000 cGy.

Quimioterapia e radioterapia começam no mesmo dia e concomitantemente.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Regime RTOG - Quimiorradioterapia

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m2 intravenoso no D1, D8 e D15.

Seguido de quimiorradiação concomitante: Fluoruracila na dose de 250 mg/m2/dia


intravenoso em infusão contínua durante a radioterapia.

Radioterapia: 180 cGy/dia para a dose total de 5.040 cGy.

OBS: quimioterapia e radioterapia iniciam no mesmo dia e concomitantemente.

Após quimiorradiação, Gencitabina na dose de 1.000 mg/m2 intravenoso no D1,


D8 e D15.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias, totalizando três ciclos.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Folinato de Cálcio + Fluoruracila

Utiliza-se Folinato de cálcio na dosagem de 20 mg/m² intravenoso do D1 ao D5.

Fluoruracila na dose 425 mg/m² IV do D1 ao D5.

67
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Gencitabina + Capecitabina (GEM-CAP)

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Capecitabina na dose 650 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do D1 ao D14.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Ou Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso no D1, D8 e D15.

Capecitabina na dose de 880 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do D1 ao D21.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Gencitabina + Docetaxel + Capecitabina (GTX)

Utiliza-se Gencitabina na dose de 750 mg/m² intravenoso acima de 75 minutos no


D4 e D11.

Docetaxel na dosagem 30 mg/m² intravenoso no D4 e D11.

Capecitabina na dose de 1.000 a 1.500 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, do D1 ao D14.

Refazer esse ciclo a cada duas semanas.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Gencitabina + Oxaliplatina

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso acima de 100 minutos


em 10 mg/m²/min no D1.

68
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Oxaliplatina na dose de 100 mg/m² acima de duas horas no D2.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Gencitabina + Erlotinibe

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso uma vez por semana,
durante sete semanas, uma semana de descanso, ciclos subsequentes de 1.000 mg/m²
intravenoso semanalmente por três semanas, com uma semana de descanso.

Erlotinibe na dosagem de 100 mg via oral diariamente.

Refazer esse ciclo durante três semanas, a cada 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Gencitabina

Utiliza-se Gencitabina na dose de 1.000 mg/m² intravenoso uma vez por semana,
durante sete semanas, uma semana de descanso, ciclos subsequentes de 1.000 mg/m²
intravenoso semanalmente por três semanas com uma semana de descanso.

Refazer três semanas de ciclo a cada 28 dias.

Ou Gencitabina na dose de 1.000 mg/m² intravenoso acima de 100 minutos em 10


mg/m²/min no D1, D8 e D15.

Refazer esse ciclo a cada 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Capecitabina

Utiliza-se Capecitabina na dose de 1.250 mg/m² via oral, duas vezes ao dia, do D1
ao D14.

A dose pode ser reduzida para 850 a 1.000 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do
D1 ao D14, para diminuir o risco de toxicidade sem comprometimento da eficácia
clínica.

69
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes
orais.

Capecitabina + Erlotinibe

Utiliza-se Capecitabina na dose de 1.000 mg/m2 via oral, duas vezes ao dia, do D1
ao D14.

Erlotinibe na dosagem de 150 mg via oral diariamente.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos


dos agentes orais.

FOLFIRINOX

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 85 mg/m² intravenoso em duas horas no D1.

Irinotecano na dose de 180 mg/ m² intravenoso de 30 a 90 minutos no D1.

Folinato de cálcio na dosagem de 400 mg/ m² intravenoso, seguido de Fluoruracila


na dose de 400 mg/m² em bolus no D1 e de Fluoruracila na dose de 2.400 mg/m²
intravenoso contínuo em 46 horas.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

70
Capítulo 3
Canal anal, biliar e hepatocarcinoma

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de canal anal

Doença localizada

Fluoruracila + Mitomicina + Radioterapia (Esquema Nigro)

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 1.000 mg/m²/dia intravenoso em infusão


contínua do D1 ao D4, e do D29 ao D32. Mitomicina na dose de 15 mg/m² intravenoso
em bolus no D1.

Radioterapia: 200 cGy/dia do D1 ao D5, do D8 ao D12 e do D15 ao D19 (dose total:


3.000 cGy).

Possui um potencial emetogênico baixo.

Recomendação: a quimioterapia é administrada concomitantemente à radioterapia.


Cirurgia: de 4 a 6 semanas decorridos do último dia da radioterapia.

