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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO.............................................. 11
CAPÍTULO 1
CLASSIFICAÇÃO DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO................................................... 11
CAPÍTULO 2
IMPACTO SOCIOECONÔMICO DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO............................. 29
UNIDADE II
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES.............................................. 39
CAPÍTULO 1
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO......................................................................... 39
CAPÍTULO 2
SÍNDROME DA APNEIA CENTRAL DO SONO............................................................................. 45
CAPÍTULO 3
SÍNDROME DA RESPIRAÇÃO CHEYNE-STOKES.......................................................................... 51
CAPÍTULO 4
SÍNDROME DA HIPOVENTILAÇÃO DO SONO E DA OBESIDADE................................................. 57
UNIDADE III
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO............................................................. 63
CAPÍTULO 1
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI)............................................................................................ 63
CAPÍTULO 2
USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) PARA O TRATAMENTO DA APNEIA OBSTRUTIVA DO
SONO..................................................................................................................................... 72
CAPÍTULO 3
USO DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) PARA O TRATAMENTO DA SÍNDROME DE
HIPOVENTILAÇÃO DE OBESIDADE DO SONO........................................................................... 77
CAPÍTULO 4
IMPACTO SOCIOECONÔMICO E DE QUALIDADE DE VIDA DERIVADO DO DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO........................................................ 82
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 91
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Ao longo das últimas décadas tem se avaliado na saúde pública com cada vez mais
atenção a carga atribuível aos distúrbios do sono. Os distúrbios do sono ressaltaram
a necessidade de dados epidemiológicos sobre distúrbios respiratórios do sono. Estes
distúrbios respiratórios durante o sono representam uma condição que é caracterizada
por pausas repetidas na respiração, que levam à fragmentação do sono e passam a
desencadear uma série de problemas fisiológicos. O espectro fisiológico dos distúrbios
respiratórios do sono (SDB) varia de colapso parcial das vias aéreas e aumento da
resistência das vias aéreas superiores, manifestando-se como ronco alto, hipopneia e
para completar o colapso das vias aéreas e episódios de apneia com duração de 60
segundos ou mais. Estas alterações caracterizam tipos e graus diferentes de apneia
e/ou outros distúrbios.
A educação do paciente deve ser fornecida de forma ideal como parte de uma
equipe multidisciplinar de gerenciamento de doenças crônicas. Todos estes tópicos
apresentados aqui, serão discutidos e aprofundados no decorrer das três unidades de
nossa disciplina. Assim apresentamos aqui os objetivos propostos desta disciplina no
para o seu processo de formação acadêmica.
Objetivos
»» Identificar os diferentes tipos de distúrbios respiratórios do sono.
8
»» Compreender como os distúrbios respiratórios do sono podem ser
precursores de diferentes comorbidades.
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CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS DOS
DISTÚRBIOS UNIDADE I
RESPIRATÓRIOS DO
SONO
CAPÍTULO 1
Classificação dos distúrbios respiratórios
do sono
Esta primeira unidade de nossa material didático é baseada na mais recente edição
(3a) da Classificação Internacional das Desordens do Sono (ICSD) publicada em
2014. Esta terceira edição é uma versão revisada do manual de desordens do
sono da American Academy of Sleep Medicine, publicado em cooperação com
sociedades internacionais do sono. É o principal trabalho de referência para o
diagnóstico de distúrbios do sono. A ICSD-3 baseia-se no mesmo esquema básico
da ICSD-2, identificando sete categorias principais que incluem distúrbios da
insônia, distúrbios respiratórios relacionados ao sono, distúrbios centrais da
hipersonolência, distúrbios do sono-vigília do ritmo circadiano, movimentos
relacionados ao sono distúrbios, parassonias e outros distúrbios do sono.
Sendo assim, este capítulo almeja apresentar as categorias dos distúrbios do sono, as
modificações mais significativas entre a ICSD-2 e ICSD-3, e promover uma visão crítica
sobre estas mudanças.
Além disso, para facilitar a leitura e a utilização das abreviações de todos os termos
utilizados nesta área, o quadro 1 apresenta todas as siglas e abreviações apresentadas
neste capítulo.
AASM Academia Americana de Medicina do Sono, do inglês - American Academy of Sleep Medicine.
CRSWD Distúrbio do sono-vigília do ritmo circadiano, do inglês - Circadian Rhythm Sleep-wake disorder.
CSA Apneia central do sono, do inglês - Central Sleep Apnea.
CSB Respiração Cheyne-Stokes, do inglês Cheyne-Stoke Breathing.
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
PAP Pressão positiva nas vias aéreas, do inglês - Positive Airway Pressure.
PLM Movimento periódico dos membros, do inglês Periodic limbs movement.
PLMD Distúrbio do movimento periódico dos membros, do inglês Periodic limbs movement Disorders.
PSG Polissonografia, do inglês – Polysomnography.
RBD Distúrbio comportamental do sono de movimento rápido dos olhos, do inglês rapid eye movement sleep behavior disorder.
REM Movimentos oculares rápidos, do inglês Rapid movement of eyes.
RLS Síndrome das pernas inquietas, do inglês – Restless Legs Syndrome.
SOREMP Período de movimento rápido dos olhos no início do sono, do inglês – Sleep Onset Rapid eye Movement Periods .
»» insônia;
»» parassonias;
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
Insônia
Historicamente, os distúrbios de insônia têm sido dicotomizados de várias maneiras
que se relacionam com a duração e suposta fisiopatologia. A distinção entre
insônia aguda e crônica existe na maioria dos sistemas de diagnóstico desde o
início da nosologia dos distúrbios do sono-vigília. No entanto, essas abordagens de
classificação, especialmente a distinção primária versus secundária (comorbidade),
foram contestadas.
