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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR.................................................................. 9
CAPÍTULO 1
MUDANÇAS ALIMENTARES E SEU IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA........................................... 9
UNIDADE II
DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS.............................................................................................. 28
CAPÍTULO 1
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E SEU IMPACTO NA ESTÉTICA E QUALIDADE DE
VIDA................................................................................................................................ 28
UNIDADE III
METABOLISMO E NUTRIENTES................................................................................................................ 46
CAPÍTULO 1
ENERGIA, NUTRIENTES, GASTO ENERGÉTICO E METABOLISMO.................................................. 46
CAPÍTULO 2
PACIENTE OBESO E DIETAS DA MODA...................................................................................... 79
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 89
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Com o passar dos anos, a sociedade evoluiu tecnologicamente, essa evolução
associada à globalização e ao contato com diferentes culturas em conjunto
com o desenvolvimento econômico e a mudança do status social fez com que
houvesse a inserção de novos produtos alimentares disponíveis ao consumidor,
sendo em sua maioria produtos ultraprocessados com alta densidade calórica,
o que resultou em um aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em todo
o mundo.
Objetivos
» Compreender a fisiologia e comportamento do tecido adiposo, seu
histórico e prevalência.
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MUDANÇAS SOCIAIS E
IMPACTO NO CONSUMO UNIDADE I
ALIMENTAR
CAPÍTULO 1
Mudanças alimentares e seu impacto
na qualidade de vida
9
UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
Segundo dados apresentados pelo IBGE (2009), nos anos de 1974 a 1985, 18,5%
dos homens e 28,7% das mulheres apresentavam excesso de peso e 2,8% dos
homens e 8% das mulheres estavam obesos. Enquanto nos anos 2008 a 2009,
50,1% dos homens e 48% das mulheres apresentavam excesso de peso e 12,4%
dos homens e 16,9% das mulheres estavam obesos, ou seja, a porcentagem de
pessoas com excesso de peso e obesidade duplicou e até triplicou com o passar
dos anos.
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
Transição nutricional
São escassos os estudos de base populacional produzidos até hoje com a
população brasileira cujo foco principal sejam os problemas nutricionais. Como
exemplos, devemos ressaltar o Estudo Nacional sobre Despesas Familiares
(ENDEF), realizado entre 1974 e 1975; a Pesquisa Nacional sobre Saúde e
Nutrição (PNSN), de 1989; e mais recentemente, a Pesquisa sobre Padrões de
Vida (PPV), desenvolvida em 1997. A adequada análise dos resultados desses
estudos foi de grande importância por vários motivos; primeiro, porque
permitiu avaliar a magnitude dos agravos nutricionais mais importantes, bem
como mapear alguns dos seus principais determinantes; segundo, porque
depois de realizados em intervalos sistemáticos, permitiu estudar a tendência
dos problemas nutricionais.
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
Iatrogenia nutricional
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
Segundo os autores supracitados, em vários países, nos últimos anos, tem sido
observada a rápida mudança na composição dietética, a qual está associada a
fatores econômicos, demográficos, sociais, epidemiológicos e nutricionais. Segundo
pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
foi identificado um desequilíbrio entre os alimentos disponíveis em domicílios,
devido à presença excessiva de açúcar, com importante incremento no consumo de
refrigerantes, doces e bebidas.
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
Costuma-se dizer que a alimentação dos indivíduos está mais voltada para o
prazer de comer do que para o valor nutritivo do alimento, ou seja, come-se
por prazer e não pelo que aquele alimento representa nutricionalmente. Nos
costumes alimentares da população brasileira não há lugar de destaque para
frutas e hortaliças, visto que o prazer alimentar está centrado na mistura de
massas, gorduras, doces e carnes (SILVA et al., 2014).
