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INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa subordinado pelo tema “Assistência de Enfermagem


Prestado aos pacientes com Malária internado no Banco de Urgência dos adulto no
HMMZ, durante o Iº Trimestre de 2023”.

A malária, também conhecida como paludismo é uma doença infecçiosa causada por um
protozoário do tipo plasmodium. È transmitida aos seres humanos por um mosquito fêmia,
o Anópheles, mosquito normalmente encontrado em regiões tropicais. Na realidade, o
paludismo desapareceu de regiões temperadas através da drenagem de pântanos.

A malária causa episódios periódicos de calafrios intensos e febres alta em intervalos de


48-72horas. Esses episódios costumam durar cerca de 6 hora e estão associados a ruptura
de hemácias. (GLADWEN & TRATTER,2019:342). A malária é a quinta causa de morte
por doenças infecciosas em todo o mundo, ficando em desvantagem apenas para infecções
respiratórias, HIV/AIDS, doenças diarreiacas infeciosas, depois do HIV/AIDS(ARAÚJO,
I. E. M. Et, 2016).

A malária, ainda hoje, é uma das doenças prevalentes no globo terrestre, ocorrendo em
cerca de 90 países, principalmente na faixa intertropical. Quarenta por cento da população
mundial está sob algum risco de contrair malária. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
considera a malária o maior problema de saúde pública em muitos países, principalmente
naqueles em desenvolvimento.

A malária, actualmente, é uma das doenças que, a par da tuberculose e de algumas


infecções sexualmente transmitidas (ISTs), maior impacto têm na Economia e Saúde
Pública dos países em vias de desenvolvimento. Segundo o último relatório da OMS,
ocorreram, em 2015, cerca de 243 milhões de casos documentados e perto de 832 mortes
causadas por esta infecção (81% em África e 75% em crianças com menos de 5 anos),
sendo que cerca de metade da população mundial está em risco de contrair malária.

A doença é apresentada como um problema global e devastador de saúde humana. È


tipicamente uma parasitose de países subdesenvolvidos. Está presente nas regiões tropicas
e subtropicais do planeta atingindo um número de pessoas jamais conhecido na história.
Cerca de 50% da população mundial (3,3 bilhões de pessoas) vivem em áreas de risco de
transmissão da malária. Do total de países das áreas endémicas, 35 destes, (sendo 30 na
Àfrica subsaariana e 5 na Àsia) são responsáveis por 98% das mortes pela doença no
mundo. A malária é a quinta causa de morte por doenças infecciosas em todo o mundo,
ficando em desvantagem apenas para infecções respiratórias, HIV/AIDS, doenças
diarreiacas infeciosas, depois do HIV/AIDS(ARAÚJO, I. E. M. Et, 2010).
PROBLEMA CIENTÍFCO
A malária é uma das doenças infecçiosa febril aguda, causada por protozoários
transmitidos pela fâmia infectada do mosquito Anopheles. Toda pessa pode contrair a a
malária, sendo as crianças e mulheres grávidas o grupo mais vunerável. A malária é a
principal causa de mortalidade no HMMZ, sendo responsável por mais de 40% dos óbitos
registados. A estimativa de prevalência no grupo etário de 2 a 9 anos de idade vária de
40% a 60%, com 90% de crianças menores de 5 anos de idade e gestantes infectadas por
parasitas de malária(HMMZ: 2022).

A OMS estima que cerca de três milhões de pessoas morrem anualmente devido ao
agravamento da doença, sendo que 80% das mortes são registadas em países em de
desenvolvimento incluindo Angola(OMS, 2019).

Sendo a malária um problema constante no Hospital Municipal de Maquela do Zombo, tal


que achei conveniente estudar o mesmo, desta feita elaborou-se a seguinte pergunta:

Será que os pacientes internados no Banco de urgência dos adultos do Hospital


Municipal de Maquela do Zombo, têm conhecimento sólidos sobre as medidas de
prevenção da malária?

JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO TEMA


A escolha por este tema, surgiu das constatações feitas durante a minha estadia no Hospital
Municipal de Maquela do Zombo, sobre o aumento do número de casos de malária. A
malária é uma das doenças infecciosas com maior índice de morbilidade e mortalidade no
mundo em particular Angola, foi triste viver de aperto angústia estampada no rosto dos
pacientes e familiares que enfrentavam juntos a doença. A malária é uma doença que se
não for bem tratada pode ter várias complicações, é uma vez que a doença se agrava pode
levar a morte.

Este estudo poderá contribuir de forma concisa na utilização das medidas de prevenção da
malária, com vista a despertar as autoridades de direito para intervenção e melhoria deste
indicador.
OBJECTIVOS DO TRABALHO
Geral:

 Mitigar a Assistência de Enfermagem Prestado aos pacientes com Malária


internado no Banco de Urgência dos adulto no HMMZ, durante o Iº Trimestre de
2023.

Específicos

 Identificar o nome, idade e o género do paciente;


 Conhecer a proveniência;
 Controlar os sinais e sintomas;
 Avaliar o tratamento inicial;
 Conhecer históricos da doença actual;
 Verificar as interrvenções de enfermagem;
 Conhecer a evolução clínica do paciente.

HIPÓTESES
Trata-se de uma afirmação hipotética cuja afirmação da veracidade obtem-se ao longo da
ivestigação do fenómeno. No presente trabalho traçei as seguintes:

Hipotese 1: É provável que os pacientes internados no Banco de urgência dos adultos do


Hospital Municipal de Maquela do Zombo, não têm conhecimento sobre as medidas de
prevenção da malária;

Hipotese 2: É provável que os pacientes internados no Banco de urgência dos adultos do


HMMZ, têm conhecimento sobre as medidas de prevenção da malária;

Hipotese 3: é provável que os pacientes internados no Banco de urgência dos adultos do


Hospital Municipal de Maquela do Zombo, não têm conhecimento sólidos sobre as
possíveis complicações do na cumprimento das medidas de prevenção da malária.
CAPÍTULO I-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1- Definição de termos e conceitos

Malária: é uma doença infeciosa causa por um protozoário unicelular, do género


plasmodium, que reparte o seu ciclo de vida entre mosquitos do género anófeles e
vertebrados. (Camargo, E.P. (2003).

