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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7
UNIDADE ÚNICA
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER..................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
SISTEMA REPRODUTOR E MAMAS.............................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
SISTEMA URINÁRIO FEMININO................................................................................................. 18
CAPÍTULO 3
CICLO MENSTRUAL E FISIOLOGIA ENDÓCRINO-METABÓLICA................................................... 24
CAPÍTULO 4
ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DURANTE A GESTAÇÃO........................................ 35
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 65
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
O presente Caderno de Estudos e Pesquisa foi elaborado com o objetivo de propiciar conhecimentos
acerca do contexto educacional com foco na Anatomia e Fisiologia da Mulher. A cada capítulo
pensamos nas horas que você se dedica ao trabalho destinado às atividades educativas, bem como
às práticas desenvolvidas no cotidiano de um ambiente universitário. Lembrando sempre de que
você é o protagonista da história que estamos construindo a partir de agora.
Para nos conceituarmos, os estudantes de Anatomia e Fisiologia da Mulher de hoje, serão a próxima
geração de pesquisadores e profissionais altamente capacitados a exercer profissões diversas (área
biológica e saúde). Ainda estamos longe de entender completamente a anatomia e fisiologia do corpo
humano. Faz parte deste contexto, voltar-se ao organismo como um todo para entender e integrar
as funções corporais. Buscar as características e os mecanismos que tornam o corpo humano um
ser vivo é a principal vertente da anatomia e fisiologia humana. Neste contexto, para promover
qualquer intervenção competente é necessário entender o corpo humano em seu estado saudável.
Este Caderno fornecerá uma visão integrada da anatomia e fisiologia para o início de uma carreira
profissional respeitada e o real entendimento da complexidade do corpo humano e a importância
fundamental da anatomia e fisiologia no âmbito profissional.
Bons estudos!
Objetivos
»» Capacitar o aluno para compreensão da anatomia da pelve feminina, do sistema
reprodutor, urinário e mamas, da fisiologia e adaptações fisiológicas perante
as diferentes condições do ciclo vital da mulher, bem como das alterações
neuroendócrino-metabólicas envolvidas com o sistema reprodutor feminino.
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ANATOMIA E
FISIOLOGIA DA UNIDADE ÚNICA
MULHER
CAPÍTULO 1
Sistema reprodutor e mamas
Diferenciação Sexual
Nas cinco primeiras semanas de gestação, as gônadas femininas e masculinas são indiferenciáveis,
e seus tratos genitais ainda não se formaram. As células germinativas primordiais (oogônias) que
sofrem eventual divisão reducional e maturação, transformando-se em grande número de ovócitos.
Outra linhagem celular da gônada indiferenciada, as células mesenquimais, dão origem às células
tecais no ovário. A função dessas células é de secretar os hormônios androgênicos, precursores para
a síntese de estrogênios.
Sexo Genético
O complemento cromossômico feminino normal tem 44 autossomos e 2 sexuais, XX. Ambos os
cromossomos X são ativos nas células germinativas. A gênese do ovário normal depende da presença
de dois cromossomos X e da ausência do cromossomo Y. Normalmente, o segundo cromossomo X
de uma fêmea XX é inativado precocemente em todos os tecidos extragonadais. A diferenciação dos
ductos genitais femininos e da genitália externa requer que apenas o único cromossomo X restante
seja ativo no sentido de orientar a transcrição na célula. Se uma anormalidade da meiose, ou da
mitose, produz indivíduo com apenas um cromossomo X e sem cromossomo Y (cariótipo XO) o
fenótipo ainda será feminino, apesar das gônadas serem defeituosas.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Sexo Gonadal
Com 22 a 24 dias de gestação, as células germinativas estão presentes no endoderma do saco
vitelino, migram para a crista genital onde se associam com o tecido mesonéfrico para formar
uma gônada indiferenciada (7 a 10 dias). A gônada primitiva consiste de epitélio celômico
precursores das células da granulosa e das células do estroma do mesênquima, precursores da
teca e das células germinativas. Na fêmea geneticamente normal, a diferenciação da gônada
indiferenciada em ovário começa somente com nove semanas de idade, com a ativação de ambos os
cromossomos X. As células germinativas começam a sofrer mitose, dando origem as oogônias que
continuam proliferando.
Logo, a seguir, a meiose tem início em algumas oogônias que são cercadas por células da granulosa
e do estroma. Os oócitos primários permanecem no diplóteno (estágio tardio da prófase da meiose
até a possível ovulação). O córtex predomina e a medula regride.
O princípio orientador estabelece que as influências hormonais positivas com origem normalmente
na própria gônada, são necessárias para produzir a genitália masculina. Na ausência de qualquer
influxo hormonal gonadal forma-se a genitália feminina. Da terceira à sétima semana, formam-se
dois ductos genitais em cada lado do embrião. Nas fêmeas os ductos wolffianos começam a regredir
com 10 a 11 semanas, pois os ovários não secretam testosterona.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Oogênese
As células germinativas produzem as oogônias por divisão mitótica, essas oogônias entram na
prófase da meiose tornando-se oócitos primários. Os oócitos permanecem na prófase da meiose
até a ovulação anos depois.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Os ovários têm duas funções: a oogênese e a secreção dos hormônios sexuais femininos. Cada
ovário adulto é fixado ao útero por ligamentos e são divididos em três zonas (córtex, medula e hilo):
1. Córtex: camada mais externa e maior é revestida por epitélio germinativo e contém
todos os oócitos, cada um dos qual incluso em um folículo;
3. Hilo: camada mais interna, por meio da qual passam os vasos sanguíneos e os
linfáticos.
»» mantém a produção de esteroides para o feto até que a placenta assuma esta função.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
As tubas uterinas são dois canais finos que saem de cada lado do fundo do útero e terminam
com as extremidades próximas aos ovários, com um comprimento de 10cm cada, e função de
transporte dos óvulos que romperam a superfície do ovário para a cavidade do útero e também
para a fecundação. Podemos subdividi-las em partes: a uterina (dentro da parede uterina), o istmo
(mais estreita), a ampola (mais longa) e o infundíbulo (mais larga, terminando em prolongamentos
chamados fímbrias). O ligamento responsável por sua fixação é o mesossalpinge (ligação para o
ligamento largo).
Já o útero apresenta a importante função de receber o ovo e desenvolver a gestação. Tem a forma de
uma pera invertida, mas pode variar de forma, tamanho, posição e estrutura. É formado por tecido
muscular que se estende amplamente durante a gravidez e apresenta camadas, sendo o endométrio
aquele que sofre modificações com o ciclo menstrual, preparando-se mensalmente para receber o
ovo já fecundado e, caso isso não ocorra, apresenta descamação e é eliminado pela menstruação. Ele
está localização no centro da cavidade pélvica e sua posição pode ser subdividida em: anteversão (é o
ângulo de inclinação para frente formado entre os eixos da vagina e do útero), antefleção (é o ângulo
de inclinação para frente formado entre o colo do útero e o corpo do útero) e destrotorção (é a leve
inclinação do útero para a direita). É composto pela face anterior e pela posterior. É subdividido
em: fundo (parte superior, arredondada), corpo (apresenta as faces vesical – anterior – e intestinal
– posterior), istmo (parte estreita onde se forma o segmento inferior na gravidez – aplicação na
cesárea) e colo (apresenta duas partes, uma supravaginal e outra vaginal no interior da vagina, e
dois óstios um anatômico interno e outro na vagina). Os ligamentos responsáveis por sua fixação
são: redondo do útero (liga o fundo do útero ao monte do púbis passando pelo canal inguinal), o
largo (liga as margens laterais do útero ao monte do útero às paredes laterais da pelve menor), o
uterossacro (liga o colo do útero ao sacro e delimita a escavação retrouterina ou fundo de saco de
Douglas), e o cervical transverso (liga o colo do útero à parede lateral da pelve). Sua irrigação é feita
pela artéria uterina, ramo da artéria ilíaca interna.
O clitóris é um dos órgãos eréteis feminino, mediano, que corresponde aos corpos cavernosos do
homem. É envolvido por prolongamentos dos lábios menores que formam o prepúcio do clitóris,
superiormente e frênulo do clitóris, inferiormente. Suas partes podem ser subdivididas em: ramos,
corpo e glande. Os grandes lábios e os pequenos lábios são dobras de pele e mucosa que protegem
a abertura vaginal. Os pequenos lábios, durante o processo de excitação, ficam intumescidos e
aumentam sensivelmente seu tamanho durante a penetração nas relações sexuais. Os grandes
lábios ficam entre o monte púbico (ou monte de Vênus) e se estendem até o períneo, espaço entre
ânus e vulva, e são cobertos por pelos pubianos após a puberdade.
