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Brasília-DF.
Elaboração
Denise Mathias
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)........................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS.................................................................................................... 20
CAPÍTULO 3
PERFIL DO DOENTE RENAL CRÔNICO...................................................................................... 30
UNIDADE II
TRANSPLANTE RENAL............................................................................................................................. 39
CAPÍTULO 1
ASPECTOS GERAIS DO PACIENTE E DOADOR........................................................................... 39
CAPÍTULO 2
PÓS-TRANSPLANTE RENAL........................................................................................................ 46
UNIDADE III
CUIDADOS DE ENFERMAGEM............................................................................................................... 65
CAPÍTULO 1
CUIDADOS ESPECÍFICOS DE ENFERMAGEM NA DRC............................................................... 65
CAPÍTULO 2
CUIDADOS ESPECÍFICOS DE ENFERMAGEM NO TRANSPLANTE RENAL...................................... 72
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 91
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
A doença renal crônica (DRC) é considerada qualquer alteração da estrutura e/ou da
função renal. Existem múltiplas causas e múltiplos fatores de prognóstico.
Figura 1.
Fonte: <http://doencarenal.com.br/wp-content/uploads/2014/03/transplantes.jpg>.
Trata-se de uma doença de curso prolongado, sendo que o tempo de sua evolução é
demorada e assintomática.
Existem diversos fatores relacionados tanto à etiologia quanto à progressão para perda
de função renal, logo, cabe o reconhecimento de quais são as pesoas que podem estar
em risco de desenvolver a DRC, assim pode-se fazer um diagnóstico precoce, identificar
quais os fatores de pior prognóstico, definindo e intervindo.
A ideia de transplante de órgãos é muito antiga na humanidade. Uma das mais notáveis
realizações da Medicina no século XXI é o marcante sucesso dos transplantes e isso é
bem ilustrado pelos transplantes renais.
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O primeiro transplante renal ocorreu em meados de 1960, continua sendo o tratamento
de escolha para a doença renal crônica avançada, a qual é definida como lesão renal,
evidenciada por anormalidades estruturais e funcionais por mais de três meses ou
persistente redução da filtração glomerular pelo mesmo período.
Objetivos
»» Compreender o contexto do paciente renal crônico (DRC) transplantado.
8
DOENÇA RENAL UNIDADE I
CRÔNICA (DRC)
CAPÍTULO 1
Conceitos básicos
Figura 2.
Fonte: <http://www.kotsubantyousei.com.br/wp-content/uploads/2013/06/02.jpg>.
A doença renal (DR) ou insuficiência renal (IR) é definida quando os rins não conseguem
remover os resíduos metabólicos do corpo ou realizar as funções reguladoras.
Pode ser aguda ou crônica; é uma patologia de repercussão sistêmica e pode ser causada
por uma doença sistêmica, como o diabetes, hipertensão arterial, glomerulonefrite,
pielonefrite, bem como obstrução do trato urinário, problemas renais hereditários
(rim policístico, distúrbios vasculares), e até por intoxicações medicamentosas ou por
agentes tóxicos.
No caso da doença renal aguda, trata-se da perda súbita e/ou quase completa da função
renal durante um período de horas a dias. A condição clínica mais comum nesses casos
é a súbita oligúria (menos de 400 ml de urina por dia) ou anúria (menos de 50 ml de
urina por dia) e/ou uma oscilação significativa no débito urinário. Independente do
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
volume de urina excretado o paciente com insuficiência renal aguda apresenta níveis
séricos crescentes de ureia e creatinina e retenção de outros produtos metabólicos
normalmente excretados pelos rins.
Figura 3.
Fonte: <http://saude.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2011/04/diferenca-entre-insuficiencia-renal-aguda-e-cronica.jpg>.
<http://www.saudemedicina.com/tratamento-natural-para-ureia/>
<https://www.youtube.com/watch?v=J11yDlMpQ90>
<https://www.youtube.com/watch?v=ukLwwuzTc40>
<https://www.youtube.com/watch?v=Ff6QzD1dg5c>
»» produção de hormônios;
Existem diversas formas de aferir as funções renais, mas do ponto de vista clínico, a
função excretora é aquela que tem maior correlação com os desfechos clínicos.
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
Todas as funções renais costumam declinar de forma paralela com a sua função excretora.
Na prática clínica, a função excretora renal pode ser medida por meio da taxa de filtração
glomerular (TFG).
A National Kidney Foundation sugere que todas as pessoas conheçam sua taxa
de filtração glomerular. Recomenda que os resultados sejam interpretados com
base na tabela a seguir.
Tabela 1.
GRAU DE
DESCRIÇÃO TFG* OUTROS ACHADOS
LESÃO RENAL
Normal ou lesão renal mínima com TFG Proteínas ou albumina aumentadas na urina; presença de
1 90 ou mais
normal células ou cilindros
2 Pequena diminuição da TFG 60-89
3 Diminuição moderada da TFG 30-59
4 Diminuição grave da TFG 15-29
5 Insuficiência renal <15
Fonte: <http://www.labtestsonline.org.br/understanding/analytes/gfr/tab/test/>.
»» TFG alterada.
É portador de DRC qualquer indivíduo que, independente da causa, apresente por pelo
menos três meses consecutivos uma TFG < 60ml/min/1,73m2.
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
›› Rins policísticos
Figura 4.
Fonte: <http://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/2008/11/Rins-polic%C3%ADsticos.jpg>.
Figura 5.
Fonte: <http://www.siteendovascular.com/images/ft-doencas-renais.jpg>.
12
DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
Figura 6.
Fonte: <http://www.sobrice.org.br/editor/assets/casos/08122014Figura04.jpg>.
Figura 7.
