Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
HOME CARE.......................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE................................................................................................... 15
CAPÍTULO 3
ATRIBUIÇÕES E COMPOSIÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL................................................ 21
UNIDADE II
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE.................................................................................................... 30
CAPÍTULO 1
RELACIONAMENTO COM A FAMÍLIA........................................................................................ 30
CAPÍTULO 2
BIOSSEGURANÇA EM DOMICÍLIO............................................................................................ 40
UNIDADE III
ESTOMATERAPIA E HOME CARE............................................................................................................ 60
CAPÍTULO 1
LESÕES NA PELE...................................................................................................................... 60
CAPÍTULO 2
CUIDADOS DE ENFERMAGEM................................................................................................. 84
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 116
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Figura 1.
Fonte: <https://cuidadosemcasa.com/wp-content/uploads/2016/04/Os-5-principais-benef%C3%ADcios-de-contratar-uma-
Home-care-560x450.jpg>
O Home Care nada mais é que a prática assistencial no domicílio, na qual os profissionais
de saúde ofertam seus serviços e/ou cuidadores auxiliam o indivíduo que necessita de
algum tipo de cuidado, visando à manutenção, promoção e restauração da saúde.
Nesse modelo a enfermagem deve deixar seus preceitos e crenças, respeitando os hábitos
e costumes do paciente, ajudando-o no dia a dia e em sua melhora.
Dessa forma e ainda nesse cenário é possível observar a possibilidade de conflitos para
com os conceitos éticos e culturais do enfermeiro, por isso trata-se de um grande desafio
da profissão de enfermagem atuar nesta modalidade assistencial.
A prática desta modalidade assistencial é antiga sendo ainda considerada uma alternativa
importante na redução da demanda hospitalar, além da redução de custos e busca da
humanização da assistência.
7
Um dos fatores mais vislumbrados pela equipe multidisciplinar no Home Care é a busca
tanto da prevenção, quanto da promoção e recuperação da saúde, sempre adequando o
objetivo à assistência prestada.
É uma atuação desafiadora que pode levar a enfermagem a ter contato com pacientes
de diferentes níveis socioeconômicos, culturais, além de diversas patologias e grau de
complexidade.
Logo, dentre as atribuições da enfermagem em Home Care, cabe a assistencial, que deve
decidir normas e execução de procedimentos de diagnóstico, terapêuticas e cuidados,
aplicando a Sistematização da Assistência de Enfermagem; identificando e classificando
as condições que predispõem a riscos de saúde, o que dentre elas pode-se destacar os
cuidados com estomas e feridas; promovendo o cuidado contínuo e o suporte ao cliente
em domicílio.
Com esse intuito de ser direcionado não só aos pacientes como também seus familiares
cabe nesse cenário um profissional que consiga lidar com diferentes conflitos e situações
de maneira neutra, agindo como um consciente de ações distintas.
No domicilio o enfermeiro pode se deparar com situações que lhe fogem de uma rotina
hospitalar, assim para identificar quando pode intervir ou não é preciso ponderar os
assuntos, conflitos e situações relacionadas ao ato de cuidar.
Objetivos
»» Compreender a atuação da equipe multiprofissional em atenção domiciliar.
8
HOME CARE UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Conceitos básicos
Figura 2.
Fonte: <http://www.aepet.org.br/hotmailing/clientes/aepet/homecare.jpg>
O termo para os serviços de Home Care é algo bastante diversificado, visto que existem
diversas nomenclaturas, como: assistência domiciliária, atendimento domiciliar, cuidado
domiciliar, atenção domiciliar, assistência domiciliar, dentre outros, que implicam no
mesmo tipo de assistência, ou seja, são atividades profissionais no domicílio.
Destaca-se profissional, pois a população leiga também pode ofertar cuidados em casa,
que são os chamados cuidadores, porém esse conceito ainda é muito deturpado.
O termo técnico só deve ser utilizado quando existe alguma prática assistencial específica
que uma pessoa leiga não possa executar.
Ficou confuso?
Pois, é…
Figura 3.
Fonte: <http://previews.123rf.com/images/glopphy/glopphy1308/glopphy130800023/21655550-House-icon-illustration-for-
company--Stock-Vector-home-care-free.jpg>
No mesmo período também ocorre o declínio das visitas domiciliares realizadas por
médicos, ressaltando o trabalho de enfermeiras visitadoras.
Figura 4.
Fonte: <http://image.slidesharecdn.com/2guerramundial-100717215407-phpapp02/95/2-guerra-mundial-1-728.
jpg?cb=1279404702>
10
HOME CARE │ UNIDADE I
Fonte: <http://amahomecare.xpg.uol.com.br/cuidador_idoso.png>
Nos anos 1960 foi observada uma valorização dos âmbitos familiares comunitários,
tendo ocorrido no mesmo ano a implantação do Programa Pioneiro de Assistência
Domiciliar do Hospital do Servidor Publico Estadual de São Paulo (HSPESP).
Seu objetivo foi de atender pacientes com doenças crônicas que pudessem permanecer
no domicílio e que não necessitavam de atendimento médico diário.
Figura 6.
Fonte: <http://thumbs.dreamstime.com/z/nursing-home-care-image-woman-feeding-patient-43402707.jpg>
11
UNIDADE I │ HOME CARE
A partir dos anos 1990 houve implantações em prefeituras, hospitais públicos e privados,
cooperativas médicas, seguradoras de saúde, medicina de grupo entre outros.
»» a humanização do atendimento;
»» formação de cuidadores;
»» diminuição do estresse.
12
HOME CARE │ UNIDADE I
O sucesso do cuidado domiciliar está em olhar o indivíduo e a sua família em seu contexto,
visualizando e considerando o meio social, suas inserções, seu local de moradia, seus
hábitos e relações e qualquer outra coisa ou situação que façam parte de seu existir e estar
no mundo.
Figura 7.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_vJsTY03dkuc/S-jDWyir3wI/AAAAAAAAACY/Oga_MTqDcNg/s1600/Idosos.gif>
Figura 8.
Fonte: <http://cdn.xl.thumbs.canstockphoto.com.br/canstock6654127.jpg>
Entendimento errôneo por parte do cuidador das orientações oferecidas pelo profissional
após o atendimento.
14
CAPÍTULO 2
Critérios de elegibilidade
Portanto, os critérios de elegibilidade nada mais são que um padrão que define quais
as condições clínicas, sociais e econômicas que o paciente deve ter para usufruir desta
modalidade de assistência.
»» Sociais e econômicos:
15
UNIDADE I │ HOME CARE
»» Clínicos:
›› Estabilidade hemodinâmica.
<http://www.neadsaude.org.br/>
<http://www.fiscosaude.com.br/admin/wp-content/uploads/2015/02/
Cartilha_Internacao_Domiciliar_Fisco-Saude_.pdf>
»» Administrativos:
Figura 9.
Fonte: <http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/melhores-faculdades/files/2011/09/enfermagem-post-melhores.jpg>
16
HOME CARE │ UNIDADE I
Em suma, o processo de inclusão dos pacientes nos serviços Home Care deve ocorrer
necessariamente por indicação médica, com o consentimento informado do paciente (se
incapacitado de assinar, ou paciente menor de idade; autorização da família); estrutura
física do ambiente de tratamento compatível com a infraestrutura necessária para os
cuidados profissionais e instalação de equipamentos médico-hospitalares e acesso
geográfico, sendo averiguado previamente antes do início dos serviços.
A composição da equipe que realizará o atendimento é algo que deve ser definido
inicialmente mas posteriormente com a evolução do paciente isso pode ser alterado, o
mesmo cabe para os materiais e equipamentos necessários na prestação da assistência.
Vale lembrar que a avaliação dos critérios de elegibilidade deve compor a análise
do acompanhamento e necessidade dos cuidados de enfermagem; bem como de
visitas técnicas (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogas,
terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogas); reabilitação com fisioterapia motora e/ou
respiratória; tratamento da dor e reabilitação; educação para uso de prótese.
Figura 10.
Fonte: <http://www.clipartbagus.com/wp-content/uploads/free-clip-art-retirement-home-pix-for-home-care-clipart-gboi379a.jpg>
17
UNIDADE I │ HOME CARE
Figura 11.