O hímen é uma membrana de tecido conjuntivo forrado por mucosa tanto interna quanto
externamente. Ele pode variar de tamanho e forma. No primeiro ato sexual, sofre ruptura,
permanecendo apenas pequenos fragmentos no local, chamados carúnculas himenais.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
A figura 2 representa os órgãos genitais externos femininos, onde se destaca o monte do púbis, os
lábios maiores e menores e o clitóris:
(GUYTON, 2006).
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Mamas
A glândula mamária, um órgão par, está situada na parede anterior do tórax (porção superior) e está
apoiada sobre o músculo peitoral maior (da segunda à sexta costela no plano vertical e do esterno
a linha axilar anterior no plano horizontal). As mamas iniciam seu desenvolvimento na puberdade.
É o responsável pela produção de leite para os bebês em seus primeiros meses de vida. A mama é
formada por tecido glandular, por tecido fibroso de conexão de seus lobos e por tecido gorduroso no
intervalo entre os lobos. Cada mama apresenta uma aréola e uma papila e, sua região central. Na
papila mamária ou mamilo, exteriorizam-se 15 a 20 orifícios ductais, que correspondem às vias de
drenagem das unidades funcionantes, que são os lobos mamários.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
A mama é irrigada pela artéria mamária interna e por ramos da artéria axilar. Da artéria mamária
partem os ramos perfurantes que atravessam os quatro primeiros espaços intercostais, em geral
dois vasos por espaço, que atravessam o músculo peitoral, atingindo a face posterior da mama. Os
ramos axilares da vascularização mamária são a artéria subescapular, a artéria torácica externa
e a artéria acromiotorácica. A pele, a aréola, o tecido subcutâneo e o parênquima mamário são
drenados por vasos linfáticos, que se dispõem da superfície para a profundidade, formando uma rede
linfática que se comunica entre si. Grande parte da drenagem linfática da mama segue em direção
aos linfonodos axilares que drenam a linfa proveniente da região centrolateral da mama, enquanto a
região medial da mama drena para os linfonodos da cadeia mamária interna. Os linfonodos axilares
são subdivididos em três níveis: linfonodos do primeiro nível axilar, linfonodos do segundo nível
axilar e linfonodos do terceiro nível axilar.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Na vida adulta, o estímulo cíclico de estrogênios e progesterona faz com que as mamas fiquem mais
túrgidas no período pré-menstrual, por retenção de líquido. A ação do hormônio progesterona, na
segunda fase do ciclo, leva a uma retenção de líquidos no organismo, mais acentuadamente nas
mamas, provocando nelas aumento de volume, endurecimento e dor. Após a menopausa, devido à
carência hormonal, ocorre atrofia glandular e tendência à substituição do tecido parenquimatoso
por gordura. O estrogênio fortalece a mama por meio de reservas de água e uma irrigação sanguínea
maior, fazendo com que as glândulas mamárias inchem e multipliquem o número de suas células.
Estas alterações são um preparo da gravidez e sua consequente produção de leite. Não havendo a
fecundação, todos os inchaços e outras modificações regridem com o início da menstruação.
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CAPÍTULO 2
Sistema urinário feminino
O aparelho urinário é constituído de dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. O rim é
o responsável pela homeostase (equilíbrio do meio interno), filtrando o plasma e removendo as
substâncias indesejáveis ingeridas pela pessoa ou produzidas pelo metabolismo corporal.
Os rins são órgãos retroperitoneais que possuem a forma de um grão de feijão, tendo em sua
concavidade o hilo, onde se encontram vasos, nervos e cálices renais, que vão formar a pelve renal,
que nada mais é do que a parte superior do ureter. Cada rim constitui-se de uma cápsula de tecido
conjuntivo denso, de uma zona cortical e de uma zona medular. Eles apresentam diversas funções,
dentre as quais se destacam as seguintes:
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Néfron: unidade morfofuncional dos rins. Cada rim possui aproximadamente 1 milhão de néfrons,
que em associação formam o rim. Cada néfron é constituído pelas seguintes estruturas.
»» Corpúsculo renal;
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
As duas porções da Alça de Henle, que são retilíneas, encontram-se na zona medular do rim. Já
os corpúsculos renais e os túbulos de trajeto tortuoso (contorcidos proximal e distal) alojam-se no
córtex (zona cortical).
»» Túbulo Contorcido Proximal – tem sua parede composta por um epitélio cúbico
simples, com células apresentando uma grande quantidade de microvilosidades
(“Borda em escova”). O citoplasma é acidofílico, rico em mitocôndrias. A membrana
plasmática apresenta inúmeras interdigitações. O Túbulo Contorcido (ou
Contornado) Proximal possui uma parte inicial tortuosa, próxima ao Corpúsculo
Renal, e uma parte retilínea que penetra na camada medular por uma pequena
extensão, e que continua com a Alça de Henle.
A transição entre o Túbulo Contorcido Proximal e a Alça de Henle pode ser brusca
ou gradual. A parte delgada da alça tem sua parede formada por células achatadas
com núcleos salientes para a luz. Esta estrutura desta parte da alça, por vezes, pode
ser confundida com a dos vasos sanguíneos, pela sua semelhança com tal. A parte
espessa da Alça de Henle tem sua estrutura da parede igual à do Túbulo Contorcido
Distal, ou seja, formada por epitélio cúbico simples.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
a parte apical das células do túbulo apresenta microvilos mais curtos e esparsos.
Estes túbulos encostam-se ao corpúsculo renal do mesmo néfron, modificando a
parede do túbulo neste ponto. As células tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos
alongados e próximos uns dos outros. Essa região denomina-se mácula densa, e
aparece mais escura nos cortes corados, justamente por causa da proximidade dos
núcleos das células. Evidências experimentais demonstram que a mácula densa é
sensível à concentração dos íons de sódio e de cloro, produzindo um sinal molecular
que modifica o calibre da arteríola aferente, regulando assim a filtração glomerular.
Nessa região o túbulo contorcido proximal entra em íntimo contato com as paredes
das arteríolas aferente e eferente. Nesse ponto, a túnica média da arteríola aferente
também se modifica apresentando, ao invés das fibras musculares lisas, as células
justaglomerulares (JG), que apresentam características de células secretoras.
Ureter: é um órgão muscular que conduz a urina do rim até a bexiga. Assim como os rins, são em
número de dois. Cada um mede aproximadamente 25 cm. O ureter atravessa obliquamente a parede
da bexiga, de modo que se forme uma válvula que impede o refluxo da urina. O ureter é composto
por três túnicas, que são as seguintes.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Bexiga: é um órgão que recebe a urina formada pelos rins, armazenando-a por algum tempo e a
conduzindo ao exterior à medida que aumenta a quantidade de urina dentro deste “reservatório”,
o que faz com que se eleve a pressão endovesical (normalmente 10cm de água) e, por volta de
200–300 ml, desencadeie o reflexo da micção. A bexiga também é composta por três túnicas, que
são as seguintes.
»» Túnica Mucosa
»» Túnica Muscular
›› Circular média.
›› Longitudinal externa.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Uretra: é um tubo fibromuscular que conduz a urina da bexiga para o exterior, durante o ato da
micção. Nos homens, a uretra dá passagem ao esperma na ejaculação. Já nas mulheres, é um órgão
exclusivo do sistema urinário. A uretra feminina possui de 4 – 5cm de comprimento, revestidos por
epitélio plano estratificado, com áreas de epitélio pseudo-estratificado colunar. Possui um esfíncter
de músculo estriado, o esfíncter externo da uretra, próximo à sua abertura no exterior.
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CAPÍTULO 3
Ciclo menstrual e fisiologia
endócrino-metabólica
O ciclo menstrual apresenta duração média de 28 dias. Apenas um óvulo único é liberado pelos ovários
a cada mês, e o endométrio é preparado para a implantação do “óvulo fertilizado”. Durante os anos
reprodutivos da vida adulta (13 a 46 anos de idade), 400 a 500 folículos primordiais se desenvolvem o
suficiente para expelir seus óvulos (um a cada mês). Os restantes passam por degeneração (tornam-se
atrésicos). Entre os nove e doze anos de idade, a hipófise começa a secretar progressivamente mais
hormônio folículo estimulante e hormônio luteinizante (puberdade). Tanto hormônio folículo
estimulante quanto o hormônio luteinizante estimulam as suas células alvo-ovarianas.
»» Fase Folicular
»» Fase Ovulatória
»» Fase Lútea
Células da granulosa são as únicas células com receptores para hormônio folículo-
-estimulante.