Fonte: <http://www.alessandrorossol.com.br/files/111015144134Nefrec_Parcial_1.jpg>.
<http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=1387&idioma=Portugues>
13
UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Figura 8.
Fonte: <http://www.rb.org.br/imagens/v38n2a12fig3b.gif>.
»» hipertensos;
»» idosos;
»» tabagismo;
»» Tabagismo.
O diagnóstico
Figura 9.
Fonte: <http://www.webconsultas.com/sites/default/files/styles/encabezado_articulo/public/articulos/diagnostico-insuficiencia-renal.
jpg?itok=K3VSBElL>.
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Inicia-se pela clínica, ou seja, sinais e sintomas. Os sinais de doença renal aparecem
gradualmente, pode-se nem notar o início, porém quando a função renal já está
comprometida, inferior a 50%, podem aparecer os sinais e sintomas:
»» falta de ar;
»» dificuldades em dormir;
»» hipertensão;
A presença de anemia pode ajudar a distingui-la de uma insuficiência renal aguda, embora
algumas causas dessa possam cursar com anemia. A presença de hiperparatireoidismo
é outra marca de cronicidade de uma insuficiência renal.
Para a avaliação da TFG, deve-se evitar o uso da depuração de creatinina medida pela
coleta de urina de 24 horas, pelo potencial de erro de coleta, além dos inconvenientes
da coleta temporal. Deve-se utilizar fórmulas baseadas na creatinina sérica.
16
DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
A sua avaliação pelo método clássico carece de uma colheita de urina de 24 horas, sendo,
por isso, sujeito a erros, pelo que atualmente são mais utilizadas fórmulas validadas,
sendo as mais importantes as de Cockcroft-Gault, cuja utilização se faz com uma simples
máquina de calcular, e a MDRD, mais complexa.
Microalbuminúria 30 – 300
Nos indivíduos com fatores de risco nos quais a DRC não foi identificada na primeira
avaliação, recomenda-se a reavaliação da TFG e dos exames laboratoriais anualmente.
<https://www.youtube.com/watch?v=32GbHGBC4gw>.
Figura 10.
Fonte: <http://blog.medportal.com.br/wp-content/uploads/2015/07/iStock_000010975701_Full-940x500.jpg>.
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
A doença renal crônica é dividida em seis estágios funcionais, conforme a função renal
do paciente.
»» Fase de função renal normal sem lesão renal: importante do ponto de vista
epidemiológico, pois inclui pessoas integrantes dos chamados grupos
de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica (hipertensos,
diabéticos, parentes de hipertensos, diabéticos e portadores de DRC etc.),
que ainda não desenvolveram lesão renal.
Fonte: <http://www.especialista24.com/wp-content/uploads/2013/10/sintomas-de-doen%C3%A7as-dos-rins.png>.
›› 2 60 – 89 IR leve ou funcional
›› 3 30 – 59 IR moderada ou laboratorial
Figura 12.
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-iXndhNpUfsM/VitdbiH9GGI/AAAAAAAACC4/YU448BFcCKM/s1600/prescription_drugs1.jpg>.
19
CAPÍTULO 2
Indicações terapêuticas
»» transplante renal;
»» diálise peritoneal:
Figura 13.
Fonte: http://www.atlasdasaude.pt/sites/default/files/dialise1.jpg
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
»» hemoperfusão;
»» hemodiálise.
Figura 14.
Fonte: <http://t1.uccdn.com/pt/images/8/6/8/img_como_funciona_a_dialise_9868_300.jpg>.
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Diálise peritoneal
Indicações
É o processo pelo qual se instala (por meio de métodos cirúrgicos adequados) um cateter
no peritônio do paciente, penetrando-o.
Nesse, injetam-se 2 (dois) litros de uma solução dialisadora especial, contendo glicose,
lactato de sódio, cloreto de sódio e de cálcio, bicarbonato de sódio etc. Esses solutos
contidos na solução dialisadora normalmente se encontram nas mesmas concentrações
de um sangue normal; entretanto, quanto maior a concentração de sódio (obviamente,
dentro de um limite fisiológico) maior será o grau de depuração.
Essa variação na concentração de sódio contido nas soluções é importante para adequar
e suprir o grau de necessidade do paciente, quando por exemplo, ele permanece por
muito tempo sem fazer a diálise ou escapa da sua dieta adequada predeterminada.
Tipos de diálise
Cuidados
Para que isso não aconteça, se faz necessário o perfeito cuidado do profissional (geralmente
o enfermeiro) que realiza os procedimentos de troca de compartimentos plásticos, etc.
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Presença de próteses vasculares abdominais há menos de 4 meses. Presença de derivações ventrículo-peritoneais recentes.
Relativas Doença inflamatória ou isquêmica intestinal.
Intolerância à infusão de volume necessário para a adequação dialítica. Episódios frequentes de diverticulite.
Hemodiálise (HD)
Figura 15.
Fonte: <http://www.novabiotec.com.br/wp-content/uploads/2013/07/uti.png>.
Figura 16.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-o3nc2o_6DGA/T57CqOUbwZI/AAAAAAAAAAs/806qfoevsx8/s1600/hd.png>.
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
O procedimento ocorre, em geral, três vezes por semana, durante quatro horas por sessão.
Indicações
Diversas alterações funcionais e orgânicas dos rins tem sido detectadas em relação à
circulação extracorpórea. Essa pode afetar a função renal por diversos mecanismos,
tais como:
»» hemólise e hemoglobinúria;
É causada por uma multiplicidade de fatores que agem em sincronia, como a redução
do fluxo de perfusão em relação ao débito cardíaco do paciente, a hemodiluição com
redução da viscosidade do sangue e diluição das catecolaminas circulantes, e a redução
da remoção de bradicinina pelos pulmões na fase de “bypass” total.
