Você está na página 1de 3

Temas para Redação

Profª. Dra. Rosana Gondim


TEMA 1: OS DESAFIOS PARA GARANTIR A VACINAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
Antigamente, falava-se sobre vacinação em períodos específicos. Durante campanhas contra o HPV, a caxumba e o
sarampo, por exemplo, as pessoas eram instruídas sobre os benefícios de se imunizar. Isso não impediu, no entanto,
o crescimento dos antivacinas, um movimento negacionista que se baseia em dados de um estudo fraudulento.
A vacina tornou-se obrigatória no Brasil já em 1832, o que não impediu que, 79 anos depois, um surto de varíola
acontecesse repentinamente no país.
A resposta a isso veio do célebre Diretor de Saúde da época, Oswaldo Cruz: a vacinação em massa. No entanto, a
desinformação foi grande, o que culminou, em 1904, na Revolta da Vacina — um movimento violento de resistência
1
à vacinação, sobretudo porque os brasileiros pobres achavam que se tratava do envenenamento de seus filhos.
Eis aí um ótimo tema para ser abordado na prova de História do Enem, dada a sua importância para o período atual.
O Brasil não foi o único país a repelir a imunização, mas o argumento mais difundido dos antivacinas veio com a
publicação de um estudo fraudulento na prestigiada revista científica The Lancet, em 1998.
Um médico estadunidense apresentou dados de pesquisas falsas associando a vacinação ao aparecimento de casos
de autismo em crianças da época. A fraude foi descoberta e punida, e a The Lancet se retratou, mas o estrago já
estava feito, sendo esse estudo citado equivocadamente até hoje.

A VACINAÇÃO, O MOVIMENTO ANTIVACINA E A VOLTA DAS DOENÇAS


Em 1776, o médico Edward Jenner concebeu a ideia básica da vacinação observando aquela que talvez fosse a
doença mais temida da época: a varíola. Ele percebeu — por métodos nada ortodoxos, pelo menos do ponto de
vista da medicina atual — que injetar o vírus em uma pessoa saudável fortalecia seu sistema imunológico.
À época de Jenner, isso envolvia adoecer propositalmente as pessoas injetando pus contaminado no seu sangue,
mas logo outros estudos viriam a propor maneiras mais higiênicas e eficientes de realizar essa imunização.
Seja por meio de vírus inativos, enfraquecidos, de toxinas presentes na doença ou outros métodos, a proposta da
vacinação é sempre a mesma: criar uma resposta imunológica no organismo, de modo que ele apresente resposta
imediata, se um dia for infectado.

A REDUÇÃO DO TEMPO DE PRODUÇÃO DE VACINAS


Esse talvez seja um dos assuntos mais discutidos atualmente, então, guarde as seguintes informações quando for
rever a pandemia no Enem. Como não existe um precedente de infecção em tão larga escala e com efeitos sociais
e econômicos tão danosos, certas suposições consideradas relevantes sobre o tempo de produção das vacinas,
embora ainda nebulosas, podem cair na prova.
Existem diferentes parcerias entre o Governo brasileiro e indústrias ou organizações farmacêuticas de outros países
atuando para chegar a essa vacina. Aquela com projeções mais otimistas dá conta de que se possa ter um resultado
positivo em outubro e cerca de 100 milhões de doses produzidas até o início de 2021.
Nesse caso, quem seria vacinado primeiro? Há uma espécie de lista de pessoas cujas condições ou profissão permite
receber a imunização tão logo ela saia. Isso está relacionado ao fato de elas serem parte do chamado grupo de risco
ou estarem em contato constante com pessoas desse grupo. São exemplos dessas pessoas: idosos, crianças,
gestantes, profissionais da área de saúde, indígenas, professores, doentes crônicos, pessoas encarceradas,
funcionários do sistema prisional, motoristas de caminhão e outros.