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
À luz das preocupações levantadas por essas questões, a força tarefa da ICSD-
3 optou por consolidar todos os diagnósticos de insônia (isto é, “primária”
e “comórbida”) sob uma única desordem crônica de insônia. Esta decisão não
pretende sugerir que pode não haver diferenças fisiopatológicas importantes
entre os subtipos de insônia crônica. Pelo contrário, é o reconhecimento de que
ainda não somos capazes de fazer tais distinções de forma confiável nem de
traduzi-las em abordagens terapêuticas mais personalizadas.
»» consequências diurnas.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Distúrbios da OSA
OSA, adulto.
OSA pediátrica.
Síndromes centrais da apneia do sono
Apneia central do sono com respiração de Cheyne-Stokes.
Apneia do sono central devido a um distúrbio médico sem respiração de Cheyne-Stokes.
Apneia central do sono devido a respiração periódica em alta altitude.
Apneia do sono central devido a um medicamento ou substância.
Apneia do sono central primária.
Apneia do sono central primária da infância.
Apneia do sono central primária da prematuridade.
Apneia central do sono reincidente do tratamento.
Distúrbios da hipoventilação relacionados ao sono
Síndrome de hipoventilação da obesidade.
Síndrome de hipoventilação alveolar central congênita.
Hipoventilação central de início tardio com disfunção hipotalâmica.
Hipoventilação alveolar central idiopática.
Hipoventilação relacionada ao sono devido a um medicamento ou substância.
Hipoventilação relacionada ao sono devido a um distúrbio médico.
Transtorno de hipoxemia relacionado ao sono.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
Uma apneia é a ausência de fluxo de ar inspiratório por pelo menos 10s. Uma
hipopneia é uma menor redução do fluxo aéreo, com duração de 10s ou mais, e
associada a uma queda na saturação arterial de oxihemoglobina e/ou excitação
eletroencefalográfica. As apneias e hipopneias são classificadas como obstrutivas
ou centrais, mas, independentemente disso, resultam da ausência ou redução
do débito neural do tronco encefálico para os músculos da via aérea superior
(por exemplo, genioglosso) e/ou dos músculos da bomba inspiratória torácica
(diafragma e músculos intercostais).
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Todos esses distúrbios têm em comum uma queixa subjetiva de sonolência excessiva.
A ICSD-3 define isso como “episódios diários de uma necessidade irreprimível de
dormir ou lapsos diurnos durante o sono”. Para esses distúrbios, como narcolepsia
e hipersonia idiopática (IH), que exigem demonstração de sonolência objetiva pelo
teste de latência múltipla do sono (MSLT ), uma latência média de sono de 8 min
no MSLT é necessária. Este critério é inalterado em relação à ICSD-2 e representa
o melhor compromisso entre sensibilidade e especificidade. No entanto, os médicos
devem reconhecer que existe uma sobreposição substancial entre indivíduos
patologicamente sonolentos e pessoas “normais” (muitas vezes privadas de sono).
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
O uso de registros do sono e actigrafia por pelo menos 1 semana antes do MSLT é
fortemente indicado para descartar a insuficiência de sono, distúrbios do horário
de sono-vigília, ou ambos, como explicações potenciais para achados anormais
de MSLT. Dados limitados sugerem que apenas relatórios subjetivos e registros
do sono podem superestimar significativamente o tempo total de sono nos dias
anteriores ao MSLT.
Narcolepsia tipo 1.
Narcolepsia tipo 2.
Hipersonia idiopática.
Síndrome de Kleine-Levin.
Hipersonia devido a um distúrbio médico.
Hipersonia devido a um medicamento ou substância.
Hipersonia associada a um distúrbio psiquiátrico.
Síndrome do sono insuficiente.
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Narcolepsia
A narcolepsia foi historicamente subdividida em narcolepsia com e sem cataplexia.
Essa abordagem baseada em sintomas foi sensata antes da identificação de
uma causa definitiva para o que foi denominado “narcolepsia com cataplexia”.
No entanto, o estabelecimento da deficiência de hipocretina como causa desses
distúrbios tornou problemática a terminologia “com cataplexia” (SATEIA, 2014).
Uma população pequena, mas não insignificante, de pacientes com deficiência clara
de hipocretina não manifesta cataplexia no momento do diagnóstico, embora alguns
eventualmente apresentem. Portanto, uma nova abordagem para a subdivisão da
narcoxia foi necessária. Por esse motivo, a terminologia da ICSD-3 foi alterada para
“narcolepsia tipo 1” e “narcolepsia tipo 2”. Embora a deficiência de hipocretina seja
a marca registrada da narcolepsia tipo 1, a relativa indisponibilidade dos ensaios de
hipocretina até o momento resulta em grande medida, na dependência contínua da
identificação da cataplexia para estabelecer um diagnóstico de narcolepsia do tipo 1.
Hipersonia Idiopática
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
coeso cuja sonolência é causada por uma patologia única e definível do SNC, em
oposição a uma população diversificada com causas variadas de sua hipersonolência.
Uma tentativa de extensão do sono pode ser a única metodologia confiável para
identificar essa causa, embora isso possa ser surpreendentemente difícil de
realizar no cenário clínico de rotina. Os principais critérios para IH permanecem
praticamente inalterados; ou seja:
»» MSLT mostrando uma latência média < 8 min com menos que dois
SOREMPs, incluindo qualquer SOREMP no PSG da noite anterior;
A nomenclatura para esses transtornos foi alterada para “sono-vigília” para ressaltar
que as alterações fisiológicas associadas a essas condições são evidentes ao longo do
ciclo de 24 horas. Os diagnósticos incluídos nesta seção são os mesmos da ICSD-2
(Quadro 4). Os critérios para esses diagnósticos também são os mesmos.