Plasmódio: são protozoários, eucariontes, unicelulares que fazem parte do reino protista.
(Luse, S.A., & Miller, L.H. 1972).

Banco de urgência: refere-se à unidade de atendimento do paciente com condições


clínicas que perigam a vida https://conceito.de.urgencia.

Enfermagem: é a ciência cuja objectivo é a implantação do tramento de doenças e


cuidados ao ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo integral
holistio https://conceito,enfermage.

1.2. Epidemologia

A malária continua a ser a principal causa de morte em Angola, segundo o dado da


Direcção Nacional de Saúde, divulgados no âmbito das celebrações do Dia Mundial da luta
contra malária. A malaária contunua a ser a principal causa de morte em Angola, só no
primeiro trimestre desde o ano (2018), mais de duas mil pessoas morreram de malária
segundo dados do departamento de controlo de doenções da direcção nacional de saúde, no
âmbito das celebrações do dia mundial de luta contra malária, assinalado nesta quarta.
(Lapouble,2015).

De acordo com chefe de departamento de controlo de doenças da direcção nacional de


saúde, Pelinganga Luís Braião, a sua instituição criou um plano de emergência para dar
resposta a situação. Kuando Kubango, Bié, Moxico, Huambo e uíge, são deste momentoas
províncias mais afectadas pela malária. (Lopes, 2019)

Angola continua na linha vermelha dos países com maior número de mortes por malária. A
malária é uma doença parasitária que causa febre alta, calafrios e sintomas semilares a
gripe. O quadro epidemiológico de Angola é caracterizado por doenças transmissíveis e
parasitárias, com destaque as grandes endemias como a malária, VIH/SIDA e a tuberculose
juntando-se as doemças tropicais negligenciasdas, como tripanossomose humana africana.
(Gonçalves, 2019).

1.3. Sinais e Sintomas


Os principais sintomas da malária podem surgir 1 a 2 semanas após a infecção pelos
protozoários do género plasmodium sp. Apesar de geralmente ser leve a moderada, a
malária pode desenvolver quadros graves, por isso, o diagnostico deve ser feito o mais
precocemente possível, já que o tratamento corrento e rápido são as formas mais adequadas
para reduzir a gravidade e a mortalidade desta doença. (REGUÉ et al. 2002)
O primeiro sintoma que surge é a febre alta, que pode chegar 40´C, mais outros sinais e
sintomas clássicos de malária incluem:

 Tremores e calafrios,
 Suor intenso
 Dores por todo corpo
 Dor de cabeça
 Fraqueza
 Mal-estar geral
 Naúseas e vómitos.
É comum que a febre e a intensificação dos sintomas ocorram de forma repentina a cada 2
a 3 dias, durante cerca de 6 a 12 horas, período em que os glóbulos vermelhos se rompem e
os parasitas circulam pela corrente sanguínea, situação bem característica nda malária.

Entretanto, os padrões da doença variam de acordo com o tipo de malária, se ela é a


malária complicada ou não, podendo as complicações ser fatais.

Segundo Zapata (2003) em alguns casos, a infecção pode desenvolver complicações


graves, sendo que a malária cerebral é a mais comum e importante. Alguns sintomas que
indicam malária cerebral incluem:

 Rigidez na nunca,
 Desorientação,
 Sonolencia,
 Convulsões,
 Vómito,
 Estado de coma.

1.4. Causas
Segundo Gomes (2011) a malária é causada pelo mosquito do género Anopheles, mas o
mosquito não é um vilão, é que ele se encontra infectado por uma das espécies do
Plasmodium. Existem cinco espécies de Plasmodium que podem infectar os sres humanos:

 Plasmodium falciparum
 Plasmodium vivax
 Plasmodium ovale
 `lasmodium malariae
 Plasmodium knowlesi(raramente)
A maior parte das mortes são causadas pelo P. falciparum. As espécies P.vivax, P. ovale e
malariae geral.

1.5. Factores de risco


As pessoas propensas a desenvolverem a malária e as suas complicações, são as pessoas
não imunes ou com baixa imunidade, quer adultos como crianças, consistem em:

 Neonatos prematuros, com baixo peso (inferior a 4,5kg);


 Crianças menores de 5 anos;

 Mulheres grávidas;

 Pacientes com co-infectados com VIH

 Viajantes não imunes

 Hiper-parasitémia

1.6. Modo e/ou formas de transmissão

Por meio da picada da fêmia do mosquito Anopheles, infectada pelo plasmodium. Os


vectores são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer.
Toda via, são encontrados picando durante todo período noturno, porém em menor
quantidade de allgumas horas da noite.

Apenas as fêmias do mosquito Anopheles picam as pessoas porque precisam do sangue


para maturar os seus ovos e tem preferência pelo o sangue humanao. Os mosquitos machos
alimentam-se de seivas das plantas. A fêmia, pós picar e sugar o sangue de uma pessoa,
descansa alguns dias nas paredes de dentro ou fora de casa enquanto digerem o sangue e os
ovos maturam. Depois de maturarem os ovos, depositam-nos em reservatórios de águas
limpa onde os ovos se transformam em larvas e posteriormentes em mosquitos.

Outras formas de transmissão, menos frequente ocorrem de mãe-feto (transmissão


congenita), por meio do cordão umbilical; podem ocorrer raramente a transmissão por
meio de transfusão de sangue contaminado ou do uso compartilhado de objectos
perfurocortantes (agulhas) contaminadas. Não há transmissão direicta da doença de pessoa
a pessoa- (fonte: Nome do autor, ano).

1.7. Período de incubação


O período de incubação (fazem um ciclo exo-erritrociticos), variam de acordo com a
espécie do plasmódio:

 Plasmodium falciparum,varia de 8 a 14 dias, em média cerca de 12 dias;

 Plasmódio vivax,vária de 12 a 18 dias, em média de 15 dias;

 Plasmódio ovale e malariae, vária de 18 a 37 dias, em média de 30 dias.

1.8. Período de transmissibilidade


O mosquito é infectado ao sugar o sangue de uma pessoa com gametócitos circulantes.