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
Coluna 18,50
Colesterol 12,50
Depressão 7,60
Diabetes 6,20
Asma 4,40
Cardiopatia 4,20
Distúrbios
osteomoleculares 2,40
Câncer 1,80
AVC 1,50
Insuficiência
Renal
1,40
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Incidência (%)
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
Segundo Schmidt (2011) apud Brasil (2011) em 2007, a taxa de mortalidade por
DCNT no Brasil foi de 540 óbitos por 100 mil habitantes, tendo visto uma redução
de 20% nessa taxa na última década, principalmente em relação às doenças do
aparelho circulatório. A mesma publicação afirma que um terço dessas mortes
ocorre em pessoas com idade menor que 60 anos. Frente o conhecimento e
descrição dos determinantes das DCNT e a alta taxa de mortalidade relacionada,
importantes políticas de enfrentamento dessas doenças são realizadas pelo
Ministério da Saúde nos últimos anos, dentre as quais se destaca a Organização
da Vigilância de DCNT, cujo objetivo é conhecer a distribuição, a magnitude, a
tendência das doenças crônicas, agravos e seus fatores de risco, além de apoiar
as políticas públicas de promoção à saúde (BARBOSA, 2014).
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR
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MUDANÇAS SOCIAIS E IMPACTO NO CONSUMO ALIMENTAR │ UNIDADE I
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DOENÇAS
CRÔNICAS E SEUS UNIDADE II
IMPACTOS
CAPÍTULO 1
Doenças crônicas não transmissíveis e
seu impacto na estética e qualidade
de vida
Tabagismo
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
Alcoolismo
Com relação ao álcool, vários estudos populacionais têm mostrado relação positiva
entre o consumo dele e a pressão arterial. A maioria dos estudos demonstram
que parece existir um limite. Acima deste limite passa a haver correlação direta
entre o álcool e a pressão arterial e abaixo os níveis pressóricos dos bebedores são
semelhantes ou talvez até menores que os do não bebedores (SAMPAIO; SABRY,
2007).
Obesidade
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS
De acordo com Scheen AJ, Luyckx FH, Desaive C, Lefebvre, PJ. (1999) e Olson
TP, Dengel DR, Leon AS, Schmitz KH (1999), as já referidas comorbidades
da obesidade são perigosas, afetam a fisiologia do paciente e também
delas resultam danos psicológicos e sociais, compreendendo anomalias no
sistema endócrino que em via consequente desenvolve doenças metabólicas
(diabetes mellitus, dislipidemias, hipertensão arterial, câncer e outras), há
preponderância também de osteoartrite, insuficiência respiratória, apneia do
sono, e problemas de ordem psicológica como depressão, baixa autoestima
e dificuldade de socialização, ressaltando-se nessa proposição abundante
tendência ao desenvolvimento de patologias cardiovasculares e psicológicas.
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
Embora não seja uma ferramenta para definição mais precisa do conteúdo
e localização corporal de gordura, sua utilização permite uma noção da
corpulência sendo útil em avaliações preliminares de saúde e estudos
populacionais. Existem robustas evidências de estudos epidemiológicos
demonstrando estreita relação entre o IMC e doença cardiovascular/mortalidade
(e outros aspectos de saúde) que corroboram positivamente para sua utilização
como parte da avaliação clínica.
Uma vez que o IMC não distingue entre massa gorda e massa magra, é importante
considerar que pessoas com mesmo IMC podem apresentar diferenças quanto a
sua composição corporal. Assim, sua utilização em idosos, devido à sarcopenia, e
atletas, especialmente aqueles com ganho importante de massa magra, deve ser
observada com cuidado para não subestimar ou superestimar a classificação do
IMC. Outros métodos de avaliação da composição corporal devem ser utilizados
em associação ao IMC para melhor acurácia individual, como por exemplo, a
quantificação das pregas cutâneas, circunferências, utilização da bioimpedância
elétrica, dual-energy X-ray absorptiometry (DEXA), entre outros. Cada método
deve ser considerado a depender do custo-benefício e disponibilidade do
equipamento.
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS
A obesidade pode ser considerada em três tipos (de acordo com a distribuição
de gordura corporal): androide, ginoide ou generalizada.
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
consumir menos energia do que se gasta, por meio de uma restrição calórica.
Dietas muito restritivas e rígidas geralmente não são mantidas, trazendo
insucesso para o tratamento e frustrações. Uma reeducação alimentar é mais
efetiva, por meio da aquisição de novos hábitos alimentares, com uma dieta
rica em fibras (frutas, vegetais, cereais integrais), laticínios desnatados,
carnes magras, baixo teor de gordura e bastante água. O tratamento requer
uma mudança no estilo de vida, contendo além de uma dieta balanceada,
como são apresentadas as recomendações na tabela 2, a prática de atividade
física regular. (RAMOS et al., 2014).