Fluoruracila + Mitomicina + Radioterapia (Esquema do


EORTC)

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 750 mg/m²/dia intravenoso em infusão contínua


do D1 ao D5 e do D29 ao D33. Mitomicina na dose de 15 mg/m² intravenoso em bolus
no D1.

Radioterapia: 180 cGy/dia por cinco semanas (dose total: 4.500 cGy).

Possui um potencial emetogênico baixo.

Recomendação: a quimioterapia é administrada concomitantemente à radioterapia.


Após 6 semanas, um boost de 15 Gy deve ser adicionado, em caso de resposta completa,
e um boost de 20 Gy, em caso de resposta parcial. A cirurgia só é adicionada como parte
do protocolo nesse grupo se houver ausência de resposta após 45 Gy ou doença residual
palpável ao final do tratamento.

71
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Fluoruracila + Mitomicina + Radioterapia (Esquema


UKCCCR)

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 1.000 mg/m²/dia intravenoso em infusão


contínua do D1 ao D4 e do D29 a D32 ou 750 mg/m²/dia em infusão contínua do D1 ao
D5 e do D29 ao D33.

Mitomicina na dose de 12 mg/m² em bolus no D1

Possui um potencial emetogênico baixo.

Recomendação: radioterapia na dose total de 4.500 cGy por cinco semanas.

Após seis semanas, a cirurgia é recomendada para os pacientes com taxa de resposta
< 50%, e um boost de 15Gy em 6 frações para os pacientes com taxa de resposta > 50%
ou com resposta completa.

Fluoruracila + Mitomicina + Radioterapia


(Recomendação NCCN)

Utiliza-se Fluoruracila na dosagem de 1.000 mg/m²/dia intravenoso em infusão


contínua do D1 ao D4 e do D29 a D32. Mitomicina na dose de 10 mg/m² intravenoso
em bolus no D1 e D29.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Recomendação: radioterapia: 180 cGy/dia por cinco semanas (dose total: 4.500 cGy).

Para pacientes com doença T3 - T4, linfonodo comprometido ou T2 com doença residual
após 45 Gy é recomendado boost adicional de 10 – 14 Gy dividido em frações de 1.8 a
2.0 diárias.

Fluoruracila + Cisplatina + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracila na dose de 250 mg/m²/dia intravenoso em infusão


contínua por cinco dias todas as semanas da radioterapia. Cisplatina na dosagem
de 4 mg/m²/dia intravenoso em infusão contínua por cinco dias semanalmente
juntamente com a radioterapia.

Radioterapia: dose total 5.500 cGy por seis semanas.

Quimioterapia concomitantemente à radioterapia.

Possui um potencial emetogênico alto.

72
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Fluoruracila + Cisplatina (Recomendação NCCN)

Utiliza-se Fluoruracila na dose de 1.000 mg/m²/dia intravenoso em infusão contínua


do D1 ao D5. Cisplatina na dose de 100 mg/m² intravenoso no D2. Refazer esse ciclo a
cada 21 - 28 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


por canal Biliar

Tratamento adjuvante

Fluoruracila + Radioterapia

Utiliza-se Fluoruracila na dose de 500 mg/m² do D1 ao D3 em bolus na 1ª e 5ª semana


da radioterapia ou Fluoruracila na dose de 400 mg/m² do D1 ao D4 em bolus na 1ª e
5ª semana da radioterapia. Folinato de cálcio: na dose de 20 mg/m², do D1 ao D4 em
bolus na 1ª e 5ª semana da radioterapia.

Radioterapia: concomitante à fluoruracila na dose de 45 Gy em frações de 180 cGy +


boost de 5,4 - 9,0 Gy (dose total 54 Gy).

Possui um potencial emetogênico baixo.

Capecitabina + Radioterapia

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 1.500 mg/m²/dia via oral por duas vezes ao dia,
de segunda a sexta-feira, durante todo o tratamento radioterápico.

Radioterapia: concomitante à capecitabina na dose de 45 Gy com boost de 10 Gy.


Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos
agentes orais.

Tratamento na doença metastática

Fluoruracila + Cisplatina

Utiliza-se Fluoruracila na dose de 400 mg/m2 intravenoso no D1 seguido de 600


mg/m² intravenoso em infusão durante 22 horas no D1 e no D2.

73
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Cisplatina na dose de 50 mg/m2 intravenoso no D2.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Capecitabina + Cisplatina

Utiliza-se Capecitabina na dose de 1.250 mg/m2 via oral duas vezes ao dia, do D1
ao D14.