Os gametócitos surgem, na corrente sanguínea, em períodos variáveis, de poucas hora:


para o P. vivax, é de 7 a 12 dias, para o P. falciparum. Para Malária por P. falciparum, o
indivíduo pode ser fonte de infecção por até 1 ano; para P. vivax, até 3 anos; 3 para P.
malariae, por mais de 3 anos, desde que não seja adequadamente tratado.
1.9. Ciclo biológico do plasmódio
O ciclo do Plasmodium compreende duas fases: a assexuada, no homem e a sexuada, no
mosquito. No homem, a inoculação dos esporozoítos quando o mosquito pica para sugar o
sangue, uma vez inoculados, deixam rapidamente o tecido subcutâneo e caem na corrente
circulatória, onde permanecem durante cerca de meia hora. Segue-se, então, o período pré-
patente, durante o qual transfusões de grande quantidade de sangue que não causam
malária.

Esse período dura 6 dias para o P. falsiparum e 8 dias para o P. vivax.Durante esse período,
os esporozoítos deixaram a corrente sanguínea e se encontraram nas células hepática. Os
esporozoítos possuem organelas destinadas a penetração nas células de seus hospedeiros.
Nestas células multiplicam-se por processo esquizogônico, do qual resulta a formação de
merozoítas. Esta reprodução ocorre nos tecidos e dá-se antes da multiplicação
esquizogônica nos glóbulos vermelhos,( DO1DORPA. 2005).

No segundo dia, no interior dos hepatócitos, encontram-se esquizontes teciduais (o citoplasma é


irregular e vacuolizado; o núcleo apresenta-se dividido (esquizogonia em vários fragmentos), que
aumentam de volume e se dividem para formar milhares de minúsculos merozoítas. Parte desses
merozoítas agora postos em liberdade é englobada por células fagocitárias (monocitòides, células
plasmáticas e polimorfonucleares) e destruída; muitos, entretanto, fixam-se, provavelmente, sobre
os glóbulos vermelhos dos vasos sinusóides do fígado. Muitos desses merozoíta penetram
novamente em outras células hepáticas, onde permanecem em estado latente ou então, ao
contrário, reproduzem um novo cicloesquizogônico (tecido secundário). Atribui-se a tais
formas as recaídas tardias da malária pelo P. Vivax.( Gonçalves K. 2019).

No ciclo eritrocíticos, trofozoítas apresentam-se no interior do glóbulo vermelho, sob a


forma de um anel. O crescimento se processa à custa da célula: o trofozoíto utiliza-se do
oxigênio das hemácias por meio da oxidase. A glicose é sem dúvida alguma a principal
fonte de energia utilizada pelos parasitas da malária. O parasita utiliza também a globina.
Há a formação alimentar em que a hemoglobina é incompletamente metabolizada, sendo
deixado um resíduo bastante proeminente, que, como vimos, é o pigmento malárico
(hemozoína).

Em seguida, os trofozoítas toma um grande desenvolvimento, o vacúolo torna-se menor, o


núcleo se desenvolve e o vacúolo quase desaparece, sendo agora o parasita denominado
trofozoíto médio. Começa-se a divisão, iniciando-se pela transformação do núcleo. É a
forma denominada esquizonte.

Em seguida, formam-se os merozoítas, com formação de pequenos corpúsculos


semelhantes a esporos. O organismo é denominado merócito ou rosácea, as células-filhas
merozoítas, restando uma massa de citoplasma residual que contém o pigmento. Pela
ruptura do glóbulo vermelho, que já se apresentava profundamente alterado, os merozoítas
libutam-se no plasma. Estes, agora, penetram em novos glóbulos vemelhos e o ciclo se
repete, enquanto o corpo residual do merócito, com seu conteúdo de pigmento, é
fagocitado pelas células endoteliais livres de vasos sanguíneos ou por fagócitos
migradores, via de regra os grandes mononucleares ou macrófagos.

A multiplicação continua em progressão geométrica, até que, transcorrida


aproximadamente duas semanas (período de incubação), já existe número suficiente de
parasitas para determinar os sintomas clínicos. Se o desenvolvimento do plasmódio não
fosse sustado ou diminuído, chegaría-se, a um ponto em que cada célula do sangue ficaria
parasitada. A multiplicação é inibida, de qualquer maneira, por fagocitose ou pela
produção de anticorpos no sangue, daí por que o crescimento regular e uniforme do
parasita que se devia esperar, não se dá.

O crescimento do parasita no glóbulo vermelho é acompanhado de perturbações destes,


tais como dilatação ou contração, modificações da membrana, até sua destruição.
Aparecem em seguida granulações que diferem nas três espécies e são importantes para o
diagnóstico específico das mesmas. Após fases sucessivas de esquizogonias, aparecem no
ciclo evolutivo do parasita, as estruturas sexuadas do hematozoário, denominadas
gametócito, que só se desenvolvem em eritrócitos. Quando maduros, os gametócitos têm
quase o mesmo tamanho dos esquizontes, mas contêm maior número de glânulos de
pigmento e possuem um único núcleo.

Pode-se reconhecer dois tipos: o gametócito eminino ou macrogametócito, com citoplasma


denso e intensamente corado e com o núcleo pequeno e compacto; o gametócito
masculino, ou microgametócito, com citoplasma menos denso e corado menos
intensamente, e um núcleo relativamente largo e difuso. Os gametócitos permanecem em
geral envolvidos pela membrana do glóbulo vermelho, até serem ingeridos pelos
mosquitos. Se isto não se der, degeneram e morrem.

O ciclo no mosquito se dá quando os gametócitos derramados no sangue continuam seu


desenvolvimento nos anófeles. Devido a movimentos de contração e expansão, os
gametócitos rompem a membrana dos glóbulos vermelhos e tornam-se livres no estômago
do anofelino. Com intervalos variáveis, eles se desprendem violentamente do corpo
residual onde ficam retidos os grânulos de pigmento, constituindo um fenômeno chamado
exflagelação. O corpo residual não toma mais parte do ciclo evolutivo e se desintegra. Os
microgametas são muito móveis e se locomovem ativamente através do estômago do
mosquito à procura da fêmea. O zigoto formado é a princípio uma esfera inativa depois
começa a alongar-se, até apresentar uma forma vermicular. O zigoto móvel, agora
denominado oocineto ou vermículo, avança para o epitélio do estômago do mosquito.