Fonte: <http://profono.com.br/config/imagens_conteudo/produtos/imagensGRD/GRD_adic01_124_Imagem%201.jpg>
A periodicidade das visitas é definida pela equipe por meio do Plano de Ação.
A orientação domiciliar também é usada para atendimento ao recém-nascido
prematuro com alta precoce. Estabelece-se uma sequência de orientações para
a mãe, visando melhora na qualidade de vida do bebê, cria-se um programa que
visa fundamentalmente uma melhor integração entre o paciente e sua mãe, sua
família e seu ambiente, estimulando também o aleitamento materno exclusivo,
e oferecendo apoio técnico à mãe.
18
HOME CARE │ UNIDADE I
19
UNIDADE I │ HOME CARE
A identificação dos critérios de elegibilidade pode ser feita por meio de uma avaliação
médica, de enfermeiro e/ou assistente social. Quando necessário, pode-se solicitar
outros profissionais tecnicamente específicos para essa ação.
Cabe ressaltar que pacientes em fase terminal, ou seja, cujo óbito é esperado, e para o qual
exista um plano específico de transição para morte ou programa de cuidados paliativos,
poderá ser incluído no programa de acordo com os critérios da fonte pagadora.
Tempo de permanência
20
CAPÍTULO 3
Atribuições e composição da equipe
multiprofissional
Figura 12.
Fonte: <http://www.fisioespecial.com.br/wp-content/uploads/2012/10/equipe-multidisciplinar.png>
A equipe na área de Home Care deve ser multidisciplinar, sendo que resgatando um
pouco sobre a formação dos profissionais de saúde que prestam essa modalidade de
assistência, cabe destacar que a grande maioria vem da saúde pública.
A saúde pública tem suas origens na medicina preventiva ou social com forte influência
da epidemiologia. A formação dos profissionais de saúde deve envolver as questões
sobre o cuidado no domicílio. Uma vez que o domicílio, indivíduo e sua família devem
ser percebidos como integrantes de um contexto muito mais do que um espaço físico,
em uma percepção mais ampla.
21
UNIDADE I │ HOME CARE
Médico clínico
Figura 13.
Fonte: <http://www.maispb.com.br/wp-content/uploads/2015/02/M%C3%A9dico.jpg>
É este profissional que avalia e indica a modalidade domiciliar, sendo responsável pelo
programa da mesma maneira que no hospital.
No caso do momento onde o paciente está ainda inserido no ambiente hospitalar, cabe
ao médico titular do paciente indicar e autorizar a alta para o Home Care, podendo ele
continuar ou não prestando assistência ao sujeito no domicílio.
O médico também pode atuar junto às operadoras de planos de saúde e/ou internamente
nas empresas prestadoras de serviço domiciliar como coordenador do serviço.
Enfermagem
Figura 14.
Fonte: <http://www.cantuemfoco.com.br/wp-content/uploads/2015/08/Enfermeira-saud%C3%A1vel-escolhe-morrer-aos-75-
anos-em-cl%C3%ADnica-de-suic%C3%ADdio-porque-n%C3%A3o-queria-envelhecer.jpg>
A equipe de enfermagem está inserida na grande maioria das vezes na atenção domiciliar.
O profissional de enfermagem desenvolve diversas atividades nos serviços de Home
Care, as quais estão descritas na legislação da profissão seja em níveis de menor, média
e alta complexidade, destacando quatro funções principais, que são:
A Equipe de Enfermagem deve ser composta por profissionais habilitados. Deverá prever
o Enfermeiro Responsável Técnico pelo período de tempo necessário ao cumprimento das
responsabilidades ético-profissionais determinadas em lei, e priorizando a Sistematização
da Assistência de Enfermagem.
23
UNIDADE I │ HOME CARE
Cabe ser educador no cuidado domiciliar, pois envolve tanto o ensino do paciente quanto
dos familiares, sendo uma das mais significativas ações atribuídas a enfermagem no
domicílio.
Capacitação do(s) cuidador(es) na assistência ao paciente que acaba de ter alta hospitalar,
através de orientações, treinamentos. Executa aulas de treinamento aos cuidadores;
nas visitas de enfermagem não esquecer de orientar higiene, cuidados com sondas e
ostomias; curativos. Executa aulas de treinamento aos auxiliares de enfermagem da
equipe. Participa da primeira avaliação domiciliar juntamente com a Assistente Social.
Realiza visitas aos pacientes internados no hospital.
24
HOME CARE │ UNIDADE I
Psicólogo
Figura 15.
Fonte: <http://www.karenferreira.psc.br/wp-content/uploads/2013/11/psicologo.jpg>
Em algumas situações, esse profissional faz a terapia específica como tratamento ao paciente.
Assistente social
Figura 16.
Fonte: <http://www.spasaude.org.br/dicas/dicas_19/dicas.jpg>
Esse profissional tem a responsabilidade de fazer a prévia avaliação das condições sociais
do domicílio que irá receber o paciente, formulando o relatório e discutindo com a equipe
sobre a viabilidade de prestar o atendimento.
Figura 17.
Fonte: <http://cursosabrafordes.com.br/webroot/img/cur_cursos/foto_1395169119.png>
Nas visitas da assistente social cabe: orientações quanto ao processo de óbito; visitas
pós- óbito; rotinas; doação e empréstimo de materiais e gerenciamento de recursos.
Fisioterapeuta
Figura 18.
Fonte: <http://clinicaelman.com.br/conteudo/fisioterapia.jpg>
26
HOME CARE │ UNIDADE I
A abordagem do profissional fisioterapeuta deverá ser global, com uma visão holística
do paciente, proporcionando um tratamento não somente específico ao problema
diagnosticado, mas principalmente às limitações impostas ao paciente, visando ao
máximo à funcionalidade das ações praticadas nas atividades de vida diária.
Nutricionista
Figura 19.
Fonte: <http://www.alimexbrasil.com.br/wp-content/uploads/2015/09/nutricionista-manzana.jpg>
27
UNIDADE I │ HOME CARE
A nutricionista tem suas atribuições definidas por meio da portaria no 112 do Conselho
Regional de Nutricionistas publicada em 2000, que diz que ele participará do processo
de indicação, evolução e avaliação da nutrição oral, enteral e/ou parenteral, em que
deverá classificar o atendimento segundo níveis de assistência em nutrição (primário,
secundário e terciário), conforme necessidades dietoterápicas e/ou fatores de riscos
individuais e ambientais.
Atividades desenvolvidas: Dá suporte nutricional, uma vez que este suporte adquire
grande importância no tratamento de pacientes clínicos ou cirúrgicos. Cuida para
que, o estado nutricional influencie diretamente na, recuperação e baixa permanência
hospitalar, nos processos de cicatrização, resposta inflamatória, imunidade celular etc.
Nas visitas do nutricionista deve ofertar: orientações gerais; dieta enteral; dietas específicas.
Fonoaudióloga
Figura 20.
Fonte: <https://www.iped.com.br/_upload/content/2015/01/08/fonoaudiologia-home-care.jpg>
29
PACIENTE E FAMÍLIA EM UNIDADE II
HOME CARE
CAPÍTULO 1
Relacionamento com a família
Figura 21.
Fonte: <http://www.megajuridico.com/wp-content/uploads/2015/05/familia.jpg>
O cuidado domiciliar pode ser uma oportunidade significativa para que a autonomia
do indivíduo e da família concretize-se, já que o cuidado no domicílio do usuário,
paciente/cliente e família é uma ação e atitude, pois, mais do que um fazer, é um
momento em que a enfermeira está vivenciando com o indivíduo e a família situações
de saúde-doença, em seu habitat, de relações e de significado de vida.
Figura 22.
Fonte: <http://virusdaarte.net/wp-content/uploads/2013/08/ansie1.png>
Figura 23.
Fonte: <http://cuidadores.unir.net/images/stories/virtuemart/product/mc_cuyde.jpg>
31
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Figura 24.
Fonte: <https://shareforthefuture.files.wordpress.com/2015/03/pais_filhos_031213_1.jpg>
Cabe lembrar, que a organização do serviço deve se centralizar nas metas, na efetividade
e eficácia, preconizando atividades que se traduzem por quantas vezes determinada
ação é realizada e quem a realizou.
