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Metabologia e Obesidade
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 5
Introdução.................................................................................................................................... 8
Unidade I
Capítulo 1
Capítulo 2
Mecanismos da obesidade................................................................................................. 17
Capítulo 3
Unidade iI
Capítulo 1
Etiologia da obesidade...................................................................................................... 66
Capítulo 2
Capítulo 3
Mecanismo de ação.......................................................................................................... 79
Unidade iII
Capítulo 1
Capítulo 2
Unidade iV
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2...................................... 117
Capítulo 1
Mecanismo de ação........................................................................................................ 117
Capítulo 2
Mecanismo de ação parte II............................................................................................ 124
Capítulo 3
Mecanismo de ação parte III............................................................................................ 132
Referências................................................................................................................................. 135
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Doença metabólica se refere a um grupo de doenças originárias de processos
metabólicos incorretos ou anormais, que ocorrem devido à deficiência ou demasia
de algum componente no organismo. As doenças metabólicas são acompanhadas de
diversos sintomas que intervêm no desempenho das atividades habituais mais simples,
trazendo ao indivíduo diversos malefícios. O tratamento adequado garante mais
qualidade de vida, porém, se não forem identificadas e tratadas podem se agravar e até
levar o indivíduo à morte.
8
Objetivos
»» Estudar os conceitos, causas, tipos, incidências e prevenção das doenças
que acometem os pacientes que possuem problemas endócrinos e
metabólicos.
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Protocolos para
fármacos para Unidade I
o tratamento de
distúrbios metabólicos
Capítulo 1
Etiologia dos problemas relacionados
ao metabolismo
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
é muito baixa. O que mudou, na verdade, desde essa época até os dias atuais foram os
hábitos e estilo de vidado homem após a Revolução Industrial. O homem pré-histórico,
do Período Paleolítico, era essencialmente caçador, coletor e nômade, se alimentava da
carne de caça que abatia e assava diariamente.
Uma ingesta rica em proteínas, associada a um alto gasto calórico, devido à despesa
de muita energia na procura, seleção e preparação dos alimentos que caçavam, na
confecção de roupas e no cuidado à prole, atribuía resistência a diversas doenças. Apesar
de a expectativa de vida naquela época ser baixa, os indivíduos estavam evolutivamente
adaptados às condições de sobrevivência, o que, em termos genéticos, pouco evoluiu no
homem contemporâneo.
Nos dias atuais, a nossa alimentação difere muito daquela para a qual nossos genes
foram adaptados. A dieta mudou principalmente no que diz respeito ao tipo, à
quantidade de ácidos graxos essenciais e à constituição antioxidante dos alimentos.
O que se percebe é: o aumento da ingestão de gorduras saturadas e gorduras trans; e o
baixo consumo de gorduras ômega-3, fibras, frutas, verduras, e antioxidantes.
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Síndrome metabólica
A existência de tempos cruciais, nos quais a nutrição tem ampla influência, pode ter
sequelas para o crescimento e o metabolismo do embrião. Diversos estudos em ratos
demostraram que a desnutrição em estágios iniciais de desenvolvimento do feto pode
influenciar de modo inalterável o crescimento e desenvolvimento desses animais,
porém quando a desnutrição ocorre em fases de desenvolvimento mais tardias, apenas
afeta o embrião de modo temporário ou passageiro.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Quando o ambiente nutricional é escasso, ocorre uma resposta adaptativa que gera o
crescimento de órgãos chave, como o cérebro, em detrimento de outros órgãos. Essa
alteração fetal teria como objetivo aumentar as chances do feto e procederia em um
metabolismo pós-natal alterado, o qual também teria como objetivo aumentar as
chances de sobrevivência sob condições de nutrição precárias e intermitentes. Logo,
a “impressão metabólica” que a nutrição gera nos fetos é uma resposta adaptativa
fisiológica para ajustar as condições nutricionais específicas em estágios iniciais do
desenvolvimento, que se caracterizam por: uma suscetibilidade limitada para uma
janela ontogênica crítica no início do desenvolvimento; um efeito constante ao longo
da vida adulta; uma ocorrência específica e mensurável, a qual pode ser diferente entre
indivíduos em uma relação, dose-dependente ou linear, entre uma exposição específica
e o resultado.
Alguns estudos demostraram, ainda, que o efeito do sub peso ao nascer sobre algumas
doenças (como as cardiovasculares e o diabetes mellitus tipo II) é influenciado pela
forma em que ocorre o crescimento na primeira infância. Por exemplo, o rápido
aumento de peso nesse período eleva o risco associado a essas doenças. Além disso, o
baixo peso ao nascer combinado com o rápido ganho de peso na infância, prognostica
grandes diferenças na incidência de doenças cardiovasculares, diabetes tipo II e
hipertensão arterial.
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Síndrome Metabólica.
Fenótipo Alta
Inanição/ Econômico Ingestão
Vida Adulta
Desnutrição Calórica/
obesidade
Perda de
função e
Crescimento
Gestante/Feto
Células β Diabetes
Cardimiócitos Tipo 2
Néfrons Síndrome
Diminuição do Metabólica
Tamanho e
pesodo feto ou
Recém-nascido
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Muitas teorias e hipóteses têm sido formuladas para tentar esclarecer o mecanismo
causador da SM, no entanto ainda falta muito para que este seja totalmente desvendado.
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Capítulo 2
Mecanismos da obesidade
Mecanismos homeostáticos
Muitos autores defendem que a obesidade é simplesmente resultado de uma dieta
desequilibrada, ou do fato do alto consumo calórico, porém as dietas que muitos se
submetem raramente fornecem uma solução duradoura: a taxa de insucesso é elevada
e a maioria dos indivíduos que fazem dieta voltam ao seu peso inicial. Isso sugere a
presença de algum sistema homeostático intrínseco que opera para manter certo peso
preestabelecido. Esse mecanismo, normalmente, é preciso e é capaz de regular o balanço
calórico para 0,17% por década, uma proeza impressionante considerando as variações
diárias da ingestão de alimentos.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Paradoxalmente, contudo, a leptina plasmática costuma ser mais elevada nos indivíduos
obesos, em comparação com os indivíduos não obesos, e não mais baixa, como seria
esperado. A razão para isso é que a resistência à leptina, ao contrário da insuficiência
do hormônio, é o que se tem de mais prevalente na obesidade. Tal resistência poderia
ser causada por defeitos no transporte de leptina na circulação ou para o SNC, nos
receptores de leptina no hipotálamo ou na sinalização pós-receptor.
Também estão implicados outros mediadores além da leptina. Por exemplo, o fator
de necrose tumoral (TNF)- α, uma citocina que pode retransmitir informação do
tecido adiposo para o cérebro, está aumentado no tecido adiposo de indivíduos obesos
resistentes à insulina. Também ocorre redução da sensibilidade à insulina no músculo e
na gordura, bem como diminuição da função dos receptores β3-adrenérgicos no tecido
adiposo marrom; alternativamente, a proteína desacopladora UCP-2 nos adipócitos
pode ser disfuncional.
Disponibilidade
de Nutrientes
Balanço de
energia
Ingestão Gasto de
Massa adiposa
de energia
alimentos
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
A gordura corporal em excesso pode atuar como uma toxina, liberando substâncias que
cooperam para a diabetes, doença cardíaca, hipertensão, derrame e outras doenças,
incluindo alguns tipos de câncer.
Adiponectina
Uma das moléculas mais importantes fabricadas pelas células adiposas é um hormônio
chamado de adiponectina, o qual faz com que o corpo se torne mais sensível à insulina.
Quando a pessoa se torna obesa, suas células gordurosas fabricam menos adiponectina,
o porquê disto ainda não está claro. Baixos níveis de adiponectina estão associados com
diabetes e doença cardíaca.
Esse circuito bioquímico entre a gordura acumulada e o cérebro funciona muito bem
para aqueles seres humanos que são, por natureza, sempre magros. Nos indivíduos
com sobrepeso a leptina não consegue ter muito sucesso no sentido de comunicar-se
com o cérebro, induzindo menor ingestão de calorias. Isso se deve à ausência ou defeito
no receptor de leptina no hipotálamo.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
é bem característica, localiza-se no abdômen inferior, nas áreas laterais das coxas
(culotes) e nos glúteos. Essa disposição de gordura envolvendo toda a bacia do corpo
feminino tem como finalidade a proteção de uma eventual gravidez, pois forma um
“colchão protetor” em torno do útero. Já no sexo masculino, a gordura, quando
excessiva, se acumula no abdômen, onde encontramos dois tipos de células gordurosas.
Uma facilmente palpável que é a gordura subcutânea e outra que se encontra entre as
alças intestinais, formando cordões de células adiposas - chamadas de gordura visceral.
A Leptina
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
A insulina e a diabetes
A insulina auxilia a glicose a entrar nas células, mas cerca de metade das pessoas
obesas se tornam resistentes à insulina, o que significa que suas células não
respondem à insulina. Quanto mais peso elas ganham, mais resistente à insulina elas
se tornam. A resistência à insulina é a primeira etapa no desenvolvimento da diabetes
e, frequentemente, é acompanhada por pressão sanguínea elevada e altos níveis de
gordura e açúcar no sangue.
A maioria dos estudos não conseguiram demonstrar a relação entre o açúcar consumido
e o diabetes, pois, embora o diabetes seja popularmente conhecido como um “excesso
de açúcar no sangue”, comer açúcar tem tido menores efeitos do que o ganho de peso,
este sim é o grande vilão da saúde.