Cisplatina na dosagem de 60 mg/m2 intravenoso no D2.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Capecitabina

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 1.000 mg/m2 via oral duas vezes ao dia, do D1
ao D14. Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Obs.: a dose pode ser reduzida para 825 - 900 mg/m2 via oral duas vezes ao dia, do
D1 ao D14.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes
orais.

Gencitabina

Utiliza-se Gencitabina na dose de 1.000 mg/m2 intravenoso no D1 e D8.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Epirrubicina + Cisplatina + Fluoruracila (ECF)

Utiliza-se Fluoruracila na dose de 200 mg/m² intravenoso em infusão contínua durante


todos os dias do tratamento. Epirrubicina na dose de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dosagem de 60 mg/m² intravenoso no D1.

74
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Capecitabina + Oxaliplatina (CAPOX)

Utiliza-se Oxaliplatina na dose de 130 mg/m² intravenoso em 2 horas no D1.

Capecitabina na dose de 1.000 mg/m² via oral duas vezes ao dia, do D1 ao D14.

Refazer esse ciclo a cada 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Gencitabina + Oxaliplatina (GEMOX)

Utiliza-se Gencitabina na dose de 1.000 mg/m² durante 100 minutos IV no D1.

Oxaliplatina na dose de 100 mg/m² intravenoso em duas horas no D2.

Refazer esse ciclo a cada 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Gencitabina + Cisplatina

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.250 mg/m² intravenoso durante 30 minutos


no D1 e D8.

Cisplatina na dose de 75 mg/m² em 2 horas no D1.

Refazer esse ciclo a cada 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Gencitabina + Capecitabina

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso em 30 minutos no


D1 e D8.

Capecitabina: 650 mg/m² via oral duas vezes ao dia, do D1 ao D14.

Repetir o ciclo a cada 21 dias.

75
UNIDADE II │ Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal

Potencial emetogênico: baixo.

Verificar recomendações para prevenção de náuseas e vômitos dos agentes orais.

Docetaxel

Utiliza-se Docetaxel: 100 mg/m² IV no D1.

Repetir o ciclo a cada 21 dias.

Potencial emetogênico: baixo.

Erlotinibe

Utiliza-se Erlotinibe: 150 mg via oral diariamente.

Repetir o ciclo a cada 28 dias.

Potencial emetogênico: verificar recomendações para prevenção de náuseas e vômitos


dos agentes orais.

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de Hepatocarcinoma

GEMOX

Utiliza-se Gencitabina: 1.000 mg/m2 IV no D1.

Oxaliplatina: 100 mg/m2 intravenoso no D2.

Repetir o ciclo a cada 14 dias.

Potencial emetogênico moderado.

Sorafenibe

Utiliza-se Sorafenibe: 400 mg via oral duas vezes ao dia.

Potencial emetogênico: verificar recomendações para prevenção de náuseas e vômitos


dos agentes orais.

76
Protocolos para quimioterapia do câncer do trato gastrointestinal │ UNIDADE II

Doxorrubicina

Utiliza-se Doxorrubicina: 20 - 30 mg/m² intravenoso no D1.

Repetir o ciclo a cada semana.

Potencial emetogênico moderado.

Cisplatina

Utiliza-se Cisplatina: 80 mg/m² IV no D1.

Repetir o ciclo a cada semana.

Potencial emetogênico alto.

Capecitabina

Utiliza-se Capecitabina: 1.000 mg/m² via oral duas vezes ao dia do D1 ao D14.

Repetir o ciclo a cada 21 dias.

Potencial emetogênico: verificar recomendações para prevenção de náuseas e vômitos


dos agentes orais.

Recomendação: a dose pode ser reduzida para 825 - 900 mg/m² via oral duas vezes ao
dia, do D1 ao D14.

Essa redução da dose pode diminuir o risco de toxicidade sem comprometimento da


eficácia clínica.

77
Protocolos para
quimioterapia Unidade iII
do trato
respiratório

O câncer de pulmão é o mais comum entre todos do trato respiratório e todos os tumores
malignos. Apresenta um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. Tem 90%
dos casos diagnosticados em associação ao consumo de derivados do tabaco. Ele, do
ponto de vista anátomo-patológico, é classificado em dois tipos principais:

1. pequenas células;

2. não pequenas células: corresponde a um grupo heterogêneo composto


de três tipos histológicos principais diferentes: carcinoma epidermoide,
adenocarcinoma e carcinoma de grandes células, ocorrendo em cerca de
75% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão.

