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em UTI Adulta
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA........................................................ 9
CAPÍTULO 1
SOBRE O CONTEXTO ATUAL DAS UTIS....................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
ENTRANDO EM UTI.................................................................................................................. 22
UNIDADE II
DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA ADULTA.................................................................................................................... 30
CAPITULO 1
ASPECTOS ALIMENTARES E DE RESPIRAÇÃO............................................................................. 30
UNIDADE III
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA......................................... 43
CAPITULO 1
ANAMNESE, AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO................................................................................ 44
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 77
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
De acordo com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), o trabalho do
fonoaudiólogo no hospital é pouco conhecido pela maior parte da população, e sua
importante atribuição dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ainda menos.
Não obstante dizer que para que os resultados sejam efetivos e eficientes, mediante
intervenção especializada, o trabalho deve decorrer de protocolos multidisciplinares
bem definidos para a identificação e tratamento das disfagias e, por consequência, a
broncoaspiração.
Objetivos
»» Compreender no contexto hospitalar o ambiente de Unidade de Terapia
Intensiva.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE
A UNIDADE DE TERAPIA UNIDADE I
INTENSIVA ADULTA
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CAPÍTULO 1
Sobre o contexto atual das UTIs
A rigor, quando iniciamos a atuação em qualquer que seja o ambiente, é preciso que haja
um conhecimento prévio da disponibilidade de serviços, setores, rotinas, regimentos,
entre outros, sendo assim possível o engajamento das ações, neste caso, entre a equipe
que atua na UTI.
Figura 1. Distribuição geral da disponibilidade para atendimentos em UTI no país. Medicina Intensiva. Overview 2009
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UNIDADE I │ CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Figura 2. Distribuição dos estabelecimentos com UTI por setores de financiamento no país. Estabelecimentos com
UTI. Tipo de Mantenedora
Não Classificado
1,8%
Filantrópico
33,5%
Figura 3. Distribuição geral da disponibilidade para atendimentos em UTI no país de acordo com a faixa etária e
setores financiadores. Perfil das Unidades de UTI. Tipo de UTI vs. Fonte Pagadora
Perfil da distribuição das unidades de UTI segundo o tipo de UTI versus a fonte pagadora
0% 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% % % % % % % % % %
Diante das informações obtidas por meio deste levantamento, foi possível notar que
a maior disponibilidade para o atendimento de adultos em UTIs consta entre os
estabelecimentos de setores privados, sendo a média geral de leitos em UTI no país a
proporção de 1,3/10.000 habitantes, entre todos os tipos de setores e mantenedoras.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
(AVE) e Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), atendimento em UTI e semi UTI, adulta
e pediátrica, determinando um estudo mais detalhado sobre a dinâmica da deglutição.
(FURKIM, 1998)
O fonoaudiólogo que atua nesta área deve ter ciência da necessidade do conhecimento
profundo da função da deglutição normal à patológica, passando por um entendimento
de aspectos anatômicos, neurológicos, fisiológicos, e de comportamento envolvidos
nas disfagias, a fim de se obter um trabalho especializado e sem generalizações.
(PITTIONI, 2001)
»» Neurologia.
»» Geriatria.
»» Medicina Intensiva.
»» Pediatria.
»» Neonatologia.
»» Cardiologia.
»» Pneumonologia.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
»» Otorrinolaringologia.
»» Radiologia.
»» Gastroenterologia.
»» Infectologia.
»» Odontologia.
»» Fisioterapia.
»» Enfermagem.
»» Farmacologia.
»» Nutrição.
»» Terapia ocupacional.
»» Psicologia.
»» Fonoaudiologia*.
A interação seria prerrogativa para o trabalho em equipe, porém nem sempre o trabalho
multidisciplinar decorre nesta condição a maior parte do tempo e há que se conviver
com esta condição, até por que a demanda de atendimento muitas vezes excede a
quantidade e disponibilidade dos profissionais no setor.
No entanto, todas as áreas que coparticipam de um caso fazem deste o objeto de estudo
que determinará a comunicação e aproximação dos profissionais envolvidos.
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UNIDADE I │ CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Fonte: urema.br
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
Ética médica
As decisões éticas são baseadas em quatro conceitos básicos:
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UNIDADE I │ CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Cuidados essenciais:
Conceitos essenciais:
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
Cuidados essenciais:
Fonte: Sue, Darryl Y. Fundamentos em Terapia Intensiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006.
pp. 45-46.