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Parassonias
As parassonias são divididas em três grupos: movimento não rápido dos olhos
(NREM), movimento rápido dos olhos (REM) e outros que são apresentados no
quadro 5 a baixo.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
observados em associação com RLS. Você pode verificar a lista dos distúrbios do
movimento relacionados ao sono no quadro 6.
O manual observa que o RLS pode ser precipitado ou agravado por medicamentos,
como por exemplo os antidepressivos. No entanto, quando todos os critérios apontam
para um distúrbio do movimento, como RLS ou distúrbio periódico do movimento
dos membros (PLMD) esses diagnósticos devem ser usados em vez de distúrbio do
movimento devido à medicação ou substância.
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Evidência razoável de uma relação de causa e efeito entre os dois achados ainda
precisam ser estabelecidas. Também deve ser notado que um diagnóstico de PLMD
não deve ser usado em conjunto com diagnósticos de RSL, narcolepsia, RBD ou
OSA não tratada, porque o distúrbio de movimento é um achado comum nesses
transtornos (SATEIA, 2014).
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CAPÍTULO 2
Impacto socioeconômico dos distúrbios
respiratórios do sono
Muitas evidências apontam que as SDB podem criar uma carga socioeconômica
significativa. No entanto, as estimativas do impacto socioeconômico dos SDB são
realizados basicamente com o uso de questionários em grupos selecionados de
pacientes ou utilizando uma abordagem baseada em modelos.
Devido à escassez de estudos que abordam o tema com dados relevantes sobre o
Brasil e américa latina, teremos um pouco mais de enfoque nos dados produzidos
e analisados na Europa e América do Norte que há a maior diversidade e
disponibilidade de dados referente aos distúrbios do sono. Neste sentido podemos
entender a problemática dos distúrbios do sono nestes países, aprendermos com
as estratégias que deram certo ou errado e possivelmente incorporá-las em nossa
perspectiva de atuação.
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
As fontes de informação e o custo médio anual de saúde por ano, categorizados por
idade e gênero na Dinamarca são apresentados brevemente.
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
Sem ajuste para o status socioeconômico, as diferenças nos resultados são ainda
maiores (por exemplo, a taxa de emprego no grupo de OHS é inferior a 50% da taxa
da população geral). Portanto, acreditamos que as estimativas que apresentamos
representam uma estimativa objetiva realista dos custos diretos e indiretos de SDB de
várias gravidades em uma amostra nacional de pacientes identificados.
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Prevê-se que a DPOC seja a terceira principal causa de morte no mundo até
2030. com uma prevalência global estimada de 65 milhões de pessoas. As
queixas de sono nessa população são comuns, embora os pacientes com DPOC
não tenham necessariamente maior probabilidade de ter SAOS. Entretanto,
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
Doenças neuromuscular
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Depressão
A OSA demonstrou estar associado a sintomas depressivos, embora isso não seja
um consenso na literatura científica. A maioria dos estudos tem sido transversal
e envolveram pacientes selecionados, portanto, amostras pode se considera um
erro metodológico ou amostras tendenciosas de pacientes para estabelecer esta
associação. Kales et al. (1985) observaram depressão em 56% dos 50 pacientes com
OSA. Entretanto, esses pacientes apresentavam OSA grave, e a traqueostomia foi
recomendada para tratamento. Portanto, eles não são representativos da maioria
dos pacientes com OSA. Millman et al. (1989) demonstraram melhora nos escores
de depressão usando a Escala de Depressão de Zung Self Rating após o tratamento
com CPAP. Esses resultados podem ter sido confundidos por vários itens que
podem ser diretamente influenciados por OSA (por exemplo, fadiga, interrupção
do sono, desempenho de tarefas), indicando que os resultados não são um reflexo
direto da psicopatologia nesses pacientes. Um pequeno estudo de sete pacientes
que completaram o Perfil do estado de humor antes e depois da CPAP demonstrou
que dois dos seis fatores de humor (depressão e fadiga), bem como o humor total
apresentaram melhora significativa da pontuação de distúrbios com o tratamento
(FLEMONS et al., 1997).
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
»» os pacientes podem não ter sido capazes de buscar uma pensão antes de
receberem o diagnóstico, de modo que mantiveram o emprego antes do
diagnóstico ser estabelecido;
Esses fatores são mais importantes em grupos etários mais jovens, nos quais o
impacto dos custos indiretos, como a capacidade de trabalho, é mais pronunciado.
Como o manejo da doença (prevenção e tratamento) de SDB afeta os custos diretos
e indiretos, a intervenção precoce é mais importante para influenciar fatores
secundários, como morbidades cardiovasculares, sociais ou cognitivas, porque a
funcionalidade do paciente já é afetada no momento do diagnóstico. Isso pode
explicar em parte porque as atuais modalidades de tratamento dos SDB têm
valor econômico limitado apenas no curto prazo, pois a influência sobre os custos
diretos e indiretos diminui quando um diagnóstico preciso dos SDB é atrasado,
evidenciando claramente a necessidade de detecção precoce e intervenção.
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DISTÚRBIOS
RESPIRATÓRIOS DO UNIDADE II
SONO ASSOCIADOS A
COMORBIDADES
CAPÍTULO 1
Síndrome da apneia obstrutiva do sono
Por definição, a OSA pode ser diagnosticada se ocorrerem mais de cinco eventos
respiratórios obstrutivos por hora de sono, mesmo se clinicamente assintomáticos
(AMERICAN ACADEMY OF SLEEP MEDICINE, 2014). Portanto, do ponto de vista
clínico, é importante distinguir a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SOSA) da
OSA, pois a SOSA requer a presença de sintomas clínicos diurnos e/ou relacionados ao
sono, como o sono excessivo, além de eventos respiratórios obstrutivos.