Entre os tipos celulares restantes, destaca-se o carcinoma indiferenciado de células


pequenas, com os três subtipos celulares: linfocitoide (oat cell), intermediário e
combinado (células pequenas mais carcinoma epidermoide ou adenocarcinoma).

Capítulo 1
Pulmão de células não pequenas

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de pulmão de células não
pequenas

Tratamento adjuvante

Paclitaxel + Carboplatina

Utiliza-se Paclitaxel: 200 mg/m² IV em 3 horas no D1.

Carboplatina: AUC de 6, IV no D1.

78
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Repetir o ciclo a cada 21 dias, no total de quatro ciclos.

Potencial emetogênico moderado.

Potencial anafilático alto.

Vinorelbina + Cisplatina

Utiliza-se Vinorelbina: 25 mg/m² IV semanalmente por 16 semanas.

Cisplatina: 50 mg/m² IV no D1 e D8.

Repetir a cisplatina a cada 28 dias, no total de quatro ciclos; ou Vinorelbina: 30 mg/m²


IV semanalmente por 16 semanas.

Cisplatina: 100 mg/m² IV no D1.

Repetir a cisplatina a cada 28 dias, no total de quatro ciclos; ou Vinorelbina: 25 - 30


mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Cisplatina: 75 - 80 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o esquema a cada 21 dias, no total de quatro ciclos.

Possui potencial emetogênico alto.

Vimblastina + Cisplatina

Utiliza-se Vimblastina na dose 4 mg/m² no D1, D8, D15 e D28.

Após o D43, repetir o ciclo a cada duas semanas até a última administração de cisplatina.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² IV no D1.

Repetir a cisplatina a cada 21 dias, no total de quatro ciclos (D1, D22, D43 e D64).

Potencial emetogênico alto para cisplatina e mínimo para vimblastina.

Etoposídeo + Cisplatina

Utiliza-se Etoposídeo na dose de 100 mg/m² intravenoso do D1 ao D3 com cada


administração de cisplatina. Cisplatina 80 mg/m² intravenoso no D1.

Repetir o ciclo a cada 28 dias, totalizando quatro ciclos.

Possui potencial emetogênico alto.

79
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

Gencitabina + Cisplatina

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² no D1 e D8.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² intravenoso no D1.

Repetir a cisplatina cada 21 dias.

Potencial emetogênico alto no D1 e baixo no D8.

Cisplatina + Pemetrexede

Utiliza-se Cisplatina na dose 75 mg/m² intravenoso em 1 hora no D1.

Pemetrexede na dosagem de 500 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico alto.

Obs.: ácido fólico 350 – 1.000 mcg via oral por dia, iniciando uma semana antes da
terapia, e vitamina B12 1.000 mcg intramuscular, começando 1 a 2 semanas antes da
primeira dose da terapia e repetir a cada nove semanas.

Carboplatina + Pemetrexede

Utiliza-se Carboplatina: AUC de 5 intravenoso no D1.

Pemetrexede na dose de 500 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico moderado.

Obs.: ácido fólico 350 – 1.000 mcg via oral por dia, iniciando uma semana antes da
terapia, e vitamina B12 1.000 mcg IM, começando 1 a 2 semanas antes da primeira dose
da terapia e repetir a cada nove semanas.

Tratamento na doença metastática

Carboplatina + Paclitaxel

Utiliza-se Carboplatina: AUC de 6, IV no D1.

Paclitaxel na dose 200 mg/m² IV em 3 horas no D1.

80
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Ou Carboplatina: AUC de 6, IV no D1.

Paclitaxel na dose 90 mg/m² IV no D1, D8 e D15.

Refazer o ciclo a cada 28 dias.

Possui potencial emetogênico moderado.

Carboplatina + Paclitaxel + Bevacizumabe

Utiliza-se Carboplatina: AUC de 6, IV no D1.

Paclitaxel na dosagem de 200 mg/m² IV em 3 horas no D1.

Bevacizumabe na dose de 15 mg/kg IV no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico moderado.

Possui potencial anafilático alto.

Obs.: após seis ciclos, pacientes que não apresentarem progressão seguem com
bevacizumabe até progressão ou toxicidade inaceitável.