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
A proteção da hipotermia é menos eficaz para os rins, em relação aos demais órgãos.
A vasoconstrição renal é precoce e ocorre antes que o órgão esteja uniformemente
resfriado. Além da vasoconstrição, a hipotermia produz o aumento da viscosidade do
sangue, que favorece a aglutinação intravascular que, contudo, pode ser minimizada
pelo uso criterioso da hemodiluição.
Para melhor escolha da TRS, cabe ao profissional junto com o paciente e família
pensar em algumas questões como:
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Transplante renal
Figura 17.
Fonte: <http://www.fiapodejaca.com.br/wp-content/uploads/Rins.jpg>.
É um tratamento para pessoas com insuficiência renal crônica, que consiste na realização
de uma cirurgia na qual um rim saudável de um doador é colocado na pessoa (receptor)
com insuficiência renal crónica. O transplante é um tratamento, não é uma cura.
Para além de, por meios naturais, regular o metabolismo de diversas substâncias (água,
sódio, potássio etc.) e de eliminar outras que são tóxicas, também produz hormonios
que regulam funções designadamente, entre outras, as que promovem a formação dos
glóbulos vermelhos do sangue e as que regulam regeneração dos ossos.
Por isso, e por permitir que o doente se liberte de algumas das restrições impostas
pela diálise, a transplantação renal é a modalidade terapêutica que faculta uma melhor
qualidade de vida e uma maior esperança de vida.
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
Figura 18.
Fonte: <http://www.sysnefro.com.br/wp-content/uploads/2016/03/dialise_peritoneal_01.jpg>.
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CAPÍTULO 3
Perfil do doente renal crônico
Figura 19.
Fonte: <http://viverbemhomecare.com.br/images/missao.jpg>.
Em sua fase mais avançada (chamada de fase terminal de insuficiência renal crônica –
IRC), os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente.
O doente renal crônico sofre uma intensa transformação no seu cotidiano, passa a ter
que conviver com limitações e constantemente com o pensamento da morte iminente,
além de sofrerem com o tratamento hemodialítico. Tal tratamento se torna necessário,
com em média três sessões durante a semana, com uma duração de 4 a 6 horas,
tornando a rotina do doente renal crônico muitas vezes entediante e restrita, tendo suas
atividades limitadas, o que acaba por favorecer a disfunção e o sedentarismo.
Como as duas principais causas de insuficiência renal crônica são a hipertensão arterial
e o diabetes mellitus, são os médicos clínicos gerais que trabalham na área de atenção
básica à saúde que cuidam desses pacientes.
Figura 20.
Fonte: <http://www.ccns.com.br/cartilha/wp-content/uploads/2013/01/SAL.jpg>.
Há diminuição no nível de qualidade de vida dos doentes com insuficiência renal crônica
terminal, e quando comparada com outras doenças crônicas o comprometimento da
qualidade de vida é mais intenso nos doentes renais crônicos do que na insuficiência
cardíaca, por exemplo.
Figura 21.
Fonte: <https://carreiras.bayer.com.br/export/sites/career_br/.content/images/Logo-Qualidade-de-Vida.png>.
As atenções quanto ao tratamento das pessoas com doença renal crônica se voltaram
para a questão da qualidade de vida do doente. Isso seria possível por meio do estado
de bem-estar físico e mental, resultante da recuperação da autonomia do paciente, das
atividades de trabalho e lazer, da preservação da esperança e do senso de utilidade
desses indivíduos.
A gestão do cuidado em casa também pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes
crônicos, auxiliando na conquista do autocuidado, autonomia e garantindo o convívio
familiar e social.
Além de promover mais qualidade de vida ao paciente renal crônico, a terapia domiciliar
ainda promove uma economia nos custos do tratamento, considerando gastos com
medicação, internação e locomoção dos pacientes.
Figura 22.
Fonte: <http://i0.wp.com/conexaohomecare.com/wp-content/uploads/2014/04/an%C3%A1lise-de-custos-home-care.
jpg?fit=400%2C267>.
A doença renal crônica associada aos tratamentos hemodialíticos geram uma série de
situações, que desencadeiam sofrimento físico e acima de tudo sofrimento psíquico,
que repercutem na vida social, familiar e pessoal do indivíduo doente, o transplante
acaba sendo visto como uma “salvação” para o problema.
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
Dessa maneira, quando pensamos em qualidade de vida para os doentes renais crônicos o
atendimento psicológico, além do apoio emocional por parte da equipe multidisciplinar,
se torna fundamental.
O perfil do DRC requer que se faça um conjunto de ações que viabilizam a promoção
à saúde, prevenção, tratamento de doenças e reabilitação, com visitas periódicas de
equipes multidisciplinares.
É necessário que o portador de doença crônica aceite a sua limitação, e mesmo com seu
sofrimento físico e psíquico encontre um sentido para que assim consiga superar essa
situação da melhor maneira possível.
Figura 23.
Fonte: <http://www.projump.com.br/uploads/conteudo/3/avaliacao-nutricional.jpg>.
O tratamento conservador pode ser considerado uma opção para pacientes que
escolham não serem mantidos em TRS devendo ser criado um programa de suporte
para esses casos.
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UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Todo o programa de DRC deve estar apto para fornecer e planejar cuidados para as
necessidades e suportes adequados para o fim de vida, incluindo pacientes em tratamento
conservador por opção.
Suporte coordenado para o fim de vida deve ser avaliado e mantido para pacientes e
familiares, utilizando tanto a atenção primária, como especialistas na área específica,
de acordo com o sistema de saúde local.
