Você está na página 1de 70

DOMINA CONCURSOS

Epidemiologia

Situação da Prevenção e Controle das Doenças Transmissíveis no Brasil

As doenças transmissíveis eram a principal causa de morte nas capitais brasileiras na década de 1930,
respondendo por mais de um terço dos óbitos registrados nesses locais, percentual provavelmente muito
inferior ao da área rural, da qual não se tem registros adequados. As melhorias sanitárias, o
desenvolvimento de novas tecnologias, como as vacinas e os antibióticos, a ampliação do acesso aos
serviços de saúde e as medidas de controle fizeram com que esse quadro se modificasse bastante até os
dias de hoje. As doenças do aparelho circulatório passaram a ser a principal causa de morte no país a partir
da década de 1960, superando a mortalidade por doenças transmissíveis, que passaram a representar o
quinto grupo de doenças responsáveis pelo óbito, dentre as causas conhecidas, nos últimos anos. Apesar
da redução significativa da participação desse grupo de doenças no perfil da mortalidade do nosso país,
ainda há um impacto importante sobre a morbidade, principalmente por aquelas doenças para as quais não
se dispõe de mecanismos eficazes de prevenção e/ou que apresentam uma estreita associação com
causas ambientais, sociais e econômicas.

A alteração do quadro de morbi-mortalidade, com a perda de importância relativa das doenças


transmissíveis, dá a impressão de que essas doenças estariam todas extintas ou próximas disso. Esse
quadro não é verdadeiro nem no Brasil nem mesmo em países mais desenvolvidos.

Nas séries históricas de Doenças de Notificação Compulsória nos Estados Unidos para o ano de 2003,
divulgadas na página do Centers for Disease Control and Prevention de Atlanta (EUA), pode-se verificar
que naquele país foi registrado um total de 1.588 casos de doença meningocócica. As meningites
assépticas (geralmente causadas por vírus) registraram uma média anual de 10 mil casos no início da
década passada, quando ainda eram de notificação compulsória. A doença de Lyme, transmitida por um
tipo de carrapato, acometeu 18.387 pessoas no ano de 2003. A coqueluche apresentou uma tendência de
crescimento desde o início da década de 1980, chegando ao patamar de 8.483 casos em 2003, e a varicela
(catapora) apresentou um registro de 13.474 neste mesmo ano. Agregando-se à ocorrência dessas
doenças infecciosas que já vinham sendo registradas no país nas últimas décadas, novas doenças
infecciosas têm sido introduzidas e disseminadas em todo seu território. A Aids tem sido uma das doenças
mais emblemáticas desse processo denominado de emergência das doenças infecciosas, a partir do seu
surgimento no início da década de 1980 naquele país. Mais recentemente uma doença originada na África
e transmitida por mosquitos, a febre do oeste do Nilo, a partir de sua introdução em Nova York, desde 1999
vem gerando surtos com elevado número de casos e óbitos. Somente no último ano foram registrados
1.933 casos.

Na Europa, a Dinamarca apresentou no ano de 1998 uma incidência de doença meningocócica de 3,1 por
100 mil habitantes, semelhante à do Brasil. Na Inglaterra, desde 1984 até 1999 a doença meningocócica
vinha apresentando um aumento na incidência, alcançando um patamar de 2.967 casos em 1999. Já no
ano de 2000, observou-se uma redução para 2.778 casos dessa doença. Mesmo doenças que já estão
sendo eliminadas em todo o continente americano, como o sarampo, apresentam transmissão ainda em
vários países do continente europeu, representando um risco constante para sua disseminação para os
países que conseguiram sua eliminação.

A referência a esses dados ajuda na compreensão do verdadeiro momento em que se encontram as


doenças transmissíveis. O enorme êxito alcançado na prevenção e no controle de várias dessas doenças,
que hoje ocorrem em proporção ínfima quando em comparação com algumas décadas atrás, não significa
que foram todas erradicadas. Essa é uma falsa percepção e uma expectativa irrealizável, pelo menos a
curto prazo e com os meios tecnológicos atualmente disponíveis.

A idéia de que, naturalmente, todas as doenças transmissíveis seriam erradicadas contribuiu para que, no
passado, as ações de prevenção e controle fossem sendo subestimadas na agenda de prioridades em
saúde, com evidentes prejuízos para o desenvolvimento de uma adequada capacidade de resposta
governamental e com a perda de oportunidade na tomada de decisão sobre medidas que teriam tido um
impacto positivo nessa área.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
DOMINA CONCURSOS

Com diferenças associadas às condições sociais, sanitárias e ambientais, as doenças transmissíveis ainda
constituem um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Doenças antigas ressurgem com
outras características e doenças novas disseminam-se com uma velocidade impensável há algumas
décadas. A erradicação1 completa de doenças, como no caso da varíola, ainda o único e solitário exemplo
em escala mundial, é produto de anos e décadas de esforço continuado de governos e sociedade e da
disponibilidade de medidas amplamente eficazes e efetivas.

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

A situação das doenças transmissíveis no Brasil apresenta um quadro complexo, que pode ser resumido
em três grandes tendências: doenças transmissíveis com tendência descendente, doenças transmissíveis
com quadro de persistência e doenças transmissíveis emergentes e reemergentes.

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM TENDÊNCIA DESCENDENTE

Em um grande número de doenças transmissíveis para as quais se dispõe de instrumentos eficazes de


prevenção e controle, o Brasil tem colecionado êxitos importantes. Esse grupo de doenças encontra-se em
franco declínio, com reduções drásticas nos índices de incidência. A varíola está erradicada desde 1978, a
poliomielite recebeu a certificação da erradicação da transmissão autóctone em 1994, o sarampo encontra-
se eliminado. Ainda nesta década será atingida a meta de erradicação da raiva humana transmitida por
animais domésticos, da rubéola congênita e do tétano neonatal.

Ainda dentro deste grupo de doenças transmissíveis com tendência ao declínio, estão a difteria, a rubéola,
a coqueluche e o tétano acidental, que têm em comum o fato de serem imunopreveníveis,2 a doença de
Chagas e a hanseníase, ambas endêmicas3 há várias décadas em nosso país, e a febre tifóide, associada
a condições sanitárias precárias. Por fim, estão também a oncocercose, a filariose e a peste, todas com
áreas de ocorrência restritas.

As estratégias do Ministério da Saúde para esse grupo de doenças visam à manutenção da situação de
controle ou mesmo a erradicação, quando esta é factível. Para o êxito dessas estratégias, o Ministério da
Saúde tem investido no fortalecimento da capacidade dos municípios e dos estados de detectarem
rapidamente os casos suspeitos e adotarem medidas eficazes de bloqueio, dentre outras ações de
vigilância epidemiológica. Também tem investido no aumento da homogeneidade da cobertura vacinal de
rotina para que se atinjam níveis adequados em cada um dos municípios e na adoção de estratégias
específicas, como vacinações casa-a-casa, intensificações e campanhas de vacinação.

Difteria

A difteria é uma doença transmissível aguda, toxiinfecciosa, causada por bacilo toxigênico que
frequentemente se aloja nas amígdalas, na faringe, na laringe, no nariz e, ocasionalmente, em outras
mucosas e na pele.

O número de casos de difteria notificado no Brasil vem decrescendo progressivamente, provavelmente em


decorrência do aumento da utilização da vacina tríplice bacteriana (DTP). Em 1990, foram notificados 640
casos, com coeficiente de incidência de 0,45/100 mil habitantes, número que foi progressivamente
decaindo até 58 casos em 2000 (coeficiente de incidência de 0,03/100 mil habitantes). Em 2003,
registraram-se 40 casos (coeficiente de incidência de 0,02). A cobertura vacinal com a DTP vem se
elevando neste período, passando de 66% em 1990 para mais de 90% desde 2002.

A letalidade tem variado de 5 a 10%, atingindo 20% em certas situações. No Brasil, observaram-se
variações desta taxa no decorrer dos anos, sendo de 8,5% em 2002.

A estratégia adotada para essa doença é o aprofundamento de seu controle por meio do fortalecimento da
vigilância epidemiológica e da elevação e homogeneidade das coberturas vacinais com a vacina DTP, que
protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche.

Coqueluche

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
DOMINA CONCURSOS

A morbidade da coqueluche no país também já foi elevada. No início da década de 1980, eram notificados
mais de 40 mil casos anuais, e o coeficiente de incidência era superior a 30/100 mil habitantes. Este
número caiu abruptamente a partir de 1983, mantendo, desde então, uma tendência decrescente. Em 1990,
foram notificados 15.329 casos, resultando em um coeficiente de incidência de 10,64/100 mil habitantes,
mas a partir de 1996 o número de casos anuais não excedeu 2.000, mantendo-se com coeficiente de
incidência em torno de 1/100 mil habitantes. Desde a instituição do Programa Nacional de Imunizações, em
1973, quando a vacina tríplice bacteriana (DTP) passou a ser preconizada para crianças menores de 7
anos, observa-se um declínio na incidência da coqueluche, muito embora as coberturas vacinais iniciais
não fossem elevadas. Na década de 1990, a cobertura foi se elevando, principalmente a partir de 1998,
resultando em uma modificação importante no perfil epidemiológico desta doença. Entretanto, nos últimos
anos, surtos de coqueluche vêm sendo registrados em populações com baixa cobertura vacinal,
principalmente em populações indígenas.

A estratégia para essa doença também é a manutenção de seu controle, por meio do fortalecimento da
vigilância epidemiológica, reforço à detecção precoce e bloqueio imediato de qualquer surto detectado,
evitando-se sua propagação, além da obtenção das coberturas vacinais adequadas (95% dos menores de
1 ano com a vacina tetravalente – DTP + Hib) em todos os municípios.

Tétano

O tétano é uma doença transmissível, não contagiosa, que apresenta duas formas de ocorrência: acidental
e neonatal. A primeira forma geralmente acomete pessoas que entram em contato com o bacilo tetânico ao
manusearem o solo ou por meio de ferimentos ou lesões ocorridas por materiais contaminados, em
ferimentos na pele ou na mucosa. O tétano neonatal é causado pela contaminação durante a secção do
cordão umbilical pelo uso de instrumentos cortantes ou material de hemostasia inadequada- mente
esterilizados ou não esterilizados, pelo uso de substâncias contamina- das no coto umbilical, como teia de
aranha, pó de café, fumo, esterco.

A doença reduziu-se de 2.226 casos em 1982 para menos de 600 desde 2002. Nos últimos quatro anos
tem sido evidenciado que mais de 70% dos casos estão na faixa etária abaixo de 60 anos de idade e cerca
de 20% a 30% na faixa etária de 60 anos e mais. As mortes pelo tétano acidental também acompanham a
tendência declinante: das 713 ocorrências anuais registradas em 1982 para menos de 300 desde 1998. No
mesmo período ocorreu uma redução no número de casos de tétano neonatal, de 584 em 1982 para 15 em
2003. Considerando que esta enfermidade apresenta uma letalidade média de 70%, essa redução tem um
impacto importante na mortalidade infantil neonatal

O tétano acidental pode ser evitado pelo uso da vacina DTP na infância e com a vacina dupla adulto (dT)
em adultos, além dos reforços a cada dez anos para quem já tem o esquema completo. Outra medida
importante é a adoção de procedimentos adequados de limpeza e desinfecção de ferimentos ou lesão
suspeita para tétano nas unidades de saúde. A manutenção do esquema de vacinação preconizado
atualizado é de extrema importância, porque a vacina apresenta uma eficácia de quase 100%. A
conscientização da população sobre algumas medidas de prevenção contra o tétano também é um fator
que tem contribuído na redução dos casos. Essa conscientização deve ser estendida ao ambiente de
trabalho para algumas categorias profissio- nais de maior exposição a ferimentos e contato com material
contaminado. O tétano neonatal pode ser evitado principalmente por meio da vacinação das gestantes
durante o pré-natal, iniciando com o recebimento precoce do esquema vacinal preconizado. Desde 2003,
visando assegurar uma maior proteção das futuras gestantes, vem sendo adotada no país a vacinação das
mulheres em idade fertil, priorizando-se os estados com maior ocorrência de casos de tétano neonatal.
Segue-se a isso a importância do parto asséptico ou limpo e o tratamento correto do coto umbilical. Esses
fatores são básicos

para que o tétano neonatal seja eliminado em todo o território nacional.

Poliomielite

A poliomielite (paralisia infantil), doença que pode deixar sequelas graves e levar ao óbito, chegou a
acometer 3.596 crianças no ano de 1975. A intensificação da vigilância e ações de controle, particularmente
a ampliação da vacinação de rotina e a introdução das Campanhas Nacionais de Vacinação, estratégia que

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
DOMINA CONCURSOS

nosso país adotou em caráter pioneiro em 1980, levaram à diminuição do número de casos confirmados
nos anos de 1987 e 1988 e culminaram em 1989 com a notificação do último caso com isolamento do
poliovírus selvagem no país. Em 1994, o país recebeu o certificado de erradicação da transmissão
autóctone pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A persistência da poliomielite em outros continentes, com o permanente risco de importação do vírus,


enquanto não for alcançada a erradicação em escala mundial, justifica a permanência da estratégia dos
dias nacionais de vacinação e o fortalecimento da vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas.
As estratégias fundamentais para manutenção da erradicação são o alcance de coberturas vacinais
adequadas de forma homogênea em todo o território nacional e o cumprimento de metas adequadas dos
indicadores de vigilância epidemiológica.

Sarampo

O sarampo é uma doença transmissível e contagiosa que acometia de 2 a 3 milhões de crianças nos anos
epidêmicos na década de 1970. Apresentou uma nítida tendência de redução da sua incidência no período
de 1991 a 2000, e em 2001 alcançou-se a eliminação da circulação do vírus autóctone, apesar da epidemia
ocorrida em 1997. O comportamento cíclico da doença, com a ocorrência de epidemias periódicas em
média a cada cinco anos, ocorre pela velocidade com que se acumulam susceptíveis, caso não sejam
adotadas estratégias adequadas de vacinação, com altas coberturas na vacinação de rotina (mais de 95%
em crianças de 1 ano de idade), estratégias de campanhas periódicas e a investigação imediata de todos
os casos suspeitos de sarampo.

No início dos anos 1990, em razão das características epidemiológicas do sarampo, da disponibilidade de
uma vacina de alta eficácia e da ocorrência de um surto importante naquele momento, foi assumida a
estratégia de eliminação regional dessa doença. O primeiro passo foi a realização de uma campanha
indiscriminada4 de vacinação, o que foi cumprido em 1992, atingindo-se uma alta cobertura vacinal (96%).
Os outros passos, porém, não foram realizados a contento, e mesmo após 1992 a cobertura vacinal anti-
sarampo de rotina continuou a não atingir os níveis adequados (< 95). A campanha de seguimento
realizada em 1995 obteve cobertura menor de 77,32%, insuficiente para cumprir seu objetivo.5

Esses fatores, aliados à fragilidade do sistema de vigilância epidemiológica, possibilitaram a eclosão de um


surto, iniciado no final de 1996 pelo Estado de Santa Catarina e que se estendeu para outros 18 estados
em 1997, registrando um total de 53.664 casos confirmados. A realização de uma campanha nacional de
vacinação em junho de 1997, que atingiu a cobertura adequada acima de 95%, juntamente com o reforço
das ações de vigilância epidemiológica para detectar e bloquear rapidamente os casos suspeitos,
possibilitou o controle dessa epidemia. A continuidade dessas ações possibilitou a interrupção da
transmissão em 2000, quando foram registrados os últimos casos autóctones de sarampo em todo o
território nacional.

O número de óbitos por sarampo também demonstra o benefício conquistado com o controle da doença.
Em 1980, essa doença provocou

3.236 mortes, número provavelmente ainda subestimado porque não inclui as mortes indiretas causadas
por complicações, como as pneumonias, que se sucediam com frequência ao sarampo. No ano de 1999,
ocorreram os últimos dois óbitos por sarampo no país, o que não vem mais ocorrendo, com a interrupção
da transmissão do vírus.

Para consolidar essa conquista e avançar rumo à erradicação, desde o ano de 1999 o Ministério da Saúde
implantou o Plano de Erradicação do Sarampo. Dentre as estratégias deste plano, destaca-se a
manutenção de um Grupo Tarefa, que está atuando em todas as 27 unidades da Federação,
simultaneamente, para intensificar as ações de vigilância epidemiológica realizadas pelos técnicos dos
municípios com o objetivo de detectar e investigar de forma oportuna todos os casos suspeitos de sarampo
e rubéola, realizar de forma oportuna o bloqueio vacinal diante de todos os casos suspeitos e garantir que
todos os municípios atinjam a cobertura vacinal adequada na rotina – de 95% nas crianças de 1 ano de
idade.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
DOMINA CONCURSOS

Em 2000, foi realizada uma campanha vacinal de seguimento, quando foram vacinadas cerca de 15
milhões de crianças menores de cinco anos em todo o país. Não há registro de casos autóctones no país
desde outubro de 2000. Em 2001 e 2002, apenas um caso de sarampo foi confirmado em cada ano,
importado do Japão. Em 2003, mais dois casos importados foram confirmados, sendo o caso índice
procedente da Alemanha. Ressalte-se que as ações de investigação epidemiológica e as medidas de
controle foram tomadas prontamente pelas SES/SP e SES/SC e seus respectivos municípios, evitando-se a
ocorrência de casos secundários. Esse quadro reforça a expectativa de garantir a execução do objetivo de
erradicar essa doença em nosso país.

Rubéola

A rubéola foi introduzida na lista de doenças de notificação compulsória no Brasil somente na segunda
metade da década de 1990. Em 1997, ano em que o país enfrentou a última epidemia de sarampo, foram
notificados cerca de 30 mil casos de rubéola, com ocorrência de surtos desta doença em vários estados do
Brasil no período 1999/2001. Nesse mesmo período, observou- se um aumento progressivo no número de
casos de SRC (de 200 para 600), o que reflete tanto o aumento da circulação do vírus (a taxa de incidência
de rubéola na população feminina em 2001 chegou a 5/100 mil mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos e
de 6,3/100 mil mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos) como o incremento de estratégias de vigilância
para a detecção de casos.

A implementação do Plano de Erradicação do Sarampo no país, a partir de 1999, impulsionou a vigilância e


o controle da rubéola. Em 2002, ocorreram 443 casos de rubéola no Brasil, o que corresponde a um
decréscimo superior a 90%, quando comparado à incidência de 1997. Destaca-se a realização de uma
campanha de vacinação em massa dirigida às mulheres em idade fértil em todo o país nos anos de 1998 a
2002, quando foram vacinadas 29 milhões de mulheres, com alcance de cobertura média de 95,68%.
Também foi completada a introdução da vacina dupla ou tríplice viral no calendário básico de imunização,
processo iniciado em 1992. O fortalecimento da vigilância do sarampo e da rubéola no país revelou a
necessidade de controle e prevenção da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). Os esforços atuais estão
dirigidos à implementação de uma vigilância ativa em todos os estados, com a realização oportuna de
exames laboratoriais e complementares que possam não só definir o diagnóstico, mas também oferecer um
acompanhamento clínico adequado às crianças com SRC. A vacinação de mulheres em idade fértil tem
possibilitado uma importante redução dos casos de SRC, alcançando a ocorrência de 13 casos registrados
em todo o país, o que indica a possibilidade de interrupção na sua transmissão.

Raiva humana

A raiva é uma doença infecciosa aguda, de etiologia viral, transmitida por mamíferos, que apresenta dois
ciclos principais de transmissão: urbano e silvestre. É uma zoonose de grande importância na saúde
pública por apresentar letalidade de 100%. É uma doença passível de ser eliminada no ciclo urbano pela
existência e pela disponibilidade de medidas eficientes de prevenção tanto em relação ao homem quanto à
fonte de infecção. As principais fontes de infecção no ciclo urbano são cão e gato. No Brasil, o morcego
hematófago é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre. Nas duas últimas décadas,
houve uma redução significativa no número de casos humanos registrados por ano, caindo de 173 em 1980
para 17

casos em 2003, tendo o cão como o principal transmissor da doença. Atualmente, esses casos estão
concentrados principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Desde 2003, todas as unidades da Federação disponibilizam, na rede de serviços de saúde, vacina de alta
qualidade para a profilaxia da raiva humana, a vacina de cultivo celular.

A raiva humana transmitida pelo cão está controlada na região Sul e em alguns estados da região Sudeste,
havendo a perspectiva de sua eliminação nesta década. Para cumprir esse objetivo, foram reforçados o
monitoramento da circulação viral e a intensificação da vacinação anti-rábica canina nos municípios de
maior risco, com a realização de duas campanhas anuais. Foram vacinados, no ano de 2003,
aproximadamente 24.274.049 animais, entre cães e gatos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
DOMINA CONCURSOS

Nos últimos dez anos, o aumento de detecção de casos de raiva em outros mamíferos, como morcegos,
raposas e saguis, e a identificação de novas variantes virais vêm apontando para uma mudança no perfil
epidemiológico da raiva no país, com a caracterização dos ciclos aéreo e silvestre terrestre, além dos ciclos
urbano e rural. Diante desse fato, o Ministério da Saúde vem promovendo discussões no sentido de
estabelecer novas estratégias para o controle da raiva, de acordo com as diferentes realidades
epidemiológicas encontradas no país. No presente ano, a ocorrência de surtos de raiva humana transmitida
por morcegos na Amazônia destaca a importância desse ciclo de transmissão, que requer estratégias
diferenciadas para seu controle.

Doença de Chagas

A doença de Chagas é uma doença transmitida principalmente por triatomíneos (insetos hematófagos6),
conhecidos como barbeiros, e apre- sentava uma elevada incidência em nosso país, estimada, no final da
década de 1970, em cerca de 100 mil casos novos por ano.

Hoje, com a estratégia de monitoramento entomológico para identificar a presença do vetor e desencadear
as ações de combate utilizando inseticidas específicos, assim como as melhorias habitacionais realizadas
nas áreas endêmicas, essa doença encontra-se sob controle. Esse fato pode ser constatado a partir do
consolidado dos inquéritos sorológicos para a doença de Chagas realizados sistematicamente entre
escolares (7-14 anos de idade) de todos os estados endêmicos no período de 1989 a 1999. Nesse
consolidado, de 244.770 amostras colhidas, apenas 329 foram positivas, resultando em uma prevalência
média geral de 0,13%.

Com esses resultados e a redução da área onde é encontrado o Triatoma infestans, a Comissão
Internacional de Especialistas constituída pela Opas e pelos países do Cone Sul, com a finalidade de
avaliar a situação epidemiológica de cada país, conferiu o certificado de interrupção da transmissão vetorial
pelo T. infestans a dez estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Tocantins e Piauí. Os Estados do Paraná e do Rio Grande do
Sul, onde os estudos estão sendo concluídos, serão certificados brevemente. O Estado da Bahia, onde
ainda existem municípios com infestação pelo T. infestans vêm sendo intensificados esforços visando à
eliminação desse vetor para os próximos anos. Os Estados da região Amazônica não estão incluídos no
Plano de Eliminação do T. infestans, por esta região ser considerada área indene. Nos Estados do
Maranhão, do Ceará, do Rio Grande do Norte, de Alagoas, de Sergipe, do Espírito Santo e de Santa
Catarina, apesar de pertencerem à área endêmica, não existe a espécie T. infestans.

Dentre outras medidas importantes desenvolvidas no país, destaca-se o controle da transmissão


transfusional e de vetores de outras espécies transmis- soras, além da realização de melhorias
habitacionais, o que representa uma solução mais definitiva para uma futura interrupção da transmissão
vetorial.

Visando avaliar o impacto das ações de prevenção e controle da doença de Chagas, vem sendo
desenvolvido em todo o país novo inquérito sorológico, que tem indicado uma importante redução na
prevalência de infecção na população menor de 5 anos.

Hanseníase

A hanseníase, outra doença endêmica, tem apresentado uma redução significativa de sua prevalência, de
16,4 por 10 mil habitantes em 1985 para 4,52 por 10 mil habitantes em 2003, aproximando-se da meta
proposta pela OMS de eliminar essa doença como problema de saúde pública, com a redução de sua
prevalência para 1,0 por 10 mil habitantes no ano de 2005. Esse resultado vem sendo obtido inclusive pelo
aumento da detecção de novos casos, que alcançou a taxa de 2,77 casos por 10 mil habitantes em 2003.
Tal aumento, numa doença contagiosa como a hanseníase, tem sido fator importante para reduzir a
possibilidade de que casos não diagnosticados e tratados continuem alimentando a cadeia de transmissão
da doença.

A estratégia para alcançar a prevalência de 1/10 mil habitantes está concentrada na integração com a
atenção básica, tornando mais acessível o diagnóstico e o tratamento, impedindo assim a manutenção da
cadeia de transmissão de pessoa a pessoa.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
DOMINA CONCURSOS

Febre tifóide

A febre tifóide é uma doença transmissível associada às precárias condições sanitárias, de higiene pessoal
e ambiental, sendo frequente sua ocorrência sob a forma de surtos relacionados com água e/ou alimentos
contaminados. A imunidade adquirida após a infecção ou a vacinação não é definitiva, e a vacina não
apresenta efetividade para o controle de surtos.

A doença persiste de forma endêmica no Brasil, com superposição de epidemias, especialmente nas
regiões Norte e Nordeste. Desde a década de 1980, e especificamente na década de 1990, observa-se um
declínio no coeficiente de incidência de 1,4/100 mil habitantes em 1990 para 0,5/100 mil habitantes em
2000, como também na letalidade, de 2,4% em 1990 para 1,3% em 2000. Nos anos de 2002 e 2003, tem
sido registrado um total de casos inferior a 500 em todo o país.

A estratégia de controle da febre tifóide está dirigida, no setor saúde, para o fortalecimento das vigilâncias
epidemiológica, sanitária e ambiental visando à detecção de casos precoces e à adoção de medidas que
impeçam sua propagação. Nesse sentido, o Ministério da Saúde vem implantando, em todas as unidades
federadas, a vigilância epidemiológica de doenças de transmissão hídrica e alimentar. Com isso, tem sido
trabalhado de forma integrada com outras doenças diarréicas, as capacitações de profissionais de saúde,
com utilização do Manual Integrado de Febre Tifóide. Destacam-se ainda a ampliação da capacidade
laboratorial para o diagnóstico específico e adoção de informações sobre a ocorrência de casos de febre
tifóide como um dos critérios de priorização de municípios para a aplicação de recursos em saneamento
básico.

Oncocercose

A oncocercose é uma doença causada por um verme nematódeo transmitido de uma pessoa infectada a
outra por meio da picada de mosquitos vetores do gênero Simulium. Um aspecto extremamente importante
dessa doença é que pode causar cegueira. A oncocercose é comum na África e na região das Américas,
principalmente no México, na Guatemala e na Venezuela. É também conhecida como cegueira dos rios,
pela sua maior incidência em margens de rios e riachos, onde se desenvolve o vetor.

No Brasil, a oncocercose é restrita à área Yanomami, no Estado de Roraima, onde inquérito epidemiológico
realizado pelo Ministério da Saúde no período de 1993 a 1997, em 28 pólos-base, encontrou 1.247
infectados (29,12%) entre os 4.283 indígenas examinados.

Em 1995, com a disponibilização de drogas mais eficazes contra a oncocer- cose, foram iniciadas
atividades de controle, com distribuição de medicamen- tos, que atingiram 100% da área endêmica no
Distrito Sanitário Yanomami em 2001. Desde então, essas atividades vêm sendo executadas regularmente
com altos níveis de cobertura, o que possibilitará a eliminação da doença.