Dados muito recentes de pesquisas médicas indicam que as células adiposas formam
um sistema de secreção de várias substâncias, ligadas à coagulação do sangue, à
manutenção do peso, à interligação entre o tecido adiposo e o cérebro, além de
hormônios. Um exemplo é o fato de que as células adiposas femininas na época da
menopausa passam a formar um hormônio feminino chamado estrona (que é muito
semelhante ao estradiol, clássico hormônio feminino). A produção de estrona pelo
tecido adiposo irá aliviar os sintomas desagradáveis da menopausa feminina, aliviando
os fenômenos de sudorese noturna e calores.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Explicando a obesidade
Explicando o NPY
Efeito rebote
Quando o corpo gordo percebe que está perdendo peso, dá um jeito de reverter a perda
e recuperar tudo de novo, aumentando o apetite e, às vezes, fazendo estragos piores.
Há hormônios envolvidos na obesidade que atrapalham mesmo, reduzindo o
metabolismo e aumentando a produção de gordura. Por que eles fazem isso? Parte
do pesadelo é explicado por uma teoria muito repetida por gente da área. Batizada de
Thrifty Gene Theory (algo como a teoria do gene econômico), a tese formulada pelo
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
geneticista James Neel, em 1962, diz que o corpo dos seres humanos de hoje não quer
emagrecer por causa de uma programação metabólica que vem do tempo das cavernas.
Aquela era uma época em que era preciso caminhar muito para encontrar frutos nas
árvores e lutar contra animais selvagens para comer. Ninguém sabia quando iria comer
de novo. Estocar energia, portanto, era uma vantagem para a sobrevivência. Haveria,
então, um gene responsável por impedir que o corpo perdesse muito peso nos períodos
de escassez.
Pelo menos é o que diz a teoria. Ela parece fazer sentido para todo mundo que já tentou
de tudo para emagrecer e não conseguiu – ou conseguiu, mas engordou tudo de novo.
Quando reduz a ingestão de comida ou começa a queimar gordura na malhação, a
hipótese é que esse corpo programado entende que está na hora de entrar em ação para
se salvar da inanição. E dá início ao efeito rebote: por meio de hormônios, aumenta o
apetite, reduz o metabolismo e joga fora todo o esforço do gordinho que, finalmente,
entrou na academia.
Células gordurosas
Um adulto magro possui cerca de 40 bilhões de células gordurosas, uma pessoa obesa
possui cerca de duas a três vezes este número, e obesos possuem células gordurosas
maiores do que as pessoas magras. Mesmo sendo ruim, o corpo pode sempre fabricar
mais destas células e comparando-as com outras células, estas possuem uma vida
extremamente longa. Como se acreditava no passado, não é verdade que a quota
de células adiposas de uma pessoa é fixada para sempre em algum momento da
adolescência. Adultos não criam novas células de gordura como as crianças criam, mas
isto acontece.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
É conhecido há algumas décadas que alguns tipos de obesidade são piores que outras.
A forma do corpo é importante. Pessoas que possuem o corpo em forma de “maçã”,
carregando excesso de gordura no abdômen, são mais propensas a diabetes e doenças
cardíacas do que as pessoas que possuem o corpo no formato de “pera”, e que têm seus
depósitos de gordura concentrados nos quadris, coxas e nádegas. A tendência de uma
pessoa armazenar gordura em uma região ou outra do corpo é provavelmente genética,
dizem os pesquisadores, pensando-se numa visão prática todo mundo irá desenvolver
um abdômen avantajado conforme o aumento de peso. Mulheres possuem tendência
ao formato pera, mas elas também redistribuem e condensam gordura na menopausa.
Gasto de
Absorção de energia
energia
Digestão e absorção de Adipócitos
lipídio
Armazenamento de energia
Armazenamento de lipídio de longa
duração
Armazenamento de energia
Armazenamento de lipídio de curta
duração
Oxidação lipídica
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Muitos pesquisadores pensam que a grande culpada é a gordura visceral, o que significa
depósitos de gordura dentro do abdômen, ao contrário da gordura subcutânea, sob a
pele. Uma pessoa com o corpo no formato de maçã com certeza possui gordura visceral,
assim como gordura subcutânea na área abdominal. Não está claro porque a gordura
visceral é perigosa; pode ser que ela seja mais ativa metabolicamente e espalhe mais
substâncias tóxicas. Adicionalmente, sua secreção vai diretamente para o fígado e pode
interferir com as suas funções, que incluem a ajuda no controle da glicose e do colesterol
sanguíneo.
Um estudo publicado no mês passado no New England Journal of Medicine deu suporte
à teoria de que a gordura visceral é uma ameaça maior que a gordura subcutânea.
Os médicos descobriram que a lipoaspiração, a qual remove somente a gordura
subcutânea, não possui efeito benéfico algum na saúde, mesmo quando os cirurgiões
aspiram 9 kilos de gordura abdominal subcutânea. Porém, a pessoa que perde peso por
meio de dietas e exercícios pode estar certa de que sentirá mudanças significantes na
pressão sanguínea, colesterol e resistência à insulina.
Os alimentos ricos em gordura saturada (carne vermelha - aqui entram carnes gordurosas
e de embutidos, como mortadela, presunto e salsicha, queijos amarelos, gema de ovos,
doces e frituras) são os maiores responsáveis por altos índices de colesterol.
Quando há muito colesterol no sangue, ele se acumula nas paredes das artérias, o que
faz com que elas fiquem estreitas e o fluxo sanguíneo para o coração seja bloqueado
ou reduzido. O sangue é responsável por carregar oxigênio para o coração e, se uma
quantidade suficiente não consegue chegar lá, você pode ter dores no peito.
LDL, o famoso mau colesterol, tem baixos níveis proteicos, e o HDL, com grande
quantidade de proteína, é conhecido como bom colesterol por ser responsável por
eliminar o excesso de LDL do sangue. O problema denominado de colesterol alto surge
quando as taxas de LDL (colesterol mau) estão mais altas do que deveriam, e a gordura
começa a se acumular.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
As taxas podem ser medidas com exames de sangue e seus valores mínimo e máximo
variam de acordo com o estilo de vida que a pessoa leva (sedentária ou praticante de
exercícios) e com o peso que apresenta.
O colesterol alto por si só não acarreta nenhum sintoma. Por isso, muitas pessoas nem
imaginam que estão com esse problema. Portanto, é preciso descobrir qual o nível
do seu colesterol consultando um médico e fazendo exames de sangue periódicos.
Se estiver alto, baixá-lo é essencial, pois reduzirá o risco de desenvolver uma doença do
coração.
O índice ideal de colesterol total é de até 200 mg/dl, sendo que o LDL precisa ser menor
do que 160 e o HDL acima de 40 para homens e 50 para as mulheres. Esse valor é
padrão para adultos saudáveis e, se você tem diabetes ou possui mais de dois fatores
de risco (fumante, hipertenso, obeso ou tem histórico familiar), só o médico poderá lhe
dizer qual é o seu índice ideal. Doenças relacionadas aos vasos sanguíneos (no coração,
nas pernas e até no cérebro) são o efeito colateral mais comum dos altos níveis de LDL,
podendo atingir pernas, coração e até mesmo o cérebro.
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
A descoberta da leptina tem ajudado a esclarecer o papel dos adipócitos como sistema
endócrino e de que modo ocorre a sinalização para a ingestão ou não de alimentos,
bem como, a regulação do metabolismo energético. Assim, a coordenação do balanço
energético e do peso corporal envolve uma regulação entre a ingestão de alimentos e
gasto de energia em resposta a sinais agudos (insulina, catecolaminas como a adrenalina)
e crônicos (gravidez, desnutrição, inflamações, caquexia e leptina).
Síntese e regulação
É codificada por um gene que tem três exons e dois íntrons. A região promotora
tem elementos como: TATA, C/EBP (região de ligação a proteínas), GRE (elemento
responsivo a glicocorticoides) CREB (elemento de ligação a proteínas responsivo ao
AMPc).
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Fatos da leptina:
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
A atividade física – ou seja, aumento do gasto de energia – tem papel muito mais
positivo em reduzir o armazenamento de gordura e ajustar o balanço calórico no obeso,
particularmente se associada a modificações da dieta.
Fatores genéticos
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Estímulo para
Hormônio Fonte Alvo Efeito
liberação
Amilina, insulina e Pâncreas Durante a refeição ou Aferentes vagais Limita o tamanho da refeição
glucagon imediatamente antes
Estômago Fome, ato de comer Vagal, hipotálamo Aumenta a ingestão de alimentos por
Grelina meio do aumento do tamanho e do
número de refeições
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
1 A fome começa no
estômago, que, quando
fica vazio, aumenta a
produção de um
hormônio chamado
grelina.
2 A grelina avisa o
hipotálamo de que
precisamos comer, e o
corpo pede a próxima
refeição.
3 Quando a comida
chega ao estômago, a
grelina diminui, e
sentimos cada vez
menos vontade de nos
Reação no alimentar.
cérebro
O sistema nervoso
leva pelo menos 20
min para entender que 4 A comida digerida sai do
o estômago está estômago e entra no
cheio. intestino. No início dele, o
Depois disso, ordena hormônio GLP-1 é
para o corpo parar de
estimulado, funcionando
sentir fome.
como um freio para o
Por isso, é importante
respeitar esse tempo e cérebro cessar a fome.
se alimentar com
calma.
Uma mastigação
tranquila favorece esse
processo.
A maneira pela qual todos esses sinais hormonais são processados e integrados com
outras informações sensoriais, gustativas ou olfativas dentro do SNC é complexa.
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Dentro do ARC existem dois grupos de neurônios funcionais distintos que exercem
efeitos opostos no apetite. Um grupo, denominado anorexígeno (supressor do apetite),
secreta derivados peptídicos da pró-opiomelanocortina (POMC) (como o hormônio
estimulador de melanócito-α; α-MSH). O outro grupo, denominado orexígeno
(promotor do apetite), secreta o neuropeptídeo Y (NPY) ou peptídeo agouti-relacionado
(AgRP). Como esses grupos de neurônios têm ações opostas, a homeostase energética
depende, em primeira instância, do equilíbrio entre essas ações cujos efeitos finais são
traduzidos pelo sistema motor do tronco cerebral, sendo alterado o comportamento
alimentar.