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UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
A associação de SDB com doenças crônicas contribui para os altos custos de saúde
incorridos pelos pacientes com SDB. O SDB também tem um importante impacto
negativo na qualidade de vida. Os danos causados por SDB / OSA não tratados são,
em grande parte, resultado de hipóxia repetitiva devido à obstrução das vias aéreas,
ativação concomitante da atividade neural simpática, distúrbios hemodinâmicos e
distúrbios do sono. A ativação do sistema nervoso simpático está associada à liberação
de catecolaminas (epinefrina e norepinefrina), que causam vasodilatação (coração e
cérebro) ou vasoconstrição (todos os outros órgãos) (denominada resposta de ‘luta ou
fuga’) até centenas de vezes por noite (FARRELL, 2017).
40
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
Figura 5. Comparação entre respiração normal durante o sono e apneia obstrutiva do sono.
Incidência e desenvolvimento de
comorbidades
O distúrbio respiratório do sono está fortemente associado com várias das mais
importantes doenças crônicas que afetam as sociedades ocidentais, incluindo câncer,
doenças cardiovasculares, insuficiência cardíaca e derrames. Em cada uma destas
doenças, as consequências fisiológicas adversas dos SDB descritas acima contribuem
para a progressão acelerada da doença, ou seja, as alterações metabólicas geradas por
causa uma dessas doenças insolada, é um fator agravante para o desenvolvimento das
outras doenças. Sendo assim, analisaremos nos tópicos seguintes as relações entre
essas comorbidades e a OSA, como cada uma delas se desenvolvem.
Hipertenção arterial
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UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
Arritmias
42
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
Diabetes mellitus
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UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
Câncer
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CAPÍTULO 2
Síndrome da apneia central do sono
45
UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
Ambos OSA e CSA são comuns em pacientes com IC, e podem levar à progressão e
descompensação da IC. Em relação a CSA, John Cheyne descreveu pela primeira
vez o padrão de respiração Cheyne-Stokes. Hunter observou ciclos recorrentes
de mudanças progressivas e graduais em “crescendo-decrescendo” (aumento e
seguida redução) no volume corrente de apneia central em um paciente com IC
que provavelmente apresentava ataque cardíaco. Por esse motivo, nos referimos
a esse padrão de respiração como a respiração de Cheyne-Stokes (CSB). A CSB é a
única em pacientes com IC, pois tem um tempo de ciclo longo, refletindo o tempo
de circulação prolongado, uma característica patológica da insuficiência cardíaca
com fração de ejeção reduzida.
Embora CSB com apneias centrais ou hipopneias seja comum na IC, os pacientes
frequentemente experimentam a coexistência de OSA e SDB; entretanto, geralmente
1 variante predomina. No geral, SDB de moderado a grave (IAH > 15 / h) é altamente
prevalente em várias condições patológicas associadas à disfunção ventricular
esquerda sintomática ou assintomática discutida mais adiante no texto.
Apnéia do sono
Aumento da Disfunção
atividade do Alterações Estresse Hipóxia
Inflamação do endotélio
nervo metabólicas Oxidativo Intermitente
simpático vascular
Estágio final
Doença cardiovascular
Fonte: Adaptado de Javaheri et al. (2017) J Am Coll Cardiol. 69(7):pp.841-58.
46
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
Por definição, pacientes com déficit no débito ventilatório durante a vigília terão
algum grau de hipercapnia durante o dia. Sem dúvida, com a remoção do impulso de
vigília e outras influências comportamentais, a hipercapnia piorará durante o sono.
Assim, o termo hipoventilação do sono é frequentemente usado para destacar uma
condição subjacente de hipercapnia que piora com o sono. A partir de uma perspectiva
fisiológica, os pacientes com hipercapnia podem ser classificados de forma geral de
padrão central anormal (“não respirar”) ou no comprometimento da saída motora
respiratória (“não pode respirar”).
47
UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
levar a uma maior propensão para a CSA em até 50% dos pacientes. Devido à alta
prevalência de dor crônica e uso de narcóticos, os distúrbios respiratórios do sono
(SDB) induzidos por opioides são provavelmente uma questão importante, embora
apenas começando a ser reconhecida recentemente.
A hipoventilação piora durante o sono não REM e durante o sono REM, resultando
em hipercapnia acentuada acompanhada de hipoxemia. Sintomas típicos podem
ser semelhantes aos pacientes com OSA, incluindo dores de cabeça matinais e
hipersonolência diurna. De fato, alguns pacientes com OHS também têm OSA,
48
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
Os mecanismos e as razões pelas quais alguns pacientes obesos têm OHS, mas
não outros, continuam a ser um grande problema não resolvido neste campo.
A incapacidade de alguns pacientes em compensar seu comprometimento
relacionado à obesidade na mecânica respiratória pode estar relacionada a
diferenças na distribuição anatômica da gordura combinada com déficits no
controle ventilatório. Estudos levantam a possibilidade de que o hormônio leptina,
secretado pelos adipócitos, também possa ser importante na hipoventilação
relacionada à obesidade em alguns pacientes. Esta ainda é uma área que precisa
ser melhor estudada. O último capítulo desta unidade, tratara especificamente
sobre este tema; distúrbios respiratórios do sono e obesidade.
