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Atuação do ACS no

Âmbito da Linha de
Cuidado Urgência e
Emergência e Vacinas
ENFª Guilherme
UBS CARLOS GENTILE DE MELO
2023
O que é Urgência e Emergência?

Emergência: apresenta ameaça imediata para a vida do paciente


Urgência é uma ameaça em um futuro próximo, que pode vir a se tornar uma
emergência se não for solucionada.
Rede de Urgência e Emergência
Portaria 1.600/2011 que instituiu a Rede de Atenção às Urgências (RUE) no SUS

Art. 4º A Rede de Atenção às Urgências é constituída pelos seguintes componentes:


I - Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde;
II - Atenção Básica em Saúde;
III - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médica das Urgências;
IV - Sala de Estabilização;
V - Força Nacional de Saúde do SUS;
VI - Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas;
VII - Hospitalar; e
VIII - Atenção Domiciliar.

.
Competências do ACS nas Urgências e Emergências
Competências:
▬ Atuar junto aos usuários e famílias do seu território considerando as vulnerabilidades sociais e os riscos ambientais e
sanitários;
▬ Propor medidas preventivas de situações de urgência e emergência e de riscos ambientais e sanitários, junto a usuários e
famílias de seu território;
▬ Atuar junto a indivíduos ou grupos para promover o acolhimento das necessidades de atendimento de urgência e
emergência na ABS, como um dos espaços da Rede de Urgência e Emergência (RUE).
▬ Eixos temáticos: (Hipertensão, Diabetes, Sedentarismo, Tabagismo, etc)
▬ Componentes da Rede Urgência e Emergência;
▬ Reconhecimento e prevenção de riscos;
▬ Medidas de apoio ao atendimento de situações de urgência e emergência.
Principais Urgências Domiciliares
HIPOGLICEMIA: Glicemia capilar <60mg/dl
Sintomas: tontura, perda de força, cefaleia, sonolência, alteração de comportamento, irritabilidade, confusão, coma, convulsão, perda
de consciência, ronco (queda de língua)

HIPERGLICEMIA: Aumento de glicemia acompanhado de sintomas: Sede excessiva, urinar em grande quantidade, incapacidade de
segurar urina, hálito cetônico, fadiga, visão turva, náuseas e dor abdominal, além de vômitos, desidratação, hiperventilação e alterações
do estado mental

- Valores de glicemia podem variar de pessoa para pessoa


- Principais Causas: Alimentação inadequada ou em períodos incorretos
- Uso incorreto ou ausente de medicamentos
- Bebidas Alcoolicas ou substâncias químicas
Principais Urgências Domiciliares
DDOR TORÁCICA:
Dor no peito de forte intensidade que pode desencadear complicações sérias como infarto agudo
do miocárdio e levar a morte se não houver intervenção rápida
Principais Urgências Domiciliares
Principais Urgências Domiciliares
Intoxicação é o consumo de substâncias em quantidades acima do tolerável para o organismo.
Principais causas de intoxicação:
- Alcool
História da Vacina
No século XVIII, na Inglaterra quando a Varíola era mortal e com alta transmissão, a partir dos estudos
realizados pelo médico inglês Edward Jenner. Ele observou pessoas que se contaminaram, ao ordenharem
vacas, por uma doença de gado e chegou à conclusão de que essas pessoas tornavam-se imunes à varíola. A
doença se assemelhava à varíola humana pela formação de pústulas (lesões com pus)
Jenner inoculou o pus presente em uma lesão de uma ordenhadora , que possuía a doença em um garoto de
oito anos que adquiriu a infecção de forma leve e, após dez dias, estava curado. Depois, Jenner inoculou no
garoto pus de uma pessoa com varíola, e o garoto não desenvolveu a doença. Surgia aí a primeira vacina

"O termo vacina tem origem do latim e significa “de vaca”, uma referência à forma como a vacina foi
criada."
Revolta da Vacina
Em 1904 o aumento dos casos de varíola e baixa adesão a vacina no Rio de Janeiro devido falta
de saneamento. As pessoas não gostavam da ideia de receber a secreção da ferida de uma vaca e
tinham medo de ficar com feições bovinas.
Então Oswaldo Cruz, Médico Sanitarista, motivou o governo a tornar a vacinação obrigatória
impedindo quem não fosse vacinado de ter trabalho registrado, matriculas em escolas, certidões
de casamento autorizações para viagens e etc
O povo se posicionou contra a decisão do governo e causou conflitos sérios em confrontos em
busca da liberdade de escolha. Esse ato ficou conhecido como REVOLTA DA VACINA.
Onde o governo desistiu da sua decisão de obrigatoriedade.
A vacinação estava tendo uma boa adesão e após isso despencou.
Até eu correria !!!
Voltaram atrás
Alguns anos depois, com uma violenta epidemia de varíola sobre o Brasil , o povo correu para
ser vacinado o que resultou num episódio avesso da Revolta das vacinas.