Filariose

A filariose é uma doença causada por um nematódeo, a Wucheceria bancrofti, sendo transmitida por
mosquitos, principalmente o Culex quinquefasciatus. É uma doença comum na África. Em nosso país já foi
muito prevalente, mas atualmente está localizada apenas em focos endêmicos na região metropolitana do
Recife e, em menor escala, em Maceió, cidades onde as condições ambientais e de drenagem favorecem a
permanência de alto índice de população vetorial. Em Belém, onde a eliminação se encontra próxima, a
infecção ocorre de forma residual.

Nos últimos anos, o combate à filariose está apoiado no tratamento da população que vive em área de foco
com Dietilcarbamazina. No Brasil, a primeira experiência com essa forma de abordagem foi realizada no
Recife em novembro de 2003. Faz-se também o controle do vetor, visando reduzir a densidade
populacional do mosquito transmissor, além de atividades de educação em saúde, para que as pessoas
residentes nas áreas de foco aprendam a manejar os potenciais criadouros visando à sua eliminação.

A prevalência da doença é aferida mediante exames hemoscópicos e a detecção de microfilárias em


residentes das áreas de foco. Nas últimas duas décadas, houve uma variação nas atividades operacionais
do programa de filariose, o que pode ter se refletido na detecção dos filariêmicos. Entretanto, há uma clara

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
DOMINA CONCURSOS

redução no Índice de Lâminas Positivas (ILP), que não pode ser atribuída somente a questões
operacionais. Em Belém, não se detectaram filariêmicos a partir de 2002, mesmo tendo sido examinados
um total de 171.702 residentes em área de foco. Em Maceió, o ILP de 2003 foi de 0,08, mantendo a
tendência de redução.

Atualmente, a filariose encontra-se em fase de eliminação. Entretanto, a descoberta recente de drogas mais
potentes contra a W. bancrofti, assegurando maior efetividade nas ações de tratamento dos portadores, e
experiências positivas em ações de controle do vetor permitem colocar a filariose como uma doença
candidata à eliminação no futuro próximo.

Peste

A peste, doença transmitida por roedores silvestres, atualmente está restrita a algumas áreas serranas ou
de planalto, principalmente na região Nordeste, sendo geralmente associada com o cultivo e a
armazenagem de grãos. Nessa região, os últimos casos foram registrados no ano 2000, restritos ao Estado
da Bahia. As atividades permanentes de vigilância sobre os roedores, com captura e exames de laboratório
para detectar a infecção, têm possibi- litado a manutenção e o aprofundamento da situação de controle,
sendo sua ocorrência restrita à forma bubônica. A mortalidade por essa doença praticamente inexiste
atualmente no país, com apenas um óbito registrado em toda a década de 1990.

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM QUADRO DE PERSISTÊNCIA

Algumas doenças transmissíveis apresentam um quadro de persistência ou de redução em período ainda


recente, configurando nossa agenda inconclusa nessa área. Para essas doenças, é necessário o
fortalecimento de novas estratégias, recentemente adotadas, que propõem uma maior integração entre as
áreas de prevenção e controle e a rede assistencial, já que o principal foco da ação nesse conjunto de
doenças está voltado para o diagnóstico e o tratamento das pessoas doentes, visando à interrupção da
cadeia de transmissão.

É importante também enfatizar a necessidade de ações multissetoriais para a prevenção e o controle desse
grupo de doenças, já que grande parte das razões para a endemicidade reside em processos externos ao
setor saúde

– urbanização acelerada sem adequada infra-estrutura urbana, alterações do meio ambiente,


desmatamento, ampliação de fronteiras agrícolas, processos migratórios, grandes obras de infra-estrutura
(rodovias e hidroelétricas).

Malária

A malária acometia cerca de 6 milhões de brasileiros por ano na década de 1940 em todas as regiões. As
mudanças sociais ocorridas e o intenso trabalho de controle desenvolvido por meio da Campanha de
Erradicação da Malária possibilitaram o relativo controle da doença, que passou a apresentar uma
ocorrência de menos de 100 mil casos anuais, restringindo- se espacialmente às áreas de proximidade da
floresta na Amazônia Legal.

A partir da década de 1970, os projetos de desenvolvimento da Amazônia, com abertura de estradas,


construções de hidroelétricas, expansão de áreas de garimpo, entre outros, promoveram uma grande
migração interna no país, com alterações ambientais importantes e exposição de grande contingente
populacional à área malarígena. Essa situação provocou a dispersão da malária pela regiões Norte e
Centro-Oeste, com um aumento significativo do número de casos, passando-se a alcançar níveis de 450 a
500 mil casos anuais.

Atualmente, a malária concentra-se na região da Amazônia Legal, que responde por mais de 99% dos
casos registrados no país. Nos estados das demais regiões, os casos registrados são quase totalmente
importados da região Amazônica ou de outros países onde ocorre transmissão.

Aspectos socioeconômicos, como a valorização de produtos originários de atividades extrativistas e um


intenso processo de assentamento rural, que provocam deslocamentos de grandes grupos populacionais

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
DOMINA CONCURSOS

para o interior das florestas, intenso processo migratório para áreas periurbanas das grandes cidades na
busca de emprego, e fatores ambientais, como a variação de índices pluviométricos, foram responsáveis
por um incremento de casos até 1999, com mais de 637 mil casos, com um crescimento de 34% em
relação a 1998.

Essa situação levou o Ministério da Saúde a elaborar o Plano de Intensificação das Ações de Controle da
Malária (PIACM), desencadeando uma série de ações na região Amazônica. Essas ações, executadas em
parceria com estados e municípios, colaboraram na inversão da tendência de crescimento desta endemia.

Com o PIACM, que vigorou no período de 2000 a 2002, houve uma redução de 50,2% na incidência da
malária na região da Amazônia Legal, ao final do ano de 2002 (15,9 casos de malária por mil habitantes),
comparando- se com 1999 (31,9 casos de malária por mil habitantes). Em números absolutos, passou-se
de 637 mil casos em 1999 para 349 mil casos em 2002. Nesse mesmo período, o número de municípios de
alto risco passou de 160 para 72. As internações reduziram-se em 69,2%, e o número de óbitos por malária
diminui em 54,7%. Além da melhoria desses indicadores, cabe ressaltar outros avanços obtidos, como a
capacitação de profissionais de saúde, a inserção das atividades de controle da malária nos sistemas locais
de saúde, principalmente na atenção básica, a expansão da rede de diagnóstico e tratamento, para
propiciar um diagnóstico rápido e tratamento oportuno, composição de equipes de vigilância epidemiológica
em alguns municípios e o controle seletivo de vetores.

Entretanto, após essa importante redução na transmissão, a malária voltou a apresentar aumento na
incidência nas áreas endêmicas dos estados da Amazônia. Entre 2002 e 2003, foi observado um aumento
na incidência de 17,9%, chegando a um total de 410.475 casos no ano passado. Como o objetivo de
manter os avanços alcançados no controle da malária até o ano de 2002, assegurando sustentabilidade ao
processo de descentralização das ações de epidemiologia e controle da doença para estados e municípios,
o Ministério da Saúde vem assegurando uma política permanente para prevenção e controle da endemia,
por intermédio do Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM).

Tuberculose

Com a introdução de novos esquemas de curta duração, na década de 1980, a tuberculose vem
apresentando uma média anual de 85 mil casos novos nos últimos anos. O modelo adotado no seu
controle, de excessiva centralização da assistência, o longo tempo exigido para os tratamentos atualmente
disponíveis (mínimo de seis meses), o adensamento populacional nas periferias das grandes cidades sem
adequada condição sanitária, entre outros fatores, influíram para essa situação. Sobre a tuberculose,
registre-se ainda que a associação com a Aids tem impulsionado seu crescimento em todo o mundo. No
Brasil, cerca de 25,5% dos casos de Aids apresentam a tuberculose como doença associada.

A tuberculose tem sido objeto de ações e investimentos recentes do Ministério da Saúde e demais
instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS), visando descentralizar o atendimento e adotar novas formas
de garantir a continuidade do tratamento, para ampliar a capacidade de detecção de novos casos e
aumentar o percentual de cura. Essa estratégia tem envolvido inclusive o repasse de recursos financeiros
para ampliar a detecção de casos, elevar a taxa de cura e reduzir a taxa de abandono, visando produzir um
impacto positivo já nos próximos anos.

Meningites

O termo meningites designa um quadro caracterizado por processos inflamatórios das meninges,7 que
podem estar relacionados com uma grande variedade de agentes, infecciosos (vírus, bactérias, fungos e
protozoários) ou não. Para a saúde pública, são relevantes as meningites infecciosas, causadas por
agentes etiológicos transmissíveis. O quadro clínico da doença pode variar de acordo com a etiologia, mas
em geral a doença é grave e pode evoluir para óbito.

A meningite constitui um problema complexo e multifacetado, por ser uma doença com diferentes
etiologias, distintos impactos sobre a saúde pública e estratégias de prevenção e controle diversas.

As meningites bacterianas e virais são as mais importantes, na perspectiva da saúde pública, pela
magnitude de sua ocorrência, potencial de transmissão, patogenicidade e relevância social. Dentre as

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
DOMINA CONCURSOS

primeiras, merecem destaque as meningites meningocócicas, as meningites por pneumococo, meningites


por Haemophilus influenzae tipo b e a meningite tuberculosa.

A doença meningocócica8 tem ocorrência em praticamente todo o mundo, apresentando-se em forma


hiperendêmica na região do sub-Saara africano, com alguns países chegando a apresentar uma incidência
anual de 150 casos por 100 mil habitantes. O Brasil registrou uma grande epidemia de doença
meningocócica na década de 1970, que teve seu epicentro em São Paulo, mas se alastrou por todo o país.
Na época, foi realizada uma grande campanha nacional de vacinação de toda a população com a vacina
antimeningocócica AC. Possivelmente pelo efeito combinado de dois fatores, a utilização da vacina e o
esgotamento de suscetíveis, a epidemia foi controlada.

A partir da década de 1980, houve uma mudança importante no comportamento epidemiológico da doença
meningocócica no país, com o desaparecimento do sorogrupo A e o predomínio do sorogrupo B.

Durante a primeira metade da década de 1990, observou-se um aumento no número de casos notificados
de doença meningocócica, atingindo o pico em 1996, com o registro de 7.321 casos. Esse aumento
decorreu, em grande parte, de surtos localizados em municípios com grande contingente populacional,
como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

A partir de 1996, há uma tendência de redução constante no número de casos, de 7.321 casos, neste ano,
para 2.923 casos em 2003. Alguns fatores podem ter colaborado com essa redução, dentre eles destacam-
se a adoção oportuna das medidas de controle (quimioprofilaxia e vacinação de bloqueio), decorrente da
ampliação da assistência à saúde da população.

Dentre as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde e demais esferas gestoras do SUS para a vigilância
e o controle das meningites destacam-se o aprimoramento do diagnóstico laboratorial, da assistência
médica; a adoção de medidas de controle, tais como a quimioprofilaxia, quando indicada; a utilização das
vacinas antimeningocócicas AC e C em situações de surto; as altas coberturas vacinais de BCG e a
implantação (em 1999) da vacina contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) no esquema básico de
imunizações para todas as crianças menores de 5 anos de idade do país.9

Destaca-se que antes da introdução da vacina contra Hib este agente ocupava o segundo lugar dentre as
meningites bacterianas especificadas, e hoje os dados disponíveis apontam para um impacto altamente
positivo dessa vacina, com uma redução de 95% na incidência de meningites por Haemophilus influenzae
em menores de 5 anos, quando comparados os anos de 1998 e 2003.

Leishmaniose Visceral

A leishmaniose visceral (também conhecida por calazar) era uma doença praticamente silvestre com
características de ambientes rurais que tem tido uma mudança de comportamento, fundamentalmente por
modificações socioambientais, como o desmatamento – que reduziu a disponibilidade de animais para
servir de fonte de alimentação para o mosquito transmissor, colocando-lhe o cão e o homem como
alternativas mais acessíveis – e o processo migratório, que trouxe para a periferia das cidades populações
humana e canina originárias de áreas rurais onde a doença era endêmica. Além disso, para essa doença
ainda não se dispõe de formas de prevenção completamente efetivas, como uma vacina.

O comportamento epidemiológico da leishmaniose visceral é cíclico, com elevação dos casos em períodos
médios a cada cinco anos, além de uma tendência crescente, se considerarmos o período de 1980 a 2003.
Na década de 1990, aproximadamente 90% dos casos de LV ocorreram na região Nordeste, e atualmente
essa região representa 74% do total de casos do país.

O aumento do número de casos registrados, nos anos recentes e em outras regiões, pode ser explicado
pela modificação do padrão de ocorrência geográfica, com o registro de casos em centros urbanos, como
Belo Horizonte, Natal, São Luís, Teresina, Fortaleza, Montes Claros, Araçatuba, Imperatriz, Timon, Caxias
e, mais recentemente, Palmas e Campo Grande, caracteri- zando uma expansão da área tradicional de
ocorrência dessa doença, em decorrência do intenso processo migratório da população rural para a

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
DOMINA CONCURSOS

periferia das cidades de médio e grande portes. Além disso, o processo de organização da rede
assistencial, associado ao melhor preparo para diagnóstico e tratamento, proporcionou uma maior detecção
de casos.

A partir de 2003, as normas técnicas de vigilância e controle foram revisadas, e as recomendações de


vigilância e controle passaram a ser específicas para cada situação epidemiológica e adequadas a cada
área a ser trabalhada. Os municípios de transmissão foram classificados de acordo com a média de casos
nos últimos cinco anos. O novo enfoque é o de incorporar os estados e os municípios silenciosos para a
doença, visando evitar ou minimizar os problemas referentes a este agravo em novas áreas.

Leishmaniose Tegumentar Americana

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) apresenta-se em fase de expansão geográfica. Nas últimas
décadas, as análises de estudos epidemiológicos de LTA têm sugerido mudanças no comportamento
epidemiológico da doença. Inicialmente considerada zoonose de animais silvestres que acometia
ocasionalmente pessoas em contato com florestas, a LTA começa a ocorrer em zonas rurais já
praticamente desmatadas e em regiões periurbanas. Observa-se a coexistência de um duplo perfil
epidemiológico expresso pela manutenção de casos oriundos dos focos antigos ou de áreas próximas a
eles e pelo aparecimento de surtos epidêmicos associados a fatores decorrentes do surgimento de
atividades econômicas, como garimpos, expansão de fronteiras agrícolas e extrativismo, em condições
ambientais altamente favoráveis à transmissão da doença.

No período de 1980 a 2003, a LTA no Brasil vem apresentando coeficientes de detecção que oscilam entre
3,83 a 22,94 por 100 mil habitantes. Ao longo desse período, observou-se uma tendência ao crescimento,
registrando os coeficientes mais elevados nos anos de 1994/1995, quando atingiram níveis de 22,83 e
22,94 por 100 mil habitantes, respectivamente. Vale ressaltar que o ano de 1998 apresentou uma queda
significativa neste coeficiente (13,47/ 100 mil habitantes), fato este que pode estar relacionado a problemas
operacionais naquele ano.

Ao analisar a evolução da LTA no Brasil, observa-se uma expansão geográfica – no início da década de
1980 foram registrados casos em vinte unidades federadas, e nos últimos anos todas as unidades
federadas registraram casos autóctones da doença. No ano de 1994, houve um registro de casos
autóctones em 1.861 municípios, o que representa 36,9% dos municípios do país; em 2002, houve uma
expansão da doença para 2.302 municípios (41,1%). As regiões Nordeste e Norte vêm contribuindo com o
maior número de casos registrados no período (cerca de 36,9% e 36,2% respectivamente), e a região Norte
com os coeficientes mais elevados (99,85/100 mil habitantes), seguida das regiões Centro-Oeste
(41,85/100 mil habitantes) e Nordeste (26,50/100 mil habitantes).

Por ser uma doença que apresenta grande diversidade e constantes mudanças nos padrões
epidemiológicos de transmissão, em virtude das diferentes espécies de vetores, reservatórios e agentes
etiológicos, associados à ação do homem sobre o meio ambiente, a LTA apresenta dificuldades de
controle. As estratégias para o controle da LTA devem ser específicas, conforme a situação epidemiológica
de cada local e região, destacando-se que é fundamental o conhecimento do maior número de casos
suspeitos; o diagnóstico e o tratamento precoce dos casos confirmados; a identificação do agente etiológico
circulante na área; o conhecimento das áreas de trans- missão e a redução do contato homem vetor por
meio de medidas específicas. Para a implementação e o fortalecimento das ações de controle da
Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde, em parceria com o
Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Ensp/Fiocruz), desenvolveu um modelo de vigilância e
monitoramento da LTA para identificação de áreas prioritárias para ação de prevenção e controle.
Procedeu-se a uma análise da distribuição espaço-temporal da endemia, utilizando-se, além do número de
casos e do coeficiente de detecção, a densidade de casos por área. Também foram analisados dados
ambientais, sociais e demográficos das áreas de relevância epidemiológica para este agravo. A partir
dessas análises, foram identificados os principais circuitos e

pólos de produção de LTA no Brasil.

Somado a essa proposta, tem-se investido na capacitação de recursos humanos; na organização dos
serviços para o atendimento primário, secundário e terciário; na aquisição e na distribuição de

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
DOMINA CONCURSOS

medicamentos para o tratamento dos doentes e de inseticidas para o controle vetorial, além do
aprimoramento dos sistemas de vigilância epidemiológica e entomológica.

Febre amarela silvestre

A febre amarela apresenta duas formas de expressão, a urbana e a silvestre. A febre amarela urbana
encontra-se erradicada de nosso país desde 1942. Não é possível erradicar a febre amarela silvestre,
porque a doença tem um importante ciclo natural de circulação entre os primatas não humanos das
florestas tropicais.

No Brasil, com o desaparecimento da modalidade urbana da doença e a manutenção de epizootias e casos


humanos silvestres, estudos anteriores à década de 1970 tornaram possível definir três áreas
epidemiologicamente distintas, com risco de transmissão da doença, que foram sendo modificadas a partir
de 1997: endêmica ou enzoótica (região Norte e Centro-Oeste e Estado do Maranhão); epizoótica ou de
transição (faixa que vai da região centro-sul do Piauí, oeste da Bahia, noroeste de Minas Gerais, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul); e área indene (área onde não há circulação
comprovada do vírus amarílico e que abrange os estados da região Nordeste, Sudeste e Sul). Em função
da última epidemia ocorrida em Minas Gerais no ano de 2003, foi definida uma área indene de risco
potencial para circulação viral contígua à área de transição, que apresenta ecossistemas semelhantes,
considerando critérios históricos, hidrográficos e de vegetação, compreendendo os municípios do sul de
Minas Gerais e da Bahia e a região centro-norte do Espírito Santo.

Em função da epidemia de Minas Gerais, o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais de Saúde, em


conjunto com órgãos de turismo e transporte, realizaram uma campanha de divulgação para alertar os
viajantes que se dirigem às regiões endêmicas da necessidade de vacinação prévia, sendo ampliado o
acesso à vacina para toda a rede de saúde.

As ações de vigilância epidemiológica também foram fortalecidas, buscando detectar o número real de
casos de febre amarela que ocorrem durante os surtos e a adoção oportuna de medidas de bloqueio. O
surto verificado no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso, Goiás, local que atraiu
cerca de 3 mil turistas nas festas do final do ano de 1999, e os surtos ocorridos em 2001 e 2003 em Minas
Gerais reforçaram a necessidade de se garantir a proteção para um novo grupo de risco – os praticantes do
turismo ecológico ou rural – e de se redefinir as áreas de transmissão para febre amarela no Brasil, o que
foi feito em 2003.

Foram adotadas novas ações de intensificação da vigilância epidemiológica, com especial atenção para a
vigilância de epizootias entre primatas não huma- nos nas florestas brasileiras, considerando sua
importância como evento sentinela para identificar a circulação do vírus amarílico e assim prevenir a
ocorrência de casos humanos. Aliado a isso, tem sido recomendada a implan- tação da vigilância
sindrômica das doenças febris que cursam com icterícia e hemorragia, com a finalidade de melhorar a
sensibilidade da detecção de casos de febre amarela, bem como das doenças que entram no leque do
diagnóstico diferencial. Em 2003, foram registrados 64 casos da doença, com 23 óbitos. O surto de Minas
Gerais foi responsável por 58 desse total de casos e por 75% de todos os óbitos do período (21 óbitos). Os
demais casos de febre amarela foram registrados em Mato Grosso (n = 5) e Pará (n = 1). A vacina
antiamarílica é o único meio eficaz para prevenir e controlar a doença, já que interrompe o ciclo de
transmissão, e tem por objetivos: conferir proteção individual e coletiva à população, bloquear a propagação
geográfica da doença, criando uma barreira de imunidade, e prevenir epidemias.

A partir de 1998, visando evitar a ocorrência de surtos de grande magnitude, o Ministério da Saúde iniciou
uma ampla campanha de intensificação da vacinação contra a febre amarela na área de risco, totalizando
até 2001 58 milhões de doses de vacina aplicadas. Nos 1.341 municípios da área de transição, até o ano
de 2002 foram aplicadas 21,4 milhões de doses de vacina numa população de 26,3 milhões de habitantes
(81,2% de doses aplicadas). No país como um todo, no período de 1993 a 2003 foram aplicadas
176.626.490 de doses de vacina no Brasil. Somente em 2003 foram vacinados contra febre amarela
5.224.672 habitantes. Na área indene, a estratégia de vacinação visa assegurar que todas as pessoas que
se dirijam às áreas endêmicas ou de transição sejam vacinadas com antecedência de dez dias. Com a
intensificação das ações de vacinação e após a ocorrência dos primeiros eventos adversos graves

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
DOMINA CONCURSOS

associados temporalmente à vacina contra febre amarela, foi implantado um protocolo para esses eventos,
tendo sido detectados cinco casos graves com quatro óbitos no período de 1999 a 2003 no país.

As ações de prevenção e controle da febre amarela têm como meta atingir a cobertura vacinal de 100% em
todos os municípios, com estratégias diferenciadas de vacinação: nas salas de vacinas, vacinação casa-a-
casa na zona rural, nas escolas, em campanhas e ação conjunta com Pacs e PSF. Outras estratégias
incluem: monitoramento rápido da cobertura local; avaliação sistemática dos eventos adversos; estímulo ao
porte de cartão; atividades de sensibilização para adesão da vacinação do adulto; vacinação de grupos de
maior vulnerabilidade e específicos, tais como bóias-frias, assentamentos, acampamentos de sem-terra,
caminhoneiros e áreas indí- genas; articulação e parcerias de ações conjuntas com outras instituições
governamentais e não governamentais.

Hepatites virais

As hepatites virais apresentam distribuição universal e magnitude variável de acordo com a região do país.
As hepatites A e E apresentam alta prevalência nos países em desenvolvimento, onde as condições
sanitárias e socioeconômicas são precárias. A prevalência de hepatite B tem sido reduzida em países onde
a vacinação foi implementada, porém permanece alta em populações de risco acrescido e em países onde
a transmissão vertical e horizontal intradomiciliar não é controlada. A Organização Mundial de Saúde
estima que cerca de 2 bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B, com 325 milhões
tornando-se portadores crônicos. A prevalência de hepatite C, com base em dados de pré-doadores de
sangue, pode variar entre índices menores que 1% em países como Reino Unido, Escandinávia, Nova
Zelândia e algumas áreas do Japão, ou chegar a altas taxas, como 14% no Egito e 26% no Cairo. Em
geral, a infecção pelo vírus da hepatite D ocorre em áreas com prevalência moderada a alta de hepatite B
crônica, visto que o vírus delta depende do vírus B para ser infectante. As maiores prevalências de hepatite
delta ocorrem no sul da Itália e em algumas áreas da ex-URSS e África, além da região da Bacia
Amazônica.

Para o Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) possui estimativa de infecção pelo HAV de
aproximadamente 130 casos novos por 100 mil habitantes ao ano e de que mais de 90% da população
maior de 20 anos tenha tido exposição ao vírus. Entretanto, com as melhorias nas condições de
saneamento, alguns estudos têm demonstrado um acúmulo de suscetíveis em adultos jovens acima desta
idade.

Alguns estudos do final da década de 1980 e início da de 1990 sugeriram uma tendência crescente do VHB
em direção às regiões Sul e Norte. Assim, considerava-se que ocorriam três padrões de distribuição da
hepatite B: alta endemicidade, com prevalência superior a 7%, presente na região Amazônica, alguns locais
do Espírito Santo e oeste de Santa Catarina; endemicidade intermediária, com prevalência entre 2% e 7%,
nas regiões Nordeste, Centro- Oeste e Sudeste; e baixa endemicidade, com prevalência abaixo de 2% na
região Sul do país.

No entanto, esta infecção é muito dinâmica e variável. Com a implementação de campanhas de vacinação
contra a hepatite B em algumas regiões do Estado do Amazonas, desde 1989, e a implantação da vacina
em menores de 1 ano e em menores de 15 anos, nos anos de 1991 e 1996, respectivamente, esse padrão
vem se modificando na região, como atestam estudos mais recentes. Na região de Lábrea, Estado do
Amazonas, a taxa de portadores do VHB passou de 15,3% em 1988 para 3,7% em 1998. Na região de
Ipixuna, essa queda foi de 18% para 7%.

No ano de 1992, implantou-se a vacinação no Estado do Acre para as mesmas faixas etárias, e em 1993,
para o restante da Amazônia Legal. Essa ação também teve impacto naquele estado, que em estudo de
base populacional em 12 de seus 24 municípios apresentou a taxa de HbsAg de 3,4%. Outros trabalhos
também classificam a região Norte como de baixa ou moderada endemicidade, permanecendo com alta
endemicidade a região sudeste do Pará.

Em 1993, foi implantada a vacinação para menores de 4 anos nos estados de Santa Catarina, Espírito
Santo, Paraná, redefinida em 1996 para menores de 15 anos e no mesmo ano para o restante do país para
menores de 1 ano. Na região Sul, categorizada como de baixa endemicidade, permanecem com

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
DOMINA CONCURSOS

prevalência moderada a região oeste de Santa Catarina e alta endemicidade o oeste do Paraná, região que
teve a faixa etária para a vacinação estendida para menores de 15 anos em 1998.

A região Sudeste como um todo apresenta baixa endemicidade, com exceção do sul do Espírito Santo e do
nordeste do Estado de Minas Gerais, onde ainda são encontradas altas prevalências. A região Centro-
Oeste é de baixa endemicidade, com exceção do norte do Mato Grosso, com prevalência moderada. O
Nordeste como um todo está em situação de baixa endemicidade. Com o objetivo de encurtar coortes de
susceptíveis para a infecção pelo VHB, a imunização contra a hepatite B foi estendida em todo o território
para a idade de até 19 anos.

Quanto à hepatite C, ainda não existem estudos capazes de estabelecer sua real prevalência no país. Com
base em dados da rede de hemocentros de pré-doadores de sangue, em 2002, a distribuição variou entre
as regiões brasileiras: 0,62% no Norte, 0,55% no Nordeste, 0,28% no Centro-Oeste, 0,43% no Sudeste e
0,46% no Sul. Um dos poucos estudos de base popula- cional realizado em nosso meio revelou 1,42% de
portadores de anti-HCV na cidade de São Paulo. Resultado semelhante foi obtido em um estudo de
soroprevalência realizado na cidade de Salvador, com 1,5% de portadores de anti-HCV. Atualmente, a
transmissão da hepatite C via transfusão sanguínea e hemoderivados é rara; porém, essa forma de
contágio teve grande importância nos anos precedentes a 1993, quando foi instituída a testagem em
bancos de sangue após a disponibilização de kits comerciais.