O zigoto é, logo em seguida, cercado por um cisto, que em parte de deriva da membrana
elástica e em parte é formado pelo próprio parasita. Temos, então, o oocisto, que aumenta
rapidamente quando a temperatura é favorável. Os oocistos, então, maduros, rompem-se,
pondo em liberdade, na cavidade geral do mosquito, os esporozoítas, que, móveis,
penetram por todo o corpo do mosquito e podem ser encontrados em todos os órgãos.
Muitos penetram nas células das glândulas salivares, podendo ser observados em um
número enorme, embebidos no seu citoplasma. Sendo a saliva segregada no ducto salivar,
os esporozoítos também passam e, são finalmente injetados pelo mosquito durante a
picada.

2.1. Complicações da Malária


As pessoas não imunes, tanto adultos como crianças e gestantes, podem apresentar
manifestações mais graves da infecção, podendo ser fatal no caso de PF. Infecções por PV
e PM são geralmente benignas e os raros casos relativos de morte por essas espécies
ocorreram em função de complicações peculiares, como a ruptura espontânea do baço ou
concomitância com outra entidade patológica de evolução fatal.

Qualquer doente que, em consequência da malária , esteja inapto a receber medicação oral,
apresente algum grau de disfunção orgânica ou apresente parasitémia elevada encontra-se
sob risco de morrer por uma das complicações da doença. O aparecimento de hipertermia,
forte cefaléia, sonolência, convulsões, anemia intensa, dispnéia, vômitos repetidos,
insuficiência renal aguda, edema pulmonar agudo, hipoglicemia, disfunção hepática,
hemoglobinúria (hemólise intravascular aguda maciça), hipotensão arterial, oligúria,
icterícia, distúrbio da consciência e choque constituem sinais clínicos de alerta da Malária
complicada.

2.2. Métodos de Diagnóstico da Malária


O diagnóstico da malária só é possível pela demonstração do parasita ou de antígenos
relacionados, no sangue periférico do paciente, por meio dos métodos diagnósticos
especificados. O diagnóstico laboratorial é essencial para a confirmação do diagnóstico da
malária.

Os métodos de diagnóstico recomendado pela OMS /PNCM para todos os casos suspeitos
de malária, em todos os locais de transmissão, são: o Microscópio Ótico (MO), através da
Gota Espessa e Esfregaço, e os Testes de Diagnóstico Rápido (TDR).

 Recomendações da OMS para o diagnóstico da malária:

- Rápida confirmação parasitológica por microscopio ou TDR, em todos os doentes com


suspeita de malária, antes de se iniciar o tratamento.

- O tratamento apenas com base na suspeita clínica só deverá ser considerado no caso de
impossibilidade de se realizar o diagnóstico parasitológico por MO ou TDR.

- O diagnóstico parasitológico deverá estar rapidamente disponível (menos de duas horas),


após o exame clínico do doente. Caso não for possível a confirmação do diagnóstico, só
assim é que o doente deve ser tratado com base num diagnóstico clínico, tendo-se
descartado os diagnósticos diferenciais.

As vantagens do diagnóstico laboratorial são:


a)-Melhores cuidados aos doentes com teste positivo, devido a uma maior certeza de que a
doença em causa é, de facto, malária;

b)-Identificação dos doentes com teste negativo, para os quais se deve procurar outro
diagnóstico;

c)-Evitar o uso desnecessário de antimaláricos, reduzindo assim o risco de efeitos


colaterais adversos e de interações medicamentosas;

d)-Confirmação de insucesso dos tratamentos;

e)-Melhor detecção e notificação dos casos de malária.

2.3. Microscópio Óptico (MO)

O microscópio óptico proporciona um elevado grau de sensibilidade e especificidade,


quamdo bem realizado. Não é dispendiosa e é considerada o "padrão de ouro", em função
do qual terão de ser avaliadas a sensibilidade e a especificidade dos outros métodos. Um
microscopista competente e capaz de detectar parasitas assexuados em densidades menores
do que 10 por microlitro de sangue, mas em condições normais no terreno o limite de
sensibilidade é de aproximadamente, 100 parasitas por ul. Ezta técnica de diagnóstico, faz-
se com base a dois métodos (gota espessa e esfregaço delgado).

Gota Espessa: é o método oficialmente usado para o diagnóstico da Malária, mesmo após
o avanço de técnicas diagnósticas, esse exame continua sendo um método simples, eficaz,
de baixo custo, de fácil realização. Permite a quantificação dos parasitas da malária e a
identificação das espécies infecciosas. Quando adequadamente realizada é considerada
pela Organização Mundial d Saúde (OMS).

Sua técnica baseia-se na visualização do parasita por meio do microscópio óptico, após
coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação
específica dos parasitas a partir da analise da sua morfologia e da presença dos diferentes
estágios de desenvolvimento do parasita encontrados no sangue periférico. A determinação
da da densidade parasitária, útil para a avalição prognóstica, deve ser realizada em
pacientes com Malária, especificamente nos portadores de P. falciparum.

2.3. Vantagens e desvantagens da gota espessa para a pesquisa de plasmódio

Vantagens:

 Por concentrar maior quantidade de sangue desemoglobinizado numa área


relativamente pequena, a gota espessa aumenta a probabilidade de se encontrar
parasitos, o que a torna o método de eleição para o diagnóstico de malária (e de
outros hemoparasitos);
 Por ser desemoglobinizada, o processo de coloração é mais rápido, permitindo o
processamento de grande número de amostras;
 A distribuição dos parasitos e leucócitos se dá ao acaso em toda a amostra.
Portanto, pode-se avaliar a parasitemia contando-se o número de parasitos em
relação a um determinado número de leucócitos.

Desvantagens:

 Requer experiência para a identificação de espécies, uma vez que a morfologia do


parasito altera-se durante o processo de desemoglo- binização;
 Requer processamento parcial ou total relativamente rápido depois de colhida a
amostra, para evitar a fixação de hemoglobina, a supercoloração e a descoloração.

