A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas américas - principalmente no
que se diz respeito ao Brasil -, causada pelo vírus dengue (DENV) e cujo vetor é a fêmea do mosquito Aedes Aegypti, que transmite a doença através da sua picada. Até o momento são conhecidos quatro sorotipos - DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 -, os quais apresentam distintos materiais genéticos e linhagens. Por conta disso, a doença não apenas pode ser adquirida mais de uma vez, como também em diferentes graus de gravidade e tipos de sintomas. No Brasil, a doença é endêmica e intercala-se com a ocorrência de epidemias, possuindo padrão sazonal. A urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos são aspectos que influenciam a presença do vetor, e, por conseguinte, corroboram para ocorrência de predominância de casos da dengue em determinadas regiões. A dengue não possui um tratamento específico, mas é recomendável que o enfermo alcance a recuperação por meio de repouso, ingestão de líquidos, e orientação médica para uso de remédios, em casos de sinais de alarme e para retorno para reavaliação clínica. A maioria dos pacientes se recupera, porém, parte deles possuem maior risco de evoluir para formas graves, como é o caso de pessoas de extrema idade e pessoas com doenças crônicas, que podem inclusive vir a óbito. Alguns sintomas da dengue são: febre de 39°C a 40°C de início repentino, dor de cabeça, prostração, dor muscular e/ou articular e retro-ocular. Ademais, é necessário atentar-se aos sinais de alarme que indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, os quais são: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulos de líquidos em cavidades corporais, hipotensão postural e/ou lipotimia, letargia e/ou irritabilidade, aumento do tamanho do fígado maior que dois centímetros, sangramento de mucosa e aumento progressivo do hematócrito. Nesses sinais, é preciso ainda mais atenção ao tratamento, para prevenir a evolução da doença para casos mais graves associados ao extravasamento grave de plasma e aumento da hemorragia, que podem levar à morte. Para a prevenção da doença, em 21 de dezembro de 2023 a vacina contra a dengue foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS). A inclusão da vacina da dengue é uma importante ferramenta no SUS para que a dengue seja classificada como mais uma doença imunoprevenível. Do mesmo modo, a prevenção por meio do saneamento, estrutura e equilíbrio ambiental são de suma importância no combate à transmissão da dengue, uma vez que proporciona controle sobre a proliferação de seu vetor. Diante disso, é necessária e aconselhada tanto a consciência social de manter um ambiente saudável e atentar-se aos focos de criação do mosquito aedes aegypti, como também ações por parte do poder público para avaliação, tratamento e estruturação adequada do ambiente social para o benefício de sua população.
Referência Brasil. Ministério da Saúde. Dengue. [S.l.]: Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue. Acesso em: 23 mar. 2024.