É preciso considerar que a casa e seus integrantes têm diferentes realidades, culturas,
valores e crenças e uma totalidade e multidimensionalidade inerentes.
O sucesso do cuidado domiciliar está em olhar o indivíduo e sua família em seu contexto,
visualizando e considerando seu meio social, suas inserções, seu local de moradia, seus
hábitos e relações e qualquer outra coisa ou situação que façam parte de seu existir e
estar no mundo.
32
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
O Ministério da Saúde define cuidador como a pessoa que mais diretamente presta
cuidados, de maneira contínua e regular, podendo ou não, ser alguém da família.
Suas atribuições devem ser pactuadas entre indivíduo, família, equipe e cuidador,
democratizando saberes, poderes e responsabilidades.
Figura 25.
Fonte: <http://cursocuidador.com/wp-content/uploads/2015/05/40708.jpg>
No cuidado, é importante saber quem cuida do doente. Uma questão que deve ser
analisada é: Se não faz por livre escolha ou porque as circunstâncias determinaram?
É necessário que se determine junto ao cuidador quais ações vai realizar para cuidar;
qual a periodicidade de fornecimento de orientações para cuidar; como será feito; quem
e quando fará a supervisão das ações de cuidado.
Figura 26.
Fonte: <http://www.ensinoeconhecimento.com.br/imagem/produto/cuidador-de-idosos-1448968116-big.jpg>
Deve-se ter em mente que se ensina a família a realizar procedimentos e estes devem
ser simples, que fazem parte do arcabouço de cuidados de vida diários e não de cunho
técnico-científico de qualquer profissão (exemplo: tratamento de feridas, uso de cateteres
e sonda, limpeza de vias aéreas e outros).
O indivíduo e sua família são senhores de suas escolhas, por isso é necessário propiciar
condições materiais e emocionais para fazê-las, adquirindo competências para tanto a
partir de um sistema formal de prestação de cuidados em saúde.
34
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Um bom treinamento é essencial ao cuidador, mas para assegurar que este trabalho
seja eficaz e de qualidade para o doente, a equipe que o treinou deve supervisioná-lo
rotineiramente e também pela evolução do estado do paciente é possível verificar a
efetividade do cuidado realizado, embora não se descarte a possibilidade de os profissionais
de saúde estarem envolvidos diretamente no dia a dia do doente.
Para que o profissional de saúde realize o cuidado domiciliar a preparação, o ter atitudes, o
aceitar o desafio que cuidar nas residências apresenta e o querer fazer são imprescindíveis.
É preciso delegar à família e ao cuidador o cuidado, mas para isto é necessário que num
primeiro momento esta família seja instrumentalizada a cuidar e que haja cuidados
especiais por parte dos profissionais de saúde e depois o ensino do cuidado ao indivíduo.
35
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
36
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Fonte: <http://portalhomecare.com.br/codigo-de-etica-em-home-care/>
37
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Fonte: <http://portalhomecare.com.br>
Sabe-se que as doenças de pele trazem prejuízos na qualidade de vida dos pacientes,
sendo necessário bom conhecimento de seu impacto segundo a avaliação dos próprios
pacientes, com o intuito de buscar melhor manejo.
Esses pacientes, muitas vezes, impedem que seu ciclo social se expanda, deixando de
socializar-se com outras pessoas por medo do desprezo e do preconceito que enfrentará
por indivíduos que desconheçam sua patologia.
Uma hipótese que talvez explique a reciprocidade entre pele e psique seja a origem
embriológica comum do sistema nervoso central e da pele: o ectoderma.
Além disso, existe uma conexão entre o sistema nervoso central e o sistema imune que
ocorre na pele, já que as células de Langerhans possuem receptores para neuropeptídios
38
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Alguns exemplos de dermatoses em que essa separação torna-se difícil seriam: psoríase,
acne, dermatite atópica, hirsutismo e vitiligo.
Deve-se pensar que a doença de pele ganha uma ênfase maior no que diz respeito à
expressão corporal da doença. Diferentemente das demais doenças, as dermatoses são
nitidamente expostas ao externo, sendo mais susceptíveis à estigmatização.
O paciente, portanto, tem que se adaptar não só à sua doença como também à exposição
desta. A pele, além de ser um órgão que nos expõe, é um órgão que nos protege, pois
estabelece um limite entre o “eu” e o “outro”.
39
CAPÍTULO 2
Biossegurança em domicílio
A assistência domiciliar deve ser considerada como um recurso a ser utilizado que
procura manter o cliente junto à sua família buscando-se o conforto e a recuperação,
reabilitação biopsicossocial, além de primar pela garantia dos mesmos princípios de
biossegurança a que os clientes teriam acesso na internação hospitalar tradicional
(COFEN).
Figura 27.
Fonte: <http://www.odontomagazine.com.br/wp-content/uploads/2011/07/seguro-1024.jpg>.
Figura 28.
Fonte:<https://antropovinismo.files.wordpress.com/2014/08/0425c-commoner_boneco.gif>.
Figura 29.
Fonte: <http://pgrss.com.br/images/planeta.jpg>.
Existem algumas leis que se interligam com a biossegurança. Entre elas, a legislação
ambiental, disposta na Lei no 6.938/1981 que foi alterada em 2000 pela Lei no 10.165/2000;
a de Agrotóxicos, Lei no 7.802/1989 e o Decreto no 4.074/2002.
42
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Situações dessa natureza foram detectadas pelo Grupo Técnico (GT) encarregado de
elaborar o texto da nova Norma Regulamentadora (NR). Esta norma recebeu o número
32. A construção do texto dessa NR foi experiência ímpar, diante do pioneirismo da
iniciativa, por parte do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil (MTE), atendendo às
várias solicitações nesse sentido, das entidades que representam as diversas categorias
de trabalhadores da saúde. Em 2002, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (EERP-USP) foi chamada, através do GT, constituído de
auditores fiscais do MET, para participar da construção dessa norma.
43
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Quando tratamos o tema PP é necessário lembrar que não são apenas dispositivos
ou produtos que devem ser considerados como medidas de proteção, mas ações de
biossegurança também devem ser inseridas.
44
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
A higienização das mãos é uma das medidas mais baratas em termos de custo e mais
importantes na prevenção de transmissão de doenças. É necessário que seja feita antes
e após o contato com paciente, antes e depois de calçar luvas, antes e depois de entrar
em contato com materiais e equipamentos presentes na área do leito do paciente e em
outras situações que envolvam contato direto com sangue e fluidos corpóreos (liquor,
secreções e excreções respiratórias, do trato digestivo e geniturinário) dos pacientes.
Figura 30.
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/_qgr281lEw3I/TMRVJ0YNVwI/AAAAAAAAACM/UqmFHLvBOkk/s320/z%C3%A9+gotinha.jpg>
Figura 31.
Fonte: <http://www.yeling.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/11/vias-de-exposi%C3%A7%C3%A3o-450x201.png>
45
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
É necessário usar esse EPI sempre que o profissional entrar em quarto de paciente
com patologias de transmissão respiratória por gotículas, ambientes com odor fétido,
durante a limpeza e desinfecção de superfícies em áreas de construção e reformas para
evitar a inalação do pó ou de superfícies hospitalares contaminadas.
Luvas: uso para todos que trabalham em ambiente hospitalar, laboratorial, na manipulação
do paciente em todas as situações; durante manipulação de amostras biológicas, lavagem
de materiais.
Utilizar luvas adequadas para o tamanho da sua mão e sempre descartar após cada uso,
quando contaminadas ou quando sua integridade estiver comprometida.
Existem alguns tipos de materiais para confecção de luvas, dentre elas temos a de
látex ou silicone descartável, usadas em procedimentos que necessitem de proteção
contra material biológico; as de Kevlar, usadas para trabalhar em baixas ou altas
temperaturas (autoclaves e estufas e freezer a - 80o), e as de borracha, usadas durante
limpeza de ambientes e superfícies, manipulação de produtos químicos, estas devem
ser confeccionadas com material resistente e possuir cano longo ou curto para proteção
das mãos e proteção parcial de antebraços.
46
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Figura 32.
