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“A médio prazo iremos todos enlouquecer, se passarmos a ver no outro uma possibilidade de morte”.

A frase é de Caio
Fernando Abreu, importante escritor brasileiro que, morto pela aids, refletiu em muitas de suas crônicas sobre o
sentimento causado pela possível contaminação do vírus na juventude de sua época. De fato, durante muito tempo, o
HIV assustou grande parcela da população mundial; hoje, porém, muito por desconhecerem essa época ou verem
garantia em métodos de tratamento modernos, os jovens não parecem mais ter tanto medo da transmissão, que cresce e
é perigosa. A fim de resolver esse problema, é necessário, então, entender melhor suas causas e tratá-las na raiz.

Em primeiro lugar, é importante perceber que o fato de a sociedade não falar abertamente sobre a aids, atualmente, gera
consequências nocivas à saúde coletiva. Isso porque a falta de divulgação de casos, meios de transmissão e,
principalmente, tratamentos torna a doença, de certa forma, menos importante e a deixa fora da preocupação dos jovens.
Ao afirmar que o vírus “não se pega só no Carnaval”, o presidente do Fórum de ONGs Aids, Rodrigo Pinheiro, mostra
que a campanha precisa ser diária, chamando as pessoas ao debate e, principalmente, mostrando as consequências de
relações sexuais sem qualquer prevenção.

Convém destacar, também, a segurança passada pela diversidade e modernidade dos tratamentos, o que, de certa
maneira, tranquiliza a juventude e estimula o pouco cuidado com a transmissão. O fato de os avanços científicos terem
proporcionado uma qualidade de vida maior aos indivíduos portadores do vírus ameniza os perigos da aids e, na
sociedade de hoje, ofusca a cura ainda impossível. Poder conviver com a doença, para os jovens, é um sinal de que as
consequências se tornaram comuns, o que banaliza uma enfermidade que não é crônica como as outras, mas que mata e
precisa ser evitada.

Torna-se evidente, então, que a questão da aids, hoje, apesar de parecer controlável para os jovens, é perigosa e deve ser
divulgada quanto a isso. Primeiramente, a mídia, grande difusora de informações, pode trabalhar campanhas com
relação à divulgação de tratamentos e, principalmente, meios de transmissão do vírus durante todo o ano. O governo,
em parceria com as escolas, poderia criar programas de conscientização e implantar disciplinas de educação sexual que,
em seus programas, discutissem a questão da doença. As ONGs, por fim, podem pressionar os outros três agentes para
que mantenham o alerta sobre os perigos da aids diariamente, de forma que, em pouco tempo, não enlouqueçamos mais,
mas, na verdade, cuidemos de algo que, a curto prazo, não enlouqueça o homem e o mantenha vivo.

Embora no século XXI ao acesso à informação seja vasto, ainda no Brasil os jovens têm práticas contraditórias em
relação ao sexo. A falha das instituições formadoras e a vigência de uma cultura onde o sexo é tabu constituem uma das
principais causas do retorno das DSTs.

As escolas podem promover palestras de conscientização destinadas para pais e alunos

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