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UNIDADE I │ CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
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CAPÍTULO 2
Entrando em UTI
Para entrar em uma UTI é preciso conhecer elementos básicos sobre a condição do
ambiente, as normatizações que a regem assim como a rotina que se pré-estabelece
mediante a participação da equipe envolvida neste espaço.
Biossegurança
(…) Apesar dos riscos aos quais estes profissionais estão expostos,
eles desempenham suas atividades, muitas vezes, sem utilizar
os EPIs, sem o hábito de higienização das mãos e, até mesmo,
desprovidos de quaisquer questionamentos acerca de sua
segurança pessoal (SOUZA, 2001; CANINI, 2005).
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UNIDADE I │ CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
As mãos devem ser higienizadas antes e após o contato com o paciente, antes de
calçar as luvas e após a sua remoção, entre os cuidados de um paciente e outro, entre
procedimentos com um mesmo paciente, após contato com sangue ou qualquer outro
fluido corporal, após contato com qualquer artigo ou equipamento contaminado, no
início ou no final do turno de trabalho, antes e após alimentação e uso de sanitário.
2. Abrir a torneira com mão, cotovelo, ou acioná-la com os pés, ou, ainda,
por meio de sensores térmicos elétricos.
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UNIDADE I │ CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Fonte: <http://www.bioselo.org.br/artigo003.html>
»» Enxaguar as mãos de modo que a água escorra das pontas dos dedos até
o cotovelo e enxugá-las com papel toalha descartável.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
»» Iniciar a escovação de cada mão pelas unhas, passar para face ventral
da mão, dorsal, as interdigitais, punho, antebraço cotovelo.
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UNIDADE I │ CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
»» Instrução inadequada.
»» Supervisão ineficiente.
»» Práticas inadequadas.
»» Planejamento falho.
(CRFa, 2006)
Registros em prontuários
Considere a atenção e zelo, tais como: não retirada de páginas e alteração de suas posições,
evitar ocorrência de rasuras nas anotações, utilizar-se de letra legível e linguagem
apropriada. Lembrar que a leitura dos dados e informações contidas no prontuário são
imprescindíveis antes do atendimento ao paciente.
De acordo com o Dr. Oscar Pavão, diretor de Prática Médica do Hospital Albert Einstein
(2012):
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE I
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DAS CONDIÇÕES
CLÍNICAS
FONOAUDIOLÓGICAS
DO PACIENTE ADULTO UNIDADE II
INTERNADO EM UNIDADE
DE TERAPIA INTENSIVA
ADULTA
CAPITULO 1
Aspectos alimentares e de respiração
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DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA│ UNIDADE II
Fonte: <http://prodiet.com.br/wp-content/uploads/padrao/enteral-parenteral.png>
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UNIDADE II │ DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Suporte nutricional
Conceitos essenciais:
Cuidados essenciais:
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DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA│ UNIDADE II
»» Peso ideal (Kg): homens adultos = 50 + 2,7 Kg/pol. para altura acima de
60 polegadas; mulheres adultas = 45,5 + 2,3 Kg/pol. para altura acima
de 60 polegadas* (*N de T. 1 polegada = 25,4 mm).
Nutrição enteral
Conceitos essenciais:
Nutrição parenteral
Conceitos essenciais:
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UNIDADE II │ DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Oximetria de pulso
Conceitos essenciais:
Fonte: Sue, Darryl Y. Fundamentos em Terapia Intensiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006. pp.
28-29; 31, 33.
ou não invasiva (BIPAP, CPAP), intubado, por via nasal ou oral, traqueostomizado com
cânula plástica, com ou sem a presença de balonete (cuff), com cânula metálica, utilizando
máscara facial, de Venturi, ou somente cateter de oxigênio.
Fonte: <http://www.rondonia.ro.gov.br/2014/12/32575/>
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UNIDADE II │ DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Ventilação mecânica
Conceitos essenciais:
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DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA│ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Diagnóstico diferencial:
»» Ronco Simples.
»» Respiração de Cheyne-Stokes.