Fonte: <http://www.saudevitalidade.com.br/www/portal/img-finder/images/wash-your-hands-big%282%29.jpg>
No caso das luvas de borracha, como não são descartáveis, elas poderão ser utilizadas
em mais de uma atividade, desde que após a utilização sejam lavadas e desinfetadas.
Devem ser lavados com água e sabão e desinfetados com álcool etílico 70% após o uso.
Botas: recomendadas para a proteção dos pés e parte das pernas durante atividades
com água e produtos químicos, materiais biológicos e ainda para evitar quedas.
Devem ser de material impermeável, com cano alto e com solado antiderrapante.
47
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Figura 33.
Fonte: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/imagens/calcados.gif>
Aventais: usados para prevenir contato direto com a roupa do profissional com o
paciente, leito, mobiliário ou material infectante e contato com pele.
Avental de manga longa: é utilizado como barreira física. Seu uso é necessário para
proteção do trabalhador em relação ao risco de contato com fluidos e/ou secreções
corporais, sangue, enfim, material biológico, produtos químicos ou contaminados.
Caso o avental tenha sido contaminado por tais fluidos/sangue, ele deve ser retirado para
lavagem e substituído por outro. Deve-se orientar os profissionais a não permanecerem
em suas atividades com avental sujo (contaminado).
Deve ser retirado do corpo com a técnica correta, sem ter contato com a parte externa,
e não se esquecer de fazer a desinfecção.
48
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Orientar o trabalhador a não usar fora da área de trabalho, nem guardar junto
com objetos pessoais.
Existem ainda os aventais impermeáveis muito usados por serem práticos e evitarem a
contaminação do vestuário.
Os EPCs são pouco utilizados em assistência domiciliar, o mais comum que pode-se
citar são as caixas material perfurocortante. Esse produto auxilia os trabalhadores
no descarte de materiais perfurocortantes, zelando pela proteção de quem os manuseia
e também de quem os transporta para o lixo.
Figura 34.
Fonte: <http://salutareodontologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Coletor-de-Materiais-Perfurocortantes-Papelao-03-
Litros-Amarelo-Descarpack-300x300.jpg>.
Figura 35.
Fonte: <http://i.ytimg.com/vi/_jNLBcDe8WY/hqdefault.jpg>
49
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Um indivíduo infectado com patógenos maiores que 5 micra, esses não permanecem
suspensos no ar mas se depositam em superfícies a uma curta distância, por isso podem
disseminar a doença através do contato com superfícies contaminadas ou através de
gotículas pelas membranas mucosas do nariz, boca ou conjuntiva, durante a tosse, o
espirro, a conversação ou também em procedimentos como a aspiração de secreção de
vias aéreas ou a broncoscopia.
50
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Figura 36.
Fonte: <http://www.hmtj.org.br/arquivos.hmtj/setores_e_servicos/UTI-Adulto-3b.jpg>
A máscara deve ser colocada antes de entrar no quarto e retirada somente após
a saída dele.
Fonte: <http://www.dicasodonto.com.br/wp-content/uploads/2011/07/Azedo-biosseguran%C3%A7a-6.2.jpg>
51
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
As medidas para esse tipo de transmissão devem seguir o mesmo das demais (aerossóis
e gotículas) no que se refere a manter o paciente em quarto privativo e área isolada.
Usar luvas comum (látex, vinil), sem necessidade de ser estéreis, sempre que for
manipular o paciente e/ou existir risco de contato com sangue e outros fluidos corporais,
membranas mucosas e pele não íntegra, trocando-as a cada manipulação.
As luvas devem ser retiradas imediatamente após o uso. Higienizar as mãos após
a sua retirada.
Figura 38.
Fonte: <http://supersecretariaexecutiva.com.br/wp-content/uploads/2010/04/Figura-apresenta%C3%A7%C3%A3o-pessoal.jpg>
APRESENTAÇÃO PESSOAL
CABELO Sempre preso.
MAQUIAGEM Devido às partículas da maquiagem, que podem ser fonte de glicerina, titânio, dentre outras, não se recomenda o uso.
PERFUME São poluentes ambientais, por isso devem ser evitados em ambientes de saúde.
JOIAS/RELÓGIOS Não usar.
UNHAS Curtas, limpas, com esmalte transparente.
UNIFORME De acordo com a empresa.
Obs.: Profissionais de saúde com feridas abertas e/ou exsudativas devem evitar contato com paciente
52
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
O Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), está entre um dos
países que mais se preocupam e investem em ações de biossegurança em saúde.
Figura 39.
53
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-G4Jz4AMiVUo/Tj73Pxq1QdI/AAAAAAAAARw/R3ft1lGB4uI/s1600/Riscos+ocupacios+pre-hospitalar.jpg>
Figura 40.
Fonte: <http://www.vozdoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2012/08/saude.jpg>.
Figura 41.
Fonte: <http://www.canalkids.com.br/cultura/ciencias/biologia/imagens/prod_trans.gif>
54
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Figura 42.
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-Qjf20OMwGC0/T9dfC6eeNAI/AAAAAAAAAEM/MqvBIaMx5j4/s1600/perigos.JPG>
Figura 43.
55
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Fonte: <http://iacom.s8.com.br/produtos/01/00/item/6973/7/6973749g1.jpg>.
Existem as drogas citotóxicas que tem a dose terapêutica, porém devem ser
autorizadas pela Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) e, em conjunto com
o Serviço Técnico da Farmácia Oncológica da instituição, elaborar e monitorar
as políticas de armazenamento, manuseio, administração, transporte, descarte
e capacitação técnica dos profissionais que fazem a manipulação desse tipo de
substância.
Figura 44.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-3zd5UZqfV2o/UjhwdQWRvOI/AAAAAAAAAC0/Z1R-xxB2y4M/s1600/ergonomia.jpg>.
56
PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE │ UNIDADE II
Feridas
Nas últimas décadas a discussão sobre curativos e o cuidado com as feridas tem deixado
de ser analisado com base em dados empíricos, priorizando os dados científicos,
apoiando-se na fisiologia da cicatrização.
O enfermeiro exerce papel importante no tratamento de lesões por ser o profissional que
tem condições de avaliar o cuidado diariamente, incorporando princípio técnico-científico
e valores éticos indispensáveis à prática profissional.
Assim, o sucesso no tratamento de feridas deve estar baseado em vários fatores, como na
identificação do agente etiológico, da enfermidade de base e da fase evolutiva da ferida.
Avaliar uma ferida significa descrevê-la, registrar suas características e sua fase
evolutiva, de forma que a documentação clínica proporcione um referencial útil no
tratamento de feridas.
A pele pode ser atingida por qualquer fenômeno patológico que determinará alterações
microscópicas fundamentais e macroscopicamente podem ser traduzidas como lesões
elementares.
57
UNIDADE II │ PACIENTE E FAMÍLIA EM HOME CARE
Vários fatores locais e sistêmicos podem influenciar, tanto de forma positiva como
negativa. Por isso, os profissionais que lidam com pacientes portadores de lesão devem
avaliar o paciente e sua ferida, acompanhando a evolução da cicatrização norteada por
princípios objetivos.
Infecções em feridas
De acordo com Santos (2004) as bactérias são parte integral e inseparável da vida na
terra. Elas são encontradas em qualquer lugar, revestem a pele, as mucosas e cobrem o
trato intestinal dos homens e dos animais. Elas estão intrinsecamente ligadas às vidas
de organismos e aos amplos ambientes em que habitam.
Muitas bactérias são inofensivas. Algumas são benéficas para seu hospedeiro (homem,
animal, planta) e provêm nutrientes ou proteção contra patógenos e doenças, limitando
a habilidade de colonização de bactérias nocivas. Porque as bactérias têm um curto
tempo de geração – minutos ou horas – elas podem responder rapidamente às mudanças
do ambiente.
Figura 45.
Fonte: <https://fielenfermeiro.wordpress.com/2010/06/22/tipos-de-feridas/>
59
ESTOMATERAPIA E UNIDADE III
HOME CARE
CAPÍTULO 1
Lesões na pele
A pele constitui-se em um dos mais importantes órgãos de interação entre o meio interno
e o meio externo. Desempenha as funções de proteção física, química e imunológica,
manutenção da homeostasia e informação sensorial.
