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INSTITUTO TECNICO PRIVADO DE SAÚDE CAPITA DO UIGE

DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA

CURSO DE ENFERMAGEM GERAL

11 CLASSE
1

UNIDADE I- INTRODUÇÃO-
1 ASPECTOS HISTÓRICOS
A preocupação com a explicação da saúde e da doença, sem ser em bases sobrenaturais,
nasceu com a filosofia grega, e, sua busca de uma explicação da constituição da natureza.
Teorias foram desenvolvidas em várias escolas médicas gregas como Knidos, Crotona e Kos.
Na escola de Kos, onde Hipócrates seria aluno, desenvolveu-se, pela primeira vez, a ideia de
uma patologia geral, oposta à ideia original, que prevalecia anteriormente, de que as doenças
eram sempre limitadas a um único órgão.
Segundo esta escola, os processos mórbidos eram devidos a uma reação da natureza a uma
dada situação, em que havia um desequilíbrio humoral, sendo, então, a doença, constituída
de três fases: a APEPSIA, caracterizada pelo aparecimento do desequilíbrio; a PEPSIS,
onde a febre, a inflamação e o pus eram devidos à reação do corpo, e a CRISIS OU LYSIS,
onde se dava a eliminação respectivamente, brusca ou lenta.
A motivação para compreender o que os fármacos podem e não podem fazer vem da prática
clínica, mas a ciência somente poderia ser estruturada a partir de fundamentos seguros de
fisiologia, patologia e química. Foi somente em 1858 que Virchow propôs a teoria celular.
A bactéria como causa de doença foi descoberta por Pasteur em 1878. Antes disso, a
farmacologia dificilmente encontraria alguma sustentação, e podemos admirar a visão
corajosa de Rudolf Buchheim, que criou o primeiro instituto de farmacologia (em sua
própria casa), na Estônia, em 1847.
A palavra Farmacologia é derivada de pharmakon, de origem grega, com vários significados
desde uma substância de uso terapêutico ou como veneno, de uso místico ou sobrenatural,
sendo utilizados na antiguidade como remédios.
Como ciência, nasceu em meados do século XIX, uma das muitas novas ciências biomédicas
baseadas nos princípios da experimentação, e não nas crenças vigentes naquele período
extraordinário.
É definida como a ciência que estuda a natureza e as propriedades dos
fármacos e principalmente ação dos medicamentos ou estudo dos efeitos dos
fármacos no funcionamento de sistemas vivos.
Farmacologia nos séculos XX e XXI
Os primeiros eventos da química sintética começaram a revolucionar a indústria
farmacêutica e, com ela, a ciência da farmacologia. Novos fármacos sintéticos, como os
barbitúricos e os anestésicos locais, começaram a aparecer, e a era da quimioterapia
antimicrobiana foi iniciada com a descoberta por Paul Ehrlich, em 1909, de compostos
arsenicais para o tratamento da sífilis.
Avanços posteriores aconteceram quando as sulfonamidas – os primeiros fármacos
antimicrobianos – foram descobertas por Gerhard Domagk, em 1935, e com o
desenvolvimento da penicilina por Chain Florey durante a Segunda Guerra Mundial, com
base nos trabalhos iniciais de Fleming.

Professor: alberto, Lic. em Farmacologia


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Como nova ciência, a Farmacologia tem como objetivo fundamental:


A) A relação entre dose e efeito biológico;
B) A localização do sítio de ação do fármaco
C) O mecanismo de ação de fármaco
D) A relação entre estrutura química e atividade biológica
E) A absorção, distribuição, biotransformação e excreção de um fármaco.
O medicamento é utilizada com finalidade:
 Profilática: O medicamento tem ação preventiva contra doenças. Exemplo: As
vacinas.
 Terapêutica: O medicamento tem ação curativa. Exemplo: Os antibióticos:
 Paliativo: O medicamento tem capacidade de diminuir os sinais e sintomas da
doença, mas não promove a cura. Exemplo: analgésicos diminuem a febre e a dor,
porém não curam a patologia causadora dos sinais e sintomas.
 Diagnóstica: O medicamento auxilia no diagnóstico, elucidando exames
radiográficos. Exemplo: Os contrastes são medicamentos que, associado aos exames
radiográficos, auxiliam em diagnósticos de patologias.

2 ORIGEM DOS MEDICAMENTOS.


A História regista que Cleópatra testou algumas plantas em suas escravas quando decidiu
suicidar. Cerca de 4.000 anos a.C., os antepassados conheciam os efeitos psíquicos
provocados pelo ópio, inclusive também para a melhora da diarreia.
Segundo a sua origem os medicamentos podem ser:
 Naturais: extraídos de órgãos, glândulas, plantas. Ex: Insulinas
 Sintéticos: preparados com o auxílio de matéria-prima natural, são resultados
exclusivamente do trabalho de laboratórios. Ex: alguns antibióticos.
 Semi-Sintéticos: resultam de alterações produzidas em substâncias naturais, com a
finalidade de modificarem as características das ações por elas exercidas.
3 CONCEITOS BASICOS DE FARMACOLOGIA.
Medicamento: é toda a substância química que, introduzida no organismo humano, vai
preencher uma das seguintes finalidades: Preventiva ou Profilática, Diagnóstica,
Terapêutica e Paliativa.
Droga: é toda substância originada do reino animal e vegetal que poderá ser transformada
em medicamento.
Dose: é uma determinada quantidade de medicamento introduzida no organismo para
produzir efeito terapêutico e promover alterações ou modificações das funções do organismo
ou do metabolismo celular.
Fórmula farmacêutica: é o conjunto de substâncias que compõem a forma pela qual os
medicamentos são apresentados.
Forma farmacêutica: é a maneira física pela qual o medicamento se apresenta.
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Remédio: é todo meio usado com fim de prevenir ou de curar as doenças.