Em 2004 e 2005, inquérito soroepidemiológico de base populacional será realizado nas capitais brasileiras,
levantando prevalência das hepatites A, B e C e fatores associados nas macrorregiões brasileiras.

A hepatite delta concentra-se na Amazônica Ocidental, que apresenta uma das maiores incidências do
mundo deste agente. O vírus da hepatite delta é responsável por surtos epidêmicos ictero-hemorrágicos e
também pela alta prevalência de hepatopatias crônicas e hepatocarcinoma entre portadores. Acredita-se
que a Amazônia ofereça condições ambientais, sociais, culturais e aspectos genéticos da população que
contribuem para a circulação viral do VHD. Em estudo recente no Estado do Acre, a prevalência encontrada
de antidelta foi de 1,3%. Nas regiões Sudeste, Nordeste e na Amazônia Oriental a infecção está ausente.

O VHE é importante causador de surtos e desenvolve quadros graves, principalmente em gestantes. No


Brasil, apesar de apresentar condições sanitárias deficientes em muitas regiões, ainda não foi descrita
nenhuma epidemia pelo VHE. Alguns casos isolados têm sido notificados, demonstrando que há circulação
deste vírus no país.

A vigilância epidemiológica das hepatites virais no Brasil utiliza o sistema universal e passivo, baseado na
notificação de casos suspeitos. O número de notificações não reflete a real incidência da infecção, pois a
grande maioria dos acometidos apresenta formas assintomáticas ou oligossintomáticas, sendo dificilmente
captados. Estados e municípios estão em diferentes estágios de implantação, refletindo diferentes níveis de
sensibilidade e de capacitação das equipes das vigilâncias epidemiológicas.

Esquistossomose

A esquistossomose mansônica tem ampla distribuição geográfica no Brasil, com maior intensidade de
transmissão na região Nordeste do país e no norte de Minas Gerais. Entretanto, 18 estados e mais o
Distrito Federal apresentam áreas de transmissão, ainda que alguns deles sejam constituídos de áreas
focais.

Desde o início da década de 1950 até o presente ano tem sido observado redução nas prevalências de
infecção, detectadas mediante inquéritos coproscópicos populacionais. Entretanto, tem ocorrido uma maior
distribuição espacial com o processo de urbanização e migração. Também os indicadores de morbidade
hospitalar e mortalidade têm evidenciado redução em análises realizadas nos sistemas de informações
existentes.

Nos últimos vinte anos, o percentual de positividade detectado em inquéritos coproscópicos realizados
inicialmente pelo Ministério da Saúde e mais recentemente pelas Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde tem se situado entre 5,5% e 11,6% da população examinada. Observam-se variações anuais na
positividade em função da heterogenidade das áreas que são submetidas aos inquéritos em cada estado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
DOMINA CONCURSOS

Dentre os estados destacam- se Alagoas, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba e Minas Gerais, com os
maiores percentuais. Nos estados de maior percentual de positividade, também têm sido registrados os
maiores coeficientes de mortalidade e proporção de internações por esquistossomose. A tendência
histórica para esses indicadores aponta para uma redução na morbidade e na mortalidade por formas
graves da doença para o país como um todo. Entretanto, nas áreas endêmicas da região Nordeste do
Brasil, a ocorrência da forma hepato- esplênica, que pode levar ao óbito por hemorragia digestiva, ainda
representa um importante problema de saúde.

A ampliação da oferta de abastecimento e esgotamento sanitário tem contribuído para a melhoria dos
indicadores da esquistossomose. A utilização de critérios epidemiológicos para seleção de municípios
elegíveis para aplicação de recursos para saneamento pela Funasa contribui para a redução na
transmissão da esquistossomose. Por outro lado, a maior disponibilidade de assistência médica e a adoção
de tratamento específico têm contribuído para a redução dos indicadores de morbidade e mortalidade.

Desde meados da década de 1970, tem sido desenvolvido um programa de controle da esquistossomose
no país, baseado na realização de inquéritos coproscópicos e no tratamento de portadores e, em menor
escala, nas ações de saneamento, no tratamento de criadouros e na educação em saúde. Nos municípios
onde o programa tem alcançado uma boa cobertura e regularidade, tem sido observado impacto na
redução dos indicadores. Desde 1993, vem sendo implementada a descentralização das ações de controle
da esquistossomose, intensificando-se a partir de 1999 e 2000, quando as Secretarias Municipais
passaram a assumir gradativamente o controle desta endemia em seu território.

Leptospirose

A leptospirose é uma zoonose de caráter endêmico, podendo apresentar- se na forma de surto ou epidemia
sob determinadas condições climáticas, ambientais, de infra-estrutura sanitária e alta infestação de
roedores.

Os roedores sinantrópicos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais reservatórios da


doença. São afetados também e podem atuar como portadores cães, bovinos, suínos, ovinos, caprinos e
equinos.

No período de 1994 a 2003, foi registrada um média anual de 3.324 casos e 334 óbitos, correspondendo a
uma letalidade média de 10%. Os principais grupos etários afetados são os de 20 aos 49 anos. No Brasil, a
maior parte dos casos está ligada às condições de vida e à infra-estrutura sanitária, principalmente em nível
domiciliar. Ocorre em áreas urbanas e rurais, mas a maioria dos casos notificados provém das capitais e
das regiões metropolitanas. Enchentes e chuvas fortes contribuem para o contato do homem com água e
lama contaminadas pela urina de roedores, favorecendo a infecção. Apesar de não ser tipicamente
ocupacional em nosso país, algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, como trabalhadores
em limpeza e desentupimento de esgotos, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores,
magarefes, laboratoristas e bombeiros, dentre outras. O Ministério da Saúde investe no fortalecimento da
vigilância epidemiológica e ambiental realizada por estados e municípios por meio de elaboração de
normas, apoio e assessorias técnicas, fornecimento de kits diagnósticos para a Rede Nacional de
Laboratórios de Saúde Pública, realização de treinamentos em clínica e tratamento de casos, dentre outros.

É de fundamental importância que os níveis periféricos de atenção visem a um aumento na suspeita clínica,
à atenção adequada e oportuna ao paciente e à consequente diminuição da letalidade, juntamente com o
aprimoramento das etapas da investigação epidemiológica e ambiental e do controle de roedores. O
desafio maior para a vigilância da leptospirose reside atualmente na promoção da sensibilidade do sistema
para detectar casos leves e moderados da doença e sua notificação ao Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (Sinan), além do aprimoramento das etapas da investigação epidemiológica, a determinação
de áreas de risco e a adequação e continuidade de medidas direcionadas ao controle de roedores. Todas
essas medidas devem estar integradas com outras atividades intersetoriais que possam levar às mudanças
ambientais e sociais necessárias para que ocorra um declínio sustentável no aparecimento dos casos da
doença.

Acidentes por animais peçonhentos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
DOMINA CONCURSOS

Os acidentes por animais peçonhentos não constituem doença transmissível, porém têm sido abordados
juntamente com as zoonoses, uma vez que se trata de agravo, a exemplo da raiva, na qual ocorre a
agressão por um animal e o quadro clínico é consequente à ação de toxinas inoculadas pelas picadas.

As serpentes, os escorpiões e as aranhas são os principais agentes causadores de envenenamentos. Mais


recentemente, acidentes com lagartas do gênero Lonomia e envenenamentos causados por enxames de
abelhas têm merecido atenção em razão da gravidade e da alta letalidade.

A distribuição dos acidentes ofídicos no país indica incidências mais elevadas nas regiões Centro-Oeste e
Norte, apesar de o número absoluto de casos ser maior no Sudeste. Da mesma forma, a ocorrência dos
acidentes ao longo do ano apresenta marcada sazonalidade, com predomínio dos casos nos meses
quentes e chuvosos. Os acidentes botrópicos (causados por serpentes do gênero Bothrops, conhecidas
popularmente por jararacas) representam 88% dos casos, enquanto os acidentes crotálicos (Crotalus,
cascavéis), laquéticos (Lachesis, surucucu-pico-de-jaca) e elapídicos (Micrurus, corais verdadeiras)
correspondem a, respectivamente, 9%, 2,5% e 0,5% do total das notificações. O conhecimento das
características epidemiológicas dos acidentes tem orientado a distribuição e a utilização dos soros
antipeçonhentos de acordo com as necessidades regionais, ao mesmo tempo em que as ações de
vigilância e controle da fauna peçonhenta determinam abordagens específicas, segundo os ecossistemas
em que os animais são encontrados.

A interferência humana sobre o meio ambiente está provavelmente muito associada ao incremento dos
casos de escorpionismo, araneísmo (particularmente aranhas do gênero Loxosceles). Por outro lado, em
que pese o processo crescente de urbanização, não se verifica diminuição dos acidentes ofídicos,
sugerindo uma possível aproximação e adaptação das serpentes às periferias das cidades, onde as
precárias condições de saneamento básico propiciam a proliferação de roedores, que servem de alimento
para esses animais.

Paralelamente às ações de prevenção e controle dos animais peçonhentos, tem-se buscado o


fortalecimento das atividades de capacitação dos profissionais de saúde no diagnóstico e no tratamento,
com ênfase na correta administração dos soros específicos, visando à redução da frequência de sequelas e
da letalidade dos acidentes.

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES E REEMERGENTES

Um terceiro grupo de doenças expressa, em nosso país, o fenômeno mundial de emergência e


reemergência de doenças transmissíveis. Para o propósito do presente documento, serão consideradas
algumas doenças transmissíveis que foram introduzidas ou ressurgiram no país nas últimas duas décadas,
que é o período de análise que está sendo considerado para as doenças transmissíveis. Destacam-se o
surgimento da Aids no início da década de 1980; a reintrodução da cólera, a partir do Peru, em 1991; e a
epidemia de dengue, que passou a constituir-se no final da década de 1990 em uma das maiores
prioridades de saúde pública no continente e no país.

Aids

A Aids foi identificada no Brasil, pela primeira vez, em 1980 e apresentou um crescimento na incidência até
1998, quando foram registrados 25.732 casos novos, com um coeficiente de incidência de 15,9 casos/100
mil habitantes. A partir de então, observou-se uma desaceleração nas taxas de incidência de Aids no
conjunto do país, a despeito da manutenção das principais tendências da epidemia: heterossexualização,
feminização, envelhecimento e pauperização do paciente, aproximando-o cada vez mais do perfil
socioeconômico do brasileiro médio.

Desde o início da década de 1980 até setembro de 2003, o Ministério da Saúde notificou 277.154 casos de
Aids no Brasil. Desse total, 197.340 foram verificados em homens e 79.814 em mulheres.

No ano de 2003, foram notificados 5.762 novos casos da epidemia, e, desses, 3.693 foram verificados em
homens e 2.069 em mulheres, mostrando que, atualmente, a epidemia cresce mais entre as mulheres.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
DOMINA CONCURSOS

Outro dado não menos preocupante é a crescente incidência da Aids em relação à faixa etária de 13 a 19
anos em adolescentes do sexo feminino. Tal fato é explicado pelo início precoce da atividade sexual em
relação aos adolescentes do sexo masculino, normalmente com homens com maior experiência sexual e
mais expostos aos riscos de contaminação por DST e pela Aids.

Quanto às principais categorias de transmissão entre os homens, as relações sexuais respondem por 58%
dos casos de Aids, com maior prevalência nas relações heterossexuais, que é de 24%.

Entre as mulheres, a transmissão do HIV também se dá, predominan- temente, pela via sexual – 86,7%. As
demais formas de transmissão, em ambos os sexos, de menor peso na epidemia, são: transfusão,
transmissão materno-infantil ou ignoradas pelos pacientes.

Cólera

Dentro do elenco de doenças reemergentes inclui-se a cólera, que alcançou o continente americano e o
território brasileiro em 1991, trinta anos após o início dessa que é a sétima pandemia a acometer a
humanidade e a primeira a ser causada pelo Vibrio cholerae El Tor. Esta patologia, apesar de todo o
conhecimento acumulado, continua impondo desafios não somente em função das características do
agente, mas principalmente pela vulnerabilidade de grande parcela da população mundial, que sobrevive
em condições de pobreza extrema.

A sétima pandemia chegou ao Brasil em 1991 e até 2001 atingiu todas as regiões do país, produzindo um
total de 168.598 casos e 2.035 óbitos, com registro de grandes epidemias na região Nordeste. O coeficiente
de incidência de cólera em 1993, ano em que ocorreu o maior número de casos, foi de 39,81/100 mil
habitantes, com 670 óbitos e letalidade de 1,11%.

A magnitude da doença no território brasileiro esteve relacionada às condições altamente favoráveis à sua
disseminação, principalmente as condições de vida da população, tendo encontrado nas regiões Norte e
Nordeste condições altamente favoráveis à sua implantação e disseminação

Porém, a vulnerabilidade à doença também pode ser constatada em áreas mais desenvolvidas do país,
principalmente nos bolsões de pobreza existentes nas periferias dos centros urbanos.

Apesar da intensidade com que a doença atingiu principalmente a região Nordeste entre os anos de 1992 e
1994, os esforços do sistema de saúde conseguiram reduzir drasticamente esses valores a partir de 1995,
e com o registro em 2001 de somente sete casos confirmados (quatro casos no Ceará e um caso em
Pernambuco, Alagoas e Sergipe). Em 2002 e 2003, não foram detectados casos confirmados de cólera no
Brasil.

Contudo, o risco de sua reintrodução em áreas já atingidas ou ainda indenes continua presente, tendo em
vista que persistem as baixas coberturas de saneamento.

Em abril de 2004, foram registrados três casos no agreste de Pernambuco, cuja investigação
epidemiológica se encontra em andamento para determinar as possíveis fontes de infecção e interromper a
transmissão.

Nesta fase atual, em que a cólera se encontra sob controle no país, é importante que sejam intensificados
estudos que permitam detectar precocemente a presença do Vibrio cholerae O1 toxigênico e avaliar as
características genéticas das cepas eventualmente encontradas. Para alcançar esse objetivo, é importante
realizar o mapeamento e a pesquisa de ambientes reconhecidamente favoráveis à sobrevivência do
agente, além do aprofundamento de estudos acerca do comportamento do agente diante de alterações
ambientais.

As equipes técnicas de vigilância epidemiológica e ambiental dos três níveis de governo têm desenvolvido
atividades de prevenção, com a realização de investigação de casos suspeitos, envolvendo a coleta de
amostras clínicas e de amostras de água e de meio ambiente, principalmente nos mananciais que
abastecem os sistemas de captação da água para consumo humano. A Monitorização das Doenças
Diarréicas Agudas (MDDA), atualmente implantada em 4.227 municípios do país, representa a mais

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
DOMINA CONCURSOS

importante estratégia para a detecção precoce de casos de cólera. A manutenção desse sistema de
vigilância epidemiológica integrado e o fortalecimento do sistema de vigilância de controle da qualidade da
água para consumo humano são as principais ações que garantirão que essa doença se mantenha sob
controle no país.

Dengue

A dengue tem sido objeto de uma das maiores campanhas de saúde pública realizadas no país. O
mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, que havia sido erradicado de vários países do
continente americano nas décadas de 1950 e 1960, retorna na década de 1970 por falhas na vigilância
epidemiológica e pelas mudanças sociais e ambientais propiciadas pela urbanização acelerada dessa
época.

Atualmente, o mosquito transmissor é encontrado numa larga faixa do continente americano, que se
estende desde o Uruguai até o sul dos Estados Unidos, com registro de surtos importantes de dengue em
vários países como Venezuela, Cuba, Brasil e Paraguai.

As dificuldades de erradicar um mosquito domiciliado têm exigido um esforço substancial do setor saúde,
com um gasto estimado de quase R$ 1 bilhão por ano, quando computados todos os custos dos dez
componentes do Programa Nacional de Controle da Dengue. Essas dificuldades são decorrentes do fato de
o mosquito se multiplicar nos vários recipientes que podem armazenar água, particularmente aqueles
encontrados nos lixos das cidades, como garrafas, latas e pneus, ou no interior dos domicílios, como vasos
de plantas. As atividades de prevenção da dengue perpassam o setor saúde e necessitam ser articuladas
com outras políticas públicas, como a limpeza urbana, além de uma maior conscientização e mobilização
social sobre a necessidade de as comunidades manterem seu ambiente livre do mosquito.

Entre 1999 e 2002, foi registrado um aumento na incidência de dengue, alcançando 794.219 casos
notificados em 2002. Já em 2003, observou-se uma redução de 56,6% no total de casos notificados em
relação a 2002, refletindo, em parte, a intensificação das ações para controlar a doença.

Dentre outros fatores que pressionam a incidência da dengue, destaca- se a introdução recente de um novo
sorotipo, o DEN 3, para o qual uma grande parcela da população ainda permanece susceptível. Por esse
motivo, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e em conjunto com as
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, vem executando um conjunto de ações, onde se destacam:
(1) a intensificação das ações de combate ao vetor, focalizando-se os municípios com maior participação
na geração dos casos; (2) o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica e entomológica para
ampliar a oportunidade da resposta ao risco de surtos; (3) a integração das ações de vigilância e de
educação sanitária com o Programa de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde;

(4) e uma forte campanha de mobilização social e de informação para garantir a efetiva participação da
população. Tem sido priorizada também a melhoria na capacidade de detecção de casos de dengue
hemorrágica, com vistas a reduzir a letalidade por esta forma da doença.

Hantaviroses

As hantaviroses constituem uma doença emergente com duas formas clínicas principais, a renal e a
cardiopulmonar. A forma renal é mais frequente na Europa e na Ásia, enquanto a forma cardiopulmonar
ocorre somente no continente americano. A doença faz-se presente em quase todos os países da América
do Norte e da América do Sul. Nestes, Argentina e Estados Unidos apresentam o maior registro de casos.
Na América Central, somente têm sido registrados casos no Panamá. A infecção humana ocorre, mais
frequentemente, pela inalação de aerossóis formados a partir de secreções e excreções dos reservatórios,
que são roedores silvestres.

Os primeiros casos no Brasil foram detectados em 1993 em São Paulo, e a doença tem sido detectada
principalmente na região Sul, além dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Desde o início
da detecção de casos no país já foram registrados 338 casos em onze estados até 2003, com uma
letalidade média de 44,5%. As medidas adotadas pelo Ministério da Saúde possibilitaram a implantação da
vigilância epidemiológica dessa doença, o desenvolvimento da capacidade laboratorial para realizar

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
DOMINA CONCURSOS

diagnóstico, a divulgação das medidas adequadas de tratamento para reduzir a letalidade e o


conhecimento da situação de circulação de alguns hantavírus nos roedores silvestres brasileiros, objeto de
ações de vigilância ecoepidemiológica.

Essas ações aumentaram a capacidade de detecção, possibilitando um quadro mais apropriado da


realidade epidemiológica das hantaviroses em nosso país, assim como a adoção de medidas adequadas
de prevenção e controle.

PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES

Para que conseguíssemos as importantes vitórias no controle e na erradicação de doenças


imunopreveníveis, foi fundamental a evolução recente obtida nas coberturas alcançadas pelas vacinas que
compõem o Programa Nacional de Imunizações (PNI). A partir de 1998, nosso país tem conseguido atingir
todas as coberturas vacinais recomendadas tecnicamente para as quatro vacinas básicas do PNI.10

Nos últimos cinco anos, o PNI introduziu novas vacinas, como a anti- hepatite B, em todo o território
nacional, a vacina contra Haemophilus influenzae tipo B, vacina tetravalente (DTP + Hib), vacina tríplice
viral (sarampo, rubéola e caxumba) aos 12 meses e a vacinação do idoso para gripe, tétano e pneumonia
pneumocócica. Em 2001 e 2002, as mulheres em idade fértil foram alvo de campanha para controle da
rubéola congênita, alcançando 95,68% de cobertura nesta faixa etária. Também para este grupo
populacional tem sido realizada vacinação contra tétano, visando à eliminação do tétano neonatal.

Com essas novas vacinas, o país tem, em seu calendário básico, todas as vacinas recomendadas por
organismos internacionais, como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial
da Saúde (OMS). Entre as vacinações de rotina em menores de 1 ano, o país atingiu níveis adequados de
cobertura vacinal a partir de 1998 para a maioria das vacinas. Em 2003, foram atingidos os índices de 96%
de cobertura com a vacina tetravalente (DTP + Hib), de 99% para a vacina contra a pólio e 100% com

a vacina BCG (contra formas graves de tuberculose na infância).

A vacinação contra gripe atingiu 87,3% de cobertura vacinal, uma das maiores do mundo, na faixa etária de
65 anos ou mais, no ano de 1999, imunizando 7,5 milhões de pessoas. A partir de 2000, a faixa etária foi
ampliada para a partir de 60 anos, vacinando-se 1,8 milhão de pessoas a mais do que no ano anterior, um
total de 9,3 milhões. No ano de 2001, foram vacinadas 10,8 milhões de pessoas com 60 anos e mais de
idade. Em 2002, foram vacinadas 11 milhões, e 12,3 milhões em 2003. Os dados preliminares da vacinação
em 2004, analisados em 30/04/2004, apontam para uma melhoria na cobertura vacinal. Dos 27 estados, 15
(55,6%) já alcançaram a cobertura vacinal de 70%. Ressaltamos que ao longo desses anos de campanhas
de vacinação do idoso contra a gripe o Programa tem superado a meta preconizada de 70% de cobertura
vacinal.

O PNI nesses anos tornou-se referência e cooperação técnica para outros países, tais como: Timor Leste,
Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza), Suriname, Angola, Senegal e Argélia.

Em 1997, o PNI implantou a vigilância para eventos adversos: elaborando manuais, capacitando
profissionais, implantando o sistema informatizado (SI-EAPV) em 2000, que visa detectar possíveis eventos
adversos temporalmente associados à vacina.

Hoje, o PNI conta com 13 vacinas disponíveis na rotina, em cerca de 23 mil salas de vacinação, nos 5.560
municípios do país e oferece nos estados, por intermédio de 36 Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais (Crie), um total de 19 tipos de imunobiológicos às crianças e aos adultos com
indicação para seu uso.

De 1995 a 2003, o Ministério da Saúde disponibilizou cerca de 2,4 bilhões de doses de vacinas, saltando de
214 milhões de doses em 1995 para 295,4 milhões de doses em 2003, representando um acréscimo de
38%.

Os investimentos na compra de imunobiológicos saltaram de R$ 57,41 milhões, em 1995, para R$ 439,58


milhões em 2003, havendo um acréscimo de R$ 382,17 milhões no orçamento do Programa. Cabe registrar

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
DOMINA CONCURSOS

que no ano passado 71% do total de imunobiológicos que consumimos no Brasil foram produzidos por
laboratórios nacionais.

No mesmo período, foi feito um investimento de aproximadamente R$ 25 milhões na construção e na


aquisição de equipamentos para a Rede de Frio dos estados. Das construções das Centrais Estaduais da
Rede de Frio, 7 já foram concluídas, 17 estão em construção e 3 serão edificadas em 2004.

A manutenção da credibilidade da população é um ponto de grande importância para o Programa. Dessa


forma, tem-se investido em pesquisas e também em ações conjuntas, dentre elas com o Ministério de
Minas e Energia para a instalação de equipamentos a energia solar em 2 mil localidades de difícil acesso –
Projeto Sol Nascente. Essas ações demonstram a constante preocupação com a segurança das vacinas
oferecidas a população brasileira. Entre os desafios do PNI estão a busca de homogeneidade da cobertura
vacinal em todos os municípios brasileiros, o incentivo à descoberta de novas vacinas, a garantia da
manutenção das doenças já erradicadas e a consolidação da eliminação do sarampo no Brasil.

CONSIDERAÇÕES SOBRE EPIDEMIOLOGIA COMPONENTES DA CADEIA EPIDEMIOLÓGICA:


CONCEITOS

Epidemiologia, segundo sua formação etimológica, significa: Epi = sobre, Demos = povo, população
(humana, animal ou vegetal), e Logos = estudo. Seria, portanto o estudo sobre populações. Entretanto, ela
deve ser entendida como a ciência, que estuda a ocorrência de doenças em populações, suas causas
determinantes, medidas profiláticas para o seu controle, e até sua erradicação.

John Snow, considerado o “pai da epidemiologia”, por ocasião de uma epidemia de cólera em Londres, em
1849, concluiu que havia relação entre a doença e o consumo de água contaminada por fezes de pessoas
doentes. Alguns anos após, seus estudos foram confirmados em laboratório pelo isolamento e identificação
da bactéria Vibrio cholerae, nas fezes de doentes de cólera.

Se as pessoas envolvidas na criação preocuparem-se apenas com o animal doente, deixando de lado o
restante do rebanho, não poderão avaliar o perigo que um único animal doente, poderá representar para
todo o rebanho, principalmente considerando-se as enfermidades transmissíveis. Sem os conhecimentos
básicos dos princípios epidemiológicos, o profissional não poderá ter idéia do perigo relativo que um caso
particular possa representar para o restante do rebanho. É preciso considerar o meio no qual ocorre a
enfermidade, o risco de que surjam novos casos, e as possibilidades de controlar os fatores que contribuem
para a ocorrência desta. Deste modo o profissional poderá nortear sua prática assistencial com uma visão
mais ampla dos problemas de sanidade animal, lembrando-se que o técnico deverá ter em mente que ele
está trabalhando com populações animais, e não com um único animal.

Para entender melhor como as ações de saneamento podem interferir na prevenção de doenças
infecciosas, torna-se necessário o detalhamento de aspectos relacionados à ecologia destas.

CORTÊS (1993), revendo o conceito de cadeia epidemiológica e de seus componentes, caracterizou os


mecanismos de propagação das doenças. A identificação destes mecanismos que se relacionam com o
processo de propagação da doença, torna possível a adoção de medidas sanitárias, capazes de prevenir e
impedir a sua disseminação. Segundo este autor, as seguintes questões poderiam ser formuladas e
respondidas:

1. Quem hospeda e elimina o agente? Fonte de infecção (FI).


2. Como o agente deixa o hospedeiro? Via de eliminação (VE).
3. Que recurso o agente utiliza para alcançar um novo hospedeiro? Via de transmissão (VT).
4. Como o agente se hospeda no novo hospedeiro? Porta de entrada (PE).
5. Quem pode adquirir a doença? Susceptível.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
DOMINA CONCURSOS

Se estes conceitos forem colocados sequencialmente tem-se, a caracterização da cadeia epidemiológica,


que nada mais é que uma série de eventos, necessários para que uma doença ocorra em um indivíduo ou
em um rebanho, ou como o conjunto de componentes do meio ou do animal, que favorecem a
disseminação.

FI VE VT PE Susceptível

Se estes elos da cadeia forem combatidos conjuntamente, é possível o controle de enfermidades que
ocorrem nas populações animais, especialmente as transmissíveis. O saneamento procura atuar em todos
os elos desta cadeia, principalmente na via de transmissão e fontes de infecção.

Pode-se então citar alguns dos objetivos da epidemiologia: estudar o meio no qual se desenvolve a doença,
os mecanismos de transmissão, o risco de que surjam novos casos e as medidas preventivas, necessárias
para se controlar os fatores que contribuem para o desenvolvimento das doenças. Conclui-se que a
epidemiologia é o fulcro da saúde animal e da saúde pública, representando o lastro principal, para
avaliação das medidas de prevenção, fornecendo orientação para o diagnóstico de doenças, sejam elas
transmissíveis ou não.