Mesmo assim, as suas manifestações são muitas vezes negligenciadas pelo enfermeiro e
médico como indicadoras de processos patológicos nos mais variados órgãos e tecidos.
Desde o início de sua formação acadêmica, o estudante de enfermagem e medicina
aprende a reconhecer a palidez de um paciente em estado de choque ou a icterícia como
manifestação de doenças relacionadas ao fígado e às vias biliares. Entretanto, poucos
profissionais são capazes de reconhecer sinais dermatológicos mais sutis de doenças
potencialmente graves.
São exemplos os pouco numerosos infartos cutâneos nas extremidades de uma paciente
jovem com gonococcemia ou as discretas hipoestesias localizadas em pacientes com
hanseníase.
Essa variedade e essa aparente irrelevância podem desviar a atenção de alterações que
seriam sinais importantes para o diagnóstico de doenças sistêmicas potencialmente graves.
»» formação sólida;
»» formação líquida;
»» soluções de continuidade;
»» lesões caducas;
»» lesões sequenciais.
Figura 46.
Fonte: <http://piel-l.org/libreria/item/1668>
Alterações da cor
Eritema
Figura 47.
Fonte: <http://www.tuasaude.com/eritema-toxico/>
Rubor
Fonte: <http://blog.healthtap.com/topic_r.html>
Enantema
Figura 49.
Fonte: <http://www.misodor.com/DOENCA%20DE%20KAWASAKI.php>
62
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Exantema
É um eritema generalizado, agudo, geralmente de evolução rápida, que pode ser difuso
(escarlatiniforme) ou mostrar áreas de pele normal de permeio (morbiliforme).
Figura 50.
Fonte: <http://continuum.aeped.es/screens/play/208#.VYQDmvlViko>
Eritrodermia
Fonte: <http://www.binipatia.com/eritrodermia/>
Lividez
É uma mancha de cor azul-pálida e temperatura fria, que se segue aos processos isquêmicos.
Figura 52.
Fonte: <http://es.integracion-iv.wikia.com/wiki/Archivo:Lividez.jpg>
63
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Mancha angiomatosa
Figura 53.
Fonte: <http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/angiomatose/>
Mancha anêmica
Figura 54.
Fonte: <http://www.fugesp.org.br/nutricao_e_saude_conteudo.asp?id_publicacao=4&edicao_numero=2&menu_ordem=2>
Telangiectasia
É uma lesão que se apresenta como pequenos vasos sinuosos ou dispostos radialmente à
feição das patas de uma aranha. Resulta da dilatação permanente de capilares dérmicos.
64
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Figura 55.
Fonte: <https://www.dermquest.com/image-library/image/5044bfcfc97267166cd6170a>
Púrpura
Figura 56.
Fonte: <http://www.precepta.com.br/imagens/purpura-palpavel/>
Figura 57.
Fonte: <http://piel-l.org/libreria/item/1668>
65
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Mácula acrômica
Mácula hipocrômica
Mácula hipercrômica
É uma mancha de cor mais escura que a da pele normal, causada por excesso de
melanina ou por deposição de outro pigmento. A tonalidade pode variar com o tipo,
quantidade e localização do pigmento.
Lesões sólidas
Pápula
É uma lesão elevada, sólida, menor ou igual a 1 cm em tamanho, que resulta da presença
de metabólitos ou de infiltrado celular na derme ou de hiperplasia dos componentes
epidérmicos.
Figura 58.
Fonte: <http://www.biblioteca-medica.com.ar/2015/05/como-identificar-las-lesiones.html?m=1>
Placa papulosa
É uma lesão elevada, sólida, maior que 1 cm em superfície e menor que 1 cm em altura.
Pode ser uma lesão única ou ser formada pela confluência de pápulas.
O termo vegetação é utilizado para designar uma pápula ou placa cuja superfície
tenha aspecto de couve-flor por hiperplasia da epiderme e papilomatose. Utiliza-se a
66
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Nódulo
Figura 59.
Fonte: <http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0325-00752011000600013>
Nodosidade ou tumor
É uma lesão sólida, elevada e circunscrita, maior que 3 cm. O termo “tumor” é mais
frequentemente utilizado para descrever neoplasias. Uma nodosidade (ou nódulo) que
se liquefaz e fistuliza são denominadas goma. (PINTO; BAMBIRRA, 2000).
Figura 60.
Fonte: <http://mccorreia.com/cancer/cancerdemama.htm>
67
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Urtica
Figura 61.
Fonte: <http://missinglink.ucsf.edu/lm/DermatologyGlossary/img/Dermatology%20Glossary/Glossary%20Clinical%20Images/Urticaria-40.jpg>
Figura 62.
Fonte: <http://widoctor.com.br/lesoes-elementares-em-dermatologia/>
Vesícula
Pústula
É uma coleção circunscrita de pus, menor ou igual a 1 cm. Nem sempre sua presença é
sinal de processo infeccioso.
Bolha
Figura 63.
Fonte: <http://www.dicasdesaude.sindacs.com/2012/04/dst-herpes-genital.html>
Abscesso
Figura 64.
Fonte: <https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KLj9H5WIRVSAYAGx9Gw4lQ;_ylu=X3oD>
Hematoma
Alterações da espessura
Figura 65.
Fonte: <http://pt.slideshare.net/karenvonkossel/introduo-dermatologia>
Ceratose
Liquenificação
É um espessamento da pele, com acentuação dos sulcos, o que confere à lesão aspecto
quadriculado, em rede. Resulta de proliferação dos ceratinócitos e de aumento da
espessura da camada córnea.
Edema
É uma distensão da pele que tem cor normal, rósea ou esbranquiçada, causada pelo
extravasamento de líquido para o espaço extravascular. Pode ser depressível ou não.
Infiltração
Esclerose
Figura 66.
Fonte: <http://www.everydayhealth.com/diabetes-pictures/10-diabetic-skin-problems.aspx>
Atrofia
É uma diminuição da espessura da pele, que se torna delgada, deprimida e às vezes pregueada.
É causada por diminuição do número e/ou volume dos elementos constituintes da pele,
em localização a dérmica, dérmica ou subcutânea.
Cicatriz
É uma lesão de superfície lisa, sem os sulcos, poros, pelos e saliências da pele normal.
É uma sequela que resulta de um processo de reparação conjuntiva e/ou epitelial.
Pode ser atrófica ou hipertrófica e tem a forma da lesão da qual se origina.
Perdas teciduais
Escama
É uma lâmina epidérmica seca que se desprende da superfície cutânea e que resulta de
processo patológico tipo ceratose ou paraceratose. Tem aspecto variado, podendo ser
fina (pitiriásica, farinácea), pluriestratificada (psoriásica) ou laminar (foliácea). A cor e
a forma são variáveis.
Figura 67.
Fonte: <https://imunologia96.wordpress.com/page/3/>
71
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Erosão ou exulceração
Figura 68.
Fonte: <http://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/2512/2_forma_cutanea.htm>
Ulceração
Fissura ou rágade
Figura 69.
Fonte: <https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=Az_6xdnUWYRVfBkAVO5Gw4lQ;_ylu=>
Fístula
Crosta
Figura 70.
Fonte: <http://webleones.home.sapo.pt/escaras.html>
<http://www.npuap.org/>
As lesões por pressão são categorizadas pela NPUAP para indicar a extensão do dano
tissular, permitindo uma uniformidade nas informações para uso universal.
73
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Figura 71. Lesão por Pressão Estágio 1: pele íntegra com eritema não branqueável.
Fonte: NPUAP.
Figura 72. Lesão por Pressão Estágio 2: perda de espessura parcial da pele com exposição da derme.
Fonte: NPUAP.
74
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Figura 73. Lesão por Pressão Estágio 3: perda total da espessura da pele.
Fonte: NPUAP.
Figura 74. Lesão por Pressão Estágio 4: Perda total da espessura da pele e perda tissular.
Fonte: NPUAP.
75
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não
pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara; se o esfacelo ou
escara for removido, a LPP poderá ser classificada como estágio 3 ou 4.
Fonte: NPUAP.
Pele intacta ou não com área localizada de descoloração vermelha escura persistente,
marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica revelando lesão
com leito escurecido ou com flictena com exsudato sanguinolento; apresenta dor e
mudanças frequentes na temperatura que precedem as alterações de coloração da pele; a
descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de pigmentação escura.
