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introduçao Atualmente o mundo se depara com uma pandemia, a pandemia do

Coronavírus, também chamada de Covid-19, seus primeiros casos foram notificados


31/12/2019 na China, e hoje já atinge diversos países incluindo o Brasil (BRASILa,
2020). Ao longo deste processo pandêmico vivenciado pelo mundo desde dezembro
de 2019 até agora em 2020, a Covid-19 tornou-se uma doença notificável.
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus e as ações voltadas ao combate da
doença causada por ele, a Covid-19, pautaram importantes debates no Congresso
Virtual UFBA 2020. Uma das questões mais recorrentes das discussões foi o
aprofundamento das vulnerabilidades sociais em diferentes contextos, abarcando
desde o acesso desigual aos serviços de saúde entre os municípios até medidas
que acentuam a discriminação em determinadas camadas da população
brasileiraJá na abertura, a pandemia foi o tema da sessão “O Brasil no século XXI:
conhecimento e políticas públicas no enfrentamento da Covid-19”, que teve a
participação da presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, e
dos professores Eduardo Mota e Glória Teixeira, do Instituto de Saúde Coletiva
(ISC/UFBA).A mesa destacou os diferentes impactos causados pela pandemia nos
municípios, em especial aqueles localizados na região Norte do Brasil, e o reflexo
das vulnerabilidades sociais para a saúde da população. “Há municípios em que as
pessoas precisam percorrer, em média, 240 quilômetros para chegar ao hospital e
ter acesso a um leito de UTI”, observou Nísia Trindade.Segundo a presidente da
Fiocruz, é preciso que haja maior integração entre o sistema de vigilância e a
atenção básica em saúde, com uma atuação mais efetiva dos agentes
comunitários de saúde nesse processo. Ela também chamou atenção para as ações
adotadas pelos estados brasileiros, a exemplo das restrições às aglomerações, e
para a importância do isolamento social para conter o avanço da pandemia. “O
conhecimento científico nos mostra que, na ausência de vacina e de
medicamentos comprovadamente eficazes, são essas medidas que têm
demonstrado o melhor resultado”.Em debate com Trindade, o epidemiologista
professor do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA Eduardo Mota apontou a
necessidade de mais investimentos nas áreas de saúde e educação. Ele criticou o
processo de desfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e das instituições
públicas de ensino nos últimos anos. “As nossas instituições de ensino e pesquisa
são as responsáveis pela produção do conhecimento e inovação neste país, algo
que se mostra absolutamente essencial em um momento como este”,
observou.Para a também epidemiologista e pesquisadora do ISC Glória Teixeira,
além do fortalecimento do SUS, a pandemia também abre uma oportunidade para
se discutir sistemas universais em todos os países do mundo. “A pandemia está
trazendo à tona o problema da desigualdade, e eu espero que a sociedade
brasileira e a humanidade vejam esses exemplos para a construção de um mundo
menos desigual e mais a favor da população”.