O sistema hormonal feminino, assim como o masculino, consiste em três hierarquias de hormônios:
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Os níveis de LH e FSH aumentam gradualmente nos últimos anos da vida reprodutiva e após
a menopausa, a perda do feedback negativo, faz com que os níveis de gonadotropinas sejam em
média 4 a 10 vezes maiores que os da fase folicular. Os principais efeitos destas variações hormonais
são: adelgaçamento do epitélio vaginal e perda das secreções, redução da massa mamária, fogacho
vascular (pulsos de LH) e labilidade emocional (mulheres obesas podem ter menos efeitos de
privação estrogênica, na conversão periférica de estrogênios).
Figura 9: Representação esquemática da atividade do eixo hipotálamo – hipófise – gônadas. (+) estímulo
excitatório – feedback positivo (-) estímulo inibitório – feedback negativo.
»» Efeitos do Estrogênio
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
»» Efeitos da Progesterona
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Após o nascimento de uma criança do sexo feminino, cada óvulo está envolto por uma única camada
de células granulosas, sendo definida como folículo primordial. Durante toda a infância, acredita-
se que as células granulosas ofereçam nutrição para o óvulo e para secretar um fator inibidor da
maturação do oócito que mantém o óvulo suspenso em seu estado primordial no estágio de prófase
da divisão meiótica. Após a puberdade, quando o FSH e o LH da hipófise anterior começam a ser
secretados em quantidades significativas, os ovários em conjunto com alguns dos folículos dentro
deles, começam a crescer. O primeiro estágio de crescimento folicular é o aumento moderado do
próprio óvulo, cujo diâmetro aumenta duas a três vezes. Dessa forma, se segue o crescimento de
outras camadas das células granulosas em alguns dos folículos, conhecidos como folículos primários.
Fonte: <http://blogdebiologia.wordpress.com/category/reproducao-humana-e-manipulacao-da-fertilidade/reproducao-
humana/>. Acesso em: 27/2/2012.
Somente um único folículo amadurecerá por mês, e os demais sofrerão atresia. Após uma semana ou
mais de crescimento, um dos folículos começa a crescer mais do que os outros; os outros 5 a 11 folículos
em desenvolvimento involuem e se tornam atrésicos. Não se sabe qual a causa da atresia, mas há a
possibilidade de as grandes quantidades de estrogênio do folículo de crescimento agir rapidamente
no hipotálamo, deprimindo a secreção mais intensa de FSH, bloqueando, desta forma, o crescimento
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
posterior dos folículos menos bem desenvolvidos. Dessa forma, o folículo maior continua a crescer
por causa de seus efeitos de feedback positivo intrínsecos, enquanto todos os outros folículos param
de crescer e efetivamente involuem. Esse processo de atresia é importante, pois normalmente permite
que apenas um dos folículos cresça o suficientemente todos os meses para ovular, o que evita que uma
criança se desenvolva em cada gravidez. O folículo único é denominado folículo maduro. A ovulação
na mulher que tem um ciclo sexual de 28 dias se dá 14 dias depois do início da menstruação. Um pouco
antes de ovular a parede externa protuberante do folículo incha-se rapidamente e uma pequena área
no centro da cápsula folicular, denominada estigma, projeta-se como um bico. Em 30 minutos ou mais,
o líquido começa a vazar do folículo por meio do estigma, que rompe inteiramente permitindo que um
líquido mais viscoso, que ocupava a porção central do folículo, projete-se para fora. O líquido carrega
consigo o óvulo cercado por uma massa de milhares de pequenas células granulosas denominadas
coroa radiada. O pico LH é necessário para o crescimento folicular final e para a ovulação. Sem este
hormônio, até mesmo quando grandes quantidades de FSH estão disponíveis, o folículo não progredirá
ao estágio de ovulação. Cerca de dois dias antes da ovulação, a taxa de secreção de LH pela hipófise
anterior aumenta bastante, subindo 6 a 10 vezes e com um pico em torno de 16 horas antes da ovulação.
O FSH também aumenta cerca de 2 a 3 vezes ao mesmo tempo, e FSH e LH agem sinergicamente
causando a rápida dilatação do folículo durante os últimos dias antes da ovulação. O LH tem ainda um
efeito específico nas células granulosas e tecais, convertendo-as principalmente em células secretoras
de progesterona. Portanto, a taxa de secreção de estrogênio começa a cair cerca de 1 dia antes da
ovulação, enquanto quantidades cada vez maiores de progesterona começam a ser secretadas. O LH
causa rápida secreção dos hormônios esteroides foliculares que contêm progesterona. Em algumas
horas ocorrem dois, ambos necessários para a evolução: a teca externa (a cápsula do folículo) começa
a liberar enzimas proteolíticas dos lisossomos, o que causa a dissolução da parede capsular do folículo
e consequente enfraquecimento da parede, resultando em mais dilatação do folículo e degeneração do
estigma. Simultaneamente, há um rápido crescimento de novos vasos sanguíneos na parede folicular
e, ao mesmo tempo são secretadas prostaglandinas nos tecidos foliculares.
As figuras 11 e 12 elucidam de forma bastante clara esses picos hormonais e as alterações celulares.
Figura 11: Concentrações plasmáticas dos hormônios LH, FSH, estrógeno e progesterona durante o ciclo menstrual.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Figura 12: Concentrações plasmáticas dos hormônios LH, FSH, estrógeno e progesterona durante o ciclo menstrual.
Corpo Lúteo
Na mulher normal, o corpo lúteo cresce aproximadamente 1,5 centímetro de diâmetro, atingindo
esse estágio de desenvolvimento 7 a 8 dias após a ovulação. Então, ele começa a involuir e
efetivamente perde suas funções secretórias, bem como sua característica lipídica amarelada. O
estrogênio particularmente e a progesterona em menor extensão, secretados pelo corpo lúteo
durante a fase luteínica do ciclo ovariano, têm efeitos de feedback potentes na hipófise anterior,
mantendo taxas secretórias reduzidas tanto de FSH quanto de LH.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
estrogênios também alteram o epitélio vaginal de um tipo cuboide para um tipo estratificado,
considerado mais resistente a traumas e infecções do que o epitélio antigo. As mamas primordiais
de homens e mulheres são exatamente iguais. De fato, sob a influência de hormônios apropriados a
mama masculina durante as primeiras duas décadas de vida pode desenvolver-se o suficiente para
produzir leite da mesma maneira que as mamas femininas. Os estrogênios causam desenvolvimento
dos tecidos estromais das mamas, crescimento de um vasto sistema de ductos, e depósito de gordura
nas mamas. Os lóbulos e alvéolos das mamas desenvolvem-se até certo ponto sob a influência apenas
dos estrogênios, mas é a progesterona e a prolactina que determinam o crescimento e a função final
das estruturas.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Fase Pós-Ovulatória
Após a ovulação, durante grande parte da última metade do ciclo mensal, a progesterona e o
estrogênio são secretados em grande quantidade pelo corpo lúteo. A progesterona causa inchaço e
desenvolvimento secretório acentuados do endométrio e as glândulas aumentam em tortuosidade,
para produzir um endométrio altamente secretor que contenha grandes quantidades de nutrientes
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
armazenados para prover condições apropriadas para a implantação de um óvulo fertilizado durante
a última metade do ciclo mensal.
Cerca de uma em cada três mulheres sofre de tensão pré-menstrual (TPM) com a aproximação do
período menstrual, que é caracterizada por um conjunto de sintomas e sinais que se manifesta um
pouco antes da menstruação e desaparece com ela. Se eles persistirem, não se trata da síndrome de
TPM, pois ela está diretamente relacionada com a produção dos hormônios femininos. Sua causa
não é muito conhecida, mas acredita-se que os sintomas são desencadeados pela ação do estrogênio
e da progesterona antes da menstruação. O estresse também pode piorar os sintomas, assim como
o consumo excessivo de chocolate e bebidas contendo cafeína (como café).
Menstruação
A menstruação é causada pela redução de estrogênio e progesterona, no final do ciclo ovariano
mensal. Durante as 24 horas que precedem o surgimento da menstruação, os vasos sanguíneos
tortuosos que levam o sangue às camadas mucosas do endométrio tornam-se vasoespásticos,
supostamente devido a algum efeito da evolução como a liberação de um material vasoconstritor.
O líquido menstrual normalmente é não coagulado porque uma fibrolisina é liberada em conjunto
com o material endometrial necrótico. A presença de coágulos durante a menstruação muitas
vezes representa uma evidência clínica de patologia uterina. Quatro a sete dias após o início da
menstruação a perda de sangue para, porque nesse momento, o endométrio reepitalizou-se.