Fonte: NPUAP.
76
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Existem vários fatores responsáveis pelo desenvolvimento de LPP, que são agrupados
em fatores intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos são aqueles inerentes ao próprio
indivíduo.
77
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
»» Fricção é o atrito entre a pele e uma superfície, causando lesão direta na pele.
A somatória da pontuação pode variar de 6 a 23, sendo que, quanto menor a pontuação,
maior é o risco de desenvolver LPP. Os pacientes são classificados da seguinte forma:
risco muito alto (escores iguais ou menores a 9), risco alto (escores de 10 a 12 pontos),
risco moderado (escores de 13 a 14 pontos), baixo risco (escores de 15 a 18 pontos) e
sem risco (escores de 19 a 23 pontos) (BARBOSA; BECCARIA; POLETTI, 2014).
78
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
»» Anular: em anel.
»» Arciforme: em arco.
»» Circinada: em círculo.
»» Discoide: em disco.
»» Linear: em linha.
79
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Acantose
80
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Figura 78.
Fonte: <https://br.search.yahoo.com/yhs/search?type=avastbcl&hspart=avast&hsimp=yhs-001&p=ACANTOSE>
Hiperceratose
São termos usados para descrever a redução da espessura vertical, com encurtamento e
retificação das cristas interpapilares. (PINTO; BAMBIRRA, 2000).
Papilomatose
Espongiose
Fonte: <https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=>
81
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Acantólise
Degeneração reticular
Clivagem ou vesiculação
Exocitose
Figura 80.
Fonte: <https://br.images.search.yahoo.com/images/view;_ylt=A2KLktmKW4RVzQ0AnwhGw4lQ;_ylu=>
82
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Disceratose
Veja Mais:
<http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/dermato/livro3/cap/
cap01.htm>
83
CAPÍTULO 2
Cuidados de enfermagem
Os objetivos do enfermeiro que cuida de lesões cutâneas devem vir ao encontro dos itens:
A avaliação dos custos de tratamento das feridas e ostomias é algo a ser considerado na
avaliação o plano terapêutico domiciliar.
Como observado anteriormente, diversas são as lesões e doenças de pele que o paciente
pode apresentar.
84
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
O cuidador deve ser capacitado bem como o paciente, a ter autonomia com o cuidado,
ostomas por exemplo, são condicionados a ser uma situação crônica, a qual paciente
e/ou seu cuidador deverá aprender a manejar.
No que tange ao impacto negativo sobre a qualidade de vida dos pacientes, as úlceras
crônicas de membros inferiores representam a problemática típica das lesões crônicas
ao causarem dor em diferentes níveis, afetar a mobilidade e possuir caráter quase
sempre recidivante. Faz-se necessária, portanto, a sistematização do cuidado com esses
pacientes, constituindo, a avaliação da ferida, fator determinante para a terapêutica
eficaz.
O cuidado de enfermagem com a úlcera venosa requer desde a avaliação dos custos com
os procedimentos para tratamento, qualidade de vida como também o uso de escalas
para avaliação da cicatrização da úlcera e novas tecnologias de tratamento.
85
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Lembre-se
»» anamnese;
»» exame físico.
As úlceras venosas têm elevada taxa de recidiva, sendo que cerca de 70% recorrem até
o segundo ano após a cicatrização. Portanto, o tratamento dessas lesões é oneroso para
os pacientes e para o serviço público de saúde. Frequentemente, pessoas com úlcera
de estase convivem com essas lesões por vários anos, consequentemente, os danos
gerados por esta doença são bastante relevantes no que tange ao fator econômico, por
isso o enfermeiro em Home Care deve avaliar cuidadosamente o custo x benefício de
possíveis tratamentos a serem indicados.
86
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Vale ainda ressaltar que, atualmente, são várias as tecnologias duras empregadas no
cuidado às lesões crônicas, por exemplos, as Botas de Unna elásticas e inelásticas,
bandagens compressivas, bandagens com multicamadas, coberturas primárias com
diversas funções e apresentações.
A avaliação da qualidade de vida das pessoas com úlcera venosa dever ser feita. Quando,
porém, se fala da qualidade de vida do paciente portador de úlcera venosa, têm-se um
agravante considerável relevante que se refere ao fato de esse paciente ter uma patologia
crônica, recorrente, com a qual muitos deles convivem por anos, cerca de 34,4% dos
pacientes são portadores de úlcera venosa há mais de cinco anos.
Como avaliar a qualidade de vida de uma pessoa que tem problemas para caminhar,
dançar que realiza suas atividades cotidianas e ainda enfrenta problemas econômicos
em virtude de restrição das atividades laborais?
Qualidade de vida para esse paciente é realizar atividades simples do cotidiano que nem
ao menos as pessoas se dão conta ao realizar, mas que representam enorme dificuldade
para os portadores de doenças crônicas.
Os fatores estéticos são significativamente relevantes para este cliente, pois a maioria
convive diariamente com o uso de ataduras, meias e outros dispositivos de uso
contínuo, que destoam da aparência normal do indivíduo. Além dos fatores visuais,
existem os que afetam outros sentidos, como o do olfato. O odor exalado pela ferida
retrai a pessoa do convívio social, e ocorre o isolamento dos amigos, familiares, pois
muitos temem o preconceito.
87
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
As lesões por pressão assim também chamadas de Úlceras por Pressão ou famosas
“escaras de decúbito” representam um transtorno social, econômico e educacional.
O desenvolvimento das úlceras além de gerar impacto na qualidade de vida dos pacientes
e de seus familiares resulta em aumento nos custos.
O tratamento das LPP constitui um gasto financeiro muito maior do que as medidas
preventivas, que consistem principalmente em ações, manejos e materiais de custo
consideravelmente menores que os de fins terapêuticos, tornando relevante a ação dos
profissionais de saúde na prevenção das lesões por pressão.
88
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
»» realizar mudanças de decúbito pelo menos a cada duas horas para aliviar
a pressão, caso não haja contraindicações relacionadas às condições
gerais do paciente;
As medidas de prevenção das LPP devem ser prioridade máxima nas instituições
prestadoras de cuidado. Os profissionais de enfermagem, em conjunto com a equipe
multiprofissional, têm a responsabilidade de implementar medidas preventivas, com o
intuito de reduzir as taxas de incidência e prevalência deste agravo, assim como contribuir
para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes (LISBOA, 2010). A implementação
de programas de risco, programas de prevenção e campanhas de estabelecimento de
metas para reduzir a ocorrência de LPP representam ações fundamentais de prevenção.
Condutas simples, como mudança de decúbito a cada duas horas podem ser feitas, para
isso no domicílio deve-se considerar o importante papel do cuidador neste item, bem
como a hidratação da pele, nutrição adequada, manutenção da higiene do paciente,
alívio da pressão e proteção das proeminências ósseas com uso de coxins e travesseiros,
rouparia do leito limpa, seca e esticada e a utilização de suporte são algumas das medidas
eficazes na prevenção de LPP.
90
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes com lesões com grau III/IV que não
respondem ao tratamento conservador. As modalidades mais comuns são enxerto de
pele, debridamento e reconstrução plástica.
91
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Os vários estudos sobre LPP têm mostrado os muitos avanços tecnológicos nos últimos
anos, colaborando para o desenvolvimento de diferentes tipos de coberturas e sistemas
de suporte e de superfície para abolição e redução da pressão, além de outros dispositivos
que visam à diminuição da ocorrência destas lesões.
Nos últimos anos, a inclusão da terapia de pressão negativa (TPN) para o tratamento
de feridas complexas foi muito importante no tratamento de LPP. Trata-se de
procedimento não invasivo que promove a cicatrização da ferida por meio de uma
pressão subatmosférica (negativa) localizada e controlada. O mecanismo do vácuo
acelera a cicatrização da lesão acarretando na formação de tecido granulado, colágeno,
fibroblastos e células inflamatórios, melhorando a ferida para que possa receber enxerto.
Quando o paciente está em Home Care, ele pode fazer esse tratamento, porém deverá
ser deslocado para a sessão do domicílio para o ambiente ambulatorial.
sempre estar atualizado e capacitado sobre os mais diversos tipos de tratamento e técnicas
de educação em saúde, para desenvolver um cuidado humanizado e acolhedor.
