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RESUMO GAGUEIRA – DISFLUÊNCIA

Sobre a Disfluência: é um distúrbio neurobiológico, não tem como "pegar" do outro. O ambiente
influencia, temos que orientar os pais também. 80% das crianças param de gaguejar sem terapia. Não tem
exame que faça diagnóstico de gagueira!
● A disfluência tem níveis desde leve a severo. Quanto + gago + resultado nós vemos com a terapia.
Gagueira não cura, mas melhora fluência.
Causa: A maioria das pessoas com gagueira tem herança genética, + chance de ter herdado do pai, mais
comum no sexo masc. do que feminino (quando é caso genético assim, de pai pra filho por exemplo, a
remissão/melhora é até mais difícil)
● Temos que associar gagueira à processamento auditivo, principalmente nas habilidades temporais.
(duração do som, início do som, diminuição da velocidade de fala e suavizar). Lá no processamento:
quando ouvimos a palavra eu interpreto e executo o som. Alguém com gagueira vai falhar
exatamente nessa parte
Gago severo: faz força no pé/mão pra sair a palavra. Como se palavra estivesse “agarrada”

● AVALIAÇÃO
Fazemos avaliação pela parte de fluência do ABFW em que são 200 sílabas fluentes. Filma o
paciente de corpo todo porque ele pode apresentar movimentos associados (apertar os olhos, balançar a
cabeça, tencionar mão etc.) Antes de começar a avaliação eu aviso que vou começar, aviso o que vou
perguntar (se for adulto) ou conto a história exemplo antes (se for infantil) com cuidado para não provocar
hesitação! Um exemplo de provocar hesitação seria: perguntar “o que você comeu de café da manhã hoje?”.
Depois faço a transcrição exata da fala toda, todas as palavras fluentes e disfluentes.
Avaliação adulto: posso usar placas com perguntas que já fiz para ele antes e conforme ele for respondendo
eu vou mudando a placa, sempre com perguntas que ele já deu a resposta como “qual seu nome, onde você
mora, o que você vê aqui na sala?”
Avaliação criança: trago uma imagem de sequência lógica e solicito "aqui tem um ovo, do ovo saiu o
pintinho" depois dou para a criança repetir a mesma história. Posso também pedir pra ela me falar tudo que
está vendo. Faz até conseguir contar 200 sílabas perfeitas sem gagueira.
Cálculo para a avaliação: vou dividindo e contar por cada sílaba que falar, no total a avaliação só acaba
quando tem 200 sílabas fluentes no total. A cada vez que eu falar, esse tempo não será contado, só contar o
tempo de fala do paciente.
1. TIPOLOGIA DAS RUPTURAS: classificar as disfluências comuns e as disfluências gagas em
sílaba por sílaba: aqui vou pegar o que ele falou: (e faz isso em todas as sílabas)
Depois, marcar no quadro do ABFW a quantidade:

2. VELOCIDADE DE FALA: Vai pegar as 200 sílabas pelo tempo que falou (em segundos ou em
minutos) e faço regra de 3 para saber em quanto tempo que falou todas as palavras ou sílabas. Aqui
eu conto o tempo total que falou, sem contar com a minha fala.
● Fluxo de palavras por minuto: Calcula as palavras que falou em 1 min. (faz regra de 3)
● Fluxo de sílabas por minuto: Calcula as sílabas por minuto (faz regra de 3)

Exemplo: Tempo total que a criança falou: 3minutos, Total de palavras que falou: (aqui vai ser as
fluentes) 105, Total de sílabas: 200 (aqui também só fluente). Então vai ficar os valores assim:
105 --------- 180
X ------------ 60. X= 35 palavras por minuto / X= 66 sílabas por minuto

3. FREQUÊNCIA DAS RUPTURAS


Descontinuidade de Fala: esse vai medir o número total de “rupturas” de quebras na fala. Contar o número
total de disfluências comuns e gagas e aplicar a porcentagem. Aqui você soma as comuns + as gagas e faz
regras de 3 de %
Exemplo: (aqui vou usar só os valores das sílabas e das comuns + gagas).
Total de sílabas: 200 (aqui também só fluente)
Total de disfluências comuns + disfluências gagas: 14
Parâmetro! Nos adultos a porcentagem máxima é de 15%, em crianças tem uma variação acima desse score
mas não é uma variação tão grande.

Disfluências Gagas: mede a porcentagem de só rupturas gagas. Contar o número total de rupturas gagas e
aplicar a porcentagem. Aqui você soma só as gagas e faz a mesma conta de regra de 3.
Mesmo exemplo:
Total de sílabas: 200 (aqui também só fluente)
Total de disfluências disfluências gagas: 2
200 ------------ 100%
2 ---------------- X X= 1% de disfluência gaga.

Parâmetro! Resultados acima de 3% é sugestivo de gagueira independente da idade da criança

Na fluência normal fazemos repetições esporádicas de palavras (ou sintagmas) e pode haver
prolongamento de sons e ligeiro esforço motor. Na gagueira acontece frequência alterada, esforço
motor visível na fonação, taquilalia (ritmo da fala muito mais rápido que o normal), taquifemia
(velocidade de fala irregular, desorganizada e confusa), bradilalia (ritmo lento) e linguagem
incompreensivel.

