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AQUECIMENTO GLOBAL E
DOENÇAS VETORIAS COM ENFASE
NA DENGUE.
2. DENGUE-----------------------------------------------------------PAG. 2,3
2.1 DADOS DA DENGUE NO BRASIL --------------------------PAG. 3
2.2 DENGUE E FATORES CLIMATICOS --------------------PAG. 4,5
2.3 DENGUE E FATORES SOCIOAMBIENTAIS--------------PAG. 6
3. CONCLUSÃO-------------------------------------------------------PAG. 7
2. DENGUE
A dengue é uma infecção viral transmitida por mosquitos do gênero Aedes. É considerada um
dos maiores problemas de saúde pública mundial, especialmente nos países tropicais e
subtropicais, cujas condições ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação de seu
principal vetor, o Aedes aegypti. Hoje em dia estima-se que 80 milhões de infecções por
dengue ocorram anualmente. Além do vírus da dengue, sabe-se que o A. aegypti também é vetor
de outros três vírus: o da febre amarela, chikungunya e zika. Atualmente, os casos notificados de
Chikungunya, zika e dengue, tem tido uma alta incidência no Brasil e no mundo, tornando o
estudo deste vetor ainda mais importante. O vírus da dengue apresenta quatro tipos e todos esses
sorotipos são capazes de se manifestar desde a forma assintomática até quadros graves e
hemorrágicos, podendo em muitos casos levar o portador da infecção ao óbito. Os principais
sintomas da doença são febre alta, entre 39°C e 40°C, com duração de dois a sete dias, dor atrás
dos olhos, dor de cabeça, no corpo e nas articulações, mal-estar geral, náusea, vômito, diarreia e
manchas vermelhas na pele com ou sem coceira. A transmissão da dengue ao homem ocorre
pela picada da fêmea do A. aegypti, que necessita do sangue humano para completar o processo
de amadurecimento dos seus ovos. Assim, o mosquito infectado transmite o vírus ao picar uma
pessoa sadia e, quando o mosquito ingere sangue de uma pessoa infectada, torna-se apto a
transmitir o vírus durante toda sua vida (6 a 8 semanas). No Brasil, as condições
socioambientais propícias à expansão do A. aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde
sua reintrodução no país, em 1976. Desde então, os métodos tradicionalmente empregados no
combate às doenças transmitidas por vetores não se mostraram capazes de conter um vetor com
altíssima capacidade de adaptação ao ambiente criado pela urbanização acelerada, e pelos novos
hábitos da população.
Após uma alta considerável de caso em 2014 o governo lançou fortes campanhas de
conscientização da população para diminuir focos de reprodução do mosquito e
consequentemente conseguiu reduzir os casos, porém estamos ainda muito longe de um índice
aceitável. Além disso regiões do Brasil onde os casos eram menos frequentes como o Sul, pelo
fato de ter temperaturas mais baixas e não tão atrativas para o mosquito vetor da dengue, vem
sofrendo aumento de temperatura e os casos de dengue começaram a crescer inclusive nesta
região como é possível observar (figura 2) o aumento da temperatura em todo o território.
Diante disso, fica evidente a necessidade do entendimento da influência das variáveis climáticas
na epidemiologia da dengue, com o intuito de um maior entendimento da dinâmica da
transmissão da doença e, assim, contribuir para o desenvolvimento de medidas de controle mais
eficazes.
Figura 1
Figura 2
2.3 DENGUE E FATORES SOCIOAMBIENTAIS
Mesmo com o crescente acesso aos serviços de saúde e o desenvolvimento de vacinas para
contribuir para a diminuição dos índices de mortalidade da dengue nos últimos anos, está ainda
é considerada um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A erradicação das
doenças vetoriais como a dengue é dificultada pelos diversos fatores que, simultaneamente,
interferem em todo o processo de transmissão das mesmas. A mudança climática é um dos
fatores mais importantes que as populações terão de enfrentar nas próximas décadas. Entender
como ela pode afetar a saúde humana e a propagação das doenças é uma tarefa bastante
complexa, porém extremamente necessária. Estudos demonstram que os climas mais quentes
provocados pelo aquecimento global, podem aumentar a incidência de casos de doenças
tropicais como a dengue, principalmente nos países mais pobres, onde as condições precárias de
saúde, saneamento básico, moradia, entre outros, fazem com que estes países fiquem mais
vulneráveis à expansão destas e outras enfermidades. Algumas pesquisas sobre o impacto do
aumento da temperatura global têm estimulado projeções de que as doenças transmitidas por
vetores se espalharão em regiões que atualmente se encontram com temperatura muito baixa
para sua persistência, o que agrava ainda mais a situação. Além disso, em paralelo aos processos
de mudanças climáticas, observa-se um aumento na aceleração da globalização, da precarização
de sistemas de governo e redução de investimentos em saúde e aumento das desigualdades
sociais. Estes fatores também devem ser considerados na avaliação dos fatores de riscos
associados à propagação das doenças, juntamente com os aspectos climáticos. Dessa maneira,
diante das questões citadas, fica evidente a importância de um esforço coletivo, em todos os
setores e internacionalmente, na adoção de medidas necessárias à adaptação da sociedade aos
impactos que estão ocorrendo, e os que ainda poderão acontecer devido às mudanças globais
climáticas, ambientais e sociais.
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https://revistas.ufg.br/index.php/iptsp/article/view/4998
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MENDES, Chrystian Soares. Mudanças climáticas e seus impactos econômicos sobre a saúde
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