Princípio Ativo: é a substância que existe na composição do medicamento, responsável
por seu efeito terapêutico. Também pode ser chamado fármaco.
Medicamento Simples: são aqueles usados a partir de um único fármaco. Ex. Xp de
Vitamina C.
Medicamento Composto: São aqueles preparados a partir de vários fármacos. Ex.:
Comprimido de Ácido Salicílico+ Cafeína.
Medicamento de Uso Externo: São aqueles aplicáveis na superfície do corpo. Ex.:
Cremes, Xampus...
Medicamentos de Uso Interno: São aqueles que se destinam à administração no interior
do organismo por via bucal e pelas cavidades naturais (vagina, nariz, ânus, ouvidos, olhos
etc.)
Efeito Adverso: Ação diferente do efeito planejado.
Efeito Colateral: Efeito imprevisível que não está relacionado à principal ação do fármaco.
Sinergismo: é um tipo de resposta farmacológica obtida a partir da associação de dois ou
mais medicamentos, cuja resultante é maior do que simples soma dos efeitos isolados de
cada um deles.
Medicamentos Homeopáticos: são preparados a partir de substâncias naturais
provenientes dos reinos animal, vegetal e mineral, e não apenas plantas como muitos
acreditam.
Medicamento Fitoterápico: São medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais.
Ação dos medicamentos: os medicamentos agem no organismo vivo sob várias
maneiras, produzindo efeito ou ação.
 Ação Local: aquele que exerce seu efeito no local da aplicação, sem passar pela
corrente sanguínea (pomadas e colírios).
 Ação Geral ou Sistêmica: A medicação é primeiramente absorvida, depois entra na
corrente sanguínea para atuar no local de ação desejado. Para produzir um efeito
geral, é necessário que o medicamento caia na corrente sanguínea, pois através dela
o medicamento atinge o órgão ou tecido sobre o qual tem ação específica.

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4 GRUPOS FARMACOLÓGICOS

As classes de fármacos são bastante diversas; por esse motivo, faz-se necessário o estudo dos
medicamentos mais utilizados no meio hospitalar e ambulatorial como os anti-
inflamatórios, analgé- sicos, antibióticos, antialérgicos, ansiolíticos, antidepressivos,
antipsicóticos, anticoagulantes, insulina, hipoglicemiantes orais, anti-hipertensivos e
antiulcerosos.

4.1 MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO APARELHO CIRCULATÓRIO (FÁRMACOS QUE


AGEM NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA)
4.1.1 Digitálicos

Utilizados na insuficiência cardíaca, onde, por alguma razão o coração não está fazendo o
sangue circular em um fluxo satisfatório. A ação mais importante dos digitálicos no coração
é o fortalecimento da sua musculatura.
4.1.1.1 Especialidades Disponíveis:
 Lanatosídeo C (Cedilanide) - amp. 2ml com 0,2rng/ml
 Digoxina e Lanoxin - cpr. de 25mg
4.1.1.4 Cuidados de enfermagem:
 Observar a dose - doses acumulativas;
 Antes de administrar verificar o pulso, se este estiver abaixo de 60, comunicar o
responsável do setor;
 Quando EV aplicar lentamente;
 Observar efeitos tóxicos (anorexia, náuseas, cefaleia e confusão mental).
4.1.2 Catecolaminas e Drogas Simpaticomiméticas

4.1.2.1 Dobutamina (DOBUTREX): É um agente inotrópico de ação direta que estimula


os receptores beta do coração. Produz também efeito antiarrítmico e vasodilatador. Está
indicado no tratamento a curto prazo da descompensação cardíaca. Apresentação:
250mg/20ml.

4.1.3 Antiarrítmicos: Qualquer desvio da ordenação sequencial normal no


funcionamento da bomba cardíaca é considerado um desvio do ritmo e chamada arritmia.

 Procainamida (Ritmonorm) - cpr. 300mg


 Verapamil (Dilacoron) - amp. 2ml/5mg - cpr. 80mg - drg. lib. Contr. 120mg e 240mg
 Lidocaina (Xylocaína) - fr.amp. 20mI sol. a 1 % e 2%
 Propranolol (Inderal) - cpr. 10mg; 40mg e 80mg
4.1.4 Anti-hipertensivos: Atuam regulando a pressão arterial, por diferentes
mecanismos.
 Hidroclorotiazida (Moduretic) –  Espironolactona (Aldactone)
5amg  Metildopa (Aldomet)
 CaptopriI (Capoten)
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 Enalapril  Propranolol (Propranolol)


 Nifedipina (Adalat)

4.1.5 Cuidados de enfermagem:


 Controlar a pressão arterial  Controlar o peso e diurese
4.1.6 Vasodilatadores: Proporcionam melhor circulação do sangue nos tecidos, por meio
de um aumento de débito sanguíneo.
 Cinarizina (Stugeron)
 Flunarizina (Cibeliurn)
 Diidroergotoxina (Hydergine)
4.1.7 Antianginosos: Reduzem a crise da angina do peito.
 Nifedipina (Adalat)
 Verapamil (Dilacoron)
 Propranolol (Propranolol)
4.2- MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO SISTEMA RESPIRATÁRIO
4.2.1 Calmantes da tosse Antitussígenos: Acalmam a tosse sem secreção.
Opiáceos
 Codeína (Belacodid)
Não opiáceos
 Clobutinol (Silomat)
 Fedrilato (Gotas Binelli)
 Dropropizina (Vibral)

4.2.2 Mucolíticos: Diminuem a aderência das secreções.


 Acetilcisteína (Fluimucil)
 Bromexina (Bisolvon)
 L- carbocisteína (Mucofan)
 Ambroxol (Mucolin)
4.2.3 Expectorantes: Favorecem a tosse produtiva, ou seja, promovem a tosse para que
as secreções sejam eliminadas:
 Cloreto de amônio (Santussal)
 Guaiacol
 Iodeto de potássio (Iodepol)
4.2.4 Broncodilatadores: Dilatam os brônquios, facilitando a saída do catarro e
consequentemente a respiração.
 Salbutamol (Aerolin)
 Terbutalina (Brycanil)
 Fenoterol (Berotec)