https://coronavirus.ufba.br/coronavirus-uma-pandemia-que-explicita-
desigualdades-sociais
diante desta situaçao vemos
A expansão da pandemia de Covid-19 pelas favelas, periferias e interiores do
Brasil escancarou a perversa desigualdade social e econômica entre as classes
sociais, naturalizada e aceita por grande parte da sociedade e das instituições do
Estado, o que representa uma barreira às recomendações de higiene básica,
distanciamento físico e permanência em casa, alerta a Radis. O Conselho
Nacional de Saúde (CNS) alerta sobre a necessidade de especial proteção a grupos
em situação de vulnerabilidade ou em risco como as pessoas em situação de rua,
com sofrimento ou transtorno mental, com deficiência, vivendo com HIV/Aids,
LGBTI+, população indígena, negra e ribeirinha e trabalhadores do mercado
informal, como catadores de lixo, artesãos, camelôs e prostitutas.
Uma das maiores preocupações do CNS é a desigualdade nas condições de
saneamento e moradia frente à pandemia. Nesta edição da Radis, há reflexões
sobre os determinantes sociais que agravam a pandemia e entrevistas com quem
conhece de perto a realidade nas terras indígenas, periferias e favelas e nas ruas
das cidades, onde se dorme e trabalha. “Quando começaram a falar em Covid-19
e disseram ‘fiquem em casa’, isso dilacerou nossos corações”, lembra Vanilson
Torres, representante no CNS do Movimento Nacional da População em Situação
de Rua, entrevistado pela Radis. Para ele é preciso mais do que oferecer serviços
de saúde para essas pessoas durante a pandemia. É preciso haver ações
integradas com as áreas de moradia e assistência social. Quem não tem acesso a
condições dignas de moradia e vida e aos mínimos direitos fundamentais ou está
sem trabalho e renda nunca esteve tão vulnerável.
“Uma das questões que mais nos preocupa tem a ver com o tamanho do nosso
país e a desigualdade nas condições de saneamento básico e de estrutura
domiciliar que as pessoas têm para enfrentar adequadamente essa pandemia”,
afirma Moysés Toniolo, conselheiro nacional de saúde e integrante da Articulação
Nacional de Luta contra a Aids (Anaids) e da Rede Nacional de Pessoas Vivendo
com HIV/aids.Das favelas às aldeias, as marcas da desigualdade aumentam o
desafio para prevenção e controle da Covid-19 e exigem estratégias intersetoriais
adaptadas a contextos diferentes. Uso de álcool gel e máscaras, higienização das
mãos e mesmo a recomendação para não sair de casa são medidas que esbarram
em realidades brasileiras, ou na ausência de direitos básicos, como saúde,
emprego e moradia.Indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pessoas em situação de
rua, refugiados, ciganos, moradores de favela e periferia, aqueles que vivem com
HIV/Aids, trabalhadores informais e outros grupos têm algo em comum: por
estarem à margem da sociedade, precisam lidar com as desigualdades no acesso
aos direitos, o que os torna ainda mais vulneráveis diante da pandemia de Covid-
19. Contudo, o que define essas condições de vulnerabilidade? Para Marcelo
Pedra, psicólogo sanitarista e pesquisador do Núcleo de Pesquisa com Populações
em Situação de Rua da Fiocruz Brasília, são fatores culturais, socioeconômicos e
demográficos. “A gente se habituou a pensar em populações vulneráveis ao falar
de pessoas em situação de rua, em privação de liberdade, as LGBTQI+, o povo
cigano, catadores e trabalhadores da reciclagem, ou seja, pessoas que estão de
alguma maneira expostos, o que radicaliza muito mais nesse momento de Covid-
19”, afirmou durante o programa Conexão Fiocruz Brasília (abaixo).

https://portal.fiocruz.br/noticia/desigualdade-social-e-economica-em-tempos-de-covid-19

