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Como cicatrizar
lesão por pressão
a depender do
seu estágio?
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Como cicatrizar lesão por pressão
a depender do seu estágio?
Prof. Jairo Edielson
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Essas lesões são classificadas em 6 estágios (em nú-
meros arábicos). Porém, essa definição é recente,
então, muitas pessoas podem ter aprendido que as
lesões (úlceras) por pressão têm quatro estágios (na
época, em números romanos). Entenda:
Em 2016, a National Pressure Ulcer Advisory Panel
(NPUAP), organização norte-americana dedicada à
prevenção e ao tratamento de lesões por pressão,
mudou a terminologia “úlcera de pressão” para o for-
mato atual e mais adequado, “lesão por pressão”. O
novo termo “lesão por pressão” deve ser utilizado por
todos os profissionais de saúde, porque aponta com
mais precisão as lesões em peles, tanto intactas e
quanto ulceradas (feridas abertas). No sistema ante-
rior, o estágio 1 e a lesão tissular profunda descreviam
lesões em pele intacta, enquanto as outras categorias
eram descritas como úlceras abertas. Para os especia-
listas, essas nomenclaturas levavam a uma confusão,
porque a definição de cada estágio se referia às lesões
como do grupo de “úlceras de pressão”.
Além da mudança de terminologia, números árabes
passam a ser utilizados no nome dos estágios, em vez
de algarismos romanos. O termo “suspeita” também
foi removido da categoria diagnóstica lesão tissular
profunda, assim como foram adicionadas as defini-
ções de ferimento “lesão por pressão relacionada a
dispositivo médico” e “lesão por pressão em membra-
na mucosa”, totalizando em seis estágios.
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Estágio 1
No estágio 1, a pele da lesão (que ainda não pode ser
considerada uma úlcera, pois não tem as característi-
cas das úlceras) é uma pele íntegra, porém com hipe-
remia (pele vermelha) fixa, que não desaparece da
pele quando pressionada, ou seja, não embranquece
(em pessoas de pele clara) ou não azula (em pessoas
de pele escura) com a digitopressão, ou seja, em todas
as cores de pele, após a digitopressão a pele continua
da mesma cor. Além disso, a região da lesão fica mais
quente e endurecida.
Os cuidados recomendados para essas lesões são bá-
sicos. O principal deles é a mudança de decúbito, que
tem a frequência determinada a depender do pacien-
te, quanto mais sensíveis as condições, mais numero-
sas devem ser as mudanças. Pode ser, então, a cada
duas horas ou menos, ou seja, em uma frequência
maior (e melhor).
Se o paciente estiver em um colchão pneumático ou
piramidal, ele provavelmente vai ter uma pressão
sobre os tecidos mais atenuada. Então, é uma opção
adicional ao tratamento, mas que não pode substituir
a mudança de decúbito. Por exemplo, em uma super-
fície dura, o paciente poderia desenvolver uma lesão
em seis horas, sem a mudança de decúbito. Já em um
colchão especializado, a lesão demoraria muito mais,
por volta de 48 horas. Portanto, o colchão auxilia na
prevenção da lesão, mas só a mudança da posição do
paciente que pode prevenir a lesão e permitir seu fe-
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chamento.
Além dessas duas formas, existem coberturas que mi-
nimizam a pressão da área, como a espuma de poliu-
retano ou hidrocolóide (de preferência, transparentes
para a visualização do tecido), que podem prevenir a
passagem do estágio 1 da lesão para o estágio 2 e a
abertura de feridas na região da lesão.
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aumentam o risco de lesão. Portanto, quanto mais
graves os números da escala de Braden, mais intenso
o tratamento precisa ser (ajudando a indicar a frequ-
ência da mudança de decúbito).
A dieta também é uma forma de tratar lesão por pres-
são. Dietas hiperproteicas e hipercalóricas auxiliam na
recuperação e na prevenção das lesões. As vitaminas
A, B1 e C, por exemplo, são muito importantes e uma
dieta rica em ambas minimiza o risco do desenvolvi-
mento de lesões por pressão.
Estágio 2
Na lesão por pressão estágio 2 há o rompimento de
epiderme ou de epiderme e derme (às vezes, pode pa-
recer que somente está “descascando”, mas é lesão
por pressão 2). A lesão se apresenta sem sangramento
e com uma pele ainda de coloração rosa. Não há ne-
crose ou esfacelo, se houver o estágio já é outro. Há o
aparecimento de bolhas serosas, com exsudato
seroso, que não devem ser rompidas. As bolhas apare-
cem, principalmente, no calcâneo e no maléolo.
As coberturas que podem ser utilizadas nesse estágio
são: hidrocolóide e (mais indicada) a cobertura de sili-
cone. No caso do hidrocolóide, a cobertura pode até
ser indicada pela literatura, porém, na prática (do pro-
fessor Jairo), ela não se apresentou como a maneira
mais indicada, porque não deu bons resultados, pois,
sempre houve a maceração de borda. Então, serve so-
mente para a prevenção.