Tabela 2. Recomendações gerais para a prescrição nutricional para o manejo da perda de peso.
Variável Recomendação
Calorias Obrigatoriamente deve ser hipocalórico:
Diminuir de 500 a 1000 kcal/dia e ou;
20 a 25cal/peso atual/dia (fórmula de bolso) ou;
Usar peso ajustado* ou peso ideal** em fórmulas de necessidades energéticas diárias.
Proteína (PTN) 1g de PTN de alto valor biológico (AVB)/kg de peso corporal; Em torno de 15 a 20% do Valor energético total (VET).
Carboidratos 50 a 60% do VET.
De preferência CHO complexos ricos em fibras.
Lipídios Não superior a 30% do VET.
ÁG Saturados 7% dos Lipídios.
ÁG Poli-insaturados 10% dos Lipídios.
AG Monoinsaturados 13% dos Lipídios.
Fibras 20 - 30g/dia.
Colesterol < 300mg/dia.
Bebidas alcoólicas Evitar.
Fracionamento Mínimo de cinco refeições diárias.
Micronutrientes De acordo com as necessidades.
*Peso ajustado: (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual.
**Peso ideal: IMC desejado x estatura (m)².
Fonte: (SCHNEIDER, 2009, p. 183).
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS
44,4
31,1
24,2 24,2
21,4 21,1
20,6 20,0
18,3 18,2
16,7
13,4
2,8
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 - Total 9 - Branca
2 - Homem 10 - Preta
3 - Mulher 11 - Parda
4 - De 18 a 29 anos 12 - Sem instrução e fundamental incompleto
5 - De 30 a 59 anos 13 - Fundamental completo e médio incompleto
6 - De 60 a 64 anos 14 - Médio completo e superior incompleto
7 - De 65 a 74 anos 15 - Superior incompleto
8 - De 75 anos ou mais
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS
» Abandonar o fumo.
Ainda não está totalmente esclarecido qual o seu mecanismo de ação, mas
acredita-se que a combinação dos alimentos presentes nessa dieta é responsável
por esse efeito. A dieta DAHS é rica em frutas, verduras, leite e derivados
desnatados, quantidades menores de gordura saturada e colesterol, por isso
mesmo traz benefício à saúde (SAMPAIO; SABRY, 2007).
https://www.youtube.com/watch?time_continue=76&v=MZDFdLSL6cA.
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
Diabetes
A diabetes é uma doença crônica que se revela por um aumento dos níveis
de açúcar (glicose) no sangue (hiperglicemia), para além dos parâmetros
considerados normais. Se não for reparado de forma adequada, este
desequilíbrio pode dar origem a complicações agudas e crônicas. Trata-
se de uma doença frequente em todo o mundo, mas sobretudo em países
industrializados. Seu nome científico é Diabetes mellitus (LAROUSSE, 2004).
Entre os fatores de risco relacionados com a diabetes, tem-se a idade, sexo, etnia
e histórico familiar, que não são sujeitos à modificação. Contudo, há fatores
modificáveis que devem ser foco para intervenções em saúde. Pode-se destacar
entre os fatores de risco modificáveis a obesidade e fatores dietoterápicos, o
sedentarismo e o tabagismo. Além disso, o estresse psicossocial e episódios
depressivos maiores podem, ainda, estar associados a um aumento de risco para
a patologia. É importante conhecer os riscos modificáveis para a instituição
de programas de prevenção. A diabetes mellitus vem sendo observada como
problema de saúde pública, visto que gera grande impacto social e econômico,
tanto em relação à produtividade quanto em relação aos custos, ocasionando
reflexos sociais relevantes. Para que haja uma redução do impacto econômico,
é necessário, primeiramente, diminuir a incidência da doença por meio de
medidas preventivas, sendo importante conhecer os fatores associados a essa
condição, para subsidiar os programas de prevenção e promoção de saúde
(DIAS, 2016).