Com a população vacinada houve a diminuição expressiva da Varíola no mundo.

O último caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971, e no mundo em 1977 na Somália.
Houve a erradicação da Varíola no mundo.
Programa Nacional de Imunização
Em 1973 ao ser formulado, o PNI tinha, como missão inicial, coordenar as ações de imunização
no país, antes organizadas em programas de controle de doenças.
Sua criação possibilitou a organização e a coordenação das ações de vacinação e um conjunto de
avanços, como a erradicação da varíola, a eliminação da poliomielite, do sarampo e da rubéola,
entre outras ações de vacinação

O PNI faz parte do programa da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAUDE e ajuda no controle


das doenças na população brasileira.
A divulgação foi
intensa e gerou
resultados
Vacinas dando resultados
Doenças com grande impacto e prejuízo a vida da população com grande capacidade de
trasmissão e que causavam milhares de vítimas no passado, como varíola e poliomielite, foram
erradicadas graças a vacinação da população.
HOJE EM DIA
O Brasil tem um dos maiores sistemas de vacinação do mundo ofertando 45 vacinas pelo SUS
de forma gratuita, sendo dessas 19 para população geral (crianças, adolescentes, adultos,
gestantes e idosos) e as demais vacinas especiais, para público específico atendidos no CENTRO
DE REFERENCIA PARA IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS (CRIE) - Unidades em São
Paulo localizadas no Hospital das Clínicas FMUSP e UNIFESP.
Cerca de 300 milhoes de doses são aplicadas por ano no Brasil
Pandemia COVID19
Vivenciando a Pandemia contra COVID19 que se iniciou em 2020, vemos claramente o impacto
causado pela doença e o número de óbitos antes da vacinação.
Hoje, com a população vacinada, podemos ver os resultados apontados na diferença dos óbitos e
na gravidade que a doença apresenta hoje
Como é feito o calendário vacinal?
Baseado em estudos observando aspectos epidemiológicos relacionados ao comportamento da
doença como:

• Impacto da doença na população


• Gravidade e contágio
• Relação custo e efetividade na introdução da vacina
• Disponibilidade de aquisição ou produção de vacinas
• Estrutura da rede de frio
Tipos de vacinação
Vacinação combinada – quando dois ou mais agentes imunizantes são administrados em uma
mesma preparação (exemplos: DTP e vacina sarampo, caxumba, rubéola).
Vacinação simultânea – quando várias vacinas são administradas em diferentes locais ou por
diferentes vias. Assim, em um mesmo atendimento podem ser aplicadas simultaneamente as
vacinas BCG (intradérmica), vacina pentavalente (intramuscular), VOP e vacina sarampo,
caxumba, rubéola (subcutânea).
Cuidado com as Falsas Contraindicações

• Doenças alérgicas do trato respiratório superior com tosse e/ou coriza; diarreia leve ou moderada; doenças da
pele
• Desnutrição.
• Uso de qualquer tipo de antimicrobiano ou antibiótico.
• Doença neurológica estável (exemplo: convulsão controlada)
• Antecedente familiar de convulsão.
• Alergias (exceto as de caráter anafilático) relacionadas com os componentes das vacinas.
• Prematuridade ou baixo peso ao nascimento. Nestes casos não se deve adiar o início da vacinação (exceção:
vacinas BCG )
E qual o papel do Agente
Comunitário ?

• Verificar a situação vacinal e orientar


sobre a importância da vacinação e
atualização das vacinas.

