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Como os nossos olhos são afetados pela COVID-19

A SUA VIDA E OS SEUS OLHOS |

O vírus pode se espalhar da boca ou do nariz de uma pessoa infectada em pequenas partículas
líquidas quando ela tosse, espirra, fala, canta ou respira. Essas partículas variam de gotículas
respiratórias maiores a aerossóis menores. É importante praticar etiqueta respiratória, por
exemplo, tossindo em um cotovelo flexionado, e ficar em casa e se auto isolar até se recuperar.
(https://www.who.int/health-topics/coronavirus#tab=tab_1)

Como os nossos olhos são afetados


pela COVID-19
O coronavírus pode entrar em nosso organismo através do nariz, boca e até
dos olhos. A conjuntivite também pode ser um sintoma da Covid-19.

Retardar a disseminação do novo coronavírus está provado ser um esforço


global. De norte a sul, de leste a oeste, as pessoas estão fazendo o seu papel
mantendo a devida distância social, realizando higiene respiratória e técnicas de
lavagem das mãos e, os mais instruídos mantém o uso de máscaras.

A inalação do vírus é o método mais comum de contágio, mas você sabia que o
coronavírus também pode ser contraído através dos olhos? Todos os dias
aprendemos um pouco mais sobre esta doença e o que podemos fazer para nos
mantermos, e mantermos os outros, em segurança.

O que é o Coronavírus?

O coronavírus é um vírus de uma família de sete tipos de vírus conhecidos. O


novo coronavírus causa uma doença respiratória, conhecida como Covid-19. A SARS
e a MERS, que causaram os seus próprios surtos, também foram formas do
coronavírus.

Os sintomas do coronavírus podem variar entre leve a grave. O novo


coronavírus pode imitar uma gripe comum, mas em outros casos pode exigir
hospitalização e tornar-se fatal. Pode também existir sem nenhum sintoma – ainda
assim ser contagioso – tornando o distanciamento social ainda mais importante.
Casos graves da doença são mais frequentes em pacientes acima dos 65 anos
e naqueles que têm um sistema imunológico mais frágil ou comorbidades. Apesar de
menos comum, a hospitalização pode ser necessária em pacientes de qualquer
idade, por isso é importante manter o cuidado.

A Covid-19 pode causar sintomas oculares?


A conjuntivite parece ser um dos possíveis sintomas da Covid-19. A conjuntivite
pode causar irritação, vermelhidão e coceira nos olhos, feridas e escamação com
crostas na pele ao redor dos olhos.

O coronavírus pode ser contraído através dos olhos?

Embora não seja um método comum de infecção para alguns vírus, acredita-se que
o coronavírus pode entrar no organismo através dos olhos. Isto pode
acontecer de duas maneiras. Gotas líquidas presentes no ar podem transferir o vírus
através dos olhos. Estas partículas respiratórias são expelidas quando uma pessoa
infectada tosse ou espirra.

✓ Isto acontece mais frequentemente quando duas pessoas estão a uma


distância de 1 metro ou menos, de acordo com a OMS.

PREVENÇÃO:

• Distanciamento maior que 2 metros (mesmo que todos estejam com máscara).
• Distanciamento com a utilização de óculos de grau ou de sol pode criar uma
barreira contra a entrada do vírus vindo de um ângulo direto, afirmam alguns
oftalmologistas.

A forma mais comum de propagação do vírus é através da inspiração dessas


gotículas pelo nariz ou boca.

✓ O vírus pode também entrar nos olhos através do contato físico,


geralmente através das mãos. Tocar num objeto contaminado pode
transferir o vírus para as suas mãos, que na sequência pode ser transferido
para os seus olhos, nariz e boca após tocar no seu rosto. Isto destaca a
importância de lavar vigorosamente as mãos e mantê-las longe do rosto.

O que posso fazer para me proteger do coronavírus?

A OMS estabeleceu precauções específicas que a população deve adotar para evitar
contrair e propagar o novo coronavírus. Em resumo, essas precauções incluem:

