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Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPar

Disciplina: Métodos Epidemiológicos


Fisioterapia/3° período
Nome: Débora Cristina Linhares Viana

História natural da doença: Chikungunya.


A Chikungunya é uma doença causada por arbovírus denominado CHIKV,
da família Togaviridae, ou seja, transmitida pela picada de um inseto (Aedes
aegypti e Aedes albopictus.). Essa doença foi detectada em 1952, na Tanzânia.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde a letalidade dessa doença é
rara, sendo menos frequentes que os casos de dengue, mas devido ao seu
número alto de casos, incapacidade de trabalhar a longo prazo, dos efeitos
colaterais dos medicamentos inapropriados e as consequências da não
obtenção de um diagnóstico preciso essa doença gera um grande impacto social.
A transmissão da febre Chikungunya raramente ocorre em temperaturas abaixo
de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C - por isso ele
se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. O mosquito costuma picar nas
primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte. No
entanto, mesmo nas horas quentes ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de
casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. No Brasil a
transmissão foi confirmada em 2014, no segundo semestre, de início nos
estados do Amapá e da Bahia, atualmente o único estado do país sem registro
de casos autóctones é o Rio Grande do Sul. O período de incubação intrínseco,
que ocorre no ser humano, é em média de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12
dias). O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média 10 dias. O período de
viremia no ser humano pode perdurar por até 10 dias e, geralmente, inicia-se
dois dias antes da apresentação dos sintomas podendo perdurar por mais oito
dias. Os indivíduos infectados podem apresentar alguns sintomas: febre alta
(39°C a 40°C) de início súbito, inchaço nas articulações acompanhado de dores
intensas e coceira. A Chikungunya pode evoluir em três fases: aguda, subaguda
e crônica. Seguido o período de incubação inicia-se a fase aguda ou febril, que
dura até o décimo quarto dia. Alguns pacientes evoluem com persistência das
dores articulares após a fase aguda, caracterizando o início da fase subaguda,
com duração de até 3 meses, e quando a duração dos sintomas persiste além
dos 3 meses atinge a fase crônica. A fase aguda da doença é caracterizada
principalmente por febre de início súbito, que pode ser contínua, intermitente, ou
bifásica, possui curta duração, e surgimento de intensa dor nas articulações,
pode haver edema, e este, quando presente, normalmente está associado à
tenossinovite, em geral acompanhada de dores nas costas, rash cutâneo
(presente em mais de 50% dos casos) cefaleia e fadiga, que em média dura sete
dias. Outros sinais e sintomas que podem ser observados na fase aguda de
Chikungunya são dor retro ocular, calafrios, conjuntivite sem secreção, faringite,
náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal e neurite. Na fase subaguda a febre
normalmente some, podendo haver persistência ou agravamento da artralgia.
Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência da tenossinovite
hipertrófica (sendo muito frequente nas fases subaguda e crônica). O
comprometimento articular costuma ser acompanhado por edema de
intensidade variável. Há relatos de recorrência da febre. Nesta fase pode ocorrer
astenia, além de recorrência do prurido generalizado e exantema maculopapular,
além do surgimento de lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas. A prevalência
da fase crônica é muito variável entre os estudos, podendo atingir mais da
metade dos pacientes, o sintoma mais comum nesta fase crônica é o
acometimento articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações
atingidas durante a fase 15 aguda, caracterizado por dor com ou sem edema,
limitação de movimento, deformidade e ausência de eritema. Os fatores de risco
para a cronificação são: idade acima de 45 anos, significativamente maior no
sexo feminino, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões
articulares na fase aguda. Outras manifestações descritas durante a fase crônica
são: fadiga, cefaleia, prurido, alopecia, exantema, bursite, tenossinovite,
disestesias, parestesias, dor neuropática, fenômeno de Raynaud, alterações
cerebelares, distúrbios do sono, alterações da memória, déficit de atenção,
alterações do humor, turvação visual e depressão. Se há suspeita de febre
Chikungunya procure um médico, o exame é feito através de análise clínica e
exame sorológico, a partir de uma amostra de sangue, os especialistas buscam
a presença de anticorpos específicos para combater o CHIKV no sangue. Isso
indicará que o vírus está circulando pelo seu corpo e que o organismo está
tentando combatê-lo. Não há tratamento específico com medicamentos antivirais
para a Chikungunya. O tratamento é direcionado principalmente para aliviar os
sintomas. É importante que se tome muito líquido para evitar a desidratação.
Pacientes com febre Chikungunya devem evitar medicamentos à base de ácido
acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada. Esses
medicamentos têm efeito anticoagulante e podem causar sangramentos. Para
evitar a transmissão do vírus, é fundamental que as pessoas reforcem as ações
de eliminação dos criadouros dos mosquitos evitando o acúmulo de água,
colocando areia nos vasos de plantas, limpando calhas, colocando tela nas
janelas, dentre outras medidas, e usar proteções como repelentes e
mosquiteiros. A mortalidade por febre Chikungunya é muito pequena. Mas, um
aumento na taxa de óbito absoluto foi relatado durante as epidemias de 2004-
2008 na Índia e na Ilha Maurício.