49
UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
Como o nome indica, os mecanismos para esse transtorno não são totalmente
compreendidos. Acredita-se que as respostas ventilatórias hipercápnicas
elevadas que levam à hipocapnia e à instabilidade do controle respiratório
sejam particularmente importantes. A excitação e a hiperventilação associada,
que devido à breve reintrodução do estímulo de vigília e de quimio-
sensibilidade alterada, provavelmente desempenham um papel importante no
desencadeamento de hipocapnia em pacientes com ICSA, resultando em maior
instabilidade da respiração. Esses fatores desestabilizadores tornam o paciente
vulnerável para cruzar o limiar de apneia, que pode estar muito próximo do sono
eucánico PaCO 2, particularmente em pacientes com hipocapnia diurna.
Uma duração de transição inerentemente longa entre a vigília e o sono estável, levando
a uma maior exposição para instabilidade respiratória relacionada ao estado e alta
eficiência de eliminação de CO2, também pode ser um fator causal.
50
CAPÍTULO 3
Síndrome da respiração Cheyne-Stokes
Em 1818, o Dr. John Cheyne (1818) publicou um artigo “Um caso de apoplexia”, que
descreveu um padrão respiratório específico que ele monitorou em um paciente que
sofria de insuficiência cardíaca e um distúrbio neurológico. Este distúrbio neorológico
não foi vinculado a uma etiologia específica. Trinta e seis anos depois, em 1854, o Dr.
William Stokes (1854) publicou uma descrição de um padrão respiratório perturbado
em um paciente com uma “degeneração gordurosa do coração” e um defeito na valva
aórtica. Esses dois trabalhos apresentam a primeira descrição científica da respiração
periódica, que mais tarde ficou conhecida como a respiração de Cheyne-Stokes.
Apesar de quase 200 anos de história, atualmente a CSB invoca um contraste vívido
entre seu alto valor socioeconômico, médico e ainda uma compreensão insuficiente
do problema. A importância da compreensão da respiração de Cheyne-Stokes é
definida pela alta prevalência de insuficiência cardíaca associada a CSB na população,
bem como pelo impacto negativo que pode implicar no prognóstico da insuficiência
cardíaca. A apneia central do sono (CSA) com a Respiração Cheyne-Stokes (CSB) é a
mais comum dos oito tipos de apneia central do sono, de acordo com a versão mais
recente da classificação internacional de distúrbios do sono ICSD-3.
51
UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
»» existem cinco ou mais apneias centrais e/ou hipopneias centrais por hora
associadas ao padrão de respiração crescendo/decrescendo, registrado
em um mínimo de duas horas de monitoramento.
52
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
Durante a transição do sono acordado para o movimento não rápido dos olhos
(NREM), o controle cortical da respiração é progressivamente diminuído, e a
respiração é dependente do controle metabólico baseado nos níveis de PCO2. Durante
o sono REM, a ventilação é predominantemente sob controle central pelos neurônios
inspiratórios pontomedulares. Durante o estágio N1 ou N2 NREM, qualquer estado
respiratório instável, como excitação ou mudança súbita no estágio do sono, resultará
em hiperventilação e diminuição nos níveis de PCO2.
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UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
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DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
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CAPÍTULO 4
Síndrome da hipoventilação do sono e
da obesidade
57
UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
»» PaCO2 > 45mmHg and PaO2 < 70mmHg no nível do mar em um paciente
obeso.
58
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
Pacientes com OHS tendem a ser gravemente obesos, têm um IAH na faixa grave
e geralmente são hipersonolentos. A grande maioria dos pacientes apresenta os
sintomas clássicos da OSA, incluindo ronco alto, episódios noturnos de asfixia com
apneias testemunhadas, sonolência diurna excessiva e dores de cabeça matinais.
59
UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
Além disso, a hipoxemia durante a vigília não é comum em pacientes com OSA
simples. Portanto, a saturação arterial de oxigênio anormal detectada por meio da
oximetria de pulso (SpO2) durante a vigília também deve levar os médicos a excluir a
OHS em pacientes com OSA.
Morbidade e mortalidade
A maioria dos pacientes com OHS são gravemente obesos e têm OSA grave. Sabe-
se que a obesidade severa e a OSA grave (definida como IAH > 30 eventos/h),
independente da hipercapnia, afetam negativamente a qualidade de vida, a
60
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES │ UNIDADE II
Leptina
61
UNIDADE II │ DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO ASSOCIADOS A COMORBIDADES
Pacientes com OHS, no entanto, apresentam níveis mais elevados de leptina sérica
do que os eucárdicos com OSA pareados por percentual de gordura corporal e
IAH, e o nível sérico de leptina cai após o tratamento com PAP. Essas observações
sugerem que pacientes com OHS podem ser resistentes à leptina. Para que a leptina
afete o centro respiratório e aumente a ventilação por minuto, ela deve penetrar
no líquido cefalorraquidiano. Diferenças individuais na penetração do líquido
cefalorraquidiano por leptina podem explicar porque alguns pacientes obesos com
OSA grave desenvolvem OHS e outros não.
Tratamento
62
TRATAMENTOS PARA
OS DISTÚRBIOS UNIDADE III
RESPIRATÓRIOS DO
SONO
CAPÍTULO 1
Ventilação não invasiva (VNI)
A obesidade, a marca clássica da SOSA, não é bem entendida como causa que leva à
obstrução das vias aéreas superiores. Hipóteses possíveis incluem infarto do tecido
adiposo da língua e/ou dos músculos dilatadores da faringe. A via aérea superior
se torna menos eficiente, reduzindo o espaço orofaríngeo, especialmente no final da
expiração. Como resultado, no início da próxima inspiração, os músculos dilatadores
63
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
da faringe devem produzir uma contração maior para superar a tendência de colapso
da parede faríngea (devido à pressão negativa no interior da cavidade e da faringe).