• Pratique o distanciamento social: mantenha a distância de pelo menos 2 metros da


pessoa mais próxima, especialmente se essa pessoa estiver sem máscara, se estiver
falando, tossindo ou espirrando. Isto reduz a probabilidade de inalação de gotas
respiratórias que possam conter o coronavírus.
• Higienize as suas mãos com frequência: lave frequentemente e
abundantemente com água e sabão ou, se não for possível, com álcool. Ambos os
métodos matam efetivamente os germes que possam estar nas mãos.
• Evite tocar no rosto: tocar com as mãos contaminadas pode transferir o vírus para
o seu corpo, e potencialmente causar uma infeção. Isto pode ocorrer através dos
olhos, nariz ou boca.
• Faça uma higiene respiratória adequada: se tiver que tossir ou espirrar, faça-o
levando a curva do seu cotovelo em direção à sua boca ou em um lenço limpo. Se
possível, incentive outras pessoas a fazer o mesmo. Descarte imediatamente todos
os lenços usados no lixo. Ao praticar estas condutas você vai ajudar a proteger as
pessoas que o rodeiam.
• Uso de máscara é fundamental: Deve usar máscaras limpas, secas, novas.
Crianças sem máscaras devem ser protegidas com distanciamento social e apoio dos
pais e familiares
• As regras sobre o uso de máscaras faciais variam de acordo com o país e as cidades,
mas mesmo que governantes tenham deixado de exigir o uso por questões políticas
e econômicas, a população deve manter o uso, pois é sabido os graves danos ao
órgãos do corpo humano que este vírus da covid 19 em suas variações, vem
causando. Use-as de acordo com a orientação, sempre lembrando de manter a
higiene das mãos antes de colocar ou tirar as máscaras.

Visite WHO.int para mais informações sobre o uso de máscaras faciais.


Muitos aspectos da covid-19 longa ainda são um mistério. A relativa novidade da
doença e a heterogeneidade dos sintomas e apresentações clínicas têm levado
pesquisadores a procurar por respostas mais definitivas. Além disso, saber mais sobre como
e por que a covid-19 longa ocorre pode ajudar os profissionais da saúde a oferecer
tratamentos mais eficazes.
Pacientes com doenças reumatológicas e história de infecção pelo vírus OC43, associado ao
resfriado comum, apresentam aumento do risco de covid-19 longa, segundo uma nova
pesquisa.
Como os anticorpos permanecem na circulação sanguínea, o OC43 também pode ser
usado como biomarcador para predizer quais pacientes têm mais chances de ser
acometidos pela covid-19 longa, também descrita como "sequelas pós-agudas associadas à
infecção pelo novo coronavírus".
“Pacientes com doenças reumatológicas podem estar predispostos à covid-19 longa
devido a desregulações na resposta imunitária relacionadas às [próprias] doenças e/ou aos
tratamentos”, disse o coautor do estudo Dr. Zachary Wallace, reumatologista e pesquisador
vinculado ao Massachusetts General Hospital, nos EUA. A presença de autoimunidade,
fibrose e outros processos patológicos específicos de pacientes com doenças
reumatológicas faz deles uma população inicial ideal para avaliação.
Os achados do estudo, publicado em 06 de setembro no periódico Science
Translational Medicine, podem ser aplicados a uma população mais ampla. "Os achados
observados nos pacientes com doenças reumatológicas podem ser exclusivos dessa
população, entretanto, é possível que [essas características] estejam presentes em
pacientes sem doença reumatológica acometidas pela covid-19 longa”, acrescentou o
pesquisador.

Família especial
Tanto o OC43 quanto o SARS-CoV-2 são da família dos betacoronavírus. O sistema
imunitário de um paciente com história de resfriado comum pelo OC43 pode "confundir"
uma infecção posterior pelo SARS-CoV-2 com uma recidiva relacionada ao OC43. Dessa
forma, ele lança uma defesa contra o OC43, protegendo o organismo apenas parcialmente
contra o SARS-CoV-2, deixando o indivíduo mais vulnerável à covid-19 longa.
“Nossos achados sugerem que uma resposta [imunitária] mais intensa ao OC43 possa
estar associada a piores desfechos”, disse o médico e coautor do estudo Dr. Jeffrey A.
Sparks, ligado à Divisão de Reumatologia, Inflamação e Imunidade do Brigham and
Women's Hospital, nos EUA. Isso significa que os pacientes cujo sistema imunitário combate
o novo coronavírus como uma infecção totalmente inédita podem evoluir melhor.
“Provavelmente, uma resposta imunitária mais intensa ao SARS-CoV-2 seria a ideal.
Esse tipo de reação pode eliminar o vírus de forma mais eficaz", acrescentou o Dr. Jeffrey,
"o que poderia ser um possível aspecto de diferenciação entre os pacientes com e sem
covid-19 longa".
A conexão entre a história de resfriado comum pelo OC43 e a covid-19 longa foi
inesperada. “Inicialmente, esperávamos que a resposta imunitária ao SARS-CoV-2 fosse o
marcador mais importante e não imaginávamos que a resposta imunitária a diferentes
agentes patogênicos fosse necessariamente um [fator] contribuinte significativo”, disse o
Dr. Zachary.