Um dos fatores que exerce grande influência na adesão ao tratamento é a confiança que
o paciente possui em sua equipe multidisciplinar. Isso exige que as atitudes tomadas
pelos profissionais sejam adaptadas como: o uso de linguagem entendida pelo paciente
levando em consideração seu nível de escolaridade, demonstrações de respeito pelas
crenças próprias do paciente, acolhimento durante a prestação de cuidado para assim
promover uma maior confiança do paciente possibilitando melhores resultados na
adesão ao tratamento e enfrentamento da doença renal crônica.
Figura 24.
Fonte: <http://www.amib.org.br/uploads/RTEmagicC_equipe_noticia.jpg.jpg>.
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
As pessoas com DRC devem ser acompanhadas por uma equipe multiprofissional, para
orientações e educação como:
»» avaliação nutricional;
Os doentes renais crônicos são vistos pela equipe multidisciplinar de saúde como sendo
rebeldes e não aderentes ao tratamento, por isso a atenção deve ser redobrada, a falta
de aderência ao tratamento pode ser devido a dificuldade de aceitação e enfrentamento
da doença.
Outro fator que exerce influência na forma como as pessoas vivenciam a experiência de
estar doente é a autonomia, pois como já demonstrado, a doença aumenta o número
de dias de afastamento do trabalho, é responsável pelo isolamento social deixando de
realizar atividades antes comuns como sair com amigos, frequentar igreja reduzindo
gradualmente a sua interação social criando um sentimento de suporte reduzido que
poderá afetar negativamente a sua saúde.
Isso é uma realidade vivenciada na prática clínica dos pacientes renais crônicos.
Quando convidados a participar do tratamento e estimulados ao autocuidado por meio
da educação para a saúde experimentam a sensação de maior autonomia, fato que pode
colaborar para o sucesso do tratamento.
35
UNIDADE I │ DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Fonte: <https://educacionespecialzona5.files.wordpress.com/2015/01/dibujo.jpg>.
É necessário trazer o doente renal crônico próximo, pois ele sofre alterações em sua rotina
justamente por necessitar realizar seu tratamento, necessitando do suporte formal de
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DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) │ UNIDADE I
As reações do doente provêm do contexto social, cultural além de suas crenças e valores
em que ele está inserido. O apoio psicoterápico, seja de forma individual ou coletiva,
paciente sozinho ou com a família, além do suporte informal são fundamentais e devem
ser utilizados como estratégias para o enfrentamento da doença.
Esse apoio social pode ajudar a prevenir, minimizar ou ser utilizado pelo doente renal
como uma forma de defesa emocional contra as repercussões negativas durante o
decorrer do tratamento e declínio das funções físicas ao longo da doença.
Figura 26.
Fonte: <http://gestionesaude.com.br/images/img-serv-espec.jpg>.
Figura 27.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-rx2aVs6nw9k/UeMi0KD5tsI/AAAAAAAAAD4/mtifURNxWr8/s1600/piramide-alimentar-tradicional-
1277245417585_540x420.jpg>.
Desse modo é que se pretende contribuir para uma assistência mais humanizada ao
doente renal crônico, estimulando a participação dos familiares ou até mesmo do seu
grupo social no tratamento do paciente para que assim ele não se sinta isolado.
Figura 28.
Fonte: <http://www.nefrolog.com.br/images/noticias/n-dialise-peritoneal-13-1.jpg>.
38
TRANSPLANTE RENAL UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Aspectos gerais do paciente e doador
Figura 29.
Fonte: <http://www.portaldadialise.com/portal/o-que-e-o-transplante-renal>.
Está indicado para pacientes que apresentam doença renal crônica avançada. Nem
todos os doentes renais são candidatos aptos para transplante renal. Existem certas
condições clínicas que não permitem a realização de um transplante, deve ser avaliado
os exames de sangue, urina e imagem.
39
UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
»» se o paciente tem sangue tipo A, pode receber rim de pessoas com o tipo
A ou O;
»» se o paciente tem sangue tipo B, pode receber rim de pessoas com o tipo
B ou O;
»» se o paciente tem sangue tipo AB, pode receber rim de pessoas com o tipo
AB, A, B ou O.
Figura 30.
Fonte: <http://www.rs.gov.br/upload/GD_20150728151205doacao_de_orgaos.png>.
Doador vivo
Deve ser maior de idade, manifestar espontaneamente sua vontade de doar, ter
compatibilidade sanguínea e imunológica com o receptor, ter boas condições de saúde.
Antes do transplante, são realizados testes especiais para determinar a compatibilidade
do rim. Mesmo que tenha um parente que lhe deseje doar um rim, o rim pode não ser
compatível. Apesar da hipótese ser baixa. É possível haver rejeição de um rim compatível.
Toda pessoa que se submete a uma cirurgia e anestesia geral corre riscos que podem,
no entanto, ser minimizados com os exames pré-operatórios e os avanços nas técnicas
anestésicas e cirúrgicas. Por outro lado, as funções renais podem ser realizadas de forma
normal por um único rim (como se observa em pessoas que já nascem com um único
rim, ou em vítimas de acidentes ou enfermidades com perda de um dos rins).
Para identificar os anticorpos presentes no soro. Uma vez definido(s) o(s) anticorpo(s)
do receptor, devem-se excluir doadores com antígenos contra os quais o receptor tem
anticorpos (excluir os “antígenos inaceitáveis”).
Realizar prova cruzada por CDC e por citometria de fluxo, utilizando linfócitos T e B
do doador.
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TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
Doador falecido
Figura 31.
Fonte: <http://ooutroladodamoeda.com.br/wp-content/uploads/2015/05/transplante-figado-890x395.jpg>.