GLOSSÁRIO DE TERMOS UTILIZADOS NA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Agente etiológico: é o causador ou responsável pela doença. Este pode ser: bactéria, vírus, fungo,
protozoário, rickéttsia, chlamydia, ectoparasito e endoparasito.

Infecção: é a penetração e desenvolvimento, ou multiplicação de um agente infeccioso no homem ou


animal.

Infestação: é o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo. Pode-se


dizer também que uma área ou local está infestado de artrópodes e roedores.

Fonte de Infecção: é o animal vertebrado que alberga o agente etiológico e o elimina para o meio exterior.

Reservatório: é um animal ou local que mantém um agente infeccioso na natureza. O solo, por exemplo,
pode ser reservatório, como elemento abiótico, mantendo agentes infecciosos, ocasionando as doenças
denominadas de origem telúrica, como as saprozoonoses, e entre elas estão a listeriose e histoplasmose

Caso: é o animal infectado ou doente, como exemplo tem-se um caso de aborto por Listeria
monocytogenes, ou um caso de manqueira, que é doença, causada pelo Clostridium chauvoei. O caso
refere-se, portanto, à fonte de infecção.

Foco: Trata-se de um ou mais animais doentes, numa área ou concentração pequena. Exemplo de um foco
de febre aftosa, que acomete vários animais, de uma determinada propriedade rural. Normalmente o foco é
identificado como rebanho afetado.

Surto epidêmico: Neste caso, trata-se de vários animais doentes em regiões diferentes. Como exemplo
ainda, um surto de febre aftosa que atinge várias propriedades podendo ser de diferentes regiões. O termo
surto epidêmico é utilizado como sinônimo de epidemia ou epizootia, com a finalidade de evitar alarme, que
o termo epidemia, pode causar especialmente na população humana. O surto na realidade é o grupo de
focos originários de uma mesma fonte de infecção, em espaço e tempo determinados, por transmissão
direta ou indireta por focos sucessivos.

Enfermidade: é a etapa da doença ou agravo em nível orgânico, que se caracteriza pela presença de
sintomatologia.

Enfermidade exótica: é aquela que não existe no país ou região estudada. Como exemplo pode-se citar a
peste bovina que ingressou no continente americano, e já foi erradicada na década de 1920.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
DOMINA CONCURSOS

Comunicantes: são os indivíduos ou animais, que tiveram contato com animais infectados ou doentes, bem
como com locais contaminados, sem que se conheça o seu estado sanitário.

Susceptibilidade: qualidade do hospedeiro em relação à infecção ou invasão de seu organismo pelo


parasito. É utilizado, para designar a característica do organismo susceptível à ação do fator determinante.

Susceptível: organismo ou população que apresenta susceptibilidade à ação de determinado fator.


Pensando em agente infeccioso, seria o indivíduo que não possui resistência a determinado agente
patogênico, podendo contrair a doença.

Vetor: são animais, geralmente artrópodes, que transmitem o agente infeccioso ao hospedeiro susceptível.

Vetor biológico: é o hospedeiro onde o parasita desenvolve parte do seu ciclo evolutivo, possibilitando a
transmissão para novo hospedeiro. Caracteriza-se pelo caráter de obrigatoriedade para sua sobrevivência
ou aumento da densidade populacional do parasito. Pode-se dizer que os microrganismos desenvolvem
obrigatoriamente neste vetor fase do ciclo, antes de serem disseminados no ambiente, ou transportados
para novo hospedeiro. Pode-se exemplificar, o caso da Anaplasmose, onde o principal transmissor é o
carrapato Boophilus microplus considerado então, como vetor biológico e transmissor do agente, que é o
Anaplasma marginale.

Vetor mecânico: é o organismo que pode se contaminar com formas infectantes do parasito, transportando-
os mecanicamente para determinado hospedeiro. Neste caso o vetor participa apenas como carreador de
agentes infecciosos, sendo que estes não sofrem qualquer modificação no interior do seu organismo.
Podem ser exemplos, as moscas hematófagas como Stomoxys calcitrans e os tabanídeos, que pode
vetoriar agentes após sugar animal portador da rickéttsia Anaplasma marginale, que ficam em sua tromba,
infectando então animal susceptível, se a seguir sugarem o seu sangue.

Veículo: é qualquer elemento que transporte determinado agente infeccioso. Este veículo pode ser
animado, definindo-se como qualquer ser vivo que possa transportar passivamente o agente infeccioso. Os
veículos inanimados são os elementos capazes de transportar o agente infeccioso. Neste último incluem-se
a água, alimentos e objetos contaminados como as agulhas, seringas, panos, arreios, escovas, entre
outros.

Fômites: para esta definição pode-se utilizar o próprio conceito de veículo inanimado, pois são os objetos
inanimados, contaminados que podem transportar agentes infecciosos para os animais ou homem, como
baldes, toalhas, seringas, entre outros.

Portador: são os animais ou pessoas que havendo ou não manifestado os sinais clínicos de determinada
enfermidade continuam eliminando o agente por algum tempo. Pode ser portador são, o animal que já teve
ou poderá vir a ter sintomatologia clinicamente detectável; portador em incubação é aquele que está
infectado, mas não mostra alterações; e portador convalescente, que é aquele que embora tenha
apresentado cura clínica, ainda pode eliminar o agente infeccioso.

RELAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA COM OUTRAS ÁREAS

A epidemiologia considera como sua unidade de interesse, portanto, o indivíduo, um grupo de indivíduos,
seja de uma população constituída de pessoas, ou de animais; incluindo-se os sadios, doentes e mortos.

Na investigação epidemiológica, são utilizadas ciências e disciplinas consideradas correlatas, ou de apoio,


tais como: a bioestatística, para medir as situações na fase de observação e posteriormente em nível de
avaliação; a clínica, como ponto de partida para o diagnóstico individual da enfermidade, a partir do qual se
estabelecerá a orientação a se tomar; a patologia, a microbiologia, a parasitologia, a imunologia, a
toxicologia, entre outras. Estas fornecem à epidemiologia o diagnóstico da situação. As ciências do
comportamento humano, como a sociologia, antropologia, psicologia, a economia e a ecologia, entre
outras, assumem também papéis de grande importância.

Mostrando a relação da epidemiologia com outras áreas do conhecimento FORATTINI (1992), argumenta
sobre alguns dos princípios que regem a unificação da epidemiologia e da sua indissociabilidade da

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
DOMINA CONCURSOS

ecologia. Enfatiza ainda que a sociedade nada mais é do que o fenômeno ecológico, cujos fundamentos
devem ser procurados na própria característica da vida. Os componentes físicos e biológicos do ambiente
onde vivem o homem e também os animais, somam-se aos da sociedade que se estabelecem, na
determinação do seu estado de saúde e da qualidade de vida. De acordo com os conhecimentos atuais,
ecologia e ambiente são termos usados quando o tema se refere ao bem- estar e à sobrevivência. A
ecologia deve compreender o estudo de todos fatores físicos e biológicos, e da sua interação no meio em
que vivem os organismos. O ambiente inclui desde a energia solar até o substrato representado pelo sol e
os organismos que sobre ele vivem.

SAÚDE E DOENÇA

A saúde e doença são idéias relativas e convencionais, e representam estados absolutamente opostos. O
limite entre o estado de saúde e doença é difícil de ser estabelecido. O indivíduo pode se manter entre eles,
durante toda sua vida. A saúde é um estado de relativo equilíbrio da forma e da função do organismo,
resultante de seu sucesso em ajustar-se às forças que tendem a perturbá-lo. Não se trata de uma aceitação
passiva, dessas, por parte do organismo, mas de sua resposta ativa, para o seu reajustamento.

A Organização Mundial da Saúde define como saúde: “o estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não apenas a ausência de doença”. É evidente a falta da precisão, em especial no que se refere
ao significado da expressão “completo bem-estar”. Este pode variar de acordo, com o indivíduo, tempo e
espaço. Do ponto de vista médico, o que é bom para um não é obrigatoriamente para outro, e nem a
presença de bem-estar significa a ausência de doença (FORATTINI, 1992).

A doença por sua vez, pode ser definida como um desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação
do organismo, ou ainda, como a ausência de reação aos estímulos que ele está exposto. O processo
conduz a uma perturbação da estrutura ou da função de um órgão, de um sistema ou de todo o organismo,
interferindo em suas funções vitais. Pode significar ainda o conjunto combinado de sintomas, manifestação
associada à determinada desordem estrutural e/ou funcional, ou então caracterizar fenômeno decorrente da
ação de um ou mais agentes específicos.

Sob o ponto de vista etiológico, as doenças podem ser classificadas em: infecciosas e não infecciosas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (1973), doença infecciosa do homem ou dos animais, é aquela
resultante de uma infecção. Entende-se por infecção a penetração, desenvolvimento, multiplicação ou
replicação de um agente infeccioso, incluindo-se os helmintos; no organismo do homem ou de animais.
Estas podem ser aguda, subaguda e crônica. As crônicas são aquelas que se desenvolvem em longo
prazo; e as subagudas e agudas são de curta duração.

Deve-se levar em consideração ainda, as doenças nutricionais e metabólicas, as parasitárias de forma


geral, as tóxicas e ainda aquelas hereditárias, e outras que se devem a malformações, desenvolvidas
durante os períodos embrionário e fetal, mas não herdáveis, sendo denominadas de doenças congênitas.

Com os avanços alcançados em biologia, microbiologia, entre outras áreas do conhecimento, estabeleceu-
se o conceito ecológico de doença. Do ponto de vista ecológico, denomina-se biocenose a coabitação e
interferência dos seres vivos em determinada área física, incluindo os microrganismos que determinam o
ecossistema, com a inclusão de fatores em interação e associações ambientais, como o solo, água, clima e
a presença do homem, considerando-se, portanto, o conjunto constituído pela comunidade e o ambiente
onde se vive (FORATTINI 1992). O equilíbrio que vem a se estabelecer entre as diversas espécies animais
e/ou vegetais em uma determinada região, caracteriza o fenômeno ecológico denominado clímax, que nada
mais é do que a etapa do processo de sucessão ecológica, representadas pelo equilíbrio e estabilidade
atingidas pela comunidade.

Um desequilíbrio ou consequência deste provocam um jogo de influências mútuas entre diversas variáveis
ecológicas, que poderão resultar no estabelecimento do estado de doença. É importante, entretanto,
considerar que a doença não é determinada única e exclusivamente pela presença de um agente
infeccioso, mas sim pela interação entre o agente, hospedeiro e meio ambiente, que pode ser representada
graficamente por um triângulo equilátero, onde a ocorrência de qualquer modificação em um lado,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
DOMINA CONCURSOS

necessariamente implicará na modificação dos demais. Nenhum dos fatores poderá atuar de maneira
isolada, ocorrendo, portanto, uma interação constante e dinâmica entre eles (MARTINS, 1975).

Os agentes causais podem ser biológicos, químicos e físicos. Os hospedeiros apresentam variáveis que se
relacionam com o estado fisiológico, nutricional, defesas orgânicas, espécie, idade, sexo e raça. O meio
ambiente apresenta fatores que influenciam e estão relacionados com o clima, água, solo, topografia,
presença de insetos, densidade populacional e manejo.

Estes três elementos fundamentais que constituem o processo epidêmico, bem como suas variáveis, se
relacionam com qualquer tipo de doença, quando se estuda este fenômeno em populações. É importante
considerá-los em conjunto, para se estabelecer os níveis em que deverão ser adotadas as medidas
objetivando-se o controle e erradicação de determinada doença que esteja ocorrendo em dada população
animal.

CARACTERÍSTICAS DO AGENTE

Descreve-se a seguir as principais características dos agentes biológicos, e em particular os de caráter


infecto-contagiosos. Os conhecimentos das características são fundamentais, para se compreender suas
inter-relações com o desenvolvimento da infecção, pois são elas que contribuem para que o agente
infeccioso possa persistir em determinado sistema ecológico.

a) Infecciosidade: é a característica do agente de penetrar, alojar e multiplicar-se no organismo do


hospedeiro, ou seja, a sua capacidade de causar infecção. Esta característica é fundamental, na previsão
da propagação de dada doença. São considerados de alta infecciosidade o vírus da febre aftosa para os
animais, e o vírus da raiva para os animais e o homem. Considera-se de baixa infecciosidade o vírus da
febre aftosa para o homem.

b) Patogenicidade: é a capacidade do agente, em produzir lesões específicas no organismo hospedeiro.


Agentes dotados de alta patogenicidade determinam incidência maior da doença na população. Ela é
traduzida, portanto, pela frequência de casos clínicos no rebanho. São considerados de alta patogenicidade
os agentes da raiva, aftosa, anemia infecciosa equina, e manqueira; e de baixa patogenicidade os da
brucelose e tricomonose nos machos.

c) Virulência: caracteriza-se pela capacidade do agente de produzir lesões de maior ou menor gravidade,
determinando o grau de severidade da infecção. Ela se traduz pela intensidade da ação do agente no
hospedeiro. São de alta virulência os agentes da raiva, tétano, entre outros; e de baixa virulência, o agente
da brucelose.

d) Variabilidade: é a capacidade de mudanças de características genéticas do agente, originando


mutantes, como ocorre com o vírus da febre aftosa.

e) Antigenicidade: conhecida também como imunogenicidade. É a capacidade do agente etiológico em

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 26
DOMINA CONCURSOS

induzir no hospedeiro a formação de anticorpos, produzindo desta maneira imunidade, ou seja, resposta
imunológica. São considerados de alta antigenicidade o vírus do sarampo, varíola e cinomose e de baixa
antigenicidade os agentes da febre aftosa e salmonelose.

f) Resistência: é a característica que o agente apresenta em resistir ao meio ambiente em condições


naturais, e aos produtos químicos como os anti- sépticos e desinfetantes, por determinados períodos de
tempo, na ausência de parasitismo. São altamente resistentes no ambiente as bactérias dos gêneros
Clostridium spp e Bacillus spp, que causam doenças conhecidas como de origem telúrica.

CARACTERÍSTICAS DO HOSPEDEIRO

Em um sentido amplo, o hospedeiro pode ser considerado como todo e qualquer ser vivo que albergue um
agente em seu organismo, ou ainda o organismo que propicia alimento ou abrigo a organismo de outra
espécie. São conhecidos três tipos de hospedeiros:

Hospedeiro definitivo: é aquele onde o parasito atinge a maturidade, reproduzindo-se sexuadamente.

Hospedeiro intermediário: é o hospedeiro, no qual o parasito desenvolve suas formas imaturas ou, para
alguns, se reproduz assexuadamente.

Os fatores relativos ao hospedeiro, dentro do sistema ecológico, se relacionam às suas características,


como a espécie, raça, sexo, estado fisiológico, entre outros, e aquelas que dependem do agente e do meio
ambiente, como a densidade populacional, manejo e susceptibilidade.

a) Espécie: a susceptibilidade de uma espécie animal a um determinado agente etiológico, de maneira


geral, é determinada por suas próprias características genéticas. Sendo assim, exemplificando: os
equídeos são os únicos susceptíveis à anemia infecciosa equina, as aves à doença de Newcastle, os
animais biungulados à febre aftosa e os canídeos, os únicos susceptíveis a cinomose.

b) Raça: algumas raças de animais são mais susceptíveis que outras, frente a um mesmo agente
etiológico, isto também se deve às características genéticas da própria raça. Como exemplo, podemos citar
as raças zebuínas que se mostram mais resistentes à “piroplasmose” (tristeza parasitária), em relação a
outras, principalmente as raças leiteiras.

c) Sexo: observa-se que ocorre um distinto comportamento de ambos os sexos para um mesmo agente
etiológico, isto se deve às características anatômicas, o que permitirá ou não o desenvolvimento de uma
infecção. A brucelose afeta mais comumente as fêmeas do que os machos.

d) Idade: existem doenças que incidem mais em animais jovens, enquanto outras em adultos. Para a
maioria das doenças infecto-contagiosas, a susceptibilidade do hospedeiro está em função da idade. A
salmonelose, em bovinos, ocorre geralmente entre o 3o e 12o mês de vida do animal, podendo ocorrer
também, entretanto, com menor frequência, na primeira semana de vida. As diarréias por rotavírus são
mais frequentes em animais neonatos, ou seja, recém- nascidos, bem como nas primeiras semanas de
vida. A brucelose é uma doença de animais púberes (sexualmente maduros), sendo autolimitante em
animais jovens, e a manqueira, conhecida também como carbúnculo sintomático, em bovinos, acomete
mais frequentemente animais jovens, até os dois anos de idade.

e) Estado fisiológico: pode influenciar na susceptibilidade dos animais. As deficiências nutricionais, fadiga,
estresse e gestação, podem diminuir a resistência dos animais, tornando-os mais predispostos às
enfermidades.

f) Densidade populacional ou lotação: está intimamente relacionada ao manejo. A densidade dos animais
em uma determinada área constitui um dos fatores principais para o desenvolvimento e propagação das
doenças. A superlotação com excesso de animais/área determinam em grande parte maior risco de
contaminação entre os animais, pelas maiores chances de contato efetivo entre os hospedeiros.

g) Resistência dos animais: define-se como o conjunto de defesa específica e inespecíficas que o animal

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 27
DOMINA CONCURSOS

possui. A resistência natural ou inespecíficas é aquela em que o organismo independe do estímulo


específico, e que, portanto, existe previamente ao contato com o agente. Essa ocorre por características
anatômicas e fisiológicas do animal. Não depende de reações teciduais ou de anticorpos. Por exemplo, a
galinha é refratária ao carbúnculo, e os urubus ao botulismo.

A resistência específica designa a resistência do organismo contra determinado agente específico. Ela
pode ser passiva quando resultante da transferência de anticorpos produzidos em outro organismo, ou ativa
quando for elaborada pelo próprio organismo. Estes dois casos referem-se à imunidade que pode ser ativa
e passiva.

É denominada imunidade passiva quando o organismo hospedeiro recebe os anticorpos já elaborados


passivamente. Pode ser natural (congênita) como no caso do colostro, transuterino e gema de ovos, nas
aves; e artificial (soroterapia) para os anti-soros específicos, como soro antiofídico e antitetânico.

A imunidade ativa é aquela que ocorre quando o organismo hospedeiro participa ativamente na formação
dos anticorpos. Pode ser natural (pós-infecção), pelo contato com determinado antígeno e desenvolvimento
de infecção ou doença havendo a formação de anticorpos específicos, e artificial (vacinação), pela
utilização de vacinas, que da mesma forma eliciará imunidade, pela sensibilização do organismo, frente à
ação antigênica.

CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE

O meio ambiente pode favorecer a evolução ou declínio de uma determinada doença na população animal.
Consideram-se três fatores ou elementos do meio ambiente, que são, os fatores físicos, biológicos e sócio-
econômicos. Tanto o ambiente físico como o biológico, e em particular o sócio- econômico, possuem
características críticas para o desenvolvimento epidêmico de algumas doenças. Estes fatores encontram-se
em permanente intercâmbio, de forma dinâmica, sendo seus efeitos sobre o agente e/ou sobre o
hospedeiro, variáveis a cada instante.

Dentre os fatores físicos relevantes, do meio ambiente, e que devem ser considerados, estão:

a) Temperatura: nas épocas frias do ano, a incidência de enfermidades do sistema respiratório dos animais
é maior; pois a instalação, e propagação das doenças são facilitadas pela baixa temperatura, e pela
aglomeração dos animais. Por outro lado, no verão, com temperatura mais alta, observa-se uma ocorrência
maior de afecções gastroentéricas, normalmente traduzidas por diarréias.

Calor e umidade: favorecem a manutenção e propagação de doenças, cujos agentes etiológicos


necessitem de tais condições para sua proliferação e sobrevivência. A incidência de helmintos é maior nos
animais criados em terrenos alagadiços, com umidade excessiva. A ocorrência de doenças veiculadas por
vetores, como a anaplasmose e babesiose, transmitidas pelos carrapatos é maior nas épocas quentes do
ano, como na primavera e verão, em função das condições favoráveis ao desenvolvimento dos carrapatos.

b) Topografia: a topografia do solo poderá predispor ao acúmulo de água estagnada tornando-o úmido,
mantendo o local adequado, para o desenvolvimento de ovos e larvas de helmintos, ou de outros agentes
causadores de doenças.

c) Composição do solo: os solos deficientes em elementos minerais podem influenciar a qualidade das
gramíneas ou leguminosas cultivadas nestes locais, tornando-as deficientes em seus elementos minerais,
podendo causar nos animais as chamadas doenças carenciais e metabólicas, como: o raquitismo,
osteomalácia, marasmo enzoótico, entre outras.

Com relação aos fatores biológicos destacam-se:

a) Artrópodes: encontrando condições adequadas para a sua multiplicação e desenvolvimento no meio


ambiente, serão maiores as possibilidades de transmissão de doenças aos animais, como a babesiose,
anaplasmose, e encefalites.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 28
DOMINA CONCURSOS

b) Roedores: a existência de ambientes propícios e não higiênicos, com abrigo e alimentos à disposição,
favorecem a proliferação de ratos, aumentando as possibilidades de transmissão de doenças veiculadas
por estes animais, tais como: a leptospirose e salmonelose.

c) Reservatórios: quanto maior o número de reservatórios no meio ambiente, maior a probabilidade de


propagação de determinadas doenças, como é o caso da raiva rural, raiva urbana, doença de Aujeszky,
sendo os principais reservatórios para estas doenças, o morcego, cão e suíno, respectivamente.

d) Animais susceptíveis: existindo um maior número de hospedeiros susceptíveis no local, serão maiores
as chances de propagação de doenças.

e) Hospedeiros intermediários: da mesma forma que para os animais susceptíveis, quanto maior o número
de hospedeiros intermediários numa região, maior a possibilidade de disseminação de doenças. É o caso
da cisticercose nos suínos, e da hidatidose nos ovinos.

Os fatores sócio-econômicos do ambiente apresentam grande importância no estudo epidemiológico, pois


mesmo usando os métodos disponíveis mais sofisticados, de prevenção de doenças, se as pessoas
envolvidas, por exemplo, em determinado programa de controle, não os entendem, os métodos ou técnicas
utilizadas estarão prejudicados. Portanto, no controle e prevenção de doenças, a educação sanitária, é um
fator importante a ser considerado. O grau de participação da comunidade nas campanhas sanitárias é
fator decisivo no êxito das mesmas.

Na implantação de um programa de saúde animal, é importante que se considere:

- O nível cultural e econômico do criador ou da comunidade.


- As condições higiênico-sanitárias da propriedade.
- O tamanho e distribuição das propriedades.
- O manejo e tipo de sistema de produção.
- O nível de tecnificação agropecuária.
COMPONENTES DA CADEIA EPIDEMIOLÓGICA

Fontes de infecção: Pode-se considerar como fonte de infecção os animais vertebrados nos quais o agente
etiológico se aloja, sobrevive e se multiplica, sendo posteriormente, eliminado para o meio ambiente,
transmitindo-o para hospedeiro. Existem dois elementos fundamentais, que funcionam como fontes de
infecção: os animais doentes e portadores.

1.Doentes: são os animais que apresentam sintomas de alguma doença, atribuídos aos efeitos do agente
etiológico que albergam em seu organismo. Podem ser, doentes típicos, aqueles que apresentam os
sintomas característicos da doença, conhecido ainda por sintoma patognomônico, sendo assim, facilmente
reconhecidos. Os doentes atípicos são os animais que apresentam sintomatologia diferente daquela que
realmente caracteriza a doença, dificultam o diagnóstico, podendo postergar a adoção de medidas de
controle.

2.Animais portadores: são os animais que não apresentam sintomas da doença, mas albergam, e eliminam
o agente etiológico no ambiente. São conhecidos: o portador sadio, que são os animais de maior
importância epidemiológica, pois além de serem de difícil diagnóstico, circulam livremente pelo rebanho; o
portador em incubação, que não apresentam sintomas, mas já eliminam o agente etiológico no ambiente.
Estes apresentarão os sintomas após o final do período de incubação, o que caracteriza o período de
estado da doença. O tempo de incubação será maior ou menor, dependendo da doença. Na raiva, por
exemplo, o cão, pode eliminar o vírus pela saliva de 5 a 13 dias antes do aparecimento dos sintomas
(NILSSON, 1969, 1970, FEDAKU et al., 1982). Os portadores convalescentes são animais que já
apresentaram sintomas, com cura clínica, entretanto, podem ainda eliminar o agente etiológico. Isto ocorre,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 29
DOMINA CONCURSOS

por exemplo, na leptospirose e salmonelose.

Vias de eliminação: é o conjunto de vias no animal, pelas quais, o agente etiológico é eliminado para o meio
ambiente. Este pode ser eliminado por diferentes vias, entretanto, de acordo com a doença, uma delas
poderá ser a mais importante. Um agente que produza lesões entéricas terá geralmente, as fezes como a
via mais importante de eliminação do agente. Em caso de doença, que produza lesões no sistema
respiratório, as excreções oro-nasais, serão as principais vias de eliminação. Este fenômeno de
especificidade de eliminação é de grande importância no estudo epidemiológico, na medida em que fornece
indicação, dos mecanismos de transmissão da doença.

A seguir, exemplo de algumas doenças com as principais vias de eliminação de seus agentes. Na
tuberculose, garrotilho, raiva e febre aftosa são as secreções oro-nasais; na brucelose, as descargas
vaginais e placenta; na leptospirose, principalmente a urina; nas micoses, sarnas e ectima contagioso, as
descamações cutâneas; nas verminoses, coccidiose, salmonelose e colibacilose, as fezes; nas mastites, o
leite; na anemia infecciosa equina e leucose, o sangue.

Vias de transmissão: são os mecanismos pelos quais a doença chega da fonte de infecção ao susceptível.
Esta pode ocorrer sob forma vertical, de geração a geração, sendo considerada ainda como congênita, e
sob a forma horizontal, que ocorre de animal a animal, pelo contato direto ou indireto por meio de insetos,
fômites, entre outros. Pode-se dizer ainda que a transmissão ocorre pelo contágio, transmissão aerógena,
pelo solo, água, alimentos, vetores, fômites, e por veículos animados.

Diz-se que a transmissão é direta quando ocorre o contato entre a fonte de infecção e o animal susceptível,
sem a interferência de veículos. Esta pode ser direta imediata, quando há o contato físico entre a fonte de
infecção, e o animal. É o caso da mordedura, ou o ato de lamber, na raiva, e a cópula, na tricomonose e
brucelose. Pode ser ainda direta mediata, quando não há o contato físico, entre a fonte de infecção e o
animal, e como exemplo, estão as doenças respiratórias, transmitidas pelos aerossóis.

É considerada indireta quando a transferência do agente se dá por meio de veículos, ocorrendo intervalos
maiores, entre a eliminação, e penetração do agente. A água é o principal veículo de transmissão de
agentes infecciosos causadores de doenças entéricas. Os alimentos e a água, quando contaminados,
constituem-se em importantes veículos de transmissão de doenças. O solo pode veicular agente infeccioso
como no caso do tétano, botulismo e verminoses. É indireta ainda quando há a participação de vetores e
fômites.

Portas de entrada: são consideradas como as vias, pelas quais o agente infeccioso, consegue penetrar no
organismo animal. As principais portas de entrada, são: a via respiratória, digestiva, conjuntival, galactófora,
onfaloflébica, cutânea e genito-urinária.