A posição supina é uma obstrução perigosa, pois a língua tende e obstrui a parede
posterior da orofaringe.
64
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Os sintomas clínicos, embora modestos, devem ser avaliados com cautela, pois são
muito importantes para determinar a gravidade e o prognóstico da doença, além de
definir a necessidade de ventilação não invasiva.
65
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Este dispositivo mais complexo pode usar o nível de pressão positiva expiratória do
paciente (EPAP) suficiente para controlar a apneia obstrutiva. O dispositivo ajusta
automaticamente o suporte de pressão inspiratória para cada inspiração dentro de
uma faixa pré-especificada, para manter a ventilação de um alvo móvel ajustada em
90% da ventilação média recente do paciente. O objetivo é a estabilização dos padrões
respiratórios e a redução da alcalose respiratória que pode desencadear ciclos de
reentrada da apneia (NICOLLINI et al., 2014; TEERHAKITTIKUL et al., 2010)
66
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
A pressão positiva bilateral em duas vias (BIPAP) também é usada para distúrbios
relacionados ao sono, incluindo aqueles associados à insuficiência cardíaca crônica,
mas sua principal indicação é em condições patológicas associadas à hipoventilação.
A vantagem deste modo (um cruzamento entre o volume e o modo assistido por pressão)
é que ele garante um volume corrente fornecido ajustado apesar da variabilidade no
67
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Quando os recursos não estão disponíveis, menos parâmetros podem ser usados. O
mínimo necessário é registrar a SpO2 no ar ambiente, avaliando que a normalização da
SpO2 acompanha a normalização ou, pelo menos, a melhora na PaCO2.
Se os resultados não forem satisfatórios, devem ser feitas alterações nas configurações.
Pode-se também alterar o tipo de máscara e ventilador.
68
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Acompanhamento da NIPPV
Quando a ventilação não invasiva não for comprovada como ideal, uma mudança na
modalidade ventilatória e/ou parâmetros do ventilador e/ou revisão da interface
pode ser indicada. Em caso de progressão da doença, deve-se considerar o aumento
da duração da ventilação durante o dia. As interfaces precisam ser regularmente
69
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Aerofagia
70
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
71
CAPÍTULO 2
Uso da ventilação não invasiva (VNI)
para o tratamento da apneia obstrutiva
do sono
As SDB e OSA podem ser tratadas de forma eficaz e segura usando terapias de
pressão positiva nas vias aéreas CPAP. A CPAP é administrada por via nasal,
usando uma máscara nasal e nos dentes, ou uma máscara facial completa.
Milhões de pacientes em todo o mundo já recebem essa terapia, que geralmente
é administrada a uma pressão de aproximadamente 10 cm H 2O (ou cerca de 1%
da pressão atmosférica). Além disso, a triagem,seu diagnóstico definitivo, e início
do tratamento para SDB podem ser de custo efetivos e fáceis, usando diagnóstico
domiciliar e tratamento automatizado com CPAP, com adaptação ideal da máscara
feita por um técnico ou enfermeiro respiratório treinado. Desde a sua introdução
72
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Hipertensão arterial
Na metanálise mais recente de dados publicados a cerca deste assunto incluíram
32 ensaios clínicos randomizados, as reduções médias na pressão arterial sistólica
e diastólica diurna com o CPAP versus nenhum tratamento foram de 2,6 e 2,0
mmHg, respectivamente. As reduções noturnas correspondentes foram de 3,8 e 1,8.
Embora esses efeitos sejam modestos, a maioria dos pacientes desses estudos tinha
73
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Arritmias
A eficácia de drogas antiarrítmicas e intervenções de ablação para o tratamento
da fibrilação atrial é reduzida em pacientes com OSA grave. O tratamento da OSA
com CPAP reduz significativamente o risco da recorrência de fibrilação atrial
após terapia de ablação. Insuficiência cardíaca e SDB coexistentes aumentam o
risco de desenvolver arritmias ventriculares malignas, mas isso pode ser reduzido
pelo tratamento da apneia central do sono e a respiração de Cheyne Stokes. O
tratamento da OSA é recomendado pelas sociedades eletrofisiológicas da Europa
e da América do Norte (LINDENFELD et al., 2010).
O tratamento da OSA com CPAP mostrou ter um efeito benéfico na redução das
taxas e eventos cardiovasculares de mortalidade em pacientes com doença arterial
74
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Vale lembrar que muitos dos dados apresentados baseados em estudos científicos
recentes tem como objetivo direcionar você ao raciocício lógico quanto as
possibilidades de estratégias de tratamento. Como já foi comentado, alguns estudos
não entregam um posicionamento pontual pois esbarram em pontos éticos em
relação a condução dos grupos controle a longo prazo.
O uso de CPAP em pacientes com AVC e OSA tem sido associado a melhorias
no bem-estar subjetivo, reduções significativas no IAH, normalização da PA
noturna e da saturação de oxigênio. Uma redução na mortalidade em 5 anos
foi documentada em pacientes com AVC com um IAH > 20 / h que trataram
com CPAP em comparação com aqueles que não foram tratados. Os resultados
desses estudos mostram que há crescente corpo de evidências ciêntíficas de
que a OSA desempenha um papel significativo no gerenciamento geral de risco
dos pacientes com AVC e que a terapia com CPAP pode melhorar os resultados
(FARRELL, 2017).
75
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Diabetes Mellitus
O tratamento da OSA com CPAP em pacientes com DPOC mostrou ter vários efeitos
benéficos. Mais importante, o uso de CPAP diminuiu a mortalidade em pacientes
com síndromes sobrepostas. Além disso, melhores resultados foram observados em
pacientes que aumentaram o tempo de uso do dispositivo.
