Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Um desafio contemporâneo
É de conhecimento geral que desde os tempos mais remotos os seres vivos procuram
formas de fugir da realidade que os cercam. As drogas são os caminhos mais comuns
para essa necessidade, sejam elas lícitas ou não. Suas consequências podem ser
devastadoras não somente para quem usa, mas para sociedade em geral. Nesse
sentido faz-se preciso uma análise desse hábito nocivo, porém já enraizado, e criar
soluções para combatê-lo.
Em primeiro lugar cabe estabelecer que o mal causado pelas drogas não se restringe
a um lugar ou uma época, e é de suma importância investigar os motivos pelos quais
esse costume se sustenta. A partir do momento que o ser humano passou a viver em
sociedade, problemas surgiram, doenças como ansiedade e depressão e momentos de
estresse por exemplo são um dos principais fatores pela busca do prazer momentâneo
oferecido pelos entorpecentes.
Independentemente das opiniões sobre o tema, é incontestável que o tráfico de
drogas é, hoje, um negócio altamente lucrativo. Devido sua facilidade de compra, muitas
pessoas tornam-se usuárias, trazendo para si e para toda sociedade inúmeros
malefícios. A segregação no espaço urbano é uma grave consequência desse uso, com
ela a violência cresce, aumentando também o índice de assassinatos e instabilidade do
estado.
Dessa forma fica claro que o problema que voga é mais complexo do que aparenta. É
necessário nesse sentido um esforço conjunto para diminuir o problema. Cabe a
Organização Mundial da Saúde que atue junto ao governo criando melhores programas
de reabilitação para os usuários. Além do papel imprescindível da escola e família
quanto a prevenção do uso. E por fim, aos veículos midiáticos reforçar o quão nocivo é
o consumo de tais substâncias e suas consequências para a sociedade. Solucionar a
questão das drogas é um processo longo, mas é necessário seu primeiro grande passo.
Epidemia social
A guerra do ópio, ocorrida no século XIX, é um dos principais registros, no qual se
comprova que o consumo de drogas permeia a história da humanidade. Outrora, já se
podia notar diversos distúrbios sociais, gerados pelo uso indiscriminado de substâncias
tóxicas, que perduram em meio a sociedade. Desse modo, como tal fator histórico
permanece intrinsecamente ligado à realidade do país, surgiu a problemática da
violência urbana atrelada ao tráfico de drogas, a qual se mostra consideravelmente
nociva à vida em grupo.
Em primeiro plano, é indubitável que o ser humano sofre influência daquilo que
ouve e vê. Consoante Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria
esteriótipos que tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, forçando imagens,
muitas vezes errôneas, em suas mentes. Então, quando crianças, principalmente mais
pobres, assistem ou leem notícias sobre como a aquisição de certos produtos é o
caminho para a felicidade, tendem a acreditar que o ter é o que define o ser. Portanto,
devido à falta de perspectiva e o crescente número de usuários de drogas ilícitas, o
tráfico se mostra como um meio para uma ascensão social rápida, tendo como efeito
colateral um âmbito extremamente violento, que diminui a expectativa de vida dos
filiados à essa prática criminosa.
Outrossim, é notório que a tentativa de impedir a comercialização de narcóticos é
uma guerra perdida, que vitimiza um número alarmante de militares e civis. Como não
há indícios da erradicação dos vícios, o comércio ilegal de entorpecentes acarreta tanto
em uma perda monetária significativa, a qual poderia ser convertida em impostos
usados para o bem-estar social, quanto na perpetuação do treinamento repressivo da
polícia em detrimento do preventivo. Assim, por meio de um método falho, observa-se
que o Estado brasileiro, ao invés de impedir o caos, fomenta mais a desordem, numa
jornada inversa ao pensamento do Contrato social de Thomas Hobbes.
Torna-se perceptível, por conseguinte, que a violência urbana mesclada com o
tráfico de drogas é fruto da apologia ao consumo e da ultrapassada política de
segurança pública do país. Logo, para reverter esse cenário, o Governo federal deve
investir, juntamente com a descriminalização gradual dos entorpecentes, tanto na
implementação de novos centros de reabilitação, quanto, aliado à esfera estadual do
poder, no aprimoramento policial, com ênfase em aulas sobre os direitos humanos na
formação e acompanhamento psicológico constante. Ademais, a aplicação de
campanhas de abrangência nacional , junto às emissores abertas de tv, que denotem os
malefícios da banalização do consumo são fundamentais. Dessa forma, essa epidemia
social será paulatinamente minimizada.