Gencitabina + Cisplatina + Bevacizumabe

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.250 mg/m² IV no D1 e D8.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² IV no D1.

Bevacizumabe: 7,5 ou 15 mg/kg IV no D1.

Repetir o ciclo a cada 21 dias, totalizando seis ciclos.

Potencial emetogênico alto no D1 e baixo no D8

Vinorelbina + Cisplatina + Cetuximabe

Utiliza-se Vinorelbina na dosagem de 25 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² intravenoso no D1.

Cetuximabe na dose de 400 mg/m² dose inicial, seguida de 250 mg/m² semanalmente.

81
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

Repetir o ciclo a cada 21 dias.

Potencial emetogênico alto no D1 e mínimo no D8.

Potencial anafilático moderado com cetuximabe.

Cisplatina + Pemetrexede

Utiliza-se Cisplatina na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Pemetrexede na dose de 500 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico alto.

Obs.: ácido fólico de 350 a 1.000 mcg via oral por dia, iniciando uma semana antes da
terapia, e vitamina B12 1.000 mcg IM, começando 1 a 2 semanas antes da primeira dose
da terapia e repetir a cada três ciclos.

Carboplatina + Pemetrexede

Utiliza-se Carboplatina: AUC de 5, IV no D1.

Pemetrexede na dose de 500 mg/m² IV no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico moderado.

Obs.: ácido fólico 350 – 1.000 mcg via oral por dia, iniciando uma semana antes da
terapia, e vitamina B12 1.000 mcg IM, começando 1 a 2 semanas antes da primeira dose
da terapia e repetir a cada três ciclos.

Paclitaxel + Cisplatina

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 175 mg/m² intravenoso em 3 horas no D1.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico alto.

Possui potencial anafilático alto.

82
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Docetaxel + Carboplatina

Utiliza-se Docetaxel na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Carboplatina: AUC de 6, intravenoso no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico moderado.

Docetaxel + Cisplatina

Utiliza-se Docetaxel na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dose de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer o ciclo a cada 21 dias.

Possui potencial emetogênico alto.

Docetaxel + Gencitabina

Utiliza-se Docetaxel na dose 100 mg/m² intravenoso no D8.

Gencitabina na dosagem de 1.100 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Refazer esse ciclo a cada 21 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Obs.: suporte com Filgrastim é necessário do D9 ao D15.

Gencitabina + Cisplatina

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso no D1, D8 e D15.

Cisplatina na dose de 100 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias

Ou Gencitabina na dose de 1.250 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Cisplatina na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto no D1 e baixo para D8 e D15.

83
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

Gencitabina + Carboplatina

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Carboplatina AUC de 5, intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado no D1 e baixo no D8.

Gencitabina + Vinorelbina

Utiliza-se Vinorelbinana dosagem de 30 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Gencitabina na dose de 1.200 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Ou Vinorelbina na dose de 25 mg/m² intravenoso no D1, administrada antes da


Gencitabina.

Gencitabina na dosagem de 900 mg/m² intravenoso por 90 minutos no D1, D8 e D15.

Refazer esse esquema de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Vinorelbina + Cisplatina

Utiliza-se Vinorelbina na dosagem de 25 mg/m² intravenoso no D1, D8, D15 e D22.

Cisplatina na dose de 100 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico alto no D1 e baixo no D8, D15 e D22.

Vinorelbina + Carboplatina

Utiliza-se Vinorelbina na dose de 25 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Carboplatina: AUC 6, intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado no D1.

84
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Paclitaxel

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 225 mg/m² intravenoso por 3 horas no D1

Ou Paclitaxel na dose de 200 mg/m² intravenoso em 3 horas no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Possui um potencial anafilático alto.

Docetaxel

Utiliza-se Docetaxel na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Ou Docetaxel na dose de 35 mg/m² intravenoso no D1, D8 e D15.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Ou Docetaxel na dosagem de 60 mg/m² intravenoso por 1 hora no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Recomendação: deve ser administrada imediatamente antes da infusão de Docetaxel e


12 horas após cada dose.

Pemetrexede

Utiliza-se Pemetrexede na dose de 500 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Obs. 1: ácido fólico 350 a 1.000 mcg via oral diariamente, iniciando uma semana antes
da terapia, e vitamina B12 1.000 mcg intramuscular, começando 1 a 2 semanas antes da
primeira dose da terapia e repetir a cada três ciclos.