Os pesquisadores dividiram os pacientes com e sem sintomas de covid-19 longa em


dois grupos. A coorte experimental era composta de 43 participantes com doenças
reumatológicas e a coorte de validação avaliou mais 48 indivíduos.
O desenvolvimento de um biomarcador sérico baseado nos níveis de anticorpos não
seria tecnicamente difícil. No entanto, o Dr. Zachary disse que, primeiramente, o estudo
precisa ser replicado em diferentes populações no contexto atual da covid-19. Também não
se sabe que nível de anticorpos anti-OC43 indicaria um aumento do risco individual.

Perspectivas externas
"O estudo é fascinante. Ele nos fornece um nível de informações que é necessário
para os pacientes", disse o médico Dr. Fernando Carnavalli, diretor do Mount Sinai Center
for Post-COVID Care e professor associado de medicina na Icahn School of Medicine, ambos
nos EUA.
Por exemplo, ele acrescentou, isso pode mostrar aos pacientes que estamos investigando
os mecanismos por trás da covid-19 longa e que essa é uma doença real. “Algumas pessoas
não acreditam que têm covid-19 longa, nem seus familiares.”
O médico alertou sobre dar falsas esperanças aos pacientes devido ao número
relativamente pequeno de participantes do estudo. É difícil generalizar esses resultados,
acrescentou: “Esse é [apenas] um grupo de pacientes. Porém, temos que partir de algum
ponto. Também vale ressaltar que isso pode levar algum tempo – pesquisas sérias não
acontecem da noite para o dia”.
“Existe muito interesse em saber por que alguns pacientes apresentam covid-19
longa e outros não. Essa pesquisa nos esclarece um pouco mais sobre mecanismos que
poderiam explicar o que está acontecendo. Acho isso interessante", disse a Dra. Oladunni
Adeyiga, Ph.D., médica vinculada a uma equipe multidisciplinar liderada pela Dra. Nisha
Viswanathan que atua no tratamento de pacientes com covid-19 longa.

“Diversas hipóteses foram testadas e muitas não foram completamente


comprovadas”, disse a Dra. Oladunni, que também é professora assistente na Divisão de
Infectologia do Departamento de Medicina da University of California Los Angeles, nos EUA.
“Estamos aprendendo a tratar os pacientes com essa doença, mas queremos muito saber
por que isso acontece”, disse ela. “Ter essas informações poderia orientar novos
tratamentos nessa área”.
O estudo foi financiado de forma independente. Os Drs. Zachary Wallace, Jeffrey A. Sparks, Fernando Carnavalli e Oladunni
Adeyiga informaram não ter conflitos de interesses relevantes.
Este conteúdo foi originalmente publicado no Medscape Siga o Medscape em português no Facebook, no X (antigo Twitter) e
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pacientes, diz estudo - Medscape - 29 de setembro de 2023.
Fonte online: Simples resfriado pode favorecer covid-19 longa em alguns pacientes, diz estudo (medscape.com)

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Risco cardiovascular associado ao risco grave de


COVID19
Dra. Sheena Meredith, MB BS, MPhil

Está bem estabelecido que a doença cardiovascular foi associada a desfechos mais graves
durante a primeira onda de COVID-19, incluindo um risco aumentado de hospitalização e
morte. Uma nova pesquisa sugere que isso também pode ter se aplicado a pessoas com uma
pontuação de risco cardiovascular elevada de 10 anos, mesmo na ausência de doença
evidente. Este grupo não foi previamente identificado como um grupo de risco para COVID-
19 grave.

O estudo observacional, que ainda não foi revisado por pares, foi liderado por pesquisadores
da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM), University College London e da
Universidade de Bristol, e será apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica
e Doenças Infecciosas (ECCMID) deste ano, que será realizado em Lisboa, Portugal, de 23 a
26 de abril.

Detalhes do estudo

A equipe usou dados de registros eletrônicos de saúde de quase um milhão de adultos com
idades entre 40 e 84 anos registrados em clínicas de GP em toda a Inglaterra durante a
primeira onda da pandemia em 2020. Eles calcularam a incidência e o risco de SARS-CoV-2
confirmado laboratorialmente e mortes relacionadas, internações em unidades de terapia
intensiva e hospitalizações entre adultos com risco cardiovascular elevado e baixo com base
nos escores QRISK3. Esses escores combinam uma série de fatores, incluindo índice de massa
corporal, história de tabagismo, pressão arterial, colesterol, idade, privação social e etnia.
Uma pontuação de 10% ou maior, significando uma chance de 10% ou mais de um ataque
cardíaco ou derrame nos próximos 10 anos, foi classificada como denotando risco elevado, e
uma pontuação de menos de 10% considerada de baixo risco.
Entre a amostra inicial de 949.973 indivíduos, 113.142 (12%) apresentavam DCV existente,
303.558 (32%) foram classificados como de risco elevado para DCV e 533.273 (56%) de baixo
risco.