Esfregaço Delgado: possui baixa sensibilidade (estima-se que a gota espessa seja cerca de
30 vezes mais eficiente na detecão da infecção da malária). Esse método permite, com
mais facilidade e segurança, qualificação os parasitas (identifica o tipo e a fase do
parasita), diferenciação específica dos parasitas, a partir da análise de sua morfologia e das
alterações provocadas no eritrócito infectado.

2.4. Vantagens e desvantagens do esfregaço delgado

Vantagens

 Por fi xar as hemácias, permite melhor estudo da morfologia do parasito e das


alterações características do eritrócito parasitado, viabilizando conferir o
diagnóstico da gota espessa, em situações de dúvida.

 Por ser fi xado e não submetido à desemoglobinização, a perda de parasitos é bem


menor que na gota espessa. Essas amostras resistem mais ao atrito quando da
remoção do óleo de imersão, são mais duráveis e conservam por muito tempo a
coloração original (enquanto que a gota espessa pode facilmente apresentar
alteração tintorial).
 Permite a determinação percentual da parasitemia, mediante a contagem de
eritrócitos parasitados em 100 hemácias.

Desvantagens

 Por ter menos quantidade de sangue, espalhada em uma única camada, o esfregaço
delgado ocupa maior área da lâmina, difi cultando o encontro das hemácias
parasitadas. Assim, não é indicado para diagnóstico inicial, especialmente em
pacientes com parasite-mias baixas.

 A distribuição de leucócitos e parasitos não se dá ao acaso (leucócitos maiores e


estágios mais avançados dos parasitos localizam-senas bordas e fi nal de
esfregaço). Portanto, precisa-se examinar uma área extensa para detectar todas as
formas parasitárias, não estabelecendo uma boa correlação entre o número de
parasitos e o de leucócitos.
2.5. Testes de Diagnóstico Rápido para a detecção dos Antígenos do Plasmódio

Os testes de diagnóstico rápido da malária (TDR) detectam antígenos específicos da


malária derivados das fases sanguíneas dos parasitas. A presença de Antigénios é indicada
por uma linha de resultado colorida que atravessa uma banda de nitrocelulose.

Os TDR são um bom apoio para o diagnóstico clínico da malária e uma alternativa válida a
microscópio no diagnóstico clínico da malária não complicada, particularmente quando
não estão imediatamente disponíveis serviços de micriscópio de boa qualidade.

Os testes imunocromatográficos representam um método de diagnóstico rápido de Malária.


São realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos
específicos do parasita, apresentam sensibilidade superior a 95% quando comparados com
a gota espessa, com parasitemia superior a 100 parasitass/uL.

Os testes disponíveis, detectam especificamente o P. Falciparum e as demais espécies


simultaneamente. Pela sua praticidade e facilidade de realização, são ùteis para a triagem e
mesmo para a confirmação antepada do diagnóstico, principalmente em situações onde o
processamento do exame da gota espessa é complexo ou demoroso, nos casos de demanda
de pacientes, em áreas longínquas e de difícil acesso aos serviços de saúde, assim como em
áreas de baixa incidência de doença.

2.6. Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial da malária é feito com a febre tifoide, covid-19, dengue, febre
amarela, leptospirose, hepatite infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas aguda,
febres hemorrágicas e outros processos febris. Na fase inicial, principalmente na criança, a
malária confunde-se com outras doenças infecciosas dos tratos respiratório, urinário e
digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana. No período de febre intermitente, as
principais doenças que se confundem com a malária são as infecções urinárias, tuberculose
miliar, salmoneloses septicêmicas, leishmaniose visceral, endocardite bacteriana e as
leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia. Algumas delas apresentam
anemia e hepatomegalia.

2.7. Política Nacional de Tratamento da Malária em Angola

A atualização da política nacional de tratamento da malária no país na adopção de normas


mais estritas de diagnóstico precoce e de tratamento correcto da doença, com as
combinações terapeuticas a base de Artemisinina (ACTs ou TCA) e do tratamnto
intermitente e preventivo na grávida com Sulfadoxina + Pirimetamina (SP), entre outros,
permite atingir níveis de eficcácia terapêutica acima dos 90% no tratamento dos casos de
malária não complicada (pressupondo a redução de casos graves ou complicados) e
aumentando a possibilidade dos doentes terem uma melhor atenção hospitalar.
2.8. PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE TRATAMENTO

1- Conceito: conjunto de regras relacionadas com a disponibilidade e com o uso racional


de medicamentos antimaláricos no país.

2 - Objectivo Geral:

Permitir que a população tenha acesso aantimaláricos com segurança, de boa qualidade,
eficazes, acessíveis e com aceitação.

3 – Objectivos Específicos:

1- Garantir uma cura clínica rápida e duradoura;

2- Prevenir a progressão das formas simples para as formas graves de malária e


consequentemente a morte;

3- Reduzir os episódios clínicos e a ocorrência de malária associada à anemia;

4- Reduzir as consequências da infecção placentar e da anemia materna associada

à malária;

5- Atrasar o desenvolvimento e a expansão da resistência.

4- Vantagens do Uso de Combinações à Base de Derivados de Artemisinina:

▪ Rápida e substancial redução dos parasitas

▪ Rápida resolução dos sintomas.

▪ Eficaz contra as estirpes de P. falciparum resistentes a outros antipalúdicos.

▪ Baixa taxade resistência demonstrada.

▪ Poucas reacções adversas.

▪ Redução do aparecimento de gametócitos, portanto eficaz na redução da transmissão da


doença.

2.9. PROTOCOLO NACIONAL DE TRATAMENTO

1 - Malária Simples:

Deve ser manuseada em todos os níveis do sistema nacional de saúde. A primeira dose
deve ser tomada na presença do técnico, o qual deve controlar durante os primeiros 30
minutos a eventualidade de vómitos.

➢ Arteméter + Lumefantrina

➢ Artesunato + Amodiaquina
➢ Dihidroartemisinina + Difosfato de Piperaquina

Tratamento alternativo (em situações de falência ou intolerância comprovada aosACTs):

➢ quinino oral+tetraciclina

➢ quinino oral+doxiciclina

➢ quinino oral+clindamicina

Obs: na grávida e na criança menor de 8 anos não dar tetraciclina ou doxiciclina.