Obs. 2: usar apenas em histologia não escamosa, pode ser usado como manutenção
após esquemas baseados em platina.

85
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

Pemetrexede (Manutenção)

Para NSCLC não escamosa: pacientes que não progrediram durante indução com
cisplatina e pemetrexede podem continuar o tratamento de manutenção com
Pemetrexede na dose de 500 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias até progressão da doença.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Gencitabina

Utiliza-se Gencitabina na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso no D1, D8 e D15.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Vinorelbina

Utiliza-se Vinorelbina na dose de 25 mg/m² intravenoso semanalmente.

Ou Vinorelbina: 30 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico mínimo.

Obs.: preferência para pacientes idosos e com baixa capacidade funcional.

Erlotinibe

Utiliza-se Erlotinibe na dosagem de 150 mg via oral uma vez ao dia até progressão.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos


agentes orais.

Obs.: os subgrupos clínicos com maiores respostas eram não fumantes, histologia
adenocarcinoma, orientais, sexo feminino. Se possível, testar mutação do EGFR
(pacientes com mutações têm alta taxa de resposta).

Gefitinibe

Utiliza-se Gefitinibe na dosagem de 250 mg/m² via oral diariamente.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

86
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Crizotinibe (NSCLC ALK-positivo)

Utiliza-se Crizotinibe na dose de 250 mg via oral duas vezes por dia, diariamente, em
regime contínuo até progressão da doença ou eventos adversos intoleráveis.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Docetaxel + Bevacizumabe

Utiliza-se Docetaxel na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Bevacizumabe na dose de 15 mg/kg intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias até progressão da doença.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Tratamento adjuvante

Quimiorradioterapia

Ciclo inicial de quimioterapia com:

Folinato de cálcio na dosagem de 20 mg/m² intravenoso do D1 ao D5.

Fluoruracila na dose de 425 mg/m² intravenoso do D1 ao D5.

A radioterapia começa 28 dias após essa quimioterapia, como segue:

Radioterapia: 180 cGy/dia na dose total de 4.500 cGy, início no D28.

Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m² intravenoso do D1 ao D4 e do D23 ao D25 da


radioterapia.

Folinato de cálcio na dose de 20 mg/m² intravenoso do D1 ao D4 e do D23 ao D25 da


radioterapia.

87
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

Quimiorradioterapia é seguida de dois ciclos de quimioterapia, administrada no


intervalo de um mês:

Fluoruracila na dosagem de 425 mg/m² intravenoso do D1 ao D5.

Folinato de cálcio na dose de 20 mg/m² intravenoso do D1 ao D5.

Possui um potencial emetogênico baixo.

ECF (MAGIC Trial)

Utiliza-se Epirrubicina na dose de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dosagem de 60 mg/m² intravenoso no D1.

Fluoruracila na dose de 200 mg/m²/dia intravenoso por infusão contínua do D1


ao D21.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias, totalizando três ciclos.

Seguido de esofagectomia e, então, quimioterapia adjuvante (idem pré-operatória) em


pacientes que tiveram diagnóstico de remoção total da doença com margens negativas.

Possui um potencial emetogênico alto.

Cisplatina + Fluoruracila

Quimioterapia pré-operatória de dois a três ciclos, pós-operatório de três a quatro


ciclos, totalizando seis ciclos.

Cisplatina na dosagem de 100 mg/m² intravenoso no D1.

Fluoruracila: na dose de 800 mg/m²/dia intravenosa por infusão contínua do D1


ao D5.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Tratamento na Doença Metastática

DCF

Utiliza-se Docetaxel na dosagem de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dose de 75 mg/m² intravenoso de 1 a 3 horas no D1.

88
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Fluoruracila na dosagem de 750 mg/m²/dia intravenosa contínua do D1 ao D5.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Possui um potencial anafilático moderado.

DCF + Bevacizumabe

Utiliza-se ácido folínico na dose de 400 mg/m² no D1.

Fluoruracila na dosagem de 400 mg/m²/dia intravenoso em bolus, seguido de 1.000


mg/m² no D1 e D2 por infusão contínua.

Docetaxel na dose de 40 mg/m² intravenoso no D1.

Bevacizumabe na dosagem de 10 mg/kg no D1.

Cisplatina na dose de 40 mg/m² no D3.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Possui um potencial anafilático moderado.

Cisplatina + Fluoruracila

Utiliza-se Cisplatina na dosagem de 100 mg/m² intravenoso acima de 1 a 3 horas no D1.