Fonte: <https://www.respshop.com/blog/2013/04/04/a-guide-to-cpap-supplies/>
Fonte: <http://contourhealth.com/?page_id=142>
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DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA│ UNIDADE II
De acordo com Diepenbrock (2005), o suporte ventilatório com BIPAP, pressão positiva
em dois níveis (bilevel) nas vias respiratórias, é um sistema de ventilação não invasivo
intermitente utilizado para melhorar a respiração dos clientes que não toleram pressão
respiratória contínua nas vias respiratórias (CPAP) porque sentem muita dificuldade para
exalar contra a pressão retrógrada. Afirma ainda que, com esse sistema, o paciente respira
espontaneamente e o circuito é mantido em um nível de pressão durante a expiração e em
outro nível de pressão mais alta durante a inalação. Isto é benefício aos pacientes que têm
dificuldade de respirar (geralmente à noite) associada à Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), fibrose cística, síndrome
da apneia do sono e doenças neuromusculares que causam insuficiência respiratória.
Esse sistema não é indicado para pacientes que necessitem de suporte ventilatório total e
jamais deve ser utilizado como dispositivo de sustentação da vida.
Intubação endotraqueal
As cânulas traqueais podem ser inseridas através do nariz ou pela boca. A via nasal
é preferida para intubar pacientes acordados e cooperativos, enquanto a via oral é
preferida em pacientes comatosos ou não colaborativos ou quando uma intubação
imediata for necessária. O diâmetro da cânula traqueal não deve ser inferior a 7mm,
dando-se preferência às cânulas de 8mm (em adultos).
Traqueostomia
Apesar de haver muita controvérsia de qual é o momento mais oportuno para realizar
uma traqueostomia, consenso atual favorece a abordagem de que havendo pequena
probabilidade de extubação na semana seguinte à intubação endotraqueal, deve-se
realizar a traqueostomia. Deve-se enfatizar a importância da laringotraqueobroncospia
no diagnóstico etiológico e topográfico de muitas obstruções das vias aéreas superiores.
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UNIDADE II │ DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
»» Trauma raquimedular.
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DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA│ UNIDADE II
Resolvido o problema que levou à traqueostomia, a retirada da cânula poderá ser feita
diretamente com curativo oclusivo, sem necessidade de redução de calibre progressivo
da cânula.
Fonte: <http://biology-forums.com/index.php?action=gallery;sa=view;id=10069>
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UNIDADE II │ DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS FONOAUDIOLÓGICAS DO PACIENTE ADULTO INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Uma traqueoscopia prévia (ou simultânea) à retirada da cânula poderá ser útil,
principalmente nos casos de longa permanência, para detecção de granulomas
ou traqueomalácia (AMIB, 2002/2003).
Fonte: <http://experimentoteca.com/biologia/perguntas/banco-de-questoes-fisiologia-processo-de-degluticao/>
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ATUAÇÃO
FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE III
UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA ADULTA
Para a maioria dos profissionais da área da saúde inseridos no contexto hospitalar e
de UTI que estamos estudando, a atuação fonoaudiológica em UTI tem como objetivo
principal avaliar os pacientes com suspeita de disfagia orofaríngea. Estes pacientes
podem apresentar em seu histórico o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a intubação
orotraqueal (IOT) prolongada e a traqueostomia como os principais fatores de risco.
Além desta importante demanda referida, veremos nesta unidade outras possíveis de
serem atendidas no espaço de uma UTI.
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CAPITULO 1
Anamnese, avaliação e reabilitação
»» Doenças Neuromusculares.
»» Traqueostomizados.
»» Queimados.
»» Recém extubados.
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
ao que seria ideal para que por meio da consciência e resposta do paciente a
intervenção obtivesse maior possibilidade de sucesso?
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Fonte: Cabral, F. A., Pompeu, S. M. A. A., Apolinário, A., & Pompeu, J. E. (2008). Estimulação
Multissensorial em Pacientes Comatosos: uma revisão da literatura. Mundo saúde (Impr.),
32(1), 64-69.
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
Após a decisão tomada pela equipe multidisciplinar, estas válvulas podem ser adaptadas
tanto em cânulas plásticas ou em metálicas, de acordo com a especificidade do produto,
condição clínica do paciente e do objetivo em sua aplicabilidade.