ATUAÇÃO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM NAS MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÕES


HOSPITALARES

INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi baseado em observações e entrevistas dirigidas a enfermeiros, pessoal dos
Serviços de Lavandaria, Limpeza, Nutrição e Dietética, Pessoal, Farmácia, Arquivo Médico e Estatística e
membros de Comissão de Infecção de dezesseis (16) hospitais dos quarenta e um (41) existentes em Porto
Alegre. Das 64 pessoas entrevistadas 73,43% eram enfermeiros.

INFECÇÃO HOSPITALAR

Infecção Hospitalar é aquela adquirida no hospital, mesmo quando manifestada após a alta do paciente.
Alguns autores são mais exigentes, incluindo também aquela que não tenha sido diagnosticada na
admissão do paciente, por motivos vários, como prolongado período de incubação ou ainda por dificuldade
diagnostica.

O Serviço de Enfermagem representa um papel relevante no controle de infecções por ser o que mais
contatos mantém com os pacientes e por representar mais de 50% do pessoal hospitalar. Colaboram

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 30
DOMINA CONCURSOS

também com destaque, na redução de infecções hospitalares, os Serviços Médicos, de Limpeza, Nutrição e
Dietética, Lavandaria e de Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento. O apoio da Administração Superior do
Hospital e a colaboração dos demais servidores, em toda a escala hierárquica, desde o Administrador até o
Servente, fazem-se indispensáveis.

Afora o esforço permanente e sistematizado de todo o pessoal hospitalar, muito do bom êxito na execução
de medidas de prevenção e controle de infecções vai depender da planta física, equipamentos, instalações
e da capacidade do pessoal.

INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES

Independente do bom atendimento dos pacientes, a adoção de medidas preventivas contra as infecções é
dificultada pelas deficiências encontradas na planta física de nossos hospitais, tais como a localização dos
ambulatórios, o controle do acesso de pacientes externos ao Centro Obstétrico, Centro Cirúrgico, Berçário,
Lactário, Unidade de Queimados, etc. O número deficiente de elevadores obriga a permissão do transporte
promíscuo de pacientes, de carros térmicos de alimentação, de roupa limpa e suja, de visitantes e de
pessoal hospitalar. Dependências físicas com áreas deficientes dificultam a execução de técnicas médicas
e de enfermagem, assim como as grandes enfermarias onde a superlotação concorre para o aumento de
infecções cruzadas. A falta de quartos individuais, com sanitários próprios em cada unidade de internação,
não facilita a montagem de isolamento para pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas e para os
suspeitos. A simples, enfatizada e indispensável lavagem constante das mãos do pessoal hospitalar, na
prevenção de infecções, afigura-se, às vezes, de difícil adoção pelo número reduzido de lavatórios e pelo
seu tipo inadequado. A localização inconveniente de certos setores que devem ser próximos entre si, como
o Centro Obstétrico e Berçário à Unidade de Internação Obstétrica, as Salas de Operações à Unidade de
Recuperação Pós-Anestésica e esta à Unidade de Tratamento Intensivo, como as construções de material
de má qualidade, permitindo a infiltração de água e a falta de incineradores de lixo, são critérios muitas
vezes não observados pelos responsáveis pelas construções de nossos hospitais.

Outros fatores contribuem para um maior índice de infecção, seja pela maior exposição dos pacientes aos
germes, seja pela alteração de suas resistências naturais: longa permanência no hospital, grandes
cirurgias, anestesia prolongada, deambulação precoce, o emprego mais frequente de transfusões de
sangue, o emprego de medicamentos que afetam a resposta imunológica, tratamentos relaxantes
musculares e hipotérmicos.

Qual é o índice de infecção de nossos hospitais?

Pouquíssimos hospitais estão em condições de informar seu índice de infecção já que não existe
obrigatoriedade, por parte dos médicos ou de outros profissionais da equipe de saúde, de notificação, a um
órgão central, das infecções diagnosticadas na admissão e durante a permonência dos pacientes no
hospital. No nosso caso 93,75 dos hospitais não informaram seu índice de infecção.

O grupo responsável pelo controle de infecções do hospital deve elaborar os critérios pelos quais os
membros da equipe de saúde concluirão pela necessidade de isolamento do paciente, já que é um assunto
controvertido. A elaboração do relatório diário do índice de infecção o que pode ficar sob a responsabilidade
do médico ou da enfermeira do paciente. O registro das infecções hospitalares é importantíssimo para o
estudo das fontes de infecção.

Compreende-se que a infecção hospitalar seja indesejável por todos os responsáveis por um bom padrão
de atendimento aos pacientes internados; o que não se compreende é que os casos de infecção hospitalar
sejam ignorados ou mesmo negados por temor que estes fatos, dados a conhecer, desprestigiem o
hospital. Tais atitudes impedem que se executem medidas de isolamento, de limpeza concorrente e
desinfecção terminal, de modo a evitar a propagação de infecção, mesmo dispondo de instalações
adequadas, material necessário e de pessoal capacitado para o combate à infecção.

CAUSAS DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Uso inadequado de antibióticos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 31
DOMINA CONCURSOS

Na literatura consultada encontra-se como uma das causas de aumento de incidência de infecção o uso
indiscriminado de antibióticos que fizeram surgir raças resistentes a esses agentes antimicrobianos entre os
germes sensíveis.

Manipulação diagnostica

A atuação do pessoal de enfermagem nas medidas diagnosticas tais como cateterismo cardíaco,
arteriografias, biópsias por punção, aspiração de líquidos (cerebral, pleural, peritonial, sinovial), etc quando
deixa de atender os princípios de esterilização, pode oferecer risco de contaminação e posterior infecção.

Pessoal

Sabe-se que o elemento humano é a principal fonte de infecção no hospital e um "check-up" da saúde
individual do pessoal hospitalar, na sua admissão, é uma medida adotada pelos nossos hospitais, embora
ainda não tenham estabelecido a frequência e os tipos de exames clínicos, laboratoriais, imunizações,
segundo uma escala de prioridade e de acordo com as atividades exercidas pelo pessoal, nos mais
diferentes setores do hospital. Assim, para o pessoal que trabalha em áreas críticas como Berçário,
Lactário, Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Unidade de Tratamento Intensivo, Unidade de Recuperação
Pós-Anestésica, Pediatria, Lavandaria, Serviço de Nutrição e Dietética e Radiologia, os exames devem ser
mais minuciosos e os prazos menores.

Houve unanimidade nos 16 hospitais quanto à exigência do exame clínico, abreugrafia e imunizações anti-
variólica e anti-tífica, para a admissão de pessoal hospitalar.

Cada hospital deve estabelecer as prioridades e a frequência dos exames que julgar necessários ao
controle sanitário do seu pessoal hospitalar, levando em consideração também as fontes de infecção
identificadas e as possibilidades dos recursos materiais e humanos do Serviço de Análises Clínicas. Essa
medida visa à proteção do pessoal e dos pacientes pelo afastamento do trabalho dos portadores de
infecções, aparentes ou não. O controle sanitário de todo o pessoal hospitalar, após a admissão, está por
receber de nossos hospitais a atenção que merece. Apenas 18,75% dos hospitais se mostram interessados
em manter uma vigilância epidemiológica de seu pessoal, o que é de se lamentar.

Pacientes, familiares e visitantes

A prevenção de propagação de infecções decorrentes dos pacientes, familiares e visitantes repousa na


educação sanitária destes. A supressão do simples aperto de mãos entre pacientes, familiares e visitantes,
o sentar na cama dos pacientes, o trânsito por outras áreas do hospital, as visitas entre os pacientes e a
redução do número e a proibição de visitas de crianças menores de 12 anos e de pessoas convalescentes,
são algumas das recomendações que, por certo, concorrerão para a prevenção de infecções no ambiente
hospitalar. Os pacientes devem ser também orientados quanto às medidas de higiene e proteção que
devem tomar, em relação ao contágio da doença de que é portador.

Atos cirúrgicos

É comum atribuírem o aparecimento de infecção pós-operatória a falhas na esterilização do material


cirúrgico que, embora seja um fator crítico, não é o único responsável pelas infecções em cirurgias. Há
necessidades de se investigar em qual tempo operatório a infecção se originou, isto é, no trans-operatório,
por falhas no Centro Cirúrgico ou no pré e pós-operatório, por falhas nas medidas de diagnóstico, de
tratameento médico e nos cuidados de enfermagem executados nas unidades de internação.

As infecções no trans-operatório podem decorrer de vários fatores: falhas nas técnicas de esterilização de
instrumental cirúrgico, roupas, outros materiais e utensílios em geral; mau funcionamento dos aparelhos de
esterilização; a manipulação incorreta do material estéril; a antissepsia deficiente das mãos e antebraços da
equipe cirúrgica; o desconhecimento ou a displicência na conduta e na indumentária preconizada a toda a
equipe envolvida no ato cirúrgico; dependências do Centro Cirúrgico fora dos padrões recomendáveis e a
não observância de outras normas que impeçam a contaminação dos pacientes e do ambiente.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 32
DOMINA CONCURSOS

A avaliação bacteriológica do instrumental cirúrgico, de outros materiais e do ambiente hospitalar deve


merecer mais interesse por parte do pessoal de enfermagem que, com a colaboração do Serviço de
Análises Clínicas ou da Comissão de Infecção, deve fazer-se representar para o estabelecimento dos
métodos de controle bacteriológico e sua frequência.

Não é demasiado insistir na necessidade de um maior interesse científico na avaliação bacteriológica


frequente dos veículos e fômites no meio hospitalar.

Tratamento

Constituem poderosas armas no combate às infecções decorrentes de falhas nas unidades de internação e
demais áreas do hospital, o ensino e a supervisão do pessoal que trabalha no hospital, para adoção de
medidas preventivas para execução de técnicas de combate à infecção hospitalar.

Através da leitura da anamnese completa, por ocasião da admissão e da interpretação dos resultados dos
exames complementares e baseados nos critérios de infecção estabelecidos, o pessoal de enfermagem
pode constantar pacientes infectados, a fim de se tomarem as medidas de isolamento, estas medidas,
aliadas à higienização completa dos pacientes na admissão, durante sua hospitalização e principalmente
antes de serem levados à cirurgia e a limpeza de sua unidade, se constituem em importantes medidas na
redução de infecções decorrentes dos pacientes, nas unidades de internação.

O isolamento do paciente infectado embora não deva ser negligenciado o que se vê na maioria das vezes,
em relação ao isolamento de pacientes em unidades de internação comuns, são medidas que se resumem
na transferência do paciente para um quarto individual e na colocação do avental sobre a roupa daqueles
que vão entrar em contato com o paciente.

A orientação do pessoal hospitalar, no desempenho de técnicas de limpeza, de desinfecção e de assepsia


deve ser contínua, formal e informal.

Precisa ser intensificado o desenvolvimento de programas de atualização no que concerne à prevenção,


combate e controle de infecções hospitalares extensivos a todo o pessoal hospitalar, principalmente
àqueles que mantêm contatos com os pacientes e os seus fomites. O Serviço de Enfermagem se preocupa
em 33,33% com a atualização dos conhecimentos de seu pessoal no desempenho de suas atribuições,
porém, necessita dar continuidade e realce aos conteúdos programáticos relacionados com a prevenção de
infecções e atenção de enfermagem aos pacientes infectados.

A maioria das infecções hospitalares é transmitida pelo contágio direto, através de mãos contaminadas. A
lavagem das mãos antes e depois de cuidar de cada paciente e às vezes no decurso de diversos
tratamentos prestados ao mesmo paciente com emulsão detergente bacteriostática e enxutas com ar
quente ou com toalhas de papel se constitui em método eficiente para evitar a propagação de germes. As
bactérias transientes das mãos são facilmente eliminadas com o uso de antissépticos adequados o que não
acontece com o uso do sabão comum que exige uma lavagem de 5 a 10 minutos para eliminar os
microorganismos presentes.

Y. Hara,(3) realizou uma pesquisa no hospital de Clínicas da FMUSP para comprovar a contaminação das
mãos e a presença de germes patogênicos antes e após a arrumação de camas de pacientes ambulantes e
acamados; além de germes saprófitas constatou a presença de Estafilococo Dourado mesmo na arrumação
de camas de pacientes ambulantes, onde a contaminação foi menor do que na cama de pacientes
acamados.

Por desempenhar um papel importante na disseminação de doenças, U. Zanon(13) aconselha que "as
mãos do pessoal de unidades de internação sejam testadas uma vez por mês e as mãos dos responsáveis
pelo preparo das mamadeiras uma vez por semana.

No Lactário, as mamadeiras e os bicos devem ser testados diariamente, inclusive o conteúdo da


mamadeira logo após o seu preparo e 24 horas após a estocagem, a fim de detectar possíveis
contaminações. A água de beber deve ser fervida e examinada uma vez por semana, assim como a água
dos umidificadores de oxigênio e a das incubadoras.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 33
DOMINA CONCURSOS

Em estudo comparativo realizado por M. I. Teixeira (10) sobre as condições bacteriológicas do Berçário,
Centro Cirúrgico e Sala de Parto, durante três meses, num hospital do Rio de Janeiro e constatou 490
colônias no Berçário, 233 no Centro Cirúrgico e 191 na Sala de Parto. No que se relaciona com os germes
isolados em cada dependência, a situação foi desfavorável ao Berçário onde foram identificadas 26
amostras de Estafilococos patogênicos (coagulase positiva), enquanto no Centro Cirúrgico foram
encontradas 8 e na Sala de Parto 4.

Dentre os setores do hospital sobresai-se o Berçário em face da alta mortalidade do recém-nascido, por
causa de sua suscetibilidade.

É insistentemente destacada na literatura a importância da lavagem frequente das mãos com antissépticos
adequados e a necessidade de comprovação científica da eficiência das rotinas e procedimentos médicos e
de enfermagem sob as nossas condições ambientais, humanas e materiais.

Os Serviços de Limpeza e Lavandaria são responsáveis por atividades importantes na redução de


infecções pela remoção do pó e a correta desinfecção das roupas, atividades que devem ser coordenadas
por pessoas com suficiente preparo básico. Não se estaria exigindo demasiado se o Coordenador do
Serviço de Limpeza possuísse instrução equivalente ao 1.º grau completo; conhecimentos científicos
relacionados à higiene, à limpeza e à desinfecção; interesse em progredir na sua área de trabalho e
habilidade para treinar e supervisionar o seu pessoal. As exigências para o cargo de Coordenador do
Serviço de Lavandaria devem ser também maiores, pela importância de suas atividades na segurança e
bem-estar dos pacientes.

COMISSÃO DE INFECÇÃO

Apenas 37,50% de nossos hospitais possuem uma Comissão de Infecção ou um pessoa com atribuições
definidas para o controle de infecções que, além de outras responsabilidade tão bem enumeradas por C. G.
Melo,(4) é o órgão responsável pela indicação dos diversos produtos químicos utilizados no hospital. Muitos
de nossos hospitais (68,75%) deixam a critério do Serviço de Enfermagem a indicação dos antissépticos e
desinfetantes e, para esta responsasabilidade complexa, deve preparar-se para estar em condições de
estabelecer os critérios técnicos para a escolha dos mesmos, realizar ou colaborar nos testes
bacteriológicos e na avaliação dos produtos químicos que indica para os diversos fins no hospital.

Segundo U. Zanond(14) os critérios técnicos para a escolha de germicidas hospitalares são: o registro no
Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina e Farmácia, o estudo da composição química e sua
adequação às finalidades do produto e a comprovação bacteriológica da atividade germicida.

O pessoal de enfermagem deve usar os desinfetantes e antissépticos baseado em resultados de sua


própria experiência, tendo em vista os germes responsáveis pelas infecções no hospital onde trabalha.

A criação de Comissão de Infecção é justificada e recomendada, e deve constituir-se em órgão


coordenador de atividades de investigação, prevenção e controle de infecções.

A constituição de uma Comissão de Infecção pode variar segundo o tamanho do hospital, não deixando,
porém, de ter um representante do Serviço de Enfermagem, em tempo integral, para atuar como um dos
membros executivos das normas baixadas pela Comissão.

Reduzir infecções no hospital é um trabalho gigantesco que exige a colaboração contínua e eficiente de
todo o pessoal hospitalar

RECOMENDAÇÕES

Considerando a importância que tem a redução de infecções nos hospitais para a diminuição do risco de
morbidade e mortalidade, do custo do tratamento e da média de permanência dos pacientes nos hospitais
que resulta numa maior utilização de leitos hospitalares, recomenda-se que os:

I - Administradores de Hospital:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 34
DOMINA CONCURSOS

- Possibilitem aos Serviços do Hospital condições materiais e humanas para a montagem de isolamento de
pacientes infectados e suspeitos e para a adoção das demais medidas preventivas e de controle de
infecções;

- se assessorarem de pessoal capacitado nas construções e reformas de hospitais a fim de que a planta
física não venha a dificultar a adoção das medidas de redução de infecções;

- tornem compulsória, por parte dos profissionais da equipe da saúde, a notificação a um órgão central das
infecções hospitalares e não hospitalares;

- mantenham um serviço de vigilância sanitária para o pessoal hospitalar;

- ofereçam ao grupo ou à pessoa responsável pelo controle de infecções os Serviços de Análises Clínicas
para a identificação dos agentes etiológicos;

- incentivem a realização de cursos de atualização de conhecimentos no que concerne a prevenção e


controle de infecções para todo o pessoal que mantenha contatos diretos e indiretos com os pacientes;

- estimulem os serviços Médicos, de Enfermagem, Nutrição e Dietética, Lavandaria, Limpeza e Auxiliares


de Diagnóstico e Tratamento a elaborarem normas para o seu pessoal referentes à prevenção e controle de
infecções;

- estabeleçam critérios mais exigentes para a indicação dos responsáveis pelos Serviços de Limpeza e de
Lavandaria de modo a se ter pessoal mais qualificado para o desempenho de atividades que muito
concorrem para a redução de infecções;

- criem a Comissão de Infecção ou designem uma pessoa com atribuições definidas para reduzir ao mínimo
as infecções hospitalares;

- permitam a compra de antissépticos e desinfectantes utilizados para os diversos fins no hospital quando
justificada por critérios técnicos.

II - Serviços de Enfermagem:

- Valorizem e realizem, sistematicamente, avaliação bacteriológicas da desinfecção e esterilização do


material hospitalar assessorados por técnicos no assunto;

- supervisionem o seu pessoal na desinfecção e esterilização de material e do ambiente, no tratamento e no


processo de atenção de enfermagem ao paciente infectado;

- desenvolvam cursos para o seu pessoal dando realce aos conteúdos relacionados com a atenção de
enfermagem a pacientes infectados e à prevenção de infecções;

- se façam representar na Comissão de Infecção designando uma enfermeira, em tempo integral, como
coordenadora da execução de sua parte no programa de controle de infecções no hospital;

- procurem ampliar seus conhecimentos sobre antissépticos e desinfetantes muito especialmente quando
se responsabilizar pela indicação dos mesmos para os diversos fins no hospital.

Conceitos Gerais e Controle de Qualidade

Conceitos Gerais

Os eventos adversos que podem ser imputados às vacinações são apenas uma fração dos que ocorrem
após as vacinações. Muitos desses eventos são doenças intercorrentes que ocorrem em associação
temporal com a vacinação. Aumento da frequência ou intensidade habitual dos eventos adversos (“surtos”)
deve levar a uma investigação.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 35
DOMINA CONCURSOS

Os eventos adversos podem ser os esperados, tendo em vista a natureza e as características do


imunobiológico, bem como o conhecimento já disponível pela experiência acumulada, ou inesperados.

Entre os eventos esperados, podemos ter eventos relativamente triviais, como febre, dor e edema local, ou
eventos mais graves, como convulsões febris, episódio hipotônico-hiporresponsivo, choque anafilático, etc.

Eventos inesperados são aqueles não identificados anteriormente, às vezes com

vacinas de uso recente, como ocorreu com a vacina contra rotavírus rhesus/huma- na (invaginação
intestinal), ou mesmo com vacinas de uso mais antigo, como por exemplo, visceralização e falência múltipla
de órgãos, observada muito raramente após vacina contra a febre amarela.

São ainda eventos inesperados aqueles decorrentes de problemas ligados à quali- dade do produto como,
por exemplo, contaminação de lotes provocando abscessos locais, ou teor indevido de endotoxina em
certas vacinas, levando a reações febris e sintomatologia semelhante à sépsis.

Uma distinção também importante é entre vacinas vivas e não-vivas. As vacinas virais vivas apresentam
imunogenicidade ótima, pois em geral provocam imunida- de duradoura, talvez por toda a vida, com uma
única dose. Entretanto, têm o poten- cial de causar eventos adversos graves quando são dadas a pessoas
com deficiência imunológica grave.

As vacinas não-vivas podem ser imunógenos potentes, como a vacina contra o tétano, mas a repetição
exagerada do número de doses pode provocar eventos adversos ligados à hiperimunidade.

Busca-se obter vacinas cada vez mais eficazes e menos reatogênicas. Vale lem- brar que o
desenvolvimento de uma nova vacina é extremamente laborioso, ob- jetivando o maior grau possível de
proteção (eficácia) com o menor número pos sível de eventos adversos (inocuidade). Este processo
costuma levar oito anos ou mais, para cumprir as três fases recomendadas pela OMS, como se pode ver no
quadro seguinte.

Quadro 1. Processo de desenvolvimento de novas vacinas

Etapa Ensaios pré-clínicos Fase I Fase II Fase III

Anos 1 2 3 4 5 6 7 8

População Animais de 10 a 100 100 a 300 1.000 ou mais voluntários sãos


laboratório
voluntários voluntários

Ensaios de Determinação de Avaliação de Verificação de efetividade e


segurança e segurança e efetividade e efeitos monitoração
Objetivo atividade biológica dosificação secundários
das reações adversas

Após a fase III, cerca de dois anos são ainda consumidos na revisão, pelas au- toridades nacionais de
saúde pública, dos estudos do produto e da documentação apresentada para o registro. Mesmo após o
registro e sua fabricação e distribuição em larga escala, mantém-se um sistema de vigilância de eventos
adversos, e reali- zam-se os estudos de fase IV, que investigam a ocorrência de eventos adversos mais
raros, que seria impossível de apurar nas fases anteriores.

Uma das ferramentas essenciais para o sucesso dos programas de imunização é a avaliação da qualidade
dos imunobiológicos. No Brasil, o responsável por essa atividade é o Instituto Nacional de Controle de
Qualidade em Saúde (INCQS), unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz, e que está
diretamente ar- ticulada com o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Para atender à missão relacionada
ao controle de qualidade dos produtos sujeitos a vigilância sanitária e, principalmente, aos imunobiológicos,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 36
DOMINA CONCURSOS

o INCQS conta com uma estrutura física adequada, equipamentos modernos, profissionais especializados
e pós-graduados em instituições de reconhecimento nacional e internacional.

Desde 1983, todos os lotes de imunobiológicos adquiridos pelos programas ofi- ciais de imunização vêm
sendo analisados pelo INCQS, antes de serem utilizados na população. Esta análise tem como objetivo, a
verificação dos requisitos mínimos de qualidade descritos em normas oficiais, e esta avaliação é realizada
por meio de análise de documentação (protocolo de produção e controle de qualidade emitida pelo
produtor) e ou análise laboratorial. Com base nessas avaliações é emitido um laudo de análise para
orientação aos programas de imunizações, quanto à qualida- de do produto. Na análise laboratorial, são
realizados ensaios específicos para cada tipo de imunobiológico, e, em geral, podemos classificar esses
ensaios em bioló- gicos (potência, termoestabilidade, identidade, toxicidade inespecífica, toxicidade
específica e pirogênio), microbiológicos (esterilidade bacteriana e fúngica, conta- gem de bactérias viáveis)
e químicos e/ou físico-químicos (pH, concentração de proteínas, concentração de conservantes,
concentração de adjuvantes, conteúdo de polissacarídeo, entre outros). Na análise documental é avaliado
se o imunobiológi- co foi produzido e controlado de acordo com as normas oficiais de produção e com
controle de qualidade.

Outra atuação importante do INCQS é na avaliação das condições dos produtos que passaram por
situações inadequadas de conservação, devido a falhas na rede de frio ou durante o transporte. Além disso,
as análises laboratoriais podem auxiliar na elucidação das causas de eventos adversos supostamente
atribuídos à vacina. Também, a participação na análise dos processos de solicitação de registro enviados à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

É fundamental o apoio de uma estrutura laboratorial aos programas de saúde coletiva. Ao longo destes 21
anos foram analisados cerca de 26.000 lotes de diferen- tes produtos imunobiológicos, distribuídos entre
imunoglobulinas humanas, soros heterólogos e vacinas. Em alguns destes detectou-se desvio de
qualidade, em que as principais ocorrências foram: contaminação por bactérias e/ou fungos, toxicidade,
potência inadequada, presença de pirogênio e pH inadequado.

É importante ressal- tar que o controle permanente de todos os lotes adquiridos pelos programas oficiais de
imunização levou a uma diminuição contínua do percentual de reprovação dos soros e vacinas. Na década
de 80, o percentual de lotes rejeitados para uso estava em torno de 12%, diminuindo para 4% em média,
nos anos 90, e recentemente a rejeição já é inferior a 1% dos lotes analisados. Sem dúvida, a detecção da
falta de qualidade desses lotes evita prováveis problemas com eventos adversos diretamente associados
aos imunobiológicos.

Apesar de todas essas precauções, os eventos adversos ocorrem, pois não dis- pomos ainda da vacina
ideal, que seria aquela 100% eficaz e totalmente isenta dos mesmos. Além disso, sabemos que muitos dos
eventos adversos são meramente associações temporais, não se devendo à aplicação das vacinas. Assim,
quando eles ocorrem, há necessidade de cuidadosa investigação, visando ao diagnóstico dife- rencial e ao
possível tratamento. Se eles forem realmente causados pela vacina, são três os pontos básicos para a
investigação:

1. Fatores relacionados à vacina: inclui o tipo (viva ou não-viva), a cepa, o meio de cultura dos
microrganismos, o processo de inativação ou atenuação, adju- vantes, estabilizadores ou substâncias
conservadoras, o lote da vacina;

2. Fatores relacionados aos vacinados: idade, sexo, número de doses e datas das doses anteriores da
vacina, eventos adversos às doses prévias, doenças conco- mitantes, doenças alérgicas, auto-imunidade,
deficiência imunológica;

3. Fatores relacionados à administração: agulha e seringa, local de inoculação, via de inoculação (vacinação
intradérmica, subcutânea ou intramuscular).

Dois tipos de eventos adversos merecem atenção especial:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 37
DOMINA CONCURSOS

Eventos adversos decorrentes de depressão imunológica: podem ocorrer em pacientes com deficiência
imunológica primária, isto é, com deficiências congênitas da imunidade, que são doenças raras, ou
secundárias, decorrentes de doenças ou tratamentos que comprometem a imunidade, como leucemia,
linfoma, etc. O risco de complicações se manifesta nas vacinas vivas, como a vacina contra sarampo,
caxumba e rubéola, poliomielite, tuberculose etc.

No caso das vacinas não-vivas, como a tríplice bacteriana, contra difteria, tétano e coqueluche, o risco é da
resposta imunológica não se processar adequadamente, continuando o receptor da vacina suscetível às
doenças contra as quais se vacinou. Deve-se levar em conta que as deficiências imunológicas podem ter
diversos graus de gravidade, acarretando riscos insignificantes ou importantes após a aplicação de vacinas
vivas. Em muitas dessas situações justifica-se utilizá-las, pois o risco da doença é maior do que o da
vacina. Em outras situações, pode-se substituir a vacina viva por uma não-viva, como no caso da vacina
contra a poliomielite.

