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Universidade Federal da Bahia - UFBA

Escola de Enfermagem
Boas Práticas de Imunização na Atualidade

VARICELA

Discentes: Débora Sales, Ingryd Nascimento,


Lara Ramos, Naomy Safira, Vitória Oliveira
DEFINIÇÕES

A varicela é uma infecção viral primária, aguda, caracterizada por surgimento


de exantema de aspecto maculopapular, de distribuição centrípeta, que, após
algumas horas, adquire aspecto vesicular, evoluindo rapidamente.
SINAIS E SINTOMAS

Sinais Sintomas
● Parestesia ● Lesão sobre base eritematosa.
● Prurido e ardor
● Lesões pruriginosas que surgem
● Cefaléia
agrupadas.
● Mal estar
● Máculas que evoluem para
pápulas e crostas em poucos
dias.
AGENTE ETIOLÓGICO

● Vírus Varicela Zoster (VVZ) - Herpesvírus humano-3 (HHV-3)


● Família: Herpetoviridae
● Subfamília: Alphaherpesvirinae
● Gênero: Varicellovirus
● Mede de 180 a 200 nm de diâmetro
● Possui genoma linear de DNA dupla fita
● Capacidade de estabelecer latência

Micrografia eletrônica de
transmissão do vírus Varicella
zoster
Fonte: Alamy stock photo
AGENTE ETIOLÓGICO

A reativação da replicação viral do


O VVZ na infecção primária pode
VVZ pode ocorrer a manifestação
causar a varicela (catapora).
clínica do herpes-zoster.

● Reservatório é o homem
● Modo de transmissão: inalação das partículas virais, contato com as
mucosas e por via transplacentária.
● O vírus apresenta maior circulação no final do inverno e início da
primavera
● O período de incubação dura entre 10 e 21 dias
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Distribuição Espacial :

O maior coeficiente de incidência foi


apresentado pelo município de Presidente
Tancredo Neves (214,5 casos/100.000
habitantes), com registro de 6 casos da
doença, seguido pelos municípios de
Maetinga, com CI de 83,5 casos/100.000
habitantes (4 casos) e Dário Meira, CI de
42,1 casos/100.000 habitantes (5 casos)
(Figura 3). Porém, o maior número de
casos foi registrado pelo município de
Salvador (128), representando 31,1% do
total notificado no estado.

Fonte: Sinan Net/ Ibge Datasus – DIVEP/SUVISA/SESAB * dados preliminares até a SE nº 18/2020.
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Até Semana Até a Semana


Epidemiológica Epidemiológica
(SE) nº 18, 411 (SE) nº 33, 507 .
casos de varicela casos de varicela
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Distribuição por Faixa


etária:
Maior coeficiente de
incidência entre
menores de 1 ano de idade
(27,14 casos/100.000
habitantes), com 62 casos,
seguido da faixa etária de 1
a4
anos, CI 14,06
casos/100.000 habitantes
(131 casos).
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

● No estado da Bahia, até a semana epidemiológica nº 33 de 2020, não


houve óbito por varicela. Ocorreram 19 hospitalizações por varicela nesse
período.
● Foram notificados, nesse período, 6 surtos de varicela, 01 em creche e 05
em residência, com maior concentração no Núcleo Regional Sul (4),
apresentando maior percentual de casos notificados no módulo surto do
Sinan-Net (66,67%).
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
MEDIDAS DE CONTROLE
GERAIS EM CASO DE SURTOS EM UNIDADES ESCOLARES

● Lavar as mãos após tocar nas lesões. ● Identificar o número de crianças entre 15 meses e 5
● Isolamento com retorno após lesões em crostas. anos de idade incompletos que não tiveram varicela e
● Desinfecção dos objetos contaminados com que frequentaram a instituição nas últimas quatro
secreções nasofaríngeas. semanas, para atualização do esquema vacinal nas
● Identificar o número de pessoas com unidades de saúde.
comprometimento imunológico e as gestantes ● Monitorar o aparecimento de casos novos.
suscetíveis que tiveram contato com os casos para ● Após 21 dias sem novos casos, considera-se o surto
administração da imunoglobulina humana controlado.
antivaricela-zoster (IGHAVZ) no período de 96 horas. ● As crianças com varicela deverão ficar no seu
domicílio até que todas as lesões tenham evoluído
para crosta.