A restrição na aeração das vias aéreas superiores e cavidades ainda pode causar um
ressecamento nas mucosas, consequente redução na percepção de olfato e paladar e, acúmulo
de secreção aumentando o risco de aspirações. Também é possível notar a disfunção nas
respostas para o reflexo de tosse em decorrência da alteração sensorial laríngea.
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992009000100017>
Fonte: <http://www.reabsupply.com.br/valvulas-passy-muir.htm>
Fonte: <http://www.samantatrindade.com.br/tratamento-fisioterapeutico/traqueostomi>
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
Fonte: CHONE, Carlos T. et al. Nova válvula fonatória para traqueotomia: uma proposta brasileira.
Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo , v. 68, no 4, pp. 546-549, Aug. 2002 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000400015&lng=en&n
rm=iso>. Acesso em: 1 Nov. 2015. <http://dx.doi.org/10.1590/S0034-72992002000400015>
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Em sua prática clínica, Melo (2001) teve a oportunidade de observar que pacientes
queimados que são indicados para o atendimento fonoaudiológico geralmente são
pacientes com queimaduras de segundo e/ou terceiro grau, considerados como grande
queimados, de acordo com a classificação quanto à superfície corporal afetada. Pacientes
com queimaduras nas regiões da cabeça e no pescoço, normalmente apresentam
queimaduras em área do tronco e membros superiores.
Para Melo (2001), o fonoaudiólogo pode iniciar sua intervenção com o paciente ainda
no leito, a partir das informações obtidas em seu prontuário. Com o paciente em estado
de ferida aberta, o fonoaudiólogo tem a possibilidade de aproveitar o momento para
estabelecer uma relação de cordialidade, empatia, conhecendo-o, ouvindo suas queixas,
sejam elas quais forem, caso o paciente tenha a possibilidade de oferecer tais informações.
Dentro das possibilidades, Melo (2001) considera que ao mesmo tempo em que o
fonoaudiólogo dedica-se à aplicação de massagens nos tecidos aderidos e retraídos,
ele deve se ater ao trabalho com as funções estomatognáticas comprometidas e/ou
limitadas como sequela de queimadura. O tratamento das funções estomatognáticas
segue os mesmos princípios e técnicas de reabilitação na terapia miofuncional oral. Há
necessidade ainda do trabalho com a mímica facial, para a manutenção da capacidade
de expressão do paciente como recurso comunicativo.
Uma pesquisa realizada por Rodrigues et al. (2010) concluiu que houve alterações
no perfil fonoaudiológico dos pacientes com queimaduras de 2o e 3o graus,
internados em UTI e próximos a receberem alta hospitalar. A justificativa para
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
estas alterações nas respostas parece ter sido a presença de retração tecidual,
que tem como consequência a limitação das funções orofaciais.
Pacientes queimados
Conceitos essenciais:
Fonte: Sue, Darryl Y. Fundamentos em Terapia Intensiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006. p. 41.
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Intervindo no câncer
Nas últimas décadas, o câncer tem se tornado um problema de saúde pública. A incidência
global está aumentando, principalmente devido ao aumento da esperança de vida e ao
envelhecimento da população.
Estima-se que em 2020 serão 15 milhões de novos casos de câncer por ano e cerca
de 70% ocorrerão em países que possuam menos que 5% de recursos investidos no
controle do câncer (WHO, 2003).
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Método
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
Resultados
Conclusão
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Fonte: <http://www.odontonoticias.com.br/2015/12/03/18-curiosidades-que-voce-nao-sabia-sobre-o-cancer-de-boca/>
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
A higiene bucal esta correlacionada aos cuidados preventivos, uma vez que a
cavidade bucal é considerada um incubador microbiano ideal (bactérias, fungos
e vírus).
A seguir, veremos uma síntese das manifestações clínicas nas alterações neurológicas,
propostas por Diepenbrock (2005) e, que interessam para o saber fonoaudiológico.
Esclerose múltipla
»» Visão turva.
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
»» Diplopia.
»» Nistagmo.
»» Ataxia.
»» Tremor intencional.