Tratamento da malária simples na Grávida

▪ Quinino oral durante os primeiros 7 dias juntamente com Clindamicina (primeiro


trimestre e em todas as fases da gravidez se houver indicação para tal)

▪ Combinações terapêuticas à base de Artemisinina a partir do II trimestre

▪ Caso não haja disponibilidade de Quinino oral e não se possa efectuar um tratamento de 7
dias com Quinino, deve-se usar ACT no primeiro trimestre. Paciente co-infectados com
VIH/SIDA.

Em pacientes co-infectadoscom VIH/SIDA e malária simples deverá evitar-se a


administração de artesunato+amodiaquina se estes estiverem a receber tratamento de
efavirenz e ziduvodina.

2- Malária Grave e/ou Complicada

Os doentes com suspeita de malária grave, sempre que possível, devem ser referenciados
para o nível com melhores condições técnicas, preferencialmente hospital e serem tratados
em unidades de terapêutica intensiva. Antes da evacuação dos doentes graves, devem ser
tomadas medidas de urgência como: controlo da febre, convulsões, canalização de veia e
administrar a primeira dose de Artesunato EV/IMou Arteméter IM ou se disponível
supositório rectal.

Tratamento da Malária Grave (Crianças e Adultos incluindo grávidas em todos

os trimestres e mulheres em amamentação)

➢ Artesunato EV ou IM (tratamento de eleição)

➢ Arteméter IM

➢ Quinino EV

Esquema de Tratamento da Malária Simples

O tratamento da malária simples deve ser feito na base de ACTs. Embora a OMS tenha
aprovado até ao momento cinco combinações terapêuticas nomeadamente:

o Arteméter+ Lumefantrina (AL),

o Artesunato + Amodiaquina (AS + AQ),

o Dihidroartemisinina + Piperaquina (DHA * PPQ),

o Artesunato+Sulfadoxina-Pirimetamina (AS+SP) e

o Artesunato+ Mefloquina, em Angola apenas está orientado o uso das três primeiras.

2.1 Esquema de Tratamento Arteméter + Lumefantrina (AL)

Posologia:

▪ O tratamento com AL tem a duração de 3 dias e deve ser administrado de acordo com o
peso ou idade.

▪ O tratamento deve ser administrado em toma única imediatamente após o diagnóstico


(hora 0), repetida 8 horas depois. Continuar com duas tomas diárias (12 em 12 horas) em
cada um dos dois dias que se seguem.

▪ É importante que o doente complete os 3 dias (6 tomas) de tratamento.

▪ Quando o paciente tivermenos de 5kgdeve sempre existir supervisão médica

Quadro N°1: Esquema de tratamento com Artmeter + Lumefantrina 20/120mg

Peso Idade Nº Comp./dose Nº Total de comp.

5 kg - 14.9 kg 6 meses – 2 anos 1 comprimido 6 comprimodos

15 kg - 24.9 kg 3 anos – 7 anos 2 comprimido 12 comprimodos

25 kg – 34.9 kg 8 anos – 14 anos 3 comprimodo 18 comprimodos

35 kg >14 anos 4 comprimodo 24 comprimodos

Contraindicações

▪ Hipersensibilidade conhecida aos componentes da combinação

▪ Malária grave

▪ Pacientes com VIH e terapêutica com Efavirenz

Efeitos adversos

No geral o AL é bem tolerado. Os efeitos adversos são raros, sendo os mais comuns do
tracto gastrointestinal e do sistema nervoso central.
▪ Dor abdominal, anorexia, náuseas, vómitos e diarreia

▪ Cefaleia, tonturas, distúrbios do sono e fadiga.

Também foram notificados: alteração da marcha, artralgia, mialgia, palpitações, nistagmo,


redução da acuidade auditiva, ataxia, tosse, prurido e erupção cutânea.

Esquema de Tratamento Artesunato +Amodiaquina (AS+AQ)

Posologia

▪ O tratamento com AS+AQ tem a duração de 3 dias e deve ser administrado de

acordo com o peso ou idade; (ver tabela 3).

▪ O tratamento deve ser administrado em toma única imediatamente após o diagnóstico


(hora 0), repetida no segundo e no terceiro dia.

▪ É importante que o doente complete os 3 dias (3 tomas) de tratamento.

Esquema de Tratamento com Artesunato + Amodiaquina (AS+AQ)

▪ O tratamento com AS+AQ tem a duração de 3 dias e deve ser administrado de acordo
com o peso ou idade; (ver tabela 3).

▪ O tratamento deve ser administrado em toma única imediatamente após o diagnóstico


(hora 0), repetida no segundo e no terceiro dia.

▪ É importante que o doente complete os 3 dias (3 tomas) de tratamento.

Quadro Nº 2: Esquema de tratamento com Artesunato + Amodiaquina (AS+AQ)

Dosagem Peso Idade 1º Dia 2º Dia 3º Dia

25mg/67.5mg 4.5kg – 8kg 2 meses - 11meses 1 comp. 1 comp. 1 comp.

50mg/135mg 9kg – 17kg 1 ano – 5 anos 1 comp. 1 comp. 1 comp.

100mg/270mg 18kg – 35kg 6 anos- 13 anos 1 comp. 1 comp. 1 comp.

100mg/270mg >35kg >14 anos 2 comp. 2 comp. 2 comp.

Contraindicações

• Hipersensibilidade conhecida a amodiaquina

• Alterações hepáticas
• Profilaxia (pelo risco de agranulocitose e hepatoxicidade severa)

• Hipersensibilidade conhecida aos derivados da Artemisinina

• Antecedentes de reacção hematológica no curso de tratamento com AQ

• Pacientes com VIH com terapêutica com zidovudina/Efavirenz/co-trimoxazole por risco


de neutropenia severa e hepatoxicidade.