Entre os seus tipos, destaca-se o DM tipo 2, que representa 90% dos casos da
síndrome, surgindo geralmente na idade adulta. As complicações do DM podem
ser agudas ou crônicas. Entre as complicações agudas estão a hiperglicemia e
a hipoglicemia. As complicações crônicas podem ser macrovasculares (doença
cardíaca coronária, doença vascular periférica e doença cerebrovascular),
microvasculares (retinopatia e nefropatia) e neurológicas (neuropatia)
(PONTIERI, 2007).
40
DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
Tipos de diabetes:
Existem outros tipos de diabetes que se manifestam pela elevação ocasional dos
níveis de glicose no sangue, como a diabetes gestacional e a diabetes secundária,
associada a uma doença, uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento
medicamentoso. Nessas situações, uma vez desaparecida a causa, costuma-se
recuperar a normalidade glicêmica.
https://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM.
Diabetes tipo 1
41
UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS
Como doença crônica é ainda encarregada por encargos relevantes em saúde, além
de causar diminuição da capacidade de trabalho e de expectativas de vida (GÓES,
VIEIRA, 2007; FLORA, GAMEIRO, 2016).
Diabetes tipo 2
A outra forma de diabetes é a não dependente de insulina, popularmente chamada
de tipo 2 (DM2). É mais comum, corresponde entre 90 a 95% de todos os casos
de DM e pode ser ocasionada por um defeito na produção e secreção da insulina
pelo pâncreas produzindo quantidades insuficientes e/ou por um problema nos
receptores, dificultando a sua utilização (FERREIRA, CAMPOS, 2014).
Diabetes gestacional
A gravidez é um estado que pode ocasionar uma intolerância aos
carboidratos e à Diabetes Mellitus (DM). Quando essa doença é diagnosticada
durante a gravidez é denominada Diabetes Mellitus Gestacional (DMG). A
presença de DMG implica alto risco para mãe e para o recém-nascido (COSTA
et al., 2015).
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS
Para grande parte dos pacientes o tratamento pode ser feito utilizando
comprimidos, já em outros casos, as insulinas também ajudam a controlar o nível
de glicose. Também é muito importante destacar que a atividade física regular
e a manutenção do peso corporal contribuem, e muito, para o bom controle do
diabetes (RAMOS et al., 2014).
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DOENÇAS CRÔNICAS E SEUS IMPACTOS │ UNIDADE II
Não existe dieta-padrão para a pessoa com diabetes. Uma avaliação nutricional
completa orientará o profissional de saúde a desenvolver um plano alimentar
que melhor se adeque às necessidades metabólicas, nutricionais e de estilo de
vida do diabético (CUPPARI, 2005).
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METABOLISMO E UNIDADE III
NUTRIENTES
CAPÍTULO 1
Energia, nutrientes, gasto energético e
metabolismo
Tecido adiposo
O tecido adiposo é o grande depósito de gordura corporal. Apesar de o acúmulo
de gordura ser correlacionado com doenças metabólicas e cardiovasculares, ele
protege contra o acúmulo ectópico de gordura, atuando como um tampão contra
a lipotoxicidade em outros tecidos. A massa adiposa pode ser expandida de
duas maneiras: por hipertrofia e hiperplasia, que respectivamente significam
o aumento do tamanho e no número de adipócitos. No primeiro momento, o
excesso de energia aumenta o tamanho dos adipócitos já maduros e presentes
no tecido adiposo. Se o desbalanço energético permanece, o aumento no
tamanho torna-se ineficaz para acomodar a quantidade de gordura, sendo
necessário o recrutamento de novas células. Assim, em geral, a forma
hiperplástica está presente em obesidades mais severas (PELLEGRINELLI;
CAROBBIO; VIDAL-PUIG, 2016).
46
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
47
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Termos Definições
Energia requerida para manter as funções vitais. É medida em condições específicas: uma completa noite de sono,
Gasto energético basal
jejum de 12-14 horas, acordado em completo repouso, e sem a realização de exercício físico no dia do teste.
Gasto energético em
Energia necessária para realização das atividades metabólicas; pode ser 3-10% maior que o gasto energético basal.
repouso
Gasto energético pela Energia demandada para realização das diversas formas de atividades físicas, contração muscular e manutenção
atividade física postural.
Efeito térmico dos alimentos Energia requerida após o consumo de alimentos para digestão, absorção, uso e estoque.
