De acordo com a portaria NO – 204 o conceito de notificação compulsória seria a:
“comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimento de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, podendo ser imediata ou semanal”.
Neste mesmo documento são definidos os conceitos de notificação compulsória imediata
(NCI), notificação compulsória semanal (NCS) e notificação compulsória negativa.
A primeira se refere a notificação compulsória que se realiza em até 24 horas a partir do
conhecimento episódio de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível. Assim, a NCI deve ser executada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento. Vale ressaltar que a autoridade de saúde que receber a NCI necessitará noticiar ela, em até 24 horas a partir do recebimento, para as demais esferas de gestão do SUS.
Já a notificação compulsória semanal é aquela realizada em até 7 dias a partir do episódio de
doença ou agravo. Essa será disposta à Secretaria de Saúde do Município do território de atendimento do paciente com suspeita ou confirmação da doença ou agravo de notificação compulsória, sendo que, no Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
E a última, a notificação compulsória negativa, é a comunicação realizada pelo responsável
pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória.
Conforme o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, a notificação compulsória é
imposta para médicos, outros profissionais da saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que desempenham assistência ao paciente. Dessa forma, ela será realizada perante da suspeita ou confirmação da doença ou do agravo.
O comunicado da doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à
autoridade de saúde competente também deverá ser realizada pelos encarregados por estabelecimentos públicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de instituições de pesquisas, unidades laboratoriais e serviços de hemoterapia.
As autoridades de saúde têm de garantir o sigilo das informações pessoais constituintes da
notificação compulsória que estejam sob sua responsabilidade. Além disso, essas mesmas autoridades, devem assegurar a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para a população em geral, órgãos de controle social e profissionais de saúde.
A divulgação, em endereço eletrônico oficial, do número de telefone, fax, endereço de e-mail
institucional ou formulário para notificação compulsória será desempenhada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A seguir consta a Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de
Saúde Pública baseada na publicação da Portaria Nº 264, de 17 de fevereiro de 2020.
1. A. Acidente de trabalho com exposição a material biológico – Notificação Semanal;
B. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes – Notificação Imediata pela Secretaria Municipal de Saúde; 2. Acidente por animal peçonhento – Notificação Imediata pela Secretaria Municipal de Saúde; 3. Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva - Notificação Imediata pela Secretaria Municipal de Saúde; 4. Botulismo - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 5. Cólera - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 6. Coqueluche - Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 7. A. Dengue – Casos - Notificação Semanal; B. Dengue – Óbitos - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 8. Difteria - Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 9. A. Doença de Chagas Aguda - Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; B. Doença de Chagas Crônica - Notificação Semanal; 10. Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)- Notificação Semanal; 11. A. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; B. Doença Meningocócica e outras meningites Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 12. Doenças com suspeita de disseminação intencional: A. Antraz pneumônico B. Tularemia C. Varíola - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 13. Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: A. Arenavírus B. Ebola C. Marburg D. Lassa E. Febre purpúrica brasileira - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 14. A. Doença aguda pelo vírus Zika - Notificação Semanal; B. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante - Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; C. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 15. Esquistossomose -- Notificação Semanal; 16. Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 17. Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 18. Febre Amarela - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 19. A. Febre de Chikungunya - Notificação Semanal; B. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; C. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 20. Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 21. Febre Maculosa e outras Riquetisioses - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 22. Febre Tifoide - Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 23. Hanseníase - Notificação Semanal; 24. Hantavirose - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 25. Hepatites virais - Notificação Semanal; 26. HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida- Notificação Semanal; 27. Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV - Notificação Semanal; 28. Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) - Notificação Semanal; 29. Influenza humana produzida por novo subtipo viral - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 30. Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados) - Notificação Semanal; 31. Leishmaniose Tegumentar Americana - Notificação Semanal; 32. Leishmaniose Visceral - Notificação Semanal; 33. Leptospirose - Notificação Imediata pela Secretaria Municipal de Saúde; 34. A. Malária na região amazônica - Notificação Semanal; B. Malária na região extra-Amazônica - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 35. Óbito: A. Infantil B. Materno - Notificação Semanal; 36. Poliomielite por poliovirus selvagem - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 37. Peste -Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 38. Raiva humana - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 39. Síndrome da Rubéola Congênita - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 40. Doenças Exantemáticas: A. Sarampo B. Rubéola - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 41. Sífilis: A. Adquirida B. Congênita C. Em gestante – Notificação Semanal; 42. Síndrome da Paralisia Flácida Aguda - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 43. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus A. SARS-CoV B. MERS- CoV - Notificação Imediata pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 44. Tétano: A. Acidental B. Neonatal - Notificação Imediata pela Secretaria Municipal de Saúde; 45. Toxoplasmose gestacional e congênita - Notificação Semanal; 46. Tuberculose - Notificação Semanal; 47. Varicela - caso grave internado ou óbito -- Notificação Imediata pela Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde; 48. A. Violência doméstica e/ou outras violências - Notificação Semanal; B. Violência sexual e tentativa de suicídio - Notificação Imediata pela Secretaria Municipal de Saúde;
bibliografia BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA NO – 204, de 17 de fevereiro de 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 264, de 17 de fevereiro de 2020.