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 Teofilina (Teolong)
 Aminofilina (Aminofilina) - aplicar via EV lentamente, no mínimo em 10 min. cada
10 ml. Após administração controlar sinais vitais.
4.3 - MEDICAMENTOS QUE ATUAM NO APARELHO GASTROINTESTINAL
4.3.1 Antiácidos: Tamponamento da acidez gástrica e proteção da mucosa, por barreira
física. 1.3.1
 Hidróxido de alumínio (Pepsamar) - pode provocar constipação intestinal;
 Hidróxido de magnésio (Leite de magnésia) - pode produzir ação purgativa;
 Associação deste dois hidróxidos (Maalox).
4.3.2 Antieméticos: Aumentam a velocidade de esvaziamento gástrico.
 Dimenidrinato (Dramin)
 Ondansetron (Zofran)
 Metoclopramida (Plasil)
4.3.3 Estimulantes do peristaltismo: Estimulam o movimento do intestino.
 Fenolftaleina (Agarol)
 Bisacodil (Dulcolax)
4.3.4 Antidiarreicos: Diminuem ou eliminam as diarreias.
 Difenoxilato (Lomotil)
 Loperamida (Imosec)
4.3.5 Bloqueadores da secreção gástrica: Antagonista histamínico a nível dos
receptores H2 na mucosa gástrica, reduzindo assim a secreção de suco gástrico.
 Cimetidina (Tagamet)
 Ranitidina (Antak)
 Omeprazol (Losec)
4.4. MEDICAMENTOS QUE A TUAM NO APARELIIO GENITURINÁRIO

4.4.1 Diuréticos: São substâncias que atuam estimulando a liberação de íons e a saída de
líquidos do organismo, evitando o edema.
 Hidroclorotiazida (Clorana)
 Clortalidona (Higroton)  Espironolactona (Aldactone)
 Furosemida (Lasix)
4.4.2 Antissépticos urinários: Medicamentos de ação somente nas vias urinárias.
 Fenazopiridina (Pyridium)
 Ácido nalidíxico (Wintomylon)
 Ácido pipemídico (Pipurol)
 Nitrofurantoína (Macrodantina)
4.4.3 Ocitócitos: Provocam a contração uterina, para induzir o parto, inibir a hemorragia
pós-parto e pós- aborto.
 Ocitocina (Syntocinon)
 Ergometrina (Ergotrate)

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 Metilergometrina (Methergin)
 Bromocriptina (Parlodel) inibe a produção de leite.
4.5 - MEDICAMENTOS QUE ATUAM NA NUTRIÇÃO
4.5.1 Tônicos e reconstituintes: O fósforo e o cálcio são indispensáveis para diversos
tecidos, como os tecidos nervoso, ósseo e dentário. O flúor é importante para ossos e dentes.
 Sais de cálcio, comprimido e líquido (Calcium Sandoz)
 Sais de fósforo, comprimido e líquido (Fosfotimol)
 Sais de flúor, líquido (Kalyamon)
4.5.2 Estimulantes do apetite: Quando se estudou a ação dos anti-histamínicos,
descobriu-se que alguns também estimulavam o apetite.
 Ciproheptadina (Periactin)
 Buclizina (Postavit)
4.5.3 Vitaminas: As vitaminas atuam em vários processos metabólicos, e a quantidade
necessária ao organismo é praticamente toda fornecida pela alimentação. Casos especiais,
como gravidez e pós-cirurgia podem exigir um suplemento vitamínico oral ou injetável.
 Tiamina ou vitamina B1 (Benerva) - responsável pelo metabolismo de carboidratos
 Cianocobalamina ou vitamina B12 (Rubranova) - participa no tratamento de
anemias, afecções neurológicas, especialmente as dolorosas e estimula o apetite.
 Ácido ascórbico ou vitamina C (Redoxon) - participa na formação de colágeno, matriz
óssea e dentina.
 Retinol ou vitamina A (Arovit) - age na visão, epitélios, reprodução e ossificação.
 Ergocalciferol ou Vitamina D (Aderogil) - importante no metabolismo do cálcio,.
 Fitomenadiona ou Vitamina K (Kanakion) - participa na coagulação do sangue.
 Ácido fólico: participa na formação de hemoglobina.

4.6 - MEDICAMENTOS ANTI- ALÉRGICOS

4.6.1 Anti-histamínicos: Agem nas reações alérgicas causadas par agentes extrínsecos,
opondo-se a ação da histamina, nos vasos sanguíneos e músculos lisos, sem interferir na
secreção gástrica, podem causar sonolência e alguns estimulam o apetite.
 Dexclofeniramina (Polaramine)
 Prometazina (Fenergan)
 Terfenadina (Teldane)
 Clemastina (Agasten)
 Ciproeptadina (Periatin)
4.6.2 Corticóides: São derivados de hormônios das glândulas supra-renais
(corticosteróides - cortisona, hidrocortisona, com propriedades anti-inflamatórias e
antialérgicas potentes.
 Predinisona (Meticorten)  Dexametasona (Decadron)
 Triancinolona (Omcilon)  Metilprednisolona (Solumedrol)

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 Hidrocortisona (Solucortef)

4.7. MEDICAMENTOS QUE A TUAM NO SISTEMA NERVOSO

4.7.1 Hipnóticos: facilitam a instalação e a manutenção do sono. Agem por depressão do


Sistema Nervoso Central (SNC).
 Fenobarbital (Gardenal)
 Flurazepam (Dalmadorm)
 Nitrazepam (Mogadon)
 Midazolam (Dormonid)
4.7.2 Psicotrópicos: Substâncias capazes de atuar seletivamente sobre as células nervosas
que regulam os processos psíquicos do homem. Interferem nos processos mentais, por
exemplo: sedando, estimulando, ou alterando o humor, o pensamento e o comportamento.
Dividem-se em:
4.7.2.1 Neurolépticos: Têm ação sobre a excitação e a agressividade, bem como sobre a
atividade delirante e alucinatória.

 Haloperidol (Haldol)  Flufenazina (Flufenan depot)


 Clorpromazina (Amplictil)  Levomepromazina (Neozine)
4.7.2.2 Tranquilizante: Atuam na ansiedade e tensão, quando usados em baixas doses
facilitam o sono.
 Clordiazepóxido (Psicosedin)  Bromazepam (Lexotan)
 Diazepam (Valium)  Lorazepam (Lorax)
4.7.3 Antidepressivos: Diminuem a depressão, porém, devem ser usados por três
semanas para terem efeitos positivos.
 Clomipramina (Anafranil)
 Imipramina (Tofranil)
 Amitriptilina (Tryptanol)
4.7.4 Anestésicos - Gerais: Agem por depressão do SNC.
 Fentanil (Fentanil)  Halotano (Halothane)
 Enflurano (Etrane)  Isoflurano (Fluothane)
4.7.5 Anestésicos - Locais: Atuam pelo bloqueio dos axônios dos nervos periféricos.
 Lidocaina (Xylocaina)
 Bupivacaina (Marcaina)
4.7.6 Anticonvulsivantes: previne as convulsões.