Energia demandada diariamente. Resultado da soma do gasto energético basal, gasto energético em atividade física,
Gasto energético diário
e do efeito térmico dos alimentos.
Fonte: adaptada de Carneiro et al., 2016.
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METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
Dessa forma, esse resultado pode ser reflexo do maior custo de movimento nas
pessoas obesas devido a maior massa corporal e não a maior tempo em atividade
física/exercício físico. Para se ter um exemplo, o custo de caminhada de uma hora
(em velocidade de 1,4 m/s) de um sujeito obeso classe III (≈ 124 kg) é duas vezes
maior que um indivíduo magro ( ≈ 63 kg) (448 kcal vs. 228 kcal) imaginando um
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UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
50
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
Nosso corpo possui a capacidade de manter o peso corporal quase que constante
apesar da grande variação no consumo alimentar e gasto energético entre os
dias. Um típico homem ocidental ganha em torno de 500 g de peso corporal
ao longo de 1 ano (WYE et al., 2007) e o importante estudo de Framingham
relatou um aumento no peso corporal de 10% ao longo de 20 anos (BELANGER;
CUPPLES; D’AGOSTINO, 1988).
Existem alguns modelos que tentam explicar o controle do peso corporal, sendo
o modelo de “set point” e o de “settling point” e o modelo de intervenção dupla
os mais populares. Kennedy sugeriu em 1953 que o tecido adiposo, com objetivo
de manter seu volume sempre em um ponto constante, produziria sinais, com
subsequentes respostas, para equilibrar o consumo e o gasto calórico. Essa
teoria, baseada no conceito de feedback negativo, ficou conhecida como modelo
lipostático de modulação do peso corporal (KENNEDY, 1953). Mais de 40 anos
depois com a descoberta da leptina, um hormônio secretado pelo tecido adiposo
com ação, principalmente, central de modulação do metabolismo energético, essa
teoria ganhou bases moleculares.
52
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
dois exemplos, o consumo (ou a chuva no caso do nosso exemplo didático) excessivo
ou reduzido altera e estabiliza o peso após encontrar um novo ponto de equilíbrio,
contudo enquanto a perturbação do sistema não cessar o peso não retorna ao que
era de base.
Profundidade da Vazão
B
Chuva
Profundidade da Vazão
C
Consumo energético
Settling point
Gasto energético
Atividade física
Disponibilidade de alimento
Outros
Fonte: adaptada de Keijer J et al. (2014) e Speakman et al. (2011).
53
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
No modelo de intervenção dupla não existe um ponto de ajuste, mas dois pontos
de intervenção, um superior e um inferior, determinados evolutivamente
pelo risco de predação (superior) e o risco de inanição (inferior), dentro
dos quais existe um ponto de indiferença. Nesse paradigma supõe-se que
animais mais pesados possuem maior risco de predação, reduzindo a chance
de passar os genes adiante e produzindo uma pressão evolutiva que impede
o aumento excessivo do peso corporal. Por outro lado, a redução do peso
corporal, seja pelo risco de morte por inanição, risco de morte por doenças
secundárias à fome ou redução da taxa de natalidade, causaria uma pressão
evolutiva selecionando os genes necessários para a defesa dos estoques de
energia. Para esse modelo somente quando a adiposidade ultrapassa o ponto
de intervenção é que respostas fisiológicas importantes são produzidas.
Obesidade e emagrecimento
54
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
pensar que a manutenção do peso seja mantida para toda a vida para que os
benefícios também sejam mantidos.
Para Gagnon LE, Sheff EJK. (2012) tal procedimento precisa ser recomendado
para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) ≥ 40 kg/m2 ou ≥ 35 kg/
m2 com a apresentação de alguma doença decorrente de tal estado de obesidade,
como as comorbidades aqui já delineadas. Ressaltando-se que são imperiosas a
consciência e a informação acerca das alterações de ritmo de vida posterior ao
procedimento cirúrgico. Kissler HJ, Settmacher U. (2013).
55
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Minerais
Macrominerais
56
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
pequena fração do cálcio estar solúvel como cátion nos líquidos extracelulares,
essa parcela é extremamente vital para processos fisiológicos de modulação de
enzimas, transdutor de sinal, na coagulação sanguínea e excitação das células do
músculo esquelético e liso. A maior fonte de cálcio são os produtos lácteos.