Dois dos estrogênios sintéticos mais usados são o etinil estradiol e o mestranol. Dentre
as progestinas mais usadas temos a noretindrona, noretinodrel, etinodiol e norgestrel.
O fármaco é iniciado normalmente nos estágios iniciais do ciclo mensal e mantido
além da época em que normalmente se daria a ovulação. Em seguida, o fármaco é
interrompido permitindo que ocorra a menstruação e inicie-se um novo ciclo.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
A função biológica do orgasmo feminino, diferente do que ocorre nos homens, ainda não é um
consenso. Alguns pesquisadores acreditam que o fato dos humanos andarem em posição ereta tenha
ocasionado problemas, pois o local que o esperma entra nas mulheres, o óstio do colo do útero, fica
localizado numa posição superior. Segundo essa hipótese, o orgasmo provocaria relaxamento na
mulher, e que, por sua vez, deveria ficar deitada para facilitar a fertilização.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Desejo
Primeira Fase Sexual, em que os instintos são estimulados e os apetites crescem. O desejo, ou a
sensualidade, é uma experiência subjetiva que incita a pessoa a buscar atividade sexual. Em termos
cerebrais, há mensagens neurofisiológicas que motivam a busca por sexo. Esses sinais neurológicos
ainda não foram bem explicados, mas já se fala em uma espécie de Centro de Desejo Sexual no Cérebro,
que seria constituído principalmente por uma pequena região cerebral denominada Claustro. Nas
mulheres, o olfato e principalmente o tato, são bastante responsáveis pelo aumento do desejo sexual.
Excitação
A Segunda Fase do Ciclo Sexual ocorre quando o corpo passa a responder fisiologicamente frente
aos estímulos que dispararam o desejo sexual. Ou seja, a excitação é a resposta do corpo ao desejo.
Na mulher, a excitação é demarcada pela produção de uma secreção responsável pela lubrificação
vaginal. Duas alterações fisiológicas são as principais protagonistas nessa fase. A congestão vascular,
que é o aumento da quantidade de sangue superficial e/ou profunda acumulada em alguns órgãos
do aparelho genital e extragenital feminino, e a miotonia, que é a crescente e involuntária contração
de fibras musculares. Mas a resposta sexual feminina não aparece apenas nos genitais. Ela é um
continuum de todo o corpo frente a estímulos. Aparece nos seios (mamas), com um pequeno
aumento de seu tamanho e com a ereção dos mamilos. Há também o rubor sexual, quando a pele
fica mais avermelhada, e tanto a pressão sanguínea quanto a frequência cardíaca e respiratória
tendem a aumentar. Ocorrem contrações musculares nos órgãos próximos aos genitais, como o
reto (região anal), a uretra e a bexiga. Todos os órgãos genitais femininos vão sofrer as mesmas
alterações fisiológicas de vasocongestão e miotonia. Tanto o clitóris, quanto os pequenos e grandes
lábios aumentam de tamanho, ficando edemaciados e avermelhados. Os grandes lábios se retraem
deixando a entrada da vagina livre. O clitóris fica protegido sob um prepúcio (pele) e a vagina passa
a produzir uma secreção parecida com a saliva por um fenômeno semelhante à transudação (uma
espécie de suor da parede vaginal; muitos, erroneamente, acreditam ser a ejaculação feminina). Há
sensação de contração muscular irregular desses órgãos interno.
Orgasmo
Esta é a última Fase do Ciclo da Resposta Sexual. O orgasmo, o êxtase, o gozo ou ápice de prazer
ocorre quando há liberação de toda a tensão sexual acumulada. A profunda vasocongestão do clitóris,
pequenos e grandes lábios e do terço inferior da vagina denominamos plataforma orgásmica. Pode
ocorrer uma contração muscular prolongada e espástica de 4 a 5 segundos nesta região, antes de ocorrer
a descarga orgásmica. O orgasmo acontece: há uma explosão de contrações rítmicas e involuntárias na
plataforma orgásmica a uma frequência de aproximadamente 12 vezes, a cada 0,8 segundos.
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CAPÍTULO 4
Alterações anatômicas e fisiológicas
durante a gestação
Fisiologia da reprodução
Fertilidade
O óvulo permanece viável e capaz de ser fertilizado depois de ser expelido do ovário por um período
provavelmente de no máximo 24 horas. Portanto, é preciso haver um espermatozoide disponível logo
depois da ovulação para ocorrer fertilização. Alguns espermatozoides podem permanecer férteis no
aparelho reprodutor feminino por até cinco dias. A administração de estrogênio ou progesterona,
desde que nas quantidades apropriadas durante a primeira metade do ciclo mensal, pode inibir a
ovulação. A razão disso é que a administração apropriada de um desses hormônios pode evitar o
pico pré-ovulatório da secreção de LH pela hipófise, que é essencial à evolução. Entretanto, estudos
experimentais sugerem que imediatamente antes de ocorrer o pico, é provável que haja uma depressão
abrupta da secreção de estrógeno, o que causa o efeito de feedback subsequente na hipófise anterior
que ao pico de LH. A administração de hormônios sexuais evitaria a depressão hormonal ovariana
inicial que representaria o sinal desencadeador da ovulação. O problema de estabelecer métodos de
supressão hormonal da ovulação tem sido o de desenvolver combinações adequadas de estrógenos
e progestinas que suprimam a ovulação, mas não causem outros efeitos indesejáveis. Portanto,
praticamente todas as pílulas anticoncepcionais usadas no controle da fertilidade consistem em
alguma combinação de estrógenos e progestinas sintéticas. A principal razão de se usar sintéticos,
pois os hormônios naturais são quase que inteiramente destruídos pelo fígado pouco tempo depois de
serem absorvidos pelo trato gastrointestinal na circulação porta-hepática.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Gravidez
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
ainda maiores de seus hormônios sexuais (progesterona e estrógeno) pelos próximos meses. Esses
hormônios impedem a menstruação e fazem com que o endométrio continue a crescer e a armazenar
grandes quantidades de nutrientes, em vez de descamar no produto menstrual.
Placenta
A placenta, assim como o corpo lúteo, secreta tanto estrógeno como progesterona e o mais
importante é que os estrogênios secretados pela placenta não são sintetizados de novo a partir de
substratos básicos na placenta. Em vez disso, eles são sintetizados quase inteiramente a partir dos
compostos esteroides androgênicos, que são formados tanto nas glândulas adrenais da mãe quanto
nas glândulas adrenais do feto.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
quantidades maiores de glicose para o feto. Outra função é que promove a liberação de ácidos graxos
livres das reservas de gordura da mãe, proporcionando assim uma fonte alternativa de energia para
o metabolismo materno durante a gravidez. Ou seja, hoje acredita-se que a somatomamotropina
coriônica humana é um hormônio metabólico geral com implicações nutricionais específicas tanto
para a mãe quanto para o feto.
»» metabólica;
»» endócrina;
»» de trocas.
Nesse contexto, o enfoque é dado à placenta com órgão endócrino. A gravidez é acompanhada
de modificações endócrinas nos compartimentos materno, placentário e fetal, que se relacionam
intimamente. A placenta elabora hormônios proteicos e esteroides. É um órgão incompleto, pois
para sintetizá-los necessita de precursores não só maternos, mas principalmente, fetais.
»» Outros hormônios;
›› hormônio melanotrófico;
›› aldosterona.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
»» Hormônio melanotrófico
»» Aldosterona
›› De forma geral, tem função de manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de
progesterona e estrogênio não diminuam, garantindo, assim, a manutenção da
gravidez (inibição da menstruação) e a ausência de nova ovulação. Por volta
da 15a semana de gestação, com a placenta já formada e madura produzindo
estrógeno e progesterona, ocorre declínio acentuado na concentração de HCG e
involução do corpo lúteo.
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›› Estimula a síntese de esteroides, por meio da ativação do sistema enzimático
glicogênio-fosforilase e da aromatase, aromatizando os precursores C-19,
transformando-os em estrógenos.
Lactação
Durante a gravidez, há a necessidade de uma proliferação dos alvéolos e dos dutos para a lactação.
Isto ocorre devido à ação dos hormônios progesterona e estrogênio. O lactogênio placentário e a
prolactina também são muito importantes na preparação das mamas. A prolactina começa a ser
produzida ainda na puberdade, mas em pequena quantidade. O surto deste hormônio acontece em
decorrência da gravidez, e é aumentado, gradativamente, durante a amamentação. Tal hormônio
é responsável pelo crescimento e pela atividade secretora dos alvéolos mamários. O lactogênio
placentário age como a prolactina, desenvolvendo os alvéolos. Estes dois hormônios estão presentes
durante toda a gravidez, porém suas quantidades não são aumentadas, devido à inibição causada
pelos altos níveis de progesterona e estrogênio. Ao final do trabalho de parto, há uma queda nos
níveis destes dois últimos hormônios, ocasionando um aumento nas quantidades de prolactina e
lactogênio placentário, o que possibilita o início da produção de leite.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
›› O soro da gestante tem efeito estimulante sobre a tireoide durante toda a gestação.