 Fenitoína (Hidantal)
 Carbamazepina (Tegretol)
 Ácido valpróico (Depakene)
4.7.7 Antiparkinsonianos: São drogas precursoras da Dopamina, neurotransmissor
envolvido na doença de Parkinson.

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 Biperideno (Akineton)
 Levopoda + Carbidopa (Cronomet)
 Levodopa + Benserazida (Prolopa)
4.8 ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO
ESTEROIDAIS - AINES
4.8.1 Analgésicos Não - narcóticos e antitérmicos. Atuam no bloqueio da síntese de
prostaglandinas. Também possuem ação antitérmica, atuam no hipotálamo (termostato)
regulando a temperatura.
 Ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina)
 Paracetamol (Tylenol, Dôrico)
 Dipirona (Novalgina, Magnopyrol)
4.8.2 Analgésicos narcóticos: Atuam sobre receptores opióides a nível de SNC.
Utilizados nas dores severas (cólicas renais, biliares e câncer). Podem causar dependência e
euforia.

 Morfina (Dimorf)  Nalbufina (Nubain)


 Meperidina (Dolantina)  Codeina (Belacodid)
 Buprenorfina (Temgesic)
4.8.3 Antiinflamatórios não esteroidais – AINES: Inibem a produção de
prostaglandinas, as quais estão ligadas a reação inflamatória.

 Cetoprofeno (Profenid)  Diclofenaco (Cataflam e Voltaren)


 Piroxicam (Feldene)  Naproxeno (Naprozyn)
4.9 HORMÔNIOS: São substâncias produzidas por glândulas e que atuam sobre órgãos e
tecidos, sendo transportados pelo sangue.

4.9.1 Corticóides: São derivados de hormônios das glândulas supra-renais


(corticosteróides - cortisona, hidrocortisona, com propriedades anti-inflamatórias e
antialérgicas potentes. São drogas que devem ser usadas com muita cautela (somente
orientação médica) pois podem provocar o acúmulo de líquidos no organismo (rosto
arredondado), podendo causar imunossupressão.
 Prednisona (Meticorten)  Metilprednisolona (Solumedrol)
 Triancinolona (Omcilon)  Hidrocortisona (Solucortef)
 Dexametasona (Decadron) (Corticosteróides)
4.9.2 Sexuais: Compreendem os androgênios, estrogênios e progesterona.

4.9.2.1 Androgênios: Constituem os hormônios sexuais masculinos, sendo produzidos


nos testículos e ovários. São utilizados no tratamento paliativo do câncer mamário.

 Testosterona (Durateston)
 Oximetolona (Hemogenin)
 Nandrolona (Deca-durabolim)

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4.9.2.2 Estrogênios: Produzidos nos ovários, são utilizados nos distúrbios da menopausa
e nas irregularidades menstruais.

 Estrogênios conjugados (Premarin)


 Estriol (Styptanon)
 Estradiol (Estraderm)
4.9.2.3 Progesteronas: Utilizados em alguns tipos de esterilidade, no tratamento de
distúrbios menstruais, endometriose.

 Progesterona (Provera)  Noretisterona (Primolut Nor)


 Medroxíprogesterona (Depo  Hidroxiprogesterona (Primolut
provera) Depot)
4.10 Tipos de insulina:

4.11 HIPOGLICEMIANTES
4.11.1 Antidiabéticos orais
4.11.1.1 Sulfonilureias: Estimulam a produção de insulina endógena, não atuam em
pacientes que não tem esta produção, como em casos de diabete juvenil. Em pacientes com
mais de 40 anos, só tem ação quando a doença está no começo.
 Clorpropamida (Diabinese)
 Glibenclamida (Daonil)
4,11.1.2 Biguanidas: Diminuem a absorção de glicose na mucosa interna e o organismo
passa a precisar menos de insulina, é indicada nos mesmos casos das sulfoniluréias.
 Fenformina (Debei)
 Metformina
4.12 MEDICAMENTOS QUE ATUAM SOBRE O SANGUE
4.12.1 Anticoagulantes: São substâncias que tem a capacidade de prevenir ou diminuir a
coagulação do sangue.
 Heparina
 Heparina (Liquemine).
4.12.2 Antagonistas da vitamina K Antagonizam a ação da vitamina K que participa do
processo de coagulação sanguínea.
 Varfarina (Marevan)
 Cumarina (Marcoumar)
4.12.3 Coagulantes: Provocam a coagulação do sangue.

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 Vitamina K (Kanakion)

4.13 MEDICAMENTOS COLINÉRGICOS: Atuam estimulando a ação parassimpática


(estimulam o peristaltismo e provocam miose).
 Neostigmina (Prostigmine)
 Piridostigmina (Mestinon)
 Pilocarpina (Pilocarpina -colírio)
4.14 MEDICAMENTOS ANTICOLINÉRGICOS: Atuam bloqueando a ação
parassimpática (inibem a peristaltismo e provocam midriase).
 Atropina (solução injetável e colírio)
 Escopolamina (Buscopan)
4.15 ANTIBIÓTICOS: São substâncias que em condições propícias, tem a propriedade de
inibir ou destruir o crescimento de microorganismos patogênicos. Os antibióticos
classificam-se em:

4.15.1 Bacteriostáticos: atuam impedindo o crescimento bacteriano.

 Tetraciclina,  Cloranfenicol,
 Eritromicina,  Sulfa.
 Lincomicina,

4.15.2 Bactericida: atuam provocando a morte da bactéria.


 Penicilina (Naturais: Benzilpenicilina benzatina procaina inj. + potássica,
Benzilpenicilina potássica inj. e Semi-sintéticas: Ampicilina cps., inj., susp.
 Vancomicina,
 Aminoglicosídeos (Gentamicina, Amicacina, Netilmicina, Neornicina),
 Cefalosporinas-(Cefalexina, Cefaclor, Cefalotina, Ceftriaxona, Ceftazidima, etc)
 Macrolideos: Eritromicina (Ilosone), Espiramicina (Rovaminicina), Aritromicina
(Klaricid)
 Tetraciclinas: Tetraciclina (Tetrex), Doxiciclina (Vibramicina)
 Aminoglocosídeos Não são absorvidos por via oral e podem ser nefrotóxicos e
ototóxicos. Gentamicina (Garamicina), Tobramicina (Tobramina), Amicacina
(Novamin), Netilmicina (Netromicina), Sulfato de neomicina (Nebacetin)
 Rifampicina (Rifaldin)
 Vancomicina (Vancocina)
4.15.3 Cefalosporinas. Classificam-se de acordo com seu desenvolvimento tecnológico:
1ª geração
 Cefalotina (Queflin)  Cefazolina (Kefazol)
 Cefalexina (Keflex)  Cefadroxil (Cefamox)
2ª geração
 Cefoxitina (Mefoxin)

