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O Movimento Antivacina é

O movimento antivacina do Covid-19 no Brasil, foi uma oposição à vacinação pública


baseada no negacionismo científico, tal fenômeno resulta do anticientificismo
presente no país. O contexto político e sociocultural tem grande influência na escolha
de realizar a imunização ou não, segundo a professora de metodologia científica e
pesquisadora do movimento antivacina, Glícia Salviano Gripp. Além disso, há também
o medo dos efeitos colaterais da vacinação.
Contudo, o movimento não é novo e existe desde o século 19, quando surgiu a
primeira liga antivacina que se conhece do mundo, no Reino Unido, contra a vacina da
varíola. Em seguida em 1904 ocorreu a “revolta da vacina” no Brasil, um motim
popular no Rio de Janeiro contra a vacina da varíola também. Já mais recentemente o
artigo do gastroenterologista Andrew Wakefield, em 1998, associava a vacina tríplice
aos casos de autismo, o artigo foi publicado na revista Lancet.
Já em 2010, após três anos de investigação, o Conselho Geral de Medicina do Reino
Unido afirmou que o comportamento de Andrew foi desonesto, irresponsável,
antiético e enganoso. Ele teve seu registro médico cancelado e a revista se retratou de
todo o artigo. Mesmo tendo sido comprovado uma fraude e não tido apoio da
comunidade científica, o artigo foi trazido para o Brasil por Olavo de Carvalho, médico
que, mesmo com o diploma caçado pela justiça, é um dos maiores instigadores de
ideais negacionistas no país.
A ideia do movimento antivacina, e da pseudociência no geral, não tem embasamento
real, é algo que não se pode dar credibilidade e deve ser repreendido fortemente
inclusive com a força da lei se possível, tal qual foi feito durante a pandemia A Lei
13.979, de 6 de fevereiro de 2020, assinada e editada pelo presidente Jair Bolsonaro e
aprovada pelo Congresso Nacional, estabelece a vacinação compulsória, entre outras
medidas. Prevendo multa e detenção de um mês a um ano. Contudo a lei somente
pode ser aplicada para doenças contagiosas.
Há vários casos de promotores do movimento que acabaram mortos pela Covid-19
dentre eles, o líder religioso norte-americano Marcus Lamb, que era fundador e
diretor-executivo da rede de TV cristã Day Star, Bob Enyart, apresentador de uma
rádio no estado do Colorado, nos Estados Unidos (EUA), Marc Bernier, apresentador
da rádio WNDB na Flórida.
Isso tudo serve para provar como as informações falsas transmitidas por eles são
perigosas, visto que levaram as mortes deles mesmos e tantas outras pessoas. Apesar
disso, alguns dos líderes dos movimentos acabam por mudar sua opinião, como no
caso do radialista de extrema-direita Dick Farrel que trabalhou em estações de Miami
e Palm Beach, o mesmo, quando foi para o hospital, mudou de opinião e pediu aos
amigos que se vacinassem.
Assim como Farrel, o médico italiano Pasquale Bacco, que destacou-se de forma
negativa ao ignorar os riscos do novo coronavírus, se arrependeu, ele afirmou “temos
sido grandes covardes, todos nós antivacinas” em entrevista ao site ‘El Mundo’, Bacco
foi além: "Nós éramos uns grandes sacanas, não escondo, essa é a verdade. Um dia
nós deveríamos ser responsáveis por essas coisas. Infelizmente. Por isso eu pedi
desculpas a todos, mas esse perdão é inútil".

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