Entre 12 de março e 29 de setembro de 2020, o SARS-CoV-2 foi confirmado em 4017


participantes (idade média de 58 anos, 50% do sexo masculino), dando uma incidência
ajustada de 5,5 por 1000 (IC 95% 5,3 a 5,7). A incidência foi semelhante entre os 1144
indivíduos com risco cardiovascular elevado, de 4,9 por 1000 (IC 95% 4,6 a 5,1), assim como
entre os 1819 indivíduos com baixo risco cardiovascular, de 4,5 por 1000 (IC 95% 4,3 a 4,7).

Entre aqueles com COVID-19, os resultados incluíram:

• Hospitalização 414,4 /1000 (IC 95% 390,6 a 439,8) (n=1091)


• Internação na UTI: 60,4/1000 (IC 95% 51,7-70,6) (n=159)
• Mortalidade 218,8 /1000 (IC 95% 201,6-237,4) (n=576)

Ocorrência de desfechos graves 'muito maior' em pessoas com risco elevado

As taxas de todos esses desfechos adversos foram substancialmente mais altas naqueles com
risco cardiovascular elevado em comparação com aqueles com baixo risco:

• Hospitalização 607.2 > 192.3/1000


• ICU admissão 97.4 > 47.1/1000
• Mortalidade 310.7 > 33.2/1000
Essas taxas foram ajustadas para fatores de confusão sociodemográficos e clínicos adicionais
que não estão incluídos no cálculo do escore QRISK3, incluindo ingestão de álcool, frequência
de atendimento primário, prescrição de antiplaquetários, prescrição de anticoagulantes,
doença hepática crônica, doença respiratória crônica, asma, demência, doença neurológica
crônica, câncer e imunossupressão.

Após ajuste, as razões de risco (HR) naqueles com risco cardiovascular elevado foram:

• Hospitalização HR 2,78 [2,24-3,45]


• HR de admissão na UTI 2,99 [1,80-4,96]
• Mortalidade HR 6,84 [4,18-11,19]
Pessoas com risco cardiovascular elevado "mostraram um risco substancialmente maior de
desfechos graves", concluiu a equipe.

A autora Jennifer Davidson, estudante de PhD em pesquisa de saúde pública no LSHTM disse:
"Embora o risco de contrair infecção por COVID-19 pareça semelhante entre indivíduos com
risco cardiovascular elevado e baixo, a ocorrência de resultados graves é muito maior
naqueles em risco elevado".
Ela acrescentou: "Nosso estudo é um dos maiores estudos de base populacional com uma
medida abrangente de risco cardiovascular".

Esperando resultados semelhantes com um conjunto de dados maior

Os autores observaram que este é um estudo observacional, portanto, nenhuma conclusão


firme pode ser tirada sobre causa e efeito, e eles não podem descartar a possibilidade de que
outros fatores não medidos possam ter afetado os resultados. No entanto, eles sugeriram
que investir em estratégias para melhorar a saúde cardiovascular poderia reduzir a gravidade
da COVID-19 em toda a população.

A autora sênior Dra. Charlotte Warren-Gash, professora associada de epidemiologia e


consultora honorária em saúde pública no LSHTM, disse: "Porque muitos dos fatores de risco
cardiovascular associados com consequências mais graves de COVID-19 são potencialmente
modificáveis, os clínicos e os formuladores de políticas devem considerar que as estratégias
que melhoram a saúde cardiovascular também podem melhorar os resultados para as
pessoas que seguem COVID-19."

Os pesquisadores estão atualizando suas descobertas com um conjunto de dados de mais de


6 milhões de indivíduos para confirmar os resultados iniciais. Isso será apresentado na
reunião e, em seguida, submetido para uma publicação de revisão por pares.

Davidson disse ao Medscape UK que sua análise do conjunto de dados maior ainda está em
andamento e eles ainda não têm resultados para compartilhar. No entanto: "Neste
momento, não prevemos que os resultados do conjunto de dados maior serão
materialmente diferentes de nossa análise inicial."

O estudo foi financiado pela concessão da BMA Medical Research Foundation/Rosetrees Trust COVID-19 e pelo
Wellcome Trust.

Crédito
Imagem principal: KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images
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Fonte online: Risco cardiovascular associado ao risco grave de COVID (medscape.com)

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