»» Progesterona
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»» Estrogênio
»» Lactação
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›› Mamogênese
›› Lactogênese
›› Lactopoese
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
O estímulo inicial para ativação e/ou inibição desse eixo é o estresse, que via
aumento ou redução das concentrações de dopamina, respectivamente, estimula
neurônios específicos no hipotálamo a produzirem ou o hormônio estimulador
de lactotrofo (PRH) ou o hormônio inibidor de prolactina (PIH). O PRH por sua
vez, estimula um grupo celular específico na hipófise (os lactotrofos) a produzirem
o hormônio prolactina. A prolactina estimula o tecido alvo, ou seja, as mamas a
produzir caseína, uma proteína-chave na formação de leite. O inverso é recíproco,
quando o estímulo aumenta a produção do hormônio inibidor de prolactina, que
por sua vez inibe a produção de prolactina (pelos lactotrofos) e consequentemente
reduz a quantidade de caseína e a formação de leite.
Figura 19: Representação esquemática da atividade do eixo hipotálamo – hipófise – mamas. (+) estímulo
excitatório – feedback positivo (-) estímulo inibitório – feedback negativo.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Aparelho reprodutor
Útero
Na mulher não grávida o útero pesa +/- 70 g e tem uma cavidade de 10 ml ou menos. Durante a
gravidez o útero transforma-se para albergar o feto, a placenta e o líquido amniótico, num volume
total que ronda os 5 L numa gravidez normal de termo, mas podendo atingir os 20 L ou mais. Assim
o útero aumenta a sua capacidade 500 a 1000 vezes acima do seu estado não grávido, atingindo um
peso de +/- 1.100 g. O crescimento do útero dá-se à custa do estiramento e marcada hipertrofia das
células musculares, sendo mínimo o aumento em número dos miócitos. A acompanhar o aumento de
tamanho das células musculares há uma acumulação de tecido fibroso, particularmente na camada
muscular externa, juntamente com um aumento do tecido elástico, o que confere elasticidade e
resistência à parede uterina, que no termo apresenta uma espessura de 1,5 cm ou menos.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Colo uterino
Embora o colo tenha uma pequena quantidade de músculo liso, seu maior é tecido conjuntivo. O
rearranjo desse tecido conjuntivo rico em colágeno é necessário para permitir funções tão diversas
como a manutenção de uma gravidez até ao termo, dilatação para permitir o parto e reparação após
o parto de forma a permitir uma nova gravidez bem sucedida. As células da mucosa endocervical
produzem quantidades copiosas de um muco espesso que obstrui o canal cervical rapidamente após
a concepção.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Ovários
Normalmente, apenas se encontra um único corpo amarelo nos ovários de uma mulher grávida. Este
funciona, maximamente, durante as primeiras 6 a 7 semanas de gravidez, produzindo a progesterona
necessária à manutenção da gravidez. A sua remoção cirúrgica antes das 7 semanas de gravidez resulta
numa quebra abrupta dos valores séricos de progesterona e, subsequente, aborto espontâneo.
Relaxina – este hormônio proteico tem semelhanças estruturais com a insulina e com os fatores de
crescimento insulina-like I e II. A sua ação biológica principal é a remodelação do tecido conjuntivo
do aparelho reprodutor, permitindo a acomodação da gravidez e um parto bem-sucedido. É
segregada pelo corpo amarelo, decídua e placenta.
Trompas de falópio
Vagina e períneo
Pele
Parede abdominal
Nos últimos meses da gravidez, podem surgir marcas avermelhadas com alguma depressão – as
estrias gravídicas – na pele do abdômen, seios e coxas. Por vezes, os músculos da parede abdominal
não aguentam a pressão a que são submetidos, e os retos abdominais afastam-se na linha média,
originando uma diástase de grau variado. Se muito severa, a parede uterina anterior pode ficar
coberta apenas por uma camada de pele, fáscia enfraquecida e peritoneu.
Pigmentação
Em muitas mulheres, a linha média abdominal – linha alba – torna-se muito pigmentada, assumindo
uma cor castanha escura. Ocasionalmente, podem aparecer manchas irregulares acastanhadas
de tamanho variável no rosto e pescoço, dando origem ao cloasma ou melasma da gravidez. A
pigmentação da aréola mamária e da pele dos genitais também podem se acentuar. Estas alterações
pigmentares usualmente desaparecem, ou pelo menos regridem consideravelmente, após o parto.
O hormônio melanócito-estimulante, presente em grande quantidade a partir do fim do 2o mês de
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
gravidez e até ao termo, e o estrogênio e a progesterona com efeito estimulante dos melanócitos,
parecem ser os responsáveis por estas alterações.
Alterações vasculares
Cerca de dois terços das mulheres de raça branca e 10% das de raça negra, aparecem angiomas – as
aranhas vasculares – comuns na face, pescoço, colo e braços. Também em dois terços das grávidas
de raça branca e um terço das de raça negra, encontra-se eritema palmar. Nenhuma dessas situações
se reveste de significância clínica, desaparecendo, na maior parte das mulheres, rapidamente após
o parto. São consequências da hiperestrogenemia.
Seios
Nas primeiras semanas da gravidez, é frequente as mulheres sentirem um aumento da sensibilidade
mamária e formigamentos. Após o segundo mês de gravidez, os seios aumentam de volume e a rede
venosa cutânea torna-se visível. Os mamilos tornam-se maiores, mais pigmentados e protuberantes
e podem exteriorizar o colostro desde cedo. O tamanho do seio antes da gravidez não tem qualquer
correlação com a futura produção de leite.
Alterações metabólicas
Como resposta às necessidades crescentes do feto em desenvolvimento e da placenta, a mulher grávida
sofre numerosas e intensas alterações metabólicas. Só como exemplo, as necessidades adicionais em
energia para o total da gravidez estimam-se em 80 mil Kcal, ou seja, cerca de 300 kcal/dia.
Aumento de peso
A maior parte do aumento de peso durante a gravidez é atribuível ao útero e ao seu conteúdo, aos
seios e ao aumento do volume sanguíneo e do líquido extracelular. Uma menor porção resulta das
alterações metabólicas que condicionam um aumento na água celular e deposição de nova gordura
e proteínas, constituindo as reservas maternas. O aumento médio de peso durante a gravidez é 12,5
kg. O peso inicial materno e o aumento de peso durante a gravidez relacionam-se diretamente com
o peso fetal à nascença.
Metabolismo da água
A retenção aumentada de água é uma alteração fisiológica normal da gravidez. Esta retenção é
mediada, pelo menos em parte, por uma baixa da osmolaridade plasmática de aproximadamente 10
mOsm/kg induzida por um reajuste dos limiares da sede e da produção de vasopressina. No termo,
o conteúdo em água do feto, placenta e líquido amniótico, ronda os 3,5 L. Mais de 3 L acumulam-
se como resultado do aumento do volume sanguíneo materno e do tamanho do útero e dos seios,
fazendo com que, numa gravidez normal, o aumento mínimo de água extra seja, na média, de 6,5 L.
É comum verificarmos a presença de edema dos tornozelos e pernas em grávidas, sobretudo ao final
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
do dia. Essa acumulação de fluído, que pode atingir um litro ou mais, é causada por um aumento
da pressão venosa abaixo do nível do útero, consequência da oclusão parcial da veia cava inferior.
A baixa da pressão coloide osmótica intersticial, induzida pela gravidez normal, também favorece o
edema no fim da gravidez.
Os produtos da concepção, o útero e o sangue maternos são mais ricos em proteínas do que
em gordura e carboidratos. No termo, o feto e a placenta, juntos, pesam cerca de 4 kg e contêm
aproximadamente 500g de proteínas, que representam metade do ganho total em proteínas da
gravidez. Os restantes 500g depositam-se no útero (sob a forma de proteína contrátil), nos seios (na
glândula mamária) e no sangue materno (como hemoglobina e proteínas plasmáticas). Para suprir
essa necessidade em proteínas, verifica-se um aumento no uso das proteínas da dieta.