Se a prova cruzada por CDC for negativa, o paciente será transplantado. No pós-
transplante imediato (primeiras 24 horas), como o receptor é de alto risco imunológico
para rejeição e perda do enxerto, deve-se repetir a prova cruzada por citometria de
fluxo com o soro do dia do transplante, colhido imediatamente antes do procedimento
cirúrgico, e também com o soro histórico, preferencialmente o com maior PRA.
Caso o resultado seja negativo, deve-se proceder ao seguimento clínico e medicamentoso
planejado para o caso.
Entretanto, se a prova cruzada for positiva, seja com o soro atual ou com o soro
histórico, a imunossupressão deve ser intensificada, e é aconselhável iniciar IGH e
plasmaférese. Atenção especial deve ser dada à função renal, pois, diante de qualquer
alteração, deve-se realizar biópsia do enxerto renal obrigatoriamente marcada com
C4d e de nova prova cruzada para o pronto diagnóstico e tratamento de rejeição
mediada por anticorpos.
Esses antígenos são determinados por meio de um exame de sangue que se chama
tipagem HLA.
41
UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
Assim, o melhor doador são irmãos gêmeos univitelinos. Porém é pouco frequente
encontrar pacientes com esse tipo de doador.
Em segundo lugar, vem irmãos e/ou irmãs com antígenos de histocompatibilidade idênticos.
Figura 32.
Fonte: <http://www2.nefron.com.br:45590/Style%20Library/SiteDeClinicas/Images/transplanterenalnoticia2.png>.
Depois vem irmãos que possuem 50% dos antígenos de histocompatibilidade iguais ao
receptor, e os pais. Em seguida vem o doador cadáver.
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TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
Figura 33.
Fonte: <http://d.i.uol.com.br/album/bbc/bonecos_vinil_orgaos_f_006.jpg>.
Figura 34.
Fonte: <http://www.enfermeriadigital.com/wp-content/uploads/2013/06/t.jpg>.
Por isso, e por permitir que o doente se liberte de algumas das restrições impostas
pela diálise, a transplantação renal é a modalidade terapêutica que faculta uma melhor
qualidade de vida e uma maior esperança de vida.
Nem todos os doentes renais são candidatos aptos para transplante renal. Existem certas
condições clínicas que não permitem a realização de um transplante, deve-se avaliar o
seu estado clínico para o transplante.
O tempo de espera para um transplante varia. Não existem doadores renais cadáveres
suficientes para todas as pessoas que necessitam de um transplante renal, por isso
podem ficar em lista de espera, durante algum tempo.
Alguns pacientes permanecem com os rins transplantados funcionando por vários anos
(mais de 10 anos), mas em alguns casos o tempo de duração de funcionamento do órgão
não é tão longa.
Por isso, os transplantes só são recomendados a pessoas que tenham uma expectativa
de vida de pelo menos 10 anos.
A sobrevida do enxerto no primeiro ano é superior a 88% e ele tem uma vida média de
cerca de 15 anos.
Os rins transplantados funcionam, por vezes, mais de 30 anos e as pessoas com rins
transplantados levam habitualmente uma vida normal e ativa.
O rim transplantado também pode ser acometido com algumas doenças que poderão
alterar sua função, como as infecções urinárias, obstruções na via de saída de urina e
rejeições aguda ou crônica (nessa situação, o organismo do paciente passa a reconhecer o
44
TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
rim recebido como estranho). Cada uma dessas situações tem um tratamento específico,
e quanto mais cedo for iniciado, maiores as chances de manter o funcionamento do rim.
Figura 35.
Fonte: <http://image.slidesharecdn.com/transplanterenal-141015154051-conversion-gate01/95/transplante-renal-liga-de-nefrologia-
ufc-sobral-35-638.jpg?cb=1413387760>.
45
CAPÍTULO 2
Pós-transplante renal
Quadro 2.
Frequência da
Medicamento Efeitos colaterais
dosagem
Aumento de apetite, aumento da quantidade de gordura no rosto e nas costas,
Prednisona ou Meticorten® Tomada pela manhã aparecimento de acne, retenção de líquidos, hipertensão arterial e podendo desencadear
diabetes mellitus.
Geralmente ingerida Problemas no fígado (icterícia ou amarelão) e diminuição dos leucócitos (células brancas
Azatioprina ou Imuran®
à noite do sangue).
Micofenolato de mofetila ou
Duas vezes ao dia Diarreia em alguns pacientes.
Cellcept® (novo)
Ciclosporina ou Duas vezes ao dia, a Hipertensão arterial, retenção de líquidos, elevação da creatina do sangue, tremores,
Sandimmun® cada 12 horas aumento da gengiva, aumento no crescimento de pelos e cabelos.
Indução da imunossupressão
Para o início de imunossupressão recomenda-se o estabelecimento do “Estado de
Imunossupressão” que se efetiva com os imunossupressores clássicos, além da utilização,
46
TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
Recomenda-se que a dose total de ATG não ultrapasse 6 mg/kg, devendo a primeira
dose sempre ser administrada no intraoperatório.
47
UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
Apesar desses dados, sugere-se iniciar os inibidores da calcineurina após o uso do OKT3.
Recomenda o uso dos antirreceptores de IL-2, somente para aqueles casos que não
puderem utilizar o ATG, em razão da maior eficácia dos demais anticorpos mencionados.
Fármacos:
»» Ciclosporina: cápsulas de 10, 25, 50 e 100 mg; solução oral de 100 mg/
mL (frascos de 50 mL).