sabemos que o novo coronavírus chegou ao Brasil trazido por pessoas da classe alta,
que fizeram viagens internacionais e se contaminaram no exterior. Um dos primeiros
casos no país foi o de um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que passou
duas semanas na Itália em fevereiro. Internado no hospital Albert Einstein, teve o
diagnóstico confirmado em 26 de fevereiro e se curou da doença duas semanas
depois. Rapidamente, o vírus desceu na hierarquia social e agora se espalha pelas
classes baixas. Em grandes centros urbanos, a covid-19, doença provocada pelo novo
coronavírus, já mata mais na periferia do que no centro. A contaminação é facilitada
pela distribuição desigual da renda. Nas periferias, as condições para cumprir o
isolamento social são piores: há mais moradores por domicílio, o acesso a água
encanada, vital para a higienização, às vezes não existe ou é intermitente, e a
insegurança econômica estimula muitos a saírem de casa para obter algum dinheiro.
Quando alguém é infectado e adoece, o sistema público de saúde é a única
alternativa, e em algumas cidades ele já está saturado para tratar casos graves. O
ponto de partida já é desigual: o número de leitos de UTIs na rede pública, por 10 mil
habitantes, é quase cinco vezes inferior ao da rede privada. A tendência é que a crise
provocada pela covid-19 acentue a desigualdade no Brasil, que já é um dos países
mais desiguais do mundo, afirma Fernando Burgos, professor da FGV-EAESP e
especialista em políticas sociais e desigualdade. ". A doença afeta desigualmente os
desiguais, e será cada vez mais dura com os mais pobres",Quando começou a
pandemia, muitas pessoas diziam que a covid-19 iria igualar os desiguais, pois todos
iriam ficar doentes, precisar de respiradores, etc. Isso era uma bobagem. A doença
afeta desigualmente os desiguais, e será cada vez mais dura com os mais pobres",
Impacto na saúde A primeira interação visível entre a pandemia e a desigualdade se
dá nas condições para evitar a contaminação. A primeira interação visível entre a
pandemia e a desigualdade se dá nas condições para evitar a contaminação. Antônio
Augusto Moura da Silva, professor de epidemiologia da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA), afirma que o alto número de óbitos nas periferias de regiões
metropolitanas é uma consequência da condição de vida nesses locais. "Nas periferias
é mais difícil manter o distanciamento social, e a transmissão deve estar ocorrendo a
uma maior velocidade", diz. Segundo ele, a situação nesses bairros irá se agravar nas
próximas semanas e, com o sistema de saúde saturado, "pessoas vão começar a
morrer em casa". Não é só o ritmo de contaminação que prejudica... - as classes
baixas. A população pobre também tem uma probabilidade maior de ter doenças pré-
existentes, como diabetes, hipertensão, doença pulmonar e cardíaca ou insuficiência
renal, que tornam uma infecção pelo coronavírus mais perigosa. Na província de
Hubei, na China, a taxa de hospitalização foi 1,8 vez maior para os contaminados pelo
coronavírus que tinham alguma comorbidade, e 2,6 vezes maior para os com duas ou
mais comorbidades.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2020/04/27/como-o-novo-
coronavirus-acentua-as-desigualdades-no-brasil.h

2: diante de toda situaçao existente vemos O tema da exclusão social é de fundamental


importância quando se discute acerca da democracia. Tal preocupação advém do fato de que,
ainda que façamos parte de um Estado democrático, não podemos assegurar que nossos
interesses serão defendidos. Todavia, se estivermos excluídos, podemos ter a certeza de que
nossos interesses serão gravemente feridos .Nesse diapasão é que se faz pertinente discutir
acerca das ações afirmativas. Estas seriam a adoção, pelo Estado, de políticas públicas para
implementar medidas que visam assegurar um maior equilíbrio social, através da imposição ou
incentivos de determinados comportamentos por particulares ou instituições públicas,
podendo ou não haver uma contrapartida como, por exemplo, a redução de
impostos.Trabalhando a questão da exclusão social bem como o conteúdo jurídico do conceito
de ações afirmativas, poderemos verificar aspectos atinentes ao seu papel na luta pela
inclusão social na democracia brasileira. A necessidade de se sentir pertencente a um grupo é
inerente ao homem. Desde que este começou a formar uma comunidade, existe o desejo de
viver em sociedade com seu semelhante. Não nos reconhecemos sós e isolados.Sendo esse
sentimento parte do ser humano, quando este percebe-se isolado, à margem do grupo, é
natural que surjam tentativas de integrá-lo novamente à sociedade, quer seja por parte dos
próprios excluídos ou por parte da sociedade que, a princípio, o excluiu.Embora esse problema
exista desde sempre, só recentemente tornou-se objeto de discussão por parte da sociedade.A
questão da exclusão social teve início na Europa, devido ao crescimento do número dos sem-
teto e da pobreza urbana, da falta de acesso a empregos e rendas por parte de minorias
étnicas e imigrantes, da natureza precária dos empregos disponíveis e da dificuldade dos
jovens para ingressar no mercado de trabalho.Na França, por exemplo, desde os anos 50 há
um número expressivo de pessoas presas à engrenagem da pobreza, em meio a uma crescente
abundância, as quais são consideradas resíduos que o desenvolvimento do pós-guerra pareceu
esquecer. Foi nesse país, a partir da década de 60, que surgiu o termo "exclusão", também
muitas vezes chamado de "nova pobreza", sendo que a doutrina centrava essencialmente a
questão da exclusão social somente no que diz respeito aos aspectos decorrentes da exclusão
material.A análise do problema dos excluídos, não pode ser enfocada simplesmente pelo
aspecto econômico, que pouco diz sobre a necessidade de sua inclusão, que passa pelo viés
político e ético. Este problema somente poderá ser adequadamente enfrentado se assumirmos
uma postura ética em defesa de um modo de vida digno para todos.Uma visão dimensional do
problema é fundamental para que possa ser compreendida a exclusão pois, ao determinarmos
qual ou quais dimensões da exclusão social estão sendo trabalhadas, mais fácil se torna o
enfrentamento delas, possibilitando a elaboração de diferentes estratégias conforme o
aspecto da exclusão

