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A emergência e

reemergência
das doenças
infecciosas

Profa Dra Georgia Aragão


Março de 2023
O que são?

As doenças infecciosas podem ser


classificadas de acordo com o seu
comportamento epidemiológico em dois
tipos: doenças emergentes e reemergentes.
Esses dois conceitos são utilizados quando
analisamos uma população especificamente,
uma vez que uma doença pode emergir
em um local e reemergir em outro.
Doenças emergentes e
reemergentes mais frequentes no
Brasil
No Brasil, as doenças emergentes mais evidentes
são: febre amarela, cólera, tuberculose,
dengue, hantavirose, leishmaniose, filariose,
AIDS e malária.
Fatores envolvidos na determinação
da emergência e reemergência:

• fatores demográficos;
• fatores sociais e políticos;
• fatores econômicos;
• fatores ambientais;
• fatores relacionados ao desempenho do setor saúde;
• fatores relacionados às mudanças e adaptação dos
microrganismos e
• manipulação de microrganismos com vistas ao
desenvolvimento de armas biológicas
FATORES DEMOGRÁFICOS

• A população mundial continua a crescer, a um ritmo de


aproximadamente 70 milhões ao ano.

• 50% da população mundial vive nas cidades.

• No mundo subdesenvolvido, esta urbanização significa aglomeração


intensa, com populações grandes vivendo em espaço reduzido;
saneamento inadequado, tanto em relação ao abastecimento da água,
quanto aos sistemas de esgotamento sanitário e destinação de resíduos
sólidos; habitação precária; proliferação de fauna sinantrópica; falta de
infraestrutura urbana e agressão ao meio ambiente.

• Exemplo de doença: dengue


FATORES SOCIAIS E POLÍTICOS
• As guerras, levando a grandes deslocamentos populacionais de massa, com a
geração de populações de refugiados sobrevivendo em condições
degradantes, também levam à criação de condições adequadas à emergência
e reemergência de doenças.

• No Zaire, em 1994, cerca de 50 mil refugiados da guerra de Ruanda morreram


nos primeiros meses nos campos de refugiados, de cólera e diarréia
por Shigella dysenteriae.

• As mudanças comportamentais, decorrentes da urbanização, da incorporação


das mulheres ao mercado de trabalho, do surgimento de métodos
contraceptivos de maior eficácia, a maior liberdade sexual, e ainda a
disseminação do uso de substâncias psicoativas, muitas vezes por via
injetável, contribuíram para a reemergência e a disseminação de várias
doenças sexualmente transmissíveis, em especial a gonorréia, a sífilis, as
infecções por Chlamydia trachomatis e as hepatites B e C, além de
desempenharem um papel de destaque na emergência da epidemia de
HIV/aids.
FATORES ECONOMICOS
• O início do comércio entre a Ásia e a Europa, pela rota da
seda, trouxe os ratos e a peste.

• A reemergência do cólera na América do Sul em 1990 foi


relacionada à água de lastro de navios fazendo a rota Ásia —
Peru.

• Merece atenção especial a produção e comercialização de


alimentos enquanto fator associado à emergência de doenças.

• A ocupação agrícola de novas áreas tem sido associada à


emergência das hantaviroses com síndrome pulmonar (SPH).
No Brasil, a ocorrência da SPH está associada às culturas de
cana de açúcar (em São Paulo) e arroz (no Maranhão).
FATORES AMBIENTAIS

• Grandes projetos de engenharia, como represas, rodovias,


expansão da fronteira agrícola, têm sido freqüentemente
associados à emergência e reemergência de doenças.

• No Brasil, por exemplo, a construção da represa de Itaipu


propiciou as condições necessárias à emergência da malária no
sul do país.

• À proximidade entre seres humanos e animais, principalmente


aves e suínos na China, se tem atribuído a emergência de
novos vírus da gripe.
FATORES RELACIONADOS AO
SETOR DA SAÚDE
• De maneira geral, a expansão da cobertura de serviços da saúde
e a incorporação de novas tecnologias de diagnóstico vêm
permitindo a identificação de novos agentes infecciosos e
quadros sindrômicos a eles associados.

• Em uma outra perspectiva, as falhas do setor saúde têm


contribuído, em muitas situações para a emergência,
reemergência e disseminação de doenças.

• Falhas dos programas de vacinação levaram à reemergência da


poliomielite no Continente Americano, com a reversão da
virulência do vírus vacinal após sua circulação em população
não vacinada no Haiti e na República Dominicana.
Fatores relacionados à mudança e
à adaptação dos microrganismos

• As variações naturais e mutações podem levar à


emergência de doenças.

• Os hospitais concentram três características que os tornam


sítios particularmente vulneráveis à emergência de novos
agentes resistentes às drogas disponíveis: vítimas de
infecções graves, pessoas mais suscetíveis e uso
generalizado de antibióticos.
As doenças emergentes e
reemergentes no Brasil
• epidemia de HIV/aids emerge em nosso país quase
simultaneamente à América do Norte, Europa e África. Atinge o
seu pico em meados da década passada, e vem se mantendo em
um patamar elevado nos últimos anos

• cólera chega ao Brasil no verão de 1991/92. A epidemia atinge


seu pico em 1993 com mais de 60 mil casos notificados. A partir
de 1995 observa-se um declínio acentuado em sua ocorrência,
que adquire contornos de endemicidade, restrita a alguns
estados do Nordeste brasileiro.

• A dengue emergiu em 1982 no Brasil, com uma epidemia


localizada em Boa Vista, Roraima, possivelmente trazida da
Venezuela, país que faz fronteira com aquele estado brasileiro.
Os desafios colocados pela
emergência e reemergência das
doenças infecciosas

Aprimoramento da capacidade de detecção


das doenças infecciosas

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