História natural da doença: COVID-19.


COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, denominado SARS-
CoV-2, um vírus altamente transmissível. De acordo com a Secretaria de
Atenção Primária à Saúde (SAPS), no fim de 2019, o novo coronavírus foi
nomeado como SARS-CoV-2, e produz a doença classificada como COVID-19,
sendo agente causador de uma série de casos de pneumonia na cidade de
Wuhan (China). Em pouco tempo a COVID-19 tornou-se uma pandemia,
causando mortes, prejudicando a economia e gerando um colapso em sistemas
de saúde pelo mundo. No Brasil o primeiro caso foi confirmado em 26 de
fevereiro de 2020, em São Paulo, epicentro de transmissão da doença, foi
declarada transmissão comunitária em 20 de março. O vírus é transmitido
principalmente através de gotículas da boca e nariz, ou tocando em alguma
superfície contaminada que entrar em contato com as mucosas. Ainda que haja
poucos estudos sobre este vírus, sabe-se que o tempo médio estimado de
incubação é de aproximadamente 5 dias, podendo ser de até 14 dias. Os
pacientes podem ser assintomáticos ou sintomáticos. Os sintomas encontrados
com mais frequência são: febre, tosse seca e cansaço. Pode haver também a
presença de outros sintomas como: dor na garganta, diarreia, conjuntivite, dor
de cabeça, perda do olfato ou paladar, dentre outros. Essa doença pode ser um
agravante para pessoas idosas, hipertensos, diabéticos ou que tem alguma
doença respiratória crônica e doenças cardiovasculares. Pode variar em casos
leves e graves. Nos casos leves representam aproximadamente 81%, com alto
risco de transmissibilidade, não há necessidade de oxigenioterapia ou internação
pois os sintomas são brandos. Os casos graves são aproximadamente 14%,
necessitando de hospitalização e incluem pacientes com pneumonia, ocorre a
piora do quadro respiratório em torna no décimo dia que começa os sintomas,
pode ocorrer danos nos pulmões. Os quadros críticos da doença são em torno
de 5%, ocorre falência respiratória, disfunção múltipla dos órgãos e choque
térmico, havendo a necessidade de ventilação mecânica. O diagnostico da
COVID-19 é clínico. Quando a doença está mais avançada pode ser solicitado
também raio x e tomografias para analisar os pulmões e o diagnóstico ser mais
preciso. Outra maneira de identificação é o teste que identifica a presença de
anticorpos que combatem o vírus. Para prevenção dessa doença é necessário o
uso de máscaras, higienizar as mãos, as superfícies de contato, manter a
distância de segurança quando estiver próximo a pessoas e o isolamento social.
Por ser um vírus descoberto recentemente, a história natural ainda não é
estabelecida, deixando “vago” algumas informações acerca de sintomas,
diagnóstico, prevenção e tratamentos.

REFERÊNCIAS:
1. Corona vírus – COVID-19. Coronavírus, 2020. Disponível em: <
https://coronavirus.saude.gov.br/ >. Acesso em: 19 de dez de 2020.
2. Informações para profissionais de saúde – Febre Chikungunya. MSF,
2018. Disponível em: <https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-
medicas/chikungunya>. Acesso em: 19 de dez de 2020.
3. Chikungunya: sintomas, transmissão e prevenção. Fiocruz, 2020.
Disponível em: <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/chikungunya-
sintomas-transmissao-e-
prevencao#:~:text=Chikungunya%20significa%20%22aqueles%20que%
20se,%C3%81frica%2C%20entre%201952%20e%201953.>. Acesso
em: 19 de dez de 2020
4. Informações para profissionais de saúde – Febre Chikungunya. Ufrgs,
2014. Disponível em:
<https://www.ufrgs.br/rscontraaedes/documents/chykungunya_informaca
o_profissionais_saude_opas.pdf>. Acesso em: 19 de dez de 2020.
5. Kefrey, Sabrynna. Coronavírus: Epidemiologia, manejo clínico e
mais. Sanarmed. Disponível em: <
https://tecnoblog.net/247956/referencia-site-abnt-artigos/ >. Acesso em:
19 de dez de 2020.
6. Meneses, Abel. História Natural da COVID-19 e Suas Relações
Terapêuticas. c2020. Disponível em: <
https://www.researchgate.net/publication/342063499_HISTORIA_NATU
RAL_DA_COVID-19_E_SUAS_RELACOES_TERAPEUTICAS >. Acesso
em: 19 de dez. de 2020.

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