. Fonte: http://prof-pat.blogspot.com/2009/06/exclusao-social.html

O Brasil, nas últimas décadas, vem confirmando, infelizmente, uma


tendência de enorme desigualdade na distribuição de renda e elevados
níveis de pobreza. Um país desigual, exposto ao desafio histórico de
enfrentar uma herança de injustiça social que exclui parte significativa de
sua população do acesso a condições mínimas de dignidade e cidadania.
Como uma contribuição ao entendimento dessa realidade, este artigo
procura descrever a situação atual e a evolução da magnitude e da natureza
da pobreza e da desigualdade no Brasil, estabelecendo inter-relações
causais entre essas dimensões.Trata-se de um relato empírico e descritivo,
que retrata a realidade da pobreza e da desigualdade. Nossa hipótese
central, presente em estudos anteriores,1 é que, em primeiro lugar, o Brasil
não é um país pobre, mas um país com muitos pobres. Em segundo lugar,
acreditamos que os elevados níveis de pobreza que afligem a sociedade
encontram seu principal determinante na estrutura da desigualdade
brasileira — uma perversa desigualdade na distribuição da renda e das
oportunidades de inclusão econômica e social.

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
69092000000100009

No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se
baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros.Os aspectos mais
simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos
isso em nossa sociedade pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros
que vivem em mansões rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias
enquanto outros não sequer o que comer durante o dia.

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/administracao-financas/as-
classes-sociais-as-desigualdade.htm
A Exclusão Social designa um processo de afastamento e privação de determinados
indivíduos ou de grupos sociais em diversos âmbitos da estrutura da sociedade.
Trata-se de uma condição inerente ao capitalismo contemporâneo, ou seja, esse
problema social foi impulsionado pela estrutura desse sistema econômico e político.

Assim, as pessoas que possuem essa condição social sofrem diversos preconceitos.
Elas são marginalizadas pela sociedade e impedidas de exercer livremente seus
direitos de cidadãos.Podemos salientar as condições financeiras, religião, cultura,
sexualidade, escolhas de vida, dentre outros.Os excluídos sociais, geralmente são
minorias étnicas, culturais e religiosas. Como exemplos, temos os negros, índios,
idosos, pobres, homossexuais, toxicodependentes, desempregados, pessoas
portadoras de deficiência, dentre outros.Observe que essas pessoas ou grupos sociais
sofrem muitos preconceitos. Isso afeta diretamente aspectos da vida, e, em muitos
casos, gera outro problema chamado de “isolamento social”.

Exclusão Social no Brasil


No Brasil, a exclusão social está longe de ser um problema resolvido. Com tantas
desigualdades e comportamentos intolerantes, nosso país tem apresentado diversos
casos de exclusão. Destacam-se as escolhas relacionadas com a sexualidade, religião
e culturas.Por outro lado, podemos comemorar alguns progressos nessa área. Como
exemplos, temos o desenvolvimento de projetos sociais e ainda, a inclusão de
disciplinas com temas transversais nas escolas: pluralidade cultural, orientação sexual
e ética.Temas como estes, estão intimamente relacionados com a cidadania e visam
uma construção social menos desigual e mais tolerante na nossa sociedade.Além
disso, o reconhecimento de culturas minoritárias seguem aliadas com o objetivo de
criar cidadãos mais tolerantes e conscientes de suas ações.Nesse ínterim, diversos
projetos e programas sociais surgem com o intuito de oferecer suporte para a
visibilidade desses grupos minoritários.Um exemplo disso, são as cotas
raciais desenvolvidas pelas universidades para incluir alunos de origem negra ou
indígena.Com isso, essas pessoas somam suas vozes às outras, tendo, portanto, a
oportunidade de mostrar sua história e opiniões sobre determinados temas.