Eventos adversos por reações de hipersensibilidade: estão ligados às chamadas reações de


hipersensibilidade, descritas por Gell e Coombs:

• Reações de tipo I, anafiláticas, mediadas por IgE, mais frequentes em indiví- duos alérgicos. Podem
ocorrer após qualquer vacina ou soro, especialmente os de origem não-humana (equina). Elas podem ser
relacionadas a determinadas substâncias presentes nas vacinas, como:

» Resíduos de linhas celulares ou embriões em que se cultivam os vírus vacinais;

» Substâncias utilizadas nos meios de cultura;

» Outras substâncias, agregadas durante a preparação e purificação da vacina (por exemplo, antibióticos,
conservantes, estabilizantes ou adjuvantes).

• Reações de tipo II, ligadas à formação de anticorpos que se fixam a células do organismo, levando à sua
destruição por ação do complemento e por linfócitos que se fixam aos anticorpos provocando destruição
celular. Esse mecanismo provavelmente está envolvido na destruição da bainha de mielina dos nervos que
pode ocorrer após certas vacinas virais vivas ou após vacina anti-rábica preparada em tecido nervoso,
ocasionando doenças como a encefalomielite pós-infecciosa aguda ou Síndrome de Guillain Barré.

• Reações de tipo III, provocadas pela formação de complexos imunes, que levam à vasculite e à necrose
tecidual no sítio da aplicação, como pode ocorrer após número exagerado de doses de vacinas contra
difteria e tétano (fenôme- no de Arthus), ou generalizadas, como na doença do soro.

• Reações de tipo IV, chamadas de hipersensibilidade tardia, que envolvem a imunidade celular, com
linfócitos T citotóxicos direcionados contra células do próprio corpo, como ocorre na síndrome de Guillain
Barré e, provavelmente, também na encefalomielite pós-infecciosa aguda. As reações também podem ser
localizadas, como em indivíduos que apresentam reações cutâneas à neomicina e ao timerosal, usados
como conservantes em várias vacinas.

Para a ocorrência da maioria dessas reações de hipersensibilidade deve haver fatores individuais de
suscetibilidade, que torna o indivíduo predisposto à sua ocorrência.

A diminuição das reações ou complicações pós-vacinais deve ser preocupação permanente e objeto de
estudo de todos os responsáveis pelas imunizações, em to- dos os níveis. Novas vacinas, menos
reatogênicas ou mais seguras, estão em desen- volvimento ou já aprovadas. A incorporação das mesmas à
rotina das vacinações deve ser feita criteriosamente, levando-se em conta a avaliação de custo-benefício, a
eficácia e a eficiência, o potencial de obter coberturas vacinais amplas, a necessi- dade de garantir o
abastecimento regular etc.

Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação (VEAPV)

De um modo geral, as vacinas figuram entre os produtos biológicos mais segu- ros para o uso humano,
proporcionando benefícios indiscutíveis à saúde pública. No entanto, como qualquer outro produto

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 38
DOMINA CONCURSOS

farmacêutico, elas não estão isentas de risco. Sabe-se que a ocorrência de alguns eventos adversos é
esperada. A tarefa da vigilância epidemiológica dos eventos adversos pós-vacinação é realizar o moni-
toramento desses eventos de forma a permitir que os benefícios alcançados com a utilização das vacinas
sejam sempre superiores a seus possíveis riscos.

Diversos países mantêm sistemas de vigilância e investigação de eventos adver- sos pós-vacinação,
considerando que o monitoramento adequado e a investigação oportuna e competente são de fundamental
importância para a manutenção da

confiança nos programas de imunizações. Essa confiança se pauta no cumprimento de seus objetivos que
orienta a tomada de medidas que asseguram a melhor relação de risco-benefício para a população
vacinada.

Mundialmente, os sistemas de vigilância dos eventos adversos associados às imunizações têm sido
implementados, sendo os EUA e a Inglaterra pioneiros. A Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir
de 1991, recomendou a vigilân- cia de eventos adversos pós-vacinação. O Brasil, em 1992, por meio do
Programa Nacional de Imunizações, iniciou a estruturação do Sistema Nacional de Vigilân- cia dos Eventos
Adversos Pós-Vacinação (VEAPV), porém apenas em 1998 com a publicação do Manual de Vigilância
Epidemiológica dos Eventos Adversos Pós-Vaci- nação, essa atividade passou a ser mais sistemática em
todo o País. A partir do ano 2000, com a implantação do Sistema de Informação da Vigilância Eventos
Adversos Pós-Vacinação (SI-EAPV), as informações provenientes dos estados puderam ser coletadas e
analisadas de forma mais abrangente e consistente.

Reforçando a importância da VEAPV, em 15 de julho de 2005, foi publicada a Portaria nº 33 da Secretaria


de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, introdu- zindo os eventos adversos pós-vacinação como
agravo de notificação compulsória.

Objetivos

O Ministério da Saúde/Programa Nacional de Imunizações estruturou o Sistema Nacional de Vigilância


Epidemiológica dos Eventos Adversos Pós-Vacinação com os seguintes objetivos:

• Normatizar o reconhecimento e a conduta frente aos casos suspeitos de even- tos adversos pós-
vacinação (EAPV);

• Permitir maior conhecimento sobre a natureza dos EAPV;

• Dar subsídios ou sinalizar a necessidade de realização de pesquisas pertinen- tes, bem como realizá-las;

• Identificar eventos novos e/ou raros;

• Possibilitar a identificação de imunobiológicos ou lotes com desvios de qua- lidade na produção


resultando em produtos ou lotes mais “reatogênicos” e decidir quanto à sua utilização ou suspensão;

• Identificar possíveis falhas no transporte, armazenamento, manuseio ou ad- ministração (erros


programáticos) que resultem em eventos adversos pós-va- cinação;

• Estabelecer ou descartar, quando possível, a relação de causalidade com a

vacina;

• Promover a consolidação e análise dos dados de EAPV ocorridos no País num sistema único e
informatizado;

• Assessorar os processos de capacitação ligados à área de imunizações visando ao aspecto dos eventos
adversos pós-vacinação, promovendo supervisões e atualizações científicas;

• Assessorar os profissionais da assistência para a avaliação, o diagnóstico e a con- duta frente aos EAPV;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 39
DOMINA CONCURSOS

• Avaliar de forma continuada a relação de risco-benefício quanto ao uso dos imunobiológicos;

• Contribuir para a manutenção da credibilidade do Programa Nacional de Imunizações junto à população e


aos profissionais de saúde;

Prover, regularmente, informação pertinente à segurança dos imunobiológi- cos disponíveis no programa
nacional.

Definição de caso de Evento Adverso Pós-Vacinação (EAPV)

Qualquer ocorrência clínica indesejável em indivíduo que tenha recebido algum imunobiológico. Um evento
que está temporalmente associado ao uso da vacina, nem sempre tem relação causal com ela. A grande
maioria dos eventos são locais e sistêmicos leves, por isso as ações de vigilância são voltadas para os
eventos mode- rados e graves. Em raríssimas situações, o óbito pode ser em decorrência da vaci- nação. O
objetivo da vigilância epidemiológica de óbitos é primordialmente afastar causas coincidentes
indevidamente atribuídas às vacinas. Por exemplo, a síndrome da morte súbita infantil, que não tem
qualquer relação com vacinação, podendo ocorrer no mesmo período de aplicação de vários
imunobiológicos do calendário básico de vacinação da criança. Entretanto, vários estudos mostraram que
as imu- nizações não aumentam o risco de morte súbita.

Os eventos podem ser classificados quanto à intensidade em: grave, moderado e leve.

• Hospitalização por pelo menos 24 horas;

• Disfunção ou incapacidade significativa e/ou persistente (sequela);

• Evento que resulte em anomalia congênita;

• Risco de morte (necessidade de intervenção imediata para evitar o óbito);

• Óbito.

• Quando necessita de avaliação médica e exames complementares e/ou trata- mento médico, não se
incluindo na categoria grave.

• Quando não necessita de exames complementares e tratamento médico.

Todos os eventos adversos conhecidos definidos como de importância para a Vi- gilância dos Eventos
Adversos Pós-Vacinação listados abaixo devem ser notificados

2.4 Instrumentos do Sistema Nacional de Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação

O Sistema Nacional de Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação, implan- tado nacionalmente,
consta dos seguintes instrumentos:

• Formulário próprio de investigação/notificação (Anexo);

• Manual de Vigilância com informações sobre principais eventos associados às vacinas utilizadas na rede
pública e instruções sobre a conduta a ser adotada frente à ocorrência desses agravos.

• Sistema informatizado SI-EAPV (Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinação).

Fluxograma de notificação e investigação de Eventos Adversos

As unidades notificantes geralmente são as unidades básicas de saúde, de pronto atendimento e


hospitalares. No entanto, qualquer unidade de saúde pública ou pri- vada deve notificar a ocorrência de
eventos adversos pós-vacinação.

Após a identificação de um evento, a notificação/investigação deve ser iniciada prontamente com o

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 40
DOMINA CONCURSOS

formulário preenchido e encaminhado à Vigilância Epidemio- lógica local ou municipal. Para fins da
vigilância epidemiológica, o tempo máximo para se considerar a investigação iniciada em tempo oportuno é
de 48 horas após a notificação.

A notificação/investigação deverá ser encaminhada às regionais de saúde (for- mulário/meio eletrônico),


que ao receberem dos municípios devem proceder a sua análise, realizar as complementações necessárias
e encaminhar ao nível estadual (em unidades federadas sem regionais as notificações serão encaminhadas
direta- mente dos municípios para o nível estadual).

Os dados da investigação inicial devem ser digitados no sistema de informação e atualizados sempre que
novas informações forem incorporadas à investigação.

Obs.: Os eventos adversos graves e/ou inusitados devem ser notificados por te- lefone imediatamente ao
nível hierárquico superior, com a finalidade de alertar a vigilância e obter orientações quanto à investigação
se necessário.

Fluxograma de Informação

Fluxo Normal – Ficha de Notificação e Investigação de Eventos Adversos/SI-EAPV Fluxo Imediato –


Telefone

Todos os eventos compatíveis com as definições de caso estabelecidas devem ser notificados, seguindo o
fluxo abaixo:

• A unidade de saúde deverá identificar, investigar e notificar à Coordenação de Imunizações e/ou ao


Serviço de Vigilância de referência do município.

• Orientar os vacinados, familiares e/ou responsáveis.

• Adotar as condutas clínicas pertinentes.

• Consolidar e analisar os casos notificados

Nível municipal

• Deverá receber as notificações das unidades de saúde.

• Notificar de imediato à regional de saúde ou ao nível estadual, os casos graves e/ou inusitados.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 41
DOMINA CONCURSOS

• Promover a investigação das notificações recebidas, analisando e estabelecen- do a conduta adequada,


no âmbito de sua competência.

• Detectar, notificar e definir conduta frente à eventual ocorrência de surtos de eventos adversos.

• Consolidar e avaliar os dados municipais.

• Repassar cópias dos formulários corretamente preenchidos (bem como todo o material pertinente ao
caso) e banco de dados eletrônico para as regionais de saúde (quando houver) ou secretarias estaduais de
saúde, até o quinto dia útil de cada mês.

• Supervisionar as atividades da vigilância dos eventos adversos pós-vacinação no nível local.

• Promover a capacitação e a atualização de recursos humanos.

• Retroalimentar o nível local com informações atualizadas sobre o(s) EAPV notificado(s).

Nível regional

• Receber, analisar e consolidar os dados dos municípios da sua abrangência.

• Notificar imediatamente ao nível estadual os casos graves e/ou inusitados.

• Assessorar os municípios na investigação dos casos quando necessário, orien- tando sobre a conduta
adequada no âmbito de sua competência.

• Detectar e notificar a ocorrência de surtos de eventos adversos.

• Repassar cópias dos formulários e banco de dados via eletrônica para as secre- tarias estaduais de
saúde, até o décimo dia útil de cada mês.

• Supervisionar as atividades da vigilância dos eventos adversos pós-vacinação nos municípios de sua
abrangência.

• Promover a capacitação e a atualização de recursos humanos.

• Incentivar e apoiar os municípios na análise de dados.

• Retroalimentar o nível municipal com informações atualizadas sobre o(s) EAPV notificado(s).

Nível estadual

• Receber, consolidar e analisar as notificações regionais ou municipais.

• Notificar imediatamente ao nível nacional os casos graves e/ou inusitados.

• Garantir, com a participação dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries), os
mecanismos necessários para a investigação, o acompa- nhamento e a elucidação de eventos adversos
graves e/ou inusitados, associa- dos temporalmente às aplicações de imunobiológicos (Portaria nº 48, de
28 de julho de 2004).

• Assessorar as regionais ou os municípios na investigação dos casos quando necessário, orientando


condutas no âmbito de sua competência.

• Detectar e notificar a ocorrência de surtos de eventos adversos.

• Consolidar e analisar os dados do estado.

• Repassar o consolidado para o nível nacional até o 15º dia útil de cada mês. A base deverá ser
encaminhada mensalmente, mesmo que novos eventos não tenham sido notificados.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 42
DOMINA CONCURSOS

• Realizar supervisões nas regionais e municípios.

• Promover a capacitação e a atualização de recursos humanos e/ou apoiar as regionais e municípios nesta
área.

• Incentivar e apoiar as regionais e/ou os municípios na análise de dados.

• Consultar o Comitê Estadual de Imunizações para auxiliar na investigação, es- clarecimento e discussão
de todos os casos de EAPV graves e/ou inusitados.

• Retroalimentar o nível regional e/ou municipal com informações atualizadas sobre o(s) EAPV notificado(s).

• Receber e analisar os consolidados estaduais.

• Garantir aos estados, com a participação dos Cries, apoio técnico, participan- do inclusive da investigação
epidemiológica de campo, quando necessário, orientando a conduta adequada no âmbito de sua
competência.

• Elaborar e manter atualizados os protocolos e demais instrumentos de inves- tigação dos eventos
adversos.

• Adotar medidas imediatas frente à ocorrência de surtos de eventos adversos.

• Realizar supervisões sistemáticas nos estados.

• Promover e apoiar os estados na capacitação e atualização de recursos humanos.

• Incentivar e apoiar os Estados na análise de dados.

• Consultar o Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) e grupos técni- cos de apoio para auxiliar na
investigação, no esclarecimento e na discussão de todos os casos de EAPV graves e/ou inusitados não
encerrados nos estados.

• Retroalimentar o nível estadual com informações atualizadas sobre o(s) EAPV notificado(s).

Sistema de Informação SI-EAPV

A VEAPV vem sendo aprimorada gradativamente, passando a contar a partir de 2000 com o SI-EAPV –
Sistema Informatizado de Eventos Adversos Pós-Vacinais, que tem permitido uma análise mais rápida e
contemplando maior número de va- riáveis provenientes do formulário de notificação/investigação de EAPV.
O sistema é flexível, possibilitando contínuas atualizações para atender às necessidades dos profissionais
de saúde que lidam com a VEAPV no Brasil.

Formulário de Notificação e Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinais (em anexo).

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO PARA O ESTADO DE SÃO PAULO - 2016

IDADE VACINAS

A PARTIR DO NASCIMENTO BCG 1

HEPATITE B2

VIP3

2 MESES PENTAVALENTE (DTP + Hib+Hepatite B) ROTAVÍRUS 4

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 43
DOMINA CONCURSOS

PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE

3 MESES MENINGOCÓCICA C

VIP3

4 MESES PENTAVALENTE (DTP + Hib+Hepatite B) ROTAVÍRUS5

PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE

5 MESES MENINGOCÓCICA C

6 MESES VIP3

PENTAVALENTE (DTP + Hib+Hepatite B)

9 MESES FEBRE AMARELA 6

SARAMPO - CAXUMBA - RUBÉOLA (SCR) MENINGOCÓCICA C

12 MESES PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE

VOPb7 DTP8 HEPATITE A

15 MESES TETRAVIRAL9

DTP8 VOPb7

4 ANOS FEBRE AMARELA6

ANUALMENTE INFLUENZA10

1 - Caso a vacina BCG não tenha sido administrada na maternidade, aplicar na primeira visita ao serviço de
saúde.

2 - A vacina hepatite B deve ser administrada preferencialmente nas primeiras 12 hs de vida, ainda na
maternidade. Caso não tenha sido administrada na maternidade, aplicar na primeira visita ao serviço de
saúde. Se a primeira visita ocorrer após a 6ª semana de vida administrar a vacina pentavalente (DTP-Hib-
HB).

3 - Vacina inativada poliomielite.

4 - A 1ª dose da vacina rotavírus deve ser aplicada aos 2 meses de idade. Idade mínima para a
administração desta dose é de 1 mês e 15 dias e a idade máxima é de 3 meses e 15 dias.

5 - A 2ª dose da vacina rotavírus deve ser aplicada aos 4 meses de idade. A idade mínima para a
administração desta dose é de 3 meses e 15 dias e a idade máxima é de 7 meses e 29 dias.

6 - Para aqueles que residem ou viajam para regiões onde houver indicação, de acordo com a situação
epidemiológica 7 - Vacina oral poliomielite

8 - A vacina DTP (difteria, tétano e pertussis) só pode ser administrada em crianças até 6 anos, 11 meses e
29 dias. A partir dos 7 anos de idade utilizar a vacina dT (dupla tipo adulto)

9 - A vacina tetraviral deverá ser administrada para crianças que já receberam uma dose de sarampo-
caxumba-rubeola. 10 - Disponivel na rede publica durante os períodos de campanha

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 44
DOMINA CONCURSOS

BCG – vacina contra tuberculose

VIP – vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) VOPb – vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada)

DTP – vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (tríplice bacteriana)

ESQUEMA DE PRIMOVACINAÇÃO PARA CRIANÇAS (COM SETE ANOS OU MAIS) E ADOLESCENTES

INTERVALO ENTRE AS DOSES VACINA ESQUEMA

PRIMEIRA VISITA BCG² DOSE ÚNICA

HEPATITE B PRIMEIRA DOSE

dT³ PRIMEIRA DOSE

VIP PRIMEIRA DOSE

HPV⁴ PRIMEIRA DOSE

SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA - SCR PRIMEIRA DOSE

2 MESES APÓS HEPATITE B⁵ SEGUNDA DOSE

A PRIMEIRA VISITA dT³ SEGUNDA DOSE

VIP SEGUNDA DOSE

SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA - SCR SEGUNDA DOSE

HPV⁶ SEGUNDA DOSE

4-6 MESES APÓS HEPATITE B⁷ TERCEIRA DOSE

PRIMEIRA VISITA dT³ TERCEIRA DOSE

VIP TERCEIRA DOSE

FEBRE AMARELA⁸ DOSE INICIAL

A CADA 10 ANOS POR TODA A VIDA dT⁹ REFORÇO

REFORÇO ÚNICO APÓS 10 ANOS FEBRE AMARELA⁸ REFORÇO

1 - Adolescência - período entre 10 a 19 anos de idade. Caso a pessoa apresente documentação com
esquema de vacinação incompleto, é suficiente completar o esquema iniciado.

2 - A vacina BCG é indicada para pessoas até 15 anos de idade.

3 - Caso o adolescente tenha recebido 3 ou mais doses das vacinas DTP, DT, dT, aplicar uma dose de
reforço, se decorridos 10 anos da última dose.

4 - Vacina papilomavirus humano 6, 11, 16, 18 (recombinante) para meninas a partir de 9 anos até 13 anos
de idade 5 - O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina hepatite B é de 4 semanas.

6 - O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina papilomavirus humano é de 6 meses.

7 - O intervalo para a terceira dose da vacina hepatite B pode ser de dois meses após a segunda, desde
que o intervalo de tempo decorrido da primeira dose seja, no mínimo, de quatro meses.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 45
DOMINA CONCURSOS

8 - Para aqueles que residem ou viajam para regiões onde houver indicação, de acordo com a situação
epidemiológica. 9 - Na profilaxia do tétano após alguns tipos de ferimentos, deve-se reduzir este intervalo
para 5 anos.

BCG – vacina contra tuberculose

dT – vacina adsorvida difteria e tétano (dupla tipo adulto) VIP – vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)

HPV – vacina papilomavirus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante)

ESQUEMA DE VACINAÇÃO PARA ADULTOS ENTRE 20 – 59 ANOS¹

INTERVALO ENTRE AS DOSES VACINA ESQUEMA

PRIMEIRA VISITA dT² HEPATITE B PRIMEIRA DOSE


PRIMEIRA DOSE
SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA - DOSE ÚNICA
SCR³

2 MESES APÓS A PRIMEIRA VISITA dT HEPATITE B⁴ SEGUNDA DOSE


SEGUNDA DOSE
FEBRE AMARELA⁵ DOSE INICIAL

dT HEPATITE B⁶ TERCEIRA DOSE


TERCEIRA DOSE
4-6 MESES APÓS PRIMEIRA VISITA

REFORÇO ÚNICO APÓS 10 ANOS FEBRE AMARELA REFORÇO

A CADA 10 ANOS POR TODA A VIDA dT⁷ REFORÇO

1 - Caso o pessoa apresente documentação com esquema de vacinação incompleto, é suficiente completar
o esquema iniciado

2 - Caso o adulto tenha recebido 3 ou mais doses das vacinas DTP, DT, dT, aplicar uma dose de reforço, se
decorridos 10 anos da última dose.

3 - Para pessoas nascidas após 1960 e mulheres no puerpério. Caso a vacina não tenha sido administrada
no puerpério, administrá-la na primeira visita ao serviço de saúde.

4 - O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina hepatite B é de 4 semanas.

5 - Para aqueles que residem ou viajam para regiões onde houver indicação, de acordo com a situação
epidemiológica.

6 - O intervalo para a terceira dose da vacina hepatite B pode ser de dois meses após a segunda, desde
que o intervalo de tempo decorrido da primeira dose seja, no mínimo, de quatro meses.

7 - Na profilaxia do tétano após alguns tipos de ferimentos, deve-se reduzir este intervalo para 5 anos.

dT – vacina adsorvida difteria e tétano (dupla tipo adulto)

ESQUEMA DE VACINAÇÃO PARA ADULTOS COM 60 ANOS OU MAIS DE IDADE¹

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 46
DOMINA CONCURSOS

INTERVALO ENTRE AS DOSES VACINA ESQUEMA

PRIMEIRA VISITA dT² FEBRE AMARELA³ HEPATITE B PRIMEIRA DOSE


PRIMEIRA DOSE
PRIMEIRA DOSE

2 MESES APÓS A PRIMEIRA VISITA dT HEPATITE B⁴ SEGUNDA DOSE


SEGUNDA DOSE

dT HEPATITE B⁵ TERCEIRA DOSE


TERCEIRA DOSE
4-6 MESES APÓS PRIMEIRA VISITA

ANUALMENTE INFLUENZA⁶

REFORÇO ÚNICO APÓS 10 ANOS FEBRE AMARELA REFORÇO

A CADA 10 ANOS POR TODA A VIDA dT⁷ REFORÇO

1 - Caso a pessoa apresente documentação com esquema de vacinação incompleto, é suficiente completar
o esquema iniciado

2 - Caso o adulto tenha recebido 3 ou mais doses das vacinas DTP, DT, dT, aplicar uma dose de reforço, se
decorridos 10 anos da última dose.

3 - Para aqueles que residem ou viajam para regiões onde houver indicação, de acordo com a situação
epidemiológica. Avaliar o risco-beneficio da vacinação levando em conta o risco da doença e de eventos
adversos nesta faixa etária ou decorrente de comorbidades.

4 - O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina hepatite B é de 4 semanas.

5 - O intervalo para a terceira dose da vacina hepatite B pode ser de dois meses após a segunda, desde
que o intervalo de tempo decorrido da primeira dose seja, no mínimo, de quatro meses.

6 - Disponivel na rede pública durante os períodos de campanha

7 - Na profilaxia do tétano após alguns tipos de ferimentos, deve-se reduzir este intervalo para 5 anos.

Nota: A vacina pneumocócica 23-valente está disponível para aqueles que vivem em instituições fechadas
como: casas geriátricas, hospitais, asilos, casas de repouso.

dT – vacina adsorvida difteria e tétano (dupla tipo adulto)

ESQUEMA DE VACINAÇÃO PARA GESTANTE E PUÉRPERA¹

INTERVALO ENTRE AS DOSES VACINA ESQUEMA

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 47
DOMINA CONCURSOS

PRIMEIRA VISITA dT² HEPATITE B PRIMEIRA DOSE


PRIMEIRA DOSE

2 MESES APÓS A PRIMEIRA VISITA dT HEPATITE B³ SEGUNDA DOSE


SEGUNDA DOSE

dTpa⁴ HEPATITE B⁵ TERCEIRA DOSE


TERCEIRA DOSE
4-6 MESES APÓS PRIMEIRA VISITA

EM QUALQUER FASE DA GESTAÇÃO INFLUENZA⁶ UMA DOSE

PUERPÉRIO INFLUENZA⁷ UMA DOSE

SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA⁸ DOSE ÚNICA

1 - Caso o pessoa apresente documentação com esquema de vacinação incompleto, é suficiente completar
o esquema iniciado.

2 - Caso a gestante ou puérpera tenha recebido tres ou mais doses das vacinas DTP, DT, dT, aplicar uma
dose de reforço com a vacina dTpa.

3 - O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina hepatite B é de 30 (trinta) dias.

4 - A vacina dTpa deve ser administrada preferencialmente entre a 27ª e 36ª semana a cada gestação.
Gestantes com inicio de esquema de vacinação tardio devem receber a dTpa na primeira ou segunda visita,
se necessário, complementando o esquema com dT.

5 - O intervalo para a terceira dose da vacina hepatite B pode ser de dois meses após a segunda, desde
que o intervalo de tempo decorrido da primeira dose seja, no mínimo, de quatro meses.

6-- Disponivel na rede pública durante períodos de campanha.

7-- Administrar caso a vacina não tenha sido aplicada durante a gestação.

8 - Caso a vacina não tenha sido aplicada na maternidade, administrar na primeira visita ao serviço de
saúde. Observar a necessidade de agendar a segunda dose para puérperas adolescentes.

dT – vacina adsorvida difteria e tétano (dupla tipo adulto)

dTPa – vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis acelular (tríplice acelular do adulto)

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE - ESTADO DE SÃO PAULO - 2016

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 48
DOMINA CONCURSOS

Nascimento aos 4 anos de idade 5 a 15 anos


de idade
VACINAS
AO 2 3 4 5 6 9 12 15 4 anos 9 15
NASCER anos anos
meses meses meses meses meses meses meses meses

BCG1 Dose
única

HEPATITE B 2 1ª dose

VIP 1ª 2ª 3ª
dose dose dose

ROTAVÍRUS 3 1ª 2ª
dose dose

PENTAVALENTE 4 1ª 2ª 3ª
dose dose dose
(DTP+Hib+Hepatite
B)

PNEUMOCÓCICA 1ª 2ª Reforço
VALENTE dose dose

MENINGOCÓCICA 1ª 2ª Reforço
C dose dose

FEBRE Dose Reforço


AMARELA5
inicial

TRIPLICE VIRAL 1ª
dose6
(sarampo,
caxumba, rubéola)

HEPATITE A Dose

única

TETRAVIRAL7 Dose
única
(sarampo,
caxumba, rubéola,
varicela)

DTP8 Reforço Reforço

bVOP Reforço Reforço

HPV9 1ª e

dose

dT 10 Reforço

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 49
DOMINA CONCURSOS

INFLUENZA11 Dose anual

1- Caso a vacina BCG não tenha sido administrada na maternidade, aplicar na primeira visita ao serviço de
saúde

2- A vacina Hepatite B deve ser administrada preferencialmente nas primeiras 12 hs de vida, ainda na
maternidade. Caso não tenha sido administrada na maternidade, aplicar na primeira visita ao serviço de
saúde. Se a primeira visita ocorrer após a 6ª semana de vida administrar a vacina Pentavalente (DTP-Hib-
HB)

3 - A idade mínima para a administração da primeira dose da vacina rotavirus é de 1 mês e 15 dias e a
idade máxima é de 3 meses e 15 dias. A idade mínima para a administração da segunda dose é de 3
meses e 15 dias e a idade máxima é de 7 meses e vinte e nove dias.