(Centro Estadual de Vigilância a Saúde do Rio Grande do Sul)


COMPOSIÇÃO DO IMUNÓGENO
No PNI, 2 vacinas são imunizantes para Varicela

1. Tetra viral - Imunizante para sarampo, caxumba, rubéola e varicela

Composição - Vírus vivos (atenuados) das cepas Schwarz do sarampo, RIT 4385 (derivada de Jeryl Lynn, da
caxumba), RA 27/3 (do vírus da rubéola) e OKA (da varicela) e adjuvantes.

Idade de administração - Dose única aos 15 meses (após recebimento da tríplice viral)

Volume e via de administração - 0,5 ml, subcutânea


Contraindicação: Casos de anafilaxia após dose anterior; usuários
com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave

Informação importante: A vacina é liofilizada, assim, o diluente, no


momento da reconstituição, deve estar na mesma temperatura das
vacina, ou seja, entre +2ºC a +8ºC.

(Brasil, 2014)
COMPOSIÇÃO DO IMUNÓGENO

2. Varicela

Composição - Vírus vivo atenuado da cepa Oka. Pode conter gelatina e traços de neomicina, kanamicina
e eritromicina.

Idade de administração - 4 anos

Volume e via de administração - 0,5 ml, subcutânea

Contraindicação - Gestantes ou mulheres em idade fértil que pretendem engravidar dentro de um mês

Informação importante - Vacina indicada, para população indígena, mesmo fora da idade de
administração preconizada (sem histórico de adoecimento)

(Brasil, 2014)
IMUNÓGENO NO CALENDÁRIO VACINAL
Esquema vacinal
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza 2 doses.
● 1ª dose aos 15 meses de idade com a vacina Tetra Viral (SCR-V).
● 2ª dose aos 4 anos de idade com a vacina varicela atenuada.
Observação:
Em situações de surto de varicela em creche, em ambiente hospitalar, e em áreas indígenas, a
vacina varicela atenuada pode ser aplicada em crianças a partir de 9 meses de idade, essa dose
aplicada antes dos 12 meses não será considerada. A criança deverá tomar as doses previstas
no calendário vacinal.
IMUNÓGENO NO CALENDÁRIO VACINAL
Cobertura vacinal
IMUNÓGENO NO CALENDÁRIO VACINAL

Cobertura vacinal na Bahia:

Até julho de 2020 na Bahia a cobertura vacinal da 1ª dose da vacina foi de 54,48%, resultado
abaixo da meta estabelecida para o controle da doença, que é igual ou superior a 95%.

Por que a cobertura vacinal está em queda a cada ano?


REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instrução Normativa Referente ao Calendário Nacional de Vacinação.
Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. Ministério da Saúde. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília. 2014. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf. Acesso em: 05 de Março de 2021

Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Vacina varicela (catapora). São Paulo. 2020. Disponível em:
https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-varicela-catapora. Acessado em: 04 de março de 2021.

COSTA, Marcos Rogério Menezes da et al . Vírus da varicela-zoster: identificação dos genótipos em casos de varicela e herpes-zoster nos
Municípios de Ananindeua, Belém e Marituba, Estado do Pará, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua , v. 7, n. 3, p. 31-41, set. 2016 .
Disponível em <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232016000300031&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 05 mar.
2021. http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232016000300004.

CARVALHO, A.; SILVA, A.; SILVA, J. Boletim Epidemiológico da Varicela. Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, v. 1, n. CI, p. 4, 2020a.

CARVALHO, A.; SILVA, A.; SILVA, J. Boletim Epidemiológico da Varicela. Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, v. 1, p. 4, 2020b.

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL. Centro de vigilância da saúde. Disponível em:
https://www.cevs.rs.gov.br/medidas-de-prevencao-e-controle-588646308b873

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