Muitos sinais neurais que chegam no trato GI são integrados e são entregues para
o hipotálamo pelos NT da medula. Alguns desses sinais, inclusive aqueles sinais
gustativos, olfativos e sensoriais, surgem de aferentes vagais e outros nervos espinhais
originados no trato GI ou no fígado. Os sinais endócrinos apresentam vias desinalização
mais complexas. Por exemplo, a colecistocinina (CCK) é secretada pelo duodeno em
resposta ao processo de comer e de digerir alimentos (especialmente gorduras). A CCK
atua localmente nos receptores CCKA no trato GI para estimular os aferentes vagais
e pode, também, atuar nos receptores CCKB no cérebro, funcionando como fator de
saciação. A grelina estimula a liberação do hormônio do crescimento e também possui
ação direta nos neurônios no ARC para modificar o comportamento alimentar. Os níveis
sanguíneos de grelina geralmente diminuem após a ingestão de alimentos, porém esse
fenômeno não é observado em indivíduos obesos. Curiosamente, os polimorfismos no
gene da grelina podem ser importantes na patogênese da síndrome de Prader-Willi,
uma doença genética infantil rara que predispõe a obesidade mórbida.
A leptina também tem como alvo esses neurônios no ARC. A queda nos níveis de
leptina ativa os neurônios orexígenos, resultando em aumento da ingestão de alimentos
e armazenamento de gorduras (anabolismo), assim como na diminuição do gasto
energético. De forma controversa, o aumento dos níveis de leptina ativa o segundo
grupo e neurônios, produzindo o efeito oposto anorexígeno e catabólico.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
O mecanismo da Leptina
A leptina pode ainda ser um sinal que alerta ao cérebro que as reservas de gordura já
possibilitam o início da puberdade, da manutenção do ciclo menstrual e da habilidade
de reprodução. Em meninas, a leptina se relaciona inversamente com a idade da
menarca. A partir de aproximadamente 10 anos de idade, as concentrações de leptina
diminuem nos meninos à medida que se elevam as concentrações de testosterona, e se
eleva nas meninas proporcionalmente ao aumento do estradiol. No que diz respeito à
leptina e maturação sexual, também é importante destacar a presença do seu receptor
solúvel. Em meninas, na medida em que a idade evolui, aumenta a concentração
de leptina livre e diminui a concentração de seus receptores solúveis. Em meninos,
essa proporção é inversa. Ainda, a diminuição nos receptores solúveis em mulheres
e o aumento desses em homens são proporcionais às concentrações de estradiol e
testosterona, respectivamente.
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Existem evidências de que o zinco pode influenciar este hormônio, até porque esse
mineral é cofator para a expressão do gene ob. As concentrações de leptina diminuem
em resposta à restrição de zinco e aumentam, posteriormente, a um período de
suplementação.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Resistência à Leptina
Tem sido bastante estudada a relação entre leptina e metabolismo da glicose, uma vez que
é identificada uma relação entre leptina e insulina. A leptina interfere nos mecanismos
de sinalização intracelular à insulina, por meio de mecanismos identificados como
cross-talk, porém não está clara a inter-relação entre esses hormônios. Nas células b
do pâncreas, alguns autores constataram que a leptina é capaz de inibir a expressão de
insulina. Por sua vez, em resposta à alimentação, as concentrações de leptina aumentam
com a elevação da insulina e, no jejum, diminuem após a redução da insulina.
O exercício físico aumenta o gasto energético não somente durante a sua execução, mas
também no período de recuperação. Além disso, o treinamento físico induz adaptações
no organismo que permitem a mobilização maior de nutrientes específicos como
ácidos graxos e glicose. A oxidação de substratos energéticos para o exercício, como
a glicose e os ácidos graxos, altera as concentrações de leptina. Por isso, a redução da
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Deve haver uma concentração ótima de leptina que torna o exercício benéfico, e abaixo
desta concentração, principalmente em mulheres, a sinalização hormonal pode ser
alterada. Modificações na composição corporal também estão relacionadas com as
alterações na leptina. Alguns estudos demonstraram que a diminuição do tecido adiposo
em resposta ao exercício está relacionada a alterações no receptor longo, Ob-Rb.
39
Capítulo 3
Principais classes terapêuticas para o
tratamento da obesidade, problemas
endócrinos e de metabolismo
»» Seretoninergicos: fluoxetina.
»» Catecolaminergico: Sibutramina.
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Vanádio:
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Os fármacos utilizados para tratar os distúrbios metabólicos são específicos para cada
distúrbio. O tratamento visa tratar a hipertensão arterial, diabetes tipo 1 e tipo 2 e a
42
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
hipercolesterolomia, que são os principais sintomas que surgem nos indivíduos com
síndrome metabólica. Paralelamente, também é levado em consideração os indivíduos
que em adicional também são obesos ou possuem gordura abdominal acumulada. Para
estes, o tratamento visa à redução do peso, com atividade física, reeducação alimentar
e, em casos extremos, cirurgia bariátrica e o uso de balão hipergástrico. Além do apoio
psicológico e tratamento farmacológico da ansiedade e auxiliadores da saciedade. Esses
últimos, discutiremos no capítulo a seguir.
Redução da pressão arterial para níveis inferiores a 130mmHg/85mmHg pode ser bem
eficaz em pacientes com risco cardiovascular elevado, reduzindo, assim, os riscos de
morbimortalidade. Para os pacientes diabéticos, é recomendável que se reduzam os
níveis de pressão arterial inferiores a 130/80mmHg e para os pacientes que possuem
proteinúria maior que 1g/24h associada, para níveis inferiores a 120/75mmHg como
meta preestabelecida.
Para pacientes que possuem doença cardiovascular estabelecida e com idade superior
a 50 anos, é recomendável que esta meta seja atingida num período inferior a seis
meses. Portanto, para que se alcance esse patamar, pode ser utilizada a maioria
dos hipotensores, não existindo diferenças entre eles sem relação aos benefícios
cardiovasculares oferecidos.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Diuréticos
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Interações medicamentosas:
Interações medicamentosas:
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
O problema é que nem todos os pacientes com pressão alta têm angiotensina II elevada.
Nestes casos, se a angiotensina II já encontra-se em níveis baixos, baixá-la ainda mais
causa pouca melhora na pressão arterial.
»» Captopril.
»» Cilazapril.
»» Enalapril.
»» Lisinopril.
»» Ramipril.
»» Trandolapril.
IECA
↓ ANGIOTENSINA II
↓ PRESSÃO DILATAÇÃO DA
ARTERIAL ARTERÍOLA
SISTÊMICA EFERENTE
↓ PRESSÃO
INTRAGLOMERULAR
↓ PROTEINÚRIA ↓ ESCLEROSE
GLOMERULAR
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Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Os ARA’s II são uma classe diferente dos IECA’s, com mecanismo de ação diferente,
porém com o mecanismo de redução da pressão arterial parecido. Também têm como
objetivo impedir a ação da angiotensina II, porém, no caso dos IECA’s, estes impedem
desde a sua formação.
Principais concorrentes:
impedem a ação da angiotensina
que tem ação de vasoconstrição
Inibidor de
Renina Liberação de
Angiotensinogênio Aldosterona
(Rins)
Angiotensina I
Retenção de
BRA sódio e água
Aumento
da PA
Aumento Edema
Vasoconstrição da
volemia
periférica (efeito direto)
»» Candesartana.
»» Irbesartana.
»» Losartana.
»» Olmesartana.
»» Telmisartana.
»» Valsartana.
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UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Efeitos colaterais
Hipotensão
Quando utilizados, qualquer anti-hipertensivo pode causar uma queda da pressão maior
do que a esperada, porém tanto o IECA’s quanto os ARA’s II podem ocasionar uma
queda chamada de hipotensão da primeira dose, que aparece logo após a primeira vez
que o paciente ingere a droga. Esse efeito é muito comum em idosos e pode ser evitado
iniciando-se a terapia com uma dosagem bem baixa, elevando-a progressivamente ao
longo dos dias.
Aumento do potássio
Quando o potássio se eleva, deve-se tomar cuidado, pois esses níveis elevados na
corrente sanguínea são perigosos, podendo levar o indivíduo a ter arritmias cardíacas
muito graves. Portanto, para os pacientes em uso de IECA ou ARA II deve-se
monitorar os níveis de potássio com frequência, com o intuito de se evitar esse tipo
de reação adversa. Além disso, o uso dessas duas classes, em paralelo com o uso de
anti-inflamatórios, pode aumentar o risco de hipercalemia.
48
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Tosse
A tosse é um efeito colateral muito comum que ocorre com o uso de enalapril e outros
IECA’s. Esse efeito se dá devido aos IECA’s também possuírem ação em outra rota de
síntese, a da bradicinina.
INIBIDORES DA ECA
Mecanismos de Ação
Angiotensinogênio Cininogênio
Renina Calicreína
»» Tosse seca.
»» Fazer a troca de um IECA por outro não elimina a tosse (enalapril por
captopril, por exemplo), mas a troca por um ARA II costuma funcionar.
Angioedema e anafilaxia
Angioedema e o choque anafilático são efeitos adversos graves que podem ocorrer com
o uso de IECA, entretanto, são eventos raros, ocorrendo em aproximadamente 0,3%
49
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
dos pacientes. O angioedema também pode ocorrer com o uso de ARA II, porém é
incomum, ocorrendo em 0,1% dos casos.
As antagonistas dos canais de cálcio são uma classe muito eficaz em reduzir a pressão
arterial e como vantagem não geram alterações no metabolismo lipídico e carboidratos.