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 Cefuroxima (Zinacef)  Cefaclor (Ceclor)


3ª geração
 Cefotaxima (Claforan)  Cefoperazona (Cefobid)
 Ceftriaxona (Rocefin)  Ceftazidima (Fortaz)
4ª geração
 Cefamezin (Maxcef)
4.16 SULFAMIDICOS: Antibacterianos de ampla aplicação, podem causar reações
alérgicas graves, além de náuseas, vômitos e tonturas.

 Sulfametoxazol + Trimetropina (Bactrin)


 Sulfadiazina + Trimetropin (Triglobe)
 Sulfadiazina (Sulfadiazina)
4.16.1 Anti-Tuberculose
1ª. Linha em adultos e Crianças: 2RHZE/4RH

4.17-ANTIVIRAIS: São drogas úteis na profilaxia de vírus, utilizados nas infecções virais
(herpes, meningites) e no controle do vírus da AIDS.

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 Aciclovir (Zovirax)
 Lamivudina (Epivir)
 Zidovudina (AZT)
4.18-ANTIFÚNGICOS

 Anfotericina B (Fungizon)
 Nistatina (Micostatin)
 Griseofulvina (Fulcin)
 Cetoconazol (Nizoral)
 Fluconazol (ZoItec)
4.19 – ANTIPARASITÁRIOS: São drogas que atuam sobre as parasitoses, provocando
sua expulsão ou morte sem lesar de forma grave o hospedeiro.

4.19.1 Antiprotozoários

 Artemisina e seus derivados-plasmodium = malária


 Metronidazol (Flagyl) - giárdia tricomonas
 Tinidazol (Pletil) - giárdia e tricomonas
4.19.1.1 Anti Maláricos
 Arteméter + Lumefantrina
 Artesunato + Amodiaquina
 Dihidroartemisinina + Difosfato de Piperaquina
 Quinino oral
4.19.2 Anti-helmínticos

 Piperazina (Xarope de piperazina) - áscaris e oxiúros


 Levamisol (Ascaridil) - ascaris
 Mebendazol (Pantelmin) – áscaris, oxiúros, ancilotomideos, tricocefalos e teníase
 Tiabendazol (Helmiben) – estrongilídeos, oxiúros, ascaris e ancilostomideos
 Praziquantel (Cisticid) - teniase e neurocisticercose
 Albendazol (Zolben) - idem Mebendazol
4.20-Soluções Endovenosas: é uma mistura homogênea composta de duas partes
distintas.
 Solução de Glicose a 5% Indicação: suprimento de calorias, hipoglicemia, choque,
diarreia infantil. Apresentação: frasco 250, 500 e 1000 ml.
 Solução de Glicose 25% Indicação: perdas hídricas, pós-operatório, vômitos,
queimaduras, edemas, intoxicações. Apresentação: ampola 10 e 20 ml.
 Solução de Cloreto de Sódio 0,9% Indicações: acidose metabólica, anemia, veículo
para medicamentos. Apresentação: frasco 250, 500 e 1000 ml.
 Solução de Ringer Simples Indicação: desidratação, vômitos, cetose. Apresentação:
frasco 250 e 500 ml.

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 Solução de Ringer com Lactato de Sódio Indicação: correção de eletrólitos,


queimaduras, desidratação, vômitos, pós--operatório, cetose. Apresentação: frasco
250, 500 e 1000 ml.
 Solução de Manitol Indicação: edema cerebral, insuficiência renal, neurocirurgia.
Apresentação: frasco de 250 ml
 Solução de Cloreto de Sódio 20% Indicação: hiponatremia, hipercloremia.
Apresentação: ampola 20 ml.

5 IMPORTÂNCIA DE CONHECIMENTO FARMACOLÓGICO EM


ENFERMAGEM

Dentro da farmacologia, o enfermeiro irá aprender sobre vários parâmetros


farmacológicos, tais como: a farmacodinâmica das drogas (mecanismo de ação),
farmacocinética das drogas (o caminho que o fármaco percorre no organismo), a
toxicologia relacionada às drogas (efeitos tóxicos, antídotos, reações adversas).

6 O PAPEL DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA ADMINISTRAÇÃO DE


MEDICAMENTO

O profissional de enfermagem tem a função de preparar e administrar os


medicamentos para o paciente, identificar e comunicar possíveis reações adversas e
problemas relacionados aos medicamentos (lote, validade, medicamentos em mau estado
de conservação etc.).

Existe um modelo de conduta denominada “nove certos” que consiste na verificação


de nove itens. Veja quais são:

 Identificação certa;  Horário certo;


 Paciente certo;  Ação certa;
 Medicamento certo;  Apresentação certa;
 Via de aplicação certa;  Resposta certa.
 Dose certa;

CUIDADOS GERAIS DE ENFERMAGEM NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico a cada 24 horas;


2. A prescrição deve ser prescrita e assinada somente em caso de emergência pode a
enfermagem atender a prescrição verbal, que deverá ser transcrita pelo médico logo
que possível;

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3. Todo medicamento administrado deve ser anotado no prontuário do paciente, bem


como observações sobre intolerância a droga, intoxicação medicamentosa, resultados
obtidos;
4. Verificar se o medicamento esta disponível na unidade, caso contrario, solicita-lo;
5. Fazer círculo em volta do horário no qual a medicação não foi administrada, ou
colocar F (de falta);
6. Evitar conversas que impeçam a concentração e induzam a erros durante o preparo
da medicação;
7. Ter sempre a frente, enquanto prepara o medicamento, o cartão de medicação ou
prescrição médica contendo o nome do paciente, leito, nome do medicamento, dose
prescrita, via de administração, data de prescrição e horário de administração;
8. Ler o rótulo do medicamento, observar seu prazo de validade, cor, aspecto; Nunca
administrar sem rótulo;
9. Nunca administrar medicamento preparado por outra pessoa e nunca administrar
medicamento caso haja dúvidas, solicitar esclarecimento ao enfermeiro;
10. Identificar o paciente antes de administrar o medicamento, solicitar que diga o seu
nome completo e certificando-se da exatidão do mesmo, pelo cartão de medicamento
ou prontuário;
11. Observar a pontualidade da administração;
12. Fazer rodizio nos locais de aplicação de medicação parenteral;
13. Os 7 certos da administração segura de medicamentos: 1º prescrição certa; 2º
validade do medicamento certo; 3º cliente certo; 4º medicação certa; 5º dose certa;
6º via de administração certa; 7º hora certa.