A gravidez normal caracteriza-se por uma ligeira hipoglicemia em jejum, hiperglicemia pós-
prandial e hiperinsulinemia. Estas alterações não podem ser explicadas por uma diminuição
do metabolismo da insulina, pois a sua semivida mantém-se constante ao longo de toda a
gravidez. O aumento basal no nível plasmático da insulina na gravidez normal está associado
à alteração das respostas da grávida à ingestão de glicose. Após uma refeição oral de
glicose, a grávida apresenta hiperglicemia e hiperinsulinemia prolongadas, com uma maior
supressão do glucagon, o que demonstra um estado, induzido pela gravidez, de resistência
periférica à insulina. O propósito desta alteração será, certamente, garantir um aporte
pós-prandial sustentado de glicose ao feto. Estima-se que a ação da insulina, no fim de uma gravidez
normal, seja 50% a 70% mais baixa do que em mulheres saudáveis não grávidas. A grávida passa
rapidamente de um estado pós-prandial, caracterizado por uma hiperglicemia sustentada, para
um estado de jejum, caracterizado por níveis plasmáticos baixos de glicose e aminoácidos, como a
alanina. Durante o jejum, as concentrações mudança brusca do combustível celular da glicose para
os lipídeos, os autores chamam “fome acelerada”. Quando o jejum é prolongado na grávida, essas
alterações tornam-se exageradas e a cetonemia rapidamente aparece.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Durante uma gravidez normal, são retidos quase 1000 mEq de sódio e 300 mEq de potássio. Embora
a filtração glomerular do sódio e do potássio esteja aumentada, a excreção desses eletrólitos não
sofre alteração durante a gravidez, como resultado de um aumento da reabsorção tubular. Embora
a gravidez esteja associada a um aumento do valor absoluto destes eletrólitos, os seus valores séricos
estão ligeiramente diminuídos como resultado do aumento do volume plasmático. Os níveis séricos
totais de cálcio diminuem na gravidez, refletindo a baixa da concentração plasmática de albumina.
Os níveis do cálcio ionizado mantêm-se inalterados.
Alterações hematológicas
Volume sanguíneo
O volume sanguíneo materno aumenta marcadamente durante a gravidez. No termo, o volume
de sangue atinge os 40% a 45% acima do valor fora da gravidez. O grau de aumento varia
consideravelmente. Em algumas mulheres ocorre um modesto aumento, enquanto noutras o
volume pode duplicar.
2. Proteger a mãe, e por seu lado o feto, contra os efeitos nefastos da diminuição do
retorno venoso, nas posições supina e de pé.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Metabolismo do ferro
O conteúdo total em ferro numa mulher adulta normal varia entre 2 e 2,5g, ou seja, metade do valor
do homem. Os depósitos de ferro numa mulher jovem são de apenas 300mg.
O aumento do volume total de eritrócitos circulantes – cerca de 450 ml – utiliza mais 500 mg
de ferro, pois 1 ml de eritrócitos normais contêm 1,1 mg de ferro. Praticamente todo o ferro para
estes fins é utilizado na segunda metade da gravidez, tornando as necessidades em ferro muito
aumentadas nesta fase, por volta de 6 a 7 mg/dia. Esta quantidade não está disponível nos depósitos
de ferro da maioria das mulheres, e a não ser que seja exogenamente fornecida, não se dará o
aumento desejável no volume eritrocitário e na concentração da hemoglobina.
Geralmente, nem todo o ferro adicionado à circulação materna sob a forma de hemoglobina se perde.
Durante um parto vaginal normal, e nos dias seguintes, apenas cerca de metade dos eritrócitos
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
acrescentados à circulação materna são perdidos, na maioria das mulheres. Estas perdas derivam
do sangramento do leito placentar, da episiotomia ou laceração. Num parto vaginal normal de um
só feto, as perdas habituais de sangue rondam os 500 a 600ml, enquanto numa cesariana ou num
parto vaginal de gêmeos as perdas atingem os 1.000ml.
Coagulação
Na gravidez normal, a cascata da coagulação está num modo ativado, como se verifica pelo aumento
de todos os fatores da coagulação, exceto os fatores XI e XIII, com níveis aumentados de complexos
de fibrinogênio de alto peso molecular. Considerando o substancial aumento fisiológico no volume
plasmático, uma elevação tal nestas concentrações representa um marcado aumento na produção
destes procoagulantes.
O fibrinogênio plasmático (fator I) aumenta cerca de 50%, atingindo valores médios de 450 mg/dl
no fim da gravidez, podendo variar de 300 a 600 mg/dl. Complexos solúveis fibrina-fibrinogênio de
alto peso molecular estão presentes na circulação da grávida normal e as concentrações séricas de
Ddímeros aumentam com a idade gestacional. Os tempos da coagulação do sangue total, no entanto,
não diferem significativamente na grávida normal. A gravidez normal também induz alterações nas
plaquetas, diminuindo ligeiramente a sua contagem. Os autores definem trombocitopenia quando a
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
contagem cai abaixo do percentil 2,5, o que corresponde ao valor de 116.000/ml. Durante a gravidez,
a largura e volume das plaquetas aumentam.
Sistema cardiovascular
Durante a gravidez e o puerpério o coração e a circulação sofrem alterações fisiológicas notáveis. As
alterações mais importantes na função cardíaca ocorrem nas primeiras 8 semanas de gravidez. O
débito cardíaco aumenta logo à quinta semana, como resultado da baixa das resistências vasculares
periféricas e de um aumento da frequência cardíaca.
Entre as semanas 10 e 20, ocorre um marcado aumento no volume plasmático, de tal forma que a
précarga aumenta. A função ventricular durante a gravidez é influenciada tanto pela diminuição das
resistências vasculares periféricas quanto pelas alterações no fluxo arterial pulsátil. A capacitância
vascular aumenta, em parte, por um aumento da complacência vascular.
Coração
A gravidez normal não induz alterações eletrocardiográficas características, a não ser um ligeiro
desvio esquerdo do eixo, resultante da alteração da posição do coração. Alguns sons cardíacos podem
alterar-se durante a gravidez. Um exagero do desdobramento de S1, sem alterações de S2 e um S3
alto e bem audível. Em 90% das grávidas ouve-se um sopro sistólico que desaparece rapidamente
após o parto. O ventrículo esquerdo está aumentado como resultado de hipertrofia excêntrica.
Uma pós-carga marcadamente atenuada, que se manifesta por diminuição da resistência vascular
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
periférica e da pressão arterial média, permite um aumento apreciável do débito cardíaco. Além
disso, o diâmetro da aurícula esquerda e o diâmetro, no fim da diástole, do ventrículo esquerdo são
maiores, refletindo o aumento da pré-carga. O aumento da frequência cardíaca e da contractilidade
inotrópica implicam uma diminuição da reserva cardiovascular.
Débito cardíaco – durante uma gravidez normal, a pressão arterial e a resistência vascular diminuem
enquanto o volume sanguíneo, o peso materno e a taxa metabólica basal aumentam. Qualquer um
destes fatores pode afetar o débito cardíaco. É reconhecido que em repouso, quando medido em
decúbito lateral, aumenta de modo significativo, desde o princípio da gravidez. Continua a aumentar
e mantém-se elevado durante a restante gravidez. Tipicamente, o débito cardíaco no fim da gravidez
é apreciavelmente mais alto em decúbito lateral do que em decúbito dorsal, porque nesta última
posição o útero de grande volume frequentemente impede o retorno venoso ao coração. Durante
o primeiro estádio do trabalho de parto, o débito cardíaco aumenta moderadamente, e durante o
segundo estádio, com os esforços expulsivos vigorosos, é apreciavelmente mais alto. A maior parte
do aumento induzido pela gravidez perde-se rapidamente após o parto. Função hemodinâmica no
fim da gravidez – estudos hemodinâmicos invasivos realizados em grávidas saudáveis de 35 a 38
semanas e 11 a 13 semanas após o parto mostraram aumento da frequência cardíaca, da fração de
ejeção e do débito cardíaco no fim da gravidez. As resistências vasculares sistêmica e pulmonar
baixam significativamente, assim como a pressão coloidosmótica. A pressão de encravamento
capilar pulmonar e a pressão venosa central não se alteram significativamente. A função ventricular
esquerda mantém-se semelhante à do estado de não gravidez, pelo que podemos afirmar que a
gravidez normal não é um estado contínuo de “alto débito”.
A posição da grávida afeta a pressão arterial. A pressão arterial diminui até ao seu valor mais baixo
no meio da gravidez e depois sobe até ao fim do tempo. A diastólica desce mais que a sistólica. A
pressão venosa na metade superior do organismo permanece inalterada, mas o fluxo sanguíneo nas
pernas lentifica-se durante a gravidez, exceto em decúbito lateral, suportando a hipótese de que
o útero aumentado oclui as veias pélvicas e a veia cava inferior. Estas alterações contribuem para
o estabelecimento do edema frequentemente observado no termo, e desenvolvimento de varizes
nas pernas e na vulva, assim como o aparecimento de hemorroidas. Também predispõem para a
trombose venosa profunda.