Síndrome de Guillain-Barré
Hidrocefalia
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
Miastenia grave
Miastenia grave é uma doença da junção neuromuscular, que se caracteriza por fadiga
muscular anormal, desencadeada por esforço, e atenuada, pelo repouso. A causa é
desconhecida, embora haja suspeita de um fator autoimune. Em alguns casos, a remoção
do timo é benéfica. O diagnóstico é confirmado pelo teste do edrofônio. Esse fármaco
é um agente anticolinesterásico de ação rápida e causa melhoras rápidas e transitórias
dos sintomas da doença.
A crise colinérgica ocorre quando houver níveis muito altos de um agente anticolinesterásico
no sistema nervoso. Isso pode causar paralisia respiratória. A crise é reversível com
atropina.
Doença de Parkinson
Tronco Cerebral
O Tronco Cerebral inclui mesencéfalo, ponte e bulbo. Essa é a área responsável por
controlar as funções básicas encarregadas principalmente das atividades involuntárias:
pressão arterial, frequência cardíaca e respiração. O tronco cerebral está localizado na
parte “mais baixa” do crânio. Os “distúrbios” dessa estrutura podem ser detectados por
meio de testes dos nervos cranianos.
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Atendendo as disfagias
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
»» Gaze para limpeza da cavidade oral. Também pode ser usada para
oclusão da cânula de traqueostomia.
Padovani et al. (2013) confirmaram estes dados relevantes sobre a disfagia orofaríngea
e ressaltou que a literatura pouco tem evidenciado sobre a eficácia da avaliação clínica
fonoaudiológica completa da deglutição. Acrescentando ainda que, esses dados são
ainda mais escassos quando se refere à avaliação clínica em unidade de terapia intensiva.
Propôs a avaliação clínica da deglutição na UTI mediante a utilização de protocolos:
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
Uma prática atual e relevante que vem sendo implementada no trabalho e rotina
hospitalares, e que tem regido e organizado a atuação profissional, denomina-se
Procedimento Operacional Padrão (POP). Este instrumento clínico visa também
ao norteamento da atuação fonoaudiológica com o paciente disfágico. Tem o intuito
de analisar e definir as condutas, bem como aumentar a qualidade do atendimento
permitindo controle dos dados e informações coletados.
DISFAGIA HU / UFSC
Elaboração:
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
POR QUE Identificar pacientes com risco para Disfagia Orofaríngea/broncoaspiração na unidade, além do perfil de pacientes internados
nesta UTI.
RESULTADOS Rastreio para identificar risco para disfagia orofaríngea. Caso encontrado, discutir com a equipe indicação de ASED pela
ESPERADOS fonoaudiologia, assim que houver critério clínico.
Fonte: <http://www.hu.ufsc.br/documentos/pop/fonoaudiologia/POP_1_Disfagia_-_Rastreio.pdf>
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
DISFAGIA HU / UFSC
Elaboração:
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
COMO Prontuário: coletar dados de identificação do paciente, motivo de internação/doença de base, histórico clínico e cirúrgico prévio à
internação, comorbidades associadas, estado nutricional, condição pulmonar/respiratória e medicamentos em uso.
Anamnese: entrevista inicial com o paciente, ou acompanhante, analisar nível de consciência do paciente, habilidades
comunicativas e condições de respostas, investigar hábitos alimentares, dificuldades de deglutição, modificações prévias na dieta
via oral, queixas estruturais (orofaringolaríngeas), perda de peso recente e condição respiratória.
Sinais Vitais: verificar no repouso os sinais vitais do paciente; utilizado como parâmetro para monitorar o indivíduo durante a
avaliação estrutural/funcional, bem como para decidir se no momento há critério para a intervenção.
Avaliação Estrutural: contempla a observação de órgãos fonoarticulatórios no repouso, bem como a avaliação da mobilidade/
velocidade/amplitude/ precisão/força/sensibilidade dos mesmos. Importante identificar reflexos orais e a capacidade de proteção
de vias aéreas (tosse). Utilizado materiais de proteção como luvas, máscara e óculos (quando necessário), espátulas e gaze.