4- A vacina pentavalente (DTP+Hepatite B+ Hib) NÃO deve ser administrada antes de 6 semanas de vida,
pois poderá induzir tolerância imunológica as doses adicionais dos componentes Pertussis e Hib. 5 - Para
as pessoas que residem ou viajam para regiões onde houver indicação, de acordo com a situação
epidemiológica.

6 - A segunda dose da vacina sarampo-caxumba-rubeola é administrada sob a forma da vacina tetraviral.

7- A vacina tetraviral deverá se administrada para crianças que já receberam uma dose de sarampo-
caxumba-rubeola (tríplice viral).

8- A vacina DTP só pode ser administrada em crianças até 6 anos, 11 meses e 29 dias. A partir dos 7 anos
de idade utilizar a vacina dT (dupla adulto). 9 - A vacina HPV está indicada para crianças do sexo feminino
entre 9 e 13 anos. O esquema compreende duas doses com 6 meses de intervalo.

10 - Reforço a cada 10 anos por toda a vida. Em caso de gravidez e na profilaxia do tétano após alguns
tipos de ferimentos, deve-se reduzir este intervalo para cinco anos. 11 - Disponível na rede pública durante
os períodos de campanha.

VACINA BCG

Produto

Vacina BCG liofilizada obtida por Calmette e Guérin pela atenuação do Mycobacterium bovis.

Nota - A reconstituição deve ser cuidadosa, até obter-se completa homogeneização.

Idade para vacinação

A partir do nascimento.

Nota - Idealmente a aplicação poderá ser realizada na maternidade antes da alta hospitalar ou no primeiro
comparecimento à Unidade de Saúde.

Dose

Dose única (0,1 mL) em qualquer idade.

Nota - Para os contatos domiciliares de doentes com hanseníase, independente da forma clínica,
recomenda-se a aplicação de duas doses, com intervalo mínimo de seis meses. Havendo cicatriz de
vacinação prévia, considerá-la como primeira dose.

Nota - Não há recomendação para aplicação da 2ª dose da vacina BCG na rotina.

Via de aplicação

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 50
DOMINA CONCURSOS

Rigorosamente intradérmica, no braço direito, na altura da inserção inferior do músculo deltóide.

Evolução da reação vacinal

Nódulo no local da aplicação, que evolui para úlcera e crosta, com duração média de seis a dez semanas,
resolvendo-se habitualmente em pequena cicatriz. Pode haver a ocorrência de secreção durante a fase de
ulceração.

Nota - Em crianças que receberam o BCG há seis meses ou mais, nas quais está ausente a cicatriz vacinal,
indica-se uma revacinação, sem necessidade de realização prévia do teste tuberculínico (PPD).

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

Nota - Embora não constituam contraindicação absoluta, recomenda-se adiar a vacinação nas seguintes
situações: afecções dermatológicas extensas em atividade e em crianças com peso inferior a

2.000 g.

Nota - Em crianças, filhas de mães com HIV+, recomenda-se a aplicação da vacina BCG ao nascimento.
Crianças, de qualquer idade, com comprovação de infecção pelo HIV não devem ser vacinadas. Para as
crianças assintomáticas que chegam aos serviços de saúde, ainda não vacinadas e sem comprovação de
infecção pelo HIV, a vacina pode ser aplicada.

Nota - Em adultos infectados pelo vírus HIV, como não há dados disponíveis sobre os efeitos do BCG em
sintomáticos ou não, a vacinação não é recomendada.

Conservação da vacina

Sob refrigeração entre +2° e +8°C. A vacina inativa-se rapidamente quando exposta a raios solares diretos,
entretanto a luz artificial não causa danos.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente.

Teste tuberculínico

É dispensável sua realização previamente ou após a vacinação com BCG.

VACINA HEPATITE B (recombinante)

Produto Vacina subunitária contendo antígeno de superfície do vírus da hepatite B (AgsHB) purificado e
obtido por engenharia genética, incluindo hidróxido de alumínio ou fosfato de alumínio como adjuvante.

Nota - As vacinas hepatite B (recombinante) comercializadas internacionalmente e no Brasil são


comparáveis imunologicamente e são intercambiáveis.

Nota - A apresentação da vacina é feita em frascos com uma única dose ou multidoses, isolada ou
combinada com outros imunobiológicos. No Brasil, estão disponíveis na rede pública a vacina monovalente
e a vacina combinada pentavalente (vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B e Haemophilus
influenzae b).

Idade para vacinação


A partir do nascimento, o mais precocemente possível, de preferência nas primeiras 12 horas de vida. A
vacina está disponível nas salas de vacina de unidades públicas de saúde para pessoas em qualquer faixa
etária, mesmo que não pertença a grupos de risco.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 51
DOMINA CONCURSOS

Doses e Intervalos

O número e volume das doses dependem da idade, da condição do receptor e do produto. Consultar
sempre as recomendações disponíveis para o produto.

Esquema

Crianças menores de um ano - uma dose da vacina monovalente ao nascer e três doses da vacina
adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B e Haemophilus influenzae b (pentavalente) aos dois, quatro
e seis meses de idade.

A partir de 12 meses de idade - em pessoas nunca vacinadas, administrar três doses, sendo a segunda e a
terceira doses aplicadas, respectivamente, um e seis meses após a primeira (esquema 0, 1 e 6 meses).

Intervalos mínimos recomendados

a) para a segunda dose: 4 semanas após a primeira dose;


b) para a terceira dose: dois meses após a segunda, desde que o intervalo de tempo decorrido a partir da
primeira dose seja, no mínimo, de quatro meses e a criança já tenha completado seis meses de idade.

Para a vacinação rotineira, outros esquemas poderão ser utilizados, respeitados os intervalos mínimos
entre as doses, para permitir a coincidência com o emprego de outras vacinas, uma vez que:

a) não há comprometimento da eficácia nem aumento dos eventos adversos quando outras vacinas são
administradas simultaneamente,

b) intervalos maiores do que os recomendados proporcionam resultados equivalentes, não havendo


necessidade de reiniciar o esquema.

Nota - Para recém-nascidos utilizar sempre a vacina monovalente.

Nota - Para a prevenção da transmissão vertical, no caso de recém-nascido de mãe AgsHB+, é


fundamental a administração precoce da vacina contra hepatite B, preferentemente nas primeiras 12 horas,
bem como da imunoglobulina humana específica (IGHB - 0,5 mL), em sítios musculares distintos. A vacina
deve ser utilizada mesmo que a imunoglobulina não seja disponível.

Nota - Alguns grupos de pacientes imunodeprimidos recebem dose dupla para a idade (consultar o Manual
dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais - CRIEs - ver anexo III e IV).

Nota - Recém-nascidos com peso inferior a 2000g ao nascer (prematuros e baixo peso ao nascer)
apresentam menor produção de anticorpos em resposta à vacina contra hepatite B; por este motivo,
merecem atenção especial para que o esquema de quatro doses seja administrado, mesmo com a
apresentação monovalente.

Dose de reforço

Atualmente não são recomendados para indivíduos imunocompetentes.

Nota - Recém-nascidos de mães AgHBs+, profissionais da saúde em risco de acidente com material
biológico, pacientes submetidos à hemodiálise, pessoas infectadas pelo HIV e outros imunocomprometidos,
parceiros sexuais e aqueles que compartilham agulhas com pessoas AgsHB+ podem necessitar de
avaliação da concentração protetora de anti-HBs (≥10 mUI/mL) . Recomenda- se nestas situações teste
sorológico quantitativo um a dois meses após a última dose da vacina.

Via de aplicação

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 52
DOMINA CONCURSOS

Intramuscular, no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou na região deltoide
acima desta faixa etária. A vacina não deve ser aplicada na região glútea. Em pacientes com tendências
hemorrágicas graves a vacina pode ser administrada por via subcutânea; caso se utilize a via intramuscular
realizar compressão local com gelo após a aplicação.

Contraindicação

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas

Conservação da vacina

Sob refrigeração, entre +2°C e +8°C, não devendo ser congelada

Nota - O congelamento da vacina compromete a sua eficácia.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente

VACINA ROTAVIRUS HUMANO G1P[8] (atenuada)

Produto

Vacina oral, líquida, monovalente, contendo a cepa humana de rotavirus G1P[8] atenuada.

Idade para vacinação

A partir de dois meses.

Doses e intervalo Duas doses, aos 2 e 4 meses, com intervalo mínimo de quatro semanas. Idade para
administração da 1ª dose:

A primeira dose pode ser aplicada a partir de 1 mes e 15 dias (seis semanas) até três meses e quinze dias
de idade. O esquema vacinal não pode ser iniciado em crianças com mais de 3 meses e quinze dias de
idade.

Idade para administração da 2ª dose:

A segunda dose pode ser aplicada a partir dos três meses e quinze dias até no máximo sete meses e vinte
e nove dias de idade, respeitando-se o intervalo mínimo de quatro semanas da primeira dose.

Nota - Nenhuma dose administrada fora dos prazos recomendados deve ser repetida.

Via de aplicação

Oral.

Nota - As crianças alimentadas, mesmo que com leite materno, podem ser vacinadas normalmente com
vacina rotavirus humano G1P[8], não havendo necessidade de intervalo entre a administração e as
mamadas ou refeições.

Não administrar nova dose da vacina se houver regurgitação ou vômito após a mesma

Contraindicações

Além das contraindicações gerais, a vacina está contraindicada em doença crônica gastrintestinal,
malformação do trato digestivo e história prévia de intussuscepção.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 53
DOMINA CONCURSOS

Nota - Filhos de mães infectadas pelo HIV, desde que assintomáticos e sem sinais de imunossupressão,
poderão receber a vacina. Comunicantes de pacientes portadores de imunodeficiência também poderão
receber a vacina

Nota - A vacina deve ser adiada nas crianças com vômitos intensos e/ou diarréia grave, observando-se
cuidadosamente a idade máxima para administração das doses.

Conservação da vacina

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C, não devendo ser congelada

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente

VACINA POLIOMIELITE 1,2 e 3 (inativada) VACINA POLIOMIELITE 1 e 3 (atenuada)

Produtos

Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) – VIP – constituída de poliovirus dos tipos 1, 2 e 3 inativados com
formaldeído, obtidos a partir de cultura em células VERO.

Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) – VOPb – constituída de poliovírus dos tipos 1 e 3, atenuados,


propagados em células diplóides humanas.

Nota – a partir de abril de 2016 a vacina poliomielite 1,2 e 3 (atenuada) não estará mais disponível
mundialmente, sendo substituída pela vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) – VOPb.

Esquema de vacinação 1ª dose: aos 2 meses – VIP 2ª dose: aos 4 meses – VIP 3ª dose: aos 6 meses –
VIP 1º reforço: aos 15 meses – VOPb 2º reforço: entre 4 e 6 anos – VOPb

Idade para vacinação

A partir dos dois meses.

Nota - Iniciar sempre com VIP nas três primeiras doses e administrar os reforços com VOPb.

Doses e intervalos

Para a vacinação básica, três doses com VIP, com intervalo de dois meses entre as doses (mínimo de
quatro semanas).

Nota - Não há intervalo máximo entre as doses, mas a vacinação básica deve ser completada o mais
rapidamente possível. Nos casos em que houver interrupção da vacinação, esta prosseguirá com a dose
que o indivíduo iria receber quando se deu a descontinuação.

Doses de reforço

1. Primeiro reforço: Uma dose da VOPb aos 15 meses de idade


2. Segundo reforço: Uma dose da VOPb entre quatro e seis anos de idade.
Nota - A administração do primeiro reforço idealmente deve observar o intervalo de seis meses após a
última dose da vacinação básica.

Via de aplicação

VIP - Intramuscular, no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou na região
deltoide acima desta faixa etária.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 54
DOMINA CONCURSOS

VOPb - Oral.

Nota - As crianças alimentadas, mesmo que com leite materno, podem ser vacinadas normalmente com
VOPb, não havendo necessidade de intervalo entre a aplicação da vacina e as mamadas ou refeições.

Nota - Aplicar nova dose de VOPb se houver vômito imediato após administração da vacina.

Contraindicações

VIP - Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

VOPb - Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas. Entretanto, na rotina
dos serviços de saúde, recomenda-se adiar a aplicação da vacina em casos de diarréias graves e/ou
vômitos intensos. Para comunicantes de pessoas imunodeprimidas administrar preferentemente a VIP em
todas as doses.

Cuidados na aplicação

Deve-se tomar o máximo cuidado em não contaminar o recipiente e/ou conta-gotas da VOPb. Estes não
devem entrar em contato com móveis, utensílios ou boca da criança. Caso isso aconteça, o recipiente e/ou
conta-gotas precisam ser desprezados.

Conservação da vacina

Sob refrigeração, entre +2°C e +8°C.

Nota - O congelamento não altera a potência da vacina VOPb.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente.

VACINA ADSORVIDA DIFTERIA, TÉTANO, PERTUSSIS, HEPATITE B (recombinante) e HAEMOPHILUS

INFLUENZAE B (conjugada)

Produto

Vacina pentavalente com os seguintes componentes:

Ÿ Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis – tríplice bacteriana/DTP - associação de toxóide diftérico,
toxóide tetânico e Bordetella pertussis inativada, sob a forma líquida.

Ÿ Vacina Haemophilus influenzae b (conjugada) – Hib - vacina constituída do polissacáride purificado


polirribosil ribitol fosfato (PRP) conjugado ao toxóide tetânico, sob a forma liofilizada.

Ÿ Vacina Hepatite B (recombinante) - HB - Vacina sub unitária contendo antígeno de superfície do vírus da
hepatite B (AgsHB) purificado e obtido por engenharia genética, sob a forma líquida.

A vacina contém hidróxido ou fosfato de alumínio como adjuvante.

Nota - Para facilitar a identificação do produto será utilizada a denominação pentavalente.

Idade para vacinação

A partir de dois meses (a idade mínima é de seis semanas).

Doses e intervalos

Para a vacinação básica, três doses, com intervalos de dois meses (mínimo de quatro semanas).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 55
DOMINA CONCURSOS

Nota - Não há intervalo máximo entre as doses, mas a vacinação básica deve ser completada o mais
rapidamente possível, preferencialmente antes da criança completar 12 meses.

Nota - A vacinação básica com três doses também se aplica às crianças que receberam a vacina HB ao
nascer. Caso a criança não tenha recebido a vacina HB ao nascer e tenha menos de um mês de vida, esta
dose deverá ser administrada agendando a dose da pentavalente após 4 semanas

Nota - Caso a criança tenha entre 12 e 59 meses, e não tenha recebido o esquema completo com três
doses no primeiro ano de vida utilizar o seguinte esquema:

Doses de DTP-HB-Hib (Pentavalente) Doses necessárias

(já administradas no primeiro ano de vida) (para completar o esquema básico)

Uma dose DTP-HB-Hib (pentavalente) Agendar mais


duas doses DTP e Hepatite B

Nenhuma

Uma dose DTP-HB-Hib (pentavalente) Agendar mais


uma dose DTP e Hepatite B

Uma

Duas Uma dose DTP-HB-Hib (pentavalente)

Nota - Situações especiais de indicação da vacina Hib em crianças maiores de cinco anos seguem as
recomendações do Manual para os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Anexo III e IV).

Doses de reforço

No calendário de rotina os reforços são necessários para os componentes difteria, tétano e pertussis. A
vacina a ser utilizada será a DTP em duas ocasiões:

1. Primeiro reforço - Uma dose seis a 12 meses após o término da vacinação básica.
2. Segundo reforço - Uma dose entre quatro e seis anos de idade.
Nota - Caso a criança esteja com quatro anos ou mais e não tenha recebido o primeiro reforço, não é
necessário administrar dois reforços, mas apenas um na ocasião do atendimento, seguindo-se o esquema
de uma dose de vacina adsorvida difteria e tétano adulto (dupla tipo adulto - dT) a cada dez anos.

Nota - O primeiro reforço pode ser administrado até 6 anos, 11 meses e 29 dias, observando-se o intervalo
mínimo de seis meses após a última dose da vacinação básica.

Nota - Se o esquema básico não foi iniciado ou completado até a idade de seis anos e 11 meses, as doses
necessárias serão aplicadas com as vacinas dT e HB

Doses eventuais de reforço

1 - Difteria - Havendo contato com caso suspeito de difteria a pessoa pode, conforme norma específica,
receber imediatamente uma dose de reforço da DTP ou vacina adsorvida difteria e tétano infantil (dupla tipo
infantil - DT) até os seis anos e 11 meses, ou da dT, a partir dos sete anos. Nos casos de doentes com
difteria verificar norma específica para vacinação após a alta.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 56
DOMINA CONCURSOS

2 - Ferimentos - Sempre que houver ferimento suspeito, levar em conta as instruções indicadas no item
relativo à profilaxia do tétano após ferimento.

3 - Atualmente não se recomenda vacinação de reforço com a vacina Hib para crianças imunocompetentes
que receberam o esquema básico. Situações especiais de indicação de doses adicionais seguem as
recomendações do Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Anexo III e IV).

Via de aplicação

Intramuscular profunda no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou na região
deltóide acima desta faixa etária.

Contraindicações

Além das recomendações em relação às contraindicações gerais as vacinas pentavalente e DTP não
devem ser utilizadas em crianças com quadro neurológico em atividade e naquelas que tenham
apresentado, após sua aplicação, qualquer das seguintes manifestações:

1. Convulsões nas primeiras 72 horas após a aplicação da vacina;


2. Episódio hipotônico-hiporresponsivo, nas primeiras 48 horas após a aplicação da vacina;
3. Encefalopatia sete dias após a aplicação da vacina;
Nota - Nas situações 1 e 2 utilizar a vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (acelular), ou seja, a vacina
tríplice bacteriana acelular (DTPa). Na situação 3 e em crianças com doença neurológica em atividade
utilizar a DT (dupla infantil).

Nota - A vacina DT (dupla infantil) contém a mesma quantidade de toxóides tetânico e diftérico que a tríplice
(DTP) e segue o mesmo esquema de administração.

Nota - Quando os eventos descritos nas situações 1, 2 e 3 ocorrerem após a administração da vacina
Pentavalente, continuar o esquema básico das vacinas HB e Hib (quando incompleto) com as vacinas
monovalentes.

Nota - Nos casos de reação anafilática, é contraindicada a utilização de todos os componentes das vacinas
associados ao evento. Nas situações de anafilaxia após a aplicação de vacina DTP, sob a forma da vacina
Pentavalente ou isolada, também se contraindica a vacina com o componente pertussis acelular (DTPa).

Nota - Nas crianças com história pessoal e familiar de convulsão, e nas que tenham apresentado febre
maior que 39,5ºC ou choro intenso e incontrolável após dose anterior da vacina tríplice (DTP ou DTPa),
recomenda-se a administração de antitérmico/analgésico, no momento da vacinação e com intervalos
regulares nas 24-48 horas seguintes à administração.

Nota - Embora a vacina DTP possa ser utilizada em crianças com história pessoal de convulsão ou em
crianças com doença neurológica estabilizada, dá-se preferência à vacina DTPa.

Conservação da vacina

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C.

Nota - O congelamento da vacina inativa seus componentes.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente.

VACINA PNEUMOCÓCICA 10-VALENTE (conjugada)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 57
DOMINA CONCURSOS

Produto

Vacina pneumocócica 10-valente contendo os sorotipos de Streptococcus pneumoniae 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V,
14 e 23F conjugados à proteína D do Haemophilus influenzae, sorotipo de Streptococcus pneumoniae 18C
conjugado ao toxoide tetânico e o sorotipo de Streptococcus pneumoniae 19F conjugado ao toxóide
diftérico.

Idade para vacinação Apartir de dois meses (a idade mínima é de seis semanas). Avacina pneumocócica
10-valente pode ser aplicada até cinco anos de idade.

Doses e intervalos

Crianças menores de 1 ano: Duas doses, aos 2 e 4 meses de idade. O intervalo mínimo entre as doses é
de quatro semanas.

Nota - Alguns grupos de pacientes, como infectados pelo HIV, com asplenia, cardiopatias crônicas,
pneumopatias crônicas dentre outras patologias, têm recomendação de esquemas diferenciados (consultar
o Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais- ver anexo III e IV).

Crianças de 12 meses a < 5 anos de idade: Dose única.

Dose de reforço

Uma dose de reforço é recomendada no segundo ano de vida, preferencialmente aos 12 meses de idade.

Nota - Caso o lactente tenha recebido três doses da vacina antes de completar um ano de idade mantém-
se a indicação da dose de reforço.

Nota - Crianças que iniciaram esquema após 12 meses de idade não há necessidade de reforço.

Via de aplicação

Intramuscular no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou na região deltóide
acima desta faixa etária.

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

Conservação

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C, não devendo ser congelada.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente.

Nota - A vacina pneumocócica 10-valente conjugada apresenta-se como suspensão branca turva. Após o
armazenamento pode-se observar um depósito branco fino, com sobrenadante incolor transparente. Isso
não é um sinal de deterioração.

VACINA MENINGOCÓCICA C (conjugada)

Produto

Vacina adsorvida do meningococo C conjugado com a proteina CRM197 mutante não tóxica da toxina
diftérica.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 58
DOMINA CONCURSOS

Idade para vacinação

A partir de dois meses de idade

Doses e intervalos

Duas doses aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo mínimo de quatro semanas.

Dose de reforço

Uma dose aos 12 meses de idade

Nota - Crianças que iniciam o esquema acima de 12 meses de idade deverão receber dose única.

Via de aplicação:

Intramuscular no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou na região deltoide
acima desta faixa etária.

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

Conservação da vacina

Sob refrigeração, entre +2°C e +8°C, não devendo ser congelada.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente.

VACINA FEBRE AMARELA (atenuada)

Produto

Vacina de vírus atenuado de febre amarela cultivados em ovos embrionados de galinha.

Idade para vacinação

A partir de nove meses de idade, para residentes em regiões onde houver indicação, de acordo com a
situação epidemiológica, e para pessoas que se dirijam a essas regiões (

Nota - O início da proteção ocorre entre o oitavo e o décimo dia após a administração da vacina, portanto a
vacinação para viajantes deve ser realizada pelo menos com 10 dias de antecedência.

Doses e intervalos

Uma dose aos nove meses de idade e um reforço aos quatro anos de idade.

Nota - Em situações especiais como epidemias e epizootias a vacina pode ser utilizada a partir de 6 meses
de idade de acordo com norma específica.

Nota - Caso a pessoa não tenha recebido o esquema completo na idade recomenda-se :

Idade Vacina febre amarela atenuada

Doses anteriores Doses necessárias

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 59
DOMINA CONCURSOS

>= 9 meses até 4 anos, Nenhuma Aplicar uma dose e agendar reforço único até
11 meses e 29 dias 4 anos 11 meses e 29 dias de idade (intervalo
mínimo de 4 semanas).

A partir de 5 anos de Nenhuma Aplicar uma dose e agendar reforço único


idade após

10 anos

Uma dose antes de 5 anos de Aplicar reforço único (intervalo mínimo de 4


idade
semanas)

Uma dose a partir dos 5 anos de Aplicar reforço único após 10 anos (intervalo

idade mínimo de 4 semanas)

Duas doses ou mais Não necessitam doses adicionais

Via de aplicação

Subcutânea.

Contraindicações

Além das recomendações em relação às contraindicações gerais, a vacina está contraindicada:

Ÿ Em mães que estejam amamentando crianças com até seis meses de idade, pelo risco de transmissão do
vírus vacinal. Caso a vacinação seja imprescindível a amamentação deverá ser suspensa no mínimo por 15
dias após a vacinação (preferencialmente 30 dias). A mãe deverá ser orientada, sobre os procedimentos
para extração e armazenamento do leite materno antes da vacinação para propiciar o aleitamento neste
período.

Ÿ Em pessoas que após ingestão de ovo apresentem urticária generalizada, sibilos, laringoespasmo, edema
de lábios, hipotensão ou choque, ocorrendo nas primeiras duas horas.

Nota - Não constituem contraindicações à vacina alergia ou intolerância à ingestão de ovo que não sejam
de natureza anafilática.

Nota - A vacina FA deve ter seu uso evitado durante a gravidez, a não ser que os riscos de aquisição da
doença sejam muito superiores ao eventual dano produzido pela imunização.

Simultaneidade com outras vacinas

A vacina FA não deve ser aplicada simultaneamente com as vacinas tríplice viral ou tetraviral na
primovacinação de crianças menores de dois anos de idade, devendo as administrações ser espaçadas
pelo menos por 4 semanas, pela possibilidade de interferência na resposta imune a estes agentes

Nota - Em situações especiais como, por exemplo, viagens, epidemias, vacinação de bloqueio, minimização
de oportunidades perdidas, a vacinação simultânea pode ser realizada.

Conservação da Vacina

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C.

Prazo de validade

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 60
DOMINA CONCURSOS

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente

VACINA SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA

Produto

Vacina combinada de vírus vivos atenuados de sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral - SCR).

Idade para vacinação

A partir dos 12 meses.

Nota - Em situações de bloqueio da disseminação do sarampo, de acordo com norma específica, a vacina
poderá ser aplicada a partir de 6 meses de idade.

Doses e intervalo

Duas doses, sendo a primeira aos 12 meses de idade e a segunda aos 15 meses na forma da vacina
sarampo, caxumba, rubéola e varicela (atenuada) – vacina tetraviral.

Via de aplicação

Subcutânea.

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

Nota - História de uma ou mais das seguintes manifestações anafiláticas: urticária, sibilos, laringoespasmo,
edema de lábios, hipotensão ou choque, ocorrendo nas primeiras duas horas após ingestão de ovo não
contraindica a vacina, mas é recomendável que a mesma seja administrada em ambiente hospitalar.

Nota - Na primovacinação de crianças menores de dois anos de idade a vacina tríplice viral não deve ser
aplicada simultaneamente com a vacina febre amarela pela possibilidade de interferência na resposta
imunológica a estes agentes. Nestas situações respeitar o intervalo de 4 semanas entre as doses

Nota - As mulheres vacinadas deverão evitar a gravidez por pelo menos 4 semanas após a aplicação.
Saliente-se que não há registro de caso de síndrome da rubéola congênita decorrente de vacinação
inadvertida de gestante.

Nota - A vacina não deve ser utilizada quando do uso de imunoglobulinas e de sangue e derivados
previamente à vacinação (ver anexo II) ou nas 2 semanas posteriores a ela. Revacinar se houver aplicação
nessas condições.

Nota - Antes da utilização da vacina tríplice viral em crianças que apresentam ou apresentaram
trombocitopenia, avaliar relação risco-benefício cuidadosamente.

Conservação da vacina

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote e deve ser respeitado rigorosamente.

VACINA SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA E VARICELA (atenuada)

Produto

Vacina combinada de vírus vivos atenuados de sarampo, caxumba, rubéola e varicela.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 61
DOMINA CONCURSOS

Nota - Para facilitar a identificação do produto será utilizada a denominação tetraviral.