Quanto a sala de preparo de medicamentos: Deve ser bem iluminada; Deve ter boa
ventilação; As janelas devem ter telas de proteção contra insetos; Deve ter bancadas com
gavetas, pia, lixo e coletores de materiais perfuro cortantes; As bancadas devem ser limpas
com água e sabão ou com álcool 70% a cada turno ou sempre que se fizer necessário e O local
deve ser tranquilo.

7 USO DE MEDICAMENTOS NATURAIS, TRADICIONAIS E CASEIROS. (tipo,


vantagens e desvantagens)

Remedio natural ou caseiro é toda substancia retirada da natureza quer animal, vegetal,
mineral e que não passa por uma industria farmacêutica.

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Ao longo dos anos, se foi comprovando que, para certas doenças, os remédios caseiros
funcionam tão bem como os medicamentos modernos e às vezes ainda melhor. São
geralmente mais baratos e, nalguns casos, mais seguros ou menos perigosos para o ser
humano e o meio que o rodeia.

Quer os remédios caseiros, ou os receitados pelos “médicos tradicionais” ou líderes


espirituais, quer os medicamentos modernos, devem ser tomados com cuidado, obedecendo
a dose correta. O maior problema dos remédios caseiros ou naturais consiste na
dose.

Tipos de remédios caseiros mais utilizados em forma de cha: Hortelã, Capim-limão, Aloe
verra, melissa, babosa-medicinal, erva-de-azebre, caraguatá, caraguatá-de- jardim entre
outras.

8 MEDICAMENTOS ESSENCIAIS (Objetivo de programa de medicamentos


essenciais)

Os medicamentos essenciais são aqueles selecionados pelo ministério de saúde com base no
perfil epidemiológico de cada país.

O programa de medicamentos essenciais tem como finalidade de suprir as necessidades do


mais alto nível de cuidados de saúde ou dar resposta as principais patologias que afetam as
comunidades, evita degradação de medicamentos, gastos para o MINSA, favorece o uso
racional de medicamento, melhora a assistência medica e medicamentosa entre outras.

A selecção destes medicamentos depende dos seguintes factores: Padrão de doenças


prevalentes; Necessidade de diagnóstico especial ou instalações de tratamento; Formação e
experiência dos profissionais médicos, enfermeiros e farmacêuticos; Recursos financeiros
disponíveis; Factores genéticos, demográficos e ambientais; Condições de armazenamento
e conservação na cadeia de distribuição de medicamentos.

9 O PAPEL DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO PROGRAMA

A Comissão de Revisão da Lista Nacional de Medicamentos Essenciais (CRLNME) é um


órgão que investiga, analisa e selecciona os medicamentos para a LNME. Constituída por
profissionais multidisciplinares dentre eles, médicos generalistas e especialistas,
farmacêuticos, enfermeiros, representantes dos Programas de Saúde do MINSA, professores
de escolas de medicina e farmácia, gestores de saúde pública, organizações não
governamentais.

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10 KIT BÁSICO DE MEDICAMENTO

Já dizia o ditado: é melhor prevenir do que remediar. Nada mais sábio, então, do que ter um
kit de primeiros socorros. Afinal, ele pode fazer toda a diferença em um momento
emergencial. Conheça 10 itens praticamente obrigatórios em um kit de emergência.

1. Antidiarreicos 5. Anti-inflamatório 8. Soro fisiológico


2. Analgésicos 6. Pomadas 9. Tesoura sem ponta
3. Antialérgicos 7. Ligaduras de gaze e 10. Colírios
adesivos
4. Antienjoos

Tema: farmacocinética

A farmacocinética estuda o que o organismo faz com o fármaco.

Fases ou parâmetros da farmacocinética

1. Absorção: Primeiro, a absorção desde o local de administração permite a entrada do


fármaco (direta ou indiretamente) no plasma.
2. Distribuição: Segundo, o fármaco pode, então, reversivelmente, sair da circulação
sanguínea e distribuir-se nos líquidos intersticial e intracelular.
3. Bio transformação: Terceiro, o fármaco pode ser bio transformado no fígado ou em
outros tecidos.
4. Eliminação: finalmente, o fármaco e seus metabólitos são eliminados do organismo na
urina, na bile ou nas fezes.

Vias de administração de fármacos

1.1 Enteral

Oral: A administração oral oferece várias vantagens. Os fármacos orais são facilmente
autoadministrados, e a toxicidade e/ou a dosagem excessiva podem ser neutralizadas com
antídotos como o carvão ativado.

Sublingual e bucal: A colocação do fármaco sob a língua permite que ele se difunda na
rede capilar e, assim, entre diretamente na circulação sistêmica. A administração sublingual
tem várias vantagens, incluindo facilidade de administração, absorção rápida, evitar a
biotransformação de primeira passagem. A via bucal (entre a bochecha e a gengiva) é similar
à via sublingual.

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Retal: como 50% da drenagem da região retal não passa pela circulação portal, a
biotransformação dos fármacos pelo fígado é minimizada com o uso desta via. A vantagem
adicional da via retal é evitar a destruição do fármaco no ambiente GI.

1.2 Parenteral

Ela é usada para fármacos que são pouco absorvidos no TGI.

Intravenosa (IV): A injeção IV é a via parenteral mais comum. A via IV permite um efeito
rápido e um grau de controlo máximo sobre a quantidade de fármaco administrada

Intramuscular (IM): Fármacos administrados por via IM podem estar em soluções


aquosas, que são absorvidas rapidamente, ou em preparações especializadas de depósito,
que são absorvidas lentamente.