76
CAPÍTULO 3
Uso da ventilação não invasiva (VNI)
para o tratamento da síndrome de
hipoventilação de obesidade do sono
»» redução de peso; e
»» farmacoterapia.
77
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
que haviam sido submetidos à titulação PAP com sucesso em laboratório e eram
altamente aderentes (> 6 h / noite) à terapia com CPAP ou PAP de dois níveis .
Em um outro estudo, 8 pacientes (23%) entre os 34 pacientes que usaram PAP
por pelo menos 4,5 h / d, não tiveram uma melhora significativa em sua PaCO 2
- diminuição na PaCO 2 de menos de 4 mmHg. Estes não respondedores tiveram
um menor IAH, em comparação com os que responderam. A adesão média à
terapia com PAP foi de 7,2 h / d para não respondedores versus 6,0 h / d para
respondedores (FARRELL, 2017).
Essa falta de resposta à terapia com PAP, combinada com relatos de hipoventilação
persistente após traqueostomia, sugere que, em um subgrupo de pacientes com OHS,
outros fatores além dos distúrbios respiratórios do sono são a força motriz por trás da
patogênese da hipoventilação. É provável que esses pacientes precisem de ventilação
mecânica noturna mais agressiva, com ou sem estimulantes respiratórios.
Terapia de oxigênio
Em até 50% dos pacientes com OHS, a oxigenoterapia, além da terapia com PAP,
é necessária para manter a SpO2> 90% na ausência de hipopnéias e apneias. A
necessidade de oxigênio noturno pode diminuir com o uso regular de PAP. Um estudo
de coorte retrospectivo descobriu que a necessidade de oxigênio suplementar durante
o dia diminuiu de 30% para 6% em pacientes que estavam aderindo à terapia com
PAP. Portanto, os pacientes devem ser reavaliados quanto às necessidades diurnas e
noturnas de oxigênio, algumas semanas ou meses após o início da terapia com PAP,
uma vez que a oxigenoterapia é dispendiosa.
Flebotomia
78
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Intervenções cirúrgicas
79
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Traqueostomia
Medroxiprogesterona
80
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
A maioria, mas nem todos os pacientes com OHS, podem normalizar sua PaCO2 com
hiperventilação voluntária. A incapacidade de eliminar o CO2 com hiperventilação
voluntária pode ser devido ao comprometimento mecânico. Em um estudo, a
capacidade de diminuir a PaCO2 em pelo menos 5 mmHg com hiperventilação
voluntária foi o principal preditor de uma resposta favorável à medroxiprogesterona.
Portanto, um estimulante respiratório em pacientes que não conseguem normalizar
sua PaCO2 com hiperventilação voluntária – devido à ventilação limitada e/ou
comprometimento mecânico – pode levar a um aumento da dispneia ou até mesmo
agravamento da acidose com acetazolamida (POTTS et al., 2013).
Acetazolamida
81
CAPÍTULO 4
Impacto socioeconômico e de
qualidade de vida derivado do
diagnóstico e tratamento dos distúrbios
respiratórios do sono
A razão por trás disso é que a redução da qualidade de vida associada a SDB tem
sido relatada como sendo de 80% e que esse comprometimento na qualidade de
vida é muitas vezes a principal razão para um paciente buscar a atenção de um
médico. Além disso, o comprometimento da qualidade de vida é um dos fatores
determinantes para a instituição de terapias padronizadas (WALIA et al., 2017).
82
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Functional Outcomes of Sleep Questionnaire (FOSQ) - Medidas Funcionais do Questionário de Sono (FOSQ)
0 4 3 2 1
1. Você geralmente tem dificuldade em se concentrar Eu não faço Sem dificuldades Sim, um pouco Sim, moderada Sim, dificuldade
nas coisas que faz porque é sonolento ou cansado? essa atividade de dificuldade dificuldade extrema
por outras
razões
2. Você geralmente tem dificuldade em lembrar as coisas
porque está com sono ou cansado?
3. Você tem dificuldade em terminar uma refeição
porque fica sonolento ou cansado?
4. Você tem dificuldade em trabalhar em um hobby (por
exemplo: costurar, colecionar,
jardinagem) por que você está com sono ou cansado?
5. Você tem dificuldade em trabalhar na casa (por
exemplo: limpar a casa,
lavar roupa, tirar o lixo, consertar o trabalho) porque você
está com sono ou cansado?
6. Você tem dificuldade em operar um veículo a motor
em distâncias curtas (menos de 100 milhas) porque
você fica sonolento ou cansado?
7. Você tem dificuldade em operar um veículo a motor
por longa distância (maior que 100 milhas) porque você
fica sonolento ou cansado?
8. Você tem dificuldade em fazer as coisas porque está
com muito sono ou cansado para dirigir ou pegar o
transporte público?
9. Você tem dificuldade em cuidar de assuntos
financeiros e fazer papelada (por exemplo: escrever
cheques, pagar contas, manter registros financeiros,
preencher formulários fiscais etc.) porque você está com
sono ou cansado?
83
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Functional Outcomes of Sleep Questionnaire (FOSQ) - Medidas Funcionais do Questionário de Sono (FOSQ)
10. Você tem dificuldade em realizar trabalho empregado
ou voluntário porque é
sonolento ou cansado?
11. Você tem dificuldade em manter uma conversa
telefônica porque você se torna
sonolento ou cansado?
12. Você tem dificuldade em visitar sua família ou amigos
em sua casa porque você fica com sono ou cansado?
13. Você tem dificuldade em visitar sua família ou amigos
na casa deles porque você fica com sono ou cansado?
14. Você tem dificuldade em fazer coisas para sua
família ou amigos porque está com sono ou cansado?