Para os toxicodependentes, podemos citar a cracolândia, situada no centro da cidade


de São Paulo. Nesse local, diversos dependentes de crack andam pelas ruas em
busca de droga. Eles vivem em condições precárias de higiene.

Embora existem propostas recentes de programas sociais destinadas à esses grupos,


essa triste realidade de exclusão social na cracolândia ainda está longe de ser
resolvida

Inclusão Social

A Inclusão Social é um conceito contrário à exclusão social. Ou seja, ele trata das
diversas maneiras de incluir os seres humanos que, por algum motivo, estão excluídos
da sociedade.

Em resumo, a inclusão social é um conjunto de ações e medidas que priorizam a


igualdade de direitos. Ela busca oportunidades de acesso para todos com o intuito de
acabar com o problema da exclusão social.

Projetos e Programas de inclusão de diversas instituições pelo mundo têm diminuído


cada vez mais o problema da exclusão.
A desigualdade social e econômica gerada pela miséria, injustiça e exploração
econômica, tem sido um grande problema social enfrentado por diversos países no
mundo.Para muitos, a desigualdade social no mundo começa com a introdução do
sistema capitalista, onde há os produtores e trabalhadores, ou exploradores e
explorados.Nesse sentido, o conceito de exclusão social está intimamente relacionado
com o de desigualdade.Isso porque ela potencializa o processo de exclusão social.
Gera pobreza, miséria, mortalidade, aumento do desemprego, aumento da violência e
marginalização de parte da sociedade.

Ainda que a desigualdade social no Brasil tenha diminuído nos últimos anos, o
problema da exclusão social é notório em diversos locais do país.

3: Social-democracia é um modelo econômico e político que ganhou destaque no século XX,


após a proposição de um modelo econômico de garantia do pleno emprego, de John Maynard
Keynes; a crise de 1929 da bolsa de valores de Nova Iorque; e a evidência da gritante
desigualdade social provocada pelo capitalismo.
O que é social-democracia
A social-democracia não é uma teoria única, mas um conjunto de práticas que visa opor-se ao
modelo liberal de economia, que se tornou forte no Ocidente após a Revolução Industrial e as
reformas liberais. As revoluções francesa e inglesa, que se opuseram à monarquia absolutista,
estabeleceram uma nova forma de pensar a política, baseada na liberdade e na livre iniciativa do
mercado, o que abriu portas para o acesso da burguesia à propriedade privada.
A social-democracia visa o estabelecimento de um Estado de bem-estar social dentro do sistema
capitalista.