Subcutânea (SC): esta via de administração, como a IM, oferece absorção por difusão
simples e é mais lenta do que a via IV. A injeção SC minimiza os riscos de trombose
associados à injeção IV e pode proporcionar efeitos lentos, constantes e prolongados.

1.3 Outras vias

Inalação oral/nasal: as vias inalatórias nasal/oral asseguram a rápida oferta do fármaco


através da ampla superfície da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio
pulmonar. Os efeitos dos fármacos são quase tão rápidos como os da via IV.

Esta via envolve a administração de fármacos diretamente dentro do nariz. Incluem-se os


descongestionantes nasais, como a oximetazolina, e o corticosteroide anti-inflamatório
furoato de mometasona.

Intratecal e intraventricular: A barreira hematoncefálica retarda ou impede a entrada


dos fármacos no sistema nervoso central (SNC). Quando se desejam efeitos locais e rápidos,
é necessário introduzir o fármaco diretamente no líquido cerebrospinal. Por exemplo, a
anfotericina B intratecal é usada no tratamento da meningite.

Tópica: A aplicação tópica é usada quando se deseja um efeito local do fármaco. Por
exemplo, o clotrimazol em pomada é aplicado diretamente na pele para o tratamento de
infecções por fungos.

Transdérmica: esta via de administração proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do


fármaco na pele, em geral, por meio de um adesivo cutâneo. A velocidade de absorção pode

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variar de modo acentuado, dependendo das características físicas da pele no local da


aplicação e da lipossolubilidade do fármaco.

2. ABSORÇÃO DE FÁRMACOS

Absorção é a passagem de um fármaco do seu local de administração para a corrente


sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção dependem do ambiente onde o fármaco é
absorvido, das suas características químicas e da via de administração (o que influencia sua
biodisponibilidade). Excetuando a via IV, as demais podem resultar em absorção parcial e
menor biodisponibilidade.

2.1 Mecanismos de absorção de fármacos a partir do TGI

Dependendo das propriedades químicas, os fármacos podem ser absorvidos do TGI por
difusão passiva, difusão facilitada, transporte ativo ou endocitose.

Difusão passiva: o fármaco se move da região de concentração alta para a de concentração


baixa. A difusão passiva não envolve transportador, não é saturável e apresenta baixa
especificidade estrutural. A maioria dos fármacos são absorvidas por esse mecanismo.

Difusão facilitada: outros fármacos podem entrar na célula por meio de proteínas
transportadoras transmembranal especializadas que facilitam a passagem de moléculas
grandes. Essas proteínas transportadoras sofrem alterações conformacionais, permitindo a
passagem de fármacos ou moléculas para o interior da célula. Ele não requer energia, pode
ser saturado e pode ser inibido por compostos que competem pelo transportador.

Transporte ativo: esta forma de entrada de fármacos também envolve transportadores


proteicos específicos que atravessam a membrana. O transporte ativo dependente de energia
é movido pela hidrólise de trifosfato de adenosina- ATP.

Endocitose e exocitose: estes tipos de absorção são usados para transportar fármacos
excepcionalmente grandes através da membrana celular. A exocitose é o inverso da
endocitose.

2.2 Fatores que influenciam a absorção

Efeito do pH na absorção de fármacos, Fluxo de sangue no local de absorção, Área ou


superfície disponível para absorção, Tempo de contato com a superfície de absorção.

2.3 Biodisponibilidade

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Biodisponibilidade representa a taxa e a extensão com que um fármaco administrado


alcança a circulação sistêmica. Por exemplo, se 100 mg de um fármaco são administrados
por via oral, e 70 mg desse fármaco são absorvidos inalteradamente, a sua
biodisponibilidade é de 0,7, ou 70%. Conhecer a biodisponibilidade é importante para
calcular a dosagem de fármaco para vias de administração não IV.

2.3.1 Fatores que influenciam a biodisponibilidade: Bio transformação hepática de


primeira passagem, Instabilidade química, Natureza da formulação do fármaco

Solubilidade do fármaco: Fármacos muito hidrofílicos são pouco absorvidos, devido à


sua impossibilidade de atravessar membranas celulares ricas em lipídeos.

2.5 Equivalência terapêutica

Duas formulações são terapeuticamente equivalentes se elas são equivalentes


farmacêuticos, isto é, se apresentam a mesma dosagem, contêm a mesma substância ativa e
são indicadas pela mesma via de administração, com perfis clínicos e de segurança similares.

3. DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS

Para fármacos administrados por via IV, onde não existe absorção, a fase inicial representa
a fase de distribuição, na qual o fármaco rapidamente sai da circulação e entra nos tecidos.

Volume de distribuição

O volume de distribuição aparente, Vd, é o volume de líquido necessário para conter todo o
fármaco do organismo na mesma concentração presente no plasma.

4. BIOTRANSFORMAÇÃO

A bio transformação gera produtos com maior polaridade, que facilita a eliminação. A
transformação metabólica dos fármacos é catalisada por enzimas. A maioria dos fármacos é
eliminada de acordo com uma cinética de primeira ordem, embora alguns, como o ácido
acetilsalicílico em doses altas, sejam eliminados de acordo com cinética de ordem zero ou
não linear.

Reações da bio transformação de fármacos

Os rins não conseguem eliminar os fármacos lipofílicos de modo eficiente, pois estes
facilmente atravessam as membranas celulares e são reabsorvidos nos túbulos contorcidos

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distais. Por isso, os fármacos lipossolúveis são primeiramente bio transformados no fígado
em substâncias mais polares (hidrofílicas), usando dois grupos gerais de reações,
denominada fase I e fase II

Fase I: as reações de fase I convertem fármacos lipofílicos em moléculas mais polares,


introduzindo ou desmascarando um grupo funcional polar, como –OH ou –NH2. As reações
de fase I envolvidas com maior frequência na biotransformação de fármacos são catalisadas
pelo sistema citocromo P450.

Fase II: esta fase consiste em reações de conjugação. Se o metabólito resultante da fase I é
suficientemente polar, ele pode ser excretado pelos rins. Contudo, vários metabólitos de fase
I continuam muito lipofílicos para serem excretados.

5.DEPURAÇÃO OU ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS PELOS RINS

Os fármacos devem ser suficientemente polares para serem eliminados do organismo. A


saída do fármaco do organismo ocorre por numerosas vias, sendo a eliminação na urina por
meio dos rins a mais importante. Pacientes com disfunção renal podem ser incapazes de
excretar os fármacos, ficando sujeitos ao risco de acumulá-los e apresentar efeitos adversos.