Avaliação Funcional: envolve a oferta de alimentos. Pode ser realizada com água ou suco, espessados em consistências
padronizadas – líquido, néctar, mel, pudim – além de sólidos; as dietas do HU também são utilizadas. A avaliação estrutural
direciona a funcional; a opção de qual consistência e volume podem ser ofertados com segurança, bem como as manobras de
deglutição que podem beneficiar o paciente, são inicialmente decididas pela condição das estruturas do paciente (associado à
capacidade de proteger via aérea e responsividade). Além de analisar a biomecânica da deglutição e suas possíveis alterações,
identificar sinais clínicos de disfagia (escape anterior do bolo alimentar, tempo de trânsito oral aumentado, mastigação deficiente,
cianose, sudorese) e/ou broncoaspiração (tosse, pigarro, ausculta cervical positiva, queda na SpO2, dispneia/desconforto, voz
molhada).
Diagnóstico: a partir dos dados da avaliação caracterizar a deglutição do paciente e classificar o nível de gravidade da disfagia
orofaríngea.
Conduta Fonoaudiológica: com base em todos os itens acima decidir a segurança ou não de administração de via oral de
alimentação. Quando possível VO, em qual consistência, utensílio, volume, porções ao dia. Necessidade de sugerir retirada ou
introdução de via alternativa de alimentação (total ou parcial). Indicação de fonoterapia.
Discussão: junto à equipe multidisciplinar expor os achados da avaliação, elaborar conduta e evoluir no prontuário do paciente.
Em casos de pacientes em uso de cânula de traqueostomia plástica, com cuff insuflado, algumas peculiaridades estão envolvidas.
Após a avaliação estrutural a primeira conduta é verificar a possibilidade de desinsuflar o cuff, o que deve ser discutido com a
equipe multidisciplinar. Assim que o cuff puder ser desinsuflado: esvaziar o balonete e monitorar os sinais vitais do paciente, que
deve permanecer confortável e estável (caso contrário reinsuflar o cuff); realizar o Blue Dye Test para verificar a broncoaspiração
de saliva; manter cuff insuflado neste caso e iniciar fonoterapia para sensibilidade e ganho muscular e funcional; treinar o
desmame do cuff conforme melhora da biomecânica da deglutição e condições clínicas; manter cuff desinsuflado assim que
possível para melhorar sensibilidade de via aérea superior e possibilitar fonação, além de programar junto à equipe a troca de
cânula de traqueostomia para metálica.
A avaliação funcional destes pacientes segue o mesmo parâmetro dos demais, com o diferencial de que pode ser associada ao
Blue Dye Test. É realizada conforme condições estruturais e de proteção de vias aéreas, com uso de manobras de deglutição se
necessário. O ideal é que a alimentação seja realizada com o cuff desinsuflado, a fim de evitar lesões traqueo-esofágicas, porém
em alguns casos não é possível.
* Blue Dye Test: consiste em utilizar corante culinário azul na cavidade oral do paciente ou alimento a ser ofertado para analisar
a deglutição e a possível broncoaspiração dos mesmos. A realização do teste é seguida por aspiração endotraqueal imediata, e
monitoramento da coloração da secreção por parte da equipe de enfermagem durante os próximos períodos.
Preparação do quarto:
»» Vestimenta para abordagem do paciente (avental de procedimento/precaução – quando necessário – luvas, máscara, óculos,
demais equipamentos);
»» Alimentos e/ou água/suco espessados nas consistências padronizadas;
»» Desprezar materiais descartáveis após o procedimento;
»» Guardar equipamentos e acessórios após o uso;
»» Deixar o paciente estável após o procedimento; contato com equipe de enfermagem em caso de desconforto ou alterações
que não competem ao fonoaudiólogo administrar.
MANUSEIO Higienização de materiais; higienização das mãos (antes e após procedimento); utilização de vestimenta para abordar paciente;
DE manuseio do alimento.
MATERIAL
RESULTADOS Diagnóstico funcional da deglutição. Presença ou ausência de disfagia orofaríngea e riscos de broncoaspiração do alimento.
ESPERADOS Discussão do caso com a equipe multidisciplinar e estabelecer conduta fonoaudiológica (modificar dieta VO; suspender dieta VO;
indicação de terapia fonoaudiológica).
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
DISFAGIA HU / UFSC
Elaboração:
POR QUE Paciente com diagnóstico de disfagia orofaríngea e que necessita de intervenção terapêutica.