Fluoruracila na dose de 1.000 mg/m²/dia intravenoso por infusão contínua do D1


ao D5.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

ECF

Utiliza-se Epirrubicina na dosagem de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dose de 60 mg/m² intravenoso no D1.

89
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

Fluoruracila na dose de 200 mg/m²/dia intravenoso por infusão contínua por 24


semanas.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

EOF

Utiliza-se Epirrubicina na dosagem de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Oxaliplatina na dose de 130 mg/m² intravenoso no D1.

Fluoruracila na dosagem de 200 mg/m²/dia intravenoso em infusão contínua por 24


semanas.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

ECX

Utiliza-se Epirrubicina na dose de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dosagem de 60 mg/m² intravenoso no D1.

Capecitabina na dose de 625 mg/m² via oral duas vezes por dia, continuamente.

Refazer esse de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

EOX

Utiliza-se Epirrubicina na dose de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Oxaliplatina: na dosagem de 130 mg/m² intravenoso no D1.

Capecitabina na dose de 625 mg/m² via oral duas vezes por dia, continuamente.

Refazer o ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

90
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Cisplatina + Irinotecano

Utiliza-se Cisplatina na dosagem de 80 mg/m² intravenoso no D1.

Irinotecano na dose de 70 mg/m² intravenoso no D1 e D15.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Cisplatina + Irinotecano + Bevacizumabe

Utiliza-se Cisplatina na dosagem de 30 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Irinotecano na dose de 65 mg/m² intravenoso no D1 e D8.

Bevacizumabe na dosagem de 15 mg/kg no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Docetaxel + Cisplatina

Utiliza-se Docetaxel na dosagem de 70 mg/m² intravenoso no D1.

Cisplatina na dose de 75 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

FOLFOX

Utiliza-se Oxaliplatina na dosagem de 100 mg/m² por duas horas no D1.

Folinato de cálcio na dose de 400 mg/m² intravenoso no D1 por duas horas.

Fluoruracila na dose de 400 mg/m² intravenoso em bolus no D1, seguido de: Fluoruracila
na dose de 3.000 mg/m² intravenoso contínuo por 46 horas D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

91
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

XELOX

Utiliza-se Capecitabina na dose de 1.000 mg/m² via oral duas vezes por dia, do D1
ao D14.

Oxaliplatina na dosagem de 130 mg/m² intravenoso por duas horas no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Obs.: pode-se diminuir a dose da capecitabina para 850 mg/m² via oral duas vezes
por dia, e a dose da oxaliplatina para 100 mg/m² intravenoso, para diminuir o risco de
toxicidade sem comprometimento da eficácia clínica.

Trastuzumabe + Cisplatina + Fluoropirimidina (TOGA trial)

Utiliza-se Trastuzumabe na dosagem de 8 mg/kg intravenoso com dose de ataque,


seguido de 6 mg/kg no D1.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² intravenoso por duas horas no D1.

Capecitabina na dosagem de 1.000 mg/m² duas vezes por dia, do D1 ao D14.

Ou Fluoropirimidina na dose de 800 mg/m² intravenosa contínua no D1 ao D5.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Irinotecano

Utiliza-se Irinotecano na dosagem de 150 mg/m² intravenoso em 90 minutos no D1.

Refazer esse ciclo de 14 em 14 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Docetaxel

Utiliza-se Docetaxel na dosagem de 60 mg/m² intravenoso por 1 hora no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

92
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Possui um potencial emetogênico baixo.

Pré-medicação deve ser administrada imediatamente antes da infusão de docetaxel e


12 horas após cada dose.

Paclitaxel

Utiliza-se Paclitaxel na dose de 80 mg/m² intravenoso em 1 hora.

Refazer esse ciclo a cada semana.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Possui um potencial anafilático alto.

Capecitabina

Utiliza-se Capecitabina na dosagem de 1.250 mg/m² via oral duas vezes por dia, nos
dias D1 a D14.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias, totalizando oito ciclos.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos


agentes orais.

Obs.: a dose pode diminuir para 850 – 1.000 mg/m² via oral, duas vezes por dia, nos D1
a D14, para diminuir o risco de toxicidade sem comprometer a eficácia clínica.