5.1 Eliminação renal dos fármacos

A eliminação de fármacos pelos rins na urina envolve os processos de filtração glomerular,


secreção tubular ativa e reabsorção tubular passiva.

Secreção tubular proximal: os fármacos que não foram transferidos para o filtrado
glomerular saem dos glomérulos através das arteríolas eferentes, que se dividem formando
um plexo capilar ao redor do lúmen no túbulo proximal.

Reabsorção tubular distal: enquanto o fármaco se desloca em direção ao túbulo


contorcido distal, sua concentração aumenta e excede à do espaço perivascular. O fármaco,
se for neutro, pode difundir-se para fora do lúmen, retornando à circulação sistêmica.

5.2 A eliminação ou depuração por outras vias

A depuração de fármacos pode ocorrer também por intestinos, bile, pulmões, leite, entre
outros. Os fármacos que não são absorvidos após administração oral ou fármacos que são
secretados diretamente para os intestinos ou na bile são eliminados com as fezes.

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A excreção da maioria dos fármacos no suor, na saliva, nas lágrimas, nos pelos e na pele
ocorre em pequena extensão.

TEMA: FARMACODINÂMICA

Utiliza-se o termo farmacodinâmica para descrever os efeitos de um fármaco no corpo.


Tipicamente, esses efeitos são descritos em termos quantitativos.

Mais do que estudar o caminho da droga dentro do nosso organismo, ela analisa também
os efeitos que determinado medicamento causa em seu tecido alvo. Ou seja, quais são as
consequências terapêuticas e tóxicas que o fármaco em questão gera no local em que se
propõe agir.
A farmacodinâmica também é dividida, didaticamente, em fases. Mas, em vez de cinco,
como na farmacocinética, tem três: local de ação, mecanismo de ação e efeito terapêutico.
Locais de ação
São, normalmente, os receptores, locais que ligam as substâncias endógenas, aquelas que
nós mesmos produzimos, com as exógenas, produzidas pelos medicamentos.
São nesses locais de ação que as substâncias interagem, proporcionando uma resposta
farmacológica.
Mecanismo de ação: é o que acontece quando o fármaco entra em contato com o
organismo.
O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação fármaco receptor. Quando
um fármaco ou um ligante endógeno (por exemplo, um hormônio ou um neurotransmissor)
liga-se a seu receptor, pode ocorrer uma resposta como conseqüência dessa interação de
ligação.

A farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela relação entre a dose


(concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do paciente) a este fármaco.
Intuitivamente, o esperado é que a relação de dose resposta esteja estreitamente relacionada
com a relação de ligação fármaco receptor, e verificamos que isso realmente ocorre para
muitas combinações de fármaco receptor.

Receptor é uma Proteínas possuidoras de um ou mais sítios que, quando ativados por substâncias
endógenas, são capazes de desencadear uma resposta fisiológica. Em Farmacologia: Receptor - local
onde o fármaco interage e produz um efeito farmacológico.
Sítios de ação: Locais onde as substâncias endógenas ou exógenas (fármacos) interagem para
promover uma resposta fisiológica ou farmacológica.
Principais alvos para ação dos fármacos
Receptores (receptores para ligantes reguladores endógenos)

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Canais Iônicos
Transportadores
Enzimas
Proteínas Estruturais

Para produzir efeito farmacológico o fármaco precisa ter duas características: Afinidade Pelo
receptor e Atividade Intrínseca

Agonista
Agonista refere-se às ações ou estímulos provocados por uma resposta, referente ao
aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga
receptiva.

Antagonista

Os denominados antagonistas agem como bloqueadores dos receptores, ou seja, diminuem


as respostas dos neurotransmissores, presentes no organismo. O antagonismo pode
diminuir ou anular o efeito do agonista.

Os medicamentos sem prescrição médica, se misturados podem ser perigosos, podendo os


mesmos interagir entre si.

Os antagonistas são classificados em:

O antagonista parcial não anula totalmente o efeito de um agonista, sendo este mais
utilizado, já o total atua somente no problema, não interferindo nas partes que estão
funcionando. Em caso de intoxicação é aconselhável o antagonista total, pois protege melhor
o organismo.

No antagonista reversível/irreversível, o agonista tem o poder de reverter e, o outro de inibir


os efeitos do antagonista. Já o antagonista competitivo impede o agonista de se encaixar,
competindo com o mesmo e o alostérico atua em receptores que tem o efeito diminuidor
liberado pelo agonista.

Potência, eficiência e eficácia

É possível avaliar os efeitos de um medicamento em termos de potência, eficiência ou


eficácia.

A potência (força) refere-se à quantidade de medicamento (geralmente expressa em


miligramas) necessária para produzir um determinado efeito, como o alívio da dor ou a

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diminuição da pressão arterial. Por exemplo, se 5 mg do medicamento A aliviam a dor com


a mesma eficácia que 10 mg do medicamento B, o medicamento A é duas vezes mais potente
que o medicamento B.

A eficiência é a capacidade do medicamento de produzir um efeito (como redução da pressão


arterial). Por exemplo, o diurético furosemida elimina uma quantidade muito maior de sal
e de água através da urina do que o diurético hidroclorotiazida. Por isso, a furosemida tem
maior eficiência do que a hidroclorotiazida.

A eficácia difere da eficiência na medida em que leva em conta o quanto o medicamento em


uso no mundo real funciona bem. Muitas vezes, um medicamento que é eficiente em estudos
clínicos não é muito eficaz na sua utilização concreta. Por exemplo, um medicamento pode
ter uma elevada eficiência na redução da pressão arterial, porém pode apresentar uma baixa
eficácia, uma vez que causa tantos efeitos colaterais que as pessoas devem fazer seu uso com
uma menor frequência do que deveriam ou interromper o mesmo por completo. Portanto, a
eficácia tende a ser menor do que a eficiência.

Uma maior potência, eficiência ou eficácia não significa necessariamente que um


medicamento seja preferível a outro. Para avaliar as qualidades relativas dos medicamentos
para uma pessoa, os médicos consideram muitos fatores, como as reações adversas,
toxicidade potencial, duração do efeito (que determina o número de doses diárias
necessárias) e o custo.

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