Isso faz com que esses profissionais conquistem o seu espaço, respeito, adquirindo
autonomia. Essa conquista atualmente está acontecendo rapidamente nas áreas de
dermatologia e estomaterapia, onde o enfermeiro exerce um papel importante na
prevenção e tratamento de lesão, pois a prestação do cuidado ao indivíduo com feridas
requer do profissional de enfermagem multiplicidade de conhecimento e versatilidade
na atuação.
93
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Isso envolve as três dimensões da vida profissional: o saber, o saber fazer e o saber ser,
ou seja, a assistência de enfermagem exige competência profissional, qualidade dos
cuidados e atitudes éticas.
Plástica reconstrutora
A queimadura é definida como lesões nos tecidos que envolvem as diversas camadas
do corpo como a pele, cabelo, pelos, o tecido subcutâneo, músculos, olhos etc.
94
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Geralmente são causadas por meio do contato direto com objetos quentes como brasa,
fogos, chamas, vapores quentes, sólidos superaquecidos ou incandescentes.
Podem também ser causadas por substâncias químicas como ácidos, soda cáustica e
outros. Emanações radioativas como as radiações infravermelhas e ultravioletas, ou
ainda a eletricidade, também são fatores desencadeantes de queimaduras.
Assim, quanto à profundidade, podemos classificar esse tipo de lesão da seguinte maneira:
O processo de dor é tido como complexo por sua abrangência biopsicocultural, o que
requer abordagem classificada da mesma maneira. Para tanto, existem instrumentos
para auxiliar no julgamento e intervenções farmacológicas para reduzir a intensidade
da dor às quais facilitam o processo, tanto para quem o vivencia, quanto para os
responsáveis pelo seu cuidado.
Fonte: <http://www.alunosonline.com.br/biologia/queimadura.html>
Ostomias
A pessoa ostomizada é aquela que foi submetida a uma intervenção cirúrgica, a fim
de estabelecer uma derivação entre um órgão interno e o exterior, com a finalidade de
suprir a função do órgão afetado, em diversos sistemas orgânicos.
96
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Ostomia ou estomia é uma comunicação artificial entre os órgãos ou vísceras até o meio
externo para drenagens, eliminações ou nutrição.
As causas que definem a criação de um ostoma são variadas como neoplasias, doenças
inflamatórias, congênitas, patologias crônicas, doença de Chagas, doença de Chron,
acidentes, entre outras.
Sabe-se que este procedimento não é isento de complicações, mesmo quando utilizada
técnica cirúrgica adequada.
Há três tipos de colostomia (intestino grosso), e a ileostomia (intestino fino), que faz
a comunicação do intestino delgado com o exterior. Contudo, quanto mais superior
for a exteriorização do intestino, pior é a digestão e a absorção de água e nutrientes,
necessitando assim que o paciente siga uma dieta específica . Esta dieta também objetiva
a prevenção de formação de gases, odores, constipação e diarreias.
A utilização adequada da bolsa coletora vai depender do tipo de estoma, pois esta tem
características específicas para melhor adaptação, e por isto, deve ser indicada por um
profissional especializado nesta área.
A pessoa que se submete a uma ostomia necessita de cuidados específicos, que atenda
às suas necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais, pois, o sujeito
passa a enfrentar alterações, sendo que os mais conflituosos e preocupantes são os que
abarcam aspectos psicológicos e sociais.
97
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
98
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
O paciente necessita de um tempo interno para viver o seu momento de luto, ou seja,
rever os seus conceitos, contrapor suas perdas e encontrar forças para aceitar e trabalhar
suas novas possibilidades após o uso da bolsa de colostomia.
99
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
O fato de que a autoimagem atual deste paciente não combina com aquela construída
ao longo dos anos, que é o sustentáculo da identidade pressuposta e representada.
Além disso, a mera luta de impulsos conflitantes se faz suficiente para colocar em
movimento os mecanismos de defesa, onde os perigos pulsionais, contra os quais o ego
se defende, se fazem perigosos e podem variar.
É tarefa profissional do psicólogo descobrir até que ponto esses métodos provam ser
eficazes nos processos de resistência do ego, para manutenção do equilíbrio interno, e
da saúde do indivíduo.
100
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
O poder de fazer o paciente mudar de atitude, não cabe a nenhum profissional e sim a ele
próprio, de acordo com o tempo necessário (individual) para se recuperar, mobilizando
assim outras medidas.
O mecanismo de defesa da negação pode ser mais frequente logo no início, após o
choque da confecção de uma ostomia, ou como reação à gravidade do seu estado clínico.
Desta forma, o paciente pode recusar-se a falar sobre a ostomia e apresentar tendências
ao isolamento. Estas atitudes podem ser consideradas válidas, de início, como a defesa
psicológica possível para este paciente, mas precisa de observação atenta do psicólogo
em sua evolução, dado a necessidade de substituição deste tipo de defesa por outra
mais adaptativa, que lhe permita se deparar com a situação atual, e que lhe possibilite
caminhar com todo o processo de tratamento e recuperação.
A revolta, a raiva racional ou não, devem ser toleradas e não menosprezadas, para que
o paciente ostomizado possa lidar com alguns sentimentos reprimidos. Ele poderá
manifestar comportamentos como o de reclamar, criticar seu atendimento, solicitar
atenção contínua, entre outros.
101
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
O luto pode ser entendido por partes como o entorpecimento (choque e descrença),
anseio e protesto (agitação, fortes emoções), desespero (apatia e depressão) e
recuperação, restituição (possibilidade de reinvestir energias).
Ele necessita de tempo interno para viver este difícil momento de luto, ou seja, rever
seus conceitos, contrapor as suas perdas (esfíncteres) e encontrar forças para aceitar e
trabalhar as suas possibilidades após a ostomia.
A depressão diante da doença é uma reação esperada; cabe ao profissional facilitar para
que o paciente passe por esta fase difícil o mais rápido possível. Deve-se considerar a
possibilidade de tratamento psiquiátrico, com o uso de antidepressivos e outros, caso
a depressão e ansiedade se tornem muito profundas, ou muito prolongadas e intensas.
Atividade sexual
102
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
A constatação com o lidar com pacientes ostomizados é de que a maioria não consegue,
com facilidade, retomar sua atividade sexual, ou retomam apenas parcialmente, devido
a problemas físicos, problemas com o dispositivo, vergonha ou medo de não serem
aceitos pelos parceiros.
Em uma sociedade que possui padrões estéticos e de beleza tão rígidos e que tanto
valoriza o corpo, a alteração física provocada pela formação do estoma, implica em uma
mudança social e sexual, havendo maior preocupação com o ato sexual devido a um não
enquadramento nos padrões sociais.
É fácil entender como o estoma influencia a sexualidade, pois no caso de uma ileostomia,
não há o controle sobre as eliminações fecais, sobre o barulho provocado, além do uso
da bolsa coletora ser constante, e visualmente não atraente.
Tais sensações referem-se também à visão que o paciente ostomizado tem sobre si
próprio, podendo apresentar rejeição e nojo, adotando assim mecanismos de defesa
como a projeção, rejeição, racionalização, entre outros.
Estes mecanismos de defesa são adotados por ambas as partes da relação: pelo paciente
onde há efetivamente alteração da autoimagem e, consequentemente, de autoestimas
decorrentes da mutilação; mas também por aquele que participa efetivamente do
relacionamento que pode se ver assolado por sentimentos conflitantes de desejo e, ao
mesmo tempo, repulsa, nojo e compaixão.
A influência na sexualidade se compromete mais ainda com o decorrer da idade, que vem
acompanhada pelo desencadeamento de alterações fisiológicas, como a diminuição da
lubrificação vaginal, a diminuição da ereção, alterações estas, que estarão acentuadas
pelo tipo do ostoma.
103
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Este casal necessita não só ter suas dúvidas sanadas, mas também de apoio psicológico
para o enfrentamento desta nova fase de vida, também a sexual, e para tal, o psicólogo
é profissional colaborador imprescindível.
A tradição cultural das crenças e práticas religiosas representa uma conduta essencial
da condição humana.