Hipotensão supina – no fim da gravidez, com a mulher em decúbito dorsal, o grande útero grávido
comprime marcadamente o sistema venoso que retorna o sangue da metade inferior do organismo.
Como resultado, o preenchimento cardíaco reduz-se e o débito cardíaco diminui. Em cerca de 10%
das mulheres estes fenômenos causam hipotensão arterial significativa, referida como síndrome
da veia cava inferior ou síndrome da hipotensão supina. Também a aorta pode ser suficientemente
comprimida de forma a baixar a pressão arterial abaixo do nível de compressão. Assim, a pressão
arterial uterina baixa significativamente em relação à pressão na artéria umeral. Na presença de
hipotensão sistêmica, como ocorre com a analgesia espinal, a diminuição na pressão arterial uterina
é ainda mais marcada. Renina, Angiotensina II e Volume Plasmático – o eixo renina-angiotensina-
aldosterona está intimamente envolvido na regulação renal da pressão arterial, por meio do balanço
da água e do sal. Todos os componentes deste sistema estão aumentados na gravidez normal. A
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
renina é produzida quer pelos rins maternos quer pela unidade uteroplacentar, e o substrato da
renina (angiotensinogênio) é produzido pelos fígados materno e fetal. A estimulação do sistema
renina-angiotensina é importante para a manutenção dos valores da pressão arterial durante o
primeiro trimestre da gravidez. As grávidas normais (sem doença hipertensiva prévia ou induzida
pela gravidez) apresentam refratoriedade aos efeitos hipertensivos da angiotensina II. Esta condição
deriva duma ausência de resposta individual das paredes vasculares à angiotensina II. Nas mulheres
que vão desenvolver, ou que já apresentam pré-eclampsia, não só não existe esta refratoriedade,
como também apresentam uma sensibilidade aumentada à angiotensina II.
Fluxo Sanguíneo Cutâneo – o aumento do fluxo sanguíneo cutâneo na gravidez serve para dissipar
o excesso de calor que é gerado pelo aumento do metabolismo.
Trato respiratório
Durante a gravidez, o diafragma sobe cerca de 4 cm. O ângulo subcostal alarga-se à medida que o
diâmetro transverso da caixa torácica aumenta cerca de 2 cm. O perímetro torácico aumenta cerca
de 6 cm, mas não o suficiente para impedir a redução do volume residual funcional, originado pela
subida do diafragma.
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UNIDADE ÚNICA │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER
Função pulmonar
A frequência respiratória praticamente não se altera durante a gravidez, mas o volume corrente, o
volume ventilatório por minuto e a absorção de oxigênio por minuto aumentam significativamente
à medida que a gravidez progride. A capacidade respiratória máxima e a capacidade vital forçada
não se alteram apreciavelmente. A capacidade residual funcional e o volume residual estão
diminuídos como consequência da elevação do diafragma. A complacência pulmonar não é afetada
pela gravidez. A condutância das vias aéreas está aumentada e a resistência pulmonar total está
diminuída. O volume crítico de encerramento (volume pulmonar com qual as vias aéreas das
zonas dependentes do pulmão começam a encerrar durante a expiração), é mais alto durante
a gravidez. As necessidades aumentadas em oxigênio e o volume crítico de encerramento mais
elevado tendem a tornar as doenças respiratórias mais graves durante a gravidez. Em qualquer
uma das fases da gravidez, a quantidade de oxigênio que entra para os pulmões por meio do
aumento do volume corrente excede claramente as necessidades aumentadas impostas pela
gravidez. Além disso, a quantidade de hemoglobina em circulação, e, portanto a capacidade de
transporte do oxigênio, aumenta consideravelmente durante uma gravidez normal, assim como
o débito cardíaco. Como consequência, o gradiente do oxigênio arteriovenoso materno diminui.
O conteúdo em oxigênio do sangue arterial é significativamente mais baixo no terceiro trimestre
da gravidez, em virtude da baixa do conteúdo em hemoglobina – a chamada anemia fisiológica
da gravidez.
A função pulmonar não difere nas gestações únicas ou múltiplas, mas quando
comparadas com mulheres não grávidas verifica-se que, no terceiro trimestre, a
capacidade de reserva funcional e o volume de reserva expiratória são 20% e 30 %
mais baixos, respectivamente. Além disso, a ventilação por minuto aumenta cerca
de 30 %, tão cedo como no primeiro trimestre da gravidez.
Equilíbrio ácido-base
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER │ UNIDADE ÚNICA
Sistema urinário
Rim
A gravidez provoca várias alterações no sistema urinário. O tamanho dos rins aumenta ligeiramente.
A taxa de filtração glomerular e o fluxo plasmático renal aumentam logo no início da gravidez, um
aumento de 50% ou mais no início do segundo trimestre. A taxa de filtração glomerular mantém-se
elevada até ao termo, embora o fluxo sanguíneo renal diminua para o fim da gravidez. A excreção
renal da calicreína, uma protease tecidular sintetizada nas células do túbulo distal, aumenta entre as
semanas 18 e 34. Tal como com a pressão arterial, a postura materna influencia consideravelmente
a função renal. No fim da gravidez, o fluxo urinário e a excreção de sódio diminuem para menos de
metade na posição supina, quando comparada com o decúbito lateral.
Testes da função renal – a gravidez normal influencia a leitura dos testes da função renal. A creatinina
sérica e a ureia diminuem de uma média de 0,7 e 1,2 mg/dl para 0,5 e 0,9 mg/dl, respectivamente.
Valores de 0,9 e 1,4 mg/dl sugerem doença renal e devem requerer um estudo imediato da função
renal. O clearance da creatinina deverá ser 30% mais alto do que os 100 a 115 ml/min, normalmente
encontrados fora da gravidez. O clearance da creatinina é um teste útil para o estudo da função
renal da grávida, desde que a recolha de urina seja feita por um período de tempo correto – durante
o dia as grávidas acumulam água sob a forma de edema nas zonas dependentes, que mobilizam
durante a noite, quando deitadas, e excretam por meio do rim, originando flutuações marcadas na
densidade urinária. Esta alteração do padrão normal diurno do fluxo urinário causa notúria, com
urina mais diluída. A incapacidade de concentrar a urina, após 18h de privação de líquidos, não
significa doença renal, na grávida.
Uereteres
Quando o útero sobe e sai completamente da cavidade pélvica, encosta aos ureteres e desvia-os
lateralmente, comprimindo-os no bordo pélvico. A dilatação ureteral raramente é simétrica, sendo
comum ser mais marcada à direita, talvez pela dextrorotação do útero. O ureter alonga-se, ao mesmo
tempo em que se distende, originando frequentemente curvaturas no seu trajeto.
Bexiga
Até às 12 semanas poucas alterações anatômicas se observam na bexiga. A partir desse tempo, o
útero aumentado, a hiperemia que afeta os órgãos pélvicos e a hiperplasia dos tecidos muscular
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Trato gastrointestinal
À medida que a gravidez progride, o estômago e os intestinos são deslocados pelo útero em
crescimento. As implicações destas alterações posicionais são variadas. O apêndice, por exemplo,
é usualmente deslocado para cima e lateralmente, podendo atingir o flanco direito. O tempo de
esvaziamento gástrico não parece modificar-se durante cada um dos trimestres e quando comparado
com mulheres não grávidas (estudo realizado com técnicas de absorção do acetaminofeno –
paracetamol). Contudo, durante o trabalho de parto e especialmente após administração de agentes
analgésicos, o esvaziamento gástrico pode prolongar-se apreciavelmente. Como resultado, é alto
o risco de regurgitação e aspiração durante uma anestesia geral para cesariana, quer de alimentos
quer de suco gástrico extremamente ácido A pirose (azia) é comum durante a gravidez e é muito
provavelmente causada pelo refluxo das secreções gástricas ácidas para o esófago distal. Embora
a alteração da posição do estômago possa contribuir para a sua frequente ocorrência, o tónus do
esfíncter esofágico inferior está diminuído, permitindo a fácil passagem das secreções. Além disso,
a pressão intragástrica é mais alta e a pressão intraesofágica mais baixa nas grávidas. Ao mesmo
tempo a peristalse esofágica está diminuída. As gengivas tornam-se epidêmicas e amolecidas
durante a gravidez e podem sangrar quando ligeiramente traumatizadas, como na escovagem dos
dentes. Um inchaço focal, altamente vascularizado das gengivas, desenvolve-se ocasionalmente mas
tipicamente regride espontaneamente após o parto. A maior parte dos estudos indica que a gravidez
não origina cárie dentária. As hemorroidas são bastante comuns durante a gravidez. Resultam, em
larga medida, da obstipação e da pressão elevada nas veias a jusante do útero grávido.