Embora seus efeitos a longo prazo em relação à progressão da nefropatia diabética
ainda não tenham sido esclarecidos.
Essa classe possui potente ação hipotensora e, devido a isso, proporcionam proteção
cardiovascular semelhante às das outras classes.
Lembrando que esse grupo de fármacos tem menor capacidade deprevenir insuficiência
cardíaca, comparado aos diuréticos e aos IECA’s.
Exemplos:
»» Nifedipina.
»» Amlodipina (Anlodipino).
»» Nicardipina.
»» Felodipina.
»» Lercanidipina.
»» Nitrendipina.
50
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
»» Verapamil.
»» Diltiazem.
Os bloqueadores dos canais de cálcio são fármacos com um bom perfil de segurança e
não costumam oferecer efeitos adversos graves quando bem advertidos.
O edema, na grande maioria dos casos, não causa qualquer problema relevante além do
incômodo estético e para calçar os sapatos. Os pacientes precisam aprender a conviver
com ele, caso só consigam controlar suas pressões arteriais com um bloqueador dos
canais de cálcio. Caso o edema seja acentuado, deve-se selecionar outro fármaco para
controlar a pressão arterial.
Outros efeitos adversos corriqueiros dos bloqueadores dos canais de cálcio são a dor
de cabeça, tontura e constipação intestinal. As formulações mais recentes, de liberação
lenta, já não proporcionam tanto esses efeitos colaterais, que eram muito comuns na
antiga apresentação da Nifedipina (Adalat®).
Hoje em dia, a Nifedipina mais prescrita é a nifedipina retard (Adalat retard® ou Adalat
CR®) que apresenta ação prolongada e menos efeitos colaterais.
Há um certo tempo, era muito comum o uso de uma cápsula de Adalat® de ação rápida
embaixo da língua para tratar crises hipertensivas. Esta prática, hoje em dia, não é mais
aconselhada, devido ao alto risco de uma rápida queda da pressão arterial que pode
gerar episódios isquêmicos cardíacos e cerebrais.
51
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Betabloqueadores
Os Betabloqueadores são muito eficazes para o tratamento da hipertensão arterial
(H.A.), sendo comprovada a sua eficácia na diminuição da morbimortalidade
cardiovascular. Estão principalmente recomendados como a primeira opção para a
farmacoterapia da H.A. pertinente à doença coronariana.
Essa classe é contraindicada para pacientes que possuem asma brônquica, doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), bronquite e bloqueio atrioventricular de 2o e
3o graus e devem ser empregados com cuidado em pacientes com doença vascular de
extremidades.
52
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
A classe dos betabloqueadores pode ser diferenciada em três categorias, conforme a sua
seletividade.
53
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Inibidores adrenérgicos
Associação de hipotensores
Esquema terapêutico
54
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Diante de lesão renal com proteinúria acima de 1g/dia, devem-se reduzir os níveis
tensionais a níveis inferiores a 120mmHg/75mmHg, sendo que o esquema terapêutico
deve incluir, compulsoriamente, um bloqueador do sistema renina-angiotensina.
RESPOSTA INADEQUADA
Fonte: Adaptado: Diretrizes para Diabetes –Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017 -2018.
O diagnóstico de DM deve ser confirmado pela repetição do teste, a não ser que haja
hiperglicemia evidente com descompensação metabólica aguda ou sintomas claros de
DM. A tolerância à glicose pode ser identificada no jejum e após sobrecarga com 75g
de glicose.
55
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Alguns estudos epidemiológicos apoiam a hipótese de uma relação direta e livre entre os
níveis sanguíneos de glicose e a doença cardiovascular. A carência de um limiar glicêmico
em diabéticos e a tenacidade desta relação em não diabéticos indicam que a glicemia
é uma variável contínua de risco, assim como outros fatores de risco cardiovascular.
Portanto, o tratamento deve objetivar a normoglicemia e a sua manutenção em longo
prazo, sendo importante ressalvar que não se tem um estudo que comprove a redução da
mortalidade na síndrome metabólica com o uso dos agentes antidiabéticos existentes.
Estes fármacos estão indicados na farmacoterapia da hiperglicemia quando os valores
achados no jejum ou pós-sobrecarga forem acima dos solicitados para o diagnóstico do
diabetes mellitus.
↓ Absorção de
carboidratos Acarbose
Glitazona
Metformina
↑ Secreção
de insulina
Redução da
Hiperglicemia
↓ Produção de
glicose Nateglinida
Repaglinida
↓Resistência Sulfonilureias
Metformina
periférica à
Glitazona
insulina
Antidiabéticos orais
Os antidiabéticos orais são medicamentos que têm por finalidade diminuir e manter a
glicemia normal. Nesse conceito vasto, de acordo com o mecanismo de ação principal,
os antidiabéticos orais podem ser destacados em medicamentos que: diminuem
a velocidade de absorção de glicídios, diminuem a produção hepática de glicose,
aumentam a sua utilização periférica e aumentam a secreção pancreática de insulina.
Porém, de acordo com a finalidade, os antidiabéticos orais podem ser classificados em
duas categorias: os que não aumentam a secreção de insulina –anti-hiperglicemiantes,
e os que aumentam a secreção de insulina– hipoglicemiantes.
56
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Escolha do medicamento
57
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Para os pacientes com glicose de jejum normal ou próximo do normal, mas com
hemoglobina glicada acima do normal, está recomendado o uso de medicamentos que
operem mais na glicemia pós-prandial.
Na fase 4, quando prevalece a insulinopenia, o paciente carece receber pelo menos duas
aplicações de insulina de depósito, NPH ou lenta: uma antes do desjejum e a outra
antes do jantar ou ao dormir, avulsas ou combinadas com uma insulina rápida ou ultra
rápida. Nesta fase, um fármaco oral sensibilizador combinado na terapia pode diminuir
as doses de insulina e ajudar na melhoria do domínio metabólico.
Combinação terapêutica
Ajustando dois ou mais fármacos antidiabéticos orais com mecanismos de ação
distintos alcança-se uma capacidade adicional na glicemia, com melhora do domínio
58
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Quadro 2.
Redução
Redução
Mecanismo da Efeitos Outros efeitos
Medicamento da A1c Contraindicação
de ação glicemia colaterais benéficos
(%)
de jejum
SULFANILUREIAS Aumento da 60 – 70mg/ 1,5 – 2,0 Gravidez, insuficiência Hipoglicemia e
(posologia mg) 1 a secreção de dL renal ou hepática ganho ponderal
2 tomadas/dia insulina (Clorpropamida
favorece o
Clorpropamida
aumento da
(125-500)
pressão arterial
Glibenclamida (2,5 e não protege
a 20) contra retinopatia)
Glipizida (2,5 a 20)
Gliclazida (40 a
320)
Gliclazida MR (30
a 120)
Glimepirida (1 a 8)
METIGLINIDAS Aumento da 20 – 30mg/ 0,7 – 1,0 Gravidez Hipoglicemia e Redução do
(Posologia mg) 3 secreção de dL ganho ponderal espassamento
tomadas/dia insulina discreto médio-intimal
carotídeo
Repaglinida (0,5
(Repaglinida)
a 16)
Nateglinida (120
a 360)
BIGUANIDAS Reduz a 60 – 70mg/ 1,5 – 2,0 Gravidez, insuficiência Desconforto Diminuição
(Posologia mg) – 2 produção dL renal, hepática, abdominal, de eventos
tomadas/dia hepática de cardíaca, pulmonar e diarreia cardiovasculares
glicose acidose grave Prevenção de DM2
Metformida (1.000
Melhora do perfil
a 2.550)
lipídico Diminuição
do peso
INIBIDORES DA Retardo da 20 – 30mg/ 0,7 – 1,0 Gravidez Meteorismo, Diminuição
α GLICOSIDADE absorção de dL flatulência e de eventos
(Posologia mg) 3 carboidratos diarreia cardiovasculares
tomadas/dia Prevenção de DM2
Melhora do perfil
Acarbose (50 a
lipídico Diminuição
300)
do peso Redução
do espassamento
médio-intimal
carotídeo
GLITAZONAS Aumento da 35 – 40mg/ 1,0 – 1,2 Insuficiência cardíaca Edema, anemia e Prevenção de DM2
(Posologia mg) 1 sensibilidade dL classe III e IV ganho ponderal
Redução do
tomada/dia à insulina Insuficiência hepática
espassamento
no músculo, Gravidez
Rosiglitasona (2 médio-intimal
adipócito e
a 8) carotídeo Melhora
hepatócito
do perfil lipídico
Pioglitazona (15 (sensibilizadores
Redução da
a 45) de insulina)
gordura hepática
Fonte: Adaptado: Diretrizes para Diabetes –Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017 -2018.
59
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Esquemas terapêuticos
Tratamento medicamentoso
Estatinas
As estatinas devem ser consideradas como fármacos de primeira escolha na terapia
da dislipidemia da síndrome metabólica devido à existência de maiores evidências
relacionando-as à diminuição da morbidade e mortalidade cardiovascular. Agem
inibindo a HMG-CoA redutase, diminuindo a síntese de colesterol e elevando a
expressão hepática dos receptores da LDL e, portanto, a captação dessa lipoproteína e
das VLDL pelo hepatócito.
Uma grande parte das estatinas é metabolizada no fígado, precisando evitar a sua
associação com drogas que atuem no citocromo P450, como por exemplo as ciclosporinas,
antibióticos macrolídeos, antifúngicos imidazólicos inibidores de proteases, fluoxetina,
paroxetina etc. A presença de doença hepática aguda ou crônica é uma contraindicação
integral ao uso desses fármacos.
Estatinas e Hemostasia
Acetil CoA + Aceto-acetil-CoA
HMG - CoA
Vastatinas
Mevalonato
Geranil - PP GGPP
Isoprenoides
Rho
Farnesil - PP
F.Tecidual
PAI – 1
Colesterol ADP/Ag. Plaq.