MATERIAL Equipamentos:
»» Estetoscópio
»» Oxímetro
»» Sistema de Vácuo
»» Luvas (procedimento/estéreis)
»» Máscara
»» Óculos de proteção
Conjunto de acessórios para realização do procedimento:
»» Gaze
»» Espátula
»» Copo plástico
»» Colher
»» Canudo
»» Alimentos
»» Espessante culinário
»» Água/Gelo
»» Suco em pó
»» Sonda de aspiração
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
COMO A intervenção é realizada a beira do leito, com o paciente alerta e responsivo. O plano terapêutico é individual,
estabelecido a partir da avaliação clínica e alterações na fisiologia da deglutição. A fonoterapia depende da participação,
colaboração e capacidade de resposta do paciente; não são realizadas técnicas passivas (uma vez que o objetivo
principal é a deglutição, inicialmente voluntária), logo o rebaixamento do nível de consciência e outras condições que
desfavoreçam a responsividade são critérios de exclusão para a terapia, seja pontual ou em longo prazo. Em alguns casos
o paciente pode ser orientado a realizar os exercícios com auxílio do acompanhante, para intensificar a terapia.
Existem dois tipos de terapia: indireta e direta. A primeira é realizada sem auxílio de alimentos, enquanto a segunda utiliza
alimentos em quantidade e consistência seguras, que permitem ao paciente associar a ação motora isolada à função de
deglutir.
»» Terapia Indireta: estimulação tátil, térmica ou gustativa intraoral, além de manipulações em face e região cervical
e técnicas que aumentem força, amplitude e velocidade de movimentos da orofaringe. O objetivo maior é melhorar
os aspectos de sensibilidade e mobilidade, e induzir deglutição de saliva. Além disso, as manipulações contribuem
para o aumento ou diminuição do tônus muscular, a depender do modo como são realizadas e necessidade de cada
paciente.
»» Terapia Direta: iniciada o mais breve possível, assim que o paciente apresenta condição segura para deglutição de
mínimo volume VO, uma vez que é indispensável associar o exercício muscular à ação de deglutir. As técnicas mantêm
o objetivo de adequar ou compensar a fisiologia e treinar a deglutição, a fim de progressivamente possibilitar a ingestão
de alimentação por via oral.
** São empregados exercícios para mobilidade, precisão, velocidade, amplitude e força das estruturas orofaringolaríngeas,
técnicas vocais para coaptação e sustentação glótica (proteção de vias aéreas), ênfase em elevação e estabilização
hiolaríngea, e manobras posturais, de proteção de vias aéreas e de limpeza faríngea.
Em caso de pacientes em uso de cânula de traqueostomia plástica com o cuff insuflado, além das técnicas acima
citadas quando pertinentes, a fonoterapia envolve o treino para desmame do cuff, e inclusive da própria cânula
sempre que possível. Desinsuflar o cuff é uma ação progressiva, que depende da condição clínica do paciente e da
presença ou não da broncoaspiração de saliva. Em virtude disto é importante trabalhar a fisiologia junto ao desmame
do cuff, para dar condições funcionais para o paciente tolerar essa mudança. Assim que possível permanecer com
o cuff totalmente desinsuflado por um período (em geral 48h), é comum a discussão multidisciplinar para a troca
da cânula para metálica. O trabalho evolui para o treino de oclusão da traqueostomia, seguido por coordenação
pneumofonoarticulatória, fonação e tosse. A cânula ocluída possibilita a passagem do ar por via aérea superior;
promove sensibilidade, importante para mecanismo reflexo de proteção, além de melhorar o olfato e o paladar.
Novamente, após um período aproximado de 48h com a traqueostomia ocluída a equipe pode optar por continuar o
processo de desmame e decanulação.
Preparação do quarto:
»» Vestimenta para abordagem do paciente (avental de procedimento/precaução – quando necessário – luvas, máscara,
óculos, demais equipamentos);
»» Alimentos e/ou água/suco espessados nas consistências escolhidas para terapia;
»» Desprezar materiais descartáveis após o procedimento;
»» Guardar equipamentos e acessórios após o uso;
»» Deixar o paciente estável após o procedimento; contato com equipe de enfermagem em caso de desconforto ou
alterações que não competem ao fonoaudiólogo administrar.
Registro no prontuário:
»» Atividades realizadas, desempenho do paciente, possíveis intercorrências são sempre descritas no prontuário, assim
como a conduta após cada atendimento.