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Não há a necessidade de usar uma colagenase (como
hidrogel com alginato), caso você tenha outras opções
de cobertura. Se não houver, use-a. O efeito da colage-
nase no estágio 2 não é muito efetivo, porém, se
houver somente ela, é a cobertura que há para ser
usada.
Para as lesões por pressão neste estágio, o curativo
menos indicado é o AGE, que pode ser feito ou não
com oclusão.
Depois do curativo, no caso das lesões na região do
calcâneo e maléolo, o membro deve ser elevado para o
início do processo de cicatrização — a elevação do
membro não precisa ser exagerada, deve-se ajustá-lo
de modo que o espaço entre o membro e a cama
ocupe uma altura para que a mão do enfermeiro
passe entre ele (posicionada com a palma sobre o col-
chão). Dessa forma, a pressão causadora da lesão já foi
minimizada.
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Estágio 3
Na lesão de estágio 3, a lesão ultrapassou a epiderme
e derme e chegou no tecido subcutâneo, na hipoder-
me. Nesta fase, o tecido subcutâneo com tecido adipo-
so já pode ser identificado. Há necrose e esfacelo.
Podem ter túneis, epíbole (a borda da pressão enrola-
da e cicatrizada que precisa ser desbridada para a con-
tinuação da cicatrização) e hiperqueratose. Não há a
exposição de outros tecidos, como músculos, ou ten-
dões e ossos.
Estágio 4
A lesão estágio 4 é muito parecida com a de estágio 3,
apresenta todas as características da lesão anterior,
porém, com o adicional de exposição de tecidos além
dos cutâneos, como músculos, tendões ou ossos. Aqui
a lesão é chamada de tissular, por conta da última ca-
racterística.
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Nos dois últimos estágios as coberturas indicadas são
as mesmas. A espuma de alginato de cálcio é uma
opção excelente para esses casos. No caso das lesões
com odor e sem a exposição óssea (somente nesse
caso), o carvão ativado com prata pode ser usado na
cobertura — embora a teoria indique que ele forme
tecido de granulação e remove necrose esfacelo, na
prática, o carvão ativado costuma surtir efeito somen-
te para tratar a infecção e remover odor.
O hidrogel (com creme barreira) pode ser usado
nesses estágios, porém, ele é mais eficiente para feri-
das secas e com exsudato moderado, o que geralmen-
te não é o caso das feridas em estágio 3 e 4.
A cobertura para reduzir a pressão deve, obrigatoria-
mente, ser feita com a espuma de alginato de cálcio.
Aqui, a hidrocolóide não vai ter efeito nenhum.
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Estágio: lesão por pressão não classificável
O quinto estágio é nomeado (não numerado) como
“lesão por pressão não classificável” e tem como prin-
cipal característica a cobertura da ferida por uma
escara, ou seja, por um tecido necrosado. Esse estágio
apresenta uma lesão seca. A necrose precisa ser remo-
vida.
Para a remoção da necrose é necessário desbrida-
mento. Porém, o desbridamento nesse estágio não
deve ser feito somente pelas coberturas. Aqui, é ne-
cessário desbridamento cirúrgico, ou seja, o paciente
deve ser levado ao centro cirúrgico para a remoção do
tecido necrosado da lesão. Esse desbridamento é feito
pelo corte da necrose com bisturi e a respectiva caute-
rização. Neste caso, há muito sangramento.
Depois do desbridamento cirúrgico, o curativo deve
ser feito com a cobertura de alginato de cálcio.
Com a remoção da necrose e esfacelo no procedi-
mento cirúrgico, a lesão por pressão poderá ser identi-
ficada. Ela será de estágio 3 ou 4. Para diferenciá-los
deve-se observar se há ou não lesão tissular (com ex-
posição de músculo, tendão ou osso). Se não houver, é
estágio 3. Se houver, é estágio 4.
Portanto, o estágio de lesão “não classificável” acon-
tece no período antes do desbridamento cirúrgico.
Após esse período, ela é classificável como estágio 3
ou 4.
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Estágio: lesão por pressão tissular profunda
O sexto estágio é nomeado (não numerado) como
“lesão por pressão tissular profunda” (não mais “sus-
peita” de lesão tissular profunda!!!) e tem como princi-
pal característica a pele íntegra ou não, mas sempre
de cor púrpura, acastanhada ou até vermelha escura,
que não embranquece com a digitopressão. A pele
quando apresenta abertura de ferida irá dispor de ne-
crose, esfacelo, exsudação, etc. Nesse estágio podem
haver bolhas sanguinolentas (não serosas, como no
estágio 2), que podem ser rompidas.
Para os casos de lesão por pressão tissular profunda
em que a pele estiver íntegra, a espuma de poliureta-
no deve ajudar no tratamento. Se a pele estiver rompi-
da, o hidrogel, hidrogel com alginato, o alginato de
cálcio, a sulfadiazina de prata ou o carvão ativado
podem ser usados.
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