57
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
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METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
59
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Oligoelementos
Microbiota Intestinal
60
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Alimentação Antibióticos
e outros
Germfree
Sedentarismo
Fumo
Alteração da
Microbiota
Infecção de
Álcool repetição
Idade Estresse e
Poluição fadiga
62
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
Disbiose intestinal
Assim:
63
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
O mesmo autor discorre sobre várias causas da disbiose, nas quais há o uso
indiscriminado de fármacos, principalmente os antibióticos. É indispensável
que o uso de antibióticos pode causar diversos problemas no equilíbrio
microbiota. Isso acontece principalmente sobre as bactérias benéficas e acaba
promovendo diarreia por volta de 20% dos pacientes (SANZ, 2013).
Almeida et al (2009) corrobora com o autor acima, pois discorre que o uso
indiscriminado de antibióticos altera a microbiota intestinal. Outros exemplos
são: laxantes, consumo de alimentos processados, alta exposição às toxinas
ambientais, doenças consumptivas como câncer e AIDS. Também há outros
fatores que levam ao estado de disbiose como a idade, tempo de trânsito e pH
intestinal.
Dessa forma:
64
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
65
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Este tipo de dieta tem demonstrado promover a produção de metabólitos que são
prejudiciais aos tecidos do hospedeiro. Por outro lado, dietas pobres em substratos
que os micróbios precisam produzir metabólitos que promovam a saúde nos
66
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
A lise induzida por fago não apenas mata as bactérias, mas também
potencialmente leva à infecção de novos alvos bacterianos com mudanças na
forma como essas bactérias se comportam. Uma questão em aberto no campo
da disbiose é a importância de quando ocorrem as alterações bióticas na
comunidade microbiana. Os partos cesarianos levam a alterações nos eventos de
colonização precoce e a administração precoce de antibióticos pode prejudicar
significativamente as comunidades em desenvolvimento (ROBERFROID et al.,
2014).
Esses dois fatores têm sido associados a várias doenças imunomediadas mais
tarde na vida, mas ainda não há provas definitivas de causação ou insight sobre os
mecanismos. Além disso, muitos pacientes desenvolvem DII sem eventos precoces
que poderiam causar disbiose (DAVID et al., 2012).
67
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Alterações
Gastro-
intestinais Doenças
Artrite
Inflamatórias
Reumatoide
Intestinais
Câncer Esofagite
Pancreatite
Obesidade
aguda
DISBIOSE
Esteatose
Osteoporose
Hepática
Infecções
Baixa
Urinárias e
Imunidade
Genitais
Humor
Depressão
alterações
68
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
As causas da disbiose podem ser citadas por alguns fatores como: o consumo
excessivo de alimentos processados, as doenças consumptivas como câncer e
síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), a excessiva exposição a toxinas
ambientais, as disfunções hepatopancreáticas, o estresse, idade, o tempo de
trânsito e ph intestinal, a disponibilidade de material fermentável, o estado
imunológico do hospedeiro e a diverticulose (SANTOS, 2010).
Figura 6. A disbiose.
69
UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Segundo Bastelica et al. (2007) Almeida (2009) apud Cesar (2015), o tratamento
para a disbiose consiste em uma dieta que contenha probióticos, prebióticos
e medicamentos. Entretanto, para que o efeito benéfico na microbiota seja
duradouro, é importante a ingestão diária destes. Já em situações mais serias é
necessária lavagem no cólon.
Logo:
Dessa forma, os pacientes com disbiose têm que passar por uma reeducação alimentar
e deve-se evitar o consumo de leite e seus derivados, ovos e alimentos processados
de forma exagerada. Uma vez que o aumento na ingestão desses alimentos fomenta a
fermentação pelas bactérias.
70
METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
Segundo Almeida et al. (2009) apud Ferreira (2014) os alimentos funcionais que mais
se ressaltam são os probióticos e prebióticos. A utilização desses alimentos tem em vista
a integridade intestinal e, nesse sentido, podem ser usados para o restabelecimento da
microbiota em casos de disbiose intestinal.