O PERÍODO DE TESTE E SEGURANÇA DAS VACINAS


A produção de uma nova vacina demora, em média, um ano e meio, já que envolve três etapas de testes e a
observação das pessoas imunizadas. No entanto, em situações de emergência como a que vivemos, os estudos
preliminares são suficientes para proceder na vacinação.
Para que a Anvisa libere a produção de uma vacina contra a Covid-19, ela deve apresentar, pelo menos, eficácia
comprovada de 70%. Ou seja, de cada 100 pessoas vacinadas, 70 devem apresentar imunização comprovada e
satisfatória, para que a vacina possa ser produzida em larga escala.
Quanto à vacinação de toda a população, ela deve levar o dobro do tempo, já que a população do país é de cerca
de 200 milhões de pessoas, e a primeira fabricação chega aos 100 milhões.
Temas para Redação
Profª. Dra. Rosana Gondim
TEMA 2: A QUESTÃO EM TORNO DA OBRIGATORIEDADE DA VACINAÇÃO NO BRASIL

Texto I

Texto II
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu aval em 17/12/2020 para que os governos locais possam estabelecer medidas
para vacinação compulsória da população contra a Covid-19. Conforme o entendimento, a União, os estados, o
Distrito Federal e os municípios podem estabelecer medidas legais pela obrigatoriedade, mas não podem
determinar a vacinação forçada. (...) Com a decisão, nenhuma lei poderá prever que o cidadão seja levado à força
para tomar a vacina, mas a eventual norma poderá prever a restrição de direitos pela falta de comprovação da
vacinação, como deixar de receber um benefício, ser proibido de entrar em algum lugar ou ser impedido de realizar
matricula escolar na rede pública de ensino.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2020-12/stf-decide-que-vacinacao-contra-covid-19-podera-ser-
obrigatoria

Texto III
Qual a importância da vacina?
As vacinas são essenciais para blindar o organismo contra doenças que ameaçam a saúde, em todas as idades.
Doenças altamente contagiosas e bastante comuns no passado – como a Difteria, o Tétano, a Paralisia Infantil, o
Sarampo, a Caxumba e a Rubéola – praticamente já não existem mais no Brasil. Isso se justifica graças ao alto índice
de vacinação no país, são mais de 90% das crianças já vacinadas. Mas, atualmente, esses índices estão caindo em
virtude dos movimentos antivacinas. Esses movimentos têm ganhado força devido à autonomia adquirida pela
população para a prática não científica da medicina, baseada em fatos não comprovados, via redes sociais ou sites
leigos. Os movimentos antivacinas vêm ocasionando a desconstrução progressiva da autoridade médica e têm
contribuindo bastante para os extremos de negação das evidências científicas.
http://hermespardini.com.br/blog/?p=237

Texto IV
"Por lei, a vacinação [também] pode ser obrigatória, considerando essa previsão constitucional. O que acontece
muitas vezes é que o direito de todas as pessoas à saúde pode colidir com outros direitos. Especialmente nesse
caso, um dos argumentos que tem se levantado é a liberdade individual, da pessoa não querer se vacinar", afirma
Roberto Dias, professos de Direito Constitucional da FGV-SP e doutor em Direito pela PUC-SP. "Temos dois direitos
fundamentais que estão previstos na constituição e que são contrapostos nesse caso específico. A constituição não
dá, inicialmente, em abstrato, nenhuma prevalência de um sobre o outro, mas no caso concreto a gente deve
Temas para Redação
Profª. Dra. Rosana Gondim
analisar qual deve prevalecer", explica o professor. "De um lado, nós temos a proteção da saúde pública, e do outro,
um eventual direito individual de pessoas que querem se negar a isso. Na balança, me parece que o direito à saúde
pública e a obrigação a se vacinar devem prevalecer frente a supostas liberdades individuais", completa.
https://canaltech.com.br/saude/vacinacao-obrigatoria-veja-como-a-lei-brasileira-entende-a-questao-da-covid-19-
171401/, com ajustes

Texto V
Não vacinar crianças é ilegal, afirmam advogados
3
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90 (...), e ainda outros dispositivos garantem o direito das
crianças à saúde e tornam obrigatória a vacinação. Isso faz da decisão de não vacinar uma prática ilegal, e expõe
uma contradição entre o direito das famílias ou individual dos pais de decidirem sobre a vida das crianças, por um
lado; e a figura destas, como sujeitos de direitos, por outro. (...)
https://sbim.org.br/noticias/782-nao-vacinar-criancas-e-ilegal-afirmam-advogados

Você também pode gostar