Indução da imunossupressão:
48
TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
»» Tacrolimo: 0,1 a 0,2 mg/kg de peso 2 vezes/dia, por via oral. Trata-se de
dose inicial, como a sugerida para ciclosporina, que será reajustada pelo
nível sérico medido em jejum, 12 horas após a última administração,
e deverá variar em torno de 10 ng/ml nos primeiros 6 meses pós-
transplante e entre 3 e 8 ng/ml após esse período. Da mesma forma,
recomenda-se também controle semanal do nível sanguíneo nos
primeiros 3 meses, mensal no primeiro ano e a cada 2 a 3 meses por
ocasião das visitas ambulatoriais
»» Muromonabe CD3: 2,5 a 5 mg/dia, por até 14 dias, por via intravenosa.
Figura 36.
Fonte: <http://www.saudedicas.com.br/wp-content/uploads/2010/02/ciclosporina-oral-1024x575.jpg>.
49
UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
Rejeição
Figura 37.
Fonte: <http://www.microbiologybook.org/ghaffar/graftpic2.jpg>.
Em geral, as probabilidades de sucesso com o transplante de um novo rim são quase tão
elevadas quanto com o primeiro transplante.
Aguda
»» febre;
»» hipertensão arterial;
50
TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
»» ganho de peso;
»» dor no enxerto;
A rejeição aguda de enxerto renal é, em geral, definida como uma deterioração aguda
da função do enxerto associada às alterações histopatológicas definidas de acordo com
a Classificação Internacional de Banff.
Algumas vezes as alterações histológicas são muito discretas, como NTA focal,
e devem ser encaradas como rejeição humoral se associadas ao C4d e com os
anticorpos específicos anti-HLA do doador.
Tipos histológicos
Fonte: SOLEZ, K.; COLVIN, R. B.; RACUSEN, L. C. et al. Banff classification of renal allograft
pathology: updates and future directions. Am J Transplant, 2008;8(4):753.
51
UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
»» agregados plaquetários;
»» trombos de fibrina.
Na grande maioria dos casos o paciente apresenta recuperação completa da função renal.
Se confirmada, todos os esforços devem ser feitos para impedir a progressão do quadro.
Como a perda funcional pode ser secundária a outras causas, como nefrotoxicidade por
inibidores da calcineurina, anormalidades urológicas ou vasculares e uso de diuréticos,
caberá ao nefrologista ponderar sobre a necessidade de biópsia renal.
São geralmente detectados na prova cruzada. Nesse caso o rim é rejeitado imediatamente
após sua vascularização ou dentro das 24 horas seguintes ao procedimento.
Essa rejeição ocorre por conta de anticorpos pré-formados do receptor aos antígenos
HLA presentes no endotélio vascular do enxerto, que ativa o sistema complemento
e a coagulação intravascular. No exame histológico é possível verificar a presença de
trombos plaquetários nos glomérulos e capilares dos túbulos. Passado algum tempo,
ocorre o infarto renal. Essa complicação também pode ocorrer quando o sistema ABO
não é obedecido.
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TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
A incidência de RMA varia de 1,8% a 3,2%, mas pode resultar em 27% a 40% de perda
de enxertos em um ano.
Acelerada
É uma forma de rejeição de baixa incidência que ocorre entre o segundo e o quinto dia
após o transplante.
Crônica
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UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
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TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
A maioria dessas complicações pode ser identificada pela ultrassonografia ou pelo Doppler,
um método muito eficiente para detecção de alterações vasculares.
»» febre;
»» diminuição da urina;
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UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
»» dor ao urinar;
»» infecções, abscessos.
Pacientes transplantados que apresentarem perda funcional aguda definida por aumento
persistente (pelo menos 2 dosagens com intervalo de 2 dias) da creatinina sérica de pelo
menos 10% em relação ao valor anterior, com ou sem confirmação histológica, deverão
ser incluídos nesse protocolo.
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TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
Imunossupressão de manutenção
Para receptores de doador vivo (HLA idêntico ou distinto) ou falecido,
recomenda-se o esquema de imunossupressão tríplice com prednisona,
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UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
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TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
Esquema fármaco
60
TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
Figura 38.
Fonte: <http://www.transplanterenal.com.br/imunossupressores.jpg>.
Pós-transplante
Independentemente da origem do rim que receber, o procedimento cirúrgico é o mesmo.
Na colocação do novo rim, não será necessário retirar os outros.
61
UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
Figura 39.
Fonte: <https://i.ytimg.com/vi/g4gWi5ToqUQ/maxresdefault.jpg>.
Ao fim de algumas horas, começará a urinar e para isso irá permanecer com uma sonda
vesical durante alguns dias. Em raras circunstâncias, pode mesmo não chegar a funcionar.
Poderá precisar de alguma diálise enquanto espera que o rim transplantado comece a
funcionar corretamente.
As primeiras horas são as mais importantes na evolução do rim.
Figura 40.
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-hJXO3z-EZ4Y/UUXFqB08Y0I/AAAAAAAAAb8/9FkU8RSyBJg/s1600/Transplante_Renal_16.jpg>.
62
TRANSPLANTE RENAL │ UNIDADE II
O período de hospitalização é de uma ou duas semanas. Após a alta, terá que voltar
regularmente à unidade de transplante para consultas de acompanhamento.
Fonte: <http://www.portaldadialise.com/portal/o-que-e-o-transplante-renal>.
Perda do transplante
Figura 41.
Fonte: <http://www.apurologia.pt/publico/transplante_renal.gif>.
Alguns pacientes permanecem com os rins transplantados funcionando por vários anos
(mais de 10 anos), mas em alguns casos o tempo de duração de funcionamento do órgão
não é tão longa.