Junto a esse novo modo de pensar, foi criado na Europa e nos Estados Unidos (com
a independência norte-americana e o estabelecimento do republicanismo) um Estado
liberal ou Estado de direito, que visava propiciar condições de crescimento econômico por
meio do trabalho e do esforço individual.
O cenário resultante dessa forma de reger a economia, embasada na doutrina liberal, deu
continuidade à desigualdade social, pois os burgueses, donos dos meios de produção,
exploravam a mão de obra do proletariado, que, por conta dos baixos salários e da escassez de
direitos, não conseguia acumular dinheiro.
Na visão liberal, o mercado deve regular-se por si mesmo, sem qualquer interferência do
Estado. Uma visão crítica do liberalismo aponta, inclusive, que deve haver desemprego, pois
com isso se cria o que chamam de exército de manutenção de trabalhadores (trabalhadores
ociosos desesperados por uma vaga no mercado), e isso possibilita que o salário mantenha-se
baixo e a economia cresça.
O alto índice de desemprego desencadeou sérias crises econômicas no início do século XX, e
a mais acentuada delas foi a crise da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929. Com isso, o
economista inglês John Maynard Keynes desenvolveu uma teoria econômica que visava manter
o pleno emprego a fim de evitar-se novas crises.
Junto à ideia de Keynes, a social-democracia começou a ganhar força, pois o objetivo de manter
o pleno emprego era comum nas duas visões econômicas. O ponto central de convergência
dessas duas teorias é a ideia de que o governo deve interferir na economia para que tudo se
ajuste. O ponto de divergência é que a proposta social-democrata visa a criação de um Estado
democrático de direito que garanta a toda população o acesso aos serviços básicos, criando um
estado de bem-estar social, o que, na ótica de Keynes, seria causado automaticamente pela
garantia do emprego.
Para promover o acesso aos serviços básicos e o consequente Estado de bem-estar social, é
necessário que se criem um plano de intervenção estatal na economia e instituições estatais
que ofereçam os serviços básicos. O dinheiro para criar e manter as instituições estatais deve
sair dos impostos cobrados de toda a população e, em maior peso, da iniciativa privada.
Isso fez com que vários setores privados e economistas, como os teóricos da Escola Austríaca
de Economia Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, posicionassem-se contra essa prática
econômica e desenvolvessem uma nova doutrina econômica, baseada na não intervenção do
Estado na economia e na redução da máquina pública, chamada de neoliberalismo.
Podemos atribuir a aplicação do neoliberalismo nos Estados Unidos, entre 1938 e 1945, pelo
chamado New Deal no governo do presidente Franklin Delano Roosevelt, que tentou criar um
modelo de valorização da vida e das pessoas, a fim de acabar com a desigualdade social no
país.
Também podemos identificar como sociais-democratas os governos adotados pela Finlândia,
pela Noruega e pela Holanda a partir da década de 1970, em reformas de base que reduziram a
desigualdade social por meio do investimento em saúde e, sobretudo, educação básica e superior
gratuita para a população. Nesses países, a social-democracia conseguiu êxito, pois eles
concentram os maiores índices de desenvolvimento humano (IDH), os menores índices de
desigualdade social e as taxas de criminalidade e analfabetismo próximas de zero.
Social-democracia e socialismo
Os críticos mais radicais (em geral, parte dos adeptos do liberalismo econômico e
conservadores) da social-democracia acusam os sociais-democratas de inspirarem-se
no socialismo. Enquanto doutrina política, o socialismo científico de Karl Marx visava criar um
Estado comunista em que a propriedade privada seria extinta e o Estado tomasse conta de toda a
economia, por meio de um governo autoritário.
Parte da crítica liberal contra a social-democracia pode até fazer sentido, pois os sociais-
democratas pensam em uma expansão do Estado para a criação de organismos que permitam a
oferta de serviços básicos à população, como hospitais, escolas públicas e intervenções sociais
(como auxílios para desempregados, plano de previdência pública etc.). No entanto, a principal
pauta capitalista e liberal é mantida na social-democracia, enquanto os socialistas rechaçam-
na: a propriedade privada.
Social-democracia e a saúde
O modelo social-democrata preza pela prestação de serviços básicos gratuitos para a população
por enxergar que essa é a saída para o maior desenvolvimento de um país. Nesse sentido, além
da promoção de uma educação laica, gratuita e universal, o modelo social-democrata visa
oferecer serviços básicos de saúde diretos (hospitais, tratamentos e consultas
médicas) e indiretos (saneamento, auxílio no planejamento familiar e controle de natalidade,
promoção de uma alimentação saudável etc.).
O Sistema Único de Saúde (SUS) em vigência no Brasil é, ao menos na teoria, um exemplo
perfeito de funcionamento da social-democracia. Nele, qualquer pessoa tem o direito
constitucional de tratar-se, independentemente da situação socioeconômica, da nacionalidade,
da condição política, judicial ou civil ou de qualquer outro fator. O problema é que, na prática, a
falta de investimentos, a má gestão e os desvios de verbas impedem o correto funcionamento do
modelo.
Os países social-democratas europeus, em especial países nórdicos como a Finlândia, a
Dinamarca e a Suécia, oferecem planos de saúde a baixo custo com cotas para atender
pessoas que não podem pagar o valor mínimo estabelecido pelos planos, garantindo à população
o total acesso a serviços de saúde de qualidade.