MANUSEIO DE Higienização de materiais, higienização das mãos, vestimenta para abordar paciente, manuseio do alimento.
MATERIAL
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
RESULTADOS Atuar terapeuticamente nas alterações estruturais e funcionais em orofaringolaringe que possam interferir negativamente
ESPERADOS na fisiologia da deglutição e gerar riscos para a alimentação. É imprescindível a colaboração e empenho por parte
do paciente. O objetivo final é garantir a reintrodução de dieta segura por via oral, seja total ou parcial; lembrar que o
processo de reabilitação nem sempre devolve ao paciente suas habilidades prévias, mas visa minimizar as alterações e
adaptar o que for possível para garantir melhor qualidade de vida.
Fonte: <http://www.hu.ufsc.br/documentos/pop/fonoaudiologia/POP_3_Disfagia_-_Terapia.pdf>
Ainda no contexto das Disfagias, retomo aqui a associação desta com a questão da via
alternativa de alimentação nas UTIs.
Apresento este resumo do estudo: O uso da VAA em uma UTI de João Pessoa/PB,
em que os autores Gregório, Valério e Andrade (2012) pesquisam sobre a Via
Alternativa para Alimentação (VAA) em detrimento ao tempo de permanência
hospitalar. Confira:
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Como etapa final, gostaria tratar de um tema, não menos importante, muito pelo contrário.
A possibilidade de atuação foi deixada, de propósito, para este último momento, visto
que acaba sendo desconsiderada pela equipe de profissionais que quer salvar, tirar de
risco a vida do sujeito doente.
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
Já de início é possível notar a relevância dada para a atuação com a linguagem, visto que
esta proporciona a comunicação social do indivíduo. A autora considerou devastadora a
experiência das pessoas que perdem repentinamente a capacidade de falar.
Alertou para o fato de que muitos pacientes entram no hospital com condições clínicas
ou em tratamentos que resultam em incapacidade para se comunicar com a equipe
médica, equipe de enfermagem e com a família.
Acordei de manhã, e eu não era eu. Havia outra pessoa na minha cama.
E tudo que eu tinha perdido era a minha cabeça... (JOSEPH, 1986)
Então você não pode falar, e isto é chato e frustrante e ninguém entende
o quanto isto é realmente ruim. Se você para, e pensa em todas as coisas
que era capaz de fazer e agora não consegue mais fazer, você se sente
um miserável... (SIMPSON, 1988).
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UNIDADE III │ ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
Gonçalves (2008) ressalta que estas são situações típicas em que frequentemente
podem ocorrer distúrbios de fala, da linguagem ou de ambas, limitando a capacidade
comunicativa do paciente ou incapacitando a comunicação por meio da fala.
Entretanto, além destes casos típicos, nas UTIs podem ser encontradas diariamente
milhares de pessoas submetidas aos mais diversos tipos de intervenção, nestas mesmas
condições, sem possibilidade de comunicação pela fala.
O texto ressalta a frustração, stress e ansiedade tanto dos que têm a capacidade de
comunicação comprometida quanto de familiares e profissionais em relação a esta
condição.
Esta constatação torna-se mais grave quando, na maioria dos casos, não há qualquer
preocupação com o fato de existir comunicação ou não, já que nem sempre existe no
hospital ou na UTI a presença de um fonoaudiólogo destinado a trabalhar os problemas
de comunicação.
Como relata novamente o paciente Josef (1986): “A fala é a coisa mais importante
que nós temos. Ela nos torna uma pessoa e não uma coisa. Ninguém deveria
jamais ter que se sentir uma coisa.”
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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA │ UNIDADE III
A autora citada acima lembra ainda que os profissionais do hospital relatam que os
familiares de pacientes hospitalizados, temporariamente impedidos de se comunicar,
experimentam níveis de ansiedade tanto pela própria dificuldade em se comunicar
com o ente querido quanto pela dificuldade de comunicar suas necessidades médicas e
pessoais, de forma efetiva.
Gonçalves (2003) finaliza ressaltando que o que nunca se pode deixar de ter é a
preocupação com o bem-estar da pessoa hospitalizada, minimizando os efeitos da
doença e propiciando condições para uma melhor qualidade de vida. E a comunicação
nesse processo é imprescindível.
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Para (não) Finalizar
Necessidade há.
Espaço também.
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Referências
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