61
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Fibratos
Os fibratos são medicamentos provenientes do ácido fíbrico que atuam como agonistas
do PPAR-alfa, modulando genes que elevam a expressão da lipase lipoproteica,
apolipoproteína AI e AII e diminui a apolipoproteína CIII. Como consequência, há
uma diminuição da trigliceridemia e aumento do HDL-colesterol, podendo também
diminuir os níveis de LDL, especialmente a fração pequena e densa. A diminuição na
trigliceridemia é maior do que aquela obtida com as estatinas. Por esse motivo, são os
fármacos de escolha em pacientes com SM e com triglicérides 500mg/dL. Sua atuação,
elevando o HDL-colesterol, também é maior que a das estatinas, sobretudo se houver
hipertrigliceridemia grave. A presença de doença hepática grave e insuficiência renal
são contraindicações para o seu uso.
A terapêutica com fibratos pode ser uma opção às estatinas para o paciente de
vigilância secundária portador de SM, que ofereça níveis baixos de LDL-colesterol e
HDL-colesterol.
A niacina é uma vitamina solúvel com atuação não totalmente esclarecida. Reduz os
níveis de triglicérides e de LDL-colesterol. É um dos medicamentos hipolipemiantes
que mais eleva o HDL-colesterol. Hoje em dia, encontram-se três formulações do ácido
nicotínico: liberação imediata, intermediária ou prolongada e lenta.
Os efeitos colaterais mais frequentes são calor e rubor facial das formas de liberação
rápida, podendo ser amortizados com o uso de aspirina uma hora antes do consumo,
ou pelo uso da forma de liberação intermediária.
Ezetimiba
62
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
Os ácidos graxos agem diminuindo a trigliceridemia por atenuar a produção das VLDL
no fígado, de maneira que podem ser empregados como tratamento coadjuvante nas
hipertrigliceridemias. A posologia varia de 4g a 8g/dia.
Associações
No caso de não se atingir a meta após 30 dias da associação, deve-se aumentar a dose da
estatina para 20mg e esperar mais 30 dias. As ênfases indicam que o risco de miopatia
com esta associação (estatinas e fibratos) é maior quando se emprega a genfibrosila,
necessitando esta ser evitada. Além disso, a associação deve ser feita com muita cautela
em idosos e em pacientes com insuficiência renal.
»» Dosagens de CK devem ser realizadas em um, três e seis meses após o uso
das estatinas e fibratos. Caso os pacientes estejam constantes, podem ser
repetidas a cada seis meses.
63
UNIDADE I │ Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos
Para os pacientes com síndrome metabólica de médio e alto risco pelo escore de
Framingham, deve ser aconselhado o uso contínuo de AAS em baixas doses.
Membrana Membrana
Ácido Ácido
Aracdônico Aracdônico
Uso de AAS a
Uso diário de
AAS COX COX cada 72 horas
Proteção da Mucosa
Gástrica
Plaquetas Proteção da Mucosa Plaquetas
Gástrica
64
Protocolos para fármacos para o tratamento de distúrbios metabólicos │ UNIDADE I
65
Protocolos
Para Fármacos Unidade iI
Para Controle
Da Obesidade
Capítulo 1
Etiologia da obesidade
Etiologia
A tendência do século da ampliação do número de obesos no mundo está conferida a
múltiplos fatores. Os motivos da obesidade não se abreviam apenas aos maus hábitos
alimentares, retornados para um abuso alimentar, é certo que outros fatores colaboram
já que as diferenças individuais modificam de indivíduo para indivíduo.
Acredita-se que 30% desses fatores são de controle genético, 10% seriam fatores
passados culturalmente. Em um meio ambiente hábil de produzir obesidade
(sedentarismo, estresse, alimentos de fácil acesso), o indivíduo geneticamente apto
aumentará de peso, em um grau bem expressivo.
66
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
Como o IMC de modo óbvio depende do balanço calórico total, outro significado de
obesidade seria que se trata de alteração multifatorial do balanço calórico, na qual o
consumo calórico, a longo prazo, ultrapassa o gasto de calorias.
Esta enfermidade não está limitada aos adultos: estima-se que por volta de 40 milhões
de crianças com menos de 5 anos de idade estejam acima do peso. Nos Estados Unidos,
o número de crianças acima do peso duplicou, e o número de adolescentes acima do
peso triplicou desde 1980.
67
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
Em comum, morrem mais pessoas no mundo por estarem acima do peso ou obesas do
que por permanecerem abaixo do peso. Embora a própria obesidade raramente seja
fatal, esta frequentemente coexiste com distúrbios metabólicos e outros, abrangendo
todos a síndrome metabólica.
Obesidade monogênica
É conhecido hoje em dia que o adipócito, além do seu papel na estocagem de gordura,
exerce um importante papel endócrino, produzindo hormônios que influenciam os
centros de regulação de energia no hipotálamo.
68
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
As duas síndromes genéticas que contiveram sua associação com a obesidade mais
bem assinaladas são resultantes de defeitos de um gene único – a síndrome de
Prader-Willi (SPW) e a síndrome de Bardet-Biedl (SBB).
69
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
Obesidade poligênica
Em sua variante mais recente, este mapa gênico descreveu mais de 430 genes,
marcadores e regiões cromossômicas associadas com fenótipos de obesidade humana.
Todos os cromossomos humanos, com exceção do Y, já apresentaram loci ligados ao
fenótipo da obesidade.
70
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
Hábitos alimentares
71
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
72
Capítulo 2
Classes dos fármacos
Existem algumas evidências de que a perda de peso está associada a gastos de energia
mais elevados, possivelmente através do aumento da termogênese mediada pelo sistema
nervoso simpático. Como muitos regimes farmacológicos semelhantes, a sibutramina
foi muito mais eficaz quando combinada com modificação no estilo de vida.
Orlistate
73
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
No intestino, o orlistate reage com resíduos de serina nos locais ativos das lípases
gástrica e pancreática, inibindo irreversivelmente essas enzimas e, assim, impedindo a
degradação da gordura da dieta a ácidos graxos e glicerol. Portanto, ele reduz a absorção
(e causa a eliminação fecal correspondente) de cerca de 30% da gordura da dieta.
Podem ocorrer cólicas abdominais, flatos com secreção e incontinência fecal, assim
como borborigmo intestinal e manchas oleosas nas roupas. Surpreendentemente,
em vista da possibilidade da ocorrência desses efeitos antissociais, o fármaco é bem
tolerado. Pode ser necessária terapia suplementar com vitaminas lipossolúveis.
Devido ao seu bom registro de segurança, o orlistate foi recentemente licenciado para
ser incluído com alguns medicamentos que não precisam de prescrição para perda de
peso.
74
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
Como se pode imaginar, a busca por agentes antiobesidade mais eficazes é alvo de um
esforço prodigioso por parte da indústria farmacêutica.
Casos raros de deficiência de leptina tiveram sucesso com tratamento de longo prazo
com esse hormônio, mas essa é uma intervenção incomum, sendo improvável que tenha
uso limitado no futuro. Muitos outros enfoques estão sendo tentados. Alguns destes
visam explorar a ação ou a produção de sinais de saciedade neuroendócrina, como a
CCK, para produzir supressão do apetite.
O peptídeo YY está sob investigação para uso em seres humanos. Este reduz a
ingestão de alimentos por meio do aumento da saciedade; pode ser administrado
subcutaneamente um conjugado de zinco que atua como um depósito.
75
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
A dose indicada varia de 10mg a 20mg por dia. Os efeitos colaterais são: boca seca,
constipação intestinal, insônia, irritabilidade e cefaleia. Aumentos médios de pressão
arterial sistólica e diastólica e de frequência cardíaca também têm sido referidos.
Sugere-se controle severo da pressão arterial e da frequência cardíaca e adequação da
medicação anti-hipertensiva, quando necessário.
Um estudo de longo prazo, obtido com pacientes obesos, indicou que, após quatro anos,
houve diminuição da incidência de diabetes mellitus tipo 2 no grupo orlistat, quando
confrontado com placebo. A dose recomendada é de 120mg, 2 a 3 vezes ao dia, nas
principais refeições, estando sujeito à ingestão de gorduras no café da manhã.
76
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
Os estudos com dietilpropiona e mazindol evidenciam que estas drogas são eficazes
na perda de peso, todavia, estes estudos são, na maioria, antigos (30 ou mais anos) e
de curto prazo. São achados poucos estudos clínicos divulgados com o femproporex.
As doses recomendadas são: dietilpropiona 50mg a 100mg, femproporex 25mg a 50mg
e mazindol 1mg a 3mg. Efeitos colaterais: sintomas leves a moderados de estimulação
do sistema nervoso central (insônia, nervosismo, euforia) e do sistema cardiovascular
(taquicardia e, ocasionalmente, elevação da pressão arterial). Devido à ausência
de estudos de longa duração, não há ênfase da eficácia e segurança do uso destes
medicamentos a longo prazo.
Não foram encontrados estudos sobre a associação de drogas, no entanto por não ter
ação central, o orlistat poderia ser associado a qualquer um dos outros medicamentos.
Não se devem associar os catecolaminérgicos entre si ou com a sibutramina.
77
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
Quadro 3.
As cirurgias bariátricas provocam perda de peso que varia de 20% a 70% do excesso de
peso. É o método mais eficaz e duradouro para perda de peso e com melhoria nítida dos
elementos da síndrome metabólica. Complicações abrangem a mortalidade em torno
de 1%, má nutrição, dumping e colelitíase.
78
Capítulo 3
Mecanismo de ação
Agentes serotoninérgicos
Ex.: Fluoxetina.