Efeitos adversos

Na sua maioria os doentes toleram bem o tratamento; contudo 30% deles podem apresentar
efeitos indesejáveis; alguns dos sintomas assemelham-se aos da própria doença. Os mais
frequentes são:

• Náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia

• Prurido

• Raramente bradicardia

• Ocasionalmente agranulocitose

• Redução dos reticulócitos

• Efeito extrapiramidal

• Em doses elevadas: síncope, convulsões e espasticidade.

• Cólica abdominal

• Aumento das transaminases (ligeiro)

• Insónia/ sonolência

Os efeitos mais graves são astenia, anemia e vertigem; retinopatia irreversível, transtornos
da acomodação, hepatite (por vezes fatal).

Esquema de tratamento Dihidroartemisinina+ Piperaquina (DHA+PPQ)

Posologia

O tratamento é geralmente bem tolerado; está indicado para todas as espécies de


plasmódio.

▪ O tratamento com DHA+PPQ tem a duração de 3 dias e deve ser administrado de acordo
com o peso ou idade; (ver tabela 4).

▪ O tratamento deve ser administrado em toma única imediatamente após o diagnóstico


(hora 0), repetida 24 horas depois. Continuar com uma toma diária em cada um dos dois
dias que se seguem.
▪ É importante que o doente complete os 3 dias (3 tomas) de tratamento.

▪ Os comprimidos devem ser tomados depois de uma refeição com água; para as crianças,
os comprimidos podem ser esmagados e administrar com um pouco de água.

▪ Quando o paciente tiver menos de 5 kg deve sempre existir supervisão médica

Quadro Nº 3: Esquema de tratamento DHA+PPQ (40/320) mg

Idade Peso 1º Dia 2º Dia 3º Dia

6 meses –11 meses 5kg – 10 kg ½ comprimido ½ comprimido ½ comprimido


1 ano - 8 anos 11kg - 20 kg 1 comprimidos 1 comprimido 1 comprimido

9 anos - 14 anos 21kg - 40 kg 2 comprimidos 2 comprimidos 2 comprimidos

>14 anos 41kg - 60 kg 3 comprimidos 3 comprimidos 3 comprimidos

Adultos 61kg - 80 kg 4 comprimidos 4 comprimidos 4 comprimidos

Adultos >80 kg 5 comprimidos 5 comprimidos 5 comprimidos

Contraindicações

Gravidez primeiro trimestre;

▪ Aleitamento;

▪ Alergia a qualquer um dos seus componentes;

▪ Malária grave/complicada.

Efeitos Adversos

Como todos os medicamentos, o Duo-Cotecxin pode causar efeitos secundários, embora


nem todos vão apresentá-los. Os seguintes efeitos são muito raros:

 Raros distúrbios do trato intestinal: diarreia, náusea, anorexia.


 Reacções alérgicas raras: rash (erupções), prurido cutâneo
 Em alguns casos podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais: diminuição de
reticulócitos e ligeiro aumento das enzimas hepáticas.

Tratamento da Malária por Plasmodium vivax e ovale

O objectivo terapêutico do tratamento da malária causada pelo P.vivaxe ovale é curar quer
a fase que o parasita fica na corrente sanguínea quer a infecção na fase do fígado,
impedindo o reaparecimento .
Adulto (excepto grávida): Administrar um dos ACT aprovados na política nacional
(Arteméter+Lumefantrina rtesunato+Amodiaquina ou Dihidroartemisinina+Piperaquina).

Associar a qualquer das combinações Primaquina 15 mg/ dia durante 14 dias.

A grávida no primeiro trimestre deverá tomar o quinino com a clindamicina em vez de


ACT.

Crianças com mais de 12 meses: Administrar um dos ACT aprovados na política nacional
(Arteméter+Lumefantrina ou Artesunato+Amodiaquina e Dihidroartemisinina+Primaquina
0,25 mg/Kg de peso durante 14 dias.

Obs: o uso de Primaquina está contraindicado na gravidez, crianças com menos de 12


meses de idade e nos pacientes com deficiência de G-6-P-Desidrogenase. Na
impossibilidade de realizar o título de G-6-P-D ou no caso da pessoa ser G6PD deficiente,
deve prescrever-se 0,75 mg/kg de peso corporal uma vez por semana durante 8 semanas
sob supervisão médica atenta a potenciais efeitos adversos induzidos pela primaquina
como os efeitos haematologicos. Após avaliação do risco beneficio. Para a forma de
P.malariae o tratamento é igual ao de P. falciparum.

-Uso de Derivados da Artemisinina em Supositórios .Dosagem para tratamento inicial (pré-


referência) em crianças(entre os 2–15 anos) e peso superior a 5 kg Deve-se notar que o
estudo clínico com Artesunato rectal relacionado com a apresentação e formulação simples
têm uma boa absorção cinética bem caracterizada, por isso não precisa necessariamente de
ser extrapolada para outras fórmulas rectais de Artesunato.

-Resposta Terapêutica (Conceito)

Definição de Cura

Eliminação dos sintomas e das formas assexuadas do parasita no sangue.

Nas infecções por P. vivax e P. ovale o conceito é alargado à prevenção das recidivas com
o uso de hipnozoiticida.

Recorrência

A recorrência de parasitémia assexuada depois do tratamento pode ser causada por


recrudescência, recidiva (apenas com o P. vivax e P. Ovale) ou uma nova infecção.

a) Recrudescência

A recorrência de parasitémia assexuada depois do tratamento da infecção com o mesmo


agente causador da infecção inicial (em áreas endémicas com acesso a genotipagem
molecular). Isto resulta duma incompleta clearance da parasitémia pelo tratamento e, por
isso, é diferente duma recidiva nas infecções por P. vivax e P. ovale.
b) Recidiva

Reaparecimento de formas assexuadas do P. vivax e P. ovale pela persistência dos


hipnozoitos no fígado, os quais amadurecem para dar lugar aos esquizontes. Depois de um
intervalo variável de semanas (estirpes tropicais) ou meses (estirpes temperadas) os
esquizontes hepáticos, rompem e libertam merozoitos para a corrente sanguínea. Do ponto
de vista prático, as duas primeiras definições correspondem a falência terapêutica – febre
ou persistência dos sintomas por mais de 3 dias após o início do tratamento correcto e
presença de parasitas da malária no sangue, excluindo as formas gametocitárias.