15. Sua relação com a família ou colegas de trabalho
foram afetados porque você está com sono ou cansado?
16. Você tem dificuldade em se exercitar ou participar
de uma atividade esportiva porque com muito sono ou
cansado?
17. Você tem dificuldade em assistir a um filme ou
videoteipe porque fica sonolento? ou cansado?
18. Você tem dificuldade em curtir o teatro ou uma
palestra porque fica sonolento? ou cansado?
19. Você tem dificuldade em assistir a um concerto
porque fica sonolento ou cansado?
20. Você tem dificuldade em assistir televisão porque
está com sono ou cansado?
21. Você tem dificuldade em participar de serviços
religiosos, reuniões ou grupo ou clube porque você está
com sono ou cansado?
22. Você tem dificuldade em ser tão ativo quanto
você quer ser à noite porque você está com sono ou
cansado?
23. Você tem dificuldade em ser tão ativo quanto você
quer ser de manhã porque você está com sono ou
cansado?
24. Você tem dificuldade em ser tão ativo quanto
você quer ser à tarde porque você está com sono ou
cansado?
25. Você tem dificuldade em manter o ritmo com
pessoas da sua idade porque você é sonolento ou
cansado?
0 1 2 3 4
26. Somente para a pergunta como você classificaria
seu nível geral de atividade? Não pratico muito baixo Baixo Médio Alto
atividade física
27. Seu relacionamento íntimo ou sexual foi afetado
porque você está com sono ou
cansado?
28. Seu desejo de intimidade ou sexo foi afetado porque
você está com sono ou cansado?
29. A sua capacidade de se excitar sexualmente foi
afetada porque você está com sono
ou cansado?
30. Sua capacidade de ter um orgasmo foi afetado
porque você está com sono ou cansado?
84
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Calcule a média dos itens respondidos com respostas iguais ou maiores que 1
para cada subescala. Esta é a pontuação total ou média da sub-média ponderada
do item. Por exemplo, se uma subescala tiver seis perguntas, uma pergunta tiver
uma resposta ausente e outra com uma resposta n/a, você não incluiria essas
duas perguntas ao adicionar as respostas e dividiria por quatro, em vez de seis, ao
calcular a média. Isso evita um viés de pontuação devido à falta de respostas ou
perguntas ignoradas porque um indivíduo não se envolve em uma determinada
atividade por motivos que não sejam distúrbios de sonolência excessiva.
Para obter uma Pontuação Total: Calcule a média das pontuações da subescala e
multiplique essa média pelo número de subescalas para as quais há uma pontuação.
Por exemplo, se você tiver uma pontuação de subescala para todas as subescalas,
multiplique a média dessas pontuações por 5; Se você tiver pontuações de subescala
para apenas 4 das 5 subescalas, multiplique a média por 4. A faixa potencial de
pontuações para a Pontuação Total é de 5 a 20.
85
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
É evidente que os SDB estão associados aos custos mais elevados de saúde
que para isso é necessário um padrão consistente de utilização de serviços
de saúde. Os pacientes com OSA têm custos médicos constantes e até mais
altos por até 10 anos antes do diagnóstico, em comparação com aqueles que
não são diagnosticados com OSA. A magnitude da diferença nesses custos
está diretamente relacionada à gravidade dos SDB. Durante esse período, os
pacientes com OSA desenvolvem comorbidades, fazendo com que os custos com
a saúde aumentem rapidamente, particularmente nos poucos anos antes do
diagnóstico. No momento em que um diagnóstico de OSA é feito, uma variedade
de doenças comórbidas (incluindo hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doença
cardiovascular e/ou insuficiência cardíaca) é geralmente estabelecida e os
custos com saúde são aproximadamente o dobro daqueles em pacientes sem
OSA.
86
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
87
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
disso, em casos mais graves, a descontinuação do CPAP por apenas uma noite pode
resultar no agravamento dos escores do MSLT e aumento dos sintomas de SDE
(CARSKADON et al., 1979).
Usar o CPAP para tratar sua apneia do sono pode melhorar a QV diária e isso pode
ajudar a melhorar algum pontos que são revisados abaixo:
88
TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO │ UNIDADE III
Figura 13. Tema impacto socioeconômico do diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias do sono.
Os custos indiretos da OSA não tratada são maiores que os de muitas outras
doenças crônicas. Quando os custos indiretos são incluídos, os custos sociais
da OSA são equivalentes aos do AVC ou da insuficiência cardíaca congestiva.
Em 2010, estimou-se que o custo anual do SDB/OSA nos EUA era de US $ 67
a 165 bilhões. Este valor traduzido para a nossa moeda em reais é realmente
muito impressionante, cerca de R$268 a 660 bilhões. Isso ocorre, pelo menos
em parte, porque a OSA afeta principalmente uma população em idade ativa e
afeta o desempenho no trabalho. Alguns efeitos, como o presenteísmo, são difíceis
de mensurar, mas os custos combinados dos acidentes de trabalho e de trânsito
e a redução do tempo de trabalho devido à doença significam que os custos
indiretos da OSA excedem os custos médicos diretos. Esses altos custos indiretos
significam que a terapia com CPAP é particularmente rentável do ponto de vista
do empregador social ou autossegurado (FARRELL, 2017).
Estudos recentes de utilidade e custo tem demosntrado que o CPAP se torna cada
vez mais rentável a partir do segundo ano de terapia e está significativamente
abaixo dos limites aceitáveis para acessibilidade durante o ano 5. A terapia
com CPAP é mais rentável do que muitas das estratégias preventivas e de
89
UNIDADE III │ TRATAMENTOS PARA OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
90
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