Transportador de
readmissão
Synaptische Spleet Sinal de
regulação
79
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
Ex: Sibutramina.
Topiramato
Anticonvulsivante, também é utilizado para tratar a obesidade. Principais mecanismos
responsáveis pela perda de peso estão por reduzir sensação de sabor, aversão à comida,
perda de sensação de fome e uma redução dos níveis de glicose.
Hoje em dia, sabe-se que o topiramato possui diversos mecanismos de ação: bloqueio
dos canais de sódio, potencialização da inibição GABA-mediada com ação sobre
receptores GABA, diminuição da atividade excitatória do glutamato por meio de sua
ação sobre o receptor AMPA/cainato, inibição dos canais de cálcio de alta voltagem e
inibição da anidrase carbônica que, em derradeira análise, diminui a hiperexcitabilidade
neuronal, responsável por sua atuação antiepiléptica de vasto espectro para uma
abundância de crises e síndromes epilépticas e na profilaxia da migrâna.
Indicações e aplicações
80
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
ao fazer uso do Topiramato. Pacientes nessas situações (11% a 26% dos pacientes que
consomem Topiramato) abafaram até 10% de sua gordura corporal.
Apesar disso, ao emagrecer com Topiramato, pacientes também sentiram vários efeitos
colaterais rígidos à saúde.
O mecanismo que faz com que exista essa fama de emagrecer é desconhecido.
No entanto, permanecem algumas teorias sobre como o Topiramato atua no organismo
e causa a perda de peso.
Glutamato
UNC-25 UNC-30
Ácido Fator de
Glutâmico Transcrição
Decarboxila homeodomínio
GABA
UNC-47
Transportador
Vesicular de
GABA
UNC-46
SNF-11
Membrana
Plasmática
Transportador GABA
UNC-49 EXP-1
Cl- Na+
de peso. Como ele está diminuído nos pacientes que usam Topiramato, essas pessoas
completam por não correr o risco de comer por pressão do estresse.
Outras teorias: outra teoria sugerida pela Associação Americana de Diabetes é que
o Topiramato pode atuar na glicose do sangue e na secreção de insulina, provocando a
perda de peso por meio da fase metabólica onde a maior parte da energia do corpo vem
de outros compostos presentes no sangue. Esta ação é semelhante às dietas proteicas
e ajudam a emagrecer, quando o corpo queima os acervos de gordura corporal, como
primeira fonte de combustível. Além disso, pacientes expõem que o Topiramato
emagrece por atenuar de maneira drástica o apetite, sobretudo no período da noite.
Novo e muito potente inibidor da lipase pancreática (enzima chave na digestão intestinal
de gorduras).
Como se sabe, as gorduras que deglutimos são moléculas grandes que, para
dissolverem-se, precisam ser rompidas e modificadas em moléculas menores por ação
enzimática.
82
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
Deste jeito, o organismo não pode modificar estas calorias em exagero em tecido
adiposo de reserva. Sendo assim, não é indispensável a absorção sistêmica do
medicamento para que desempenhe sua atividade.
A absorção gastrintestinal deste fármaco é muito baixa após administração por via oral
e, após 8 horas, já não é detectado no plasma.
A central via de eliminação do fármaco é a fecal e a maior parte é feita sem alterações;
a eliminação renal do fármaco e dos seus metabólitos é ínfima.
Nos idosos não é imperativo ajuste de dose. Nas determinações de gorduras fecais, o
efeito do Orlistat é advertido já 24-48 horas após a administração.
Quitosana
A quitosana age de duas formas: complexação com lipídeos no trato intestinal, sendo
eliminada através das fezes (carga positiva atrai carga negativa das gorduras ingeridas)
e através do retardamento da ação de lipases digestivas.
83
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
A quitosana seria capaz de sorver cerca de 8 a 10x o seu peso em gordura. Além da
inibição intestinal da absorção de gorduras, a quitosana poderia, além disso, quelar
metais pesados.
Eficácia:
Liraglutida
84
Protocolos Para Fármacos Para Controle │ UNIDADE II
Adipócitos
Pâncreas
Aumento da secreção de insulina
GIP Aumento da biossíntese de insulina
Aumento da proliferação de cel B
CCK Intestines
Aumento da sobrevida de cel. B
GLP β cell
Pâncreas
Gastrina Brain
Grelina Stomach
β cell
α
cell
Locarserina
85
UNIDADE II │ Protocolos Para Fármacos Para Controle
Esta sensação de não sentir fome leva o paciente a deglutir menos calorias nas refeições
e, consequentemente, acarreta em redução do peso corporal.
Age nos receptores 5HT2C da serotonina, este receptor é característico do SNC e regula
o apetite e a sensação de saciedade. Agonista serotoninérgico seletivo receptor 5-HT2c
(estimulante da liberação da POMC) = proopiomelanocortina, provocando saciedade.
Termogênicos
Os termogênicos aumentam a temperatura corporal e os batimentos cardíacos, o que
dá mais disposição e energia para praticar atividades físicas. O sangue circula em
velocidade mais alta pelo organismo e incide em dilatação das veias.
A efedrina ajudaria a perder peso se ingerida em altas doses. Contudo, é necessário ter
cautela.
Seus efeitos são muito benéficos aliados à prática de exercícios e a outras terapias, que
são melhores evidenciados ao uso associado que ao uso isolado.
86
Protocolos
para fármacos Unidade iII
utilizados na
endocrinologia
Capítulo 1
Etiologia dos processos e distúrbios
endócrinos
Etiologia
As doenças endócrinas estão relacionadas com as glândulas endócrinas do indivíduo.
O sistema endócrino determina hormônios, que são sinais químicos expedidos para
fora, ou secretados, através da corrente sanguínea. Os hormônios auxiliam o indivíduo
a regular alguns procedimentos do organismo humano, tais como a respiração, o
equilíbrio de fluidos, a feminilidade ou masculinidade, e o controle de peso.
87
UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
Diabetes
A diabetes concebe uma alteração dos níveis de açúcar (glicose) do sangue, necessitado
à falta de produção ou da insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas.
Doenças da tiroide
Obesidade
Sendo considerada uma doença, devido aos diversos problemas que pode gerar na
saúde das pessoas, além dos graves transtornos sociais e psicológicos que a seguem, a
obesidade pode ter procedência em múltiplas origens, mas sabe-se que em alguns casos
é gerada por demasia ou deficiência de alguns hormônios.
Transtornos do colesterol
88
Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
Síndrome de Cushing
É uma das doenças endócrinas causada por níveis elevados de cortisol no sangue.
Feocromocitomas
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Capítulo 2
Tratamento dos distúrbios endócrinos
O indivíduo também deve procurar atendimento médico imediato se ele estiver sendo
tratado por distúrbios endócrinos, e tenha sintomas incômodos persistentes, que
podem indicar uma doença mais grave.
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Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
Diagnóstico
Crescimento
O crescimento é uma fantástica capacidade que o ser jovem apresenta em toda a sua
potencialidade, e para que as crianças possam aproveitar ao máximo este potencial,
devem existir boas condições de saúde, de alimentação e de um bem-estar social.
As características genéticas (altura dos pais, irmãos), além dos fatores já citados,
interferem no crescimento das crianças. A estatura final é fruto de uma relação complexa
e imprevisível que nenhuma fórmula conseguiu prever. Ocorre uma variação ampla do
que é considerado normal, levando-se em conta os fatores hereditários e ambientais.
Cabe ao médico orientar e tranquilizar os pais e as crianças.
A avaliação da criança com queixa de baixa estatura inclui uma cuidadosa história
clínica, abrangendo história da gravidez, do parto, altura e peso da criança ao
nascimento; revisão da alimentação e dos hábitos de vida incluindo a prática de
atividades físicas; altura dos familiares; avaliação do ambiente psicossocial da criança
(familiar, escolar e etc). Já na avaliação clínica são feitas: medidas de peso e altura
que devem ser sequenciais para que seja determinada a velocidade de crescimento -
índice mais sensível do processo de crescimento do que uma medida isolada. Também é
feita a avaliação laboratorial com: exames solicitados conforme suspeitas do médico de
algumas patologias (anemia, doenças renais, do trato digestivo e/ou doenças endócrinas
- hormônios), além da avaliação radiológica feita através da radiografia da mão para se
precisar a idade óssea.
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UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
Obesidade
A obesidade é uma grande preocupação clínica e social que atinge todas as camadas
da sociedade e quando não tratada contribui para aumentar os índices de doenças
cardiovasculares e doenças ósseas, além do risco aumentado para desenvolver
diabetes mellitus. A avaliação do paciente obeso consiste na investigação dos hábitos
alimentares e de atividades físicas, de provas laboratoriais, bioquímicas e hormonais
para instituição do tratamento adequado.
Suor em excesso
O suor é produzido pelas glândulas sudoríparas que temos espalhadas pelo corpo.
São dois tipos de glândulas. Aquelas que produzem suor imperceptível e que são
estimuladas pelo calor e por esforços físicos - chamadas apócrinas. E ainda existem
as responsáveis pelo suor das axilas, palmas das mãos e pés chamadas écrinas. Estas
são reguladas por fatores hormonais e emocionais. Muitas pessoas estão expostas
ao excesso desta transpiração. O pior é que geralmente esse suor é acompanhado de
um odor desagradável, por causa das bactérias naturalmente presentes nas regiões
de atuação das glândulas. Este problema atinge pessoas nervosas ou que possuem
glândulas em excesso. Para controlar a transpiração você pode se prevenir com os
produtos desodorantes e antitranspirantes. Casos mais extremos necessitam de
orientação de um endocrinologista, em especial, quando existe alguma disfunção com
glândulas apócrinas.