• Identificar casos especiais que


necessitam de atendimento domiciliar

• Casos de intervenção de enfermagem ou


avaliação em casos de vacinas com
muito atraso
NÃO SE ESQUEÇA A vacinação deve ser realizada no dia do
aprazamento
Cada dia sem vacinação é um dia a mais exposto
a pegar essas infecções
VAMOS DE CALENDÁRIO
VACINAL
DO NASCIMENTO ATÉ 4
ANOS
ADULTO ENTRE 20 E 59 ANOS
Maiores de 60 anos
E não podemos esquecer as gravidinhas
CALMA QUE AGORA TAMBÉM TEM COVID
VACINAÇÃO COVID 19
E AGORA ?
A vacinação é obrigatória? Se a família não quiser
vacinar suas crianças, poderá fazer essa opção?
A vacinação no Brasil é obrigatória e amparada pela Constituição Federal, pelo Código Penal e
por políticas de saúde pública, inclusive com penas previstas para os responsáveis pelas crianças
que não cumprirem essa determinação. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
especifica que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias” e a Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) considera que “a
recusa em vacinar os filhos é um ato de negligência e pode ser considerado um crime grave,
dependendo das circunstâncias”.
As vacinas são seguras?
Sim. Todas as vacinas antes da aprovação foram submetidas a testes rigorosos ao longo das
diferentes fases de estudos e seguem sendo avaliados regularmente depois que começam a ser
usadas, quanto à proteção e às reações que podem causar.
Os benefícios da vacinação superam os riscos de reações, considerando que muitas outras
doenças e mortes ocorreriam sem as vacinas.
Por que devemos continuar a receber vacinas para
doenças que não estão ocorrendo em nosso meio?
Além de proteger a saúde individual, vacinar a maior parte da população possibilita a eliminação
de doenças graves do cenário mundial. Quando se deixa de vacinar, a proteção da população
diminui e as doenças voltam, o que pode aumentar a mortalidade infantil e de outras faixas
etárias. Um exemplo é o sarampo que já não ocorria no Brasil há mais de duas décadas e voltou
porque as coberturas vacinais baixaram, deixando a população desprotegida.
Usar tantas vacinas pode sobrecarregar o sistema de
defesa da criança?
Não. Cada vacina estimula a produção de anticorpos específicos, como se a pessoa tivesse
apresentado a doença. O sistema de defesa é mais exigido e sensibilizado com a exposição a
outros elementos estranhos na rotina, como por exemplo, o consumo de alimentos
industrializados ou contaminados por agrotóxicos, cujos componentes químicos exigem reações
a essas substâncias estranhas.
As vacinas podem causar reações indesejadas?
Sim. As reações mais comuns são febre, dor, endurecimento e vermelhidão no local da
aplicação, mas cada vacina poderá causar reações diferentes. A maioria das reações não
contraindica prosseguir com a vacinação. As tecnologias mais modernas para produção de
vacinas têm reduzido consideravelmente a ocorrência de reações indesejadas.
Se a criança teve febre nas primeiras doses de
vacinas, deverá interromper a vacinação?
Não. A febre é uma reação esperada para várias vacinas e não contraindica continuar com os
esquemas vacinais.
Bebês prematuros só devem começar a tomar as vacinas
quando tiverem a idade corrigida de nove meses?

Não. O prematuro deverá receber a vacina contra hepatite B ao nascimento independente do


peso e da idade gestacional (duração da gravidez). Para a vacina BCG é necessário ter peso
mínimo de 2,0 Kg, bem como para as demais vacinas, as quais devem ser administradas nas
idades cronológicas correspondentes, ou seja, ao completar os dois meses e em todas as idades
seguintes recomendadas. Há um calendário especial de vacinação para o prematuro, o qual deve
ser seguido.
Meu filho completou nove meses e nunca comeu ovo. É preciso fazer
o “teste do ovo”, para ver se tem alergia, antes de dar a vacina contra
febre amarela?

Não. Esse “teste” é uma prática sem recomendação médica. A idade ideal de introdução do ovo
na alimentação é entre seis e sete meses, porém se a criança não tiver o ovo em sua rotina
alimentar ao completar os 09 meses de idade, ainda assim deverá receber a vacina contra febre
amarela. A mesma conduta está recomendada para a vacina contra influenza (gripe).
Hoje meu filho teve febre alta (temperatura = 39°C) e
amanhã é dia de vacinação. Devo vaciná-lo?
Deverá adiar a vacinação até a definição diagnóstica e a resolução da febre, quando poderá dar
sequência à vacinação.
Se o leite materno protege contra infecções, porque mesmo em
aleitamento materno exclusivo devemos vacinar as crianças?

O leite materno oferece proteção temporária contra as doenças que a mãe já teve e para as quais
elaborou anticorpos. Como essa proteção não abrange todas as doenças e é de curta duração, em
torno de seis a nove meses, é necessário oferecer às crianças uma proteção mais duradoura,
através da vacinação.
OBRIGADO A TODAS
BIBLIOGRAFIA
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/9180

https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/9180/1/TCC%20Ta%c3%adsa%20De%20Boni%2
0Gauer.pdf

https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13964/1/DiabetesPROVAB.pdf

https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13961/1/DorToracicaPROVAB.pdf

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1600_07_07_2011.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_capacitacao_agentes_comunitarios_cuida
do.pdf

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