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/social-democracia.htm

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, vem


monitorando a quantidade de recursos que os governos de 168 países estão
investindo para enfrentar a pandemia de coronavírus.
Enormes pacotes fiscais de emergência estão injetando dinheiro na economia para
mitigar os efeitos de uma crise econômica global que, segundo previsões de
especialistas e organizações internacionais, será a pior desde a Grande Recessão da
década de 1930.
Nessas circunstâncias inéditas, o dogma de manter o equilíbrio fiscal e de não incorrer
em despesas fora do orçamento permaneceu no passado, pois infecções e mortes se
espalharam rapidamente em todo o mundo.
"É um nível extraordinário de gastos", disse à BBC Ceyhun Elgin, diretor do Programa
de Mestrado em Economia da Universidade Columbia, Nova York.
Até agora, o montante total de gastos fiscais globalmente é de US$ 7,2 trilhões (mais
de R$ 40 trilhões), o equivalente a cerca de US$ 1.152 (R$ 6,6 mil) per capita, de
acordo com Elgin.
A média global se aproxima de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
--:--/--:--

Brasil chega a marca de 16.895 mortos pelo coronavírus

Ranking
Para fazer uma comparação sobre o tamanho dos pacotes de resgate, a pesquisa de
Columbia os apresenta em relação ao PIB de cada país.
Então, o primeiro lugar é ocupado pelo Japão, com um gasto equivalente a 21% do
PIB, seguido por Luxemburgo (20%) e Bélgica (19%).
No outro extremo, entre os países que, por várias razões, não investiram recursos
adicionais aos incluídos em seu orçamento fiscal, estão o Turcomenistão, Iêmen, Omã
ou Argélia.

Os 10 países com maiores gastos fiscais por Covid-19 — Foto: G1 Economia

Por que há tanta diferença entre os pacotes?


Sem dúvida, os países mais ricos têm mais condições de aumentar seus gastos
fiscais, mas esse não é o único fator.
Elgin explica que países com menos leitos hospitalares tiveram que gastar mais
recursos, algo diretamente relacionado à qualidade e cobertura do sistema de saúde
de cada país.
O nível de exposição à pandemia também desempenha um papel fundamental, pois
os países mais afetados, com maior número de infecções, estão sob maior pressão
para injetar mais recursos.
Outro elemento relevante é o acesso ao crédito ou a ajuda internacional, já que se um
país tiver seus recursos esgotados, não terá tantas opções para aumentar seus
gastos.
Por exemplo, países como os Estados Unidos ou o Japão não são apenas mais ricos,
mas também têm mais facilidades para se endividarem, pois há mais investidores
dispostos a comprar seus títulos.

O Peru é o país com os maiores gastos fiscais da América Latina para enfrentar a pandemia de
Covid-19 — Foto: Getty Images

Peru lidera o ranking na América Latina


"A América Latina apresenta gastos menores que a média global", diz Elgin.
A região gastou o equivalente a 2,4% do PIB, taxa mais baixa que os 3,7% do PIB que
o mundo desembolsou.
E, no caso dos países ricos (com mais de US$ 10 mil per capita), os gastos fiscais
adicionais devido a esta emergências representam 6,7% do PIB.
"Na América Latina, o setor informal é muito grande. Isso reduz a arrecadação de
impostos e, portanto, o tamanho dos pacotes é menor", diz o economista.
O país que lidera a lista regional de maiores gastos fiscais para responder à pandemia
é o Peru (9% do PIB), seguido por Brasil e Paraguai. No outro extremo está a
Nicarágua, com um nível de gastos igual a zero.

'Maior não é melhor'


"O tamanho do pacote não deve ser confundido com a eficácia dele", diz Elgin. "O
mais importante é como o dinheiro é gasto, o conteúdo do pacote, não apenas a
quantidade de dinheiro".
"Um pacote maior não significa um pacote melhor", diz Elgin, acrescentando que
outros estudos serão necessários para permitir uma análise aprofundada do conteúdo
específico dos gastos fiscais diante da pandemia.
"Em que você está gastando dinheiro? Dar crédito a pequenas empresas? Resgatar
grandes empresas? Desempregados? Informais? Bancos? Isso é muito importante",
diz Elgin.
O acompanhamento feito pela equipe da Universidade de Columbia inclui o custo
adicional ao orçamento aprovado pelos países para este ano.