Causas de falência

 Vómitos
 Resistência
 Tratamento incompleto
 Incumprimento do tratamento
 Dose insuficiente dos medicamentos
 Medicamentos de qualidade deficiente

Avaliação pós – tratamento

 Após o tratamento com medicamentos de 1a linha, são possíveis as seguintes


situações:

 Persistência dos sinais e/ou sintomas com esfregaço de sangue negativo. Neste
caso, deve-se procurar outras causas de doença ou referir o doente para o nível
superior.
 Persistência dos sinais e/ou sintomas com esfregaço de sangue positivo.
 Neste caso, deve-se tratar com ACT diferente do que se tomou inicialmente, se este
não estiver disponível,referir o doente para o nível superior.
 Teste rápido positivo sem sintomatologia. Neste caso, confirmar com esfregaço; se
positivo para formas assexuadas, tratar com ACT diferente do que se tomou
inicialmente, no caso de recidiva administrar primaquina.

Abordagens Incorrectas do Tratamento

Nas regiões endémicas pensava-se que alguns doentes semi-imunes deveriam ser curados
usando tratamento parcial com fármacos eficazes (i.e. uso de regimes que seriam não
satisfatórios em doentes sem imunidade). Isto levou no passado a diferentes
recomendações para ambos tipos de doentes.

Uma outra prática potencialmente perigosa é dar apenas a primeira dose do tratamento para
doentes suspeitos mas sem confirmação de malária, na intenção de dar o tratamento
completo se o diagnóstico for eventualmente confirmado.
Com a excepção do Arteméter+Lumefantrina, os co-fármacos de todos os outros ACTs
foram previamente usados como monoterapias, e continuam ainda a estar disponíveisem
muitos países. O seu uso contínuo como monoterapias pode comprometer potencialmente o
valor dos ACTs ao seleccionar resistência à droga.

Conduta Geral no Manuseamento da Malária Grave/Complicada

 Perante a suspeita clinica, deverá proceder-se a evacuação rápida e precoce, para


um nível mais diferenciado ou de referência.
 Tratar preferencialmente em Unidade de Cuidados Intensivos.
 Emergência médica, que exige a administração imediata de antimaláricos de acção
rápida.
 A via parentérica é a preferencial, com o medicamento apropriado em doses
calculadas com base em mg/kg de peso e num intervalo mínimo de 24 horas,
mesmo que o doente possa tolerar a via oral mais cedo. Na impossibilidade, utilizar
como alternativa a via “per os” por sonda nasogástrica.
 Prevenir, detectar e tratar rapidamente as complicações (convulsões, hipertermia e
hipoglicemia).
 Restabelecer o equilíbrio hidroelectrolítico e ácido-básico.
Garantir cuidados especiais de enfermagem (permeabilização das vias aéreas,
manter o doente em decúbito lateral, medidas anti-escaras, balanço hídrico, monitorização
dos parâmetros vitais, medidas anti-térmicas, medidas de assépsia).

 Monitorização da resposta terapêutica, tanto parasitológica (de 6/6 horas nas


primeiras 48 horas) como clínica.

 Identificação e tratamento precoce das infecções; se choque – iniciar colheita para


hemoculturas e antibioterapia precoce.

 Monitorização do hematócrito, hemoglobina, glicémia, ureia, creatinina,


electrólitos (Na+, K+), E.C.G., P.V.C e parasitémia.

2.10. Métodos de prevenção da Malária

Os métodos de prevenção da malária, dividem-se em dois grupos, medidas de protecção


individual e as medidas de protecção colectiva-(fonte:nome do autor)

a)- Medidas de protecção individual

- Uso correcto de mosquiteiro tratado com insecticida de longa duração (MTILD);

- Uso de redes milimétricas nas portas e janelas;

- Uso de repelentes;

- Uso do TIP na grávida;

- Uso de roupas compridas ao anoitecer.

b)- Medidas de protecção


- Saneamento do meio- corte de capim, destruição do lixo, eliminação dos charcos, vales
de irrigação, pântanos, águas estagnadas, reservatórios de águas entre outros;

- Fumegação intra en extra- domiciliar com sipemitrina - mata os mosquitos e outros


organismos ;

- Pulverização intra e extra-domiciliar-mata e afugenta os mosquitos quando eles repousam


nas paredes onde foi colocado o produto;

- Luta antilarvar com biololarvicida- mata as as larvas nos locais de produção dos
mosquitos, impedindo o desenvolvimento de novos mosquitos;

- Educação e Sensibilização da população - realização de actividades de informação,


educação e comunicação (IEC) por meio de palestras, uso de de poster, panfleto,
discussões com pares, etc.

3.1. Cuidados de enfermagem

Para Junckes(2019), os cuidados de enfermagem para essa patologia envolve


necessariamente o seguinte:
 Verificação dos sinais vitais a cada 2horas.
 Monitoração da diúrese e observação da coloração da urina para pacientes que
apresentem quadros de insuficiença renal.
 Avaliação do níivel de consciencia com a utilização da escala Glasgow.
 Ao exame físico: atentar para o surgimento de ictericia.
 Atentar-se aos sinais de hipoglicemia (sonolência, tontura, alteração do humor
sudorese...)
 Orientar a realização do teste da gota espressa ainda no primeiro mês da vida do
bebé.
 Terapia medicamentosa
 Passagem adequada dos pacientes para administração da dose correcta do
antimalárico prescrito.
CAPÍTULO II-ESTUDO DE CASO
São métodos de pesquisa ampla sobre um assunto específico, permitindo aprofundar o
conhecimento sobre ele e, assim, oferecer subsídios para novas investigações sobre a
mesma temática.

Identificação do Paciente ( Vai alem do nome do Paciente)

Sinais e Sintomas

Queixas Principais

Tratamento Inicial

História da doença Actual

Antescedentes

Exames Físico

Exames Complementares

Diagnóstico

Complicações

Tratamento

Intervenções de Enfermagem ou Especifica

Evolução Clinica

Educação para Saúde

Considerações Finais

Sugestões e Recomendações

Referência Bibliografica

Glossário ( Vocabulário do trabalho)

Anexos

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