Idade para vacinação

Aos 15 meses.

Nota - Caso a criança ainda não tenha recebido a vacina tríplice viral, esta deverá ser administrada
previamente. Administrar a vacina tetraviral com intervalo mínimo de 4 semanas após a tríplice viral.

Doses e intervalo

Dose única aos 15 meses de idade.

Via de aplicação

Subcutânea.

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas

Nota - História de uma ou mais das seguintes manifestações anafiláticas (urticária, sibilos, laringoespasmo,
edema de lábios, hipotensão, choque), ocorrendo nas primeiras duas horas após ingestão de ovo não
contraindica a vacina, mas é recomendável que a mesma seja administrada em ambiente hospitalar.

Nota - Na primovacinação de crianças menores de dois anos de idade a vacina tetraviral não deve ser
aplicada simultaneamente com a vacina febre amarela pela possibilidade de interferência na resposta
imunológica a estes agentes. Nestas situações respeitar o intervalo de 4 semanas entre as doses.

Nota - A vacina não deve ser utilizada quando do uso de imunoglobulinas e de sangue e derivados
previamente à vacinação (ver anexo II) ou nas 2 semanas posteriores a ela. Revacinar se houver aplicação
nessas condições.

Nota - Antes da utilização da vacina tetraviral em crianças que apresentam ou apresentaram


trombocitopenia, avaliar relação risco-benefício cuidadosamente

Nota - Não utilizar medicamentos contendo acido acetilsalicílico nas seis semanas após a aplicação da
vacina.

Conservação da vacina

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote e deve ser respeitado rigorosamente

VACINA ADSORVIDA HEPATITE A (inativada)

Produto

Vacina contendo partículas virais inativadas com formalina, contendo hidróxido de alumínio como
adjuvante. As partículas virais são obtidas a partir de cultura celular de fibroblastos humanos.

Idade para vacinação

Aos 15 meses de idade.

Nota - A idade mínima para aplicação é a partir de 12 meses de idade.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 62
DOMINA CONCURSOS

Dose

Dose única.

Nota - Para crianças as formulações contêm metade da dose preconizada para os adultos.

Via de aplicação

Intramuscular, no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou na região deltoide
acima desta faixa etária.

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

Nota - A segurança da vacinação durante a gestação não foi determinada; contudo, como se trata de vírus
inativados, o risco teórico de problemas fetais é muito baixo.

Conservação da vacina

Sob refrigeração, entre +2°C e +8°C, não devendo ser congelada.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente

VACINA PAPILOMAVIRUS HUMANO 6, 11, 16, 18 (RECOMBINANTE)

Produto

Vacina quadrivalente, recombinante, inativada, contendo proteínas L1 do papilomavirus humano (HPV) dos
tipos 6, 11, 16 e 18.

Idade de vacinação

A partir dos 9 até 13 anos, para o sexo feminino

Doses e intervalo

Duas doses, com intervalo de 6 meses.

Via de aplicação

Intramuscular na região deltóide.

Nota - Devido ao risco de síncope, é importante recomendar que a adolescente permaneça sentada por 15
minutos após a vacinação.

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

Nota - Em gestantes, uma vez que não há estudos conclusivos em mulheres grávidas até o presente
momento, se a adolescente engravidar após o inicio do esquema vacinal, as doses subsequentes deverão
ser adiadas até o período pós-parto. Caso, a vacina seja administrada inadvertidamente durante a gravidez,
nenhuma intervenção adicional é necessária, somente o acompanhamento pré natal adequado.

Nota - A vacina pode ser administrada em mulheres em período de amamentação

Conservação

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 63
DOMINA CONCURSOS

Sob refrigeração, entre +2°C e +8°C, não devendo ser congelada.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote da vacina e deve ser respeitado rigorosamente

VACINA ADSORVIDA DIFTERIA E TÉTANO ADULTO VACINA ADSORVIDA DIFTERIA, TÉTANO,


PERTUSSIS (ACELULAR) ADULTO

Produtos Existem os seguintes tipos de vacinas de difteria e tétano para pessoas com 7 anos ou mais de
idade: Ÿ Vacina adsorvida difteria e tétano adulto - dupla tipo adulto/dT: associação dos toxóides diftérico e
tetânico, tendo o hidróxido ou o fosfato de alumínio como adjuvante.

Ÿ Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (acelular) adulto – tríplice acelular do adulto/ dTpa: associação
de toxóide diftérico, toxóide tetânico e componentes purificados dos antígenos da Bordetella pertussis -
toxina pertussis (PT), hemaglutinina filamentosa (FHA), pertactina (PRN) e/ou fimbrias (FIM) tipos 1, 2 e 3,
adsorvidos em hidróxido de alumínio hidratado e fosfato de alumínio.

Nota - A dT contém menor quantidade de toxóide diftérico do que a vacina adsorvida difteria e tétano infantil
(dupla tipo infantil - DT) e a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (tríplice bacteriana - DTP).

Indicação

Vacina dupla tipo adulto (dT) - Indicada para crianças a partir de sete anos de idade, adolescentes e
adultos (incluindo gestantes) como reforço ou que não tenham recebido vacina adsorvida difteria, tétano,
pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada)/ tetravalente, vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis,
Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada)/ pentavalente, vacina DTP ou vacina
DT ou cujo estado vacinal seja desconhecido.

Vacina tríplice acelular do adulto – Indicada para:

Gestantes a partir da vigésima sétima semana (27ª), preferencialmente, até a trigésima sexta (36ª) semana
de gestação. Entretanto, se a gestante comparecer à sala de vacina após este período e ainda não tiver
recebido a vacina tríplice acelular esta poderá ser administrada até o final da gestação

Nota - A aplicação da vacina dTpa (difteria, tétano e pertussis acelular) em gestantes estimula a produção
de anticorpos maternos contra a coqueluche que passam pela placenta e protegem diretamente a criança
durante os primeiros meses de vida, além de proteger indiretamente pela diminuição do risco de infecção
da mãe.

Nota - A vacina dTpa deve ser administrada a cada gestação considerando que os anticorpos têm curta
duração, portanto, a vacinação durante uma gravidez não manterá alto nível de anticorpos protetores em
gestações subsequentes.

Nota - Não foram relatados eventos adversos para o feto em decorrência da aplicação dos toxóides diftérico
e tetânico e componente pertussis acelular na gestação.

Nota - É importante vacinar o mais precocemente possível dentro da indicação do período de gestação,
pelo risco de intercorrências, a exemplo do parto prematuro.

1. Os seguintes profissionais de saúde: médico anestesista, ginecologista, obstetra, neonatologista,


pediatra, enfermeiro, técnico de enfermagem e demais profissionais que atendam recém-nascidos nas
maternidades e berçários/UTIs neonatais.

Doses e intervalo

Vacina dupla tipo adulto (dT) - Duas doses com intervalo de dois meses (mínimo de quatro semanas) e a
terceira dose seis meses após a segunda - OU - Três doses com intervalo de dois meses entre elas
(mínimo de quatro semanas).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 64
DOMINA CONCURSOS

Nota - Não há necessidade de recomeçar o esquema se houver atraso no intervalo entre as doses.

Nota - Para gestantes e profissionais de saúde referidos na indicação observar o esquema da dT com
dTpa.

Vacina tríplice acelular do adulto

1. Para gestantes - O esquema recomendado da vacina dTpa é uma dose a cada gestação, independente
do número de doses prévias de dT ou se a mulher recebeu dTpa em outra(s) gestação(ções). Observar as
condutas recomendadas no quadro a seguir.

Conduta para a vacinação de gestantes com dTpa e dT

SITUAÇÃO DA GESTANTE CONDUTA

Administrar as duas primeiras doses com dT, e a última dose com dTpa
entre 27ª e preferencialmente até 36ª semana de gestação, com
intervalo de dois meses entre as doses, mínimo de 4 semanas.

Não vacinada anteriormente

Vacinada previamente com uma Administrar uma dose de dT e uma dose de dTpa entre 27ª e
dose de dT preferencialmente até 36ª semana de gestação, com intervalo de dois
meses, mínimo de 4 semanas.

Administrar uma dose de dTpa entre 27ª e, preferencialmente, até 36ª


semana de gestação, com intervalo de dois meses da última dose,
Vacinada previamente com duas mínimo de 4 semanas.
doses de dT

Administrar uma dose de dTpa entre 27ª e, preferencialmente, até 36ª


semana de gestação, com intervalo de dois meses da última dose,
Vacinada previamente com três mínimo de 4 semanas.
doses de dT

Administrar uma dose de dTpa entre 27ª e, preferencialmente, até 36ª


semana de gestação, com intervalo de dois meses da última dose,
Vacinada previamente com três mínimo de 4 semanas.
doses de dT e com dose(s) de
reforço(s).

Nota - Se a gestante comparecer à sala de vacina a partir da 27ª semana de gestação iniciar o esquema
com a vacina dTpa.

Nota - Se a gestante recebeu dose de dTpa anteriormente à 27ª semana, administrar nova dose entre a 27ª
e preferencialmente a 36ª semana, observando intervalo mínimo de quatro semanas entre as doses.

Nota - Para a adequada proteção da mãe e prevenção do tétano neonatal em gestação futura, caso tenham
sido aplicadas apenas duas doses de vacinas durante a gestação, é importante a aplicação de uma terceira
dose, com a vacina dT, que deve ocorrer seis meses após a segunda dose.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 65
DOMINA CONCURSOS

2. Para profissionais de saúde referidos na indicação com esquema de vacinação completo para difteria e
tétano:

Ÿ Administração da dTpa, observando intervalo mínimo de quatro semanas da última dose de dT, e reforço
a cada dez anos com dTpa.

Ÿ Com esquema de vacinação básico incompleto: administrar uma dose de dTpa e completar o esquema,
se necessário, com uma ou duas doses de dT (dupla adulto) de forma a totalizar três doses da vacina
contendo os componentes diftérico e tetânico.

Doses de reforço

Vacina dupla adulto Todas as pessoas a partir dos sete anos de idade, que tenham recebido vacinação
básica e reforço com pentavalente, tetravalente, DTP, DTPa, dTpa, DT ou dT devem receber reforços de
dupla tipo adulto (dT), a cada dez anos (sugere-se as idades de 15, 25, 35 anos etc., que facilita a
memorização).

Vacina tríplice acelular do adulto

1. Para gestantes - administrar uma dose de reforço a cada gestação


2. Para profissionais de saúde referidos na indicação - administrar uma dose de reforço a cada dez anos.
Via de aplicação

Intramuscular na região do deltóide, do glúteo ou do vasto lateral da coxa.

Contraindicações

Seguir as recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas.

Conservação da vacina

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C.

Nota - O congelamento da vacina inativa os componentes das vacinas dT e dTpa.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote de vacina e deve ser respeitado rigorosamente.

Profilaxia do tétano após ferimento

1. Limpeza do ferimento com água e sabão e debridamento profundo, se necessário, o mais rápido
possível.

2. Não há indicação para o emprego de penicilina benzatina; o uso de outros antibióticos não tem valor
comprovado.

3. A necessidade de vacinação contra o tétano, com ou sem imunização passiva, depende do tipo e
condições do ferimento, assim como da história de imunização prévia. Observar as condutas no quadro a
seguir:

Conduta para imunização contra o tétano em ferimentos

FERIMENTO LIMPO E SUPERFICIAL OUTROS FERIMENTOS

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 66
DOMINA CONCURSOS

História de imunização contra Vacina1 Imunização Vacina1 Imunização


o tétano Passiva2 Passiva2

Incerta ou menos de três Sim Não Sim Sim


doses*

Última dose há menos de Não Não Não Não


cinco anos

Última dose entre cinco e dez Não Não Sim Não


anos

Última dose há mais de dez Sim Não Sim Não


anos

*aproveitar a oportunidade para indicar a complementação do esquema de vacinação

1Vacina: para crianças abaixo de sete anos, utilizar a vacina pentavalente ou tríplice (DTP)
complementando o esquema

vacinal de acordo com a faixa etária. Utilizar a vacina dupla tipo infantil (DT) se o componente pertussis for
contraindicado. A partir dos sete anos administrar a dupla tipo adulto (dT). No caso de gestantes e dos
profissionais de saúde referidos na indicação observar a oportunidade da indicação de dTpa.

2Imunização passiva: com soro antitetânico, na dose de 5.000 unidades pela via intramuscular, ou
preferentemente com

imunoglobulina humana antitetânica, na dose de 250 unidades, pela via intramuscular. Utilizar local
diferente daquele no qual foi aplicada a vacina. As doses de soro e imunoglobulina são as mesmas
independentemente de idade ou peso.

VACINA INFLUENZA (inativada)

Produto

Vacina constituída por diferentes cepas do vírus influenza, inativado, fragmentado, obtido a partir da cultura
em ovos embrionados de galinha. A vacina habitualmente é composta por duas cepas do tipo A e uma cepa
do tipo B, definidas anualmente pela Organização Mundial de Saúde no mês de setembro para o hemisfério
sul.

Idade para vacinação

A partir dos 6 meses de idade.

No Programa Nacional de Imunizações a vacinação é realizada sob forma de campanha e é indicada para
adultos com 60 anos de idade ou mais, crianças entre 6 meses e menores de cinco anos de idade,
gestantes em qualquer período de gestação, puérperas, profissionais de saúde, população indígena,
pessoas com doenças crônicas e população privada de liberdade.

Doses e Intervalo

Dose anual, de preferência no outono, período que antecede a maior circulação dos vírus da influenza, de
acordo com a faixa etária:

Ÿ Crianças de 6 meses a 35 meses de idade – a dose corresponde a 0,25 ml. Na primovacinação


administrar duas doses com intervalo de 4 semanas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 67
DOMINA CONCURSOS

Ÿ Crianças de 3 a 8 anos e 11 meses de idade – a dose corresponde a 0,5 ml. Na primovacinação


administrar duas doses com intervalo de 4 semanas.

Nota: Para crianças de 6 meses a 8 anos e 11 meses de idade que receberam duas doses anteriormente
recomenda-se a administração de uma única dose anual.

Ÿ Crianças a partir de 9 anos de idade, adolescentes e adultos: a dose corresponde a 0,5 ml.

Nota - O intervalo entre as vacinações em anos subsequentes, para qualquer faixa etária, pode ser inferior
a 12 meses.

Via de aplicação

Intramuscular, no vasto lateral da coxa em crianças menores de dois anos de idade, ou a região deltoide
acima desta faixa etária.

Contraindicação

Além das recomendações em relação às contraindicações gerais das vacinas, a vacina está contraindicada
em pessoas que após ingestão de ovo apresentem urticária generalizada, sibilos, laringoespasmo, edema
de lábios, hipotensão ou choque, ocorrendo nas primeiras duas horas.

Nota - Não constituem contraindicações à vacina alergia ou intolerância à ingestão de ovo que não sejam
de natureza anafilática.

Nota - A vacinação de pessoas com antecedente de síndrome de Guillain-Barrè deve ser discutida
individualmente.

Nota - Reação cutânea ao timerosal não constitui contraindicação.

Conservação da vacina

Sob refrigeração, entre +2°C e +8°C, não devendo ser congelada.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote e deve ser respeitado rigorosamente.

VACINA RAIVA (INATIVADA) SORO ANTIRRÁBICO IMUNOGLOBULINA HUMANA ANTIRRÁBICA

Produtos

Vacina de vírus rábico inativado, produzidas a partir de cultivos celulares e ovos embrionados.

Soro antirrábico – (SAR) solução purificada de imunoglobulinas preparada a partir de soro de equinos
hiperimunizados contra raiva.

Imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR) – solução purificada de imunoglobulinas obtida do plasma de


doadores com níveis elevados de anticorpo específico.

Indicação

Ÿ Pré-exposição: para grupos de alto risco de exposição ao vírus da raiva, tais como médicos veterinários,
estudantes de medicina veterinária, profissionais de laboratórios de diagnóstico, produção de vacina e
pesquisa científica em raiva, oficiais de controle animal e demais profissionais e estudantes que manejam
mamíferos.

Ÿ Pós-exposição: quando houver possível exposição acidental ao vírus da raiva.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 68
DOMINA CONCURSOS

Pré-exposição Doses, intervalos e via de aplicação. Vacina: 3 doses, nos dias 0, 7 e 28

Ÿ 0,5 ou 1,0 mL, dependendo do laboratório produtor, por via intramuscular; no vasto lateral da coxa, em
crianças menores de dois anos, ou no deltóide, acima dessa faixa etária.

Ÿ 0,1 mL, por via intradérmica

Nota - É necessário o controle sorológico a partir do 10º dia após a última dose. São considerados
satisfatórios os resultados iguais ou superiores a 0,5 UI/mL de anticorpos neutralizantes. O controle
sorológico deve ser repetido com periodicidade de acordo com o risco a que está exposto o profissional. Os
que trabalham em situação de alto risco, como os que atuam em laboratórios de raiva e captura de
morcego, devem realizar a titulação a cada seis meses. Caso o resultado seja <0,5 UI/mL, uma nova dose
de vacina deve ser aplicada e a avaliação sorológica repetida. Na eventualidade de não ocorrer resposta
sorológica, consultar as autoridades de saúde municipal ou o Instituto Pasteur.

Pós exposição

Cuidados iniciais

É necessário lavar as lesões causadas por animais, com água e sabão, o mais rápido possível. Não é
recomendável suturar as lesões; no entanto, caso haja necessidade, e o SAR, ou a IGHAR, estiver indicado
(ver a seguir), a infiltração deve anteceder a sutura em pelo menos 30 minutos.

A indicação da vacina contra a raiva e de SAR ou IGHAR depende do tipo de acidente e do animal que
causou o acidente.

Classificação do acidente

1. Leve - quando caracterizado por:


 ferimento superficial no tronco ou nos membros, exceto mãos e pés;

 lambedura de lesões superficiais. A profilaxia é realizada APENAS COM A VACINA.

2. Grave - quando caracterizado por:


 ferimento nas mucosas, no segmento cefálico, nas mãos ou nos pés;

 ferimento profundo, mesmo que puntiforme;

 ferimentos múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo;

 lambedura de lesões profundas ou de mucosas, mesmo que intactas;

 ferimento por morcego, independente do local, da extensão e profundidade

A profilaxia é realizada COM A VACINA E O SORO ANTIRRÁBICO ou a IMUNOGLOBULINA HUMANA


ANTIRRÁBICA, com exceção de alguns acidentes com cães e gatos descritos a seguir.

Nota - O contato indireto, como a manipulação de utensílios potencialmente contaminados, a lambedura da


pele íntegra e acidentes com agulhas durante a aplicação de vacina animal não são considerados
acidentes de risco e não exigem esquema profilático.

Avaliação do animal que causou o acidente

1. Cão ou gato
a) Avaliar:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 69
DOMINA CONCURSOS

a.1) As condições do animal agressor e classificá-lo como sem suspeita de raiva no momento da
agressão, clinicamente suspeito de raiva no momento da agressão, raivoso, desaparecido ou morto.

É necessário avaliar as circunstâncias da agressão: pode ocorrer por algum motivo justificável, como a
índole ou treinamento do animal, reação a maus tratos, auto defesa, entre outros, ou devido à mudança de
comportamento do animal, o que é sugestivo da doença;

a.2) A possibilidade de observação do animal por 10 dias após o acidente; a.3) O risco de o animal
transmitir o vírus da raiva, de acordo com os cuidados que recebe. O animal

de baixo risco é totalmente controlado, dependente do dono, só sai à rua acompanhado e vigiado e tem
pouco ou nenhum contato com outros animais. O animal de risco tem pouco ou nenhum controle;
permanece nas ruas por períodos indeterminados, podendo ser infectado ou infectar outros animais. A
vacinação é um dos indicadores do cuidado que o animal recebe, mas, por si só, não descarta a
possibilidade de doença;

a.4) A área geográfica de procedência do animal com relação à situação da raiva. A área pode ser
classificada como área de raiva controlada, não controlada ou a situação da raiva pode não ser conhecida.
Esta informação deve ser obtida com as autoridades locais de saúde.

b) Conduta: b.1) Animal raivoso, desaparecido ou morto:


– indicar profilaxia, de acordo com a classificação do acidente.

b.2) Animal clinicamente suspeito de raiva no momento da agressão

Em caso de acidente leve, iniciar o esquema com duas doses de vacina (dias 0 e 3). Observar o animal
durante 10 dias após a exposição. Se permanecer sem suspeita de raiva no período de observação,
encerrar o caso. Se morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar o esquema até cinco doses.
Aplicar uma dose entre o 7º e 10º dia e uma nos dias 14 e 28.

Em caso de acidente grave, iniciar o esquema com SAR ou IGHAR e cinco doses de vacina (dias 0,3, 7, 14
e 28). Observar o animal durante 10 dias após a exposição. Se permanecer sem suspeita de raiva no
período de observação, suspender o esquema e encerrar o caso. Se morrer, desaparecer ou se tornar
raivoso, dar continuidade ao esquema.

b.3) Animal sem suspeita de raiva no momento da agressão:

– avaliar a possibilidade de observação do animal por 10 dias: u Se não puder ser observado: indicar
profilaxia, de acordo com a classificação do acidente. u Se puder ser observado: avaliar o risco de o animal
transmitir o vírus:

Animal de baixo risco: Observar o animal durante 10 dias após a exposição. Se neste prazo o animal
permanecer sem suspeita de raiva, encerrar o caso. Se morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, iniciar a
profilaxia, de acordo com a classificação do acidente

b.3.1) Animal de risco:

– avaliar a área geográfica de procedência do animal:

i) Área de raiva controlada:


Observar o animal durante 10 dias após a exposição. Se neste prazo ele permanecer sem suspeita de
raiva, encerrar o caso; se morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, iniciar a profilaxia, de acordo com a
classificação do acidente.

ii) Área de raiva não controlada ou com situação desconhecida:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 70
DOMINA CONCURSOS

Em caso de acidente leve, observar o animal por 10 dias após a exposição. Se neste prazo o animal
continuar sem suspeita de raiva, encerrar o caso; se morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, iniciar a
vacinação;

Em caso de acidente grave, iniciar o esquema com duas doses de vacina (dias 0 e 3). Observar o animal
durante 10 dias após a exposição. Se permanecer sem suspeita de raiva no período de observação,
encerrar o caso. Se morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, dar continuidade ao esquema, administrando
o SAR ou IGHAR e completando o esquema até cinco doses. Aplicar uma dose entre o 7º e 10º dia e uma
nos dias 14 e 28.

Nota - Se o animal morrer, ou for submetido à eutanásia, amostras do sistema nervoso central devem ser
enviadas para o diagnóstico laboratorial de raiva. O resultado negativo permite a dispensa ou interrupção
da profilaxia.

O resultado pode ser aguardado por 48 horas após o acidente, desde que o animal tenha morrido sem
sinais sugestivos de raiva. Se não puder ser obtido nesse período, iniciar a profilaxia e interrompê-la no
caso de resultado negativo.

2. Acidente causado por outros mamíferos


a) Coelho, rato, cobaia, hamster e demais roedores urbanos: Acidentes causados por esses animais não
requerem profilaxia

b) Animais domésticos ou de interesse econômico: bovídeos, equídeos, caprinos, suínos e ovinos:


A indicação da profilaxia após acidentes com estes animais depende do resultado da investigação, que
deve ser realizada em conjunto com médicos veterinários. É necessário avaliar o animal e a situação da
raiva na região de sua procedência para caracterizar adequadamente o risco de transmissão da doença. Se
não houver informações confiáveis, indicar a profilaxia de acordo com a classificação do acidente.

Nota - Se o animal morrer, ou for submetido à eutanásia, amostras do sistema nervoso central devem ser
enviadas para o diagnóstico laboratorial de raiva. O resultado negativo permite a dispensa ou interrupção
da profilaxia.

O resultado pode ser aguardado por 48 horas após o acidente, desde que o animal não tenha apresentado
sinais sugestivos de raiva. Se não puder ser obtido nesse período, iniciar a profilaxia e interrompê-la no
caso de resultado negativo.

Para equídeos não é possível obter o resultado em 48 horas, portanto em caso de acidentes com estes
animais iniciar a profilaxia o mais rápido possível.

c) Mamíferos silvestres:
c.1) Morcego: classificar SEMPRE o acidente como grave e indicar a profilaxia com vacina e SAR ou
IGHAR.

Nota - Cães, gatos, outros mamíferos silvestres e animais de interesse econômico infectados por morcegos
também podem adoecer e transmitir o vírus, por isso, nos acidentes causados por estes animais, também é
necessário incluir como critério de avaliação o possível risco de contato com morcegos.

c.2) Demais mamíferos silvestres: indicar a profilaxia de acordo com a classificação do acidente.

Nota - Sempre que possível, encaminhar o morcego para identificação e diagnóstico laboratorial da raiva.
Quanto aos demais, encaminhar apenas o sistema nervoso central. Se o resultado for negativo, a profilaxia
pode ser interrompida.

Doses, intervalos e via de aplicação:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 71
DOMINA CONCURSOS

1. Vacina: 5 doses de 0,5 ou 1,0 ml (dependendo do laboratório produtor), nos dias 0, 3, 7, 14 e 28, por via
intramuscular; no vasto lateral da coxa, em crianças menores de dois anos, ou no deltóide, acima dessa
faixa etária.

2. Soro antirrábico (SAR): 40 UI/Kg de peso


3. Imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR): 20 UI/Kg de peso.
O volume total, ou o máximo possível, do SAR ou da IGHAR, deve ser infiltrado na região do ferimento; se
necessário, por exemplo, em casos de ferimentos extensos ou múltiplos, diluir com soro fisiológico para
permitir a infiltração de toda área lesionada. Se a lesão for pequena, infiltrar o maior volume possível e
aplicar o restante por via intramuscular, em uma ou mais aplicações, respeitando o volume máximo para
cada grupo muscular, podendo ser utilizada a região glútea.

Se o SAR, ou a IGHAR, não for administrado no início da profilaxia (dia zero), deve ser administrado assim
que possível, até o sétimo dia após a primeira dose da vacina, independente de o paciente ter recebido as
outras doses. Após esse prazo, não deve ser administrado porque o paciente já apresenta resposta à
vacina e pode haver interferência entre a imunização ativa e passiva.

Nota - Apesar de seguro, o SAR deve ser aplicado em locais com infraestrutura para atendimento de
choque anafilático e o paciente deve ser mantido em observação pelo período de duas horas.

Nota - Interrogar o paciente sobre quadros de hipersensibilidade, uso prévio de imunoglobulinas de origem
animal e contatos frequentes com animais, principalmente equídeos, o que aumentaria o risco de
hipersensibilidade. No caso de resposta positiva, substituir o SAR pela IGHAR, se disponível

Nota - Não deve ser utilizada a mesma agulha e/ou seringa para a aplicação da vacina e do SAR ou da
IGHAR. Nunca aplicar a vacina e o SAR, ou a IGHAR, em regiões anatomicamente próximas.

Reexposição

Se houver indicação de profilaxia para pessoas que previamente receberam esquema completo de pré ou
pós-exposição, com qualquer vacina, administrar 2 doses de vacina, nos dias 0 e 3. Para estes casos, não
é necessário indicar SAR ou IGHAR. Se houver dúvidas a respeito de profilaxias anteriores, administrar o
esquema completo indicado para pós-exposição.

Conservação dos produtos

Sob refrigeração entre +2°C e +8°C.

Prazo de validade

Consta das instruções que acompanham cada lote e deve ser respeitado rigorosamente.

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 72

Você também pode gostar