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O que é o movimento antivacina?

O movimento antivacina é um grupo, que pode ou não ser organizado, que reúne
críticos das vacinas contra programas de vacinação pública.

O movimento antivacina se tornou popular com a globalização, já que o avanço dos


meios de comunicação possibilitou uma maior disseminação dos seus ideais.

Nos dias atuais, vemos o movimento antivacina muito presente em vários


posicionamentos e ideais políticos, com pessoas tanto da direita, quanto da
esquerda.

Vale ressaltar que o movimento antivacina pode ser heterogêneo, abrangendo


pessoas do espectro político inteiro, bem como pessoas contra as vacinas por
questões religiosas ou espirituais.

Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a hesitação vacinal


como uma das dez ameaças à saúde global. Segundo a organização, esse
movimento de recusar a vacinação, mesmo com os imunizantes disponíveis, é uma
ameaça, já que pode reverter o progresso feito em doenças que são evitáveis com
as vacinas.

A OMS estima que a vacinação previne de 2 a 3 milhões de mortes por ano.

A primeira organização antivacina


A Sociedade de Londres para a Abolição da Vacinação Obrigatória foi fundada em
1880, e logo depois, em 1896, o seu nome foi mudado para Liga Nacional Anti-
Vacinação, que contava com pelo menos 100 filiais e mais de 10.000 membros.
Em 1898, outra Lei de Vacinação foi aprovada na Inglaterra e previa que, de
maneira a evitar que os filhos fossem vacinados, os pais deveriam tirar uma espécie
de certificado de isenção do processo de imunização.

O cientista Louis Pasteur inventou as vacinas contra a raiva, cólera aviária e antraz.
Com o avanço na medicina e ciência, outras vacinas foram inventadas como a do
tétano, da peste, febre amarela, difteria, entre outros.

Em novembro de 1904, tivemos no Brasil, no Rio de Janeiro, a Revolta da Vacina,


onde houve um movimento popular contra a obrigatoriedade da vacinação contra a
varíola. Nos protestos, cerca de 30 pessoas morreram e 110 ficaram feridas.

O principal motivo da revolta foi uma lei aprovada em 1904 que previa que as
autoridades sanitárias poderiam aplicar multas a quem não tomasse a vacina, além
de poder exigir uma certificação da vacinação para realizar viagens e ir em
casamentos ou para os alunos se matricularem nas escolas.
Movimento antivacina na era da informação
Após o esforço global e coletivo da vacinação da varíola, a OMS declarou a varíola
uma doença erradicada em 1980. Com o avanço da internet e a globalização, existe
uma maior facilidade para a propagação de informação errônea.

As redes sociais permitem a difusão de informações falsas e sem embasamento


científico, podendo atrair mais pessoas ao movimento e amedrontar as pessoas
focando nos efeitos colaterais das vacinas.

Em 1998, o britânico Andrew Wakefield publicou um artigo já desacreditado pela


comunidade científica no qual associava a vacina tríplice viral (MMR) ao
desenvolvimento do autismo em crianças. Com dados falsos e conflito de interesses
por parte do autor, atualmente sabemos que o estudo foi manipulado.

Em 2010, Wakefield teve a sua permissão médica suspensa e foi proibido de


praticar medicina no Reino Unido. Apesar disso, por ter tido muita atenção da mídia
quando o artigo foi publicado, esse mito permaneceu no imaginário das pessoas, o
que acabou por refletir nas taxas de vacinação.

Por exemplo, até os anos 2000, o sarampo era considerado uma doença erradicada
nos Estados Unidos, mas os casos começaram a ressurgir a partir de 2005.

Mesmo com os dados científicos a comprovar a eficácia das vacinas, o movimento


antivacina se foca nas questões de liberdade individual, nos efeitos colaterais das
vacinas, numa “resposta natural” do corpo e nas pesquisas paralelas de médicos
que desafiam a eficácia dos imunizantes.

Fonte: https://www.politize.com.br/antivacina/

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