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METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
Catequina, epicatequina,
Flavonóis
epigalocatequina
Flavonoides
Flavanonas Eriodictol, hesperitina, naringenina
Rufino et al. (2010) relataram uma correlação significativa entre o conteúdo de ácido
ascórbico e de fenólicos totais e a capacidade antioxidante de dezoito frutas tropicais
brasileiras.
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Em estudo realizado por Rufino (2010) verificou-se que a mangaba tem alto conteúdo
fenólico, 169 mg GAE 100g-1 em peso fresco. Entretanto, o perfil de fenólicos existentes
na fruta ainda é pouco conhecido, o que muitas vezes dificulta sua utilização em outros
segmentos como a indústria farmacêutica e cosmética.
Compostos
Fruta Atividade Antioxidante Fonte
Identificados
Cajá » Ácido elágico » 0,417 ± 0,01 (EC50 - DPPH)
Silva, et al. (2011).
(S. mombin) » Quercetina » 0,451 ± 0,029 (EC50- ABTS)
» Luteína
» Zeinoxanthin
Cajá Tibursk, Rosenthal, Deliza, Godoy e
» β-criptoxantina » 17,47±3,27 (mmol TEAC/g)
(S. mombin) Pacheco, (2011).
» α-caroteno
» β-caroteno
» Ácido gálico
» Ácido clorogênico
Seriguela
» Quercetina – Engels, et al. (2012).
(S. purpurea)
» Rutina
» Kampferol
» Rutina
Umbu » 0,558±0,008 (EC50 DPPH)
» Ácido Elágico Silva, et al. (2011).
(S. tuberosa) » 0,465±0,029 (EC50 ABTS)
» Quercetina
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Compostos
Fruta Atividade Antioxidante Fonte
Identificados
» Ácido gálico
» Catequina
» Ácido clorogênico
Polpa de Mangaba
» Ácido vanilíco – Lima, (2015).
(H. speciosa)
» Ácido cumarico
» Rutina
» Ácido Rosmarinico
Mangaba » Rutina
– Rego, (2015).
(H. speciosa) » Ácido clorogênico
» Ácido cafeico
Seriguela » Ácido elágico
» 27,11μg/mL (EC50) Silva, (2015).
(S. purpúrea) » Rutina
» Quercetina
Fonte: (SILVA, 2011; ENGELS, 2012 – modificado pelo próprio autor).
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CAPÍTULO 2
Paciente obeso e dietas da moda
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Dieta e exercício físico são dois pilares das intervenções comportamentais. Dietas
hipocalóricas reduzem a massa corporal, especialmente no curto prazo, mas
a melhor maneira de se realizar essa redução ainda é controversa. A restrição
intensa do consumo alimentar pode ser extremamente rígida e não sustentável
no longo prazo reduzindo a eficácia desse tipo de tratamento dietético. Assim,
várias dietas ditas milagrosas de fato possuem um efeito real na redução de peso
agudamente, mas não são adequadas à rotina da maioria da população, o que
reduz o engajamento e resulta em recuperação do peso no longo prazo. Segundo
a diretriz brasileira de obesidade “qualquer dieta prescrita para reduzir peso
tem de considerar, além da quantidade de calorias, as preferências alimentares
do paciente, o aspecto financeiro, o estilo de vida e o requerimento energético
para a manutenção da saúde” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA
OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA, 2016).
Ainda segundo a mesma diretriz: para quem deseja reduzir de 0,5 a 1 kg por
semana deve ser considerada uma dieta com déficit calórico de 500 a 1.000
Kcal. Dietas com baixas calorias, de 1.000 a 1.200 kcal por dia, conduzem a
perda aproximada de 8% do peso corporal num período de três a seis meses.
A recuperação do peso ao longo dos anos na maioria da população, talvez seja
reflexo da diminuição do engajamento. Dietas de baixíssimas calorias (400 a
800 kcal por dia) são mais eficientes no curto período de tempo em comparação
às dietas de baixas calorias. Entretanto, em longo prazo, a perda de peso é
similar.
Dietas da moda
https://www.redalyc.org/pdf/929/92915180013.pdf.
https://www.youtube.com/watch?v=y4yJLGTqTe4.
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Existem diversas “dietas da moda”, serão discutidas aqui três dietas populares:
pobres em carboidratos, pobres em gordura e jejum intermitente.