Para o paciente ostomizado, a qualidade de vida será o alcance máximo de bem estar
e autonomia, além da sua volta às atividades diárias. O próprio paciente deve avaliar
essa qualidade a qual, em alguns casos torna-se até melhor do que antes. Sendo a
reabilitação a meta principal da equipe que assiste o ostomizado, seu alcance significa
inseri-lo novamente na sociedade, identificando e ultrapassando os obstáculos que
possam impedir sua adaptação.
104
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
A primeira etapa desse processo deve ser a aceitação do estoma pelo paciente,
entendendo que este, foi confeccionado com o intuito de preservar sua saúde.
A partir daí, os cuidados com higiene e alimentação podem assegurar melhoria em sua
vida diária, assim como algum tipo de controle sobre as consequências da ostomia.
Entretanto, lidar com possíveis acidentes com a bolsa coletora dever ser uma estratégia
de trabalho dos profissionais que o acompanham, em especial o psicólogo, para que sua
vida atual possa ter os componentes necessários para uma vida plena, dentro de suas
condições fisiológicas.
Fonte: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S1516-08582008000200004>
105
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
<http://www.abraso.org.br/>
<http://www.ostomizados.com/associacoes/associacoes.html>
<http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=articl
e&id=3392&Itemid=534>
A Incontinência Urinária (IU) tem sido apontada por estudiosos como um problema de
saúde pública, devido à magnitude de sua ocorrência e consequências. Porém, poucos
profissionais de saúde investigam essa temática e escassos são os estudos sobre a
incontinência urinária, especialmente realizados por enfermeiros. É definida como
“queixa de qualquer perda involuntária de urina”.
<https://www.youtube.com/watch?v=HCpVPm12zHs>
<https://www.youtube.com/watch?v=dv0jLe-FQAE>
106
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
»» terapia comportamental;
A otimização da ingesta hídrica é controversa, pois há estudiosos que sugerem que ela
aumenta a produção de urina e perdas.
Por outro lado, alguns autores concordam que deve ser realizada, já que muitos
idosos restringem a ingesta hídrica com o objetivo de reduzir a produção de urina e
consequentemente a incontinência urinária.
Entretanto, a sua redução torna a urina mais concentrada, o que pode contribuir para
a Infecção do Trato Urinário (ITU) e para a constipação intestinal, importantes fatores
de risco para incontinência urinária.
Medidas que visem reduzir a constipação intestinal devem ser empregadas porque se
sabe que, como consequência da constipação pode haver impactação fecal, causando
pressão suficiente no reto para alterar o ângulo da uretra, resultando em esvaziamento
vesical incompleto, incontinência ou ainda infecção do trato urinário.
A redução do peso é outra estratégia conservadora para diminuir os episódios, uma vez
que o seu excesso leva ao aumento crônico da pressão intra-abdominal e, por conseguinte,
da pressão intravesical, podendo comprometer a função do trato urinário inferior.
107
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
<https://www.youtube.com/watch?v=TJI7e59_mu0>
<https://www.youtube.com/watch?v=da0PRQOwoZc>
<https://www.youtube.com/watch?v=o6yxAMwzByM>
<https://www.youtube.com/watch?v=RWnzyEObXTQ&t=25s>
<https://www.youtube.com/watch?v=kkEuUXyCf8Q>
<https://www.youtube.com/watch?v=jI9nrvIT778>
108
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Algumas pessoas apenas têm perdas urinárias quando a bexiga está cheia, com os idosos
esse fenômeno é muito comum. Então micção um pouco mais frequente pode impedir a
urgência causada pela distensão do músculo detrusor da bexiga e reduzir episódios de
incontinência urinária em alguns casos.
Dentre outras medidas que podem ser tomadas, é preciso ensinar o indivíduo a se
concentrar nas sensações da pelve e realizar várias contrações da musculatura do soalho
pélvico na vigência da urgência urinária, aguardar até o desaparecimento da sensação
de urgência e, em seguida, caminhar normalmente até o banheiro, para evitar perdas
urinárias decorrentes de urgência.
O cateterismo vesical intermitente pode ser utilizado nos pacientes que apresentam
hipocontratilidade do músculo detrusor da bexiga e dificuldade de esvaziamento
vesical com retenção urinária. Cabe ao enfermeiro a orientação e treinamento do
paciente e cuidador para realização do procedimento. No domicilio pode-se utilizar
a técnica limpa.
<https://www.youtube.com/watch?v=pmEAo0DtJXg>
109
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Figura 82.
Fonte: <http://pressfarma.com.br/wp-content/uploads/2013/06/material.jpg>
Nos casos de internação, o ambiente também deve ser de fácil acesso geográfico para
carros e ambulâncias; possuir instalações elétricas com aterramento, quando houver uso
de equipamento que assim o exija, e sistema alternativo de energia elétrica diretamente
ligado ao equipamento com acionamento automático em no máximo 0,5 segundo e
quando houver uso de ventilação mecânica invasiva, além de um ambiente específico
para a utilização de um leito.
110
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Recursos materiais
Figura 83.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-ZylTQlHd4_U/UBp5GwGQX7I/AAAAAAAACl0/n0RB_qNWvX8/s1600/VM.jpg>
Figura 84.
111
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Fonte: <http://www.loc.med.br/product_images/s/450/kit-oxigenio-com-cilindro-fluxometro-mascara-14660-
MLB4601420799_072013-F__50751_zoom.jpg>
Figura 85.
Fonte: <http://www.kimenz.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/i/n/
inalador_e_nebulizador_mec_nico_g-tech_nebplus01.jpg>
Figura 86.
Fonte: <http://www.multiways.com.br/uploads/conteudo/equipamentos-hospitalares-multiways.jpg>
As recargas devem ser programadas, pois estas nunca podem ser cuidado de emergência,
a não ser em caso de piora do quadro clínico respiratório do paciente.
As solicitações de troca de equipamentos com defeito devem ser feitos pelos auxiliares/
técnicos em enfermagem e/ou cuidador.
112
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Figura 87.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/--g0TC8Rkf_I/TwE46uud3jI/AAAAAAAAACs/-wOb7vzCHWc/s1600/GEST%25C3%2583ODEESTOQUES.png>
Conclui-se que níveis elevados de estoques tendem a gerar conformidade com o erro e
as causas dos problemas não são atacadas.
Objetivo de custo: tem como objetivo determinar o ponto ótimo dos custos de
armazenagem, de pedidos e de falta, para melhor atender à demanda de mercado e
aos acionistas.
Figura 88.
Fonte: <http://www.nicolasreus.com.br/img/artigos/artigo_7.jpg>
113
UNIDADE III │ ESTOMATERAPIA E HOME CARE
Figura 89.
Fonte: <http://www.sbg.com.br/wp-content/uploads/2013/07/sistema-gestao-erp-distribuidora-atacadista-software-2.jpg>
»» Número de itens.
Figura 90.
114
ESTOMATERAPIA E HOME CARE │ UNIDADE III
Fonte: <http://galpaoeficiente.parquetorino.com.br/wp-content/uploads/2014/12/erros_estoque-858x400.jpg>
Figura 91.
Fonte: <http://d8vlg9z1oftyc.cloudfront.net/cdlshopping/image/product/2099ea59186281deae409c01b8441
da220150325143109/450/76671427304708.jpeg>
115
Referências
DUTRA, L.; SANTOS, A.; WERLANG, S. Assistência pós alta hospitalar para pacientes
com cuidados especiais. Boletim de Saúde, Porto Alegre, v. 18, no 2, pp. 25-28, 2004.
Emanuel, L.; LIBRACH, Lawrence. Palliative care: core skills and clinical
competencies. Saunders, 2011.
116
REFERÊNCIAS
LIMA, A. N.; SILVA, L.; BOUSSO, R. A visita domiciliária realizada pelo agente
comunitário de saúde sob a ótica de adultos e idosos. Saúde e Sociedade, São Paulo,
v. 19, no 4, pp. 889-897, 2010.
117
REFERÊNCIAS
SILVA, K.L. et al. Internação domiciliar no Sistema Único de Saúde. Rev. Saúde
Pública. 2005; Vol. 39, no 3, pp. 391-7.
118