Fluoruracila

Utiliza-se Fluoruracila na dose de 500 mg/m² intravenoso do D1 ao D5.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

93
Capítulo 2
Pulmão de pequenas células

Farmacoterapias utilizadas para tratamento


de câncer de pulmão de pequenas células

Doença limitada

EP + Radioterapia

Utiliza-se Etoposídeo na dose de 100 mg/m² intravenoso do D1 ao D3.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias, totalizando quatro ciclos, juntamente com a


radioterapia (início D2 do primeiro ciclo).

Possui um potencial emetogênico alto.

CAV seguido de EP + Radioterapia

Utiliza-se Ciclofosfamida na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso no D1.

Doxorrubicina na dose de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Vincristina na dosagem de 1 mg/m² intravenoso no D1 (máximo 2 mg).

Três semanas após CAV, administrar EP. Alternar CAV e EP a cada três semanas.

Etoposídeo na dose de 100 mg/m² intravenoso do D22 ao D24.

Cisplatina na dosagem de 25 mg/m² intravenoso no D22.

Iniciar radioterapia torácica 20 - 30 Gy juntamente com EP.

Possui um potencial emetogênico alto para CAV e moderado para EP.

Obs.: considerar radioterapia de crânio total após término do tratamento.

94
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Doença extensa

Paclitaxel + Carboplatina

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 175 mg/m² intravenoso por três horas.

Carboplatina AUC de 7, intravenoso em 30 minutos.

Refazer esse ciclo de três em três semanas, totalizando cinco ciclos.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Possui um potencial anafilático alto.

Etoposídeo + Cisplatina

Utiliza-se Etoposídeo na dosagem de 100 mg/m² intravenoso do D1 ao D3.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² intravenoso no D1.

Ou Etoposídeo na dose de 120 mg/m² intravenoso no D1, seguido de Etoposídeo na


dosagem de 240 mg/m² via oral no D2 e D3.

Cisplatina na dose de 80 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

Etoposídeo + Carboplatina

Utiliza-se Etoposídeo na dose de 100 mg/m² intravenoso do D1 ao D3.

Carboplatina: AUC de 5, intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Cisplatina + Irinotecano

Utiliza-se Cisplatina na dosagem de 60 mg/m² intravenoso no D1.

Irinotecano na dose de 60 mg/m² intravenoso no D1, D8 e D15.

95
UNIDADE III │ Protocolos para quimioterapia do trato respiratório

Refazer esse ciclo de 28 em 28 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Carboplatina + Irinotecano

Utiliza-se Carboplatina: AUC de 4, intravenoso no D1.

Irinotecano na dose de 175 mg/m² intravenoso no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Carboplatina + Paclitaxel

Utiliza-se Paclitaxel na dosagem de 200 mg/m² intravenoso por três horas no D1.

Carboplatina: AUC de 6, intravenoso no D1

Ou Paclitaxel na dose de 175 mg/m² intravenoso em três horas no D1.

Carboplatina: AUC de 7, intravenoso em 30 minutos no D1.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico moderado.

Possui um potencial anafilático alto.

CAE

Utiliza-se Ciclofosfamida na dosagem de 1.000 mg/m² intravenoso no D1.

Doxorrubicina na dose de 50 mg/m² intravenoso no D1.

Etoposídeo na dose de 120 mg/m² intravenoso no D1 e 240 mg/m² via oral no D2 e D3.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico alto.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

96
Protocolos para quimioterapia do trato respiratório │ UNIDADE III

Etoposídeo

Utiliza-se Etoposídeo na dose de 100 mg/m² via oral, duas vezes por dia, do D1 ao D5.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Potencial emetogênico: seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos


agentes orais.

Paclitaxel

Utiliza-se Paclitaxel na dose de 80 mg/m² intravenoso uma vez por semana, durante
seis semanas, em ciclos de oito semanas no total.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Possui um potencial anafilático alto.

Topotecana

Utiliza-se Topotecana na dosagem de 4 mg/m² intravenoso semanalmente em


30 minutos.

Ou Topotecana na dose de 2,3 mg/m² via oral do D1 ao D5.

Ou Topotecana: na dose de 1,5 mg/m² intravenoso do D1 ao D5.

Refazer esse ciclo de 21 em 21 dias.

Possui um potencial emetogênico baixo.

Seguir indicações para prevenir náuseas e vômitos dos agentes orais.

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Referências

ALMEIDA, V. L. et al. Câncer e agentes antineoplásicos ciclo-celular específicos e


ciclo-celular não específicos que interagem com o DNA: uma introdução. Quím. Nova,
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Referências

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