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Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
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Capítulo 3
Classificação dos distúrbios endócrinos
O quadro pode ocorrer por um período curto (agudo) ou longo (crônico). Vários fatores
podem desencadear nesse problema, incluindo:
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Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
Cirurgia de tireoide
Radioterapia
Muitos cânceres são tratados com radioterapia. O processo costuma originar muitos
efeitos colaterais nos pacientes, e um deles pode ser o hipotireoidismo.
Medicamentos
Uma cadeia de medicações pode colaborar para o quadro. Um deles, por exemplo, é o
lítio, usado no tratamento da bipolaridade.
Doenças autoimunes
Doença congênita
Alguns casos são desencadeados por um mal desenvolvimento da tireoide, que ocorreu
intraútero, ou seja, durante a gestação. Para esses casos, os conhecedores deram o
nome de hipotireoidismo congênito. Crianças com essa forma da doença podem não
proporcionar quaisquer sintomas depois do nascimento, o que pode causar dificuldades
no futuro.
Distúrbio pituitário
Uma das causas mais raras é diminuição da produção do hormônio TSH pela hipófise, a
glândula-mãe do sistema endócrino. Existem defeitos na linha de produção do TSH na
hipófise que podem acarretar no quadro, que neste caso titulamos de hipotireoidismo
central. Também são causas de hipotireoidismo central: tumores na hipófise, lesões
cerebrais e doenças autoimunes da hipófise.
Gravidez
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UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
a produção dos hormônios. Vale advertir que sem o tratamento correto, amplia o
risco de parto prematuro e também de pré-eclâmpsia, uma condição em que a pressão
sanguínea da mulher aumenta assombrosamente durante os últimos três meses de
gravidez. O quadro também pode comprometer o desenvolvimento do bebê, pois o
cérebro em formação do bebê necessita receber os hormônios da tireoide para poder
crescer adequadamente.
Deficiência de iodo
A causa é incerta, mas acredita-se que os anticorpos incitam uma produção de hormônios
tireoidianos. Pode ser diagnosticado pelo acrescente volume da tireoide e pelo exagero
de hormônios produzidos pela glândula no sangue. Quase 60 a 80% dos casos de
hipertireoidismo são resultantes da doença de Graves. Existe uma predisposição
familiar, já que 15% dos portadores proporcionam casos dessa doença na família, e 50%
dos familiares têm autoanticorpos contra a tireoide.
Pode aparecer em qualquer idade, contudo costuma surgir dos 20 aos 40 anos
de vida. A prevalência é similar entre indivíduos caucasianos e asiáticos, e menor
em indivíduos negros. A etiologia ainda não foi completamente elucidada, mas
acredita-se que os anticorpos levem à produção de hormônios da tireoide. Nesta
doença, os anticorpos irão ligar-se aos receptores de membrana do receptor de
tireotropina (TSH), deste modo há a ativação continuada de secreção dos hormônios
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Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
A terapêutica irá mudar de acordo com a fase da doença. Existem fármacos que
auxiliam no controle sintomático do hipertireoidismo ocasionado por essa doença, por
meio do uso de β-bloqueadores e na redução da síntese de hormônios tireoidianos por
meio da administração de agentes antitireoidianos, ex: propiltiouracil, metimazol, iodo
radioativo ou cirurgia.
Hiperparatireoidismo primário
Hiperparatireoidismo secundário
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UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
Tratamento medicamentoso
Alguns casos podem ser definidos com uso de medicação. Os principais medicamentos
empregados para tratar o hiperparatireoidismo são:
localizadas atrás da tireoide, bem juntas a ela. Em alguns casos, quando a tireoide é
removida, as paratireoides, por serem muito aderidas a ela ou dependerem de ganhar
sua nutrição pelos vasos sanguíneos da tireoide, acabam sendo retiradas ou sofrendo
isquemia e param de funcionar.
Tratamento de Hipoparatireoidismo
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UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
100
Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
O hipotireoidismo subclínico (HS) é definido pela elevação do nível sérico do TSH acima
do limite superior da normalidade associada a níveis normais de tiroxina livre (T4L).
Esse distúrbio encontra-se relacionado com eventos cardiovasculares, mortalidade,
dislipidemia, depressão e déficit cognitivo. Quando há níveis alterados de T3 e T4 para o
HS, ocorrem disfunções como a diminuição da contratilidade e da frequência cardíaca,
diminuição do débito cardíaco, a diminuição da pressão arterial e da variabilidade da
frequência cardíaca, além do aumento nos níveis de colesterol sérico e de diminuição da
sensibilidade à insulina. A tireotoxicose consiste em um estado hipermetabólico causado
pelo aumento na função da glândula tireoide e, consequentemente, aumento dos níveis
circulantes dos hormônios T3 e T4 livres. As causas mais comuns são a hiperplasia
difusa da tireoide associada à Doença de Graves, bócio multinodular hiperfuncionante e
adenoma hiperfuncionante da tireoide. Os sinais e sintomas da tireotoxicose dependem
da severidade e da duração da doença, além da idade do paciente. Uma das principais
alterações é o aumento do metabolismo basal e da termogênese, ocasionando perda de
peso, intolerância ao calor, sudorese profusa, aumento do apetite, fraqueza muscular,
taquicardia, fadiga e diarreia.
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UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
que explique o maior tempo de internamento dos pacientes com tireotoxicose resida
no fato de que o excesso de hormônios tireoidianos pode levar ao desenvolvimento
das complicações mais graves, como insuficiência cardíaca congestiva, cardiomiopatia
e arritmias, principalmente fibrilação atrial. O distúrbio também está associado ao
aumento da reabsorção óssea, elevação da excreção de cálcio e de fósforo na urina e
nas fezes, com consequente diminuição na densidade mineral óssea e risco de fraturas
em mulheres idosas. Mais um fator a ser considerado é que os tratamentos clássicos
preconizados para corrigir a tireotoxicose são a intervenção cirúrgica ou a terapia com
radioiodo e, mais recentemente, a injeção percutânea com etanol dirigida por ultrassom,
uma vez que a resolução espontânea do processo é muito rara. Já o hipotireoidismo, na
maioria das vezes, não requer intervenção cirúrgica.
102
Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
O diagnóstico desta síndrome, também conhecida por hipercortisolismo, pode ser feito
através de um exame de sangue, de urina ou ressonância magnética, contudo nem
sempre é fácil chegar ao diagnóstico visto que é comum que a doença seja confundida
com outras doenças como obesidade e depressão.
A Síndrome de Cushing tem cura e esta pode ser conseguida através da supressão da
causa da doença, porém é necessário fazer uma terapia específica como diminuir o
dispêndio de corticoides ou, no caso de tumor, pode ser imprescindível fazer cirurgia
para extrair o tumor.
103
UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
Bochechas
Vermelhas
Osteoporose
Facilidade de
Acúmulo de contusões e
gordura no equimoses
abdome e
tronco
Braços e
pernas
finos
Má cicatrização de
feridas
A terapia para Síndrome de Cushing deve ser orientada pelo endocrinologista e varia
segundo a causa da síndrome. Quando a doença é originada pelo uso prolongado de
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Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
A Síndrome de Cushing (SC) pode ser dividida em dois grandes grupos segundo a sua
etiologia:
»» ACTH(corticotrofina)-dependente.
»» ACTH-independente.
105
UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
Diversos fatores influenciam nos efeitos terapêuticos e adversos dos GC, dentre eles:
propriedades farmacocinéticas do GC em uso, dose diária, fracionamento de doses,
duração do tratamento e diferenças individuais no metabolismo esteroide.
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Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
Tratamento farmacológico da
Feocromocitoma
O feocromocitoma é um tumor crescido, especialmente, na região das glândulas
adrenais. Pode ocasionar hipertensão, é mais frequente em pessoas entre 30 e 50 anos
e, a cada três pacientes, um morre antes do diagnóstico.
Causas do feocromocitoma
Ainda não se sabe o que importuna a manifestação da doença, mas acredita-se que
pode ser um fator hereditário. O que se sabe é que há desordens genéticas, como
neurofibromatose e síndrome de von Hippel-Lindau.
A doença está atrelada ao câncer endócrino múltiplo do tipo 2, uma neoplasia que
compromete as glândulas adrenais e extra-adrenais, além de ser uma doença genética.
Os tumores são originados por hiperplasia de células cromafins da medula suprarrenal
ou por tecido cromafim extra-adrenal que originou falha na migração de células
cromafins durante o desenvolvimento o embrião.
107
UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
»» Beta-bloqueadores.
»» Alfabloqueadores.
Hirsutismo idiopático
Nem sempre é provável definir a causa exata do problema. É o que ocorre com o
hirsutismo idiopático. O distúrbio acomete mulheres hirsutas, isto é, com crescimento
demasiado de pelos terminais, que além de não produzirem hormônios sexuais
masculinos em exagero, mantêm o ciclo menstrual regular e a fertilidade conservada.
Outras causas
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Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
Tratamento
Uso de medicamentos
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UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
A fragilidade dos ossos nas mulheres é acarretada pela falta de estrogênio (hormônio
feminino), que torna os ossos porosos como uma esponja e é o maior motivo de fraturas
e quedas dos idosos.
A coluna, o pulso e o colo do fêmur são os mais comprometidos pela osteoporose, sendo
no fêmur o mais perigoso.
As causas da Osteoporose
110
Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
A perda de substância óssea fica tão aguçada que mesmo as atividades do dia a dia
que precisem de um esforço ínfimo sobre os ossos podem gerar fraturas. Tem ensejo
multifatorial, podendo classificar-se em primária e secundária.
