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Surtos de doenças e pandemias são reconhecidos historicamente como devastadores,

tendo em vista estragos causados por infecções e vírus no passado. No período atual,
entretanto, as vacinas existem como alternativa para a prevenção de tais eventos
catastróficos, porém junto com a solução surgem movimentos que creem na ineficácia
desses meios, alegando-os como perigosos. Esse movimento recebe o nome de antivacina,
ou “antivax” e baseiam seus argumentos em artigos virtuais e crenças pessoais.
No ano de 1904, no Rio de Janeiro, ocorreu um levante popular apelidado de “Revolta da
Vacina”. Na época, a incidência de doenças como a febre amarela e a peste bubônica
demandava uma campanha sanitária. Dessa forma, foi proposta uma ação de saúde pública
mandatória, que trouxe à tona problemas democráticos relacionados à obrigatoriedade da
vacinação. Durante o período de cinco dias o povo carioca protestou contra a demanda da
vacina, totalizando ao fim 31 mortos, 110 feridos e quase mil presos. O Rio de Janeiro era
conhecido como uma cidade virulenta e fedida, contudo a iniciativa enfureceu a população,
embora os mesmos fossem diretamente afetados por essas doenças, pois acreditavam na
ineficiência dessa cura por meio de desinformação popular.
Enquanto a problemática acerca da escolha democrática e segurança pública é de grande
relevância, quando baseada em desinformação, o direito individual afeta o bem coletivo.
Como no exemplo da ressurgência do sarampo no Brasil, doença que havia sido erradicada
no território de 2016 a 2017, que devido a falta de vacinação e prevenção contra a doença,
voltou a apresentar casos nos anos seguintes. Tido isso, o povo deixa de tomar o vírus
como uma ameaça iminente, o vendo apenas como um problema passado, que ao
combinar com a desinformação constante leva a falta de investimento na proteção pública e
pessoal.
Diante do desafio apresentado pelo movimento anti-vacina, é necessário implementar ações
que promovam a conscientização da vacinação. Para isso, é fundamental investir em
campanhas de comunicação e educação em saúde, tanto nas escolas quanto nas mídias
digitais e tradicionais com informações embasadas cientificamente. Parcerias entre
instituições de saúde, governo e organizações não governamentais também devem ser
estabelecidas para ampliar o alcance dessas ações e combater as informações falsas e
mitos que circulam sobre as vacinas. A disseminação de conhecimento e a promoção de
debates são fundamentais para fortalecer a saúde pública como um todo.

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