● Divisões de cada uma das disfluências


1. Disfluências Comuns
- Interjeição: “ah! Bem........ aí! Hum.. Tá.....né ” é colocar palavras curtas no discurso e que não façam
sentido para o que é falado e nem complementa.
- Hesitação:
- Revisão: “eu ia.. eu fui ao parque” quando fazemos uma mudança na forma gramatical
- Repetição de segmento: “eu ia, eu ia, eu ia embora para casa” repetição de duas palavras ou +
- Repetição de frase: “o carro foi, o carro foi, o carro foi embora.” Repete a frase
- Repetição de palavra: “casei.... casei, e então” “eu, eu, eu fui em casa” repete uma palavra inteira.
- Frase incompleta: quando inicia uma frase e não termina, ou não termina e abandona

2. Disfluências Gagas
- Bloqueio: “eu ia............sssssSAIR” quando a palavra fica agarrada até sair, acompanha tensão na fala e
teve um tempo maior para produzir a palavra
- Pausa: “vamos sair para...........shopping” quando é tenso, pausa desnecessária, ou vem com
movimentos associados (apertar os olhos e depois termina a pausa por exemplo)
- Prolongamento: “saaaaaaai de perto” prolonga a palavra ou a sílaba de uma forma que não precisava
- Repetição do som: “s s s s s sapo” repetição do som/fonema daquela palavra
- Repetição de sílaba: “sa-sa-sa-sapo” repete a sílaba ou uma parte da palavra
- Intrusão de sons:
● OBJETIVOS
Alguns exemplos de objetivos que podemos usar e que a professora citou na aula:
- Se a palavra tá agarrando (como muitos bloqueios) fazemos técnicas de suavização ou tiro o ataque
brusco que tá causando e coloco o ar.
- Iniciar um som, prolongar ele ou repetir são alteração da temporalização
- Na anamnese é muito importante perguntar do histórico familiar, dos momentos que mais gagueja, quando
começou, como se sente, histórico familiar. Na avaliação é importante usar sequência lógica
- Quando tem gagueira com movimentos associados, podemos usar terapia de contraposição de tensão e
relaxamento. Ex: imaginar o homem de lata todo duro, depois o homem elástico todo mole e fazer o mesmo
com as palavras, primeiro fazendo a palavra 100% tensa apertando os dentes e mão o jeito mais difícil de se
falar e depois relaxando todo o corpo e falando a palavra suavemente.
- Queixa: paciente fala muito rápido, objetivo: diminuir velocidade de fala. Na gagueira o que acontece é
falar muito rápido então é interessante exercícios de respiração. Mas não só respiração de cheirar a flor e
soprar vela! Por exemplo, objetivo: diminuir velocidade de fala ou outro exemplo promover coordenação
pneumofonoarticulatório.
- Um jeito de treinar a articulação e garantir o objetivo de diminuir a velocidade é fala é: Tem a figura e eu
vou falar em silêncio só articulando e você tem que adivinhar (leitura labial).
- Obj. Geral: Identificar e exercitar para diminuir tensão na fala, contrapondo tensão e relaxamento.
Obj. Especifico: Saber quando houve tensão na fala e exercitar tensão e relaxamento corporal, localizada
nos músculos da face e nas palavras, assim suavizando a emissão. 

- Com o objetivo de diminuir bloqueio: o exercício para casa será de emissão suave da sonorização para
trabalhar esse momento de iniciar a fala, utilizando o som do /h/ em expiração.

- Obj. Geral: Suavizar emissão vocal. Obj. Específico: Estimular emissão suave na sonorização e
diminuir esforço tensionado na laringe que ocasiona o ataque brusco na fala. 

- Objetivo de equilibrar a ressonância = estratégia de exercício de humming com vogais.

● Algumas técnicas para usar na Estratégia


● Solicitar para ela ficar em pé e fingir que está levantando algo muito pesado do chão e depois soltar e
deixar bem leve, pedir para fazer de novo e perguntar “sentiu a leveza e a dureza? não é bom soltar
as coisas?”. Após, fazer o mesmo com palavras, contrapondo tensão e relaxamento, primeiro dar o
modelo fazendo com muita força, o mais difícil e depois com muita leveza. (Nesse exercício é
possível tocar na paciente onde ela está colocando mais tensão).
● Obj. Geral: Exercitar relaxamento corporal e de estruturas. Em pé de frente a criança, executar
relaxamento de cabeça, ombros e pescoço. Iniciando por movimento de cabeça no sentido
súpero-inferior, depois lateralmente. Dando continuidade: girando a cabeça, encostando a orelha no
ombro sem flexionar os ombros, etc
● Exercitar treino de diadococinesia. É o PATAKA alternado
● Repetição de sílabas sem sonorização, com apenas o ponto articulatório correto e depois emissão
da palavra completa. Com o intuito terapêutico também de observar se haverá tremores, medo ou
hesitação para falar (assim notando o objetivo 1 se há presença psicológica envolvida com a
disfluência). Ficar de frente, e fazer /ga ga ga/ (sem voz) e colocar a voz aos poucos até parar e falar
/gatu/. Depois fazer o mesmo mas colocando a voz de uma vez com a palavra /ga ga ga/ (sem voz)
… /gatu/.

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