»» rejeição crônica;
»» recidiva de glomerulopatias;
»» glomerulopatia do transplante;
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UNIDADE II │ TRANSPLANTE RENAL
O rim transplantado também pode ser acometido com algumas doenças que poderão
alterar sua função, como as infecções urinárias, obstruções na via de saída de urina e
rejeições aguda ou crônica (nessa situação, o organismo do paciente passa a reconhecer o
rim recebido como estranho). Cada uma dessas situações tem um tratamento específico,
e quanto mais cedo for iniciado, maiores as chances de manter o funcionamento do rim.
64
CUIDADOS DE UNIDADE III
ENFERMAGEM
CAPÍTULO 1
Cuidados específicos de enfermagem
na DRC
Figura 42.
Fonte: <http://www.interne.com.br/novidades/images/stories/1enfermeirazinha.png>.
Uma grande parcela de apoio emocional é necessária ao paciente e familiares por causa
das inúmeras alterações experimentadas fisicamente.
65
UNIDADE III │ CUIDADOS DE ENFERMAGEM
A enfermagem deve, a cada instante, estar atenta às suas ações e ter em mente que
elas devem estar sempre fundamentadas cientificamente, os procedimentos técnicos
deverão seguir a sistematização de enfermagem, proporcionando segurança, meios de
avaliação e qualidade no tratamento.
Figura 43.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-KSXr4hXopPM/UfRL2yoZLlI/AAAAAAAAAEI/_vokTJFywxI/s400/sae-enfermagem.png>.
»» pesar;
»» conversar com o paciente e família sobre qualquer sintoma que ele tenha
sentido.
66
CUIDADOS DE ENFERMAGEM │ UNIDADE III
Para que o plano de cuidados seja implementado pelo cuidador familiar, faz-se necessário
o treinamento quanto aos procedimentos simples necessários ao cuidado.
Fonte: <http://amahomecare.xpg.uol.com.br/cuidador_idoso.png>.
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UNIDADE III │ CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Figura 45.
Fonte: <http://www.aba.com.br/wp-content/uploads/2015-12-10/566970e43f768.jpg>.
Figura 46.
Fonte: <http://beta.yeapfarma.com/wp-content/uploads/2013/08/89.jpg>.
A ação educativa com os pacientes renais crônicos se faz essencial, pois por meio dela
os pacientes estarão aptos para aprenderem a viver dentro de suas limitações, de uma
maneira que não seja controversa ao modo de vida, conseguindo assim atingir uma
convivência com a doença e com o seu tratamento.
68
CUIDADOS DE ENFERMAGEM │ UNIDADE III
Figura 47.
Fonte: <https://joaseiro.files.wordpress.com/2009/03/rim-com-esteto.jpg?w=510>.
O enfermeiro deve ensinar, cuidar ensinando e ensinar a cuidar. Não pode esquecer de:
69
UNIDADE III │ CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Responsabilidades:
Figura 48.
Fonte: <http://images.slideplayer.com.br/7/1844471/slides/slide_8.jpg>.
O vínculo terapêutico funciona desde que haja atenção desde o primeiro contato com o
paciente. Os ruídos de comunicação; as barreiras pessoais de diferenças de linguagem;
as possíveis limitações físicas e os bloqueios psicológicos criados, devem ser levados
em consideração pela enfermagem, no intuito de minimizar essas questões e garantir o
plano terapêutico previsto.
71
CAPÍTULO 2
Cuidados específicos de enfermagem
no transplante renal
Durante os primeiros 15 a 20 dias, devem ser feitos exames clínicos e laboratoriais para
diagnosticar e prevenir as rejeições.
A realização da prova cruzada não deve ser esquecida (teste imunológico). Esse teste é o
mais importante no pré-operatório e define a presença de anticorpos pré-formados do
receptor contra os antígenos do doador.
Deve ser feita ainda uma análise da arteriografia renal do doador (quando doador vivo)
para determinar qual dos órgãos será removido.
Essa análise é uma importante ação da equipe de enfermagem a fim de detectar possíveis
equívocos que possam levar a retirada do rim diferente do doador.
O jejum por oito horas antes da cirurgia deve ser garantido pela equipe de enfermagem
tanto do receptor quanto do doador.
No caso de doador vivo, esse deve ser hidratado por via parenteral com aproximadamente
dois litros de solução salina durante a noite antecedente à cirurgia.
No doador
Após a anestesia geral, realiza-se antissepsia da pele da região abdominal e genital com
solução antisséptica degermante e cateterismo vesical com sonda Folley que permanecerá
72
CUIDADOS DE ENFERMAGEM │ UNIDADE III
instalada por 24 horas. Logo após, prepara-se o paciente posicionando-o em decúbito lateral,
mantendo elevação lateral do corpo onde será realizada a retirada do rim (nefrectomia).
No receptor
Realiza-se também a degermação da pele e cateterização vesical com sonda Folley de três
vias para irrigação após a cirurgia, e será mantida por quatro dias. O posicionamento
do receptor será decúbito dorsal, já que o enxerto será posicionado na fossa ilíaca.
Após a realização da nefrectomia no doador, ocorre o início da perfusão renal que deve
ser realizada com 500 ml de solução de preservação de órgãos a 4° C.
A perfusão ocorre em mesa auxiliar numa altura de 60 cm, até que seja observada a
drenagem pela veia renal.
»» controle dos sinais vitais e diurese horária nas primeiras 12 horas e a cada
2 horas nas 12 horas seguintes;
73
UNIDADE III │ CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Após 24 horas
»» pesar o paciente;
Deve ser dada orientação ao paciente e seus familiares quanto aos cuidados pós-cirúrgicos,
à observação dos sinais e sintomas de infecção e a que serviços recorrer no caso de
complicação. A alta hospitalar é programada para o dia seguinte.
»» monitorização cardíaca;
»» garantir oxigenação;
A CNCDO informa a Organização para Procura de Órgãos (OPO) que é responsável pela
Instituição que fez a notificação e providencia um profissional para avaliar o potencial
doador e questionar a família em relação à doação dos órgãos.