Fígado
O fígado não sofre alterações, quer em tamanho quer na sua histologia, durante a gravidez. O calibre
da veia porta e o seu fluxo sanguíneo aumentam marcadamente. Nos estudos da função hepática,
a fosfatase alcalina quase duplica, mas muito deste aumento deve-se à fosfatase alcalina de origem
placentar. As transaminases, a gama-GT e as bilirrubinas estão ligeiramente diminuídas durante
a gravidez A concentração da albumina plasmática diminui durante a gravidez. No termo, por
exemplo, a concentração da albumina plasmática ronda os 3g/dl em oposição ao valor habitual
de 4,3 g/dl das mulheres não grávidas. No entanto, o valor total de albumina está aumentado, em
virtude de um volume de distribuição aumentado.
Vesícula biliar
Durante a gravidez normal, a contractilidade da vesícula biliar está diminuída, levando ao aumento
do volume residual. Esta diminuição leva a estase biliar, e esta, ao aumento da concentração em
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Sistema endócrino
Hipófise
Durante uma gravidez normal, a hipófise aumenta aproximadamente 135%. Este aumento não
condiciona alterações na visão. A hipófise materna não é essencial para a manutenção da gravidez,
como se comprova por gravidezes levadas a bom termo em mulheres que sofreram hipofisectomia,
desde que recebam glucocorticoides, hormônio tiroideiano e vasopressina.
Glândula tiroide
A gravidez induz um aumento marcado dos níveis circulantes da principal proteína transportadora
da tiroxina, em resposta aos elevados níveis de estrogênio. A placenta produz, em excesso, vários
fatores de estimulação tiroidea. Na gravidez, há uma menor disponibilidade de iodeto para a tiroide
materna. A clearance e excreções renais aumentadas resultam num estado de relativa deficiência
em iodo. A tiroide sofre um moderado aumento no tamanho, devido à hiperplasia glandular e ao
aumento da vascularização. Esta hipertrofia não é patológica e uma gravidez normal não origina
tiromegalia significativa, pelo que qualquer bócio deverá ser investigado.
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A tiroxina total (T4) aumenta abruptamente entre a sexta e a nona semanas, atingindo um planalto
às 18 semanas. A T4 livre sobe ligeiramente, atingindo um pico junto com a HCG e regressando a
valores normais durante o segundo trimestre da gravidez. Os níveis de triiodotironina total (T3)
aumentam mais pronunciadamente até as 18 semanas e depois se mantém. Os níveis de TRH não
estão aumentados na gravidez normal. Estas alterações complexas na regulação tiroideia durante a
gravidez, não parecem alterar o equilíbrio tiroideu, como se verifica nos estudos metabólicos.
Glândulas paratiroides
Vitamina D e Cálcio – a vitamina D, segregada pela pele ou ingerida, é convertida pelo fígado em
25-hidroxivitamina D3. Dessa forma, é então convertida no rim, na decídua e na placenta em
1,25-dihidroxivitamina D3, cujos níveis estão aumentados durante uma gravidez normal. Este é o
composto activo, e estimula a reabsorção do cálcio do osso e a absorção no intestino. A conversão da
25- hidroxivitamina D3 em 1,25-dihidroxivitamina D3 é facilitada pelo hormônio paratiroide e por
níveis plasmáticos baixos de cálcio e fosfato e inibida pela calcitonina.
Glândulas suprarrenais
Cortisol – a concentração sérica de cortisol está aumentada, mas muito dele circula ligado à sua
globulina de transporte, a transcortina. A taxa de secreção do cortisol não está aumentada, mas
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a taxa de clearance metabólico está diminuída, uma vez que a sua semivida praticamente duplica
durante a gravidez. No início da gravidez os níveis de corticotrofina (ACTH) circulante reduzem-se
drasticamente. À medida que a gravidez progride, os níveis de ACTH e de cortisol livre aumentam.
Este aparente paradoxo pode ser resultante de alguma refratoriedade tecidular ao cortisol.
Sistema musculoesquelético
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Olhos
A pressão intraocular diminui durante a gravidez, em parte por aumento do escoamento do vítreo. A
sensibilidade corneana também está diminuída, e por vezes a córnea apresenta-se espessada devido
a edema, o que pode tornar desconfortável o uso de lentes de contacto previamente bem toleradas.
Para além de uma perda transitória da capacidade de acomodação, quer durante a gravidez quer
durante a lactação, a visão não é afetada pela gravidez.
Parto
Figura 22: Corpo materno e feto prontos para o parto.
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O parto depende tanto da secreção de ocitocina quanto da produção das prostaglandinas, porque
sem estas, não haverá a adequada dilatação do colo do útero e consequentemente, o parto não irá
progredir normalmente. Não são bem conhecidos os fatores desencadeantes do trabalho de parto,
mas sabe-se que, quando o hipotálamo do feto alcança certo grau de maturação, estimula a hipófise
fetal a liberar ACTH. Agindo sobre a adrenal do feto, esse hormônio aumenta a secreção de cortisol e
outros hormônios, que estimulam a placenta a secretar prostaglandinas. Estas promovem contrações
da musculatura lisa do útero. Ainda não se sabe o que impede o parto prematuro, uma vez que nas
fases finais da gravidez, há uma elevação do nível de ocitocina e de seus receptores, o que poderia
ocasionar o início do trabalho de parto, antes do fim total da gravidez. Existem possíveis fatores
inibitórios do trabalho de parto, como a proporção estrogênio/progesterona e o nível de relaxina,
hormônio produzido pelo corpo lúteo do ovário.
A progesterona mantém seus níveis elevados durante toda a gravidez, inibindo o músculo liso
uterino e bloqueando sua resposta a ocitocina e as prostaglandinas. O estrogênio aumenta o grau
de contratilidade uterina. Na última etapa da gestação, o estrogênio tende a aumentar mais que a
progesterona, o que faz com que o útero consiga ter uma contratilidade maior.
Quatro outros hormônios são igualmente importantes para o crescimento do sistema de ductos:
hormônio do crescimento, prolactina, os glicocorticoides adrenais, e a insulina. Sabe-se que cada
um deles tem pelo menos algum papel no metabolismo das proteínas, o que presumivelmente
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explica sua função no desenvolvimento das mamas. O desenvolvimento final das mamas em órgãos
secretores de leite também requer progesterona.
Quando o sistema de ductos estiver desenvolvido, a progesterona junto com o estrogênio causará
crescimento adicional dos lóbulos mamários, com multiplicação dos alvéolos e desenvolvimento de
características secretórias nas células dos alvéolos. Essas mudanças são análogas aos efeitos secretórios
da progesterona no endométrio uterino durante a última metade do ciclo menstrual feminino.
A prolactina é secretada pela hipófise anterior materna e sua concentração no sangue da mãe
aumenta uniformemente a partir da quinta semana de gravidez, até o nascimento do bebê. Além
disso, a placenta secreta grades quantidades de somatomamotropina coriônica humana que
provavelmente tem propiedades lactogênicas. O líquido secretado durante os últimos dias antes
do parto e nos primeiros dias após o parto é denominado colostro, este contém essencialmente
as mesmas concentrações de proteínas e lactose do leite, mas quase nenhuma gordura, e sua taxa
máxima de produção de leite.
Imediatamente depois que o bebê nasce, a perda súbita tanto da secreção de estrogênio quanto
da progesterona pela placenta permite que o efeito lactogênico da prolactina da hipófise materna
assuma seu papel natural de promotor da lactação e durante os próximos 1 a 7 dias, as mamas
começam a secretar quantidades copiosas de leite em vez do colostro. Depois do nascimento do bebê,
o nível basal da secreção de prolactina retorna aos níveis não grávidos durante algumas semanas.
Entretanto, cada vez que a mãe amamenta sinais neurais dos mamilos para o hipotálamo causam um
pico de 10 a 20 vezes na secreção de prolactina que dura aproximadamente 1 hora. Essa prolactina
age nas mamas maternas, pois mantém as glândulas mamárias secretando leite nos alvéolos para os
períodos de amamentação subsequentes. Se o pico de prolactina estiver ausente ou for bloqueado
em decorrência de dano hipotalâmico ou hipofisário ou se a amamentação não prosseguir, as mamas
perdem a capacidade de produzir leite em 1 semana mais ou menos. Entretanto, a produção de leite
pode se manter por vários anos se a criança continuar a sugar, embora a taxa de formação de leite
normalmente diminua consideravelmente depois de 7 a 9 meses.
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