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Movimento

antivacina no
Brasil:
Uma questão de saúde pública
Como funciona
As vacinas introduzem no corpo humano organismos que são capazes de causar
doenças – os chamados patógenos, porém enfraquecidos. O sistema de imunidade
do nosso corpo processa essas células através dos antígenos. Assim, os
patógenos são fracos, mas suficientes para que o corpo gere uma resposta
imunológica contra essa doença.
Em resumo, uma vacina é uma preparação biológica do corpo humano para
prevenir doenças.
Contexto
histórico
O movimento antivacina não é recente e especialistas o associam às
epidemias de varíola na Idade Média. No Brasil, o primeiro surto da
varíola foi registrado em 1555.
Desde a Idade Média, a taxa de mortalidade era de 20% a 30%, e com
o passar dos anos, em regiões da África e Ásia, as pessoas realizavam
a “variolação” ou “inoculação”, que consistia em passar uma amostra
de pus da ferida de algum doente na pele de uma pessoa saudável.
Essa prática não era totalmente eficaz, já que especialistas estimam
que de 2% a 3% das pessoas morriam após terem sintomas graves da
varíola.
Alguns líderes religiosos eram contra a

os primeiros
prática de imunização, já que acreditavam
que a doença era uma punição divina e não
deveria ser tratada nem prevenida. Outros a

antivacinas
consideravam repulsiva, usando jornais e
revistas para ironizar a descoberta do
médico.
A primeira organização antivacina

O cientista Louis Pasteur inventou as vacinas contra a raiva, cólera


aviária e antraz. Com o avanço na medicina e ciência, outras vacinas
foram inventadas como a do tétano, da peste, febre amarela, difteria,
entre outros.
Em novembro de 1904, tivemos no Brasil, no Rio de Janeiro, a Revolta
da Vacina, onde houve um movimento popular contra a
obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. Nos protestos, cerca de
30 pessoas morreram e 110 ficaram feridas.
O principal motivo da revolta foi uma lei aprovada em 1904 que previa
que as autoridades sanitárias poderiam aplicar multas a quem não
tomasse a vacina, além de poder exigir uma certificação da vacinação
para realizar viagens e ir em casamentos ou para os alunos
matricularem-se nas escolas.
Estratégias
é possível identificar quatro estratégias/argumentos principais utilizadas no movimento:

Minimizar a ameaça da doença: mesmo com as altas taxas de letalidade da varíola, era comum os
simpatizantes do movimento antivacina referirem que não era uma ameaça tão grande à
população, já que haviam poucos casos.

Declarar que a vacinação causa doenças e/ou é ineficaz: durante o período de “variolação”, era
possível que as pessoas tivessem outras doenças secundárias por conta da falta de práticas
sanitárias na época. Atualmente, esse argumento que a vacina não funciona ou causa doenças
não possui base científica.

Afirmar que a vacinação faz parte de uma conspiração: argumentos como violação das liberdades
individuais, abuso de poder por parte do Estado, entre outros. Na vacinação contra a Covid-19,
temos diversas teorias da conspiração também.

Referências às “autoridades” paralelas que legitimam as estratégias acima: uso de


“especialistas” que possuem métodos alternativos para poderem legitimar o movimento

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