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METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
No outro extremo temos as dietas com alto consumo de gordura. Dietas ricas em
gordura são compostas de 55% a 65% de gordura ou mais. Tornaram-se famosas
após a dieta proposta pelo Dr. Atkins, publicada inicialmente em 1972, que libera o
consumo de gordura e proteína e restringe o consumo de carboidratos. Recentes
trabalhos que demonstraram os efeitos adversos do alto consumo de carboidratos
refinados e a apresentação de dados inconclusivos associando o consumo de gordura
ao desenvolvimento de doença cardiovascular reacenderam o interesse por esse tipo de
dieta.
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UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/o-perigo-escondido-nas-dietas-
da-moda/.
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METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
Jejum intermitente
Alguns autores sugerem que o jejum intermitente pouparia massa magra durante
a redução do peso, o que parece não ser verdade (HARVIE; HOWELL, 2016).
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UNIDADE III │ METABOLISMO E NUTRIENTES
Pelo menos no curto prazo o jejum intermitente parece ser uma estratégia
segura. No mesmo estudo de Cioffi et al. (2018) citado acima, os autores
relatam pequenos efeitos adversos: falta de energia, dores de cabeça, sensação
de frio, constipação e dificuldade de respirar. Existe a preocupação de que o
jejum intermitente poderia provocar padrões distorcidos de alimentação,
compulsão e baixo humor, contudo segundo Harvie e Howell (2016) pelo menos
em indivíduos obesos isso parece não ser verdade. Um estudo em mulheres com
peso normal relatou aumento no sentimento de fome, irritabilidade, medo de
perder o controle e piora no humor durante o período de jejum intermitente
(LAESSLE et al., 1996).
https://www.youtube.com/watch?v=CfOk1A7aEDc.
Dietas vegetarianas
As dietas vegetarianas são cada vez mais populares entre a população, como
também entre os praticantes de atividade física. Aqueles que as escolhem podem
estar motivados por diversas questões, seja filosófica ou ecológica ou até mesmo
por um estilo de vida mais saudável. Alguns estudos indicam que essa dieta
resulta em taxas menores de diabetes tipo 2, câncer de mama e de cólon e doenças
cardiovasculares e da vesícula biliar.
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METABOLISMO E NUTRIENTES │ UNIDADE III
vegetariana pelo propósito de boa saúde e não por seguirem uma ideologia
específica. Eles consideram uma refeição com carne ocasional aceitável.
As dietas vegetarianas tendem a ter menor teor de ferro do que as dietas onívoras,
entretanto o ferro não heme nas frutas, nos vegetais e nos cereais não refinados
são normalmente acompanhados no alimento ou nas refeições de grandes
quantidades de ácido ascórbico que auxiliam na assimilação do ferro. Alguns
estudos mostram que os vegetarianos não possuem um risco maior de deficiência
de ferro do que aqueles que não são vegetarianos.
Os vegetarianos que não consomem nenhum derivado do leite podem ter baixas
ingestões de cálcio, e as ingestões de vitamina D podem ser inadequadas entre
aqueles das latitudes setentrionais onde há menos exposição à luz solar. O cálcio
em alguns vegetais é inativado pela presença de oxalatos. Apesar de os fitatos
nos cereais não refinados também poderem inativar o cálcio, isso não é um
problema para os vegetarianos ocidentais, cujas dietas tendem a ser baseadas
mais em frutas e vegetais do que em cereais não refinados das culturas do oriente
médio. Os veganos a longo prazo podem desenvolver anemia megaloblástica por
causa de uma deficiência de vit B12, encontrada apenas em alimentos de origem
animal. As quantidades elevadas de folato nas dietas veganas podem mascarar
o dano neurológico de uma deficiência de vitamina B12. Os veganos devem ter
uma fonte confiável de vit B12, tais como cereais matinais fortificados, bebidas
à base de soja ou um suplemento. Apesar de a maioria dos vegetarianos atingir
ou exceder as necessidades de proteína, suas dietas tendem a ter menor teor
de proteína do que aquelas dos onívoros. Essa ingestão menor pode ajudar os
vegetarianos a reterem mais cálcio de suas dietas. Além disso, a menor ingestão
de proteína normalmente resulta em menor teor de gordura dietética porque
muitos produtos animais de alto teor proteico também são ricos em gordura.
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