RANK RANKL
Osteoclast progenitor – Osteoclast
TGF- β1
Multinucleated
osteoclast +
Osteoclast-osteoclast
IGF-1 + Osteo-
communication through
progenitor
Sema4D-Plexin-B1
Sema4D
-
Osteoclast
Osteoblast
Coupling of resorption
and formation through
Plexin-B1
IGF-1 Bone
TGF-β1 and IGF-1 in surface
Bone
the boné matrix TGF- β1
resorption
Osteocyte
111
UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
Tratamento farmacológico
112
Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
113
UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
não apenas aquela de maior risco de osteoporose e fratura. No Brasil, vários estudos
retrospectivos ou transversais, com amostragem não representativa da população
brasileira, encontraram diversos fatores de risco associados à baixa massa óssea como
ausência de terapia hormonal após a menopausa, baixa exposição solar, consumo de
bebidas alcoólicas, ingestão inadequada de cálcio, sedentarismo, história familiar de
osteoporose, tabagismo, baixo peso e baixa estatura, idade avançada, baixa escolaridade,
menarca tardia, menopausa precoce e menor índice de massa corporal.
114
Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia │ UNIDADE III
Tratamento
Causas
As glândulas adrenais, que ficam fixadas logo acima dos rins, são divididas em duas
partes: o córtex e a medula. Cada uma delas produz hormônios diferentes.
115
UNIDADE III │ Protocolos para fármacos utilizados na endocrinologia
células, aumentando, assim, o emprego de gorduras pelo corpo. O córtex também causa
pequenas quantidades de andrógeno, o hormônio sexual masculino, tanto em homens
quanto em mulheres.
A Doença de Addison pode ocorrer devido a dois grandes motivos distintos, podendo
ser classificada de insuficiência adrenal primária e insuficiência adrenal secundária.
»» Corticosteroides orais.
»» Injeções de corticoide.
»» Dexametasona.
»» Prednisona.
116
Protocolos
Para Fármacos
Utilizados Na Unidade iV
Endocrinologia
Parte 2
Capítulo 1
Mecanismo de ação
117
UNIDADE IV │ Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2
Posologia
Crianças: inicialmente, a dose diária é de 0,4 mg/kg de peso corporal, dividida em três
doses e administrada a intervalos de 8 em 5 horas.
Mecanismo de ação
Reações adversas
118
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
autoimune (que pode resultar em coma hipoglicêmico), hepatite (icterícia pode persistir
por várias semanas após a interrupção da droga), periarterite e hipoprotrombinemia.
As reações de menor importância incluem exantema, urticária, náusea, vômitos, dor
epigástrica, artralgia, parestesia, perda do paladar, perda anormal do cabelo, mialgia,
dor de cabeça, prurido, sonolência, neurite, edema, vertigem.
119
UNIDADE IV │ Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2
Nos rins, atua nos túbulos distais gerando a reabsorção do cálcio filtrado através da
regulação da expressão de proteínas transportadoras de cálcio, TRPV5 e CaBP-9k.
Ela regula, ainda, a expressão e síntese de FGF-23 nos osteoblastos e osteócitos, o qual
inibe a atividade da proteína cotransportadora de sódio e fosfato tipo 2a (NaPi2a) nos
túbulos proximais, adequando a fosfatemia e a fosfatúria de modo a originar níveis de
cálcio e fósforo ajustados para a mineralização óssea.
120
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
Hirsutismo
Contraceptivos orais
ovulação. Isto ocorre porque, durante a gravidez, os altos níveis de hCG excitam a
secreção de progesterona e estrógeno que, por sua vez, bloqueiam a produção de LH
e FSH. O principal mecanismo de ação dos anticoncepcionais orais de uso diário é
justamente a manutenção de níveis hormonais constantes (progesterona e estrógeno),
assim como acontece durante a gestação.
Hipotálamo
Feedback negativo
Feedback positivo
(?)
(-)
(-) (+)
Inibina A
Inibina B Principalmente
Hipófise
estradiol, um
Estradiol pouco de
LH LH
progesterona
FSH FSH
(+) (++)
Útero
Ovário
Estimulação Inibição
122
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
Antiandrogênicos: Ciproterona
Glicocorticoides
Uma vez que a transcrição gênica é delongada, os seus efeitos demoram sempre algumas
horas a revelarem-se.
123
Capítulo 2
Mecanismo de ação parte II
Biguanidas
»» Inibição da neoglicogênese.
Glitazonas
124
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
Osteoporose
Agentes antirreabsortivos
Bifosfonatos
Esta categoria diferencia-se como potentes inibidores da reabsorção óssea, sendo, por
isso, chamados agentes antirreabsortivos, e são capazes de aumentar a densidade do
osso bem como restringir o risco de fraturas no quadril, na coluna vertebral e em outros
ossos.
125
UNIDADE IV │ Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2
Biofosfonados
TGF-β
126
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
Calcitonina
127
UNIDADE IV │ Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2
A calcitonina causa seus resultados fisiológicos por meio da influência mútua com
receptores específicos presentes na membrana plasmática dos órgãos-alvo e possui suas
implicações principais sobre os ossos e os rins, podendo simular ainda outros tecidos.
Em números farmacológicos, ainda diminui a secreção de gastrina e a produção de ácido
gástrico e causa aumento da secreção de sódio, potássio, cloreto e água no intestino.
Pode ser empregada em associação ao cálcio e à vitamina D em casos de intolerância,
respostas insatisfatórias ou contraindicação dos bifosfonatos.
Como ação indireta dos estrogênios sobre o metabolismo ósseo, ainda se confere a estes
compostos a redução da sensibilidade óssea ao PTH, o acréscimo da reabsorção tubular
de cálcio e dos receptores de 1,25 di-idroxivitamina D nos osteoblastos, bem como o
aumento nos níveis do composto 1,25 di-idroxivitamina D.
128
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
Em valor da TRH agir sobre distintos sistemas, foram ampliados fármacos não
hormonais apropriados para se ligarem aos receptores estrogênicos com elevada
agnação, agindo de forma agonista sobre alguns tecidos, como o osso, e de modo
antagonista sobre outros, como mama e útero, que são os agentes moduladores
seletivos de receptores de estrogênio. Existem duas categorias de Serm, que são
os compostos de primeira e de segunda geração, como o tamoxifeno e raloxifeno,
simultaneamente. Os moduladores de primeira geração são compostos agonistas
ao nível do osso e antagonistas na mama, entretanto desempenham efeito agonista
sobre o útero. Já os compostos de segunda geração não apresentam efeito agonista
nos tecidos reprodutivos.
129
UNIDADE IV │ Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2
Agentes anabólicos
Fluoretos
Esta categoria é boa de gerar estímulo dos osteoblastos tanto em número como na
disposição de formação de matriz óssea. Proporciona a desvantagem de a dose tóxica
estar estabelecida muito próxima da dose efetiva, o que atém o uso deste composto.
Assim, para tornar mínimo esses efeitos o emprego desses compostos deve ser associado
ao cálcio e a vitamina D. Ainda existem relatos de osteomalácia, náuseas, vômitos,
epigastralgia, diarreia e artralgia associados ao uso destes compostos.
Paratormônio (PTH)
130
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
Hiperldosteronismo: espironolacto na
A espironolactona é um antagonista farmacológico específico da aldosterona, agindo na
região de troca de íons sódio-potássio condicionada de aldosterona, situado no túbulo
contornado distal do rim. A espironolactona gera elevação das quantidades de sódio e
água a serem eliminadas, à medida que o potássio é retido.
131
Capítulo 3
Mecanismo de ação parte III
Doença de Addison
Corticosteroides
Distintas alterações na molécula do cortisol oferecem origem aos demais GC, naturais
e sintéticos. O desígnio destas alterações é arranjar uma droga com maior eficácia
anti-inflamatória e menores efeitos colaterais. Por consistirem em lipofílicos, os GC
cruzam ligeiramente a membrana celular e penetram no citoplasma, onde se ligam ao
receptor característico e, desta forma, chegam ao núcleo celular, interagindo com o
DNA e acondicionando a ativação e supressão de distantes genes de alguns mediadores
da inflamação como as citocinas, de enzimas indutíveis durante o processo inflamatório
como a COX-2 e de moléculas de adesão.
Espera-se que estes sejam os fundamentais mecanismos culpados pela potente atuação
anti-inflamatória destas medicações, o que as coloca como a primeira opção na
terapêutica da maior parte das doenças do colágeno.
Os níveis dos GC brandem raros durante o período diurno, sendo que o pico
basal acontece pela manhã. As contestações mais formidáveis entre os diversos
GC disponíveis em nosso meio são com relação à: duração da atuação; eficácia
glicocorticoide relativa e eficácia mineralocorticoide relativa.
Quanto à permanência de atuação, são qualificados como de curta, média ou longa ação,
de acordo com o tempo de cerceamento do ACTH após uma única dose equivalente a 50
mg de prednisona. A eficácia relativa dos GC vai pender da sua analogia pelo receptor
plasmático. Porém, a medida dessa eficácia se baseia não só na eficácia biológica
intrínseca, mas, ainda, na permanência da ação.
132
Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2 │ UNIDADE IV
vida-média vida-média
Fármaco potência relativa*
plasmática (Min) biológica (Hs)
anti-inflamat. mineralo.
Hidrocortisona 80 – 120 8 – 12 1,0 1,0
Prednisona 200 – 210 12 – 36 3,5 – 4,0 0,8
Prednisolona 120 – 300 12 – 36 4,0 0,8
Deflazacort 120 24 – 36 2,5 – 3,5 0,25
Metilprednisolona 200 12 – 36 5,0 0 – 0,5
Triancinolona 200 12 - 36 5,0 0
Dexametasona 300 36 - 72 30 0
Betametasona 300 36 – 72 30 0
* em comparação com a hidrocortisona (cortisol)
Fonte: Adaptado: Guedes, Moreira, Benchimol, ed. III, 2006.
133
UNIDADE IV │ Protocolos Para Fármacos Utilizados Na Endocrinologia Parte 2
134
Referências
135
Referências
LATARJET, M.; RUIZ LIARD, A. Anatomia humana (em espanhol). 4ª ed. Buenos
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