A Nicarágua é o único país da América Latina que não alocou um orçamento adicional para
enfrentar a Covid-19

Nesse sentido, inclui nos dados os novos recursos e exclui realocações dentro do
mesmo orçamento.
Isso ajuda a explicar, em parte, o fato de outras pesquisas sobre pacotes econômicos
para lidar com a pandemia apontarem valores diferentes.
Uma análise feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), "Política e
gestão fiscal durante a pandemia e pós-pandemia na América Latina e no Caribe", por
exemplo, concentrou-se no total de recursos anunciados pelos governos (incluindo
gastos diretos, empréstimos a bancos e outros fatores).
Esse levantamento do BID mostra que o custo desses pacotes atinge 4,1% do PIB na
América Latina. De acordo com esses parâmetros, o Chile ocupa o primeiro lugar na
lista, com 15,1% do PIB, seguido pelo Peru (11,1%), e El Salvador e Colômbia, com
cerca de 8%.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/19/coronavirus-os-10-paises-que-mais-
gastaram-para-enfrentar-a-pandemia-de-covid-19.ghtml

O rápido crescimento da pandemia de Covid-19, com suas dramáticas consequências, tem


levado muitos a afirmar que nos encontramos em um estado de guerra. E, como em toda
guerra, a primeira vítima é sempre a verdade.

Entre os grupos de insatisfeitos com o isolamento social em curso, tem circulado o


artigo Effect of economic recession and impact of health and social protection expenditures on
adult mortality, que publicamos em 2019, na revista Lancet Global Health. O artigo tem sido
usado para sustentar o argumento de que um isolamento social extenso e prolongado
erodiria a economia, produzindo o aumento da mortalidade dos mais vulneráveis. Trata-se
de uma interpretação absolutamente invertida sobre as conclusões do artigo. O que
afirmamos junto com os outros autores do artigo foi: “A recessão no Brasil contribuiu para o
crescimento da mortalidade. Contudo, o investimento em saúde e proteção social tendem a
mitigar os efeitos deletérios, especialmente sobre as populações mais vulneráveis. Esta
evidência reforça a necessidade de mais fortes sistemas de saúde e de proteção social”. O
texto destaca, sobretudo, os efeitos positivos dos programas Bolsa Família e Saúde da
Família na mitigação dos efeitos da recessão econômica sobre a saúde da população adulta
no Brasil. Em estudos anteriores, os autores já haviam chegado a conclusões semelhantes
para menores de 5 anos.
ocorreram mais de 521 mil casos confirmados no mundo (2,6 mil no Brasil) e de 24 mil
mortes (63 no Brasil). A experiência de outros países tem mostrado que somente medidas
integradas e abrangentes terão efetividade no enfrentamento da Covid-19 no Brasil.
Aumento da distância social é parte de um conjunto mais amplo de iniciativas que visam à
prevenção da disseminação da doença na comunidade. Também fazem parte: informação e
comunicação, medidas de desinfecção, restrição de viagens e detecção dos casos. Em todo o
mundo, em graus diferenciados de intensidade e coordenação, 175 países buscam realizar
estas medidas.

Mais difícil é a provisão de serviços de saúde adequado para os casos mais graves,
aproximadamente 20%, sendo que 5% demandam cuidados intensivos. Todos sabemos que
o Brasil ainda está longe de chegar aos níveis adequados de investimento, coordenação e
oferta para se nivelar aos países que melhor estão enfrentando a pandemia.

Medidas econômicas têm sido implementadas para mitigar os efeitos perversos sobre as
empresas, o orçamento público e a situação das famílias. A preservação dos empregos e o
fortalecimento da proteção social têm se mostrado mais efetivos para a crise que todos
ainda estamos atravessando.

http://www.cpqrr.fiocruz.br/pg/salvar-vidas-ou-a-economia-e-falso-dilema/

conclusao O curioso é que na economia, novamente, é utilizada o termo medidas de guerra


para o enfrentamento da crise. Então, para os que, como nós, nesta guerra não estão
preocupados com a conquista de territórios e de poder, o mais importante é salvar vidas.

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