»» cateterização vesical;
75
UNIDADE III │ CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Complicações
Pós-transplante
O maior número (75%) de rejeições e complicações infecciosas ocorre nos três primeiros
meses, por isso os cuidados devem ser maiores nesse período. Depois do terceiro mês,
os exames podem passar a ser mensais, durante seis meses, e o controle pode ir se
espaçando conforme a evolução clínica e o estado do paciente.
Fonte: <http://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/315385/transplante-renal-
o-que-e-necessario-para-ser-um-doador-ou-um-receptor.htm>. Acesso em: 21/5/2016.
Monitorização
Febre, broncoespasmo e reações anafiláticas podem ocorrer após a infusão inicial, devendo
ser utilizados metilprednisolona e anti-histamínico intravenoso antes das primeiras três
doses dos medicamentos imunoglobulina humana, ATG e muromonabe CD3.
77
UNIDADE III │ CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Corticosteroides
Os efeitos adversos mais comuns dos corticosteroides são hipertensão arterial,
retenção de sódio e líquidos, diabetes melito, dislipidemia, retardo do crescimento,
osteoporose, acne, alterações comportamentais, catarata, glaucoma.
Azatioprina
Ciclosporina
A dosagem sérica pode ser feita no tempo zero (12 horas após a administração
anterior – C0) no vale ou pelo pico de 2 horas (C2).
O nível sérico que se recomenda varia entre 200 e 300 ng/mL(106). Admite-se,
entretanto, que o pico de 2 horas (C2) reflita melhor a eficácia da imunossupressão
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CUIDADOS DE ENFERMAGEM │ UNIDADE III
Tacrolimo
A dose deve ser ajustada para manter o nível sérico em torno de 10 ng/mL nos
primeiros 6 meses pós-transplante e entre 3 a 8 ng/ml após esse período (o nível
sérico deve ser dosado com intervalo semanal nos primeiros 3 meses, mensal no
primeiro ano e após a cada 2 a 3 meses nas datas das revisões clínicas).
79
UNIDADE III │ CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Sirolimo e everolimo
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CUIDADOS DE ENFERMAGEM │ UNIDADE III
Não são de importância clínica, embora haja relatos que assinalam maior área
sob a curva (ASC) de micofenolato em associação com sirolimo do que com
ciclosporina. Esse dado sugere a necessidade de reduzir a dose do medicamento
em pacientes que estiverem também em uso de sirolimo. Em razão do mecanismo
de ação do micofenolato, sua associação com azatioprina é contraindicada.
81
Para não finalizar
Enfermeiro
Auxiliar de enfermagem
82
PARA (NÃO) FINALIZAR
Observações
Período intraoperatório
83
PARA (NÃO) FINALIZAR
Período pós-operatório
A atuação da enfermagem nesse período tem como objetivos: avaliar, detectar e intervir
precocemente nas possíveis complicações pós-transplante renal. Para tanto é necessário
que a equipe de enfermagem tenha conhecimento da história do paciente, enfocando a
evolução da doença, estado atual e terapêutica utilizada para controle da doença até o
momento, bem como da evolução do paciente durante o transplante de rim e possíveis
complicações associadas ao procedimento cirúrgico.
85
PARA (NÃO) FINALIZAR
Justificativa
Infecção
86
PARA (NÃO) FINALIZAR
Justificativa
Justificativa
A obstrução pode ocorrer devido à presença de coágulos e torção das vias urinárias,
compressão externa por edema/hematoma ou linfa, retenção urinária, extravasamentos
de urina, rejeição aguda do ureter. Se a obstrução persistir a bexiga pode tornar-se
hiperestendida e ocorrer um rompimento da anastomose ureterovesical.
87
PARA (NÃO) FINALIZAR
Linfocele
Justificativa
Linfocele é a coleção de líquido linfático ao redor do enxerto, que pode ter causas
relacionadas ao doador ou ao receptor. Dependendo da origem, o exame físico revelará
sinais e sintomas diferenciados.
Fístulas Urinárias
88
PARA (NÃO) FINALIZAR
Justificativa
Podem ocorrer desde os cálices renais até a bexiga, sendo que as fístulas ureterais distais
são as mais frequentes. Manifestam-se por meio de um aumento de volume da área do
enxerto, diminuição do débito urinário, elevação da creatinina sérica, perda de líquido
pela incisão cirúrgica, íleo paralítico, febre.
Hematomas
Justificativa
Justificativa
Pode ser causada por uma torção na artéria renal, severa desidratação, hipotensão,
tempo prolongado de isquemia quente. Caracterizada pelo aparecimento de abrupto de
anúria nas primeiras 48 horas após o procedimento.
89
PARA (NÃO) FINALIZAR
Justificativa
Pode ser resultado de uma compressão da veia renal por uma coleção de líquidos,
coágulos na veia renal, coagulopatia, hipovolemia, e causas decorrentes da técnica
cirúrgica. Caracterizada por oligúria ou anúria precoce, edema de extremidades.
Jusitficativa
Rejeição aguda
»» Realizar controle da diurese, com enfoque nas alterações de suas
características (volume, cor, densidade, odor, presença de sedimentos,
hematúria, entre outros).
Justificativa
90
Referências
AJZEN, H.; SCHOR, N. (Coord.) Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar
– UNIFESP/Escola Paulista de Medicina: Nefrologia. 3a ed. Manole, 2010.
91
REFERÊNCIAS
DAUGIRDAS, J.T.; ING, T.S. Manual de diálise. 4a ed. São Paulo: Guanabara Koogan,
2013.
92
REFERÊNCIAS
93